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Desenvolvimento da oclusão dentária

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As mudanças vividas pela odontologia nas últimas décadas, 
decorrentes da redução drástica na prevalência da doença 
cárie, determinaram um novo papel para os cirurgiões-
-dentistas que se prontificam ao atendimento de crianças 
e adolescentes. O monitoramento do desenvolvimento da 
oclusão dentária, dentro de um programa permanente de 
saúde bucal, faz parte do espectro de responsabilidades 
confiadas a esses profissionais. Tal acompanhamento deve 
contribuir para o desenvolvimento de uma dentadura per-
manente saudável nos aspectos funcionais e estéticos.1
Neste capítulo optou-se por utilizar a classificação da 
biogênese da oclusão dentária em três momentos distin-
tos: as dentaduras decídua, mista e permanente. Tal no-
menclatura é de uso simples pelos clínicos, permitindo uma 
boa comunicação entre os profissionais e o núcleo familiar 
no dia a dia. Para as fases de dentaduras decídua e mista 
adotaram-se, ainda, algumas subdivisões, para facilitar o 
entendimento.
Antes de iniciar a descrição das características de nor-
malidade no desenvolvimento da oclusão dentária, faz-se 
necessária a diferenciação dos termos dentição e denta-
dura, usados muitas vezes de maneira incorreta. Os seres 
humanos são difiodontes, ou seja, têm duas dentições: uma 
decídua e outra permanente. Entretanto, durante o proces-
so de maturação, passamos por diversos estágios de de-
senvolvimento da oclusão, que vão determinando diferentes 
dentaduras: decídua, mista e permanente. Assim, o termo 
dentição deve ser empregado para designar os dois tipos 
de dentes, enquanto o termo dentadura indica o conjunto 
de dentes dentro de suas bases ósseas.1
DENTADURA DECÍDUA
Para um melhor entendimento do desenvolvimento da den-
tadura decídua, que acontece desde o nascimento até o 
período imediatamente anterior à erupção do primeiro dente 
permanente, este assunto será apresentado em três está-
gios: pré-dental, erupção dos dentes decíduos e dentadura 
decídua madura.1
Pré-dental
Também conhecido como período dos roletes gengivais, 
caracteriza-se pelos abaulamentos gengivais espessos e 
segmentados que indicam o local de desenvolvimento dos 
germes dentários. A arcada superior apresenta formato de 
ferradura e se encontra posicionada anteriormente à arca-
da inferior, mais estreita e em forma de U. Não existe uma 
padronização ou relação fixa entre maxila e mandíbula, mas 
geralmente se observam contatos entre os roletes gengi-
vais posteriores e o espaçamento entre os arcos anteriores 
(Figura 4-1).2 A relação entre mandíbula e maxila observa-
da neste período não é preditiva de alterações ósseas ou 
oclusais futuras.2 Entretanto, deve-se enfatizar que a ama-
mentação desenvolve importante papel no crescimento e 
desenvolvimento dessas estruturas.3
Ao nascimento, os dentes decíduos se encontram api-
nhados em suas bases ósseas. Porém, no primeiro semes-
tre de vida, ocorre um extenso crescimento da mandíbula 
Desenvolvimento da oclusão dentária
Bernardo Quiroga Souki
Cybelle Luisa Pereira
Izabella Lucas Abreu Lima
Daniel Santos Fonseca Figueiredo
CAPÍTULO 4
FIGURA 4-1 Visão lateral dos roletes gengivais. Observa-se con-
tato dos roletes posteriores e espaçamento entre os arcos ante-
riores. Observa-se, ainda, o posicionamento anterior da maxila 
em relação à mandíbula. Fonte: Toledo.4
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34 JORGE ABRÃO E COLABORADORES
e da maxila, tanto no sentido transversal (sutura palatina 
mediana e sínfise mandibular) quanto no sagital. Esse cres-
cimento, na maioria dos casos, é suficiente para que a erup-
ção dos dentes decíduos ocorra sem apinhamento.2,5
Ocasionalmente, observa-se a presença de dentes na-
tais (presentes ao nascimento) ou neonatais (irrompem até 
30 dias após o nascimento). Nesses casos, cabe ao odon-
topediatra e/ou ao pediatra definirem a melhor conduta a 
ser tomada.6,7
Erupção dos dentes decíduos
A erupção dos dentes decíduos inicia-se, geralmente, seis 
meses após o nascimento da criança. Quase sempre os pri-
meiros dentes decíduos a irromper são os incisivos centrais 
inferiores e, antes dos 3 anos de idade, todos os dentes de-
cíduos já se encontram irrompidos.2 A cronologia da erupção 
é muito variável e parece haver uma tendência à precocidade 
na transição entre dentadura decídua e mista em crianças 
com padrões eruptivos precoces dos dentes decíduos.8
A sequência de erupção também é bastante variável, e 
essa variabilidade costuma não causar nenhuma alteração 
no desenvolvimento da oclusão. Apesar de serem muito ra-
ras nessa etapa do desenvolvimento, deve-se ficar atento à 
erupção ectópica e à impacção dental. A sequência erupti-
va mais observada é: I, II, IV, III e V.1
O desenvolvimento da dentadura decídua pode ser di-
vidido em quatro fases distintas, com características bem 
peculiares: erupção dos incisivos, erupção e intercuspida-
ção dos primeiros molares, erupção dos caninos, erupção 
dos segundos molares.
Fase I – Erupção dos incisivos
Caracteriza-se por uma sobremordida acentuada, causada 
pela ausência dos dentes posteriores. Além disso, a fossa ar-
ticular praticamente inexistente e o côndilo mandibular pouco 
desenvolvido permitem amplas excursões mandibulares.1,9
Fase II – Erupção e intercuspidação dos primeiros molares
Nesse momento ocorre o primeiro ganho de dimensão ver-
tical de oclusão (DVO) e, consequentemente, observa-se 
uma redução da sobremordida. Essa fase se caracteriza 
pela estabilidade dos arcos dentários nos sentidos trans-
versal e sagital.5
Fase III – Erupção dos caninos
Observa-se o estabelecimento e a manutenção dos espa-
ços primatas entre os caninos e os incisivos laterais supe-
riores e entre os caninos e os primeiros molares inferiores.
Fase IV – Erupção dos segundos molares
Caracteriza-se pela consolidação do primeiro ganho de 
DVO e pela aquisição de maturidade oclusal. Essa condi-
ção se manterá estável até a erupção dos primeiros dentes 
permanentes, exceto nas situações onde fatores etiológicos 
extremos possam estar presentes.
Em 1950, Baume10 descreveu dois tipos de arcos den-
tários decíduos. No arco do tipo I existem diastemas gene-
ralizados e no arco do tipo II, nenhum espaçamento inter-
dentário, apenas o espaço primata pode ser identificado. 
Os dois tipos de relação dentoalveolar descritos por Bau-
me são considerados normais. Porém, incisivos alinhados 
e sem diastemas têm 75% de chance de se apresentarem 
apinhados no futuro.11 É importante salientar que é possí-
vel haver, em uma mesma criança, um arco tipo I em uma 
arcada dentária, enquanto a outra é do tipo II (Figura 4-2).
O espaço primata independe do tipo de arco (I ou II 
de Baume) e está localizado mesialmente aos caninos decí-
duos no arco superior e distalmente aos caninos decíduos 
no arco inferior (Figura 4-2). Seu tamanho pode variar em 
um mesmo indivíduo e entre diferentes indivíduos. Em um 
estudo conduzido com 350 crianças brasileiras, os espaços 
primatas foram mais prevalentes na maxila (97%) do que na 
mandíbula (78%).12
Os dentes decíduos encontram-se verticalizados em 
suas bases ósseas e a angulação interincisivos está próxima 
Arco tipo I de Baume
Arco tipo II de Baume
FIGURA 4-2 Arcos de Baume. Tipo I – apresenta diastemas ge-
neralizados entre os incisivos (•), além dos espaços primatas (*). 
Tipo II – não apresenta espaçamento dentário, apenas os espa-
ços primatas podem estar presentes.
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MANUAL DE ORTODONTIA PREVENTIVA 35
dos 180°. Na região posterior não se observa curva de Wilson 
nem de Spee (Figura 4-3).5
No plano sagital, o engrenamento dentário ideal ocorre 
quando o longo eixo dos caninos decíduos superiores oclui 
na ameia interproximal dos primeiros molares e dos caninos 
decíduosinferiores (Figura 4-3). Essa relação é classificada 
como normo-oclusão e pode ser encontrada em 60% das 
crianças brasileiras.13 Na região anterior, um trespasse hori-
zontal de 0-3 mm é considerado normal.
Transversalmente, as cúspides palatinas dos molares 
decíduos superiores ocluem nas fossas centrais dos seus 
antagonistas, enquanto as superfícies palatinas dos cani-
nos decíduos superiores estão em contato com a superfície 
vestibular dos caninos e dos primeiros molares decíduos 
inferiores (Figura 4-3).
No aspecto vertical, um trespasse vertical de até 2/3 de 
cobertura incisal pode ser considerado normal (Figura 4-3).
É importante destacar que há uma baixa incidência 
de todas essas características ideais identificáveis em uma 
mesma criança. As características mais comumente encon-
tradas são os diastemas interincisivos e a variabilidade nos 
trespasses vertical e horizontal.14
Dentadura decídua madura
Dos 2,5 aos 5 anos de idade, durante a maturidade da den-
tadura decídua, ocorrem poucas alterações dimensionais 
nos arcos dentários.5 Entretanto, algumas mudanças po-
dem acontecer nesse estágio. Destacam-se:
 • Pequena migração mesial fisiológica dos segundos mo-
lares decíduos (principalmente os inferiores), causada 
pela movimentação pré-eruptiva dos primeiros molares 
permanentes. Tal fato favorece a diminuição dos dias-
temas entre os molares decíduos. Consequentemente, 
pode ser observada uma diminuição do perímetro e do 
comprimento da arcada.
 • Desgaste oclusal por abrasão mecânica e crescimento 
mandibular podem levar a uma relação dentária anterior 
de topo e a uma alteração do engrenamento sagital.
 • Desgaste interproximal ou perda prematura dos dentes 
decíduos (lesões cariosas, restaurações insatisfatórias, 
extrações precoces) também podem causar uma alte-
ração da relação sagital e vertical interarcos.
 • Alteração positiva ou negativa das distâncias interca-
ninos e intermolares. As alterações variam de acordo 
com o gênero e o tipo de arco dentário.15
 • Fatores ambientais (p. ex., sucção digital, interposição 
lingual) podem causar mordidas cruzadas posteriores 
e/ou mordida aberta anterior. Os hábitos deletérios 
que persistem após os 4 anos de idade têm maior 
chance de causar danos oclusais irreversíveis espon-
taneamente.16
DENTADURA MISTA
A fase de dentadura mista é caracterizada pela presença 
tanto de dentes decíduos quanto de dentes permanentes 
na cavidade oral.2,5,17 A substituição dos dentes decíduos 
pelos permanentes acontece ao longo dos anos, em pe-
ríodos distintos. Existem diversas formas de se classificar 
e estudar a evolução da dentadura mista. Neste capítulo 
está sendo adotada a classificação proposta por van der 
Linden,5 na qual três períodos são identificados.No primeiro 
período transitório os incisivos são trocados. No segundo 
período transitório os caninos e os molares decíduos são 
substituídos pelos seus sucessores. Entre eles está o pe-
ríodo intertransitório.
Primeiro período transitório (erupção dos 
primeiros molares e dos incisivos permanentes)
Os dentes permanentes iniciam a fase pré-eruptiva após a 
formação completa da coroa, tendo entre 2 e 5 anos para 
Sagital
Transversal
Vertical
FIGURA 4-3 Oclusão ideal da dentadura decídua nas visões sa-
gital, transversal e vertical. Observe: chave de caninos decíduos 
(sagital); dentes decíduos verticalizados em suas bases ósseas, 
ausência das curvas de Spee e Wilson (transversal) e trespasse 
vertical dos incisivos de 1/3 a 1/2 de coroa.
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36 JORGE ABRÃO E COLABORADORES
alcançar a crista alveolar e mais 1-2 para chegar à oclusão.2 
Nessa fase pré-eruptiva os germes dos dentes permanen-
tes movimentam-se dentro do osso, para fora, para cima e 
para baixo, à medida que os maxilares crescem em altura, 
largura e comprimento.18 Um dente permanente começa 
seu movimento de erupção após 1/4 do comprimento to-
tal de sua raiz ter sido alcançado.5 Variações na sequência 
de erupção dos dentes permanentes são comuns, mas, em 
geral, a erupção dos dentes permanentes inferiores antece-
de a dos dentes superiores.5
A transição da dentadura decídua para a permanente 
começa por volta dos 6 anos de idade, geralmente com a 
erupção dos primeiros molares permanentes, seguidos pe-
los incisivos permanentes.2,5,17 No entanto, não é incomum 
a erupção dos incisivos inferiores permanentes antes dos 
primeiros molares permanentes.
Esses dentes normalmente erupcionam ao mesmo 
tempo, podendo ocorrer uma variação normal na sequência 
de aparecimento na cavidade bucal, sendo que normalmen-
te o molar inferior precede o molar superior.17
O processo de remodelação óssea na região poste-
rior dos arcos dentários, responsável por um crescimento 
prévio, proporciona espaço para a erupção dos primeiros 
molares permanentes. Os primeiros molares permanentes, 
tanto superiores quanto inferiores, têm uma orientação de 
erupção perpendicular ao plano oclusal, tanto no sentido 
mesiodistal quanto no vestibulolingual.5 Entretanto, a traje-
tória de erupção intraóssea desses dentes é distinta. En-
quanto os molares superiores têm inicialmente a sua coroa 
voltada para distal, e durante os movimentos eruptivos ela 
gira em torno do próprio eixo, buscando o seu posiciona-
mento na cavidade oral, os molares inferiores têm a sua co-
roa inclinada para mesial.19
A relação anteroposterior entre os primeiros molares 
permanentes antagonistas, após a erupção completa, de-
pende de suas posições previamente ocupadas no interior 
dos arcos, das relações sagitais entre as bases ósseas (ma-
xila e mandíbula) e das proporções coronárias mesiodistais 
dos molares decíduos superiores e inferiores.5 Assim, a 
relação oclusal inicial dos primeiros molares permanentes 
também está diretamente relacionada ao posicionamento e 
ao tamanho dos segundos molares decíduos.2 Estando as 
bases ósseas (maxila e mandíbula) bem posicionadas, se 
as dimensões mesiodistais dos segundos molares decíduos 
inferiores e superiores forem normais, esses dentes terão as 
superfícies distais alinhadas em plano terminal reto, e assim 
os primeiros molares permanentes irão assumir uma posi-
ção de topo ao entrar em erupção.20 Nesse caso, a fim de 
estabelecer uma adequada chave de molares (relação de 
Classe I), faz-se necessário um movimento mesial do pri-
meiro molar permanente inferior. Tal ajuste pode ser con-
seguido por meio de dois mecanismos: 1) deslocamento 
mesial precoce dos dentes inferiores posteriores determi-
nando o fechamento do espaço primata; 2) deslocamento 
mesial tardio do primeiro molar permanente inferior duran-
te o segundo período transitório, após a esfoliação do se-
gundo molar decíduo inferior, no “Espaço E” (Figura 4-4). 
Ocasionalmente, pode ocorrer um degrau mesial na distal 
dos segundos molares decíduos; nesse caso, os primeiros 
molares permanentes terão uma tendência de erupção em 
uma relação de Classe III (Figura 4-4). Uma situação con-
trária seria a presença de um degrau distal posterior aos 
segundos molares decíduos, levando os primeiros molares 
permanentes a uma erupção em relação de Classe II (Fi-
gura 4-4). Entretanto, deve ser ressaltado que todas essas 
características da dentadura decídua, que influenciam o 
estabelecimento da oclusão posterior, podem ser significa-
tivamente influenciadas pelo crescimento maxilar e mandi-
bular que ocorre durante esse período.2,17 Além do diâmetro 
mesiodistal dos molares decíduos, a relação sagital dos pri-
meiros molares permanentes também pode ser influenciada 
por molares decíduos perdidos precocemente ou por di-
mensões mesiodistais de suas coroas reduzidas por lesões 
de cárie.5
A transição dos incisivos é um processo complexo. 
A perda de um dente decíduo ocorre pela reabsorção 
de sua raize, em menor extensão, pela redução do osso 
que circunda cervicalmente tal raiz. Ambos os processos 
começam bastante cedo. Durante a erupção dos dentes 
permanentes, após a esfoliação dos antecessores, o pro-
cesso alveolar que envolverá suas raízes é gradualmente 
reposto.5
Os incisivos centrais superiores irrompem geralmente 
um ano depois dos incisivos centrais inferiores. Todavia, tal 
erupção acontece pouco tempo após o aparecimento dos 
incisivos laterais inferiores na cavidade bucal.17 Por volta 
dos 8 anos de idade, ocorre a erupção dos incisivos laterais 
superiores permanentes. A localização dos incisivos e dos 
caninos permanentes em formação no interior dos arcos é 
determinada pelo tamanho da região que esses dentes ocu-
pam e pelas dimensões de suas coroas.5
O diâmetro mesiodistal dos incisivos permanentes é 
maior do que o diâmetro mesiodistal dos dentes decíduos 
antecessores em ~5 mm no arco inferior e 7 mm no arco 
superior. O espaço para o posicionamento adequado dos 
incisivos no arco é conseguido por alguns mecanismos: 1) 
consumo do espaço presente entre os incisivos decíduos; 
2) posicionamento mais labial durante a erupção dos inci-
sivos permanentes (especialmente na maxila), ocupando 
um perímetro maior no arco; 3) distalização dos caninos 
decíduos durante a erupção dos incisivos permanentes; 4) 
aumento da dimensão transversal dos arcos na região dos 
caninos (distância intercaninos).2
A erupção completa dos quatro incisivos superiores e 
inferiores, bem como dos primeiros molares permanentes, 
marca o final do primeiro período transitório. Geralmente, 
nos 18-24 meses subsequentes, haverá uma pausa no 
aparecimento de dentes permanentes na cavidade bucal. 
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MANUAL DE ORTODONTIA PREVENTIVA 37
Todavia, o processo de rizogênese dos dentes permanentes 
(tanto daqueles que já irromperam, como dos ainda intraós-
seos) e de rizólise dos dentes decíduos continua ativo.
Período intertransitório
Durante este período, que normalmente acontece entre os 
9-10 anos de idade, não ocorre a erupção de qualquer den-
te permanente.17 Os incisivos superiores estão inclinados 
labialmente e diastemas entre eles se fazem presentes. No 
arco inferior os incisivos estão menos inclinados e raramen-
te existe diastema entre eles.5 Diante da discrepância nega-
tiva de espaço entre os diâmetros mesiodistais dos incisivos 
decíduos e permanentes, é normal que haja um desalinha-
mento dentário na região anteroinferior mesmo existindo os 
mecanismos compensatórios descritos anteriormente. A 
Degrau
mesial
Classe III
Classe I
Classe I
Classe II
Ajuste tardio
Espaço primata
E
E
E E D C
CDE
Plano terminal reto
Plano
terminal
reto
Degrau
distal
E
E
E
6
6 6
6
6
6
6
6
“Espaço E’’
(maior na mandíbula)
5
5 4
4
3
3
6
6
6
Ajuste precoce
6
E
E D
D
C
C
FIGURA 4-4 Ajuste mais provável da relação dos primeiros molares permanentes de acordo com a relação dos segundos molares de-
cíduos. O degrau mesial tende a evoluir para uma relação molar de Classe III. O degrau distal tende a evoluir para uma relação molar de 
Classe II. O plano terminal reto evolui para uma relação de primeiros molares permanentes de topo em um primeiro momento (Classe 
II); entretanto, dois mecanismos de ajuste podem fazer com que esses dentes se engrenem em Classe I. Pode haver um deslocamento 
mesial precoce dos dentes inferiores posteriores por meio da ocupação do diastema primata, bem como um deslocamento mesial 
tardio por ocupação do “Espaço E”.
Abrao_cap_04.indd 37Abrao_cap_04.indd 37 26/09/13 11:3626/09/13 11:36
38 JORGE ABRÃO E COLABORADORES
acomodação dos incisivos inferiores sobre o rebordo, mes-
mo com alguma giroversão, é aspecto de normalidade.
Os dentes decíduos na região posterior, ainda presen-
tes, podem estar desgastados pela atrição das superfícies 
adjacentes durante a função, bem como pela ação de bru-
xismo, que muitas vezes está presente durante esse estágio 
de vida das crianças.21
Nesse período é marcante o posicionamento anties-
tético, porém fisiológico, dos incisivos superiores perma-
nentes (período do “patinho feio”). Tal aspecto fisiológico 
se dá pela pressão dos germes dos caninos permanentes 
superiores nas raízes dos incisivos laterais permanentes 
adjacentes, causando uma convergência de suas raízes e 
uma divergência e vestibularização das coroas dos incisivos 
permanentes (Figura 4-5).2,5,17 Com a erupção dos caninos, 
a pressão é transferida da região apical dos incisivos para 
a região das coroas, melhorando sua inclinação e fechando 
o diastema.2,17
Segundo período transitório (erupção dos 
pré-molares, caninos e segundos molares 
permanentes)
A segunda parte do desenvolvimento da oclusão é caracte-
rizada pela erupção dos pré-molares, dos caninos e dos se-
gundos molares permanentes,2,17 iniciando-se normalmente 
entre 10 e 12 anos de idade. A sequência de erupção mais 
frequente dos dentes permanentes, na região posterior da 
mandíbula, é: canino, primeiro pré-molar, segundo pré-mo-
lar e segundos molares. Na maxila, a sequência geralmente 
é: primeiro pré-molar, segundo pré-molar e caninos simulta-
neamente aos segundos molares. Como consequência, os 
segundos pré-molares inferiores e os caninos permanentes 
superiores são os dentes mais suscetíveis à impacção e à 
falta de espaço para os mesmos.
A diferença entre a largura mesiodistal das cúspides dos 
molares decíduos e a de seus sucessores permanentes é 
chamada de Leeway space. Segundo Nance,22,23 essa dife-
rença é de 1,7 mm, em média, na mandíbula e 0,9 mm na 
maxila, em cada quadrante. No entanto, essa medida varia 
consideravelmente e deve ser analisada para cada criança. 
A maior discrepância positiva de diâmetros mesiodistais en-
tre dentes decíduos e permanentes acontece na região dos 
segundos molares decíduos/segundos pré-molares,17 sendo 
esta “sobra” deixada quando da esfoliação do segundo pré-
-molar, batizada por Gianelly24 como “Espaço E” (Figura 4-6).
O alinhamento adequado dos dentes posteriores per-
manentes em cada quadrante depende de variados fatores, 
como: a) quantidade de “Espaço E”; b) invasão dos incisi-
vos permanentes no espaço destinado aos caninos perma-
nentes; e c) movimentação fisiológica mesial dos molares 
permanentes.2
A parte final desta fase do desenvolvimento ocorre com 
a erupção dos segundos molares permanentes, geralmen-
te por volta dos 12 anos de idade. Na maioria dos casos, 
os segundos molares permanentes erupcionam depois que 
todos os dentes decíduos tenham se esfoliado e sido subs-
tituídos. Contudo, em alguns casos, os segundos molares 
permanentes erupcionam enquanto os segundos molares 
decíduos ainda estão presentes na cavidade bucal.5
A erupção dos segundos molares permanentes está 
frequentemente associada a uma redução do comprimen-
to do arco, favorecendo um agravamento do apinhamento 
na região dos incisivos inferiores.25 Caso esses dentes na 
mandíbula erupcionem precocemente (antes da erupção 
dos caninos e dos pré-molares), isso pode resultar em uma 
redução considerável do perímetro do arco e levar a um api-
nhamento na região dos pré-molares. Ocasionalmente pode 
ocorrer uma falta de espaço na região posterior dos arcos, 
levando à impacção dos segundos molares permanentes.2
FIGURA 4-5 Fase do “patinho feio”, caracterizada pela angula-
ção distal das coroas dos incisivos em função do posicionamen-
to das coroas dos caninos superiores.
~ 0,9 mm
~ 1,7 mm
FIGURA 4-6 “Espaço E” decorrente da diferença de diâmetro 
mesiodistal dos segundos molares decíduos e segundos pré-mo-
lares. No arco superior esta “sobra” é de ~0,9 mm, enquanto no 
arco inferior estima-se que seja de ~1,7 mm por quadrante.Abrao_cap_04.indd 38Abrao_cap_04.indd 38 26/09/13 11:3626/09/13 11:36
MANUAL DE ORTODONTIA PREVENTIVA 39
DENTADURA PERMANENTE
Com a esfoliação do último dente decíduo, inicia-se a fase 
de dentadura permanente. Considera-se a dentadura per-
manente completa somente após a intercuspidação dos 28 
dentes permanentes (exceção aos terceiros molares), por 
volta dos 12-13 anos de idade. O formato dos arcos, bem 
como o alinhamento das coroas dentárias, é afetado pelo 
equilíbrio muscular do sistema estomatognático. A pressão 
dos lábios, das bochechas e da língua tem grande influência 
na posição final dos dentes.5 Apesar de as forças musculares 
muitas vezes serem de baixa intensidade, a frequência e a 
duração são suficientes para a modelagem óssea, especial-
mente diante de fatores morfogenéticos predisponentes.5,17 
As raízes dentárias são distribuídas pelo espaço disponível 
no interior dos ossos maxilar e mandibular, sendo que a posi-
ção final dos ápices é determinada principalmente pela mor-
fologia dos maxilares e pelo espaço neles existente.5
Oclusão normal versus oclusão ideal
A palavra “normal” implica variações em torno de um va-
lor médio, enquanto “ideal” denota um objetivo que reúne 
todas as perfeições concebíveis. Uma oclusão pode ser 
considerada como normal quando todos os dentes estão 
presentes ocluem de maneira estável, saudável e agradável, 
mas com variações nas posições dentro dos limites acei-
táveis.20 A oclusão ideal seria a oclusão perfeita. Talvez ela 
não exista na prática, mas o dentista deve ter um padrão 
ideal em mente, mesmo que nunca seja atingido.20
Os ortodontistas tiveram por mais de um século uma 
referência para a avaliação da “normalidade” da oclusão na 
fase de dentadura permanente. De acordo com Edward H. 
Angle,26 uma oclusão é normal quando a cúspide mesioves-
tibular do primeiro molar superior permanente oclui no sulco 
mesiovestibular do primeiro molar inferior permanente, e os 
demais dentes do arco estão alinhados. Entretanto, por se 
basear essencialmente na relação anteroposterior dos pri-
meiros molares permanentes, a classificação de Angle tem 
recebido críticas ao longo dos anos. Ainda assim, a essência 
da ideologia dessa classificação prevalece na ortodontia.
Décadas mais tarde, em busca do aprimoramento das 
características de normalidade da oclusão, Andrews estu-
dou as características comuns de indivíduos com padrão 
oclusal considerado normal, sendo então identificados seis 
parâmetros (“chaves”, em sua definição).27 Assim, foram 
descritas as características fundamentais de uma oclusão 
dentária sob o ponto de vista morfológico, servindo também 
como guia para a finalização adequada dos tratamentos or-
todônticos. As seis “chaves” são:
 1. Relação molar: a vertente distal da cúspide distovesti-
bular do primeiro molar permanente superior deve ocluir 
com a superfície mesial da cúspide mesiovestibular do 
segundo molar inferior permanente. Essa descrição da 
relação molar é diferente da tradicional, proposta por 
Edward H. Angle. De acordo com Andrews,27 é possível 
a cúspide mesiovestibular do molar permanente supe-
rior ocluir no sulco mesiovestibular do molar permanen-
te inferior (como descrito por Angle)26 e, ainda assim, 
haver uma relação inadequada dos molares (Figura 4-7).
 2. Angulação dentária: refere-se à angulação da coroa no 
sentido mesiodistal. A região cervical do longo eixo de-
veria estar distal à região incisal do dente (Figura 4-8). 
a b c
FIGURA 4-7 (a) Primeiros molares permanentes em relação de 
Classe I de Angle, porém com posicionamento inadequado do 
segundo pré-molar em função da inadequação da inclinação da 
coroa do molar superior de acordo com a primeira “chave de 
oclusão” de Andrews. (b) Melhora na inclinação do primeiro molar 
superior. (c) Relação molar adequada permitindo o ajuste sagital 
do segundo pré-molar. Fonte: Adaptada de Andrews.27
Angulação de coroa
5o
90o
Mesial Distal
Incisivo central superior esquerdo
FIGURA 4-8 Angulação da coroa. Longo eixo da coroa medi-
do a partir de uma linha perpendicular ao plano oclusal. Fonte: 
Adaptada de Andrews.27
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A oclusão normal é dependente da angulação dentária, 
especialmente dos dentes anteriores superiores, uma 
vez que eles têm as coroas mais longas. Basta lembrar 
que um retângulo ocupa mais espaço quando inclinado 
do que quando em posição vertical. A quantidade de 
angulação mesiodistal ajuda a definir a quantidade de 
espaço que esses dentes vão requerer, influenciando 
tanto na oclusão posterior como na estética anterior.
 3. Inclinação dentária: refere-se à inclinação vestibulolin-
gual do longo eixo da coroa. Essas inclinações apre-
sentam diferenças peculiares em relação à região na 
arcada. Nos dentes anteriores, a inclinação dos inci-
sivos superiores e inferiores deve ser suficiente para 
evitar sua sobre-erupção dentária. Além disso, deve 
ser também suficiente para permitir um adequado con-
tato oclusal entre os dentes posteriores (Figuras 4-9 e 
4-10). Nos dentes posteriores superiores (caninos até 
molares), a inclinação é lingual de coroa, sendo simi-
lar de caninos até segundos pré-molares, e levemente 
mais aumentada nos molares. Nos dentes posteriores 
inferiores (caninos até molares), a inclinação lingual da 
coroa aumenta progressivamente dos caninos até os 
segundos molares.
 4. Ausência de rotações dentais: as rotações podem 
modificar a harmonia do arco. Um molar girado, por 
exemplo, geralmente ocupa um espaço maior do que o 
normal (Figura 4-11), causando uma falta de engrena-
mento correto entre os dentes superiores e inferiores.
FIGURA 4-9 A inclinação da coroa é deter-
minada pelo ângulo resultante entre uma linha 
perpendicular ao plano oclusal e uma linha 
tangente à vestibular da coroa clínica. Em (a), 
mostrando inclinação de +7o. Em (b), inclinação 
de –7o. Fonte: Adaptada de Andrews.27
+7o
90o 90o
–7oTorque de coroa
Plano oclusal
Visão distal
Incisivo central superior esquerdo
a b
FIGURA 4-10 (a) Inclinação inadequada dos incisivos ocasio-
nando falta de engrenamento na região posterior. (b) Quando 
os dentes anteriores estão adequadamente inclinados, os pontos 
de contato se deslocam distalmente, permitindo uma oclusão 
normal. Fonte: Adaptada de Andrews.27
–10o
–10o
+7o
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MANUAL DE ORTODONTIA PREVENTIVA 41
 5. Pontos de contato justos: não deve haver espaçamen-
to interdental.
 6. Curva de Spee: deve ser suave ou inexistente.
Mudanças dimensionais no arco durante a fase 
de dentadura permanente
Os arcos dentários não permanecem estáticos ao longo 
da vida. Estudos longitudinais mostraram que, mesmo em 
indivíduos que não realizaram tratamento ortodôntico, al-
gumas mudanças dimensionais são observadas.28,29 Exis-
te uma tendência de diminuição espontânea da distância 
intercaninos e do comprimento do arco mandibular com o 
passar dos anos, bem como um aumento da irregularidade 
no posicionamento dos incisivos inferiores. Essas mudan-
ças ocorrem em maior quantidade nos indivíduos do sexo 
feminino. Em relação à sobremordida, à sobressaliência e à 
distância intermolares, as alterações são mínimas. Entretan-
to, as mudanças dimensionais, em um nível individual, são 
variáveis e de difícil previsão.
O desenvolvimento do terceiro molar
Apesar de atualmente a presença do terceiro molar não ser 
essencial para classificarmos a fase de dentadura perma-
nente como madura, pode-se considerar que a eventual 
erupção do terceiro molar faz parte do estágio final da for-
mação da dentadura permanente. Tais dentes apresentam 
grande variabilidade na época de erupção (entre 17 e 21 
anosde idade), na cronologia de mineralização e na mor-
fologia coronorradicular, assim como grande incidência de 
agenesia.20
A erupção do terceiro molar tem sido associada ao 
desenvolvimento tardio de apinhamento nos incisivos in-
feriores, por supostamente pressioná-los mesialmente. Tal 
crença, entretanto, vem sendo cientificamente questiona-
da.17,20,30 Sabe-se que mudanças fisiológicas acontecem 
na mesma época em que o terceiro molar se encontra em 
processo de erupção, o que causa certa confusão na de-
terminação do exato agente etiológico do apinhamento.17,20 
Pode-se citar: 1) uma redução do perímetro do arco dentá-
rio inferior (mesmo em pacientes com agenesia de terceiros 
molares), em função da força mesial que incide naturalmen-
te sobre a dentição;17,20,28 2) o crescimento diferenciado tar-
dio da mandíbula em relação à maxila;17,20,31 e 3) a redução 
da abrasão dentária na região dos incisivos inferiores, que 
compensaria a migração mesial descrita no item 1. Assim, 
acredita-se que o apinhamento tardio dos incisivos esteja 
mais relacionado com o crescimento mandibular do que 
com a erupção dos terceiros molares e, portanto, a remo-
ção profilática desse dente provavelmente não resolveria o 
problema.30 Além disso, nota-se mais apinhamento nos ho-
mens do que nas mulheres, provavelmente devido ao fato 
de que o desenvolvimento mandibular no sexo masculino é 
maior nessa época.31
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FIGURA 4-11 Primeiro molar permanente com rotação. Obser-
ve que a rotação determina uma ocupação de espaço maior do 
que se o dentes estivesse bem posicionado. Fonte: Adaptada de 
Andrews.27
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