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Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
Karolina Viana 
 
1 
Crescimento e desenvolvimento craniofacial 
 Crescimento: aumento no número de células 
 Desenvolvimento: progresso no sentido de maturidade das funções e diferenciação celular. 
Gradiente cefalocaudal de crescimento: estruturas corpóreas próximas do encéfalo crescem mais precocemente do 
que estruturas corpóreas distantes do encéfalo. Em um feto de 2 meses, a cabeça representa aproximadamente 
50% do seu tamanho; ao nascimento, a cabeça representa 20% da estrutura corpórea e os membros representam 
1/3; no adulto a cabeça representa 12% da estrutura corpórea e os membros representam ½. Estruturas 
craniofaciais próximas do encéfalo crescem mais precocemente do que as estruturas distantes (conjunto maxila-
mandíbula). 
 Curva de Scammon: resume a tendência de crescimento de diversos tecidos do corpo humano. 
o Tecido neural: até os 3 anos de idade o crescimento é vertiginoso e depois é estabilizado. 
o Tecidos gerais (músculos, ossos e vísceras): crescimento grande até 2-3 anos; a partir daí o 
crescimento é tímido; após os 12 anos o crescimento é vertiginoso até os 18 anos (período 
correspondente à puberdade) quando se estabiliza. 
o Tecidos linfoides: crescimento vertiginoso de 0 a 11 anos, quando se torna um crescimento 
negativo, pois o timo involui após os 11 anos. 
o Tecidos genitais: crescimento tímido de 0 a 2 anos; dos 2 aos 12 anos, o crescimento é quase nulo e 
após os 12 anos o crescimento é novamente vertiginoso. 
 
TIPOS DE OSSIFICAÇÃO 
 Intramembranosa: se da a partir da condensação do tecido conjuntivo membranoso, no qual as células 
mesenquimais indiferenciadas se diferenciam em osteoblastos que produzem matriz osteoide. Essa matriz 
sofre calcificação tendo como resultado um tecido ósseo. Ex.: maxila, corpo e ramo da mandíbula. 
 Endocondral: formação de um molde cartilaginoso posteriormente destruído e substituído por osso. Ex.: 
côndilo e base do crânio. 
 
MECANISMOS DE CRESCIMENTO ÓSSEO 
 Remodelação: aposição óssea em um lado da superfície cortical e reabsorção óssea na superfície oposta. 
 Deslizamento: movimento gradual da área de crescimento ósseo provocado pela combinação dos 
processos de aposição e reabsorção óssea, ou seja, remodelação. 
 Deslocamento: movimento de todo o osso como uma unidade 
o Deslocamento primário: conforme o osso cresce por deposição óssea em uma direção, ele se 
desloca no sentido contrário, afastando-se do osso vizinho por força de expansão dos tecidos 
moles em crescimento que o recobrem. 
o Deslocamento secundário: deslocamento do osso em virtude do crescimento de outros ossos 
relacionados a ele. 
 
 
 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
Karolina Viana 
 
2 
TEORIAS DO CRESCIMENTO CRANIOFACIAL 
 John Hunter: remodelação óssea. Para que houvesse espaço para a erupção dos dentes permanentes era 
preciso que a mandíbula crescesse em direção posterior, por reabsorção da borda anterior e aposição 
óssea da borda posterior do ramo ascendente, e isso contribui para o irrompimento dos dentes 
permanentes. 
 Sicher: dominância sutural. As suturas são as maiores responsáveis pelo crescimento da face. 
 Scott: o deslocamento para baixo e para a frente dos ossos da face é primariamente atribuído aos ossos da 
base do crânio, vômer e septo nasal, que possuem ossificação endocondral. A cartilagem é um tecido mais 
toleranete à pressão que as suturas vascularizadas e sensíveis e provavelmente possui maior capacidade de 
empurrar expansivamente todo o complexo nasomaxilar para baixo e para frente. 
 Moss: teoria da matriz funcional. A determinação do crescimento ósseo e cartilaginoso é uma resposta ao 
crescimento intrínseco das estruturas associadas, observando que o código genético para o crescimento 
esquelético está fora do esqueleto ósseo. 
 Enlow: teoria do crescimento em V. Baseia-se no p´rincípio de que o crescimento sobre os extremos livres 
aumenta a diatância sobre eles mesmos. Muitos ossos faciais ou cranianos tem a forma de um V e a 
deposição óssea ocorre na parte interna do V e a reabsorção na parte externa. 
 Von Limborgh: combinação de várias teorias. O crescimento craniofacial é influenciado por fatores 
genéticos e ambientais. Os hormônios, condições alimentares, hábitos e hereditariedade determinam 
qualidade e quantidade de crescimento. 
 Petrovic: o crescimento das várias regiões craniofaciais é fruto da interação de uma série de mudanças 
causais e mecanismos de feedback. 
 
CRESCIMENTO DA ABÓBADA E DA BASE DO CRANIO 
Com o aumento do volume do cérebro, os ossos que o recobrem se expandem em altura, largura e profundidade. 
O deslocamento primário de cada osso gera tensão nas suturas, que resulta em neoformação óssea nas bordas dos 
ossos articulados. 
 
CRESCIMENTO DA MAXILA 
A maxila tem origem intramembranosa e cresce por aposição e reabsorção óssea em quase toda sua extensão e 
por proliferação de tecido conjuntivo que a conecta ao crânio e a base do crânio. A região de tuber é a região de 
maior crescimento da maxila, promovendo um alongamento do arco na porção posterior e aumento do 
comprimento maxilar, proporcionando espaço para o irrompimento dos molares. À medida que a maxila cresce 
para cima e para trás, sofre um deslocamento na direção anterior e inferior, aumentando a profundidade facial. 
O processo de flutuação vertical permite que os dentes mantenham suas posições anatômicas enquanto os 
maxilares crescem. 
O crescimento em altura da maxila deve-se também ao crescimento da cavidade nasal e dos seios maxilares que se 
adequam às necessidades respiratórias do indivíduo. 
A face externa da região do arco maxilar é de reabsorção, em contrapartida, sua porção interna é de aposição. O 
arco maxilar aumenta em largura e o palato fica mais amplo, seguindo a teoria do crescimento em V. 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
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CRESCIMENTO MANDIBULAR 
A mandíbula tem ossificação mista: Endocondral nos côndilos e intramembranosa na formação dos ramos e do 
corpo da mandíbula. Os ramos e o corpo sofrem reabsorção nas paredes anteriores e aposição nas paredes 
posteriores, promovendo deslizamento na direção posterior. 
O corpo apresenta aposição em todo o bordeo inferior e na região mentoniana, com reabsorção na região 
supramentoniana. Os condilos crescem em direção à articulação e sofrem pressão direta dos músculos da 
mastigação. Os condilos se movimentam para tras e para cima contribuindo para o deslocamento de todo o osso 
para baixo e para frente. A mandíbula também segue o princípio do crescimento em V. 
 
CRESCIMENTO DO ARCO DENTÁRIO 
Arco dentário se estende da mesial do primeiro molar permanente direito até a mesial do primeiro molar 
permanente esquerdo englobando apenas a área de troca de dentes decíduos por permanentes. O comprimento 
do arco dentário é uma medida imaginária anteroposterior que vai da face palatina do incisivo central até a linha 
imaginária que passa pela face mesial dos primeiros molares permanentes. A largura do arco traduz as medidas 
transversais que se estendem de um dente até seu contralateral. 
 Crescimento em largura: do nascimento até aproximadamente 6 anos, a maxila e a mandíbula apresentam 
significativo alargamento, pelo crescimento na sutura palatina e na sincondrose mandibular. As dimensões 
transversais dos arcos dentários voltam a crescer durante a fase de troca dos dentes decíduos pelos 
permanentes. 
o Aplicabilidade: o apinhamento refere-se à irregularidade no posicionamento ou na disposição dos 
dentes no arco, e é um resultado do desequilíbrio entre as dimensões do arco e o volume dos 
dentes. 
 Apinhamento primário: desalinhamento dos dentes anteriores determinado no primeiro 
período transitório da dentadura mista (troca dos incisivos). 
 Apinhamento secundário: na região de caninos e pré-molares definido no período tardioda 
dentadura mista. Tem origem ambiental quando ocorre a perda precoce dos molares 
decíduos e mesialização dos molares permanentes. 
 Apinhamento terciário ou tardio: apinhamento na região de incisivos na dentadura 
permanente madura. 
 
Desenvolvimento da oclusão 
Entre a 7ª e a 10ª semanas de vida intrauterina tem origem a dentição decídua a partir da lâmina dentária. A 
diferenciação dos tecidos dentários ocorre na 15ª semana; nessa fase é onde podem ocorrer anomalias de número. 
Até o 4º mês de vida intrauterina os arcos tem sua forma determinada pelos germes em desenvolvimento e pelo 
osso basal com a adaptação da língua. Nos 6 primeiros meses de vida ocorre o crescimento do processo alveolar 
com ganho em altura no terço inferior da face. 
 Início da dentição decídua: irrompimento dos incisivos inferiores e superiores guiados pela musculatura 
peribucal e língua estabelecendo a guia incisal. A língua tem sua posição de repouso modificada quando é 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
Karolina Viana 
 
4 
encerrada pelos dentes anteriores. Há o ganho de dimensão vertical e modificação das funções musculares. 
Na dentição decídua há menos variabilidade nas relações oclusais, os dentes são guiados pela matriz 
funcional dos músculos. 
 
DENTIÇÃO X DENTADURA 
 Dentição: a dentição humana é difiodonte. Formação, crescimento e erupção dos dentes. 
 Dentadura: são as fases pelas quais a dentição do indivíduo passa. O ser humano tem a dentadura decídua, 
dentadura mista e a dentadura permanente. 
- Dos 6 aos 8 anos: substituição dos incisivos decíduos pelos permanentes. 
- Dos 8 anos aos 9,5 anos: pausa; a criança não troca nenhum dente e permanece na fase do patinho feio. 
- Dos 9,5 aos 12 anos: a criança troca os dentes decíduos posteriores. 
 
DA FORMAÇÃO DOS DENTES DECÍDUOS À CONSOLIDAÇÃO DA DENTADURA PERMANENTE 
1. 5 meses de vida intra-uterina: formação dos germes dos incisivos centrais e laterais, caninos e primeiros 
molares decíduos. 
2. 7 meses de vida intra-uterina: os incisivos centrais e laterais, caninos e primeiros molares decíduos 
continuam em formação. Começa a se formar o germe do segundo molar decíduo. 
3. Ao nascimento: continua a formação dos incisivos centrais e laterais, caninos, primeiros molares e 
segundos molares decíduos. Começa a formação dos primeiros molares permanentes. 
4. 6 a 8 meses de vida: irrupção dos incisivos centrais decíduos. Início da formação dos dentes permanentes 
anteriores. 
5. 9 a 11 meses de vida: irrupção dos incisivos laterais decíduos. 
6. 12 a 14 meses de vida: os 8 incisivos decíduos já estão na cavidade bucal e os incisivos centrais já estão 
completamente irrompidos. 
7. 18 aos 20 meses de vida: os 8 incisivos decíduos já estão completamente irrompidos. Inicia-se a irrupção 
dos primeiros molares decíduos. 
8. Dos 22 aos 30 meses de vida: caninos decíduos irrompem. Irrompem os segundos molares decíduos; 
começa a formação dos germes dos primeiros pré-molares. 
9. Aos 36 meses (3 anos): dentadura decídua estabelecida. Coroa completa dos primeiros molares 
permanentes; formação dos dois pré-molares e dois molares permanentes. 
10. 4 anos de idade: início da formação radicular dos incisivos permanentes e rizólise dos incisivos decíduos. 
11. 6 anos de idade: primeiro período transitório. Irrupção dos primeiros molares permanentes; continua a 
rizólise dos incisivos decíduos. 
12. 7 anos de idade: completa a erupção dos primeiros molares permanentes; irrupção dos incisivos centrais 
permanentes. 
13. 8 anos de idade: irrupção dos incisivos laterais permanentes; início da formação radicular dos dois molares 
permanentes. 
14. Dos 6 a 8 anos: primeiro período transitório 
15. Dos 8 aos 9,5 anos: período inter-transitório. Não há substituição de dentes. Acontecem apenas eventos 
intra-maxilares. 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
Karolina Viana 
 
5 
16. 9,5 anos de idade: segundo período transitório (que começa com a substituição do canino inferior e 
termina com a substituição do canino superior. 
17. 10 anos de idade: primeiros molares decíduos são substituídos pelos primeiros pré-molares permanentes. 
18. 11 anos de idade: os segundos molares decíduos são substituídos pelos segundos pré-molares 
permanentes. 
19. 12 anos de idade: os caninos superiores são substituídos e os segundos molares permanentes ainda estão 
na trajetória de erupção. 
20. 13 anos de idade: oclusão dos dentes permanentes até o primeiro molar. Os segundos molares 
permanentes estão em irrupção. 
21. 14 anos de idade: dentadura permanente estabelecida. 
 
CARACTERÍSTICAS DA DENTADURA DECÍDUA 
 Dentes verticalizados na base óssea 
 Os incisivos superiores guardam trespasse horizontal positivo de cerca de 2mm em relação aos inferiores. 
Os superiores devem cobrir metade da coroa dos inferiores. Os superiores são mais vestibularizados. 
 Os incisivos superiores devem guardar trespasse vertical positivo em relação aos inferiores. Os superiores 
devem cobrir metade da coroa dos inferiores. 
 Curva de Spee planificada 
 Estabilidade de arco: não existe crescimento transversal significativo. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE BAUME 
 Arco tipo I: diastemas generalizados entre os dentes na região anterior 
 Arco tipo II: diastemas restritos (no arco superior entre 62-63 e 52-53, e no arco inferior entre 73-74 e 83-
84). São os chamados espaços primatas. 
 
FATORES COMPENSATÓRIOS 
Alguns apinhamentos na infância são resolvidos com crescimento e fatores compensatórios que ajudam na 
acomodação dos incisivos. 
 Presença de diastemas 
 Aumento da distancia intercaninos na dentadura mista quando ocorre o crescimento transversal do 
arco 
 Distalização de caninos decíduos 
 Erupção vestibular dos incisivos permanentes 
 Lee Way Space: ajuda na acomodação de incisivos. A soma do diâmetro mésio-distal de canino decíduo 
+ primeiro molar decíduo + segundo molar decíduo é maior que a soma do diâmetro mésio-distal do 
canino permanente + primeiro molar permanente + segundo pré-molar permanente. Quando a criança 
faz a substituição, sobra espaço, que é importante para a acomodação dos incisivos. Esse espaço é 
chamado de espaço de Nance. No arco superior ganha-se 0,9mm em cada hemiarco e no inferior 
ganha-se 1,7mm em cada hemiarco. 
 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
Karolina Viana 
 
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RELAÇÃO TERMINAL DOS SEGUNDOS MOLARES DECÍDUOS 
 Plano terminal reto: faces distais dos segundos molares decíduos no mesmo plano vertical. O indivíduo 
pode evoluir para uma oclusão Classe I, II ou III. 
 Plano terminal com degrau mesial: segundo molar decíduo inferior é mais distalizado em relação ao 
superior. Quando irromperem os primeiros molares permanentes, o paciente será classe II. 
 Plano terminal com degrau distal: segundo molar decíduo inferior maiis anteriorizado que o superior. 
Quando irromper o primeiro molar permanente, o paciente será classe I ou classe III. 
Os primeiros molares permanentes são guiados pela superfície distal dos segundos molares decíduos. 
 
PADRÕES FACIAIS 
 Braquifacial: largura e profundidade maiores que altura. 
 Mesofacial: dimensões equilibradas. 
 Dolicofacial: altura maior que profundidade e largura. 
 
OCLUSÃO NORMAL 
Para a oclusão ser considerada normal não devem haver apinhamentos nem diastemas, chaves de molar e de 
caninos, todos os permanentes devem estar presentes, sobressaliencia e sobremordida normais. 
Uma oclusão funcional deve: 
 Obedecer a mútua proteção em que os dentes anteriores protegem os posteriores durante a protrusão e 
os posteriores protegem os anteriores no fechamento. 
 Relação cêntrica 
 Guia anterior 
 Sem contatos prematuros 
 Desoclusão lateral pelos caninos 
 
Etiologia e classificação das maloclusões 
CLASSIFICAÇÕES ANTIGAS 
 Fox, 1803 
o Classificação rudimentar, baseada nas inclinações dos incisivos superiores. 
 Inclinaçãolingual de um incisivo central superior 
 Inclinação lingual de dois incisivos centrais 
 Inclinação correta dos incisivos centrais e lingualização dos laterais 
 Inclinação dos 4 incisivos superiores 
 Delabarre, 1819 
o Baseado nas alterações esqueléticas, maxila e mandíbula. Baseado apenas na posição maxilo-
mandibular desconsiderando a posição dos dentes. 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
Karolina Viana 
 
7 
 Protrusão maxilar 
 Retrusão mandibular: mandíbula mais posterior à maxila 
 Protrusão mandibular: mandíbula anteriorizada em relação a maxila 
 Mordida aberta esquelética (ausência de contato entre os dentes anteriores superiores 
com os inferiores): problema na pré-maxila e na região anterior da mandíbula. 
 Mordida cruzada posterior: contração/deformação do arco superior no sentido latero-
lateral. Palato contrai, assim como o arco, ficando os dentes superiores posteriores mais 
palatinizados que os inferiores. 
 Carabelli, 1842 
o Baseava-se na oclusão ou intercuspidação de dentes superiores e inferiores. Propôs 5 alterações: 
 Oclusão normal: para ele, era quando o canino superior oclui entre o caniino inferior e o 
primeiro pré-molar inferior, dos dois lados. A cúspide mésio vestibular do primeiro molar 
permanente superior oclui no sulco vestibular do primeiro molar permanente inferior 
 Mordida topo a topo (mordex rectus): os dentes ocluem borda incisal dos superiores com 
borda incisal dos inferiores. 
 Protrusão (mordex prorsus): maxila ou mandíbula avançada. 
 Retrusão (mordex retrorsus): retrusão da mandíbula ou maxila. 
 Mordida cruzada (mordex tortusus): os inferiores mais vestibularizados que os superiores. 
CLASSIFICAÇÕES CONTEMPORÂNEAS 
 Classificação de Angle: 
o Baseada na posição do primeiro molar permanente superior com relação ao primeiro molar 
permanente inferior. 
 Classe I: a cúspide MV do primeiro molar permanente superior oclui no sulco V do primeiro 
molar permanente inferior. Obrigatoriamente ocorre apinhamento, diastema, más 
posições dentárias individuais, mordida profunda ou mordida cruzada. 
 Classe II: a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior oclui mesialmente em 
relação ao sulco vestibular do primeiro molar permanente inferior. 
 Divisão I: molar em classe II + verticalização ou inclinação palatina dos incisivos 
centrais superiores. Associação frequente com o aumento de trespasse 
horizontal/sobressalência/overjet: quando o trespasse horizontal é mais de 3mm. 
 Divisão II: relação molar classe II + verticalização ou inclinação palatina dos 
incisivos centrais superiores. Incisivos laterais inclinados para vestibular ou mesial. 
Associação com o trespasse vertical aumentado (overbite)/sobremordida. 
 As divisões I e II ainda podem se dividir em direita e esquerda, quando os molares 
são classe II unilateralmente e classe I do lado oposto. 
 Classe III: a cúspide MV do primeiro molar permanente superior oclui distalmente em 
relação ao sulco vestibular do primeiro molar permanente inferior. Normalmente associada 
a mordida cruzada anterior – os dentes inferiores são mais vestibularizados que os 
superiores. Pode apresentar a subdivisão: 
 Direita e esquerda. 
o Limitações: é uma classificação apenas dentária e apenas no sentido anteroposterior. Depende da 
presença dos primeiros molares permanentes, senão o diagnóstico é impossibilitado. 
 
 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
Karolina Viana 
 
8 
 Classificação de Lisher 
o Baseada em má posição dentária. Usada para posição dentária individual: 
 Mesioversão: dente mesializado em relação à posição normal. 
 Distoversão: distalização do dente em relação à posição normal 
 Vestibuloversão: dente vestibularizado em relação à posição normal 
 Linguoversão ou palatoversão: lingualizado ou palatinizado em relação à posição normal 
 Infraversão: face oclusal ou incisal aquém do plno oclusal 
 Giroversão: rotação do ente em torno do seu longo eixo 
 Axiversão: alteração da inclinação do longo eixo do dente. 
 Transversão: o dente troca de posição com outro elemento no arco dentário. 
 Perversão: impactação do dente por falta de espaço 
 
 Classificação de Simon 
o Baseada em 3 planos anatômicos. É usada para as alterações do arco dentário e não dos dentes. 
Usa os planos sagital, Frankfurt e plano orbitário. 
 Anomalias transversais: são desvios em relação ao plano sagital. 
 Contração: o arco se aproxima do plano sagital, arco ogival. 
 Distorção: o arco se afasta do plano sagital 
 Mordida de Brodie: o molar superior ultrapassa o inferior vestibularmente. 
Ausencia de contato entre os molares superiores e inferiores. 
 Anomalias verticais: desvios em relação ao plano de Frankfurt. 
 Atração: o arco se aproxima do plano de Frankfurt 
 Mordida profunda: o arco inferior sofre atração e o arco superior sofre 
abstração. 
 Abstração: quando o arco se afasta do plano de Frankfurt 
 Mordida aberta: o arco inferior sobre abstração e o superior sofre atração. 
 Anomalias póstero-anteriores: desvios em relação ao plano orbitário. 
 Protração: o arco se afasta do plano orbitário. Arco localizado mais para anterior. 
 Retração: arco localizado mais para posterior; se aproxima em direção ao plano 
orbitário. 
 
 Classificação de Andrews 
o Conjunto de características que o paciente deve ter para ter uma oclusão normal. Leva em conta as 
6 chaves da oclusão: 
 Relação dos molares permanentes: a cúspide MV do primeiro molar superior oclui no sulco 
V do primeiro molar inferior. A cúspide DV do primeiro molar permanente superior oclui na 
crista marginal mesial do segundo molar inferior. 
 Angulação de coroas: coroa sempre mesializada em relação À raiz. 
 Inclinação das coroas dos incisivos: sempre com inclinação vestibular nos dentes 
permanentes 
 Rotação: ausência de rotação 
 Contatos interproximais: presença de contatos interproximais entre os dentes 
 Curva de Spee: suavemente côncava 
 
 
 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
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9 
 Classificação de Capelozza: 
o Propôs que os ortodontistas levassem em consideração padrões subjetivos na análise facial, não se 
limitando apenas à classificação dentária. 
 Padrão I: indivíduo sem envolvimento esquelético com maloclusão dentária. 
 Padrão II: indivíduo portador das frequentes maloclusões resultantes de degrau sagital 
aumentado entre maxila e mandíbula. Inclui-se portadores de protrusão maxilar ou 
deficiência mandibular, independente da relação molar. 
 Padrão III: indivíduo com degrau sagital maxilomandibular diminuído, por retrusão maxilar 
e/ou prognatismo mandibular. 
 Padrão face longa: Indivíduo que apresenta excesso de terço inferior da face que torne o 
selamento labial impossível. 
 Padrão face curta: apresenta deficiência vertical do terço inferior da face que torne o 
selamento labial compressivo. 
 
ETIOLOGIA DAS MÁS-OCLUSÕES 
 Fatores genéticos 
o Tipo facial: 
 Dolicofacial: relacionado a mordida aberta 
 Braquifacial:relacionado a mordida profunda 
 Mesofacial: sem alterações esqueléticas 
o Padrão esquelético da face: 
 Padrão I: face equilibrada, com proporção maxila/mandíbula. O terço inferior é 
ligeiramente maior que o terço médio. Selamento labial passivo. Não requer tratamento 
ortopédico. 
 Padrão II: desproporção maxila/mandíbula. Maxila protruida ou mandíbula retruida. 
Tratamento ortopédico e ortodôntico. 
 Padrão III: desproporção maxila/mandíbula. Maxila retruida ou mandíbula protruida. 
Tratamento ortopédico e ortodôntico. 
 Padrão face longa: o paciente tem excesso do terço inferior. Selamento labial ativo. 
Tratamento para mordida aberta. 
 Padrão face curta: terço inferior diminuído em relação ao terço médio. Selamento labial 
compressivo. 
o Discrepância dente-osso: 
 Apinhamento: discrepância negativa 
 Diastema: discrepância positiva 
o Anomaliasdentárias: 
 Anomalias de número: supranumerários e agenesias. 
 Anomalias de tamanho: microdontia e macrodontia. 
 Anomalias de forma: dentes conoides e taurodontia. 
o Infraoclusão de molar decíduo 
o Anomalias craniofaciais: 
 Disostose cleidocraniana: hipoplasia de clavícula. Hipoplasia de maxila, protrusão de 
mandíbula e dentes supranumerários. 
 Displasia ectodérmica: oligodontia. Terço inferior da face diminuído. 
 Fissuras labiopalatinas 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
Karolina Viana 
 
10 
 Fatores ambientais 
o Traumatismo 
o Perda precoce de um dente decíduo 
o Perda de dentes permanentes 
o Hábitos deletérios: o estado de equilíbrio é dado pelas forças impostas por lábios, bochecha e 
língua, que se anulam. Um hábito desequilibra essas forças. 
 Sucção de dedo: relacionado à mordida aberta, deformando o arco superior. Inclinações 
dentárias (vestibulariza incisivos superiores e retro inclina, para a lingual, os inferiores, 
aumentando o trespasse horizontal); diastemas; mordida cruzada posterior (arco posterior 
alterado por aprofundar o palato). 
 Sucção de chupeta: mordida aberta anterior, com característica circular e pode se desviar 
para o lado que a criança posiciona o bico. Mordida cruzada posterior. Diastema. Não da 
inclinação dentária. 
 Sucção de lábio inferior: aumento do trespasse horizontal, retro inclinação de incisivos 
inferiores, inclinação vestibular dos incisivos superiores (que pode provocar diastemas). 
 Interposição de língua: mantem a mordida aberta. 
 Tríade de Graber: frequência, intensidade e duração. 
 Postura: dormir por cima da mão; mordida cruzada posterior 
 Respiração bucal: síndrome da face longa, ausência de selamento passivo, lábios 
hipotônicos, flácidos e ressecados, terço inferior aumentado, narinas pequenas, olheiras e 
aparência de cansaço. 
 
Análise e supervisão de espaço 
MODELOS DE ESTUDO EM GESSO 
Permitem análise minuciosa dos arcos e dentição como um todo. São cruciais para determinar a relação entre a 
quantidade de espaço no arco alveolar e o material dentário presente, para que todos os dentes se alinhem 
corretamente. Associado a discrepância cefalometrica, pode-se realizar um melhor planejamento ortodôntico, 
ajudando na tomada de decisão de um tratamento com ou sem extrações. 
A análise da discrepância de modelos pode ser realizada na dentadura permanente e na dentadura mista. 
 Discrepância de modelos DM: diferença entre os valores do espaço presente EP e do espaço requerido ER. 
o Espaço presente: circunferência do arco que se inicia da face mesial do primeiro molar 
permanente, passando pelo centro da face oclusal dos dentes posteriores e borda incisal dos 
anteriores, até a face mesial do primeiro molar do lado oposto. 
o Espaço requerido: somatória do maior diâmetro mesiodistal dos dentes permanentes erupcionado 
ou intraósseos, localizados de mesial do primeiro molar de um lado à mesial de primeiro molar do 
lado oposto. É medido dente a dente. 
 
 A discrepância de modelos pode ser positiva, negativa ou nula: 
o Discrepância positiva: o espaço presente é maior que o espaço requerido, havendo sobra de 
espaço ósseo para a erupção dos dentes permanentes. EP>ER. 
o Discrepância negativa: espaço presente é menor que o espaço requerido, não havendo espaço para 
a erupção dos dentes permanentes não erupcionado. EP<ER. 
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11 
o Discrepância nula: o espaço presente é igual ao espaço requerido. EP=ER. 
Usamos como medidores compasso de ponta seca, fio de latão e paquímetro. 
 
ANÁLISE DA DENTADURA PERMANENTE 
Realiza medições de espaço presente e espaço requerido e obtém o valor da discrepância de modelo. 
 
ANÁLISE DA DENTADURA MISTA 
Análise que dá as possibilidades de espaço para a erupção dos demais dentes permanentes. Visa prever através de 
propensões matemáticas ou radiografias, o tamanho dos dentes permanentes não erupcionado e se estes terão 
espaço para posicionamento no arco ósseo. Devem estar presentes no arco os quatro primeiros molares 
permanentes e os incisivos superiores e inferiores permanentes. A análise é feita a partir dos 8 anos. 
 Fatores a serem observados: 
o Tamanho de todos os dentes permanentes anteriores ao primeiro molar permanente 
o Perímetro do arco 
o Alterações esperadas no perímetro do arco, que podem ocorrer com o crescimento e o 
desenvolvimento. 
 Métodos de análise: 
o Radiográfico 
o Não radiográfico 
o Combinação de ambos os métodos 
o 
ANÁLISE DE MOYERS (estatístico) 
Baseia-se em tabelas de probabilidades para determinar a soma da largura mésio-distal dos caninos permanentes e 
pré-molares a partir da soma da largura mésio-distal dos incisivos permanentes inferiores. Os incisivos inferiores 
irrompem precocemente, são facilmente medidos e estão envolvidos com a maioria dos problemas de controle de 
espaço. 
Fornecem valores num índice de confiança de 5 a 95%. 
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 Primeira linha: soma dos 4 incisivos permanentes 
 Primeira coluna: variedade das porcentagens 
 Segunda coluna em diante: os valores previstos para os caninos e pré-molares permanentes. 
Atualmente os clínicos utilizam a predição de 75% porque convencionou-se que é mais prático sob o ponto de vista 
clínico. 
Divide o arco em 2 segmentos: o anterior (incisivos permanentes) e o posterior (caninos, primeiros e segundos 
molares) 
 Segmento anterior: espaço presente anterior e espaço requerido anterior 
 Segmento posterior: espaço presente posterior e espaço requerido posterior (tabela preconizada por 
Moyers). 
 
ANÁLISE DE NANCE (radiográfico) 
Aplicação do método radiográfico. Procedimento efetuado para cada dente permanente posterior não 
erupcionado. 
 Espaço presente: medida do arco, partindo da mesial do primeiro molar permanente e termina-se na 
mesial do primeiro molar permanente do lado oposto. 
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 Espaço requerido anterior: É medido com compasso de ponta seca somando-se a maior distância 
mesiodistal dos quatro incisivos. 
 Espaço requerido posterior: Na região posterior utiliza-se radiografias periapicais de caninos, primeiros e 
segundos molares decíduos. A medida dos permanentes correspondentes é obtida por uma regra de três. 
𝑥 =
MdM. MpRx
MdRx
 
 X = incógnita. Medida do diâmetro mesiodistal do germe do permanente. 
 MpRx = medida do diâmetro mesiodistal aparente do dente permanente na radiografia 
 MdM: medida do diâmetro mesiodistal real do dente decíduo no modelo 
 MdRx: medida do diâmetro mesiodistal aparente do dente decíduo da radiografia 
o MdM está para MdRx assim como X está para MpRx. 
 
ANÁLISE DE TANAKA JOHNSTON (estatístico + radiográfico) 
Baseia-se em fórmulas criadas para cada arcada dentária através de equações de regressão linear simples. Tipo de 
análise semelhante ao método de Moyers. Somatória das larguras mesiodistais dos incisivos inferiores para o 
cálculo do espaço requerido posterior. 
A fórmula usada para calcular o espaço requerido posterior será: 
𝑥 = [
Y
2
+ 𝑎 𝑜𝑢 𝑏] 𝑥 2 
Onde: 
 X = largura dos caninos e pré-molares não irrompidos 
 Y = largura dos quatro incisivos inferiores 
 A e B = constantes usadas (A arco inferior/B arco superior) 
o A para cálculo de 75% = 10,5mm 
o B para cálculo de 75% = 11mm 
O espaço requerido total é a somatória do espaço requerido posterior + espaço requerido anterior 
 
ANÁLISE DE BOLTON 
Análise do tamanho dentário, indicando proporções ideais entre os dentes superiores e inferiores para o bom 
engrenamento da oclusão. Essa proporcionalidade se dá pelo somatório do diâmetro mesiodistal dos dentes da 
arcada inferior em relação aos dentes da arcada superior. Diferentemente das análises anterior, que relacionam as 
bases ósseas com o volumeda massa dentária, esse método serve para relacionar as massas dentárias superior e 
inferior entre si, afirmando ou não sua compatibilidade. 
 Regra: 91,3 variação de 1,91mm 
 Maior que 91,3: excesso na mandíbula 
 Menor que 91,3: excesso na maxila 
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Após fazer a análise olhamos na tabela qual seria o volume dentário ideal de acordo com a arcada que se encontrar 
melhor dentro dos padrões de tamanho. 
 
Mantenedores e recuperadores de espaço 
Os dentes decíduos, além da função mastigatória, estética e da formação, são responsáveis pelo estímmulo do 
desenvolvimento dos maxilares e pela manutenção de espaço para os dentes permanentes. Além disso, contem os 
dentes antagonistas no seu devido lugar no plano oclusal. São barreiras fisiológicas ao deslocamento dos dentes 
antagonistas e adjacentes. Os dentes decíduos são os mantenedores de espaço ideais. 
Tendo em vista a importância da dentição decídua, a perda precoce de um dente decíduo devido a algumas 
interrupções devemos utilizar medidas preventivas e interceptativas apropriadas para cada situação. 
A perda precoce dos elementos pode gerar: 
 Desvio mesial do mmolar permanente 
 Diminuição do comprimento do arco dentário 
 Aumento da sobremordida 
 Impactações 
 Apinhamentos 
 Assimetria do arco dentário 
 Sequencia de erupção alterada 
 Desvio de linha média 
Antes de qualquer abordagem é necessário o planejamento prévio e diagnóstico adequado através de exame 
clínico, exame radiográfico, análise da discrepância de modelos. 
 
MANTENEDORES DE ESPAÇO 
Como escolher o mantenedor de espaço: levar em consideração o número de dentes perdidos, localização dos 
dentes perdidos, idade do paciente, condição dos dentes presentes, tipo de oclusão, cooperação do paciente, 
preferência individual. 
 Tipos: 
o Banda-alça: banda no molar decíduo ou permanente e alça de fio ortodôntico para manter o 
espaço. 
o Com próteses parciais 
o Com plano de guia distal: a alça e a lâmina intra-alveolar são soldadas na banda, podendo ser 
removida ou recolocada em outro mantenedor. A alça deve ser contornada próxima da crista, pois 
o aparelho pode não resistir a forças oclusais excessivas dos dentes opostos. Mantenedor colocado 
no período da extração do segundo molar decíduo. A lâmina deve ser posicionada 1mm abaixo da 
crista marginal mesial do dente permanente em erupção para orientar o processo. 
o Arco lingual: contra-indicado em casos de mordida profunda devido ao contato dos incisivos 
inferiores com o arco no lado lingual maxilar. 
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 Arco lingual de Nance: quando a mordida profunda não permite o uso do arco lingual 
maxilar convencional. 
 Arco transpalatino: quando um lado da arcada está intacto e mais de um dente decíduo 
está faltando no outro lado. Evita a migração mesial do molar permanente. 
 
RECUPERADORES DE ESPAÇO 
Quando o profissional é procurado e a perda de espaço já ocorreu, precisamos utilizar os recuperadores de espaço. 
São dispositivos ortodônticos fixos ou removíveis que recuperam espaços perdidos, principalmente onde houve a 
mesialização dos primeiros molares permanentes. 
 Princípios básicos dos recuperadores de espaço: 
o Deve ser construído de maneira a minimizar o movimento recíproco dos dentes de suporte. 
o A aplicação da força deve ser na direção correta e em pontos de apoio corretos para evitar 
movimentos indesejados. 
o Movimentos complexos devem ser evitados pois não são bem tolerados pelos pacientes 
o O clínico deve reconhecer as diferenças anatômicas entre os arcos superior e inferior. 
o As interferências oclusais devem ser removidas 
 
 Tipos de recuperadores de espaço: 
o Placa removível com expansor lateral 
 Arco superior ou inferior 
 Perdas unitárias ou bilaterais 
 Segmentos superiores 
 Grampos de retenção, com fio de aço 0,7mm e 0,8mm 
 Parafusos e expansor ortodôntico 
 
o Placa removível com mola helicoidal 
 Arco superior ou inferior 
 Perdas unitárias ou bilaterais 
 Segmentos superiores 
 Grampos de retenção com fios de aço de 0,7mm 
 Mola helicoidal em fio 0,7mm para molares 
 
o Placa removível com sela fendida 
 Arco superior ou inferior 
 Perdas unitárias ou bilaterais 
 Segmentos superiores 
 Grampos de retenção, com fio de aço de 0,7mm e 0,8mm 
 Sela em fio de aço 0,9mm 
 
o Pendex 
 Arco superior 
 Perdas unitárias ou bilaterais 
 Segmentos superiores 
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 Distalização de molares por hemi arcada 
 Mola fio 0,8mm 
 Parafuso expansor no palato 
 
o Pêndulo 
 Se assemelha ao pendex, mas não apresenta parafuso expansor 
 
o Aparelho extra-oral 
 Arco superior 
 Perdas unitárias, múltiplas ou bilaterais 
 Segmentos superiores 
 Distalização de molares (simétrico ou assimétrico) 
 
o Placa lábio-ativa 
 Arco inferior 
 Perdas unitérias, múltiplas ou bilaterais 
 Segmentos superiores 
Obs.: o tipo de mantenedor ou recuperador de espaço a ser usado depende de: área em que houve a perda, 
extensão da perda e grau de comportamento e higiene da criança. 
 
Biologia do movimento dentário 
A movimentação dentária envolve três movimentos relacionados: 
 Compressão inicial dos tecidos e alterações associadas ao fluxo sanguíneo dentro do ligamento 
periodontal. 
 Estímulos elétricos, produção e liberação de mensageiros químicos. 
 Ativação e diferenciação de células multinucleadas 
A flexão do osso alveolar da origem a potenciais elétricos responsáveis por regular a osteogênese e a reabsorção 
óssea. Piezoeletricidade é a carga elétrica produzida pela deformação de estruturas cristalinas como o colágeno, 
hidroxiapatita e osso. O estresse mecânico induz as células locais a sintetizarem prostaglandinas que estimulam a 
reabsorção osteoclástica do osso no processo de remodelação. A perturbação de células periodontais altera o 
influxo de íons Ca e Na nas células, que por sua vez, alteram a produção de AMPc e GMPc de modo diverso em 
toda sua extensão. 
Baixos níveis de AMPc e GMPc influenciam a diferenciação das células para produção óssea. Altos níveis tem efeito 
direto nos agentes endógenos de sinalização no sistema nervoso e imunológico. 
Várias citocinas atuam na regulação da velocidade de renovação do tecido conjuntivo e remodelação óssea durante 
a movimentação ortodôntica, como ILs, TNF, RANKL, interferons e fatores de crescimento. 
A movimentação dentária envolve a aplicação de uma força continuada que gera compressão de um lado e tração 
do lado oposto. 
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 Lado de compressão: nas reações ósseas frente a agentes de baixa intensidade e longa duração, a 
inflamação e o estresse celular são discretos e moderados e acumulam pequena quantidade de mediadores 
difusamente localizados: a região fica com esclerose óssea e cortical mais espessa pela hipóxia causada por 
diminuição do fluxo sanguíneo e aumento de CO2. 
 Lado de tensão: ocorre o contrário. 
 Em áreas de inflamação mais intensa e focalizada, os mediadores se acumulam em grandes níveis e 
predominam fenômenos reabsortivos. 
 
HIALINIZAÇÃO 
Área necrótica estéril, caracterizada pela degeneração, eliminação de tecido destruído e estabelecimento de um 
novo ligamento ao dente. 
O tecido necrótico é removido. Em seguida, ocorrem os seguintes eventos: 
1. Produção de colágeno por fibroblastos e cementoblastos 
2. Restabelecimento e ampliação do ligamento periodontal 
3. Deposiçãode osso novo no lado de tensão 
4. A proliferação ocorre após 30-40 dias 
5. As fibras periodontais originais incorporadas se mineralizam nas partes mais profundas. 
6. O novo osso é depositado até que a largura da membrana volte à normalidade e o sistema fibroso seja 
remodelado. 
 
FORÇACaracterísticas de interesse biológico: frequência, modo de aplicação e duração. 
 Força contínua 
o Mantida razoavelmente constante entre uma sessão clínica e outra. Exemplo: arcos de 
nivelamento. 
 
 Força intermitente 
o Declina a zero quando o aparelho é removido e readquire o valor inicial quando o mesmo é 
recolocado. Exemplo: aparelho móvel. 
 
 Força interrompida 
o Diminui até zero entre as ativações. Exempli: ligadura elástica. 
 
TIPOS DE MOVIMENTO 
 Inclinação 
o Movimento simultâneo de coroa e raiz em sentidos opostos, onde existe grande amplitude de 
movimento coronário em relação ao radicular. 
 
 Torque 
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o Movimento simultâneo de coroa e raiz em sentidos opostos, onde existe grande amplitude de 
movimento radicular em relação ao coronário. 
 
 Translação 
o Movimento simultâneo de coroa e raiz no mesmo sentido. Movimento de corpo. 
 
 Rotação 
o Movimento em que o dente gira em torno do seu próprio eixo, normalmente sob a ação de forças 
binárias. 
 
 Intrusão 
o Movimento de difícil obtenção. Promove reabsorção óssea em praticamente toda a parte interna 
do alvéolo dentário. 
 
 Extrusão 
o Movimento relativamente fácil de ser obtido, ocorre no sentido da erupção dentária, promovendo 
formação óssea no interior do alvéolo dentário. 
 Extrusão rápida: o dente movimenta-se para fora do processo alveolar. 
 Extrusão lenta: o dente movimenta-se em conjunto com o processo alveolar. 
 
Mordidas cruzadas: classificação, diagnóstico e tratamento 
Em uma oclusão normal o arco dentário superior apresenta dimensões transversais maiores que o arco inferior, 
permitindo uma relação caixa-tampa. 
 
MORDIDA CRUZADA POSTERIOR 
Inversão na relação vestíbulo-lingual normal pelo estreitamento do arco superior ou menos comumente se um arco 
inferior com dimensões aumentadas. Deve ser tratada quando o paciente tem pelo menos 5 anos. 
 Fatores causais: hábitos bucais deletérios, ectopia de germe permanente, falta de espaço nos arcos 
(discrepância entre o tamanho do dente e do arco), fissuras lábio-palatinas. 
 Diagnóstico: de acordo com a gravidade, simetria e origem. 
o Gravidade: pode envolver um ou todos os dentes posteriores sendo uni ou bilateral. 
o Simetria: se for bilateral, advém de atresia simétrica do arco dentário superior de modo que um 
lado possui a mesma magnitude e estreitamento do que o outro lado. Se for unilateral na posição 
de MIH identifica-se apenas um lado cruzado, em RC observa-se mordida de topo bilateral com 
estreiramento simétrico do arco superior; a oclusão é instável e a mandíbula é desviada para um 
dos lados para aumentar contatos e conforto, observando-se consequentemente um desvio da 
linha média inferior para o lado de mordida cruzada. 
o Origem: pode ser dento-alveolar ou esquelética. A dento-alveolar decorre da alteração na 
inclinação ou posição V-L dos dentes posteriores em que um ou mais dentes irrompem em uma 
posição cruzada em relação ao seu antagonista. A esquelética advém de uma atresia óssea da 
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maxila. Quanto mais grave a mordida cruzada posterior, maior a chance de envolvimento 
esquelético. A bilateral apresenta provavelmente origem esquelética. 
 Tratamento: a partir dos 5 anos pela maturidade psicológica. Atuar na origem do problema, normalizando a 
atresia do arco superior. 
o Expansão lenta da maxila – de origem dento-alveolar normalizando a inclinação V-L dos superiores, 
em dentadura mista, decídua e permanente. Indicados aparelhos removíveis ou fixos (placa 
removível com parafuso expansor) fixos expansores: quadri-hélice, bi-hélice e arco em W. Os 
parafusos devem ser ativados toda semana. 
o Expansão rápida da maxila: expansão da base maxilar secundária a abertura da sutura palatina 
mediana. Casos de atresia esquelética da maxila. Aparelhos fixos com parafuso expansor, 
disjuntores que determinam a abertura da sutura palatina. Haas, Hyrax. Mordida cruzada 
esquelética. 
 
MORDIDA CRUZADA ANTERIOR 
Inversão as relação horizontal entre incisivos superiores e inferiores. Trespasse horizontal negativo. 
 Diagnóstico: origem dentária ou esquelética. Alteração na posição ou inclinação de um ou mais dentes. 
Quando é dentária não apresenta discrepância entre maxila e mandíbula com retrusão maxilar e protrusão 
mandibular ou as duas. Padrão facial classe III com molar classe III. 
 Tratamento: intervenção ortopédica para interceptar a discrepância esquelética. A discrepância dentária é 
corrigida com aparelhos ortodônticos. Corrigir o posicionalemto V-L dos incisivos superiores. Molas digitais 
aplicam força em sentido vestibular nos incisivos superiores inclinando-os para vestibular, ativadas 
mensalmente. 
 
MORDIDA ABERTA ANTERIOR 
Ausência de contato entre as bordas dos incisivos superiores e inferiores apresentando um trespasse vertical 
negativo na região anterior. O tratamento é feito a partir dos 5 anos. Quanto mais cedo se inicia o tratamento, mais 
fácil é a correção. Na dentadura decídua o tratamento é mais fácil, o comprometimento é basicamente dentário 
com pouco envolvimento esquelético. O início da mordida aberta compromete apenas elementos dentários e com 
o desenvolvimento afeta o tecido ósseo. 
 Etiologia: é considerada funcional. Hábitos bucais deletérios e respiração bucal, aleitamento materno, 
hereditariedade, traumatismo e patologias podem contribuir na etiologia. Pacientes com crescimento 
vertical aumentado tem maior tendência a apresentar mordida aberta anterior do quepacientes com 
crescimento horizontal. No respirador bucal a mandíbula permanece longo tempo abaixada para manter a 
boca aberta, a língua não se interpõe no palato e acompanha a mandíbula. A ausência de contato da língua 
faz com que a ação do bucinador seja predominante diminuindo o desenvolvimento transversal do palato. 
 Tratamento: orientar para o abandono do hábito até os 5 anos. Após os 5 anos, uso de grade palatina 
removível ou fixa, dependendo da cooperação do paciente. A removível funciona como um lembrete, a fixa 
impede o hábito atuando como barreira mecânica. Fazer encaminhamentos ao otorrino caso necessário,ou 
acompanhamento psicológico ou fonoaudiológico. Tratamento até se obter trespasse vertical de 1 a 2mm 
nos decíduos, 2 a 3 na mista. Após a correção, uma placa de hawley auxilia num correto posicionamento da 
língua. 
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o Dentadura mista: aumento do componente esquelético pela persistência dos fatores etiológicos. 
Tratamento é o mesmo da decídua, porém com resposta mais demorada, tempo de tratamento é 
aumentado. Quando ocorrer simultaneamente a mordida cruzada posterior, a grade pode ser 
usada com arco em W, bi-hélice ou disjuntores. 
 
MORDIDA ABERTA ASSOCIADA A CLASSE II E III 
 Classe II: deve-se analisar a fase do desenvolvimento que se apresenta. Antes da dentadura mista tardia, 
corrige-se a mordida aberta e deixa-se a má-oclusão classe II para o período tardio. Se já estiver no período 
de dentição mista pode-se corrigir juntos os dois problemas. 
 Classe III: pode-se iniciar ambos os problemas após os 5 anos. 
 Dentadura permanente: o componente esquelético associado é bem maior, podendo estar restrito ao osso 
alveolar ou envolver todo o padrão de crescimento esquelético facial. Etiologia igual aos anteriores, porém 
que persiste por longos tempos. Por estarem mais envolvidos com estruturas esqueléticas, o tratamento é 
mais difícil. Aparelhos ortodônticos fixos com elásticos verticais entre os maxilares. Em alguns casos 
extrações fazem-se necessárias para corrigir outros problemas como apinhamento ou discrepâncias. 
Tratamento com fono é indicado após fechar a mordida aberta. É importante na dentadura permanente 
porque nessa fase é mais difícil remover hábitose é mais susceptível a recidivas. 
 
Mordida aberta e sobremordida: classificação, disgnóstico e tratamento 
Mordida aberta anterior é a ausência de contato entre as bordas dos incisivos superiores e inferiores, logo o 
trespasse vertical é negativo. Tem etiologia multifatorial e sua frequência varia de 17 a 18,5% na população com 
dentadura mista. 
 Consequencias: 
o Alterações no perfil 
o Deficiência no aspecto estético 
o Dificulta a apreensão e corte de alimentos 
o Prejudica determinados fonemas. 
 
 Prognóstico: 
o Varia de bom a deficiente 
o Depende da severidade e idade do paciente. 
o A partir dos 5 anos, quanto mais cedo se inicia o tratamento, mais fácil é a correção e maior a sua 
estabilidade. 
 
MORDIDA ABERTA 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ETIOLOGIA 
 Dentoalveolar: relacionada aos dentes e processos alveolares, sem um comprometimento esquelético. Está 
relacionada aos hábitos; os pacientes costumam apresentar um bom padrão de crescimento facial. 
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 Esquelética: há um envolvimento esquelético e não apenas dentário e alveolar. Os pacientes apresentam 
alguma desarmonia no crescimento facial (resolução difícil, cirurgia ortognática). 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO GRAU DE SEVERIDADE 
 Suave: distância entre as bordas de até 2mm 
 Moderada: distância entre as bordas de 2 a 4mm 
 Severa: distanciamento entre as bordas maior que 4mm 
 
ETIOLOGIA 
Inicialmente, na dentadura decídua o comprometimento é basicamente dentoario (95%), com pouco envolvimento 
esquelético, com o desenvolvimento, o tecido ósseo é envolvido na maloclusão. Os principais fatores etiológicos 
funcionais são hábitos bucais deletérios e a respiração bucal. Outros fatores como hereditariedade, traumatismos e 
patologias podem contribuir na etiologia. 
 Sucção digital e/ou de chupeta: mecanismo de suprimento emocional, liberar tensões emocionais 
decorrentes de carência afetiva, chamar a atenção. Para causar mordida aberta, devemos considerar a 
tríade de Graber: 
o Frequencia: número de vezes em 24h 
o Intensidade: força com que é realizado 
o Duração: tempo total a cada vez que realiza 
Padrão facial: tendência de crescimento vertical (dolicofacial). Durante a sucção a língua se interpõe entre 
os incisivos, assim têm-se: 
o Restrição de desenvolvimento vertical dos incisivos – obstáculo mecânico 
o Inclinação vestibular dos incisivos superiores 
o Inclinação lingual dos incisivos inferiores 
o Posição mais anterior e abaixada da língua – modifica o crescimento normal e adequado do palato 
e favorecendo a mordida cruzada posterior. 
 
 Interposição lingual: papel secundário na etiologia – participa na manutenção e agravamento da mordida 
aberta já existente. Ocorre na deglutição, repouso e fonação. A posição postural (repouso) é a que 
apresenta maior potencial deletério – menor força, porém em período maior. Deglutição atípica. 
 
 Respiração bucal: ocorre na presença de alguma obstrução nasal, em que a passagem de ar é impedida ou 
dificultada. Obstáculos que impedem a correta respiração nasal: 
o Hipertrofia adenoideana 
o Rinite alérgica frequente 
o Hipertrofia dos cornetos 
o Desvio do septo nasal 
o Hipertrofia das tonsilas palatinas ou amídalas 
o Amigdalites frequentes 
Modifica a postura da cabeça para garantir uma abertura suficiente para a respiração: lábios entreabertos, 
mandíbula deslocada para baixo e para trás, língua mais inferior e anterior – sem contato com o palato. 
Desenvolvimento da atresia do arco superior – mordida aberta anterior e mordida cruzada posterior. 
Características clínicas: 
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22 
o Narinas atrofiadas 
o Postura labial alterada 
o Lábios ressecados e entreabertos 
TRATAMENTO 
 Dentadura decídua 
o Antes dos 5 anos de idade, nenhum dispositivo ortodôntico deve ser iniciado, é mais favorável 
eliminação espontânea do hábito; Descartar a presença de obstrução nasal com 
otorerinolaringologista e fonoaudiólogo. 
o Após os 5 anos de idade: grade palatina removível associada a placa de Hawley, grade palatina fixa 
com bandas cimentadas. A escolha depende da cooperação do paciente quanto a frequência de 
uso. 
 Grade palatina: impede o hábito de sucção de língua e também atua como uma barreira 
mecânica impedindo a interposição da língua. Dispositivo passivo que não gera nenhuma 
força para a movimentação dentária, permite a correção de maneira natural. 
Desenvolvimento vertical normal dos dentes anteriores e processo alveolar. Verticalização 
dos incisivos superiores quando há diastemas anteriores. Deve apresentar comprimento 
adequado para impedir a interposição lingual, mas sem tocae no rebordo ou dentes para 
não interferir nos movimentos mandibulares. O tempo de tratamento pode variar de 3 a 18 
meses. Os objetivos são obter um trespasse de 1 a 2mm para dentadura decídua e de 2 a 
3mm para dentadura mista. A placa de Hawley com orifício na região anterior associada ao 
tratamento com fonoaudiólogo auxilia no correto posicionamento da língua. 
 
 Dentadura mista: resposta ao tratamento mais demorada. O dispositivo ortodôntico também é a grade 
palatina que pode estar presente em: aparelhos fixos tipo arco em W, bi-hélice ou disjuntores, aparelhos 
removíveis. Se houver interposição lingual associar ao tratamento fonoaudiológico. 
 
SOBREMORDIDA 
Ocorre quando o trespasse vertical entre a borda incisal dos incisivos superiores e inferiores é excessiva 
(quando a mandíbula está em oclusão cêntrica). Pode comprometer a longevidade dos dentes, causar doença 
periodontal e distúrbios na ATM. 
ETIOLOGIA: 
o Supraoclusão dos incisivos superiores ou inferiores 
o Infraoclusão de dentes posteriores em um ou ambos os arcos dentários 
o Combinação de supra e infra-oclusão 
o Inclinação lingual excessiva de molares inferiores, mais raramente 
o Influenciam: altura do ramo mandibular, ângulo interincisal aumentado, retroposicionamento 
mandibular, comprimento dos incisivos e desequilíbrio da musculatura facial. 
 
 Classificação de Baume: 
o Leve: quando incisivos centrais inferiores ocluem com o terço incisal dos incisivos superiores 
o Média: quando os incisivos inferiores ocluem com a protuberância do cíngulo dos superiores 
ou com a gengiva palatina 
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23 
 
 Classificação de acordo com a etiologia: 
o Dentoalveolar: grande capacidade de adaptação e compensação associada à erupção dentária 
o Esqueletal: reflete desarmonias de desnevolvimento das estruturas ósseas craniofaciais. A 
erupção dentária pode agravá-la. 
DIAGNÓSTICO 
 Exame clínico: avaliação dos terços faciais. Quando o terço inferior é reduzido, o problema é a infra-oclusão 
de dentes posteriores. Quando os terços são proporcionais, o problema é anterior e exposição dos incisivos 
em repouso. 
 Modelos ortodônticos e fotografia intrabucal: altura do processo alveolar (diminuído e mais largo para 
problema posterior e aumentado verticalmente se anterior), curva de Spee (aumento com severidade, 
reversa) e apinhamento inferior (erupção acentuada dos superiores pressiona os inferiores para trás). 
 Fotografia extrabucal e radiografia cefalométrica: avaliação dos terços faciais e inclinação dos planos sela-
násio, palatal, oclusal e mandibular (sobremordida = paralelos). 
 Identificação do padrão de crescimento da face para determinar o tratamento 
 Para identificar se a má oclusão é causada por dentes anteriores ou posteriores basta colocar um rolete de 
cera na região de posteriores e pedir que o paciente morda até obter harmonia facial(aumento do terço 
inferior), se a sobremordida desaparecer a causa é posterior, se ela mantiver a causa é anterior. 
CONSEQUENCIAS 
 Condição mais danosa para saúde dos tecidos de suporte e longevidade dos elementos dentários. 
 Interferênciasoclusais nos movimentos excursivos mandibulares, problemas periodontais, danos à 
articulação temporomandibular. 
 Progressivo apinhamento dentário, contração da região anterior do arco inferior e redução do terço 
inferior da face. 
TRATAMENTO 
 Intrusão de incisivos, extrusão de molares, verticalização de molares inferiores e vestibularização de 
incisivos. 
 Placa de mordida: intrusão dos incisivos inferiores, extrusão de posteriores e crescimento do osso alveolar 
posterior no sentido vertical e aumento do terço inferior da face. 
 Aparelho extrabucal de tração alta e de tração cervical: quando associado a problema esquelético em 
paciente em crescimento. 
 Modificações no arco ortodôntico: intrusão dos incisivos e extrusão dos decíduos posteriores: arcos 
utilidades, arcos com degraus para cima ou pra baixo e arcos com curva de spee contrária. 
 Cirurgia ortognática: rotação da mandíbula para baixo aumentando o ângulo do plano mandibular e a 
altura da face anterior. 
 
 
 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
Karolina Viana 
 
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Extração seriada 
Procedimento terapêutico que visa harmonizar o volume dos dentes com o volme dos maxilares, mediante a 
eliminação gradativa de alguns dentes decíduos e permanentes guiando e controlando a irrupção. 
 Vantagens: 
o Permitir movimentos dentais fisiológicos 
o Reduzir o tempo de uso de aparelhos fixos 
o Diminuir o período de contenção 
o Evita movimentos dentais exagerados 
o Reduz o risco de cárie interproximal e doença periodontal ocasionada pelo apinhamento dentário. 
 Desvantagens: 
o Aumento da sobremordida 
o Inclinação lingual dos incisivos 
o Tecido cicatricial nos espaços das extrações 
o Diastemas 
o Alterações funcionais da língua. 
A inter-relação dentes, músculos e ossos é importante para aplicação da técnica com êxito. O paciente deve ter um 
bom perfil, harmonia osteo-muscular e desarmonia dental. O diagnóstico deve ser feito no princípio da dentadura 
mista. 
 
SISTEMA ESQUELÉTICO 
O crescimento entre 4 e 8 anos é sutil e acontece na região posterior, e esse aumento continua na dentição 
permanente. Muitas vezes, o ganho de espaço não é suficiente para o alinhamento dentário. 
A má oclusão Classe I é a mais bem sucedida nesse tipo de tratamento, já que existe um equilíbrio dinâmico entre 
maxila e mandíbula, havendo apenas uma desproporção dentária. 
Traçam-se os cefalogramas feitos em um intervalo de 12 a18 meses para análise da tendência de crescimento. 
 
SISTEMA MUSCULAR 
O equilíbrio muscular entre lábios, bochechas e língua é necessário, já que quando em repouso, os músculos 
periorais influenciam no equilíbrio dos arcos dentais. 
 
SISTEMA DENTÁRIO 
1. Diastemas fisiológicos localizados, como os espaços primatas ou generalizados 
2. Relação distal dos segundos molares decíduos. Degrau mesial ou plano distal reto. 
3. Sequencia de erupção dos dentes permanentes: esfoliação precoce dos caninos ou dos primeiros molares 
decíduos pode causar alteração da erupção dos permanentes. Na mandíbula os caninos, normalmente, 
efoliam antes dos pré-molares. 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
Karolina Viana 
 
25 
4. Distância intercaninos: estre 5 e 9 anos há um crescimento da distância intercaninos, que ficam mais 
distalizados e ocupam o espaço primata 
5. Comprimento do arco: com alteração no perímetro, o comprimento também é alterado. 
6. Mudança no perímetro do arco dental: o perímetro do arco mandibular diminui em relação ao perímetro 
da arcada maxilar, que aumenta principalmente em função da vestibularização dos incisivos. 
 
EXAME DIAGNÓSTICO 
 Deve ser feito no início da irrupção dos incisivos permanentes superiores e inferiores 
 Deve haver relação de Classe I bilateral 
 O esqueleto facial deve estar equilibrado 
 A discrepância deve ser de pelo menos 4mm em cada quadrante 
 Linhas médias coincidentes 
 Não deve haver mordida aberta ou sobremordida 
 Paciente com idade entre 6 e 9 anos. 
 Dentes anteriores mal posicionados, impactados ou com retração gengival em um incisivo. 
 Perfil não pode ser reto ou côncavo 
 Incisivos inferiores bem implantados radiograficamente na base óssea. 
 
TÉCNICA CONVENCIONAL DE EXTRAÇÃO SERIADA 
I. Remoção de caninos decíduos: entre 8 e 9 anos. Vai desapinhar os incisivos, que serão alinhados pela 
musculatura dos lábios e da língua, prevenindo a migração mesial dos caninos. 
II. Extração dos primeiros molares decíduos: entre 9 e 10 anos. Vai acelerar a erupção dos primeiros pré-
molares (estes precisam ter de ½ a 1/3 de raiz formada). Pode causar a distalização dos laterais e aumento 
da mordida profunda anterior. 
III. Remoção dos primeiros pré-molares erupcionado. Isso é feito para que haja espaço para os caninos 
eruírem e acelera esse processo. 
Caso o canino inferior, mesmo com a extração erupcione antes dos primeiros pré-molares, causará a impactação 
dos prés-molares. Quando isso acontece, é preciso desgastar ou extrair os segundos molares decíduos. 
Os primeiros prés vão erupcionar no local, serão extraídos, e um mantenedor de espaço vai garantir o espaço para 
que o segundo pré erupcione mais tarde. 
 
TÉCNICA DE TWEED 
Preconiza uma sequencia diferente: 
I. Extração dos primeiros molares decíduos: até 8 anos. Não há preocupação com o apinhamento anterior. 
II. Remoção simultânea dos primeiros pré-molares e dos caninos decíduos: permite o desapinhamento 
anterior e a erupção do canino permanente. 
Limitações: A lingualização dos incisivos invariavelmente vai aumentar a curva de Spee. Os segundos pré-molares 
podem irromper com inclinação axial para mesial. Quando a coroa entra em contato com a coroa do canino 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
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26 
surgirão muito cedo problemas periodontais. A mesialização generalizada dos dentes posteriores constitui um 
perigo latente, e pode acabar faltando espaço mesmo após a extração dos 4 prés. 
Condutas: uso de placa de mordida de acrílico para prevenir a sobremordida. Uso de aparelhos diversos podem 
ajudar a controlar essa mesialização. Pode-se usar aparelhos como: mantenedores de espaço removíveis e arco de 
contenção de Nance. 
Caso o paciente não vá usar aparelho fixo depois, pode haver persistência de diastemas, curva de Spee acentuada e 
mordida anterior profunda. 
 
Cefalometria em ortodontia 
Cefalometria é a mensuração de grandezas físicas, angulares e lineares em radiografias da cabeça. 
 
OBJETIVOS 
 Apreciação do crescimento dos distindtos componentes ósseos do crânio e da face, além da direção do 
crescimento dos maxilares e seus principais incrementos de acordo com a idade. 
 Diagnóstico clínico da anomalia que o paciente apresenta. 
 Comparação das mudanças ocasionadas durante o tratamento ortodôntico pelo aparelho empregado e 
pelo crescimento 
 Avaliação dos resultados obtidos mediante cálculos seriados superpostos. 
 
INDICAÇÕES 
 Auxiliar no diagnóstico 
 Registro de pré-tratamento 
 Monitorar o progresso do paciente 
 
PASSO A PASSO 
I. Tomada radiográfica 
a. Telerradiografia: tomada lateral com o lado esquerdo do paciente voltado para o filme. 
b. Cabeça posicionada no cefalostato de maneira que as superposições das estruturas anatômicas 
bilateraissejam coincidentes 
c. Plano de Frankfurt paralelo ao solo 
 
II. Cefalograma lateral 
a. Realizar primeiro uma boa análise visual geral dos componentes anatômicos – detectar patologias. 
b. Cópia feita em papel das estruturas anatômicas visualizadas na radiografia cefalométrica 
c. Feito sobre um negatoscópio 
d. Desenhadas estruturas anatômicas com lápis preto. 
 
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III. Desenho anatômico. 
a. Demarcação das principais estruturas anatômicas do crânio e da face. 
b. Estruturas duras: óssea e dentária 
c. Estruturas moles: perfil tegumentar, palato mole, língua eparede posterior da faringe. 
 
IV. Referências cefalométricas 
a. Demarcação dos pontos cefalométricos 
i. Situados no plano sagital mediano (sagitais ou impares): Ba, S, N, ENA, ENP, A, D, P, Me, 
Gn, La, Li, P’ 
ii. Laterais (pares): Po, Or, Pt, Go 
iii. Planos e linhas cefalométricas 
Plano: utilização de três ou mais planos para traça-los 
Linha: utilização de dois pontos 
V. Interpretação das medidas cefalométricas 
a. Padrão USP 
b. Análises diversas: Tweed, Downs, Steiner, Ricketts, Wits, Interlandi, McNamara 
c. Descrever posição anteroposterior da maxilla e mandíbula, a relação maxilomandibular, a análise 
do perfil e calcular a discrepância cefalométrica do arco inferior 
d. Cada autor estipulou pontos, linhas e planos próprios para alcanças o mesmo objetivo 
e. Análise padrão USP: fusão das medidas mais confiáveis para facilitar o dia-a-dia clínico. 
 
VI. Determinação dos pontos cefalométricos 
a. Após o traçado das estruturas anatômicas, devem ser demarcados os seguintes pontos 
cefalométricos: 
- S (sela) - Me (mentoniano) 
 - N (násio) - Go (gônio) 
 - A (subespinhal) - Gn (gnático) 
 - B (supramentual) - Or (orbitário) 
 - Ponto D - Po (pório) 
- P (pogônio) - Pn (pró-nasal) 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
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VII. Medidas: 
a. POSIÇÃO DA MAXILA E DA MANDÍBULA: 
 a) Ângulos SNA: 
i. Mostra a posição anteroposterior da maxila em relação à base do crânio. 
ii. SNA = 82º – maxila bem posicionada em relação à base do cranio 
iii. SNA > 82º– maxila protruída 
iv. SNA < 82º – maxila retruída 
 
b) Ângulo SNB: 
i. Mostra a posição anteroposterior da mandíbula em relação à base do crânio. 
ii. SNB = 80º - mandíbula bem posicionada em relação à base do crânio 
iii. SNB > 80º - mandíbula protruída 
iv. SNB < 80º - mandíbula retruída 
 
c) Ângulo SND: 
i. Mostra a posição anteroposterior da mandíbula em relação à base do crânio. 
ii. SND = 76º - mandíbula bem posicionada em relação à base do crânio 
iii. SND > 76º - mandíbula protruída 
iv. SND < 76º - mandíbula retruída 
 
b. RELAÇÃO MAXILOMANDIBULAR: 
a)Ângulo ANB: 
i. Representa a relação maxilomandibular no sentido anteroposterior. 
ii. NB a frente do NA, esse ângulo deve receber sinal negativo. 
iii. ANB = 2º - adequada relação entre as bases ósseas 
iv. Relação classe I 
v. ANB > 2º - deficiente relação entre as bases ósseas 
vi. Relação classe II 
vii. ANB < 2º - deficiente relação entre as bases ósseas 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
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viii. Relação classe III 
 
c. ANÁLISE VERTICAL 
a) Ângulos SNGoGn: 
i. Linha SN com plano GoGn. 
ii. Inclinação do plano mandibular em relação à base do crânio. 
iii. SNGoGn = 32º - padrão de crescimento bom 
iv. Tende a ser equilibrado 
v. SNGoGn > 32º - padrão de crescimento ruim 
vi. Tende ao crescimento vertical 
vii. SNGoGn < 32º - padrao de crescimento bom 
viii. Tende ao crescimento horizontal 
 
b) Ângulos NSGn: 
i. Determina o padrão de crescimento vertical. 
ii. NSGn = 67º - padrão de crescimento bom 
iii. Tende a ser equilibrado 
iv. NSGn > 67º - padrão de crescimento ruim 
v. Tende ao crescimento vertical 
vi. NSGn < 67º - padrão de crescimento bom 
vii. Tende ao crescimento horizontal 
 
d. ANÁLISE DO PADRÃO DENTÁRIO 
a) Ângulo NA: 
i. Indica inclinação axial deste dente em relação à sua base óssea. 
ii. NA = 22º - os incisivos superiores apresentam uma boa inclinação 
iii. NA > 22º - os incisivos superiores apresentam inclinação para vestibular 
iv. NA < 22º - os incisivos superiores apresentam inclinação para lingual 
 
b) Ângulo NB: 
v. Indica a inclinação axial dos incisivos inferiores em relação à sua base óssea. 
i. NB = 25º - os incisivos inferiores apresentam uma boa inclinação 
ii. NB > 25º - os incisivos inferiores apresentam uma inclinação para vestibular 
iii. NB < 25º - os incisivos inferiores apresentam uma inclinação para lingual 
 
e. ANÁLISE DO PERFIL: 
a) Ângulo NAP: 
i. Descreve o perfil ósseo do paciente em reto, côncavo ou convexo. 
ii. NAP = 2,5º - perfil ósseo reto 
iii. Relação classe I 
iv. NAP > 2,5º - perfil ósseo convexo 
v. Relação classe II 
vi. NAP < 2,5º - perfil ósseo côncavo 
vii. Relação classe III 
 
 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
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b) Linha H-nariz: 
i. Descreve o perfil mole do paciente em reto, côncavo ou convexo. 
ii. H-nariz entre 9 e 11mm - perfil mole reto 
iii. Relação classe I 
iv. H-nariz > 11mm – perfil mole côncavo 
v. Relação classe III 
vi. H-nariz < 9mm – perfil mole convexo 
vii. Relação classe II 
 
Tratamento das maloclusões classe I, II e III 
Existem maloclusões que são causadas por alterações esqueléticas e outras de etiologia puramente dentária. Sendo 
a última de correção mais simples. 
 Alteração Esquelética: alterações na oclusão causada por uma discrepância no crescimento ósseo. 
 Alteração Dentária: alterações oclusais causadas por variações no tamanho, forma, número ou posição 
dos dentes. 
 Como diferenciá-las: Um método muito usado, clinicamente, é manipular o paciente em relação cêntrica e 
observar se a chave de molares continua a mesma de quando o paciente está máxima intercuspidação 
habitual. Caso persista a alteração a causa é esquelética, se não é dentária. Uma outra forma de diferenciar 
as alterações é a partir da análise cefalométrica do paciente. 
 
TRATAMENTO DE MALOCLUSÃO CLASSE I 
Essa classe não apresenta alteração quanto a chave de molar, ou seja, está restrita as má posições dos dentes 
anteriores, que podem estar desalinhados, apinhados, protuídos, retruídos, sobremordida profunda, mordida 
aberta. 
 Mordida aberta 
o Dentária: 
 Decídua: pode ser resolvida com o término dos períodos transitórios ( 12 A 14 anos) ou, 
quando a causa for hábitos deletérios, remoção dos mesmos. Evitar usar dispositivos 
ortodônticos como a grade palatina. 
 Mista: remoção dos hábitos, podendo utilizar dispositivos ortodônticos como a grade 
palatina associada a outros aparelhos ou não. 
 Permanente: tratamento voltado para a estrutura esquelética, devido ao grande 
envolvimento dela 
o Esquelética: tratamento deve ser realizado com aplicação de forças ortodônticas, usando aparelhos 
fixos com elásticos verticais intermxilares na região anterior visando à extrusão dos dentes 
anteriores. 
 
 Mordida cruzada posterior 
o Dentária 
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31 
 Elásticos cruzados simples: são efetivos para molares em mordida cruzada quando ambos 
os dentes estão fora de posição e há espaço adequado para eles. 
 Aparelho removível com mola: caso a mordida cruzada dentária seja unitária tendo a 
inclinação axial incorreta de somente um dente. 
o Esquelética 
 Disjuntor de Haas: Mais indicado para casos de contração maxilar esquelética; a expansão 
rápida da maxila promove efeitos ortopédicos (ósseos), ortodônticos (dentais); quanto 
mais jovem o paciente maior quantidade de efeito ortopédico em detrimento do efeito 
ortodôntico. 
 Aparelho de Hyrax: Promove expansão rápida da maxila e abertura da sutura palatina 
mediana; após um período de 5 anos, as distâncias intermolares apresentam recidiva em 
45% da distância inicial (pós-contenção); a abertura de diastema entre os incisivoscentrais 
superiores. 
 
 Contração dento-alveolar bilateral da maxila: Em casos de contração dento-alveolar bilateral da maxila, o 
aparelho removível com parafuso expansor bilateral Quad-HeIix ou Arco em "W" são os mais indicados. 
 
 Mordida cruzada anterior dentária 
o Espátula de madeira: 
 1. incisivo em estágio inicial de erupção; 
 2. com grau mínimo de mordida cruzada; 
 3. presença de espaço para o seu correto posicionamento. 
o Aparelho removível com molasdigitais 
o Plano inclinado inferior: 
 1. etiologia da mordida cruzada deve ser somente dentária; 
 2. espaço suficiente para o movimento labial do dente; 
 3. o dente não pode estar girado; 
 4. a mordida cruzada não pode ser maior que 1/3 do comprimento da coroa; 
 5. o dispositivo não pode ser usado por mais que 3 semanas. 
 
 Mordida cruzada no adulto: 
o Uso de aparelhos ortodônticos: conformação dos arcos + elásticos intermaxilares: 
 * maxila e mandíbula atrésicas, mordida cruzada anterior e posterior; 
o Etiologia: fatores esqueléticos e dentoalveolares 
o Expansão rápida da maxila 
o Expansão alveolar rápida da maxila 
o Expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (ERAC) 
o Cirurgia ortognática: 
 * envolve a divisão e o reposicionamento dos maxilares para deixá-los com um melhor 
alinhamento; 
 * problemas de mordida,que não podem ser solucionados somente com a ortodontia; 
 * não é uma cirurgia isolada, parte de um tratamento ortodôntico cirúrgico. 
 
 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
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 Sobremordida: 
o Na classe I os fatores dentários são dominantes 
 Comprimento da coroa dos incisivos, 
 Elevação do 1º Molar, 
 Ângulo interincisal, 
 Fatores esqueléticos 
o Tratamento 
 Extrusão de dentes Posteriores: Para cada 1 mm de extrusão dos dentes posteriores, 
teremos uma redução do trespasse anterior da ordem de 1,5 a 2,5 mm. Essa modalidade 
tratamento está indicada para indivíduos com altura anteroinferior reduzida, curva de Spee 
excessivas e exposição dos incisivos de mínima a moderada. 
RECURSOS ATIVOS : geram forças diretamente nos dentes posteriores. 
 Ex.: aparelho extrabucal cervical, uso de elásticos intermaxilares e uso de mecânicas 
extrusivas nos aparelhos fixos. 
RECURSOS PASSIVOS: promovem a desoclusão posterior. 
 Ex.: placa com batente e aparelhos funcionais. 
 Intrusão de dentes Anteriores 
 Arco contínuo de intrusão: o segmento de arco que promoverá a intrusão 
contorna todo o arco dentário e, na região anterior, poderá se ligar aos dentes por 
meio do encaixe diretamente nos slots dos braquetes ou sendo amarrado em outro 
segmento anterior. 
 Arco de 3 peças: dois segmentos de alças de intrusão são confeccionados (um para 
cada lado) e encaixados em outro segmento na região anterior. 
 Combinação de mecânicas: Associação da extrusão dentária posterior à intrusão anterior 
e/ou correção da inclinação axial. 
 
TRATAMENTO DE MALOCLUSÃO CLASSE II 
Planejamento do tratamento: 
I. Restrição diferencial e controle do crescimento esquelético: Tem como objetivo inibir o 
desenvolvimento maxilar e para tal é realizado uso de tração extra-oral da dentição, pois a correção da 
classe II é obtida a medida que ocorre o crescimento mandibular para frente e a maxila está com 
crescimento restringido. Para conseguir o efeito desejado, utiliza-se o Arco Facial. 
a. Arco facial: 
i. Local de ancoragem: É baseado no padrão facial original, isso é, quanto mais 
excessivamente vertical forem os sinais de padrão de crescimento, mais alta a direção da 
tração e vice-versa. 
ii. Decidir se a inclinação ou movimento dos dentes é desejado 
iii. Como deve ser preso aos dentes: Pode ser preso aos dentes associado aos tubos dos 
primeiro molares permanentes, a um splint superior removível, aparelho funcional ou 
preso em um arco anteriormente. 
 
II. Estímulo diferencial do crescimento esquelético: 
a. Usado com intuito de estimular ou melhorar o crescimento mandibular, para isso devem ser 
usados aparelhos funcionais - estes são aparelhos que proporcionam o movimento do côndilo 
Prova de ortodontia Atenção integral à criança I 
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mandibular para fora da cavidade glenóide, mediado por pressão reduzida nos tecidos condilares 
ou por tensão muscular alterada no côndilo, resultando no crescimento mandibular. 
b. Antes de iniciar o tratamento com aparelhagem funcional, deve-se inclinar para vestibular e 
alinhar os incisivos superiores, pois o choque entre incisivo superior e inferior impediria o avanço 
da mandíbula. 
i. Funcionais removíveis e não removíveis: 
- Removível: É sugerido o uso noturno totalizando aproximadamente 12 horas. É 
recomendado assim para aproveitar a liberação do hormônio do crescimento e 
evitar o impacto social negativo. 
- Fixo(aparelho de Herbest): É um aparelho que gera maior sensibilidade dental quando 
comparado ao removível e deve ser feito controle para acompanhar os avanços do 
paciente e adequar o aparelho a eles. Depois de concluir o crescimento necessário, se o 
paciente ainda estiver na dentição mista, é necessário usar uma contenção (aparelho 
funcional removível) até que complete a dentição permanente e posso usar 
aparelhagem fixa. 
 
III. Guia de irrupção do crescimento esquelético: Usado quando o clínico detecta uma displasia esquelética 
que resultará em um mau posicionamento dental. Com o objetivo de evitar a maloclusão, o profissional 
utiliza uma guia de irrupção dentária e deve, em concomitância, fazer um controle do desenvolvimento 
alveolar. 
 
IV. Movimento dos dentes e processos alveolares: É quando o profissional movimenta os dentes com o 
objetivo de remodelar os processos alveolares e, então, evitar displasias esqueléticas. Feito com 
aparelhagem fixa. 
 
V. Translação das partes durante o crescimento: Usado durante o crescimento, quando há estreitamento 
da maxila, objetivando trocar fisicamente o relacionamento das partes ósseas. Para isso é usado 
dispositivo ortopédico de expansão palatina. 
 
VI. Outras formas de tratamento são cirurgias e treinamento muscular 
 
TRATAMENTO DE MALOCLUSÃO CLASSE II 
 É classificado assim quando a cúspide mésio vestibular do primeiro molar superior oclui distalmente ao 
sulco mesial do primeiro molar inferior. 
 Subdivisão direita/esquerda – Quando a relação de molares classe II está apenas em um lado e do outro a 
relação é classe I. 
 A malocusão classe III envolve hipertrofia mandibular, acentuado encurtamento da face média ou 
combinação destes dois. 
I. Encurtamento da face média: O encurtamento da face média pode ser causado de maneira direta ou 
Indireta: 
* Direta quando a maxila é pequena ou posicionada posteriormente. 
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* Indireta quando não há crescimento vertical da maxila, o que induz o giro pra cima e pra frente da 
mandíbula gerando o prognatismo mandibular. 
 Formas de tratamento: máscara fácil e aparelho funcional para protusão maxilar 
a. Máscara facial: 
i. Mecanismo de Ação: Elásticos são presos na máscara e no aparelho maxilar gerando uma 
força anterior na maxila que induz a movimentação e o crescimento. 
ii. A máscara facial é ancorada na Fronte e no mento, e o aparelho maxilar pode ser bandado, 
cimentado ou removível. 
b. Aparelho funcional: Nesse tipo de aparelho são usados escudos para distender o lábio superior 
para frente, esses escudos distendem o periósteo de forma a estimular o crescimento maxilar. O 
dispositivo tem maior efeito em mudanças dentárias, causando um movimento mesial dos molares 
superiores enquanto mantém os molares inferiores em posição vertical e anteroposterior. Além de 
inclinar os dentes anterossuperiores para vestibular e retrair os dentes anteroposteriores. É um 
método usados em paciente classe III moderado 
 
II. Excesso mandibular: Classe III por crescimento excessivo de mandíbula é extremamente difícil de 
tratar. Formas de tratamento: Mentoneira e aparelho funcional de Classe III 
a. Mentoneira: É o dispositivo de escolha para esse tipo de alteração oclusal. 
i. Mecanismo de ação: mudar a direção do crescimento mandibular girando o mento para 
baixo e para trás, ou seja, não é um dispositivo que restringe o crescimento mandibular, e 
tem como o efeito secundário a inclinação lingual dos

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