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Aspectos 
Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
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3
Sumário
Fundamentos da Neuropsicologia 
 O Cérebro Humano 
 Comportamento Humano 
Aspectos Neuropsicológicos e Aprendizagem 
 Funções Neurais e Processamento de Informações 
 Funções Cognitivas da Aprendizagem 
 Funções Conativas da Aprendizagem 
 Funções Executivas da Aprendizagem 
Os Aspectos Neuropsicológicos e as Dificuldades de 
Aprendizagem 
 Transtornos e Distúrbios 
 Evidências Neuropsicológicas 
Evidências Neurológicas na Intervenção Psicopedagógica 
 Saberes da Neuropsicologia 
 Intervenção Psicopedagógica 
Referências 
CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO
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Objetivos Definição
Explicando Melhor Você Sabia?
Acesse Resumindo
Nota Importante
Saiba Mais Reflita
Atividades Testando
Para o início do 
desenvolvimento de uma 
nova competência;
Se houver necessidade 
de se apresentar um novo 
conceito;
Algo precisa ser melhor 
explicado ou detalhado;
Curiosidades indagações 
lúdicas sobre o tema em 
estudo, se forma necessárias;
Se for preciso acessar um 
ou mais sites para fazer 
download, assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
Quando for preciso se fazer 
um resumo acumulativo 
das últimas abordagens;
Quando forem necessárias 
observações ou 
complementações para o 
seu conhecimento;
As observações escritas 
tiveram que ser priorizadas 
para você;
Textos, referências 
bibliográficas e links para 
aprofundamento do seu 
conhecimento;
Se houver a necessidade 
de chamar a atenção 
sobre algo a ser refletido ou 
discutido sobre;
Quando alguma atividade 
de autoaprendizagem for 
aplicada;
Quando o desenvolvimento de 
uma competência for concluído 
e questões forem explicadas. 
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@faculdadelibano_
1
Fundamentos da 
Neuropsicologia
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Capitulo 1
Fundamentos da 
Neuropsicologia
O Cérebro Humano
A Neuropsicologia é a ciência que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento 
humano. 
Entretanto, antes de avançarmos nesse estudo, é necessário conhecermos melhor as 
definições dos termos “cérebro” e “comportamento” de maneira isolada. E o nosso 
primeiro objeto de investigação será o cérebro humano.
Objetivos
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funciona 
o cérebro e o comportamento humano e isso será fundamental para 
que você possa, posteriormente, fazer a relação entre o “funcionamento 
normal” e as anomalias que resultam em déficits em decorrência dos 
transtornos/distúrbios. As pessoas que tentarem compreender esses 
eventos sem o conhecimento mínimo sobre as primeiras estruturas 
poderão atuar de maneira equivocada em processos de intervenção 
junto aos estudantes. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!.
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Fundamentos da Neuropsicologia Capitulo 1
Na anatomia regular, o cérebro é formado por dois hemisférios cerebrais, o esquerdo e 
o direito, conectados pelo corpo caloso, que se trata de uma estrutura espessa de feixes 
de fibras nervosas composto por aproximadamente 86 bilhões de neurônios, que em 
conexão formam as redes neurais, que são responsáveis pelas funções intelectuais.
Definição
O cérebro é um dos centros nervosos que constituem o encéfalo. 
Encontra-se na parte superior e anterior da cavidade craniana, sendo 
compreendido como o núcleo da inteligência e da aprendizagem. Ele 
é o responsável pelas emoções, raciocínio, aprendizagem, é a sede das 
sensações e movimentos voluntários e possui áreas responsáveis por 
funções específicas e globais. 
FIGURA 2
Funções do cérebro humano
FONTE
Adaptado de Freepik
 
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Fundamentos da Neuropsicologia Capitulo 1
As conexões que as células nervosas estabelecem são chamadas de sinapses, que se 
tornam mais “fortes” e complexas à medida que as interações com o meio interno e 
externo acontecem e são reguladas pelos neurotransmissores, que são substâncias 
químicas que modulam a atividade celular.
Saiba Mais
Quer saber mais sobre as células nervosas, suas características e 
funções? Acesse e leia a reportagem “GPS Cerebral” do site Ciência 
Hoje que conta um pouco das descobertas de John O’Keefe, May-Britt 
Moser e Edvard Moser, ganhadores do Nobel de Medicina no ano de 2014, 
clicando aqui.
FIGURA 3
Neurônio
FONTE
Pixabay
 
http://cienciahoje.org.br/acervo/gps-cerebral-3/
9
Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Fundamentos da Neuropsicologia Capitulo 1
lém dos neurônios, temos outra célula nervosa essencial para a compreensão da 
aprendizagem, denominada por gliócito, referente à célula glial. Em relação aos gliócitos, 
afirma-se que são:
10 a 15 vezes mais numerosas do que os neurônios, que podem modificar se com a 
chegada de novas informações ao sistema nervoso central e que de certo modo, 
portanto, também participam dos mecanismos celulares do aprendizado. (RIESGO, 
2006, p. 22)
Baseado nisso, desenvolve-se a seguinte questão: Qual a relação direta do cérebro, dos 
neurônios e dos gliócitos com o campo da aprendizagem? Essa relação pode ocorrer 
devido às sinapses, que só são possíveis utilizando toda a composição estrutural e 
conectiva das células nervosas. 
O corpo celular é responsável pelo estímulo elétrico ou impulso nervoso, que ocorre 
quando a membrana citoplasmática recebe estímulo externo. Nestes casos, os 
dendritos são os “coletores” das informações resultantes em estímulos e, quanto maior 
a quantidade, maior a coleta. 
Já o axônio é o canal de resposta, é a expressão da célula nervosa, sendo o “fio condutor 
para que o estímulo elétrico criado no corpo celular como resposta aos estímulos 
recebidos chegue ao destino ou órgão efetor”.
Esse é o processo de neurotransmissão elétrica e está mais relacionado ao 
desenvolvimento motor. Na relação com a aprendizagem, a neurotransmissão química 
se destaca da seguinte maneira:
A teoria molecular da aprendizagem se relaciona com modificações produzidas nos 
ácidos nucléicos do neurônio, que levam à formação de novas proteínas. Quando 
elas são transportadas para lugares específicos da membrana plasmática e 
incorporadas às suas estruturas lipídicas, a memória de curto prazo [reverberação] 
se transforma em memória de longo prazo [modificações estruturais]. (OHLWEILER, 
2006, p. 52)
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Fundamentos da Neuropsicologia Capitulo 1
Portanto, na aprendizagem a questão está não somente na quantidade de células 
nervosas, mas nas sinapses que elas estabelecem. De forma que as células nervosas 
se relacionam por meio das várias conexões e redes neuronais que se formam desde a 
concepção embrionária.
Nesse sentido, entendemos que a gestação é um período delicado para a formação 
cerebral, uma vez que é o momento do estabelecimento fisiológico do cérebro com o 
seu crescimento global e com a individualização de suas áreas e redes funcionais.
Após o nascimento, os anos iniciais são de máxima importância, pois é justamente 
nessa etapa do desenvolvimento humano que se estabelecem a arquitetura básica e 
as funções do cérebro. 
Além disso, as experiências intra uterinas entre os seis e oito anos interferem 
significativamente nas etapas posteriores do desenvolvimento, repercutindo nos 
aspectos físico, mental, comportamental e cognitivo.
É verdade que crianças pouco ou não estimuladas durante a infância podem 
apresentar dificuldade de aprendizagem. Nesses casos ao encéfalo delas não 
foi dada a oportunidade de se desenvolver plenamente, alcançando toda a sua 
potencialidade. Essas crianças, para alcançar os objetivos de desenvolvimento 
 
FIGURA 4
Sinapses
FONTE
Pixabay
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Fundamentos da Neuropsicologia Capitulo 1
e competência, precisarão de estímulos bem direcionados e de estratégias 
alternativas de aprendizagem para poderem ter chances dedesenvolver as 
habilidades não desenvolvidas. (GUERRA, 2011)
Outra questão fundamental a ser discutida é a plasticidade cerebral, diretamente 
relacionada às células gliais. Comentando de maneira breve, a plasticidade cerebral se 
trata da capacidade regenerativa que o cérebro possui. 
Definição
A plasticidade cerebral pode ser definida como uma mudança adaptativa 
na estrutura e função do sistema nervoso, que ocorre em qualquer fase 
da ontogenia, como função de interações com o meio ambiente interno 
e externo, ou ainda como resultantes de lesões que afetam o ambiente 
neural (MUSZKAT, 2005, p. 29).
Dessa forma, a plasticidade cerebral é fundamental no processo de aprendizagem, 
pois além da funcionalidade do cérebro em suas complexidades, a aprendizagem 
consiste em modular, adaptar e conectar, ou seja, operar as ações de maneira 
“plástica” diante dos desafios do mundo:
O cérebro não só é capaz de produzir novos neurônios, mas também de responder 
à estimulação do meio ambiente, com um aprendizado que tem a ver com 
modificações ligadas à experiência, ou seja, modificações que são a expressão da 
plasticidade. (ROTTA, 2006, p. 466467)
Após compreendermos um pouco melhor a respeito da estrutura cerebral, podemos 
então avançar nos estudos que se referem ao comportamento humano.
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Fundamentos da Neuropsicologia Capitulo 1
Comportamento Humano
O comportamento na perspectiva da Teoria Comportamental é compreendido como 
a relação entre classes de estímulos e classes de respostas do indivíduo, que muda ao 
longo do tempo e que podem ser similares em forma e função em alguns momentos, 
mas nunca iguais. 
Na perspectiva teórica adotada, dois tipos de relações comportamentais são destaques: 
respondentes e operantes, sendo a segunda mais direta com os comportamentos 
complexos que desenvolvemos cotidianamente. 
O comportamento é entendido como evento natural e multideterminado em três 
níveis de variação e seleção: (a) filogenético, (b) ontogenético e (c) cultural. Desse 
ponto de vista, o comportamento não é tomado como produto de um agente 
iniciador e/ou de uma mente não física. (SKINNER, 1998 [1953]; 1999 [1974])
FIGURA 5
Comportamento 
humano
FONTE
Skinner (1998 
[1953]; 1999 [1974]).
 
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Fundamentos da Neuropsicologia Capitulo 1
Nessa relação, o comportamento é aprendido, ampliando o repertório de possibilidades 
e permitindo ao indivíduo alterar o seu entorno e suas relações. Essas alterações são 
tidas como potenciais de aprendizagem, podendo resultar em transformações sociais, 
culturais e tecnológicas.
O comportamento operante é basicamente o que opera no meio e, por consequência, 
pode transformá-lo. É controlado principalmente pela consequência da resposta do 
organismo ao estímulo, no meio. Sua composição abarca três elementos significativos: 
1) estímulo antecedente; 2) resposta e 3) consequência. 
FIGURA 6
Comportamento operante
FONTE
Elaborado pela autora (2019).
 
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Fundamentos da Neuropsicologia Capitulo 1
Ao relacionar aprendizagem e comportamento, chegamos a um ponto fundamental 
no qual a perspectiva comportamental, estímulo, resposta e consequência fazem parte 
da aprendizagem, caso sejam intencionais, como ocorre na escolarização. Assim, há 
necessidade de modelagem desse fluxo.
Esse processo pode ser longo, trabalhoso e variável de sujeito para sujeito, podendo 
ou não resultar em um novo comportamento operante. Portanto, ao conhecer essas 
estruturas iniciais do cérebro e do comportamento humano, podemos avançar para as 
relações entre elas.
Importante
Uma nova consequência resulta em uma mudança de resposta. Assim 
como pode ocorrer a retirada de uma consequência, também ocorre a 
extinção de determinada resposta.
Definição
Modelagem do comportamento – atividade que consiste em manipular 
o ambiente por meio da apresentação de estímulos consequentes 
contingenciais às ocorrências de respostas com o objetivo de 
reforçar classes de respostas que sucessivamente se aproximam 
topograficamente da classe de respostas desejada (ZILIO, 2010, p. 31).. 
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Fundamentos da Neuropsicologia Capitulo 1
Na aprendizagem, a questão está não na quantidade de células nervosas, mas nas 
sinapses que elas estabelecem. 
Falamos também sobre o conceito de plasticidade cerebral, definido como uma 
mudança adaptativa na estrutura e função do sistema nervoso. Essa possibilidade de 
mudança é fundamental no processo de aprendizagem, pois além da funcionalidade 
do cérebro em suas complexidades, aprender é modular, adaptar e conectar, ou seja, 
operar de maneira “plástica” diante dos desafios do mundo. 
Por fim, vimos que o comportamento pode ser compreendido como a relação entre 
classes de estímulos e de respostas dos indivíduos que mudam ao longo do tempo e 
que podem ser similares em forma e função em alguns momentos, mas nunca iguais. 
Em suma, o comportamento segue a seguinte lógica: estímulo, resposta e consequência, 
que são basilares na aprendizagem.
Resumindo
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste item, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que o cérebro é um dos centros nervosos que constituem 
o encéfalo, sendo compreendido como o núcleo da inteligência e da 
aprendizagem. Além disso, ele é o responsável pelas emoções, raciocínio, 
aprendizagem, é a sede das sensações e movimentos voluntários, e tudo 
isso possível graças às suas áreas responsáveis por funções específicas 
e globais. Vimos também que as conexões que as células nervosas 
estabelecem são chamadas de sinapses, e se tornam mais “fortes” e 
complexas à medida que as interações com o meio interno e externo 
acontecem, reguladas pelos neurotransmissores.
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@faculdadelibano_
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Aspectos 
Neuropsicológicos 
e Aprendizagem
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Capitulo 2
Aspectos Neuropsicológicos 
e Aprendizagem
Funções Neurais e Processamento de Informações
Quando falamos da relação função neural e processamento de informação, efetivamente 
contemplamos a relação entre o cérebro e o comportamento. Na perspectiva de 
compreender essa relação complexa e multidisciplinar, vimos que conhecimentos 
básicos da Biologia, da Psicologia, da neurociência e de outras áreas são essenciais, 
afinal cada uma tem sua contribuição e relevância para as análises.
Objetivos
Ao término deste item, você será capaz de entender como funcionam 
as funções neurais e o processamento de informações.Falaremos sobre 
os sistemas cognitivo,conativo e executivo para compreender as ações 
relacionadas à aprendizagem, sejam elas isoladas ou articuladas. Isto 
será fundamental para transpor os conhecimentos teóricos do que 
vimos sobre as funcionalidades do cérebro e comportamento. E então? 
Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante!
Você Sabia?
Há pouco mais de um século, estudos possibilitaram demonstrar 
que os hemisférios cerebrais não possuem a mesma função e que a 
organização do cérebro é semelhante em todos os indivíduos. 
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Aspectos Neuropsicológicos e Aprendizagem Capitulo 2
No processo de aprender, as áreas do cérebro são interdependentes e inter-relacionadas: 
cada parte especializada contribui para o resultado final, ou seja, uma só parte não é 
funcional, pois a desordem também altera o resultado. Dessa forma, a essa característica 
denominamos de ‘sistema funcional’.
A aprendizagem emerge de múltiplas funções, capacidades, faculdades e habilidades 
cognitivas interligadas, sejam de recepção, de integração, de planificação ou, por fim, de 
FIGURA 7
Hemisférios cerebrais
FONTE
Pixabay.
 
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Aspectos Neuropsicológicos e AprendizagemCapitulo 2
Essa tríade representa a interatividade e a indissociabilidade da cognição, da conação 
e da execução, essenciais para que o processo de aprendizagem ocorra e se sustente. 
A este conceito, relacionam-se as seguintes evidências:
Além de processar informação que espelha a sua consciência cognitiva, o 
ser humano sente-a, registra-a, internaliza-a e tem tendências preferenciais, 
emocionais, motivacionais e motoras por ela. É, portanto, possuidor de uma 
consciência conativa [...] e de uma consciência executiva, pois somos a única 
espécie que tem consciência que tem consciência. (FONSECA, 2014, online)
Com base no exposto, podemos entender que é a relação que humaniza o processo 
de aprendizagem, uma vez que na relação entre as três funções emerge a discussão 
de que não é possível esgotar as teorias da aprendizagem no processamento de 
execução ou expressão. Essas funções compõem a Tríade Funcional da Aprendizagem 
Humana, representada na Figura 8: 
FIGURA 7
Hemisférios cerebrais
FONTE
Pixabay.
 
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Aspectos Neuropsicológicos e Aprendizagem Capitulo 2
informação, pois, além disso, também há nesse processo a autopreservação. Em suma, 
a autopreservação está relacionada com o que impede, por exemplo, um sujeito de se 
jogar ao mar mesmo tendo processado a informação de aprender a nadar. 
Neste caso também se executa as habilidades em relação à sensibilidade, personalidade 
e sociabilidade, que são preceitos da conação. 
Funções Cognitivas da Aprendizagem
A cognição, conforme vimos anteriormente, demanda a ativação integrada e coerente 
das ferramentas mentais como a atenção, memória, raciocínio, etc.
Sendo assim, não podemos confundir a cognição com a aprendizagem ou com o 
conhecimento em si, uma vez que ela é o processo que permite conhecer e aprender. 
Essas funções mentais para a cognição operam segundo determinadas propriedades 
fundamentais de maneira colaborativa, interacionista e coesa, resultando em um 
sistema coeso: a cognição.
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Aspectos Neuropsicológicos e Aprendizagem Capitulo 2
De maneira simplificada, podemos dizer que a aprendizagem é uma mudança de 
comportamento decorrente da experiência prolongada, que sequencia operações 
e estágios mentais em outra tríade funcional de cognição. Para que o processo se 
efetive, é necessária a integração dinâmica, coerente e sistêmica das funções de input, 
integração, retenção, planificação e de output, como vimos anteriormente.
 
FIGURA 9
Propriedades fundamentais das 
funções mentais
FONTE
Elaborado pela autora, com 
base em Fonseca (2014).
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Aspectos Neuropsicológicos e Aprendizagem Capitulo 2
Funções Conativas da Aprendizagem
As funções conativas estão relacionadas a aspectos de motivação, emoções, 
temperamento e personalidade e, em termos neurológicos, as funções estão relacionadas 
ao sistema límbico. Devido à importância do sistema límbico neste processo, convém 
conhecermos melhor a sua definição: 
FIGURA 10
Tríade funcional da Cognição
FONTE
Elaborada pela autora (2019).
 
Definição
O Sistema Límbico é o córtex afetivo localizado na região subcortical, 
uma das mais profundas áreas cerebrais. Esse sistema está diretamente 
envolvido nas relações do organismo com a noção de tempo, seja 
imediato, de curto ou longo prazo. Nessa área também há estruturas 
importantes para a memória e a aprendizagem, como a amígdala e o 
hipocampo.
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Aspectos Neuropsicológicos e Aprendizagem Capitulo 2
A conação é o estado de preparação para determinadas tarefas, principalmente para 
aquelas relacionadas aos elementos de sobrevivência, como as ameaças, perigos, 
ansiedade etc. Nesse sentido, assume-se a função de autopreservação, de bem-estar 
e de interação social.
Na aprendizagem, os processos conativos são importantes, pois impactam diretamente 
as funções cognitivas e executivas. 
Como exemplo, podemos citar a situação em que um estudante com baixo desempenho 
é colocado em avaliação, caracterizando assim uma situação de estresse.
A situação em questão pode ter como resultado novos esquemas mentais, que 
possivelmente prejudicam ainda mais as possibilidades de aprendizagem, repercutindo 
no pouco empenho de modificação adaptativa. Ou seja, o seu pensamento seria: “Já sei 
que não consigo, não tenho porque me esforçar”.
Evidentemente que as manifestações comportamentais podem ser diversas e, quase 
sempre, não óbvias. Isto é, existe a possibilidade de que o estudante não venha a 
falar claramente a afirmação do exemplo, porém, seus sinais serão traduzidos em 
comportamentos como: atrapalhar a aula, tornar-se agressivo, entre outras respostas 
ao processo de internalização do estímulo recebido.
Importante
A aprendizagem humana dificilmente decorre numa atmosfera de 
sofrimento emocional, de incompreensão penalizante ou debaixo de 
uma auto representação ou autoestima negativas, exatamente porque 
ela tem, e assume sempre, uma significação afetiva, isto é, conativa 
(FONSECA, 2014, online). 
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Aspectos Neuropsicológicos e Aprendizagem Capitulo 2
As funções conativas assumem, por essa natureza, um papel crucial no processo de 
aprendizagem, uma vez que abarcam elementos de afetividade, que são pontos cruciais 
para esse processo. No entanto, em uma interação constante entre afetivo, cognitivo e 
executivo, a aprendizagem se torna possível.
A explicação da conação pode ser resumida no esquema a seguir, que, além de 
caracterizá-la, destaca a inseparabilidade e irredutibilidade das funções cognitivas, 
conativas e executivas.
FIGURA 11
Funções conativas da aprendizagem 
FONTE
Elaborada pela autora com base em Fonseca (2014).
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Aspectos Neuropsicológicos e Aprendizagem Capitulo 2
Funções Executivas da Aprendizagem
As funções executivas coordenam e integram a tríade neurofuncional da 
aprendizagem e seu centro de atividade está no córtex pré-frontal conectado 
com o córtex associativo posterior, no qual a “recepção” dos estímulos é possível 
em decorrência da estrutura perceptiva e do reconhecimento multissensorial de 
caráter visual, auditivo, tátil e cinestésico. Estes sensores, conectados ao córtex pré-
psicomotor, resultam na planificação, no controle e na execução da motricidade. 
Definição
As funções executivas compreendem a central de expressão do 
comportamento, operando funções de sobrevivência, adaptação e 
aprendizagem.
O estudante é assumido como um ser executivo, ou seja, ao colocar em prática 
as possíveis funções executivas, ele aprende e seu sucesso ou fracasso escolar 
estão diretamente relacionadas com as condições de evocação dessas diversas 
competências, pois o processo de escolarização demanda operacionalização, 
supervisão, coordenação e controle dos processos cognitivos e conativos.
De forma geral, é possível afirmar que as funções executivas “administram e regem” 
os mecanismos de aprendizagem, que podem ser compreendidos como funções 
transversais e atuam no controle e regulação do funcionamento mental. 
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Aspectos Neuropsicológicos e Aprendizagem Capitulo 2
Além de processar informação que espelha a sua consciência cognitiva, o ser humano 
sente, registra, internaliza e tem tendências preferenciais, emocionais, motivacionais 
e motoras por ela. “Portanto, como possuidor de uma consciência conativa [...] e de 
uma consciência executiva, somos a única espécie que tem consciência que tem 
consciência” (FONSECA, 2014, online). 
Esses sistemas operam as funções mentais como propriedades fundamentais que 
se estabelecem de maneira colaborativa, interacionista e coesa, resultando em um 
sistema coeso chamado de cognição ou sistema cognitivo. É esse sistema que permite 
a integração coerente e sistêmica do input,integração, retenção, planificação e do 
output como constituição da aprendizagem. 
Vimos que as funções conativas estão relacionadas à motivação, às emoções, ao 
temperamento e à personalidade e que, em termos neurológicos, estão relacionadas 
ao sistema límbico, sendo assim relacionada ao estado de preparação no qual o 
estudante é assumido como um ser executivo e, ao colocar em prática as possíveis 
funções executivas, ele aprende. 
Resumindo
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste item, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
compreendido a importância da relação cérebro e comportamento 
para a aprendizagem, identificando os elementos complexos e 
multidisciplinares envolvidos nessa ação. Avançamos em direção 
à compreensão de que o aprender só é possível devido ao fato de 
que as áreas do cérebro são interdependentes e interrelacionadas 
e que, apesar de cada parte ser especializada, sua ação contribui 
para o resultado final. Essa relação conjunta é denominada “sistema 
funcional” e reafirma que a aprendizagem emerge de múltiplas funções, 
capacidades, faculdades e habilidades cognitivas interligadas, sejam 
elas de recepção, de integração, de planificação ou de execução ou 
expressão. 
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Aspectos Neuropsicológicos e Aprendizagem Capitulo 2
O seu sucesso ou fracasso escolar está diretamente relacionado às condições de 
evocar essas diversas competências. Por fim, cabe destaque para o fato de que o 
processo de escolarização demanda operacionalização, supervisão, coordenação e 
controle dos processos cognitivos e conativos. 
De forma geral, é possível dizer que as funções executivas “administram e regem” a 
aprendizagem, compreendidas como funções transversais e que atuam no controle 
e regulação do funcionamento mental. Sendo assim, trata-se de sistemas mobilizados 
nos processos de adaptação às novas situações e às situações de rotina, cujo déficit 
ou disfunção se repercute em graus diversos nas outras funções mentais.
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@faculdadelibano_
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Os Aspectos 
Neuropsicológicos 
e as Dificuldades 
de Aprendizagem
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Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Capitulo 3
Os Aspectos 
Neuropsicológicos 
e as Dificuldades de 
Aprendizagem
Transtornos e Distúrbios
O modelo neuropsicológico se estabelece na relação entre as funções neurológicas 
com as funções sociais e comportamentais. 
Ao transpor a discussão para os transtornos e distúrbios, podemos afirmar que esses são 
decorrentes de uma disfunção cerebral específica, que pode ser causada por fatores 
genéticos ou ambientais, ocorridas em determinado momento do desenvolvimento do 
indivíduo e que acabaram por alterar o processo regular do neurodesenvolvimento, 
podendo resultar, consequentemente, em déficits nas funções executivas.
Objetivos
Ao término deste item, você será capaz de entender os aspectos 
neuropsicológicos dos transtornos/distúrbios relacionados à 
aprendizagem. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão, 
pois o processo de investigação necessário para a intervenção requer 
o conhecimento pleno desses conceitos e saberes. E então? Motivado 
para desenvolver esta competência? Avante!.
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Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Os Aspectos Neuropsicológicos e as Dificuldades de Aprendizagem Capitulo 3
A Neuropsicologia explora funções pontuais da mente, que são identificadas em áreas 
e circuitos do cérebro. No entanto, seu centro de análise está no reconhecimento de 
como as estruturas anátomo-funcionais do cérebro, e, em caso de distúrbio, repercutem 
em quadros clínicos.
Dessa maneira, em termos efetivos, a Neuropsicologia permite responder à seguinte 
questão: quais as evidências dessas disfunções para a aprendizagem especificamente 
em cada um dos transtornos que vimos? Seguiremos em busca de elementos para essa 
resposta.
Evidências Neuropsicológicas
Em relação ao Transtorno do Espectro Autista – TEA, em nível cerebral, as pesquisas 
atuais apontam que as pessoas que se encontram no espectro apresentam falhas de 
comunicação entre os neurônios, o que dificulta o processamento de informações.
Essa anomalia está principalmente relacionada ao corpo caloso, a estrutura que conecta 
um hemisfério cerebral ao outro, à amígdala e ao cerebelo.
Acesse
Funcionamento do Cérebro – Minutos psíquicos. Saiba mais sobre 
sinapses e como elas funcionam, assista ao vídeo Funcionamento do 
Cérebro, produzido pelo canal ‘Momentos Psíquicos’ aqui. 
Essa informação é relevante, pois, sabendo que a amígdala é responsável pelo 
comportamento social e emocional e o cerebelo está envolvido diretamente nas 
atividades motoras, a criança com TEA, em diferentes níveis, terá prejuízos nessas 
habilidades e competências. 
https://www.youtube.com/watch?v=bQvYZ0TkHjk
31
Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Os Aspectos Neuropsicológicos e as Dificuldades de Aprendizagem Capitulo 3
Em relação aos neurotransmissores, evidências apontam para prejuízos na serotonina 
e no glutamato. Moraes (2014) aponta um mapeamento consistente dessa estrutura 
cerebral no TEA:
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Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Os Aspectos Neuropsicológicos e as Dificuldades de Aprendizagem Capitulo 3
Em relação aos neurotransmissores, as evidências indicam a excessiva liberação 
de serotonina, oxitocina e vasopressina, que são fundamentais no reconhecimento 
social e também apresentam alterações de funcionamento. Transportando essas 
características para as funções executivas, o déficit está centrado na inibição de 
resposta, no planejamento, na flexibilidade cognitiva e na memória (GOLDBERG et al., 
2005).
Já na relação ao Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade - TDA/H, estudos 
apontam uma hipoatividade frontal que incide em várias regiões do córtex e nas áreas 
relacionadas, indicando que as anomalias funcionais e estruturais estão espalhadas 
por toda a área, abarcando múltiplas estruturas neurais.
Essas evidências apontam que as disfunções interferem nas redes neurais distribuídas 
que sustentam as funções executivas. Como consequência, observamos que crianças 
com TDAH apresentam baixo desempenho na inibição de resposta, em planejamento 
de tarefas e atenção seletiva.
QUADRO 1
Estruturas cerebrais e TEA
FONTE
Elaborado pela autora adaptado de Moraes (2014).
33
Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Os Aspectos Neuropsicológicos e as Dificuldades de Aprendizagem Capitulo 3
No Transtorno Desafiador de Oposição – TDO as evidências apontam que em um grupo 
de controle, crianças com TDO: “tiveram o dobro de probabilidade de gerar soluções 
agressivas aos problemas comparadas a controles” (COY et al., 2005, online). 
Ou seja, assim como no TDAH, essas crianças apresentam dificuldades na regulação 
comportamental e nas condições inibidoras de motivação, porém, sendo uma condição 
específica do TOD, a menor sensibilidade às possibilidades de punição.
Os déficits nas funções executivas no TDO ainda não estão totalmente esclarecidos, 
entretanto, já se afirma que: “os níveis de andrógenos adrenais dos pacientes com 
TDO são mais altos que os dos controles normais ou de crianças com outros diagnósticos 
[...] e os índices medianos de cortisol também foram mais baixos [...]” (MATTOS et al., 2004,
p. 274) nos hormônios que incidem nas neuro transmissões sinápticas.
Acesse
TDA/H e o cérebro - Vídeo educativo que mostra de uma forma simples 
o que acontece no cérebro de uma criança com o transtorno de 
hiperatividade do deficit de atenção (TDAH). Muito conveniente para 
compreender a base da doença e os sintomas que estão associados a 
ela. O vídeo está disponível aqui.
Saiba Mais
Saiba mais sobre o TDO, transtorno infantil caracterizado por 
comportamento desafiador e desobediente a figuras de autoridade. 
Os sintomas podem aparecer em qualquer momento da vida, porém é 
mais comumentre os 6 e 12 anos. A associação com TDAH é frequente 
(50% dos casos) e deve ser observada e investigada em todas estas 
crianças para que sejam tomadas as medidas necessárias, a fim de 
prevenir problemas de aprendizagem e baixo rendimento escolar. Para 
saber mais sobre o assunto, assista a um vídeo sobre o tema aqui. 
https://www.youtube.com/watch?v=do2btp6tYTQ
https://www.youtube.com/watch?v=a4P1IRGFTx4
34
Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Os Aspectos Neuropsicológicos e as Dificuldades de Aprendizagem Capitulo 3
Atualmente, no que se refere aos Transtornos de Aprendizagem, as discussões também 
se centram nos distúrbios, nas neuro transmissões sinápticas, que impactam na forma 
como o estudante irá adquirir, armazenar e evocar as informações necessárias para 
aprender.
Considerando as bases neurofuncionais e os processos psicológicos diretamente ligados 
à aprendizagem, as disfunções podem incidir nos seguintes processos: processamento 
perceptivo, processamento motor, atenção, memória, pensamento e linguagem.
O processamento perceptivo condiz com a recepção e reconhecimento dos objetos e 
estímulos via sentidos. Alterações nas estruturas relacionadas aos processos sensórios-
perceptivos implicaria, consequentemente, alterações ou déficits nessa “leitura” do 
mundo.
• Percepção visual: relacionada à percepção de luz e ausência de luz pelo sistema 
visual. Está diretamente relacionada à percepção espacial.
• Percepção auditiva: percepção de sons pelos ouvidos está intensamente relacionada 
com a percepção temporal. 
• Percepção olfativa: percepção de odores pelo nariz.
• Percepção gustativa: percepção de sabores pela língua.
• Percepção tátil: percepção de objetos e sensações pela pele. É a percepção que 
permite reconhecer a presença ou ausência, forma, tamanho e temperatura.
• Percepção temporal: percepção da duração e passagem do tempo. Não é 
exclusivamente relacionada a um órgão, mas é resultado da articulação da 
percepção de outros órgãos do sentido às potencialidades neurais.
• Percepção espacial: percepção das distâncias entre os objetos. Assim, como a 
percepção temporal, é resultado da articulação da percepção de outros órgãos do 
sentido às potencialidades neurais.
O processamento motor é considerado o produto dos processos de aprendizagem e se 
refere à execução de ações complexas aprendidas durante a vida.
35
Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Os Aspectos Neuropsicológicos e as Dificuldades de Aprendizagem Capitulo 3
A atenção é o pré-requisito básico para a aprendizagem, pois ela resulta na disposição 
neural para a percepção dos estímulos. 
Já a memória pode ser definida como “o processo cognitivo que inclui, consolida e 
recupera toda a informação que aprendemos” (RUSSO, 2018, online).
O pensamento é a capacidade de compreender, formar conceitos e hipóteses e 
organizá-los. E a linguagem é a capacidade de recepção, interpretação e emissão de 
informações, ou seja, trata-se do caráter de expressão e compreensão.
O principal ponto que emerge dos conhecimentos e reflexões aqui propostos se refere 
à maneira como os transtornos e distúrbios afetam estruturas neurais, seja em forma, 
seja em processamento. 
Essas evidências são comprovadas e registradas, ou seja, os transtornos não são uma 
escolha ou um desinteresse por parte daqueles que são acometidos. Sabendo disso, 
abrimos o seguinte questionamento: qual o limite da ação pedagógica?
A resposta pode ser obtida ao se ter ciência de que qualquer intervenção pedagógica 
deve ser articulada e multidisciplinar, pois o déficit decorrente do processo de 
 
FIGURA 12
Cinco sentidos
FONTE
Freepik
36
Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Os Aspectos Neuropsicológicos e as Dificuldades de Aprendizagem Capitulo 3
aprendizagem não implica, apenas, a condição ou proposição do ensino, mas também 
questões reguladas por outras áreas.
Porém, essas evidências com base em laudos e diagnósticos não são fatais, e não 
devemos, enquanto mediadores, conceber a criança com transtorno ou distúrbio como 
incapaz em decorrência de sua condição.
Cabe aos profissionais da área a ação pedagógica adequada para potencializar e 
ampliar as possibilidades de aprendizagem que a criança apresenta, em suas diferentes 
formas. 
37
Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Os Aspectos Neuropsicológicos e as Dificuldades de Aprendizagem Capitulo 3
Resumindo
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que transtornos e distúrbios são decorrentes de uma disfunção 
cerebral específica, que pode ser causada por fatores genéticos ou 
ambientais, ocorridos em determinado momento do desenvolvimento e 
que alteraram o processo regular do neurodesenvolvimento, resultando 
em déficits nas funções executivas. Além disso, aprendemos que a 
Neuropsicologia explora funções pontuais da mente identificadas em 
áreas e circuitos do cérebro, permitindo analisar como as anomalias 
estruturas anátomo-funcionais do cérebro repercutem em quadros 
clínicos. Após isso, avançamos para as evidências neuropsicológicas no 
Transtorno do Espectro Autista – TEA, do Transtorno de Déficit de Atenção/
Hiperatividade - TDA/H, do Transtorno Desafiador de Oposição – TOD e, por 
fim, dos Transtornos de Aprendizagem, em que vimos que as anomalias 
nas bases neurofuncionais e nos processos psicológicos diretamente 
ligados à aprendizagem podem incidir nos seguintes processos: 
processamento perceptivo, processamento motor, atenção, memória, 
pensamento e linguagem. Por fim, vimos que a questão fundamental 
da significância desses saberes é a de que transtornos e distúrbios 
afetam estruturas neurais, seja em forma ou em processamento. Essas 
evidências são comprovadas e registradas, uma vez que os transtornos 
não são uma “escolha ou desinteresse” por parte daqueles que são 
acometidos. 
38
@faculdadelibano_
4
Evidências 
Neurológicas 
na Intervenção 
Psicopedagógica
39
Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Capitulo 4
Evidências Neurológicas 
na Intervenção 
Psicopedagógica
Saberes da Neuropsicologia
Os conhecimentos da Neuropsicologia, todos esses que vimos anteriormente, nos 
permitiram conhecer a estrutura interna dos processos psicológicos e seus processos 
conectivos, possibilitando estabelecer e compreender algumas relações entre as 
funções psicológicas superiores e a aprendizagem.
Objetivos
Ao término deste capítulo, você será capaz de reconhecer os saberes na 
Neuropsicologia e a importância desses na intervenção psicopedagógica, 
percebendo as fronteiras de atuação no que se relaciona à aprendizagem 
e à intervenção. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. 
As pessoas que desconhecem essas relações e suas efetivas atribuições 
podem invadir campos específicos e prejudicar ao invés de potencializar 
a aprendizagem. E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Vamos lá. Avante!.
40
Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Evidências Neurológicas na Intervenção Psicopedagógica Capitulo 4
A Neuropsicologia tem como preocupação reunir amostras das funções mentais 
envolvidas na aprendizagem e sua intrínseca relação com a organização funcional do 
cérebro. A estrutura e o funcionamento diante de qualquer alteração podem resultar 
em uma disfunção ou em transtornos e distúrbios.
A neuropsicologia é fonte de um conhecimento multidisciplinar que tem utilidade 
servindo como subsídio à Medicina, à Psicologia e aos aspectos gerais da docência, 
além de funções especializadas como no caso da Psicopedagogia.
FIGURA 13
Exemplo das funções psicológicas na relação com a aprendizagem
FONTE
Elaborada pela autora (2019).
41
Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Evidências Neurológicas na Intervenção Psicopedagógica Capitulo 4
Ao fornecer subsídios teóricos, a Neuropsicologiapermite que a Psicopedagogia atue 
no processo de ensino-aprendizagem, instrumentalizando os profissionais para proceder 
com avaliações globais desse processo, considerando as funções psicológicas e todo o 
mecanismo neural. 
Intervenção Psicopedagógica
Podemos dividir a Psicopedagogia em três processos: prevenção, diagnóstico e 
intervenção. Apesar de serem processos específicos em determinadas ações, também 
se trata de um conjunto articulado de ações e percepções. 
De acordo com o Código de Ética da Psicopedagogia da Associação Brasileira de 
Psicopedagogia, reformulado pelo Conselho da ABPp, gestão 2011/2013 e aprovado 
em assembleia geral em 5/ de novembro de 2011, é papel do psicopedagogo trabalhar 
no âmbito educacional e clínico com foco no processo de aprendizagem e nas suas 
dificuldades, tendo como objetivos:
• Promover a aprendizagem contribuindo para os processos de inclusão escolar e 
social.
• Compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem.
• Realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia.
• Mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem.
Definição
Psicopedagogia é o campo de estudo que investiga a relação entre o 
desempenho e a aprendizagem formais, intencionais, sistematizadas e 
que, majoritariamente, condizem com o processo de escolarização. 
Através da psicopedagogia, há o avanço para as atitudes e 
comportamento dos estudantes diante do aprender.
42
Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Evidências Neurológicas na Intervenção Psicopedagógica Capitulo 4
Na área da aprendizagem, assim como afirma Weiss (1997), todo o diagnóstico é um 
processo de investigação e uma pesquisa dos motivos do porquê que o estudante 
não consegue avançar nos objetivos esperados. A área é, portanto, centrada no campo 
psicoeducativo (COLL, 1989).
Matteoda et al. (1993) e Perkins (1995) relatam que essas intervenções são de natureza 
diversificada e podem ser sistematizadas nas seguintes categorias:
• Problemática e objeto de intervenção: centradas na qualificação do processo de 
aprendizagem ou na intervenção do problema de aprendizagem evidenciado.
• Destinatários da intervenção: dirigirá aos sujeitos, individualmente ou em grupos, que 
pertençam ao local do contexto, escola, por exemplo.
• Âmbitos de intervenção: contemplam desde o sistema educativo como um todo à 
sala de aula e consultório. São múltiplas e diversas.
• Surgimento da demanda: a demanda de intervenção também é múltipla, podendo 
ser oriunda da família, da instituição ou de outros segmentos relacionais.
• Estratégias de intervenção: consistem em amplo espectro de técnicas e estratégias: 
FIGURA 14
Três processos da Psicopedagogia
FONTE
Elaborado pela autora (2019), com base em imagens recuperadas em Wikimedia Commons, 
Rede Humaniza SUS e Usabilidoido.
 
43
Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Evidências Neurológicas na Intervenção Psicopedagógica Capitulo 4
“[...] entrevistas, coordenação de trabalhos interdisciplinares, grupos terapêuticos, 
técnicas de coleta de dados diagnósticos, estratégias terapêuticas, 
assessoramento e coordenação de projetos educativos institucionais e projetos 
pedagógicos inovadores, entre várias estratégias mais específicas” (Andrade, 2004, 
online).
• Marcos conceituais: suas intervenções são efetivadas perante conhecimentos 
procedentes de diversas áreas e desenvolvimento teórico.
Essas categorias permitem analisar a ação psicopedagógica e articulada com eixos 
conceituais básicos da intervenção psicoeducativa e resultam em um continuum de 
práticas de intervenção. 
Portanto, ao psicopedagogo as palavras de ordem são: diversidade e heterogeneidade 
disciplinar. Dessa forma, apenas com uma vasta compreensão da complexidade 
humana e de seus processos é que é possível interpretar e intervir nos déficits da 
aprendizagem.
QUADRO 2
Eixos conceituais básicos da intervenção psicoeducativa
FONTE
Elaborado pela autora, com base em Coll (1989).
44
Aspectos Neuropsicológicos 
e a Psicopedagogia
Evidências Neurológicas na Intervenção Psicopedagógica Capitulo 4
Resumindo
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido que os conhecimentos da Neuropsicologia permitem 
conhecer a estrutura interna dos processos psicológicos e seus processos 
conectivos, possibilitando estabelecer e compreender algumas relações 
entre as funções psicológicas superiores e a aprendizagem. Você deve 
ter aprendido que, por ter sua preocupação em reunir amostras das 
funções mentais envolvidas na aprendizagem, na intrínseca relação 
com a organização funcional do cérebro, a Neuropsicologia contribui 
para que a Psicopedagogia atue no processo de ensino-aprendizagem, 
instrumentalizando os profissionais para proceder com avaliações 
globais desse processo, considerando as funções psicológicas e todo 
o mecanismo neural. Ao longo da unidade, também evidenciamos 
que, por ser dotado desses saberes, o psicopedagogo pode atuar no 
âmbito educacional e clínico com foco no processo de aprendizagem 
e em suas dificuldades. Por fim, reconhecemos que as palavras de 
ordem no processo de intervenção psicopedagógica são diversidade e 
heterogeneidade disciplinar, pois apenas com uma vasta compreensão 
da complexidade humana e de seus processos é que é possível 
interpretar e intervir nos déficits da aprendizagem. 
45
Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia
Referências
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Autista (TEA)/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de 
Ações Programáticas estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
BRUCATO, A.; ASTORI, M. G.; CIMAZ, R.; VILLA, P.; LI DESTRI, M.; CHIMINI L; VACARI, R.; MUSCARÀ, 
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complete heart block who may or may not be exposed to high-dose dexamethasone in 
utero. Annals of the Rheumatic Diseases, Londres, v. 65, n. 11, p. 1422-1426, 2006.
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DORIA, N. G. D. M.; MARINHO, T. S.; FILHO, U. S. P. O Autismo no enfoque psicanalítico. Psicologia.
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FADDA, G. M. Autismo e o olhar centrado na pessoa. 2013. Monografia (Especialização 
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Mineira de Educação e Cultura, Belo Horizonte, 2013.
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GADIA, C. A.; TUCHMAN, R.; ROTTA, N. T. Autismo e doenças invasivas de desenvolvimento. 
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46
Aspectos Neuropsicológicos e a Psicopedagogia Referências
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VILA, C.; DIOGO, S; SEQUEIRA, S. Autismo e Síndrome de Asperger. Psicologia.pt [online], 1-20, 
2009. 
47
Aspectos 
Neuropsicológicos e a 
Psicopedagogia
Este material aborda a relação entre cérebro, comportamento e 
aprendizagem sob a ótica da neuropsicologia e da 
psicopedagogia.
Oferecemos subsídios para compreender e intervir em 
dificuldades de aprendizagem com base em evidências 
neurológicas.
O Cérebro Humano
Núcleo da Inteligência
O cérebro é o centro vital da nossa capacidade de aprender e 
processar informações.
Áreas Especializadas
Diferentes regiões cerebrais desempenham funções específicas e 
globais no processamento cognitivo.
Células Especializadas
Neurônios e células gliais trabalham em conjunto para garantir o 
funcionamento cerebral adequado.
Conexões Adaptativas
As sinapses se fortalecem com experiências, criando redes neurais 
mais eficientes.
Plasticidade Cerebral
Adaptação Constante
O cérebro se modifica 
continuamente em resposta a 
estímulos e experiências ao longo 
da vida.
Desenvolvimento de 
Competências
A plasticidade é essencial para a 
aquisição de novas habilidades e 
conhecimentos.
Recuperação de Lesões
A capacidade adaptativa permite a 
reorganização das funções após 
danos cerebrais.
Neurotransmissão e Memória
1 Impulsos Elétricos
Sinais elétricos percorrem os dendritos e axônios, 
permitindo a comunicação neural.
2 Neurotransmissores
Substâncias químicas regulam a atividade 
sináptica e a transmissão de informações.
3 Memória de Curto Prazo
Armazenamento temporário que pode se 
consolidar em memória de longo prazo.
4 Consolidação
A formação de novas proteínas altera estruturas 
cerebrais, fixando memórias duradouras.
Comportamento Humano
Nível Filogenético
Comportamentos inatos herdados pela espécie ao longo da 
evolução.
Inclui reflexos básicos e respostas instintivas para sobrevivência.
Nível Ontogenético
Comportamentos desenvolvidos durante o ciclo de vida individual.
Resulta da história pessoal de reforços e punições.
Nível Cultural
Comportamentos adquiridos pela interação social e cultural.
Transmitidos por meio da linguagem e práticas coletivas.
Estímulo, Resposta e Consequência
1 2
34
Estímulo
Evento ambiental que desencadeia 
uma resposta comportamental.
Resposta
Comportamento observável emitido 
pelo indivíduo frente ao estímulo.
Consequência
Resultado que aumenta ou diminui a 
probabilidade de repetição do 
comportamento.
Aprendizagem
Consolidação de comportamentos 
reforçados ou eliminação dos 
punidos.
Funções Neurais e Processamento de 
Informações
Integração Cerebral
A aprendizagem depende da 
coordenação entre diferentes 
áreas e funções do cérebro.
Regiões cerebrais funcionam de 
maneira interdependente, 
formando sistemas funcionais 
complexos.
Abordagem 
Multidisciplinar
A compreensão das funções 
neurais integra conhecimentos da 
biologia, psicologia e neurociência.
Diferentes áreas do conhecimento 
contribuem para a compreensão 
do processo de aprendizagem.
Tríade Funcional
Cognição, conação e execução 
formam os pilares do 
processamento cerebral de 
informações.
Estas três dimensões interagem 
constantemente durante a 
aprendizagem e resolução de 
problemas.
Funções Cognitivas da 
Aprendizagem
Atenção
Capacidade de focar em estímulos 
relevantes e ignorar distratores.
Permite a seleção de informações 
para processamento posterior.
Memória
Armazenamento e recuperação de 
experiências e conhecimentos.
Possibilita a acumulação e 
utilização das aprendizagens.
Linguagem
Sistema simbólico que viabiliza a 
comunicação e organização do 
pensamento.
Fundamental para a expressão e 
compreensão de conceitos 
complexos.
Raciocínio
Processo de elaboração lógica e 
resolução de problemas.
Permite estabelecer relações entre 
diferentes informações e conceitos.
Funções Conativas da Aprendizagem
As funções conativas estão associadas à motivação, emoções e personalidade do aprendiz.
O sistema límbico, especialmente a amígdala e o hipocampo, desempenha papel crucial nas respostas 
emocionais.
A conação prepara o organismo para tarefas essenciais à sobrevivência e bem-estar.
A afetividade interfere diretamente no desempenho das funções cognitivas e executivas.
Repercussões Conativas na Aprendizagem
Estresse e Ansiedade
Emoções negativas 
prejudicam a capacidade de 
concentração e 
armazenamento de 
informações.
Autopercepção
A imagem que o aluno tem 
de si mesmo influencia 
diretamente seu 
desempenho escolar.
Esquemas Mentais
Experiências estressantes 
criam padrões disfuncionais 
de processamento de 
informações.
Integração Constante
Funções cognitivas e conativas interagem continuamente durante o processo de aprendizagem.
Funções Executivas da Aprendizagem
Planejamento 
Estratégico
Capacidade de estabelecer 
metas, organizar etapas e 
prever resultados.
Permite a estruturação do 
estudo e a resolução metódica 
de problemas.
Controle Inibitório
Habilidade de suprimir respostas 
impulsivas e resistir a distrações.
Essencial para manter o foco 
em tarefas prolongadas e 
complexas.
Flexibilidade Cognitiva
Adaptação do pensamento 
frente a novas situações e 
demandas.
Permite a mudança de 
estratégias quando necessário.
Memória Operacional
Sustentação e manipulação mental de informações durante o processamento.
Fundamental para compreensão textual e cálculos matemáticos.
A Aprendizagem como Ação 
Executiva
Supervisão Monitoramento contínuo do próprio desempenho 
durante o processo de aprendizagem
Regulação Ajuste do comportamento e estratégias conforme as 
demandas da tarefa
Adaptação Flexibilidade para modificar abordagens diante de 
obstáculos ou novos desafios
Evocação Capacidade de acessar e aplicar conhecimentos 
prévios em novas situações
O sucesso escolar depende da capacidade de evocar e aplicar 
competências adquiridas.
As funções executivas regem o funcionamento mental especialmente em 
situações novas e desafiadoras.
Transtornos e Distúrbios
1 Fatores Genéticos
Predisposições hereditárias podem influenciar o desenvolvimento neurológico.
2
Fatores Ambientais
Experiências precoces e exposição a estressores impactam a formação 
cerebral.
3
Alterações Neurológicas
Disfunções em áreas específicas do cérebro afetam 
funções cognitivas e comportamentais.
Os transtornos do neurodesenvolvimento resultam de disfunções cerebrais específicas.
A neuropsicologia identifica as alterações funcionais e suas repercussões clínicas.
Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Alterações Neurais
Falhas na comunicação entre áreas 
cerebrais, especialmente no corpo 
caloso, amígdala e cerebelo.
Manifestações 
Comportamentais
Déficits na interação social, 
comunicação e padrões restritos de 
comportamento.
Aspectos Neuroquímicos
Alterações nos níveis de serotonina, 
oxitocina e vasopressina afetam o 
processamento emocional.
TDA/H e Transtorno Desafiador de Oposição
Transtorno de Déficit de 
Atenção/Hiperatividade
Caracterizado por hipoatividade no córtex frontal, 
afetando o controle inibitório.
Compromete a atenção seletiva, causando distração 
e impulsividade.
Manifesta-se em dificuldades para manter o foco e 
concluir tarefas.
Alterações nos níveis de dopamina afetam o sistema 
de recompensa cerebral.
Transtorno Desafiador de Oposição
Marcado por padrão persistente de comportamento 
hostil e desafiador.
Apresenta menor sensibilidade neurológica a puniçõese consequências negativas.
Dificuldades no reconhecimento de expressões 
emocionais dos outros.
Alterações nas redes neurais de controle emocional e 
comportamental.
Transtornos de Aprendizagem
Dislexia
Dificuldade específica na aquisição 
e processamento da leitura.
Alterações nas áreas cerebrais 
responsáveis pelo processamento 
fonológico.
Disgrafia
Comprometimento na habilidade 
de escrita manuscrita.
Afeta a coordenação motora fina e 
a expressão escrita.
Discalculia
Dificuldade na compreensão e 
manipulação de conceitos 
numéricos.
Alterações no sulco intraparietal e 
outras áreas matemáticas do 
cérebro.
Processos Perceptivos na Aprendizagem
A percepção é a base da codificação de estímulos e fundamental para a aprendizagem.
Alterações nos processos perceptivos comprometem significativamente a leitura do mundo.
Cada modalidade sensorial contribui de forma única para a construção do conhecimento.
Regulação Emocional e Intervenção 
Pedagógica
1
Reconhecimento Neurológico
Evidências científicas comprovam a base neurológica dos transtornos de aprendizagem.
2
Compreensão Emocional
Crianças com transtornos não são desinteressadas, mas enfrentam dificuldades reais.
3
Intervenção Intencional
Ações pedagógicas planejadas para atender as necessidades específicas de cada aluno.
4
Abordagem Multidisciplinar
Integração entre profissionais da educação, saúde e família para intervenções efetivas.
Saberes da Neuropsicologia
Conhecimentos 
Psicológicos
Teorias do desenvolvimento 
cognitivo e emocional aplicadas à 
aprendizagem.
Conhecimentos 
Neurológicos
Compreensão do funcionamento 
cerebral e suas implicações no 
comportamento.
Conhecimentos 
Pedagógicos
Estratégias de ensino adaptadas 
às particularidades neurológicas 
do aprendiz.
Conhecimentos Médicos
Aspectos clínicos dos transtornos e 
possibilidades de intervenção 
terapêutica.
Psicopedagogia e Neuropsicologia
Avaliação Psicopedagógica
Processo diagnóstico que identifica 
fatores intervenientes na 
aprendizagem.
Avaliação Neuropsicológica
Investigação das funções cognitivas 
e sua relação com substratos 
neurológicos.
Intervenção Integrada
Abordagem que articula 
conhecimentos de ambas as áreas 
para intervenções eficazes.
Intervenção Psicopedagógica
Contextos de Atuação
A intervenção psicopedagógica pode ocorrer em escolas, consultórios e instituições diversas.
Cada ambiente demanda adaptações específicas na abordagem profissional.
Origem da Demanda
O encaminhamento pode vir da família, escola ou outras instituições.
A compreensão da demanda inicial é essencial para o planejamento adequado.
Instrumentos e Técnicas
Entrevistas, testes padronizados, jogos e atividades específicas compõem o arsenal técnico.
A seleção de instrumentos deve considerar cada caso individualmente.
Marcos Conceituais da Intervenção
1 Mediação
O psicopedagogo atua como ponte entre o 
sujeito e o conhecimento.
Facilita o processo de construção de significados 
e apropriação do saber.
2 Interdisciplinaridade
Integração de conhecimentos de diferentes 
áreas para compreensão global.
Diálogo entre psicologia, pedagogia, 
neurociência e outras disciplinas.
3 Singularidade
Reconhecimento da diversidade e 
heterogeneidade dos processos de 
aprendizagem.
Valorização das características individuais de 
cada aprendiz.
4 Visão Sistêmica
Análise global dos fatores envolvidos nas 
dificuldades de aprendizagem.
Consideração do contexto familiar, escolar e 
social do aprendiz.
Princípios da Ação 
Psicopedagógica
Diagnóstico Investigativo
Processo contínuo de identificação 
das causas subjacentes às 
dificuldades.
Busca compreender os motivos das 
dificuldades e não apenas seus 
sintomas.
Estratégias Personalizadas
Intervenções adequadas à 
realidade neuropsicológica de cada 
estudante.
Flexibilidade para adaptar métodos 
conforme as necessidades 
específicas.
Continuum de Práticas
Intervenção como processo 
articulado e progressivo, não como 
ações isoladas.
Objetivos interligados que 
consideram o desenvolvimento 
global do indivíduo.
Base Científica
Fundamentação em evidências 
neurológicas e psicológicas 
atualizadas.
Constante atualização teórica e 
metodológica do profissional.
Diversidade e Compreensão na Intervenção
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Respeito à Diversidade
Valorização das diferenças como 
parte integrante do processo 
educativo.
Compreensão Neurológica
Entendimento das bases cerebrais 
que sustentam as funções 
cognitivas.
Sensibilidade Emocional
Atenção aos aspectos afetivos 
envolvidos no processo de 
aprendizagem.
Atuação Responsável
Intervenções embasadas 
cientificamente e eticamente 
orientadas.
Conclusão
Bases Neuropsicológicas
Cérebro e comportamento são elementos centrais na compreensão da 
aprendizagem.
Funções Integradas
Funções cognitivas, conativas e executivas operam conjuntamente no 
processo de aprender.
Transtornos e Distúrbios
Alterações no neurodesenvolvimento podem afetar significativamente a 
aprendizagem.
Psicopedagogia em Ação
A intervenção psicopedagógica utiliza conhecimentos neuropsicológicos para 
maior eficácia.
	Fundamentos da Neuropsicologia
	O Cérebro Humano
	Comportamento Humano
	Aspectos Neuropsicológicos e Aprendizagem
	Funções Neurais e Processamento de Informações
	Funções Cognitivas da Aprendizagem
	Funções Conativas da Aprendizagem
	Funções Executivas da Aprendizagem
	Os Aspectos Neuropsicológicos e as Dificuldades de Aprendizagem
	Transtornos e Distúrbios
	Evidências Neuropsicológicas
	Evidências Neurológicas na Intervenção Psicopedagógica
	Saberes da Neuropsicologia
	Intervenção Psicopedagógica
	Referências

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