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Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 2 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido! Etapas da avaliação Identificação Consiste em identificar o animal pelo nome ou até mesmo pela pelagem. Sendo de suma importância que se saiba a propriedade ou região de origem desse. Visto que algumas patologias são mais comuns em certas regiões. Espécie Algumas patologias são transmitidas entre espécies diferente, porém algumas são específicas dos equinos. Como por exemplo a Mieloencefalite protozoária equina, popularmente conhecida como BAMBEIRA. Raça Determinadas patologias só vão afetar raças específicas, como é o caso da hipoplasia cerebelar. Que ocasiona uma diminuição das células da região cerebelar e vem a ocasionar ataxia nesses animais. Vindo a acometer cavalos da raça Árabe. Sexo Pode se ter ainda lesões neurológicas que estejam relacionadas ao sexo, como por exemplo a paralisia obstétrica materna. Idade Algumas patologias tendem a desenvolver-se em animais jovens (doenças hereditárias e inflamatórias/infecciosas. Devido à baixa imunidade), outras ocorrem mais nos adultos (doença degenerativa, neoplasias). Peso O peso pode influenciar no surgimento de certas patologias (obesidade, perda de peso progressivo). Utilização do animal Algumas modalidades esportivas desencadeiam uma maior quantidade de estresse, o que pode também levar ao surgimento de patologias. Exame Clínico Geral Anamnese (Queixa principal) A observação do animal ao longo da anamnese ajuda muitas vezes na identificação do problema e na sua solução. O equino sempre é bastante alerta a tudo a sua volta, o que provoca certos comportamentos. Porém alguns cavalos podem vim a apresentar alterações de consciência. Avaliação do nível de consciência Quando o nível de consciência está alterado percebemos alguns sinais, como: Cabeça baixa (animal bem apático). Posicionamento lateral das orelhas. Maior distanciamento entre as patas (membros), na tentativa de se obter um maior equilíbrio. Compressão da cabeça sobre a parede ou objetos. Desvio lateral de cabeça. Posição tripedal (com um dos membros flexionados). OBS: Em caso de alterações no nível de consciência, tem que se colocar as luvas imediatamente para se examinar o animal. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 3 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido! Alteração de locomoção Hipermetria: aumento das passadas, relacionado a enfermidades cerebelar. Hipometria: diminuição das passadas, relacionado a lesão de neurônio motor superior. OBS: É importante se avaliar o cavalo andando em linha reta (tanto indo, como vindo), observando regiões de garupa. Os equinos quando apresentam problemas motores nos membros pélvicos, eles tendem a elevar a cabeça e virar para o lado oposto ao do problema. A primeira avaliação do locomotor deve ser feita com o animal andando em linha reta (indo e vindo), posteriormente se faz o mesmo, porém em trote (movimento mais acelerado). Caso o animal não venha a desenvolver nada, é indicado que o mesmo galope e posteriormente que se realize movimentos em círculos. Vale ressaltar que muitas das alterações são percebidas apenas quando o animal já começa a desencadear um certo nível de estresse. As alterações de locomoção podem estar relacionadas e ser entendidas como: Fraqueza ou paresia Desgaste de pinças Tropeço Movimentações em círculo IMPORTANTE Lesão de neurônio motor superior, provoca paresia espástica. Lesão de neurônio motor inferior, provoca paresia flácida. Propriocepção Consiste no reconhecimento do animal em relação a suas passadas e seus membros. Um dos testes que podem ser feito para avaliação do cavalo, é colocar um dos seus membros em cima de uma lona e puxa-la no intuito que o animal consiga remover o seu membro. Posteriormente se faz outro teste cruzando os membros do animal, com a intenção que ele ajuste os membros. Paresia É entendida como uma paralisia momentânea, sendo ocasionada por lesão mesocefálica. Levando o cavalo a desenvolver: Sonolência (comatoso ou semicomatoso) Pupilas dilatadas ou semi dilatadas, com baixa resposta a luz. Pares de nervos cranianos É importante os conhecer, visto que são necessários em certos exames Olfatório (I) Óptico (II) Oculomotor (III) Troclear (IV) Trigêmeo (V) Abducente (VI) Facial (VII) Vestibular (VIII) Glossofaríngeo (IX) Vago (X) Acessório (XI) Hipoglosso (XII) Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 4 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido! É uma doença tóxico infecciosa altamente fatal, que geralmente “excita” o animal. Gerando alguns sinais clínicos, como: Hiperestesia/ hiperreflexia Rigidez muscular Espasmos tônicos Etiopatogenia Ocasionado pelo Clostridium tetani (muito encontrado nas fezes dos cavalos e de outros animais). Essa bactéria necessita de um ambiente anaeróbico (sem oxigênio) para liberar as suas toxinas. Quando ocorre um corte no cavalo, ao ter contato com o solo infectado pelas suas fezes, o clostridium acaba infectando o corpo. Na cicatrização e consequentemente formação do tecido de granulação, o ambiente se torna anaeróbico. Ocorrendo assim a liberação das toxinas (tetanolisina/ tetanoespasmina/toxina não espanogênica). Essas por sua vez ganham a corrente sanguínea, vão para medula, encéfalo e afetam as junções neuromusculares. Onde vão atuar sobre o inibidor da acetilcolina (acetilcolinesterase e lisina), atuam no limiar de excitação do animal. Provocando contrações tônicas/ espasticidade muscular, aumento da salivação, “cauda de bandeira”. Sendo de suma importância o uso miorrelaxantes, como: Acepromazina, Xilazina e Detomidina. A acepromazina tem ação de miorrelaxamento, atuando como vasodilatadora periférica. O que é excelente para o tétano, visto que aumenta a oxigenação periférica. Resultando na morte do clostridium tetani. OBS: Deve-se tomar cuidado com o coração do animal, visto que a maioria dos miorrelaxantes aumentam a pressão arterial e frequência cardíaca do animal. O tétano apresenta um período de incubação que pode variar de semanas a meses. A bactéria apresenta uma espécie de capsula que a reveste, conferindo a mesma essa possibilidade de permanecer tanto tempo no solo. Identificar o ponto de entrada da bactéria é de suma importância, visto que enquanto essa permanecer no ambiente anaeróbico dentro do corpo do animal, mais toxinas serão liberadas. Transmissão A bactéria Clostridium tetani geralmente entra no organismo animal através de lesões ou ferimento encontrados na pele. Por ser uma bactéria encontrada em solos e fezes dos animais, a contaminação é facilitada. Sinais clínicos Ansiedade/inquietação Aumento do tônus muscular, tremores (mioclonia). Hiperestresia/hiperreflexia Febre alta (em decorrência da infecção instalada) Protrusão da terceira pálpebra Rigidez muscular focal (trismo- o animal não consegue abrir a boca) ou difusa. Orelhas e base da cauda eretas Narina dilatadas (na tentativa de capitar mais oxigênio). Postura de cavalete (o animal se coloca nessa posição afim de abrir a cavidade torácica e assim ter mais espaço para captação de oxigênio) Sudorese profunda (perca de eletrólitos e água, levando a um quadro de desidratação e consequentemente a perda de energia, em decorrência da rigidez da musculatura). Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 5 Acesso únicono Brasil) Intoxicação por Amaranthus spp. (ocasionam lesões renais) Profilaxia, controle e tratamento Não se existe vacina, o tratamento é de suporte. Devendo se isolar os animais, realizar a desinfecção de ambiente. Assim como também se fazer a separação de bovinos e ovinos, servindo como medida profilática. Ainda como tratamento pode ser feito uma imunossupressão utilizando dexametasona, com a intenção de diminuir a severidade das lesões. (IBR) Nos bovinos as herpeviroses importantes, incluem: BHV-1 (se subdivide), BHV-2 e BHV-5. BHV-1.1= ocasiona a IBR (normalmente afetar o sistema respiratório, porém pode ocasionar aborto – em decorrência da disseminação do vírus pela via hematógena). BHV-1.2= leva ao surgimento de doenças reprodutivas (vulvovaginite, balanopostite (inflamação do prepúcio e pênis, nos machos. Podendo ocasionar também abortos). Sendo limitada ao sistema reprodutor, podendo ocasionar septicemia também nos bezerros. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 29 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido BHV-2= ocasiona mamilite herpética (tetos e úbere), além de septicemia (principalmente nos bezerros – doença multissistêmica neonato) BHV-5= Meningoencefalite (inflamação das meninges e do encéfalo) Causa intenso prejuízo no rebanho, vindo a acometer bezerros e vacas adultas. Etiologia BH1-1 É ocasionado por um vírus envelopado, imunossupressor e de DNA fita dupla, que possui na sua superfície entorno de 10 a 12 glicoproteínas (gB, gC e gD). Onde gB e gD é responsável pela penetração da partícula viral no citoplasma (permitindo que ocorra a síntese proteica do vírus), enquanto que a gC é uma proteína de imunogenicidade (induz o sistema imune a produzir imunidade). O vírus é imunossupressor, age reduzindo o MHC1(sendo assim não tem o sequestro das células de defesa), reduz fagocitose e induz a apoptose na célula de defesa (morte celular programada). Forma de disseminação viral: Célula-célula Hematógena (sistêmica) Nervosa Após a replicação viral se inicia a infecção ativa, onde se tem a lise celular do epitélio respiratório. Após ocorrer a infecção, o vírus faz o transporte via axonal retrógrada nos ramos do nervo trigêmeo, onde vai permanecer nos gânglios desse nervo no período de latência. Quando a infecção atinge o sistema reprodutivo, se tem a via axonal retrograda para a região dos gânglios sacrais. Na fase de latência, se tem uma menor quantidade de vírus, não se tendo a lise celular. Podendo esse vírus ficar armazenado nos linfonodos, gânglios nervosos e baço, sem que seja agredido pelo corpo. Vale salientar que ao se ter estresse, esse vírus volta para a forma ativa. Onde nessa o vírus sai dos gânglios e segue o fluxo normal, no sentido da sinapse. Se por acaso o animal estiver gestante, quando infectado, vai se ter uma infecção fetal, uterina e degeneração placentária. IBR (BHV-1) É endêmico no Brasil, com prevalência nos rebanhos de 8-82%. Sua importância epidemiológica de dar pela latência, onde os proprietários não irão saber quem é portador do vírus ou não. Os bovinos são mais susceptíveis, porém também podem infectar suínos silvestres, ovinos e caprinos. O transito frequente de animais nos rebanhos pode ser um fator predisponente. A transmissão ocorre por meio do contato direto ou indireto, onde os animais podem ser portadores assintomáticos, imunossuprimidos (uso crônico de corticoides) e condições de estresse (febre de transporte, bezerreiros superlotados, transporte de bezerros com animais adultos). Assim como deficiência na oferta de colostro (falha de passagem de imunidade passiva) e o desmame precoce. Em casos de infecções em bezerros com menos de 30 dias, se tem o aparecimento de sintomas graves. Doença genital BHV-1.2 Pode ser transmitido principalmente pelo coito, onde o sêmen pode servir como veículo de contaminação. Podendo o macho contaminar a fêmea ou o oposto também. BHV-1.1 Essa patologia pode se apresentar como casos subclínicos, surtos (no rebanho) e conjuntivites. Podendo levar a mortalidade embrionária e fetal, casos de abortamento (principalmente no terço final, por volta dos 7 meses), mumificação fetal e infecções multissistêmicas do recém-nascido (septicemia). OBS: Mas os animais não apresentam mal formação. Sinais clínicos Febre (40,5 a 42°C) Depressão ANOREXIA Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 30 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido Corrimento nasal e ocular (seroso –> mucoso -> mucopurulento) Conjuntivite secundária É importante se fazer o diagnóstico diferencial com a febre catarral maligna, visto que ambos causam corrimento nasal e conjuntivite. Porém na febre catarral essa se evolui para opacidade de córnea. IBR e doenças genital Os sinais clínicos incluem lesões crostosas das ulcerações (red nose), além de uma congestão bem característica. Essas ulceras podem provocar o sangramento no prepúcio. OBS: na febre catarral não se tem essa intensa vermelhidão. É um quadro limitante, de 10 a 15 dias os animais se recuperam. Porém o vírus permanece no organismo do animal. O cílios presentes no sistema respiratório, são degradados pelo vírus e também vão lesionar as células caliciformes. Isso estimula a Mannheimia hemolítica a migrar para os pulmões. A Mannheimia hemolítica é uma bactéria presente na mucosa normal dos bovinos no trato superior. E o problema é quando essa chega aos pulmões nos casos de IBR, ocasionando a broncopneumonia (apresentando um som de crepitação). Estridor traqueal: é um som característico de traqueite, essa pode ser resultado da IBR. O animal pode apresentar dispneia podendo essa ser mista (quando essa se estende da faringe ao pulmão), inspiratória (focalizada na traqueia e faringe) ou expiratória. Diagnóstico Se dar através dos sinais clínicos (nariz, faringe e traqueia, associado a abortos), normalmente afeta animais jovens. Juntamente com a sorologia (ELISA, PCR – sêmen, swab vaginal/nasal) e identificação viral (imunofluorescência). Em relação aos achados macroscópicos se incluem: atelectasia e necrose pulmonar, ulcerações e erosões na laringe, área esbranquiçada e ulceradas na traqueia com exsudato fibrinopurulento. Na histopatologia é possível identificar corpúsculo de inclusão intranucleares, com infiltrado mononuclear (presença de linfócitos). OBS: Não sendo obrigatório se ter a presença desse corpúsculo. Profilaxia e controle Em casos de perdas econômicas e prevalência alta, é recomendada a vacinação dos animais. Para rebanhos de baixo risco, sem sorologia e sem histórico, é importante que se tome medidas de biosseguranças (como quarentena, isolar os animais suspeitos, manejo adequado, evitar aglomerações de animais). E nos rebanhos com incidência alta e sem clínica, deve-se realizar o monitoramento (exame clínico e avaliação produtiva, vacas quando apresentam IBR tendem a reduzir a produção de leite). Vale ressaltar que não se tem um tratamento para a IBR Vacinação (Inativada) No caso das vacinas para IBR, essas são polivalentes, ou seja, previnem contra inúmeras patologias. Bezerros: se faz a primeira dose ao desmame ou aos 6 meses. A segunda dose (20-30 dias) e terceira dose aos 60 dias. Devendo ser feito o reforço anualmente. Matrizes: 18 meses (quando essas atingem a idade reprodutiva) ou 60 dias antes da IA, com o reforço no terço final da gestação. IMPORTANTE Aproximadamente 50% das perdas no primeiro ano de vida acontecem no período neonatal. Estima-se que 75% das perdas até um ano de idade ocorrem durante o período neonatal (0-28 dias) Aumentoda imunidade de bezerros: pode se dar com o fornecimento do colostro. A placenta dos bezerros não permite a troca de imunoglobulinas entre a mãe e feto, tonando o colostro essencial. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 31 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido O colostro deve ser mamado em até 12 horas, onde os enterócidos possui uma maior capacidade de absorção. Posteriormente esses vão se modificar e assim diminuir a absorção de imunoglobulinas (por pinocitose). A quantidade de colostro a ser fornecido varia de 10 a 15% do peso vivo do animal. Características específicas do pulmão dos ruminantes Anatomicamente o pulmão dos ruminantes é formado por vários lobos e apresenta como particularidade o brônquio traqueal, esse permite que os patógenos cheguem mais facilmente nos lobos craniais, o que predispõe as broncopneumonias. Esses animais possuem as vias aéreas estreitas, o que leva esses a terem uma dificuldade em expectorar. A atividade fagocitária é lenta, quando comparada as outras espécies, em decorrência da divisão de lobos. O que torna esses animais mais susceptíveis a quadros de pneumonias, visto que se tem uma facilidade na entrada e dificuldade na saída de patógenos. Pneumonias As pneumonias causadas por Pasteurella e Mannheimia são as mais comuns: Pasteurella multocida está presente no trato respiratório do animal (nasofaringe e orofaringe) e normalmente não causa problemas. Porém em casos onde se tem lesão da mucosa do trato respiratório e o rompimento da barreira muco ciliar, essa migra para os pulmões. Apresentanda 6 tipos (A, B, C, D, E e F), variando de acordo com a imunoglobulina que ela vai estimular. A do tipo A causa pneumonia e mastite em bovinos e ovinos. Enquanto que a do tipo B e E causa septicemia hemorrágica. A Mannheimia é também conhecida como febre dos transportes. A M. haemolytica nos bovinos ocasiona pneumonia, nos ovinos gera pneumonia, septicemia em cordeiros menores de 3 meses e mastite grangrenosa. E em caprinos, septicemia. Mannheimia granulomatis em bovinos provoca a paniculite fibrogranulomatosa e mastite. Pasteurella e Mannheimia são bactérias gram negativas, onde apresentam algumas características como: A Mannheimia é produtora de hemólise (formação de alo branco) A Pasteurella tem odor adocicado nas suas colônias Só quem cresce em Ágar McConkey é a Mannheimia. Epidemiologia Geralmente é associado a transportes de longa distâncias, lotes desuniformes (diferentes idades), superlotação, procedimentos cirúrgicos (castração, mocheamento), condições de estresse. Podendo ter influência ambiental (variação brusca de temperatura, excesso de umidade). Animais que apresentam essas bactérias, no próprio hábito de mamar pode levar a instalação da bactéria na teta da vaca, ocasionando mastite Patogenia Essas apresentam vários mecanismos para driblar o sistema imunológico, como: Fímbrias: que ajudam na fixação e colonização da bactéria (sensibiliza o sistema imune) Cápsula: dificulta a atividade fagocitária (antifagocitária). Endotoxinas: causam lesões vasculares Leucotoxinas: impedem a ação dos neutrófilos e plaquetas, levando a uma perda de sangue (hemorragia) e surgimento de petéquias. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 32 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido Hemolisina: são endotoxinas que provocam a lise dos eritrócitos. Em decorrência de um desequilíbrio (estresse), essas bactérias vão sair do trato respiratório e consequentemente vão causar pneumonia. Podendo também ocorrer em decorrência de uma influência viral (BHV-1) que vai lesionar o epitélio respiratório, levando a imunossupressão e redução da atividade mucociliar. Gerando uma redução da resistência pulmonar, invasão, colonização e aumento da população dessas bactérias. Sinais clínicos Os primeiros sinais surgem de 2 a 3 semanas (inicialmente acometendo de 2 a 3 animais) após a condição de estresse, a prevalência entre os lotes chega a ser de 50 a 75 % e a morbimortalidade de 50 a 100% (dependendo da condição imunológica do hospedeiro) Febre alta (41 a 42°C) Apatia e isolamento do rebanho Descarga nasal mucopurulenta (variável) Epífora discreta Alterações discretas na auscultas Tosse não é marcante na pasteurelose Os bezerro vão apresentar também: Emagrecimento Apatia Tremores Bruxismo Respiração ruidosa (muitas vezes audível mesmo sem estetoscópio) Descarga nasal serosa a mucopurulenta Decúbito Muitas vezes o bezerro não consegue se deitar (visto que diminui a capacidade respiratória do animal). Escore de doenças pulmonares em bezerros É utilizado como uma das medidas de diagnóstico. Onde é feito a soma, de acordo com a tabela, das alterações encontradas. A soma dos escores maior ou igual a 5, indica doença pulmonar. Enquanto que os igual ou inferior a 4, descartam a doença. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 33 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido Figura 2: tabela do escore de saúde de bezerros (retirada do artigo Principais afecções respiratórias de bovino leiteiro) Tratamento AINEs: flunixin meglumine: eleição, no máximo por 4 dias para não causar ulceras de abomaso ou problemas renais. A dose varia de acordo com a gravidade do caso. Corticoides: podem ser utilizados desde que o animal esteja com cobertura de antibiótico por pelo menos 3 dias. Visto que esses causam uma queda na imunidade. Devem ser administrados preferencialmente pela via inalatória. Antibióticos: amplos espectro ou associações de 2 antibióticos (Ex: penicilina + gentamicina) Expectorantes Mucolíticos: Bromexina (Aliv V). OBS: Cuidado com a dosagem da sulfa, visto que é extremamente nefrotóxica. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 34 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido Nebulização Pode ser realizada e tem como vantagem reduzir as sequelas sistêmicas de alguns fármacos, visto que a medicação vai ser direcionada diretamente para o pulmão. Essa deve ser realizada no mínimo 2 x ao dia, com adição de solução fisiológica (NaCl 0,9%) ou água como veículo. CUIDADO: Não pode se utilizar de soluções hipertônicas – NaCl a 7,5 %, glicose a 50%, bicarbonato de sódio a 8,4 % (aumentam as secreções brônquicas). E nem solução hipotônicas – água destilada (causam espasmos bronquial). Protocolos de nebulização 1 ml de soro + 1 ml de cloridrato de bromexina + 1 ml de óleo canforado (durante 10 min) 2 ml de antibiótico (gentamicina, florfenicol, enrofloxacina) + 2 ml de NaCl (durante 15 min) Pode se acrescentar o corticoide na dose de 0,1 mg/kg. A nebulização faz com que ocorra a fluidificação da secreção, isso pode ocorrer de forma tão rápida que o animal não consegue expectorar e consequentemente pode levar a morte. Diagnóstico diferenciais Todo quadro de acometimento pulmonar deve ser inserido as principais causas bacterianas e virais que afetam os pulmões dos ruminantes, como: Abscessos pulmonares Pleuropneumonia contagiosa IBR Pneumonia verminótica Diarreia viral bovina (BVD) Febre Catarral Maligna (FCM) O raio X e ultrassom auxiliam no diagnóstico das pneumonias. Na ultrassonografia é visto alterações sub pleurais, como: abscessos, irregularidades de pleura, aderências e líquido na cavidade torácica. Pleuropneumonia As vezes a produção de secreção é tão grande, que essa promove fibrina. E essa fibrina com o passar do tempo forma uma aderência. Conteúdo produzidocom base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 35 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido Toracocentese Para realização dessa técnica e drenagem do líquido, pode ser utilizado cateter (18 ou 14). Onde o local para realização da drenagem é escolhido por meio do ultrassom (pela região com maior quantidade de líquido). Geralmente quando os dois lados estão afetados, a drenagem não pode ser feita de ambos os lados no mesmo dia. Em decorrência da consistência da fibrina, as vezes é necessário se utilizar um trocarte ou uma cânula de Grymer-Sterner. Afim de que todo o líquido seja drenado. Esse líquido pode ser coletado em tubo seco (exame bacteriológico) ou em tubo com EDTA (para citologia) e assim ser analisado. Lavado traqueobrônquico É realizada a tricotomia, antissepsia e bloqueio da região. Se palpa a região entre os anéis traqueais e se entra com o mandril do cateter 14. Para coletar o conteúdo, se usa uma sonda por dentro do mandril. É injetado pela sonda, cerca de 20 a 40 ml de solução fisiológica e logo em seguida se aspira. Geralmente o conteúdo aspirado é turvo. Com isso, se tem a coleta totalmente asséptica para realização do exame microbiológico e analise da celularidade. Informações importantes A superfície cortante da agulha deve estar voltada para baixo, para evitar que ocorra o corte da sonda. O pescoço do animal não deve ficar muito esticado, caso contrário irá diminuir o lúmen da traqueia. A agulha deve ser introduzida um pouco lateralizada Não se pode pressionar o cateter/agulha, caso contrário irá perfurar o outro lado da traqueia. A seringa deve se acoplar na sonda, afim de não pressionar o cateter. O bico da seringa deve ficar voltado para a parte mais alta, para que não ocorra retorno da amostra obtida A agulha e a sonda devem ser removidos juntos. A solução fisiológica deve ser aquecida, antes de ser introduzida no animal. A análise do lavado só consegue identificar alterações do brônquio principal. Também pode ser realizado o lavado brônquioalveolar, por meio de uma endoscopia ou de uma sonda apropriada. No homem a tuberculose é ocasionada principalmente pelo Mycobacterium tuberculosis. Podendo esse também ser afetado pelo: M. bovis: é considerado uma doença ocupacional, sendo extremamente grave em humanos. M. africanum (comum na África) M. caprie. Os ovinos e equinos são mais resistentes a tuberculose, sendo as demais espécies (bovinos, bubalinos, caprinos, suínos) mais susceptíveis. Normalmente esses são mais acometidos pelo Mycobacterium bovis. Em bovinos, cerca de 70% dos quadros de tuberculose é pulmonar, porém outros órgãos podem ser afetados. No Brasil, o único patógeno que causa tuberculose em ruminantes é o M. bovis. IMPORTANTE O M. tuberculosis em bovinos é uma doença autolimitante e de baixa patogenicidade. Porém positiva temporariamente o animal no teste de tuberculinização. É uma bactéria em forma de bacilos e aeróbica, na qual não apresenta cápsula e é álcool-ácido resistente. Pelo fato do organismo não conseguir eliminar o bacilo, toda reação inflamatória Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 36 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido provocada por essa bactéria ocasiona a formação do granuloma. Curiosidade: O M. bovis é utilizado como matéria prima para vacina BCG. Epidemiologia Se dar principalmente pela introdução de animais infectados e assintomáticos (principalmente pela via respiratória e digestiva). Transmissão Aerossóis Secreções (podem contaminar as instalações, bebedouros, pastagens, água (contaminação via indireta), alimentos), se espalhando por todo ambiente manejado pelos animais. Colostro (em caso de vacas infectadas, essas acabam contaminando os bezerros) Fezes (em casos de tuberculose digestiva) Sêmen e urina (mais difícil) Gotículas Leite cru, queijo, carne A principal via de transmissão é a via respiratória e a segunda é a digestiva. Mas pode acontecer de no momento que o animal expectorar, engolir a secreção. O que acaba infectando o trato digestório, levando a eliminação do bacilo pelas fezes. Nos bovinos, a principal fonte de infecção é a aquisição de animais infectados. Patogenia Quando o bacilo adentra o corpo do animal, os neutrófilos vão ataca-lo, porém não conseguem captura-lo. Com a infecção e persistência do agente, esse será capturado pelos macrófagos. A capacidade do organismo de eliminar essa bactéria, vai depender da virulência dela, da carga infectante e da imunidade do hospedeiro. O organismo tenta eliminar esse agente e em decorrência de uma reação de hipersensibilidade do tipo tardia, se tem a formação do granuloma. Quando não eliminado pelo organismo, o bacilo vai se multiplicar dentro dos macrófagos e esse vão ser direcionado para o linfonodo satélite – complexo primário (o do pulmão – linfonodo mediastino, intestino – linfonodo mesentérico. A lesão pode estabilizar (onde o animal tem a doença, porém é assintomático) ou progredir e ocasionar uma generalização da infecção (o granuloma vai romper vasos próximos e liberar êmbolos sépticos para todo o organismo) Sinais clínicos Emagrecimento progressivo crônico e intolerância ao exercício Linfonodo retrofaringeo e e supraescapulares aumentados Tosse Estertores pulmonares Roce pleural Extensa área de silêncio pulmonar (devido a junção de vários granulomas) Dispneia Pode ocorre o retardo do surgimento de sinais clínicos, os quais podem aparecer somente após 5 anos da infecção. Visto que costuma ser uma doença progressiva crônica, o que dificulta o seu controle. Na forma precoce (biliar – é considerada subaguda) os sinais podem surgir mais rapidamente, acompanhados de febre, apatia, emagrecimento rápido, inapetência, levando a caquexia e morte. A nível digestório não se tem o aparecimento de sinais clínicos, sendo as lesões mais voltadas ao linfonodo, devido ao epitélio se renovar constantemente. Diagnóstico É realizado pela tuberculina (proteína purificada). Teste da prega caudal É um teste de triagem, realizada mais em rebanhos de corte. Onde é inoculado 0,1 ml de solução intradérmica na base da cauda, de 6 a 10 cm distante do anus. A leitura é realizada com 72 horas, onde se compara o lado oposto da inspeção e palpação. Em animais positivos se tem a formação do granuloma (aumento de volume na região). Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 37 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido O tamanho do granuloma não está relacionado com a gravidade da doença, mas sim com a resposta do sistema imune do animal. OBS: Esse teste apresenta altas taxas de resultados negativos, em casos de infecções recentes de 6 a 8 semanas. Teste cervical simples É um teste de triagem, mais utilizado em animais leiteiros. É feita a medição com o cutímetro antes e após a introdução da tuberculina. Onde o resultado é dado pela reação de B2 – B1. Teste cervical comparativo É feito a tricotomia de duas regiões, medição (cutímetro) e posteriormente a inoculação cranial do PPD a (aviário) e caudal da PPD b (bovinos) do mesmo lado. A uma distância de 15 a 20 cm entre os locais de inoculação. Após 72 horas se faz a leitura para a inoculação. A2- A1 = AF B2 – B1 = BF Por fim se diminui a BF da AF e compara o resultado com a tabela Caso o resultado seja inconclusivo, só pode repetir o exame após 60 dias. Em casos de dois resultados inconclusivos seguidos, tem que ser feito o abate do animal. Prevenção e controle Se dar pelo abate do animal infectado, ou até do loteinteiro (dependendo da realização da testagem), e posterior desinfecção do local. Por não se ter cura e nem vacina para os animais, por isso é importante realizar a prevenção. Um outro fato importante é a realização da quarentena dos animais recém chegado no rebanho. Após dois testes consecutivos negativos, deve se realizar o teste de tuberculinização a cada 6 meses nos animais. A ruminação é uma atividade mecânica que visa diminuir as partículas alimentares e aumentar a produção de saliva (o que aumenta a quantidade de bicarbonato, que apresenta ação tamponante). No rúmen se tem a formação dos ácidos graxos voláteis (acetato, propionato e butirato), onde o propionato é percurso na formação da glicose. Além do mais, esses animais vão ser produtores de dióxido de carbono e metano, na qual são eliminados pela eructação. Um outra particularidade dos ruminantes compreende a digestão microbiana que ocorre no rúmen (fermentação microbiana). Esse por sua vez é composto por uma microbiota ruminal, que contém bactérias (gram – principalmente), protozoários (infuzórios) e fungos (leveduras). Essa microbiota vai variar de acordo com a alimentação, podendo ser adquirida também pela lambedura, hábito de mamar (através do contato com a teta), secreções, cocho comunitário. Por isso é importante a partir de 2 semanas ofertar gradativamente a alimentação aos bezerros (forragem e alimentação sólida), afim de diminuir a dependência do leite e enriquecer a flora ruminal. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 38 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido OBS: A goteira esofágica é existente apenas em bezerros e corresponde uma espécie de tubo ou passagem, que desvia o leite diretamente para o abomaso, impedindo assim a fermentação do mesmo nos compartimentos anteriores. Função dos compartimentos gástricos Rúmen: absorção de ácidos graxos, fermentação e redução das partículas. Retículo: também apresenta função mecânica. Omaso: principalmente absorção de água, ácidos graxos e sais minerais. Abomaso: pH ácido (2 a 4), digestão enzimática (estômago glandular). Exame clínico do sistema digestório de ruminantes Na anamnese deve-se investigar o manejo alimentar na qual o animal é inserido (composição alimentar, quantidade fornecida, forma de fornecimento e forma de estocar o alimento). A adaptação do concentrado deve corresponder de 1 a 1,5 % do peso do animal, visto que o consumo exacerbado pode levar ao desenvolvimento de acidose ruminal. Devendo esse ser aumentado de forma gradual. Cuidado com a forma de fornecimento, alimentos quando administrados em locais junto as fezes tendem a aumentar a carga parasitária. Além de levar a uma maior rejeição do alimento pelos animais. Ter cuidado também para não favorecer a disputa pela comida. Se atentar a estocagem da alimentação, se é feita em silo ou galpões. Observações importantes Apetite caprichoso (hiporexia – o animal realiza uma seleção da alimentação) Apetite alterado (parorexia) Apetite ausente (anorexia) Atividade de ruminação (o animal chega a ruminar de 7 a 8 horas por dia, sendo o fator mais importante em relação ao sistema digestório) Atividade de eructação (eliminação dos gases provenientes da fermentação). Exame da cavidade oral É realizada a inspeção dos lábios, papilas, palato duro, língua, toro lingual, dentes e diastema (região entre os dentes incisivos e pré molares) com auxílio do abre boca. Deve ser feita a palpação, examinar a mobilidade da língua e do odor da cavidade oral. Deve se observar a presença de úlceras, feridas, deformidades, periodontites e presença de conteúdos entre dentes e bochechas. Exame do esôfago É feita a inspeção e palpação externa digital e dorsal a traqueia (palpação direta), na região cervical, o normal é sentir os dedos se tocando. Em casos de obstruções internas (alimentos, ex: caroço de manga, maça, batata doce) ou externas (abcessos), essas comprimem o esôfago, impedem o animal de vim a se alimentar e consequentemente impedem a eructação (timpanismo secundário). No exame pode ser utilizado ainda para palpação indireta, através da sonda Thygessen ou sonda de Shambye. Em casos de corpo estranho como caroço de manga, maracujá ou outro similar, não se tem problema desse ser empurrado para o rúmen no momento da desobstrução. Com exceção de objetos pontiagudos e que possam penetrar na mucosa ou órgãos, onde esses trazem risco a saúde do animal. OBS: O local de mais fácil obstrução compreende a entrada do esôfago torácico, pelo fato dessa região se ter uma certa angulação. Inspeção da silhueta abdominal Deve ser feita a inspeção da vista caudal e lateral dos animais. Patologias tendem a levar ao surgimento de alterações na silhueta. Timpanismo por gás livre: Região do flanco esquerdo distendido, devido ao acumulo de gás do rúmen. Timpanismo espumoso: Pode ser causada por leguminosas de alto poder fermentável, normalmente ocasionada por pastagens (forragem novas). Silhueta convexa, presença de Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 39 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido gás (não livre) com ingesta/líquido (aspecto de espuma). Acidose ruminal: atinge a região tanto dorsal como ventral, silhueta convexa do lado esquerdo. Aumento do conteúdo líquido. Indigestão vagal: Padrão maça-pera (lado direito), podendo ser ocasionado pelo rúmen está se deslocando para a direita ou falha no esvaziamento pilórico. Hidropsia fetal: abaulamento ventral, em decorrência de um acúmulo de líquido nos envoltórios fetais (útero repleto de líquido), na qual comprime o rúmen. Ascite: acúmulo de líquido no abdômen, causa um abaulamento ventral, geralmente está associado a problemas hepático, diminuição da pressão oncótica (baixa de proteína – albumina). EX: intoxicação por Tephrosia cinerea (causa necrose hepática) Eventrações e demais aumentos de volumes: Consiste no avanço dos órgãos por uma falha na musculatura do abdômen. Semelhante a um tipo de hérnia, podendo ocorre por traumas ou por causa da decência de suturas recentes (cirurgias prévias). Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 40 Acesso único e exclusivo de Sofia Cabral de Siqueira Morais – O compartilhamento desse material é proibidoe exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido! Convulsão e/ou coma Morte por asfixia Diagnóstico É dado com base na anamnese e nos sinais clínicos (protrusão da 3° pálpebra, andar rígido). Por se tratar de uma infecção, depois de um tempo e de acordo com a proliferação bacteriana, os níveis de leucócitos tendem a subir (leucocitose). Tratamento Relaxamento muscular: é a primeira medida a ser promovida, através dos miorrelaxantes. Acepromazina: é um vasodilatador periférico, o que auxilia na morte da bactéria, visto que aumenta o oxigênio. Pode administrado pelas vias: EV, IM e SC, dependendo do tempo de ação desejado. Xilazina Detomidina Água oxigenada: deve ser administrada no local da lesão onde foi a porta de entrada para a bactéria. Por se tratar de uma bactéria anaeróbica, ao se colocar água oxigenada no local acaba matando a mesma. Uso de algodão na orelha: com o intuito de se diminuir os ruídos e consequentemente deixar o animal mais calmo. Anticonvulsivantes: pode ser administrado nos casos mais graves (Diazepan). Fluidoterapia reparadora: Na busca de reidratar o animal. Iniciando a hidratação com solução de NaCl 0,9 %. Posteriormente se usa o Ringer com lactato para repor a perda dos eletrólitos e por fim se usa o soro glicosado para repor a energia do animal. A glicose deve ser administrada por último visto que essa aumenta a diurese, vale ressaltar que a mesma não deve ser ministrada de forma rápida. Pois provoca hemólise, o que piora ainda mais a troca de oxigênio do animal. Na terapia reparadora (fluidoterapia), em alguns casos pode se usar cateter (14/16) em uma velocidade rápida. Quando o animal estiver com problemas para defecar pode se realizar enema. Que consiste na sondagem retal com água morna, com a função de lubrificar as fezes ressecadas. A fluidoterapia deve ser administrada a favor da corrente sanguínea, afim de não causar hemólise e de se evitar a formação de trombos. Antitoxina: neutraliza a toxina -> Soro antitetânico. Sistêmico: administrado por via endovenosa (200 000 UI) Raquidiana (100 000 UI) Local: infiltração em torno da lesão. Nesse caso pode se utilizar somente o pó do soluto no local. OBS: Cada frasco de soro contém 5 000 UI Combate a infecção: realiza-se a administração de Penicilina G. Procaína (40.000 UI/Kg), pela via intramuscular. Toxinas liberadas pelo C. Tetani Tetanolisina: ocasiona a disseminação da infecção a medida que se aumenta a necrose tissular local. Tetanospasmina: desencadeia os sinais do tétano. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 6 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido! Consiste em um processo degenerativo do sistema nervoso, sendo caracterizado pelo amolecimento/liquefação da substância branca do encéfalo. Quando ocorre lesão que destrói apenas a camada de mielina, com o uso da vitamina B1 (tiamina) o animal apresenta melhora. Diferentemente de quando se ocorre a destruição da comunicação do axônio por completo. Etiologia A leucoencéfalomalácia se dar pela ingestão de micotoxina, produzida pelo FUSARIUM MONILIFORME presente em milho mofado. Patogenia Ocasiona edema perivascular hepático, resultando em uma hepatopatia fatal e consequentemente em uma falta de metabolização dos compostos. Levando ao acúmulo de substâncias tóxicas no organismo como NH3 (amônia), que migra para o encéfalo, assim como a micotoxina em si e provoca essa necrose liquefativa progressiva da substância branca. Os sinais neurológicos apresentam surgimento variável, aparecendo semanas ou meses após a ingestão da toxina. Sinais clínicos Fraqueza/depressão Cegueira Disfagia/paralisia faríngea (não consegue deglutir) Bioquímica hepática alterada (AST, GGT, LDH, ALT, FA). Paresia pélvica Decúbito lateral (movimentos de pedalagem, coma e morte). Formação de calha na língua/sialorréia espumosa. Diagnóstico Inclui o histórico clínico do animal (alimentação com milho), exame toxicológico do alimento, bioquímica sérica (hepática). Devendo ser realizado o diagnóstico diferencial entre tétano e raiva. Tratamento O tratamento é sintomático, ou seja, consiste em tratar os sintomas e observar se existe melhoras. Caso ocorra, a camada de mielina danificada está sendo reconstruída. Repouso e condições adequadas (alimentação, cama) Administração de Tiamina (Vit B1): atua na reconstituição da mielina. DOSE: 3 a 5 ml ao dia, durante 5 a 10 dias (caso o animal tenha melhora) Dexametasona: excelente principalmente quando se tem edemas. OBS: não deve ser administrada durante muito tempo, pois causa imunodepressão. DOSE= 0,25 a 0,5 mg/kg (de preferência pela via intravenosa). Lembrando de realizar o desmame! Eliminação do conteúdo entérico (purgante oleosos/ laxantes): esses vão estimular a eliminação do fungo. Terapia reparadora: FLUIDOTERAPIA Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 7 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido! Prognóstico Varia de reservado a ruim Prevenção É dada por meio do armazenamento criterioso de grãos/concentrados. É uma neuropatia infecciosa de caráter letal, que afeta tanto potros como também animais adultos e que possui uma evolução de semana a meses. Essa por sua vez é conhecida popularmente como “bambeira”. As raças mais acometidas são PSI e quarto de milha, em decorrência do crescimento rápido. Associada também com a baixa da imunidade (Imunossupressão). OBS: essa baixa pode ser decorrente do uso de corticoides. Etiologia A mieloencefalite protozoária equina é provocada pelo protozoário Sarcocystis neurona, um oocisto esporulado que ganha o epitélio intestinal do roedor (reservatório). Posteriormente esses são eliminados, contaminando assim os alimentos, a águas, os pássaros e consequentemente os equinos. A partir da ingestão dos esporocistos infectantes, esses vão penetrar no epitélio intestinal e no endotélio vascular de vários órgãos. Onde migram para alguns órgãos, a forma de merozoítos tem predisposição pela musculatura esquelética e cardíaca. Manifestações clínicas São bastante variadas em decorrência do Sarcocystis pegar a corrente sanguínea, podendo levar a quadros de lesões focais ou multifocais (manifestações clínicas mais severas). Os sinais podem ser abruptos ou insidiosos (se manifestam lentamente). Vale ressaltar que o nível de estresse auxilia no aparecimento dos sinais clínicos. Sinais clínicos Incoordenação Monoparesia Paresia – Paraplegia de homólogos Ataxia simétrica, fraqueza, atrofia dos membros pélvico (afetando: quadríceps, glúteos, m. infraespinhoso/supraespinhoso). Sinais cerebelares/tronco encefálico/núcleos de nervos cranianos (depressão, disfagia, cegueira, ataxia, paralisia facial). Protrusão, paralisia flácida/atrofia da língua Atrofia do m. masseter e temporal (em decorrência de lesões no nervos cranianos), geralmente assimétricas. Diminuição das respostas sensoriais contralaterais a lesão. Forma crônica: forma mista (atinge a região cefálica e muscular) Ataxia simétrica Hipometria Inclinação corporal Ambulação em círculo (geralmente ocorre para o lado contrário da lesão) Obs: atrofia quadríceps femoral. Diagnóstico Geralmente o diagnóstico é presuntivo, sendo baseado nos sinais clínicos e nas respostas terapêuticas. Caso se obtenha essas respostas, Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 8 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido! pode se chegar ao diagnóstico de mieloencefalite protozoária equina. O diagnósticodefinitivo se dar pela avaliação do líquor (detecção de anticorpos) e de algumas alterações presentes nesse. Além de achados histológicos compatíveis. Tratamento Quando precoce tem eficácia de em torno 70%. PIRIMETAMINA: 1mg/kg, VO/ SID SULFONAMIDA: 15 a 20 mg/kg, VO ou VI/TID Vitamina E: 8000 UI/dia (excelente em problemas musculares em cavalos), podendo ser associado ao selênio. AINES: tem a função de diminuir a reação inflamatória, geralmente se faz a associação dos anti-inflamatórios: FLUNEXIN: 1,1 mg/kg pelas vias IM, SC ou IV, BID) FENILBUTAZONA (2 – 4 mg/kg, IV/SID) DIMETILSULFÓXIDO / DMSO (1g/kg, diluído em 10% da solução total (soro), aplicado de forma lenta. Para cada 100 ml de DMSO, usa-se 1L de soro A fluidoterapia reparadora e de suporte é importante de ser realizada. Vale ressaltar que a Dexametasona não pode ser utilizada, pois auxilia no processo de multiplicação dos protozoários. É uma manifestação clínica de muitas entidade patológicas que afetam a medula espinhal dos cavalos, podendo receber o nome de: Mal formação vertebral cervical Incoordenação equina/potro Síndrome de Wobbler Ataxia dos potros É uma patologia decorrente de uma compressão, por estenose do canal vertebral ou ocasionada por uma mudança na articulação cervical. Epidemiologia Mais comum em jovens potros (raça: PSI e QM). E em raças de crescimento rápido/bem nutridos Podendo ser decorrentes de distúrbios de cálcio e fósforo por exemplo. (Ideal: 2 Ca: 1 Fósforo). Provocados também por exercícios precoce e traumáticos Podendo ser congênita/Genética ou adquiridas (desequilíbrio nutricional ou desenvolvimento rápido), que provoca estenose ou desarticulação. Essa estenose pode ser de forma funcional (se ver uma debilidade no movimento do cavalo) ou estática (alteração de falta de locomoção absoluta). Evolução É de caráter progressivo, ao longo das semanas. Geralmente os animais se apresentam mais parados, quietos. ESTABILIDADE VETEBRAL DINÂMICA OU FUNCIONAL Acomete potros de até 18 meses, ocasionada por uma subluxação (estreitamento do canal vertebral durante uma flexão) ou por uma protrusão para o interior do canal (levando a uma compressão da medula). Também pode ocorrer uma extrusão (se tem a ruptura do anel fibroso e o núcleo pulposo sai. Nesse caso não se dar para fazer correção cirúrgica). Podendo ser afetado as vértebras de C3 a C5. ESTENOSE VERTEBRAL OU ESTÁTICA A estenose vertebral por neoformação, se dar entre C5 a C7. Podendo encontrar animais de 1 a Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 9 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido! 4 anos com essa patologia, na qual comprime o canal vertebral. Manifestações clínicas Dependendo do local e de como se encontra a alteração cervical, essas manifestações podem ser rápidas ou mais lenta. Onde o animal pode apresentar: Restrição dos movimentos cervicais Passos forçados Déficits proprioceptivos (manobras dificultadas) Hipermetria (aumento das passadas) Espasticidade (em decorrência disso, o animal muitas vezes não consegue andar). Flexão de boleto Postura anormais dos membros Arrastamento das pinças dos cascos ao giro OBS: os membros pélvicos muitas vezes apresenta uma incoordenação e ataxia simétrica, fraqueza, flexão e extensão anormais, abdução excessiva. Para confirmar todas essas manifestações clínicas, se abre os membros do animal. Tratamento Por se tratar de uma lesão cervical, na sua maioria o tratamento é apenas cirúrgico. Diagnóstico É dado por meio da anamnese, sinais clínicos e principalmente por exames complementares, como raio x e mielografia contrastada (utiliza-se meios de contraste dentro da medula, para avaliar se existe compressão ou não). OBS: Vale lembrar que ao colocar meio de contraste na medula, o bisel da agulha deve estar voltada para a parte caudal da medula. Além disso, é importante que a cabeça do animal esteja voltada um pouco para cima, afim de estimular o meio de contraste a descer. Quando as afecções atingem esses sistema, uma das principais queixas trazidas, é de que o animal apresenta perda de performance. O aparelho respiratório possui uma função muito importante, esse capta o ar do ambiente para realizar a hematose e consequentemente oxigenação do corpo. Para todas as reações químicas do organismo, a oxigenação tem que estar adequada. Caso contrário, resultará em falhas dessas reações e consequentemente perda de performance. Distribuição do sistema respiratório Via aérea alta: Narinas, seios nasais, laringe, bolsa gutural e traqueia (via cranial) Via aérea baixa: traqueia (via caudal), brônquios, bronquíolos e alvéolos. Avaliação clínica Na avaliação clínica do cavalo, alguns pontos devem ser avaliados em relação ao aparelho respiratório. 1- Avaliação das narinas: se tem ou não presença de secreção, assim como o tipo de secreção presente. Serosa: secreção liquefeita, com o objetivo de limpar a região interna da narina. Animais que consomem ração farelada, tendem a apresentar essa secreção. Mucosa: inicio de processo inflamatório. Purulenta: normalmente esse tipo de secreção se relaciona com algum processo infeccioso (morte de leucócitos) Sanguinolenta: relacionada com traumas, podendo ser resultante das vias craniais Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 10 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido! alta ou baixa (morte de alvéolos pulmonares) Muco purulenta: quando se tem associação tanto de processos inflamatórios, como infecciosos. Muco sanguinolenta: presente quando se tem um processo inflamatório associado a alguma lesão. Sangue puro: presente em animais com morte de alvéolos, em decorrência do aumento de esforço (sangue vivo). Vale ressaltar que é importante se observar se a secreção é uni ou bilateral, assim também como o odor. 2- Avaliação da boca: algumas lesões dentárias pode levar a quadros de sinusites. 3- Avaliação dos linfonodos: processos inflamatórios causam o aumento, principalmente o submandibular e retrofaríngeo. 4- Avaliação ocular: consiste na avaliação quanto a presença ou não de alguma secreção. Que muitas vezes pode levar a obstrução do ducto nasolacrimal, sendo necessário se realizar a limpeza desse. Quando é decorrente de problema nasal pode ser feita a limpeza apenas com NaCl 0,9%, enquanto que em problemas oculares se associa o NaCl 0,9% com a gentamicina (10% da solução). Podendo se utilizar de cateter (18 ou 16 – apenas a parte flexível) ou sonda uretral. 5- Avaliação da laringe: em algumas situações se tem a atrofia das cartilagens da laringe, levando a uma paresia ou paralisia conhecida como hemiplegia laríngea. Assim como também um prolongamento do palato. Levando esses animais a desenvolver a síndrome do cavalo roncador, que é mais nítida quando o animal faz algum esforço (diagnóstico confirmado através de endoscopia). 6- Traqueia: pode apresentar atrofia da musculatura, deixando –a mais sensível a traumas. Podendo ter também desvio de traqueia, sendo visível pelo não ingurgitamento da jugular. 8 – Edema ventral do tórax: em decorrência de uma hipoproteinemia. Os cavalos apresenta uma característica quando possuem problemas respiratórios de vias aéreas craniais, que é o surgimento de uma linha quando o mesmo apresenta depressão respiratória. Sinais de problemas na via aérea superior Força do ar (maior em uma das narinas) Odor (geralmente fétido) Secreção nasal (unilateral) Barulhos (roncos) Obstrução Tosse Vias aéreas baixas Letargia Perda de peso Febre Perdade apetite Secreção nasal bilateral Força na respiração (formação da linha) Taquipneia (respiração acelerada). Dor visceral É um processo inflamatório da mucosa dos seios craniais, comum no seio maxilar em decorrência de problemas dentários. Etiologia Ação traumática Sequela de doenças respiratórias craniais e caudais (pneumonias) Secundária a periodontites de pré- molares/molares. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 11 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material Patogenia Inicialmente se tem uma inflamação, que pode levar a uma proliferação bacteriana e acúmulo de exsudativo fétido. Quando não tratadas pode provocar: osteólise (destruição do osso), fistulação (comunicação da cavidade com o meio externo e osteomielite facial (infecção instalada no osso). Sinais clínicos Secreção nasal: purulenta, fétida, uni/bilateral. Que tende a aumenta ao abaixar a cabeça do animal. Sons maciço à percussão (na região afetada). OBS: Em um animal saudável é normal que esse som seja timpânico. Hipertrofia dos linfonodos regionais. Febre e alteração de apetite. Diagnóstico Clínico: secreção nasal purulenta fétida, sendo indicado a coleta do material para cultura. Radiográfico: buscando lesão dentária, osteoporose do seio/osteólise. Laboratorial: cultura e antibiograma. Tratamento O ideal é que o tratamento seja o mais precoce possível (anti-infeccioso de amplo espectro e bactericida). Para combater a febre, usa-se antipirético (dipirona) e anti-inflamatório (flunixin, meloxicam) afim de reduzir a inflamação. É importante que se realize também a lavagem do ducto nasolacrimal, afim de prevenir que a inflamação se espalhe para essa região. Nos casos mais crônicos é necessário que se faça a drenagem das secreções (trepanação – consiste na abertura de um ou mais furos na região do seio nasal). E lavagem com NaCl para limpeza do seio nasal. Figura 1 Procedimento de trepanação em equino, para realização da limpeza do seio nasal A faringite consiste em um processo inflamatório que pode ser de origem primária, ou seja, ocasionada pela agressão direta a faringe ou de origem secundária (decorrente de outras patologias, como a sinusite) Etiologia O agente etiológico geralmente vai está associado com doenças respiratórias ou digestórias, assim como traumas (passagem da sonda nasogástrica) e substância químicas irritantes (comum principalmente em potros). Sinais clínicos Disfagia (dificuldade na deglutição) na qual pode evoluir para um quadro de anorexia. Sensibilidade na palpação da região Tosse constante e improdutiva (sem secreção) Linfonodos retrofaringeos aumentados Em casos que haja sinusite ou pneumonia o animal pode apresentar tosse produtiva secundaria a tais doenças Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 12 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material Aumento de volume na região mandibular e/ou retrofaringea. Secreção nasal Em casos graves/crônicos se tem regurgitação nasal, linfoadenomegalia nos retrofaringeos e mandibulares, além de febre. Diagnóstico Consiste na anamnese (histórico de disfagia), achados clínicos (tosse não produtiva e aumento dos linfonodos) e radiografia (espessamento de mucosas e aumento de densidade devido a lesão) Quando a secreção for unilateral, suspeita de problema nas vias superiores, se for bilateral, suspeita de problema nas vias inferiores. Para diferenciar uma sinusite de uma laringite, podemos realizar uma percussão nos seios paranasais e frontais. No casos de faringite, os sons não estarão alterados e ao baixar a cabeça do animal, nos casos de sinusite é drenado mais secreção. É importante se realizar os diagnósticos diferencias para: obstrução faríngea ou esofágica, paralisia faríngea e sinusite. Tratamento: Em casos agudo deve-se suspender a alimentação por um período de 24 a 72 h ou utilizar alimentação parenteral (fluidoterapia). A troca por uma alimentação “farelada” algumas vezes ajuda. Diminuir a quantidade de milho fornecida (visto que esse é percursor da inflamação e a aumenta a liberação de histamina) Inibir a inflamação usando AINES (meloxicam, fenilbutazona (SID, por no máximo 5 dias, flunixin (SID/BID, por no máximo 5 dias) Reidratar e fazer tratamento de suporte Fazer antibiograma e cultura para prever e tratar possíveis infecções Fazer revulsão/agudização: consiste na transformação um processo crônico em agudo, aumentando a temperatura do local. Pode ser feito com compressa morna e com substancias. Anti-sepsia local Dentre essas substâncias agudizantes, pode ser utilizado: Iodo (2%, 10% ou 40% - quanto maior a concentração do iodo, menos tempo deve ficar no animal) Associação de Iodo 40% + Glicerina Rivulsin e/ou Workalin (internacional) OBS: Quando feito a tricotomia da região, se tem uma maior ação. É tida como uma incapacidade funcional por comprometimento de neurônio motor, pode ser lesão periférica ou central. Etiologia Essa paralisia pode ocorrer em decorrência de uma encefalopatia traumática ou infecciosa, uma lesão ou compressão do N. glossofaríngeo, assim como por um traumatismo na base do crânio Sinais clínicos Incapacidade de deglutição (disfagia) Ausência de dor e de contração (ao palpar a região) Tosse e/ou regurgitação imediata Desidratação Pneumonia por aspiração Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 13 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material Diagnostico Se dar pela anamnese, juntamente com os achados clínicos (exames laboratoriais podem indicar leucocitose e hipoproteinemia) e a exclusão de outras causas. Tratamento Consiste em um tratamento assintomático, deve ser feita a reidratação do animal e se fazer uso de fármacos com ação neurológica (tiamina – VIT. B1) e anti-inflamatórios (meloxicam). Caso haja enfermidade primaria, tratar a mesma. O manejo ambiental é extremamente importante (higienização do paciente e do ambiente em que o mesmo vive). É uma enfermidade infectocontagiosa, na qual acomete o sistema respiratório e linfático (cranioencefalico). Geralmente acomete potros e animais com baixa imunidade, onde o agente etiológico é a bactéria Streptococcus Equi. Fatores predisponentes Inclui estresse seja pelo clima, pela desmama, por transporte prolongado, superlotação de estalações ou exercício intenso. O estresse é um fator que causa uma baixa da imunidade, assim como as viroses e parasitoses. Transmissão Pode ser direta ou indireta O contato direto de animais sadios e doentes com secreções nasais e/ou orais. Contato indireto por vias iatrogênicas (fômites infectados que são reutilizados por tratadores) Podendo ser transmitido também pela água (caso o potro esteja mamando ele pode levar essa contaminação para as tetas da égua, causando mastite) e por via trasnplacentaria Sinais clínicos Anorexia Febre (40 - 41°C) Descarga nasal e ocular Tosse Hipertrofia exagerada ou formação de abcessos nos L. retrofaringeos (uni ou bilateral) Em casos graves o animal também pode apresentar dispneia, disfagia, cabeça estendida (na intenção de buscar oxigênio) e fistulação dos linfonodos. Podendo se ter sequelas como: sinusite, empiema (congestão purulenta) da bolsa gutural, paralisia do N. laríngeo recorrente (por compressão) e purpura hemorrágica (cavidade oral). Na sua maioria, as sequelas ocorrem nas vias aéreas craniais, mas a medida que se cronifica migra para as vias aéreas caudais. Diagnóstico Se baseia no histórico e nos sinais clínicos,assim como da realização de cultura, antibiograma e sorologia. A coleta desse material pode ser feita por punção de linfonodos e/ou secreção nasal. Tratamento Antibioticoterapia: Penicilina B 20.000 a 40.000 UI/IM. Se realiza a primeira dosagem e aguarda 72 horas, visto que normalmente o volume do medicamento é alto, além disso ao esperar esse período se evita o surgimento de abcesso. EXEMPLO Supondo que o cavalo tenha 500 kg 30.000 UI - 1 Kg Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 14 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material X - 500 Kg X = 15.000.000 UI será aplicado essa dosagem pela via IM, com intervalo de tempo de 72 horas. 1 frasco de penicilina possui 5.000.000 UI, com isso serão utilizados 3 frascos por dia Inalações úmidas (nebulização): Mucolítico, onde ajudam a diminui a secreção mucosa. Facilitando assim a respiração do cavalo. Uso de pomadas a base de Salicilato de Metila, essas vão ajudar na fistulação da região afetada. Cirúrgico: exérese (abertura de região para drenar o conteúdo) Drenagem de linfonodos retrofaríngeos, após o procedimento se coloca solução de iodo – agulha 40 x 12 ou 40 x 16 Pode se utilizar o agudizante (iodo + glicerina, água morna) – para promover fistulação ou facilitar a drenagem. Traqueostomia: Muitas vezes em decorrência de uma hipertrofia dos linfonodos, se tem a compressão da laringe e traqueia do animal, ocasionando asfixia. Com isso esse procedimento se torna essencial para salvar o animal. Profilaxia Evitar aglomeração Estresse Contato direto ou indireto Vacinação (a parti de 4 meses de vida) A primeira vacinação é realizada a partir de 4 meses, com reforço após 30 dias da primeira dosagem. Posteriormente essa vacinação vai ser repetida anualmente (pela via intramuscular ou subcutânea). Quando o fornecimento de oxigênio ao organismo é prejudicada de alguma forma, o próprio organismo vai lançar meios de se ajustar a esse processo. Dentre esses ajustes, podemos citar: a dilatação da narinas, faringe e laringe, assim como a extensão e alinhamento da cabeça e pescoço (buscando uma maior ventilação). Ruídos respiratórios Vão estar relacionados a patologias Chiado: som principalmente inspiratório de alta frequência, associado a hemiplegia ou outras afecções das aritenóides. Roncado: som principalmente expiratório de baixa frequência, associado a afecções do palato mole/ligamento ariteno-epiglótico. Com a apresentação dos ruídos, o animal vai apresentar perda de performance. Isso pode estar relacionado com a inspiração ou expiração do animal. Com relação a ambos os sons, o mais prejudicial para o animal será o roncado. Onde leva a um acumulo de C02, por problemas na saída do ar, o que é tóxico para o organismo. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 15 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material (PM) Nesse caso se tem margem livre do palato mole sobre a epiglote. Com isso o ar entra normalmente, mas tem problemas na sua saída (ocasionando acumulo de CO2). Nesse caso, o cavalo vai demostrar como sinal clínico o ronco. As principais causas dessa patologia são: Lesão do ramo faríngeo do N. Vago Atonia de epiglote Cisto faríngeos. Podendo ter correlação com causas inflamatórias, tumoral, nervosa e genética (podendo ser transmitido geneticamente). Diagnóstico É realizado com auxílio do endoscópio Correção Pode ser feita sem o uso de endoscópio, onde se seda o animal, usa o abre boca e com o auxílio de uma áster cortante se faz a incisão do palato mole, expondo a epiglote. (A cabeça do cavalo deve ficar baixa, devido poder ocorrer sangramento nesse processo). Consiste no deslocamento desse ligamento e consequentemente prende a epiglote. Nesse caso tanto vai dificultar a entrada, como a saída do ar (visto que causa uma diminuição do diâmetro). Esse aprisionamento do ligamento pode ocorrer em decorrência de uma hipoplasia da epiglote (diminuição da epiglote) ou de uma inflamação (geralmente associado a alimentação) que pode hipertrofiar esse ligamento. Correção Se segura o ligamento próximo as junções das cartilagens aritenóideas e posteriormente todo ele é removido. Se torna um procedimento um pouco mais difícil, visto que se é necessário o uso do endoscópio. OBS: Pode ser realizado também apenas a ruptura desse ligamento Em casos de cavalo atleta é recomendado o repouso de 30 dias, após o procedimento. É uma paresia ou paralisia da musculatura da laringe, ocasionada por uma neuropatia do nervo laríngeo. Com isso se tem o impedimento da adução e a abdução das cartilagens aritenóides. Possíveis causas Axoniopatia degenerativa progressiva (deficiência de B1) Deficiência enzimática hereditária afeta vias neurais (n. laríngeo recorrente) Flebite (inflamação de uma veia – Ex: jugular) Doença da bolsa gutural (em decorrência de sua localização) Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 16 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material Encefalopatia hepática (pode promover alterações a nível do nervo laríngeo recorrente) 10-15% dos cavalos dos cavalos com hemiplegia laríngea apresentam algum grau de paralisia. Onde cerca de 88-98% afetam a cartilagem aritenóide esquerda. Classificação Essa classificação é realizada com base na movimentação da cartilagem. É utilizada a endoscopia para esse procedimento Grau 1 – hemiplegia leve, quase imperceptível. Grau 2 – Se tem um problema na abertura da cartilagem de forma mais inconsistente Grau 3- Atrofia maior e consequentemente abertura incompleta da cartilagem (movimento menor da cartilagem) Grau 4 – A cartilagem se encontra totalmente atrofiada (paralisia completa). Correção A partir do grau 3 pode-se indicar a cirurgia Em casos de grau 4 se faz a remoção da cartilagem atrofiada. Ventriculectomia: remoção total da cartilagem Cordectomia parcial: remoção parcialmente da cartilagem. Enquanto que nos casos mais simples, só se realização da fixação (aritenoideopexia). Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 17 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material Avaliação da hidratação É realizada através da avaliação das mucosas, do turgor cutâneo e da temperatura das extremidades. Com relação as mucosas, a principal é a coloração. Na qual podemos classificar: Rósea pálida (normal) Congesta (pode se refletir também na conjuntiva esclerótica, os vasos ficam bem calibrosos). Perlácea (não é totalmente branca) Pálida (decorrente muitas vezes de anemia, babesia, anaplasma, verminoses – caprinos-infestação por haemonchus). OBS: Qualquer processo sistêmico vai se refletir em todas as mucosas. A mucosa oral pode ser avaliada também utilizando o TPC (tempo de preenchimento capilar), avaliando a irrigação dos tecidos. A dificuldade em ruminantes se dar pela mucosa superior, onde se localiza o coxim, ser pigmentada. Observando a mucosa oral, também é possível identificar a presença ou não de lesões, vesículas, úlceras. Podendo ter se desenvolvido em decorrência da alimentação ou de processos patológicos (febre aftosa, estomatite vesicular). Nos touros a mucosa prepucial pode ser avaliada. As mucosas também podem ser classificadas em: Ictéricas: amareladas, podendo ser decorrente de crise hemolítica, doença hepática ou colestases (obstruções dos ductos biliares). Cianóticas: Azuladas/arroxeadas, em resposta a um déficit na oxigenação. Podendo ser causada por diversos fatores (em bovinos é bem comum em casos deintoxicação por plantas cianogênicas, intoxicação por nitratos e nitritos). Avaliação de secreções Fluida (secreção aquosa e não patológica) Serosa um pouco mais consistente que a fluida, apresentando “fios”. Podendo estar relacionada a quadros alérgicos ou início de processos virais. Mucosa Possui traços na coloração esbranquiçado e/ou amarelados, podendo ser decorrente de uma infecção bacteriana secundária/inflamação. Catarral (mais consistente e esbranquiçadas que as anteriores. Muitas das vezes está relacionada com o acúmulo de debris celulares ou material amorfos. Purulenta (relacionado aos quadros de infecções bacterianas gerais, apresenta secreção amarelada e muitas vezes o odor é fétido) Serosanguinolenta (muitas vezes está associada a processos crônicos ou obstrutivos). OBS: As secreções podem se enquadrar em mais de um tipo. Avaliação dos linfonodos Os linfonodos estão envolvidos tanto com o sistema imune, como com a drenagem do organismos. Devendo ser avaliados em pares e em relação ao seu: Tamanho: o aumento no tamanho pode decorrer de alguma infecção. Consistência Mobilidade Sensibilidade Temperatura Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 18 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material Avaliação dos parâmetros vitais Frequência cardíaca Bovinos: 60 a 80 bpm Caprinos: 95 a 120 bpm Ovinos: 90 a 115 bpm Frequência respiratória Bovinos: 10 a 30 mpm Caprinos: 20 a 30 mpm Ovinos: 20 a 30 mpm Temperatura Bovinos: Jovens 38.5 a 39.5° C e Adultos 37.8° C a 39.5° C Caprino: Jovens 38.8° C a 40.2° C e Adultos 38.6 ° C a 40°C Ovinos: Jovens de 39 ° C a 40 ° C e Adultos de 38.5° C a 40° C Movimentos ruminais O normal é de 2 a 3 movimentos a cada 2 minutos (é comum de se observar o flanco distendendo, na lateral esquerda). Podendo se ter movimentos completos ou incompletos, geralmente composto por duas ondas e movimento de rolamento. Percussão auscultatória no flanco Realizado em ambos os lados (direito e esquerdo), além da palpação retal caso apresente alguma alteração. Avaliação da urina Como aspecto, coloração, odor, fitas para avaliação indireta (pH, presença de proteínas, glicose, bilirrubina). Semiologia do sistema nervoso Embora não seja possível ver, palpar, ou auscultar o cérebro. Podemos avalia-lo conforme a presença de sinais e respostas a alguns estímulos. Geralmente afecções virais e aquelas que acometem o sistema nervoso, apresentam a evolução dos sinais clínicos de forma rápida. Divisão do sistema nervoso Sistema nervoso central (SNC): composto por cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal. Sistema nervoso periférico (SNP): formado pelos neurônios motores superior e inferior, além dos nervos periféricos. OBS: O córtex occipital é extremamente importante na clínica de grandes, estando envolvido com a visão do animal. Distúrbios ligados ao cérebro Alterações no comportamento e no nível de consciência característicos da espécie. Pode possuir diversas origens (doenças infecciosas, tóxicas) Os sinais podem ser isolados ou em associação com outros ligados as demais regiões do SN Convulsões (atividades involuntárias, podendo ser discretas ou não). Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 19 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material Alterações no nível de consciência Animal obnubilado (apresenta um nível de consciência abaixo do normal) Depressivo Sonolência Estupor (quadro de intensa depressão, muitas vezes o animal se apresenta em decúbito) Distúrbios ligados ao cérebro e cerebelo Posicionamento da cabeça e pescoço Diferentes níveis de opistótono (Alteração na postura, com um certo grau de rigidez. Na qual pode variar entre um quadro leve a grave) Comuns em quadros de intoxicação, tétano, meningites e entre outros. Distúrbios ligados ao cerebelo O cerebelo é responsável pelo equilíbrio e postura. Com isso o animal pode vim a apresentar: Alterações na marcha Ataxia (falta de coordenação) Posicionamento da cabeça alterado Tremores de intenção: intensifica quando o animal é estimulado. (Comum em casos de intoxicação por plantas) Espasticidade (rigidez dos membros) Dismetria (a pata se apresenta menor que a outra) Hipermetria (aumento das passadas) Postura em base ampla (em busca de um equilíbrio) Head tilt (inclinação da cabeça de forma discreta, onde é possível observar ao se traçar linhas imaginárias) Head test (teste realizado por clínicos para saber se o animal tem acometimento do sistema nervoso e doença cerebelar. Onde se eleva a cabeça do animal por cerca de 30 s a 1 min). Intoxicação por Ipomoea asarifolia (salsa) Acomete a área do cerebelo atingindo os neurônios e células de purkinje. Provoca tremores de intenção, alterando totalmente ao posição da cabeça do animal. Levando a uma lesão de cerebelo irreversível, quando consumida pelo animal de forma contínua por um período de 100 dias. Distúrbio do tronco encefálico Alteração motora de paresia (diminuição da contração muscular) e paralisia (perda total da contração muscular). Alterações no nível de consciência. Síndrome vestibular (essa está relacionada ao sistema vestibular, também interligada com o equilíbrio. Na qual tem componentes do ouvido interno, tronco e cerebelo). Leva a alterações na função dos nervos cranianos (10 dos 12 pares, exceto olfatório e óptico). Avaliação dos nervos cranianos Nervo I (Olfatório): para avaliação se faz o fornecimento de alimentação ou de substâncias que exale cheiro (o animal não pode visualizar, para não comprometer). Nervos II, III, V, VI e VII (Óptico, Oculomotor, Trigêmeo, Abducente e Facial): Se avalia a ameaça visual, reflexo pupilar, reflexo palpebral e reflexo corneal. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 20 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material Teste de visão: teste de obstáculos (em ambiente estranho), é tido como padrão ouro. Teste de ameaça: se avalia o N. Óptico (sensitivo) e N. Facial (motor). Aproximando a mão do olho do animal, sem encostar e sem provocar “vento”. Reflexo pupilar: avalia se a pupila faz midríase e miose, N. Óptico (leva a informação) e N. Oculomotor (recebe a informação). O nervo oculomotor controla a pupila, é motor para a pálpebra superior e responsável pelo posicionamento do globo. Reflexo palpebral: está envolvido nesse processo o nervo trigêmeo que é sensitivo para essa função e o nervo facial motor. Reflexo corneal: se toca na ponta do globo ocular e esse tende a retrair. Quem coordena essa função é o nervo abducente. A cegueira é um dos sinais clínicos mais importantes vistos nas síndromes neurológicas, podendo ser de diferentes tipos. Cegueira central (com reflexo): o oculomotor está ok, nesse caso se tem o acometimento do cérebro. Como por exemplo nos casos de poliencéfalomalácia (PEM). Essa patologia tem várias origens e uma delas pode ser a deficiência de vitamina B12. Ocasiona um edema no cérebro que comprime o córtex occipital e esse para de funcionar. (Problema de condução) Cegueira de origem periférica (sem reflexo): lesão no nervo óptico, quiasma ou retina. Nesse caso o oculomotor está ok, mas por falta de estimulo não se tem reflexo. Pode ser ocasionado por intoxicação por Closantel (vermífugo), quando administrado em alta dosagem. Ocasiona midríase permanente (cegueira bilateral irreversível) e degeneração da retina. (Problema no processamento) Sem cegueira e sem reflexo: o animal enxerga, mas não apresentacontração pupilar. Nessa situação o oculomotor está acometido. (Problema de oculomotor) Nervos cranianos III, IV e VI (oculomotor, troclear e abducente): ao avaliar o posicionamento do globo ocular, é importante ter cuidado com o posicionamento da cabeça do animal, na qual deve estar reta. Sendo interessante que o animal fique malhado. Estrabismo lateral Estrabismo dorsal Estrabismo medial Nervos cranianos V e VII (trigêmeo e facial): o nervo trigêmeo possui a função sensitiva na face e motora para os músculos da mastigação). Intoxicação por Prosopis Juliflora (Algaroba) Quando consumida em grande quantidade (30% da alimentação por mais de 5 meses), ocasiona degeneração do ramo mandibular do nervo trigêmeo, na parte motora. Resultando em paralisia flácida e atrofia muscular, popularmente conhecido como síndrome da cara torta. Para confirmação se realiza o teste do deslocamento da mandíbula, que fica solta e relaxada. Nervo VII (Facial): lesões nesse nervo vão ocasionar ptose de orelha, pálpebras, lábio. (Esses ficam com aspecto de caídos). Nervo VIII (Vestibulococlear): é um nervo que sai do ouvido interno e leva a informação do posicionamento da cabeça e equilíbrio do animal. Problemas envolvendo esse nervo provoca a presença de nistagmo (alteração de Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 21 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material posicionamento ocular), heat tilt, déficit auditivo e ataxia. Outros pares de nervos que estão em comunicação com o sistema vestibular incluem: o III, IV e VI. Sendo comum o acometimento junto com o VII (por proximidade). Nervo IX, X e XII (Glossofaríngeo, Vago e Hipoglosso) Glossofaríngeo: motor para os músculos da faringe e laringe, sendo sensitivo para a língua. Vago: Sensitivo e motor para os órgão internos (sistema digestório). Hipoglosso: motor para a língua, quando lesionado a língua fica flácida. Para avaliação desses, se observa a presença de disfagia, o reflexo de deglutição e funcionamento dos órgãos. Nervo XI (Acessório): não tem importância clínica para os ruminantes. Esse por sua vez, inerva a região do pescoço e músculos cervicais, quando lesionado o pescoço do animal fica rígido. Distúrbios proprioceptivos O animal deve apresentar consciência dos seus membros em relação ao ambiente que o rodeia. Distúrbios proprioceptivos vão ocasionar anormalidades de postura, podendo ser decorrentes de problemas de medula, tronco encefálico, cerebelo e cérebro. Vale ressaltar que problemas de postura pode ser decorrente também de fraqueza e dor, além de problemas de proprioceptivo. Para avaliação de déficit proprioceptivo pode ser realizado o teste com obstáculo (vendando o animal), deslocação do membro (cruzando esses, na tentativa do animal se ajustar sozinho). Semiologia do sistema respiratório As patologias relacionadas ao sistema respiratória muitas das vezes está relacionada com o manejo e o ambiente, ou seja, são doenças chamadas de ecopatias. Em decorrência disso devemos sempre avaliar o contexto que o animal está inserido. Alimentação Higiene das instalações Tipos de bezerreiro (os bezerros são os principais ruminantes que desenvolvem doença respiratória, por esse motivo é importante se saber os tipos de bezerreiros) Tipos de comedouros (quando muito altos podem lesionar a região da traquéia) Temperatura Umidade Ventilação Superlotação (vai predispor ao surgimento de patologias respiratórias). Alterações na mecânica da respiração Pode ocorrer em decorrência de dificuldade de expansão pulmonar ou na entrada de ar. Assim como uma dificuldade de retração pulmonar (elasticidade) ou na saída de ar (por acumulo de secreções). Inspeção do tórax É realizada a observação, em um posicionamento na parte de trás do animal e em ângulo oblíquo. Para se analisar o início do movimento (expansão do tórax e contração do abdômen). OBS: Isso deve ser realizado sem a estimulação do animal. Visto que ao agitar o animal, pode-se ocorrer alteração nos parâmetros. A frequência respiratória pode alterar tanto por questões patológicas, como de forma fisiológica (em decorrência de exercício, gestação). Alterações respiratórias Frequência: Taquipnéia (aumento da FR) Bradipnéia (diminuição da FR) Tipo: Costoabdominal (normal) Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 22 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material Abdominal (alteração torácica – pleurite, fratura de costela) Costal (alterações abdominais – timpanismo, peritonite, reticulopericardite traumática) Intensidade (profundidade/amplitude): Polipnéia/Hiperpnéia (aumento na amplitude) Alteração na pressão intrapleural (pode gerar dificuldade na expansão pulmonar) Oligopnéia (respiração curta, baixa amplitude) Ritmo (inspiração- leve pausa- expiração-pausa maior) Inspiração em dois tempos (com pausas) Expiração em dois tempos Caso se tenha alterações em pelo menos dois fatores citados acima, se tem uma dispneia. Essa dispneia pode ser inspiratória, expiratória e mista. Inspeção - Dispneia inspiratória Ocorre principalmente quando existe acometimento do trato respiratório superior ou nas doenças exclusivas do parênquima pulmonar que dificulte a expansão. Resultante de lesões que preenchem espaço: rinites, neoplasias, granulomas, sinusites. Inspeção – Dispneia expiratória Doenças que interferem na elasticidade pulmonar (enfisema pulmonar - gás fora do pulmão, pneumonia intersticial). Dificuldade de transporte do ar expirado, ou seja, de eliminação do gás (muitas vezes a quantidade de líquido é tão grande na via condutora que dificulta a eliminação dos gases também) Dispneia mista: broncopneumonias (se tem alterações nos brônquios, assim como também no parênquima pulmonar), o animal apresenta tanto dificuldade de captar o gás, assim como de elimina-lo. Inspeção das narinas O comum é se encontrar secreções serosas (transparentes). Porém podemos encontrar algumas alterações, como: secreção sanguinolenta, que pode ser uni (a alteração pode estar em uma narina) ou bilaterais (a alteração pode estar nas duas narinas ou ser reflexo de uma doença pulmonar). Secreções mucosas –presentes quando se tem infecção respiratória, principalmente causada por vírus. Dilatação das narinas – pode ser decorrente de uma tentativa de captar mais gás. Inspeção e percussão dos seios paranasais Os seios paranasais são estruturas que resfriam o ar que entra pelas narinas. Os bovinos apresentam os seios: frontal, lacrimal e maxilar. Em casos de sinusites muito grave é possível observar na própria inspeção o aumento de volume. Na percussão pode se realizar com os dedos ou até mesmo com o uso da parte metálica ou cabo de martelo. Em um quadro fisiológico, o som advindo da percussão é definido como claro. Já em casos patológicos se escuta um som maciço. Inspeção da laringe, traqueia e tórax Aumento de volume Simetria (devendo ser analisado os dois lados) Depressões (fratura de costela) Feridas Inspeção do tórax A frequência respiratória pode aumentar, em decorrência de fatores patológicos ou fisiológicos. Frequência respiratória em ruminantes Espécie Jovens Adultos Bovinos 24 a 36 10 a 30 Caprinos 36 a 48 20 a 30 Ovinos 36 a 48 20 a 30 Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 23 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material Inspeção (postura ortopneica) Essa postura é comum de se encontrar em bezerros com quadros de broncopneumonia, pneumonia, pleuropneumonia. Geralmente o animal apresenta: Pelos ásperos Orelhas tencionadas Cabeça baixa ou extendida Descarga nasal purulenta Língua protusa Boca aberta Sialorréia Cotovelos abduzidos, com o objetivo de aumentar a amplitude respiratória. Linha de respiração abdominal (linha de esforço) Palpação da laringe e traqueia (reflexo de tosse) OBS: Logo após o ângulo da mandíbula se tem a laringe Pode ser encontrado na palpação fratura em alguns anéis traqueais (se sente uma certa crepitação). Vale ressaltar também que ao se palpar essa região, é estimulado no animal um reflexo de tosse (afim de se eliminar alguma secreção ou corpo estranho nas vias aéreas) Nos bezerros e pequenos ruminantes, se estimula o reflexo da tosse palpando as primeiras cartilagens traqueais. Enquanto que nos animais maiores, se tapa as narinas do animal. O reflexo da tosse permite a classificação dela (seca ou produtiva). Palpação do tórax Permite a identificação de aumento de volume, em casos de fraturas geralmente o edema está associado com a crepitação. Assim como também a identificação de dor do animal. Para realização dessa palpação se deixa a mão aberta e em cada espaço intercostal se coloca um dedo, fazendo uma certa pressão e identificando também a presença de sensações dolorosas. Percussão do tórax Lesões que ocupem mais ou menos o tamanho de um punho, pode transformar o som da área percutida de claro para maciço. O acumulo de gás no tórax, como em casos de pneumotórax também altera o som, o tornando timpânico. Os sons patológicos do tórax, pode ser: maciço, submaciço ou timpânico. Ausculta e percussão pulmonar Deve ser realizada no centro dos limites. LIMITE CRANIAL: borda caudal da escápula. LIMITE DORSAL: abaixo dos processos transversos. LIMITE CAUDAL: do 12° a 11° espaço intercostal, se traça uma linha em direção ao cotovelo. LIMITE VENTRAL: articulação do cotovelo. Auscultação O local onde é realizada a produção do som, apresenta maior intensidade. Bronofonese: sons traqueais que se dissipam para a região pulmonar. Os sons normais são produzidos pela passagem do fluxo de ar + as vibrações das paredes. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 24 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material A auscultação vai ser dependente da quantidade de ar + a quantidade de tecido acima da área de interesse da ausculta. Sons normais X sons patológicos LARINGOTRAQUEAL som fisiológico presente na região da laringe a traqueia. Se tiver a presença de secreção vai se ter um som patológico (estridor traqueal – lembra um ronco). Som comum de se encontrar na rinotraqueite infecciosa ou em doenças que promovam uma laringotraqueite. No limite entre a traqueia e brônquio, se encontra o som traqueobrônquico (normal). Quando se tem alterações, vai ocorrer a formação dos sons patológicos: crepitação grossa (semelhante ao estouro do plástico bolha). A formação desse som se dar pela presença de líquido e pela passagem das bolhas de ar que se rompem. Se por acaso o líquido estiver muito viscoso, o som produzido será semelhante a um ronco (pneumonias, bronquites e edema pulmonar) Na região mais dorsal do pulmão (bronquíolo terminal e parênquima), o som fisiológico encontrado é o broncobronquíolo. Já em relação aos sons patológicos se escuta uma crepitação fina (som semelhante a fricção dos dedos sobre o cabelo) que muitas vezes ocorre no final da inspiração. Podendo ocorrer em quadros de pneumonias, pleuropneumonias e em casos de edema pulmonar. Demais ruídos patológicos Ronco: produzido em grandes brônquios através de secreções aderidas. Sibilos: deformação drástica de origem extraluminal ou por secreções fortemente aderidas ou no broncoespasmo (som semelhante ao piado de ave) Roce pleural: em decorrência de uma inflamação na pleura, a mesma acaba não deslizando mais e acaba provocando um atrito (som semelhante ao atrito de folhas de papel). Área de silencio pulmonar As principais patologias que levam a esse quadro são: abcessos pulmonares e tuberculose miliar. É causado pelas toxinas produzidas pela bactéria Clostridium botulinum, essa por sua vez é encontrada principalmente no ambiente e nas fezes dos animais. Onde se desenvolvem em locais anaeróbicos, com calor e umidade. Sendo considerada uma toxinfecção de caráter alimentar e hídrico. O poder de letalidade dessa patologia vai ser variável, dependendo da quantidade de toxina absorvida. Fontes de infecção Carcaça Alimentos mal conservados Cama de frango Água estagnada (com grande quantidade de matéria orgânica, mais comum no período de seca). Muitos animais em decorrência de uma deficiência de FÓSFORO, acabam desenvolvendo osteofagia (hábito de roer ou se alimentar de ossos). O que acaba predispondo o animal a desenvolver o botulismo. Para que se tenha contração muscular, é necessária a liberação e ligação de neurotransmissores (acetilcolina). As toxinas produzidas pelo Clostridium botulinum, vão se ligar aos receptores de acetilcolina e assim acaba Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 25 Acesso único e exclusivo de Bruna Araújo Pereira - 705.920.064-92 bloqueando a mesma de se ligar. Levando o animal a desenvolver paralisia flácida. Evolução clínica Muitos dos casos são superagudos, ou seja, o nível da toxina foi muito alto (o animal vai a óbito muito rápido) Nos casos agudos/sub-agudos, existe uma variação de 2 a 17 dias, mas na maioria dos casos são 7 dias de evolução. Dificilmente será encontrado casos crônicos, mas pode ocorrer e o animal pode vim a se recuperar a medida que se tenha intervenção veterinária. Sinais clínicos Incoordenação e paralisia flácida (inicia pelos membros posteriores) Decúbito esternal que progride para lateral. Paralisia da cauda Diminuição do tônus da língua Salivação e disfagia Nível de consciência normal (em alguns casos pode causar depressão) Sensibilidade cutânea normal Envolvimento gastrointestinal (timpanismo) Bexiga distendida e atônica Tratamento Não há drogas que neutralizem o efeito neuroparalítico da toxina. Porém é feito o tratamento de suporte (hidratação e nutrição), assim como o manejo do decúbito, tentando deixar o animal em estação. É importante também que se fique mudando o animal de posição a cada 2 horas ou pelo menos 3 x ao dia. Profilaxia e controle Vacinação Retirada dos animais do pasto Eliminação de carcaça (queima) Mineralização (visando evitar a deficiência de fósforo). Diagnóstico Com base no quadro clínico e epidemiológico. Na necropsia não se pode visualizar alterações macro, a identificação da toxina é feita por meio da coleta de conteúdos gastrointestinais, afim de se realizar técnicas de imunoensaios. Podendo ser feito também teste de fixação de complemento e ELISA. Alguns órgãos podem ser coletados para se fazer diagnóstico diferencial (fígado/encefalopatias hepáticas; cérebro/raiva). É uma encefalomielite difusa, provocada pelo vírus Lyssavírus (existindo mais de mil serpas encontradas). Sendo uma doença de caráter agudo e progressivo. Variante brasileiras Silvestre (afeta bovinos e morcegos) Urbano (cães e gatos) Acomete todos os animais domésticos, sendo raros em aves. Modo de transmissão O principal transmissor para herbívoros, é o morcego Desmodus rotundus, na qual é hematófago. Morcegos insetívoros e frutíferos podem também possuir o vírus da raiva, se tornando importantes também na cadeia epidemiológica. O principal meio de transmissão é através da mordida. Mas pode ocorrer também por meio da saliva contamina e aerossóis (cavernas). Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 26 Acessoúnico e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido Patogenia Quando o vírus entra no organismo animal, esse pode iniciar sua replicação viral no próprio local de entrada. Com isso, o vírus começa a competir e se ligar aos receptores de acetilcolina (impedindo assim que ocorra a contração muscular). Onde por via axonal retrógrada (forma centrípeta) vão “subir” pelos nervos periféricos e afetar o sistema nervoso central (medula e posteriormente encéfalo). Após atingir o sistema nervoso central, o vírus vai se dissipar para outras regiões do corpo, no sentido do fluxo nervoso (forma centrífuga). Onde geralmente afetam locais de maior inervação (principalmente glândulas). OBS: É importante ressaltar que no período de 2 a 15 dias (após se infectar) o animal pode estar contaminado sem demonstrar sinais clínicos. Progressão A progressão entre a exposição e a presença do vírus no sistema nervoso, vai ser dependente de alguns fatores, como: Carga viral inoculada Área afetada (se é um local de maior inervação, o tempo de progressão tende a ser mais curto). Imunidade do hospedeiro Característica da ferida (porta de entrada) Epidemiologia Geralmente bovinos jovens (2 a 3 anos) desenvolvem mais raiva do que os adultos. E isso pode ser ocasionado em decorrência dos mais jovens apresentarem uma menor quantidade de anticorpos contra o vírus. Sinais clínicos Mugidos Bruxismo (ranger dos dentes) Nistagmo (movimento involuntário do globo ocular) Trismo mandibular (dificuldade de abertura da boca) Diminuição do reflexo anal Aumento da salivação Depressão ou agressividade Incoordenação motora Bexiga repleta Cegueira Tremores Lesões de tronco encefálico (afeta os nervos cranianos) Paralisia de cauda Paralisia progressiva (flácida ou espástica) Movimentos de pedalagem A evolução da doença até o óbito geralmente ocorre em um período de 2 a 8 dias, podendo até chegar a 10. Enquanto que a evolução para decúbito permanente é de 2 a 3 dias. Diagnóstico É dado por meio da anamnese, juntamente com os sinais clínicos e achados de necropsia. Macroscopicamente (no exame anatomopatológico) é possível identificar a congestão das leptomeninges. Na histopatologia se observa uma meningoencefalite linfoplasmocitária (acúmulo de células de defesa perivascular). Além disso, quando ocorre a replicação viral se tem também a formação do corpúsculo de Negri (inclusão viral intracitoplasmático) dentro do neurônio. Controle e profilaxia Combate do morcego (uso de pomada vampiricida, ocasiona hemorragia e consequentemente morte do morcego). Vacinação: realizada a partir de 3 meses, com reforço em 30 dias. Em animais acima de 3 meses, se realiza o reforço após 60/90 dias. (Dose de 2 ml, intramuscular). Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 27 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido (FCM) É uma doença infecciosa, viral que tanto está associada ao sistema respiratório, como ao sistema nervoso, na qual apresenta alta letalidade. A sua etiopatologia envolve: Alcelaphine herpesvírus 1 (AHV-1) – Variação africana Herpesvírus ovino-2 (OvHV-2) – Forma ovino, podendo afetar bovinos. Herpesvírus caprino-2 (CpHV-2) – Endêmico restrito para caprinos. FCM clássica de veado cauda branca OBS: Herpesvírus sempre está associado ao status de imunidade do portador. Onde os animais podem ser portadores e ao apresentarem um certo nível de estresse ou algum outro fator que desencadeie uma imunossupressão esse vírus consegue ser eliminado. É um vírus envelopado, diferente do vírus da raiva, onde possui uma facilidade de degradação (sensíveis em pH ácido) Aspectos epidemiológicos Criações consorciadas entre bovinos e ovinos (os bovinos são sensíveis ao OvHV- 2) Ovinos jovens, quando desenvolve a doença essa é subclínica (assintomática) Em relação aos bovinos, normalmente afetam animais de 2 a 4 anos Alta letalidade e baixa morbidade (baixa capacidade de infectar outros indivíduos) Épocas de parição de ovinos (secreções pós parto), dentem a se ter uma maior carga viral, o que leva a uma maior contaminação do ambiente. Através das secreções vaginais, leite, colostro. Tanques contaminados com secreções Fezes Patogenia A AHV1 e a OvHV-2 afetam os animais susceptíveis por meio do contato íntimo com secreções de reservatórios, através de animais que apresentem sintomas e também por meio de aerossóis de reservatórios. O período de incubação dura em torno de 14 a 90 dias, variando de acordo com o status imunológico e carga viral. E podem afetar os seguintes sistemas: Digestório: ocasiona ulcerações (orais, ruminais, omasais) assim como também no abomaso, aumento dos linfonodos mesentéricos e secreções fibrinóides (mais consistentes) Respiratório: pleurite fibrinosa, exsudato catarral a fibrinopurulento podendo está presente na luz da traqueia, brônquios e bronquíolos. Petéquias (mucosa da traqueia e brônquios) Urogenital: nefrite intersticiais, focos pálidos na superfície renal, equimoses e petéquias. Nervoso: o animal vai apresentar a córnea com opacidade (esbranquiçada) e inflamação. Se tem também hemorragia de leptomeninges e hiperemia difusa. Sinais clínicos Os animais começam a apresentar uma conjuntivite, que evolui para uma ceratite e ocorre o surgimento da opacidade. Levando esse a apresentar perda da acuidade visual. As secreções começam bem aquosas, porém sua consistência vai aumentando. O curso da doença é considerado agudo 3 a 7 dias, mas na maioria dos casos os animais morrem em 15 dias. Conteúdo produzido com base em aulas – Sofia Cabral de Siqueira Morais 28 Acesso único e exclusivo – O compartilhamento desse material é proibido Na forma neurorespiratória, o animal desenvolve: Febre (40,5 a 42,2°C) Emagrecimento (em decorrência de anorexia, diarreia) Opacidade de córnea Ceratoconjuntivite Ulcerações orais e nasais Salivação Incoordenação Depressão Nistagmo Tremores musculares Movimentos de pedalagem Convulsões Linfadenomegalia (aumento dos linfonodos). Os achados macroscópicos não são patognomônicos, porém nos casos de febre catarral maligna se tem uma hiperemia e hemorragia do cérebro. Assim como a presença de áreas esbranquiçadas na superfície renal e no córtex. Sendo uma doença sistêmica, associada a vasculite difusa. Em relação aos achados histopatológicos, se tem a presença de infiltrado mononuclear (principalmente linfócitos) na adventícia e túnica média das artérias. Diagnóstico Se dar com base nos achados clínicos (ulcerações, opacidade de córnea, secreções serosas, emagrecimento, diarreia e entre outros) associados com epidemiológicos (contato entre bovinos e ovinos), necropsia (achados de hiperemia) e histopatologia (presença de vasculite difusa e arterite fibrinóide). Os principais órgão coletados para ajudar no diagnóstico vão ser: cérebro, olho, fígado, linfonodos, rins, adrenais e entre outros. Pode ser realizado o PCR para detecção do OvHV-2 e testes sorológicos como ELISA e IFI (imunofluorescência indireta) Diagnóstico diferencial: Diarreia viral bovina -Doença das mucosas (nesse caso também se tem o infiltrado de linfócito nas mucosas, pode ocorrer de se ter vasculite porém não vai ser de forma difusa) Febre Aftosa (alta morbidade, escamação de epitélio, lesões interdigitais, não apresenta lesão ocular) Estomatite vesicular Rinotraqueíte infecciosa (IBR) (Causa lesões ulcerativas na mucosa oral e nasal, sendo também um herpesvírus) Língua azul (também é uma doença que causa ulcerações no trato respiratório) Peste bovina (não diagnosticada