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24/08/2015 1 Aula 5 - Parasitologia Básica e Clínica Tripanossomíase americana Esquizotripanose Doença de Chagas (Trypanosoma cruzi ) HISTÓRICO Carlos Justiniano Ribeiro Chagas MG Oswaldo Cruz - RJ Instituto Soroterápico Federal, 1900 Hospital em Lassance - MG Carlos Chagas atendendo pacientes pois trabalhava com Malária Estrada de Ferro Central do Brasil Nas margens do Rio Buriti, Chagas identificou o primeiro vetor barbeiro. Ano 1907. Casa de pau a pique Matéria de "O Estado de São Paulo" - 07 de maio de 1979 O primeiro caso da Doença de Chagas: Berenice (1909). É uma doença infecciosa causada por um protozoário parasita chamado Trypanosoma cruzi, nome dado por seu descobridor, o cientista brasileiro Carlos Chagas. AGENTE ETIOLOGICO Parasita Hospedeiros intermediários MAMÍFEROS ESPÉCIES HEMIPTEROS HEMTÓFAGOS 24/08/2015 2 T R Y P A N O S O M A C R U Z I MORFOLÓGICAS FISIOLÓGICAS ECOLÓGICAS ESTUDOS APONTARAM TRÊS GRUPOS DE TRYPANOSOMA CRUZI GRUPO 1- encontrado em animais silvestres da região amazônica Produz no homem infecções esporádicas e assintomáticas GRUPO 2- Prevalentes na área endêmica da doença --- principal vetor: Triatoma infestans. Sul, Sudoeste e Centroeste. Forma sintomática e grave da doença GRUPO 3 – Zoonoses de animais silvestres – rara ocorrência . Morfologia do parasita Morfologia do parasita É a forma encontrada dentro da célula parasitada; ovóide e mede 4 µm no maior diâmetro; Não possui flagelo ou membrana ondulante; Núcleo ovóide e compacto e cinetoplasto com aspecto de disco convexo-côncavo próximo ao núcleo; Multiplica-se por divisão binária simples (12 horas); O ciclo intracelular dura cerca de 5-6 dias e produz cerca de 9 gerações de parasitas. 24/08/2015 3 Morfologia do parasita Desenvolve-se na porção posterior do intestino médio do inseto; Dimensões variáveis; Citoplasma abundante; Cinetoplasto situado perto do núcleo; Reproduz-se por divisão binária longitudinal; Muitas vezes os epimastigotas agrupam-se formando rosáceas, com as extremidades flageladas voltadas para o centro. Morfologia do parasita Tripomastigota metacíclico É a forma infectiva encontrada no intestino posterior do inseto vetor; Mede cerca de 17 µm de comprimento; É fina e com cinetoplasto grande; Membrana ondulante estreita; Curto flagelo livre; Tem capacidade invasiva para atravessar mucosas e a conjuntiva, ou penetrar pelas soluções de continuidade da pele. Tripomastigota Sanguíneo É capaz de infectar diferentes tipos celulares; Mede cerca de 20 µm de comprimento por 2 µm de largura; Apresenta cinetoplasto grande e redondo, bastante saliente; O flagelo representa cerca de 1/3 do comprimento total; Há duas formas distintas: Finas: penetram rapidamente nas células do hospedeiro e são mais sensíveis às reações imunológicas; Largas: não penetram nas células do hospedeiro e são mais resistentes às reações imunológicas. São bastante infectivas para os triatomíneos. No intestino dos organismos vertebrados (animais ou homens) os parasitos assumem o formato de TRIPOMASTIGOTAS (no sangue) ou de AMASTIGOTAS ( no interior das células). Enquanto nos insetos encontram-se no tubo digestivo principalmente como epimastigotas ou tripomastigotas. A formas tripomastigotas são capazes de invadir diferentes tipos celulares, especialmente: células do sistema fagocítico mononuclear fibras musculares estriadas (tanto cardíacas como esqueléticas) fibras musculares lisas células nervosas Invasão da célula pelo tripomastigota - Através da entrada do Trypanosoma no sangue dos humanos a partir do ferimento da “picada” por Triatomas (É responsavel por mais de 50% dos casos), - Transfusão sanguínea, o parasito permanece infectante por mais de 2 semanas no sangue estocado, - Congênita quando amastigotas presentes na placenta - Oral, parasito fo encontrado o leite materno, ou em bebidas como caldo de cana (caso em Navegantes), - - transplante de órgãos, coito, acidentes laborais TRANSMISSÃO T R A N S M IS S Ã O 24/08/2015 4 OS PACIENTES CHAGÁSICOS PODEM ABRIGAR T. CRUZI NO SANGUE OU TECIDOS POR TODA A VIDA, SENDO ASSIM RESERVATÓRIO PARA OS VETORES COM OS QUAIS ESTIVER CONTATO VETORES BIOLÓGICOS Doença de Chagas é transmitida por insetos hemípteros hematófagos da família Reduviidae e subfamília Triatominae; Gêneros: Panstrongylus, Triatoma e Rhodnius. Estes insetos são popularmente conhecidos como: barbeiros chupões procotós (sertão da Paraíba) vum-vum (Bahia) chupança (Mato Grosso vinchucas (países andinos) chincha voladora (México) kissing bugs (Estados Unidos) São 137 espécies conhecidas (da subfamília Triatominae); 48 identificadas no Brasil (30 capturadas em ambiente domiciliar); No Brasil, as espécies mais importantes são: Triatoma infestans Triatoma brasiliensis Panstrongilus megistus Triatoma pseudomaculata Triatoma sordida. VETORES BIOLÓGICOS – espécies hematófagas: – Reduviidae - Triatominae (barbeiros) – hemimetábolos – Diferente dos pernilongos: todos os estágios e ambos os sexos são hematófagos Vetores de T. cruzi : Hemíptera Tanto ninfas como adultos de ambos os sexos são hematófagos. 24/08/2015 5 Hábitos noturnos; Durante o dia, são encontrados nas fendas das paredes de casas não rebocadas, telhados de palha; Vivem no domicílio e região peridomiciliar; Longevidade do adulto: 9 a 20 meses. VETORES BIOLÓGICOS Distribuição dos vetores mais importantes Ciclo silvestre (zoonose) - reservatórios silvestres: só mamíferos (gambá, tatu, roedores, tamanduá, preguiça, morcegos, macacos, etc); Ciclo paradoméstico - animais domésticos (cão, gato, porcos) – homem; Ciclo doméstico – homem – triatomíneo doméstico- homem. CICLOS DE TRANSMISSÃO Quando alimentam-se do sangue de pessoas ou animais infectados, os triatomíneos podem ingerir os tripomastigotas. Os tripomastigotas são convertidos em epimastigotas no tubo digestivo do triatomíneo. Os epimastigotas se reproduzem por divisão binária e, quando chegam à porção terminal do intestino (reto) do triatomíneo, voltam à forma tripomastigota. Esses tripomastigotas, altamente móveis e infectantes, são as formas metacíclicas eliminadas nas fezes do vetor. FORMAS DE INFECÇÃO FORMAS DE INFECÇÃO - O homem se infecta durante a hematofagia, quando o barbeiro elimina os tripomastigotas metacíclicos em suas fezes ( formas infectantes pelas mucosas, olhos ou nariz, lesões causadas pelas coçeiras). - Logo após a penetração, o tripomastigota metacíclico invade células alvo e perde o flagelo, passando a se chamar amastigota. Nesse estágio os amastigotas multiplicam-se por divisão binária em ciclos de aproximadamente doze (12) horas, até que a célula infectada fique repleta de amastigotas. Nesse momento as amastigotas se transformam novamente em tripomastigotas. - Quando a célula alvo rompe libera os tripomastigotas, que deslocam-se para infectar uma nova célula alvo, se disseminando para o restante do organismo através da circulação sanguínea e linfática. Os principais órgãos atingidos são o coração, tubo digestivo e plexos nervosos. A formas tripomastigotas são capazes de invadir diferentes tipos celulares, especialmente: células do sistema fagocítico mononuclear fibras musculares estriadas (tanto cardíacas como esqueléticas) fibras musculares lisas células nervosas Invasão da célula pelo tripomastigota 24/08/2015 6 Ciclo Biologico Ciclo Biologico P A T O G E N I A P A T O G E N IA 24/08/2015 7 Forma indeterminada ou de latência. Ausência de manifestações clínicas, radiográficas e eletrocardiográficas; A maioria dos pacientes permanece na forma indeterminada, sem apresentar sintomatologia, por toda a vida; Parasitemia – subpatente (infecção controlada) P A T O G E N I A Aparecimento cerca de 15-20 anos após a infecção inicial; É a mais importante forma de limitação ao doente chagásico e principal causa de morte; Pode apresentar-se sem sintomatologia, mas com alterações eletrocardiográficas; Caracterizada por miocardite crônica progressiva, dilatação de cavidades e hipertrofia ventricular, distúrbios de condução elétrica, arritmias e insuficiência cardíaca. P A T O G E N I A Cardiopatia chagásica crônica – CCC. Caracterizam-se por alterações ao longo do trato digestivo destruição de neurônios dos plexos mioentéricos (parassimpático) esfíncteres em contração permanente (simpático) Dificuldade de trânsito de alimentos/ fezes cárdia: acúmulo de alimentos – megaesôfago reto-sigmóide: acúmulo de fezes – megacólon Formas digestivas (megas). 2013. Fase Crônica Diagnóstico Parasitológico 24/08/2015 8 FASE AGUDA - Exames Parasitológicos Exame de sangue a fresco com gota de sangue colocada entre lâmina e lamínula. Exame de sangue em gota espessa . Este método tem mais chances de detectar o parasito do que o método anterior, por concentrar maior quantidade de sangue em um mesmo espaço. Esfregaço sanguíneo corado pelo Giemsa. Este método oferece vantagem por permitir observar a morfologia do parasito, mas só será possível em casos de parasitemia muito elevada. Cultura de sangue ou material de biópsia (linfonodos) • Métodos de concentração. Entre os métodos de concentração, o que tem dado melhores resultados é o método de Strout. Consiste basicamente em deixar o sangue coagular e retrair o coágulo. Os parasitos são retirados do coágulo a medida que este se retrai, concentrando-se no soro, que pode ser centrifugado para exame do sedimento ou inoculação em animais de laboratório. FASE CRÔNICA - Exames Parasitológicos Hemocultura • Já descrito para o diagnóstico de fase aguda da doença. Este método, quando realizado em paralelo com o xenodiagnóstico, pode apresentar maior sensibilidade, dependendo da técnica utilizada Xenodiagnóstico • É o método de diagnóstico indireto de escolha quando se quer detectar o parasito na fase crônica da doença. O xenodiagnóstico pode ser natural, conforme instruções detalhadas em seguida, ou artificial 24/08/2015 9 Nitro-derivado que age através da produção de radicais livres. O parasita é mais sensível devido a uma deficiência no seu repertório de enzimas anti-oxidantes.; Toxicidade frequente (anorexia, náusea, vômitos, reações alérgicas); Parcialmente efetivo na fase aguda; Inativo na fase crônica; Tratamento prolongado (até 90 dias); 100 mg/Kg por dia; Somente disponível nos EUA e Canadá. Nifurtimox (Lampit) TRATAMENTO TRATAMENTO Benznidazole (Rochagan) Modo de ação ainda não completamente claro. Parece inibir a síntese de RNA e proteína; Toxicidade frequente (Anorexia, cefaléia, dermatopatia, gastralgia, insônia, náuseas, perda de peso, polineuropatia, vômitos); Parcialmente efetivo na fase aguda; Inativo na fase crônica; Tratamento prolongado (até 60 dias); adultos: 5 mg/Kg por dia. crianças: 5-10 mg/Kg por dia. TRATAMENTO PROFILAXIA (MEDIDAS QUE IMPEDEM QUE INDÍVIDUOS SADIOS ADOEÇAM) MEDIDAS ESPECÍFICAS • luta antivetorial e cuidados para evitar a transmissão transfusional MEDIDAS INESPECÍFICAS • melhoria da qualidade de vida da população PROFILAXIA CONTROLE DE VETORES 24/08/2015 10 • Educação sanitária. • Luta contra o vetor. • Inseticidas. • Reboque das paredes. • Vigilância e manutenção constantes de áreas tratadas. • Melhoramento ou substituição de moradias precárias. • Prevenção da transmissão vetorial. PROFILAXIA Detecção dos casos agudos, congênitos e crônicos assintomáticos. Assistência aos doentes chagásicos agudo indeterminado e crônico. Cuidado no manejo de animais silvestres ou de laboratório contaminados ou suspeitos de contaminação. Ensino e pesquisa em doença de Chagas. VACINAS???? PROFILAXIA A doença de Chagas é ainda hoje, no Brasil e em diversos países da América Latina, um problema médico-social grave. No Brasil, esta endemia atinge cerca de oito milhões de habitantes, principalmente populações pobres que residem em condições precárias. A doença de Chagas, segundo a OMS, constitui uma das principais causas de morte súbita que pode ocorrer com frequência na fase mais produtiva do cidadão. EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA Áreas endêmicas 24/08/2015 11 TRIATOMÍDEOS NAS RESIDÊNCIAS - Oral (ingestão de fezes frescas de Triatomineos infectados ou Triatomineos macerados) AÇAI X DOENÇA DE CHAGAS REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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