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Curso Completo sobre o novo CPC

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Aula 1 Fredie Didier Júnior Normas Fundamentais Novo Curso sobre o Novo CPC
É um curso que vamos analisar todas as mudanças trazidas pelo novo CPC. Será dado uma visão completa do novo CPC. É muito diferente do sistema atual. Estamos diante de uma lei que não só reformou o CPC de 1973, mas é um novo sistema. Normas novas, sistema novo. Não adianta olhar para o NOVO CPC com base no repertório que tínhamos em 1973. É claro que não se apaga a história e também o conhecimento não surge do zero. O acúmulo histórico do CPC/73 é levado como conhecimento histórico e como acúmulo de conhecimento. 
Verão no curso todas as mudanças relevantes do NOVO CPC do início ao até o fim. Não será falado o que não mudou. Ex: petição inicial, jurisdição. Será explicado o que mudou nas coisas.
Será visto as mudanças ao tempo que não existe doutrina suficiente sobre o novo CPC. Porém, há um repertório doutrinário interessante sobre o novo CPC dos encunciados produzidos pelo Fórum Permanente dos Processualistas Civis. É um encontro dos Processualistas Civis que se realiza semestralmente. Nos TRÊS primeiro encontros, eles produziram mais de 300 enunciados sobre o novo CPC. Isso acaba sendo uma primeira doutrina sobre o novo CPC. São aprovados por unanimidade. Isso funciona como uma pauta para compreender o novo CPC. À medida que os livros forem saindo, vou divulgando. 
1º Assunto: Normas Fundamentais do Processo Civil tal como regulado pelo novo CPC:
Cria-se uma norma nova: as normais fundamentais do Processo Civil. Esse capítulo 1 tem 12 artigos. Esses 12 artigos não exaurem as normas fundamentais. Esse rol não é exaustivo. Há normas fundamentais que não estão no 12 primeiros artigos, porém estão na Constituição Federal, como por exemplo devido processo legal e proibição da prova ilícita. Há exemplos de normas fundamentais espalhadas pelo novo CPC, que não estão nos 12 primeiros artigos do novo CPC. Esse rol normas fundamentais não exaustivo. Os 12 primeiros artigos consagram normas e princípios. As normas fundamentais processuais têm esse rótulo, porque os 12 primeiros artigos consagram regras ou princípios. Há uma tendência de achar que toda norma fundamental é um princípio. Porém, há normas fundamentais que são regras. Ex: as decisões hão de ser motivadas. Isso é uma regra, mas não é um princípio. Por isso, o nome normas fundamentais do processo civil e não princípios fundamentais do processo civil. 
Fredie Irá analisar os artigos que são novidades:
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Esse artigo 1º faz de uma maneira simbólica: Não é Possível compreender o Processo Civil sem antes analisar a Constituição Federal. As disposições do novo CPC devem ser interpretadas à luz da Constituição Federal. Percebam que é artigo 1º não por acaso. Deixa claro que um CPC produzido atualmente não pode se desvencilhar e não pode ser interpretado de maneira incompatível com a Constituição Federal. O problema do artigo 1º é o seguinte: Do ponto de vista simbólico, o novo CPC é muito bom. Agora, do ponto de vista normativo, ele diz um obviedade: as normas infraconstitucionais devem ser interpretadas à luz da Constituição. 
Pergunta: Vem um artigo infraconstitucional para dizer que todas as normas processuais devem ser interpretadas à luz da Constituição. E se, por ventura, o juiz aplicar o CPC contrariamente à Constituição? Caberá RESP por ter violado uma norma infraconstitucional ou caberá RE por violar norma constitucional? Para Fredie, a violação é da Constituição. O artigo 1º apenas enuncia uma norma constitucional. O artigo 1º é um clone de um a norma constitucional. É como se a lei repetisse o texto constitucional. Uma lei que repete um texto constitucional continua repetindo uma norma que é constitucional. Esse artigo 1º tem um caráter simbólico muito forte. Uma vez violada a norma que decorre do artigo 1º, essa violação não impugnável por Recurso Especial, mas é impugnável por Recurso Extraordinário. 
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
Não é nenhuma novidade. É uma repetição do que a Constituição diz. Se alguém violar o princípio da inafastabilidade, viola a Constituição, porque esse artigo 3º é uma simples repetição da Constituição. Quando a lei é o clone da Constituição, o recurso que cabe é o Recurso Extraordinário.
Artigo 3º, § 2º: “ O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos”. Estabelece uma norma nova. É o princípio de promoção pelo Estado da solução por autocomposição. O Estado promoverá, sempre que Possível, a solução consensual dos conflitos. O Estado deve atuar para promover que as partes promovam seus conflitos consensualmente. É uma verdadeira política pública de solução dos conflitos. É uma nova norma fundamental processual. Ele consagra a resolução 125/10 do CNJ, que regulamentava isso. Só que era uma resolução do CNJ. Agora, essa disposição do CNJ tem respaldo de um dispositivo de lei que consagra a solução amigável dos conflitos. 
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
O estímulo por autocomposição deve ser promovido não só pelo Estado, mas também por advogados, juízes, defensores públicos e membros do MP. Todo o novo CPC é estruturado nesse sentido. No sentido de estimular a autocomposição. Pela primeira vez, temos uma lei que disciplina com exaustão a mediação e a conciliação. Mediação e conciliação estão exaustivamente regradas pelo novo CPC. O primeiro ato do processo, após da petição de inicial, é marcar uma audiência de conciliação. O novo CPC estimula que as partes se autocomponham, dispensando o pagamento de custas, se houver transação. Pode incluir no acordo outras lides e outras pessoas. É um princípio novo. 
Art. 4º As partes têm direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Dele, você extrai normas conhecidas, outras nem tanto. O artigo 4º tem 3 pedaços:
1ª) As partes têm direito de obter em prazo razoável: consagração da duração razoável do processo. O novo CPC apenas ratifica isso.
2ª) A solução integral do mérito: as partes têm direito à solução de mérito. Ora, um direito à solução de mérito decorre de um princípio novo, que você têm que desenvolver: princípio da primazia da decisão de mérito. Está consagrado nessa parte do artigo 4º do novo CPC. Em que consiste esse princípio? O objetivo desse princípio é deixar claro que a solução de mérito é prioritário em relação a solução que não é de mérito. Basta ver o artigo 139, IX, do novo CPC:
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais;
É dever do juiz determinar a correção dos vícios processual. Com isso, impede que o processo seja extinto sem resolução do mérito.
Outro exemplo expresso no novo CPC disso é o artigo que cuida dos poderes do relator de um recurso: O relator, se verificar algum defeito sanável, deverá pedir a emenda do recurso, pois vigora, no novo sistema, o princípio do julgamento do mérito. 
Outro exemplo: O juiz não pode indeferir a petição inicial sem antes que o autor emende a petição inicial. Isso está expresso no novo CPC.
Outro exemplo muito importante: Agora, a apelação contra qualquer sentença que extinga o processo sem exame do mérito tem juízo de retratação. Por quê? Exatamente por permitir que o juiz possa reconsiderar e possa julgar o mérito. Se o juiz extinguiu sem exame do mérito, permite a retratação, para que ele possa analisar sepode julgar o mérito. 
Esse princípio do artigo 4º vai se concretizando no novo CPC ao longo de diversas manifestações.
Artigo 1028, §3º, do novo CPC: “O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave”.
O STF e o STJ poderão desconsiderar um defeito dos recursos, exceto a tempestividade. Esse dispositivo é um marco na concretização do princípio da primazia do mérito. Esse princípio é tão importante que foi reproduzido na Lei 13015/14, que cuida dos recursos repetitivos no âmbito trabalhista. É uma lei importantíssima, porque cuida dos recursos repetitivos no âmbito trabalhista. Ela foi produzida com base no novo CPC. Grande parte dos textos dessa nova Lei são importados do novo CPC. 
3º) Incluindo a atividade satisfativa: consagra-se o princípio da efetividade do processo. Qual a novidade disso? Pela primeira vez na nossa história, temos um artigo que expressamente diz isso. Nunca houve na nossa história um dispositivo normativo que consagrasse expressamente o princípio da efetividade. Quem quer desenvolver o princípio da efetividade poderá fazer com base no artigo 4º. Fredie particularmente sempre defendeu esse princípio da primazia do mérito. No curso dele, ele dizia que era um princípio expresso no âmbito coletivo. No processo individual, ele já defendida há muito tempo também. Agora, a redação é muito clara e concretização dele ao longo do novo CPC é mais clara ainda.
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
A primeira parte do artigo 7º fala do princípio da igualdade processual. É um princípio velho, embora tenha sido dissecado pelo artigo 7º. O problema é o trecho final, que diz: “compete ao juiz zelar pelo efetivo contraditório”. Surge aí uma norma fundamental nova, que impõe ao juiz o dever de zelar pelo efetivo contraditório. O que significa isso? É um dos mistérios do novo CPC. É um dispositivo muito aberto. Fredie dará dois exemplos:
1º) É Possível fazer com essa previsão: Fredie acha que é Possível que o juiz nomeie um curador especial para os casos atípicos em que ele se revele necessário. Ex: A parte foi à audiência, mas o advogado não foi. Daí, o juiz poderá nomear um defensor público para ser curador especial, a fim de que o contraditório não seja violado. É a nomeação de curador especial para hipóteses atípicas.
2º) Não é Possível fazer: O juiz não pode destituir um advogado que ele repute fraco. Daí, o juiz não poderia, sob pretexto de zelar pelo efetivo contraditório, nomear outro advogado.
O juiz, para garantir o contraditório, pode dilatar os prazos processuais. Há previsão no artigo 139, VI, do Novo CPC:
 “O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
VI 􏰀 dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito”
Há previsão expressa e inédita do juiz dilatar os prazos processuais, a fim de respeitar efetivamente o contraditório. Pensem que o autor tenha juntado 10.000 documentos. Daí, o prazo de 15 dias para o réu se defender é absolutamente insignificante. Assim, o juiz poderá dilatar os prazos processuais, dizendo: Réu, você poderá contestar em 45 dias. 
Vocês se lembram do acórdão do mensalão. Tinham milhares de páginas. Não tinha sentido entrar com embargos em 5 dias. Daí, o STF concedeu o prazo de 10 dias, em função dessa interpretação de respeito ao contraditório. 
Essa dilatação de prazo não pode ser feita depois que o prazo acabou. O juiz tem de dilatar os prazos, antes do prazo começar a correr. Essa foi a conclusão dos processualistas no Fórum permanente de processualistas civis, que é a conclusão 129:
“ (art. 139, parágrafo único) A autorização legal para ampliação de prazos pelo juiz não se presta a afastar preclusão temporal já consumada.(Grupo: Negócios Processuais)”.
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa- fé.
O artigo 5º consagra o princípio da boa-fé processual, como um dos pilares do novo CPC. Ora, antes desse artigo 5º, a doutrina tinha que extrair o princípio da boa-fé do do devido processo legal. Antes, não tinha no CPC um enunciado que deixasse claro esse princípio. Ele, que já era um consequência do devido processo legal, passa a ter previsão expressa no novo CPC.
Aquele que de qualquer forma participa do processo: a redação é assim, exatamente para deixar claro que o princípio da boa-fé se dirige a todos os sujeitos do processo, inclusive o juiz, perito, advogado, testemunha etc. Essa redação é cópia da redação do CPC suiço, traduzido para o português. O princípio da boa-fé se dirige a toda e qualquer sujeito processual.
Vamos dissecar esse princípio. A primeira coisa para compreender esse princípio é a seguinte: Não se pode confundir boa-fé objetiva e boa-fé subjetiva. Boa-fé subjetiva é um fato da vida. O fato de alguém acreditar que está agindo licitamente. É ter a crença de que seu comportamento é lícito. É um fato que muitas vezes é levado em consideração pelo legislador. Na posse de boa-fé, o possuidor tem direito aos frutos. A boa-fé é um fato apto a gerar consequências jurídicas. 
O que é a boa-fé objetiva? Não é um fato. É uma norma, mais precisamente um princípio. É o princípio, segundo o qual os comportamentos humanos devem estar pautados de acordo com um padrão ético de conduta. Não tem nada a ver com a crença do sujeito. Pouco importa se o sujeito está de boa-fé íntima. A boa fé objetiva é o princípio da boa-fé. Não se pode falar em princípio da boa-fé subjetiva. O artigo 5º consagra a boa-fé objetiva processual incidente sobre qualquer sujeito do processo, como por exemplo juiz, partes e advogado. Esse artigo 5º é o exemplo de uma cláusula geral processual. O que significa isso? Significa que se trata de um dispositivo normativo construído de maneira indeterminada tanto em relação à sua hipótese normativa, como em relação à sua consequência normativa. Quando a gente lê o artigo 5º, a gente não sabe ao certo a qual comportamento ele se refere. Ele também não diz o que acontece se por ventura se o comportamento não for conforme a boa-fé. Por isso, é uma cláusula geral, necessitando de ser concretizado na prática. Os tribunais vão ter que definir o que são os comportamentos de acordo com a boa-fé. Ao longo da história, se pegarmos os últimos 100 anos de consagração do princípio da boa-fé no direito estrangeiro. Veremos que o princípio da boa-fé já foi concretizado em, no mínimo, 4 grupos de situações:
1ª) O princípio da boa-fé torna ilícita qualquer conduta de má-fé. Qualquer conduta dolosa é considerada ilícita pela incidência do princípio da boa-fé. É como se houvesse uma previsão geral de ilicitude em razão do dolo. Qualquer conduta processual dolosa é considerada ilícita, tendo em vista o princípio da boa-fé. Ex: Um amigo de Fredie advogando num processo trabalhista chegou à conclusão de que o acordo seria o melhor caminho. Daí, fizeram um acordo com o email. Acabou o processo e transitou em julgado. Daí, a outra parte desiste do acordo. Assim, Fredie orientou que esse comportamento da outra parte é doloso, ferindo o princípio da boa-fé, devendo requerer a devolução do prazo recursal.
2ª) Abuso do direito no Processo é considerado ilícito, por violar a boa-fé. Qualquer abuso do direito no processo passará a ser considerado de forma muito clara como um comportamento ilícito. Daí, por ser ilícito, não pode ser aceito. É como se houvesse uma proibição geral para o abuso do direito no processo. Exemplo: Imaginem que o autor tem o direito de negar a sucessão réu peloadquirente de coisa litigiosa. Se um terceiro adquire coisa litigiosa, pode entrar no lugar do réu. Para que o terceiro entre no lugar do réu, é preciso de que o autor consinta. Imaginem que, porém, que ele negue esse consentimento de maneira irrazoável, de maneira não fundamentada. Isso é intolerável. Não pode ser exercido de maneira abusiva, porque viola o princípio da boa-fé.
3ª) Comportamento contraditório: se eu pratico um ato e esse meu ato gera em outra pessoa a expectativa de que eu manterei uma coerência na minha atuação.Se eu vier a frustrar isso, eu estarei comportando contraditoriamente, porque contrário à boa-fé. É aquilo que, no direito civil, se chama de proibição do venire contra factum proprium. Proibição de comportamento contraditório às próprias atitudes. Exemplo: executado oferece um bem para ser penhorado. Depois, alega a impenhorabilidade do bem.
4º) Supressio processual: Supressio é a perda de um direito pelo fato de não ter exercido esse direito por um tempo tal que gerou na outra parte a expectativa de que eu não mais o exerceria. Ocorre a surpressio desse direito. É Possível falar de supressio no processo. Exemplo: O processo tramitou durante 10 anos e o juiz nada disse. Pelo silêncio do juiz, gerou em todos a expectativa de que o processo estava regular. Como juiz se submete ao princípio da boa-fé, ele sofreu a supressio. É um comportamento ilícito do juiz se decide anular o processo.
O princípio da boa-fé exerce um papel hermenêutico muito grande. Orienta a interpretação da postulação e da decisão. 
O direito ao contraditório garante às partes o poder de se manifestar sobre qualquer questão que seja relevante para resolver sobre a causa, mesmo que seja uma questão que o juízo conheça sem provocação (ex officio). Ex: inconstitucionalidade da lei, incompetência absoluta, inconstitucionalidade da lei, decadência legal.
Qualquer questão levada a juízo deve ser submetida ao diálogo do processo. Essa exigência evita decisões surpresas. Fala-se que essa exigência decorre do dever de consulta. O juiz tem o dever de consultar as partes sobre questão sobre a qual elas não se manifestarem. Se eu sou juiz e estou para julgar uma causa, eu percebo que a lei é inconstitucional e ninguém havia suscitado isso. Diante disso, eu tenho de intimar as partes para que manifestem sobre um suposta inconstitucionalidade. Isso não é prejulgamento. 
Exemplo: Mulher de fredie viu que a apelação era intempestiva e ninguém tinha suscitado. Fredie sugeriu que ouvisse as partes antes. Não deu outra: as partes foram ouvidas. Ambas disseram que o recurso era tempestiva. Naquela localidade, havia um feriado local e ninguém tinha ficado sabendo disso. Estabelece o diálogo, para evitar decisões surpresa. Essa exigência foi consagrada na Lei de Execução Fiscal, que expressamente diz que o juiz da execução fiscal pode conhecer de ofício da prescrição. Mas, antes de decidir com base nela, tem que ouvir a Fazenda Pública no particular. É a concretização do dever de consulta, o direito de não ter uma decisão surpresa. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Estamos diante da consagração do dever de consulta. Consagração da proibição de decisão surpresa. O artigo 10 não é um artigo que enuncia o princípio do contraditório. Esse artigo enuncia uma regra que o juiz deve ouvir as partes. Essa regra concretiza o princípio do contraditório. Essa regra é tão importante, que foi repetida em alguns dispositivos do novo CPC. Vejam o artigo 491, do novo CPC:
“Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá- lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão.
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.”
É a consagração do dever de consulta. 
Art. 932. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida, ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada, que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de cinco dias.
§ 1º Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, este será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente.
§ 2º Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
O artigo 932 do novo CPC é consagração do artigo 10 nos Tribunais. É uma disciplina de como concretizar o dever de consulta no âmbito dos Tribunais. 
Se essa regra for descumprida, gera nulidade da decisão por violação do contraditório. 
Art. 926. Os juízes e os tribunais observarão:
I 􏰀 as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II 􏰀 os enunciados de súmula vinculante;
III 􏰀 os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV 􏰀 os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V 􏰀 a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
§ 1º Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 487, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo.
O artigo 10 deve ser aplicado não só quando o juiz decide, mas no momento da formação do precedente. O novo CPC exige que a formação do precedente seja muito cuidadosa. Todos os fundamentos do precedente devem ser submetidos ao contraditório. Esse artigo 10 é um ícone do novo CPC. 
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que esta seja previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I 􏰀 à tutela provisória de urgência;
II 􏰀 às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 309, incisos II e III;
III 􏰀 à decisão prevista no art. 700.
Consagra o princípio do contraditório. Se a decisão for a favor de uma das partes, sem que ela tenha sido ouvida. O que não é Possível é decisão contra. É por isso que o novo CPC admite uma improcedência liminar. É uma rejeição da petição inicial liminar. Vai julgar a favor do réu sem ouvi-lo. A apelação contra sentença que julga liminarmente o pedido permite retratação. 
Sucede que o Parágrafo único, do artigo 9º, do novo CPC traz exceções à essa regra. Não precisa de ouvir a parte antes se a decisão é provisória. Se a decisão é provisória, não há necessidade de ouvir a parte contrária. Exemplos: tutela de provisória; tutela de evidência; ação monitória. São casos em que o juiz pode decidir contra o réu sem ouvi-lo antes. O Parágrafo único, do artigo 9º, não é o único exemplo disso. Ex: liminar possessória é uma clássico caso de tutela provisória liminar; liminar de despejo; liminar em MS. 
Artigo 7º, parte final (zela pelo efetivo contraditório); artigo 9º, artigo 10: esses TRÊS pedaços formam um núcleo sobre o contraditório. 
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
Consagra a primeira parte a igualdade processual. O novo CPC vai além. Ele disciplina a igualdade. Generaliza o princípio da igualdade no processo. O princípio da igualdadeno processo exige a observância de quatro aspectos:
1º) Imparcialidade do juiz: é um dever que decorre do princípio da igualdade.
2º) Igualdade no acesso à justiça: Não pode haver discriminação por crença, orientação sexual ao acesso à justiça.
3º) Igualdade nos momentos em se reduz as dificuldades do acesso à justiça: Dificuldade financeira você reduz com gratuidade de justiça. O sistema de gratuidade de justiça é outra. Mudou substancialmente alterada no novo CPC. Outro exemplo importante de redução da desigualdade: Poderá sustentar oralmente no STJ via videoconferência sem ter que ir a Brasília. 
4º) Dificuldade de comunicação: Os murdos ou sudos têm dificuldade de comunicar que pode repercutir no processo. Pela primeira vez, o novo CPC prevê a utilização da língua brasileira de sinais para pessoas surdas e mudas, sendo uma forma de tratar essas pessoas no processo.
A igualdade se revela no seguinte: as partes devem receber o mesmo tratamento. O novo CPC não cria só o artigo 7º, como ele traz várias concretizações da igualdade:
- Regra da tramitação prioritária: Art. 1047, do novo CPC:
Art. 1047. Terão prioridade de tramitação em qualquer juízo ou tribunal os procedimentos judiciais:
I -􏰀 em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988;
II 􏰀 regulados pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990.
§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará ao cartório do juízo as providências a serem cumpridas.
§ 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
§ 3º Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite ou companheiro em união estável.
§ 4º A tramitação prioritária independe de deferimento pelo órgão jurisdicional e deverá ser imediatamente concedida diante da prova da condição de beneficiário.
O tempo do processo de uma pessoa com doença grave é bem diferente do tempo de uma pessoa sadia. Os casos de levantamento de FGTS (lei 7713/88) para doenças graves são utilizados aqui para definir doença grave. Esse rol também abrange as pessoas abrangidas pelo ECA. Os Parágrafos trazem o procedimento para concessão da prioridade. O juiz, preenchidos os pressupostos, não tem como negar a prioridade. O juiz só pode negar a prioridade se não encaixar nas hipótese de prioridade.
O artigo 7º consagra um cláusula geral de igualdade, que tem diversos artigos que têm influência dele.
Durante a tramitação, a bancada parlamentar que tem com objetivo de proteger as pessoas com deficiência. Eles atuaram diretamente no novo CPC. Várias demonstrações de cuidado com as pessoas pessoas deficiência, desde o linguajar, como regras singelas. Na interdição, havia um dispositivo que dizia: O juiz interrogará o inteditando. Porém, foi mudado para o seguinte: O juiz entrevistará o interditando. Isso demonstra o tratamento das pessoas com deficiência com dignidade.
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
 
Para Fredie, esse dispositivo é uma verdadeira mixórdia. Daí, Fredie sugere dividi-lo em 3 partes:
1ª) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum: Essa primeira parte é a reprodução quase literal de um dispositivo da LINDB (Lei de introdução às regras do Direito Brasileiro). Foi um dispositivo pensando para uma época ditatorial. É um dispositivo muito antigo, que foi trazido pelo novo CPC.
2ª) É o legislador do novo CPC dizendo que está atualizado. Dignidade da pessoa humana pode ter uma dimensão processual. Porém, a dimensão processual dela se confunde com o devido processo legal. É inegável que a experiência da dignidade da pessoa humana fez com que uma série de dispositivos ao longo do novo CPC fossem pensados como forma de tutelar a dignidade da pessoa humana. Aparece aqui para iluminar a interpretação do novo CPC. O novo CPC traz uma série de regras tendente a concretizar a dignidade da pessoa humana:
- Língua brasileira de sinais é uma regra.
- Regra grande de bens impenhoráveis: O executado tem direito a um patrimônio mínimo.
- Regra de prioritária de processos para pessoas com doenças graves
- Humanização da interdição. Terá uma aula só para ela, porque a interdição foi muito mudada.
É um dos únicos que se refira expressamente à dignidade da pessoa humana, proporcionalidade e razoabilidade. A lei de processo administrativo só se refere à proporcionalidade.
3ª) Todos se lembram do artigo 37, da Constituição Federal. É o artigo que cuida dos princípios do Direito Administrativo. O que isso tem a ver com o processo?
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
O legislador se inspirou no artigo 37, da Constituição Federal para colocar na parte final do artigo 8º do novo CPC. No novo CPC, não menciona a moralidade e a impessoalidade. A impessoalidade no âmbito do processo já é o juiz natural. Moralidade, no âmbito do direito administrativo, confunde-se com boa-fé. Por isso, não foi mencionado no dispositivo a impessoalidade e a moralidade. 
A legalidade no novo CPC tem uma sutileza. A LINDB fala em: ao aplicar a lei e, novo CPC, fala em ordenamento jurídico. Isso porque a lei não é a única fonte de direito, havendo outras fontes normativas. Daí, pegou o texto da LINDB e trocou. Antes, na década de 40, a lei era a única fonte do direito e substituiu isso por ordenamento jurídico. Para deixar claro que O juiz aplica o direito como um todo e não apenas a lei. O legislador menciona princípio da legalidade como se a lei fosse a única fonte do direito. Esse novo CPC ajuda na reconstrução do que seja princípio da legalidade. Princípio da legalidade é a Administração Brasileira observar o Direito Brasileiro. O direito brasileiro não é só legalidade, mas é composto pela Constituição, pelas resoluções do CNJ, CNMP, precedentes judiciais. Os precedentes judiciais no novo CPC têm força obrigatória, compondo o direito, ao lado da lei, da CF/88, das normas administrativas, contratos. O princípio da legalidade tem que ser repensado. É princípio de respeito ao direito e não apenas respeito à lei. 
O princípio da eficiência será tratado em outra aula. 
Princípio da eficiência do processo: Em que ele consiste o princípio da eficiência aplicado ao processo? O princípio da eficiência pode ser uma norma de direito administrativo. Repercute no Poder Judiciário como entidade administrativa. O princípio da eficiência como norma de direito processual recai sobre o juiz enquanto administrador de um processo. Não é o Poder Judiciário como ente administrativo. É uma atividade administrativa relacionada a uma processo. Recai na figura do juiz como administrador de um determinado processo, observando a eficiência. De um lado, obter o máximo de finalidade com o mínimo de recursos. Da mesma forma, é preciso de atingir essa finalidade com o mínimo de recursos possíveis. Percebe uma relação entre o princípio da eficiência e o velho e bom princípio da economia processual. Em que medida eles se distinguem? O princípio da eficiência é o velho princípio da economia processual com outro nome e remodelado.Muda-se o nome de um princípio tão antigo por duas razões:
1ª) Mudança de nome por opção legislativa.
2ª) Mudando o nome para eficiência traz junto toda carga que já existe no direito administrativo no sentido de impor ao juiz um dever de gerir o processo, de acordo com as boas práticas da administração. Eficiência é a nova modelagem do princípio da economia processual. Isso faz com que os juízes apliquem as melhores técnicas de administração. Não é por acaso que os magistrados recebem curso de gestão. O Brasil tem um problema sério de gestão de causas repetitivas. 
Como eu aplico isso na prática? Em primeiro lugar, o princípio da eficiência vai servir como princípio de interpretação das leis processuais. Vai entrar como balanceamento dos diversos princípios. O valor eficiência será colocado no bolo, a ser ponderado. A partir do princípio da eficiência, é Possível o juiz fazer adequações atípicas no processo. Promover ajustes no processo, sem previsão legal. Parece muito claro a possibilidade de reunir processos, mesmo que não sejam conexos, se por acaso eles precisarem de uma mesma prova pericial. O princípio da eficiência serve para esse tipo de interpretação. 
Qual é a diferença entre eficiência e efetividade? Eficiência tem a ver com gestão, com administração de recursos humanos e financeiros. Efetividade tem a ver com resultado. O processo pode ter sido efetivo, sem ter sido eficiente. O processo entregou o resultado, mas foi muito caro. Não há como dizer que o processo foi eficiente sem efetividade. Um processo inefetivo não pode ser considerado eficiente.
Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput:
I 􏰀 as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
II 􏰀 o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
III 􏰀 o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV 􏰀 as decisões proferidas com base nos arts. 483 e 931; V 􏰀 o julgamento de embargos de declaração;
VI 􏰀 o julgamento de agravo interno;
VII 􏰀 as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII 􏰀 os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX 􏰀 a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais.
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo:
I 􏰀 que tiver sua sentença ou acordão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
II 􏰀 quando ocorrer a hipótese do art. 1.039, inciso II.
Cria a regra de respeito à ordem cronológica de conclusão. Agora, juízes e tribunais deverão julgar de acordo com a conclusão da cronologia do processo. A conclusão será pública, para permitir a fiscalização. Vem prestigiar o princípio da igualdade. Impedir favorecimentos. De outro lado, prestigiar a duração razoável do processo. Se o processo está concluso há muito tempo, devem ser julgados primeiro.
Essa regra somente se aplica às sentenças ou decisões finais. Ou seja, para decisões interlocutórias e acórdãos interlocutórios, não há que respeitar a ordem cronológica dos processos. Ainda, têm que lembrar o seguinte: Há algumas exceções à essa regra. Há casos em que se permite que o juiz decida fora da ordem cronológica de conclusão:
I 􏰀 as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
II 􏰀 o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
O juiz não precisa respeitar a ordem cronológica se ele aplicar a tese firmada em julgamento de causas repetitivas.
III 􏰀 o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; O incidente de resolução de demandas repetitivas e o julgamento de recursos repetitivos devem ser julgados independentemente de ordem de conclusão. Passam na frente de tudo, mesmo que ele não seja o primeiro na ordem de conclusão. É dar preferência ao julgamento dos casos repetitivos.
IV 􏰀 as decisões proferidas com base nos arts. 483 e 931; Os casos de extinção do processo sem exame de mérito e casos de julgamento monocrático de relator.
V 􏰀 o julgamento de embargos de declaração; Se o juiz sentenciou e houve embargos, não há de respeitar a ordem cronológica.
VI 􏰀 o julgamento de agravo interno;
VII 􏰀 as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; O propósito aqui é prestigiar as metas do CNJ.
VIII 􏰀 os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; Caso o juiz tenha competência mista, os processos criminais não precisam de observar a ordem cronológica.
IX 􏰀 a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. 
É uma forma de encerrar o artigo. Sempre que o caso concreto há urgência, pode quebrar a fila da ordem de conclusão. Mal aplicado esse inciso, pode acabar com a cronologia.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais.
É preciso de estabelecer uma lista própria de cronologia. 
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
O processo está concluso. Uma parte entra com um requerimento para tirar da conclusão. Porém, isso não tira o processo da lista.
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo:
I 􏰀 que tiver sua sentença ou acordão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
II 􏰀 quando ocorrer a hipótese do art. 1.039, inciso II (cuida da aplicação da tese firmada em recurso repetitivo).
Art. 153. O escrivão ou chefe de secretaria deverá obedecer à ordem cronológica de recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais.
§ 1º A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de forma permanente, para consulta pública.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput:
I 􏰀 os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial a ser efetivado;
II 􏰀 as preferências legais.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica de recebimento entre os atos urgentes e as preferências legais.
§ 4º A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá reclamar, nos próprios autos, ao juiz da causa, que requisitará informações ao servidor, a serem prestadas no prazo de dois dias.
§ 5º Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cumprimento do atoe a instauração de processo administrativo disciplinar contra o servidor.
Há de ter a observância da cronologia no cartório judicial. O §4º, do artigo 139, do novo CPC estabelece um procedimento da preterição. Suscita uma dúvida: E se o juiz preterir? Para Fredie, não poderá ser invalidada essa sentença por isso. O prejudicado é um terceiro. Daí, caberá conseqüência disciplinar para o juiz. O desrespeito à ordem cronológica pode ser utilizado como fator de suspeição do juiz. Constatada a suspeição, o ato poderá ser invalidado. 
Art. 1045. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 5º A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica observará a antiguidade da distribuição entre os já conclusos na data da entrada em vigor deste Código.
Vai se pegar todos os processo conclusos e organizar pela ordem de distribuição. Pegam-se todos os processo conclusos e organiza-se os processos pela ordem de distribuição.
Norma fundamental que não está nos 12 primeiros artigos do novo CPC. Esse novo CPC traz uma norma fundamental nova das mais importantes: é o princípio do respeito ao autoregramento da vontade no processo. Esse princípio quer dizer que o processo, para ser considerado devido, não pode ser um ambiente hostil ao exercício da liberdade. O poder de autoregular-se é um poder inerente à liberdade. O processo tem que ser um ambiente de exercício da autonomia privada. O processo não pode conter restrições irrazoáveis ao exercício de autoregramento. O processo tem que ser um local propício para exercício da liberdade. 
É claro que a autonomia privada é exercida com mais limites do que é exercida no âmbito extrajudicial. A regra é a liberdade, o autoregramento. É claro que há restrições. Esse princípio está espalhado ao longo de todo o Código. 
Vai mostrar algumas demonstrações de que esse novo CPC é estruturado com base no princípio:
1ª) O novo CPC prevê um estímulo a autocomposição. 
2ª) audiência de tentativa de conciliação logo no início.
3ª) permite-se homologação judicial de acordo de qualquer natureza.
4ª) no acordo processual, posso incluir outros sujeitos e outras lides.
5ª) o novo CPC consagra uma cláusula geral de negociação geral. Permite que as partes formulem qualquer acordo sobre o processo. É uma das maiores novidades do novo CPC. 
O novo CPC prevê um série de negócios processuais típicos: calendário processual, convenção sobre ônus da prova, saneamento consensual, escolha consensual de perito, mudança convencional de audiência, escolha convencional do tipo de liquidação, o novo CPC dedica um capítulo inteiro sobre mediação e conciliação, o novo CPC consagra a arbitragem como meio jurisdicional, princípio da cooperação, que está intimamente relacionado à valorização da participação das partes no processo. 
Não há como pensar no novo CPC sem partir da premissa de que ele é um Código que prestigia a manifestação de vontade das partes. Um processo devido é um ambiente propício de manifestação de vontade das partes. É um pilar do novo CPC.
Vai tratar de uma regra velha, que precisa de ser reexaminada: artigo 2º, do novo CPC.
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
Uma das Possíveis exceções ao impulso oficial é o acordo entre as partes para modular isso. Daí, o impulso oficial tem que ser repensado em razão do princípio do autoregramento da vontade das partes. Um caso clássico de exemplo de exceção do artigo 2º: O inventário pode ser começado de ofício. Não existe mais.
Essa regra do impulso oficial não impede que a parte autora desista da causa como sempre lhe foi permitido. Com isso, terminamos a parte sobre normas fundamentais, sendo que será visto princípio da cooperação num bloco separado.
Princípio da Cooperação:
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
O princípio da cooperação tem por objetivo de transformar o processo em um ambiente cooperativo. Significa transformar o processo em uma comunidade de trabalho, em que vigore a lealdade e o equilíbrio entre os sujeitos do processo. Os sujeitos do processo ficam na mesma posição, de forma equilibrada. Nessa linha, está também o juiz e as partes. O objetivo do princípio da cooperação é estabelecer um modelo de processo cooperativo. Ficam entre dois extremos: de um lado, um modelo em que haja preponderância da figura do juiz, que é o modelo publicista, que conduz o processo de forma ativa e também decide. É aquela ideia do juiz ter muitos poderes, a despeito das partes. De outro extremo, é o processo adversarial, em que a proeminência é das partes. A condução do processo é tarefa das partes e o juiz cabe somente decidir. O princípio da cooperação vem no meio termo. Impõe que os sujeitos do processo dialoguem. Entre eles, haja equilíbrio durante a tramitação do processo. Essa tramitação do processo se dê com lealdade. O princípio da cooperação é corolário do princípio da boa-fé. O princípio da cooperação vem logo depois da boa-fé. Se a gente quiser buscar a origem remota do princípio da cooperação, vai encontrar do desenvolvimento na cláusula geral de boa-fé do direito alemão. A boa-fé gera deveres de cooperação. Nos estudos de direito civil, são os deveres anexos da boa-fé. O desenvolvimento do princípio da boa-fé processual gerou os deveres de cooperação processual, que são deveres de todos os sujeitos do processos, das partes e do juiz. Por isso, o novo CPC diz que os sujeitos do processo devem cooperar entre si. Cooperar é agir em conformidade com os deveres decorrente da boa-fé. São deveres objetivos. Deveres de não atrapalhar. São deveres de não transformar o processo em um ambiente de guerra, hostil. Tem por objetivo transformar o processo em um ambiente de diálogo e equilíbrio. Cada um tem suas idéias, suas intenções. O palco da luta, que é o processo, tem que ser um palco bom. Tem que ser um ambiente propício para que a briga se estabeleça de acordo com ética, com regras que permitam que a solução final seja rápida e justa. Tem por objetivo transformar o processo em um ambiente propício a um diálogo profundo e equilibrado, além de leal. É exatamente que os deveres da cooperação pretendem.
O princípio da cooperação geram para o juiz alguns deveres:
- Dever de consulta: é um dever inerente a um processo cooperativo. Transforma o processo em um ambiente cooperativo, ambiente de diálogo, equilibrado. Vou dialogar para que o processo seja o melhor ambiente Possível . Com isso, melhora a qualidade do debate. Está expressamente previsto no novo CPC.
- Dever de prevenção: é um dever geral decorrente do princípio da cooperação. O juiz tem o dever de apontar as falhas do processo. O juiz tem o dever de previnir as partes de apontar o defeito processual, dizendo como deve ser corrigido. O artigo 6º diz que o juiz tem o dever de que haja um decisão de mérito justa e efetiva.
- Dever de esclarecimento: revela-se de duas formas:
1ª) dever de dar decisões claras.
2ª) dever de pedir esclarecimento da parte se ele não compreender a postulação. Se a parte não esclarecer, ele indefere. Ele não pode, de plano, indeferir o pedido.
- Há quem defenda um quarto dever, que seria o dever de auxílio na remoção de obstáculos formais ou de mérito: é um dever muito consagrado no direito alemão e austríaco. Fredie entende que não há dever geral do juiz ser auxiliar das partes. O máximo que o juiz pode fazer é zelar pelo contraditório. No Brasil, a postulação é por advogado e por Defensor Público.
Já há muito coisa escrita sobre o princípio da cooperação, porque todos defendiam o princípio da cooperação antes do artigo 6º. O artigo 6º define o modelo de processo: não é publicista, nem liberal. Cooperaçãoe autoregramento estão intimamente ligados. 
 
Aula 2 Norma Processual Fredie Didier Júnior Curso do Novo CPC
Norma processual, Competência, Conexão e Continência, Pressupostos Processuais
1. Vacatio: o novo CPC tem vacatio de 1 ano. 
2. O novo CPC se aplica, subsidiariamente, ao Processo do Trabalho, Processo Administrativo e Processo Eleitoral. Muitas das novidades do novo CPC serão incorporadas no Processo do Trabalho.
O novo CPC traz a possibilidade da distribuição dinâmica do ônus da prova. Daí, seria Possível a distribuição dinâmica do ônus da prova no processo administrativo. 
O novo CPC elimina o procedimento sumário, ficando somente o procedimento comum. O fim do procedimento sumário gera um problema: e as causas de rito sumário que estiverem em andamento? Continuam pelo rito sumário até a sentença. Muitas leis extravagantes faziam referência ao procedimento sumário: Lei de usucapião especial, Lei da Ação discriminatória. Remetiam a um procedimento que não existe mais. Todas as remissões feitas ao procedimento sumário feitas na legislação extravagante consideram-se como remissões feitas ao procedimento comum. 
O novo CPC tem muitas novidades. Agora, o novo CPC tem muitas pseudonovidades. São os textos novos que consagram normas já existentes. Texto novo de norma velha não é norma nova. 
O artigo 10 estabelece o dever de consulta. Decorre do contraditório. O dever de consulta vale hoje. Só que o novo CPC vai e coloca um texto novo para ele. É uma pseudonovidade. Coloca em texto um norma que já existia. Pseudonovidades continuam valendo. O dever de consulta já é aplicado hoje. Nem tudo que sai do novo CPC é novo, podendo ser aplicado desde já.
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Todas as normas processuais vão se aplicar aos processos em andamentos. Como o processo é um conjunto de atos, os atos a praticar serão afetados pela norma nova. Os atos praticados naquele processo são atos jurídicos perfeitos e, como tais, não são afetadas pela norma nova. Do mesmo modo, as situações jurídicas, são os direitos. Direitos processuais já consolidados não podem ser afetados pela lei nova. O Novo CPC reduz de quádruplo para o prazo em dobro para os entes públicos. Se o novo CPC começa a viger durante o prazo em curso, o poder público poderá contestar em quádruplo. Se já há direito a um recurso consolidado, que foi extinto pelo novo CPC, o novo CPC não poderá afetar isso. 
Mudanças do novo CPC na parte de competência:
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
Mudança da perpetuação da jurisdição. Regra de perpetuação é aquela que diz o seguinte: a causa deve se perpetuar naquele juízo. Fatos supervenientes não vão alterar a competência onde a causa está. O artigo 43, do novo CPC, com duas mudanças: 
1ª) Data do registro onde não houver mais de uma vara.
2ª) distribuição da petição inicial: onde houver mais de uma vara.
O sistema atual do CPC/73 a data de fixação da competência é a data da propositura da Ação. A data da propositura da ação, no novo CPC, é a data da do protocolo. A fixação da competência se dá pela data do registro ou pela data da distribuição. Data do protocolo é a data em que a Ação é proposta. 
O CPC/73 falava na parte final dizia: alterarem competência em razão da matéria ou da hierarquia. Matéria e hierarquia são competência absoluta. Qualquer mudança de competência absoluta é fator de quebra da perpetuação da jurisdição. O Novo CPC encampa essa mudança, que já era trazida pela doutrina.
Outra mudança é que novo CPC regulou o seguinte: na cumulação de pedidos, em relação aos quais ele é incompetente.
Artigo 45, § 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo junto ao qual foi proposta a ação.
§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não apreciará o mérito daquele em que exista interesse da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas.
Se há cumulação de pedidos, um pedido para o qual a JF é competente e outro para o qual a JF não é competente. O juiz deve não admitir a cumulação e processar apenas o pedido para o qual ele é competente. Ele não vai remeter os autos. O sujeito que formule o pedido no juízo competente.
Outra mudança é que o novo CPC consagra a súmula 224 do STJ. Era uma súmula antiga que regulava as relações entre Justiça Estadual e Federal. 
Artigo 45, § 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo.
Súmula 224, do STJ: “Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito.”
Imaginem que um Juiz Estadual receba um pedido para o qual ele tenha competência. Vem a União e pede para intervir no processo. O Juiz estadual não pode fazer nada. Tem que remeter o processo para o JF. Se não for caso de intervenção da União, o juiz federal deverá restituir o processo e não suscitar conflito. 
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente o foro de situação dos bens imóveis; havendo bens imóveis em foros diferentes, é competente qualquer destes; não havendo bens imóveis, é competente o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Houve a menção da partilha extrajudicial que não existia no CPC/73. Há uma gradação e esclarecimento que o CPC/73 não fazia, o que é feito no Parágrafo único, do artigo 48. 
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União; sendo esta a demandada, poderá a ação ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
É a reprodução de um texto da Constituição.
Art. 52. As causas em que Estado ou o Distrito Federal for autor serão propostas no foro de domicílio do réu; sendo réu o Estado ou o Distrito Federal, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.
Esse artigo é novidade. 
O artigo 100 do CPC atual traz diversas regras de competência territorial. É o equivalente do artigo 53, do novo CPC. Ele atualiza o artigo 100, do CPC/73.
Art. 53. É competente o foro:
I -􏰀 de domicílio do guardião de filho incapaz, para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento, reconhecimento ou dissolução de união estável; caso não haja filho incapaz, a competência será do foro de último domicílio do casal; se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal, será competente o foro de domicílio do réu; 
Antes, dizia que o foro era do domicílio da mulher, partindo do pressuposto que a mulher estava no ponto de vista inferior em relação ao marido. Agora, a regra é propor no domicílio do guardião. Se a guarda for compartilhada, a regra é no domicílio do réu, porque ambos sãoguardiães. Agora, a guarda compartilhada é a regra. Se não houver filho incapaz, a competência será no último domicílio do casal. Se nenhum dos membros do casal residir no último domicílio, será no foro do domicílio do réu. A preferência é a proteção do incapaz e não do cônjuge ou do companheiro.
 
III 􏰀 do lugar:
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;
Se um idoso vai a juízo para garantir um direito exclusivo como idoso, garantido como idoso, tem a garantia de propor a Ação onde ele mora. É uma regra de competência relativa. É um benefício e não uma imposição. Só vale para as Ações individuais. Ações coletivas seguem a regra do estatuto do idoso, que dizem que a regra é do local ou do fato que causou a ação. Com essa regra, o artigo 80, do Estatuto do IDOSO só se aplica às causas coletivas relativas aos idosos. Para as causas individuais, aplica-se o artigo 53, III, e.
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;
O foro da sede onde está o cartório é competente para as Ações de reparação de dano praticados pelo cartorários. Não existia regra semelhante.
Mudança da conexão e na continência:
Artigo 55 e 57 do novo CPC.
Art. 55. Reputam-se conexas duas ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.
Houve uma mudança técnica, tirando objeto, colocando pedido. O trecho final do §1º é a consagração da súmula 235 do STJ.
Súmual 235: “A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.”
§ 2º Aplica-se o disposto no caput:
I 􏰀 à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;
II 􏰀 às execuções fundadas no mesmo título executivo.
Se houver conexão entre Ação de conhecimento e Ação de execução, tem que ser reunidas. 
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididas separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
Cria-se aqui um outro caso de conexão, que é a conexão por prejudicialidade. Já era admitida pela jurisprudência e pela doutrina. O conceito de conexão do CPC/73 era insuficiente. Era preciso de pensar outros casos de conexão. O objetivo foi não ter discussão se tem ou não conexão. Encerra 40 anos de discussão.
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, o processo relativo à ação contida será extinto sem resolução de mérito; caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
Continência: mesmas partes, mesma causa de pedir, mas o pedido de um abrange o da outra. Eu proponho a Ação maior primeiro. Proponho a Ação menor depois. A menor se extingue. Se eu proponho uma Ação menor primeiro e a maior depois ela se reúnem. Nem sempre a continência vai gerar reunião dos processos. A continência só vai gerar reunião dos processos se a causa maior for ajuizada depois. 
Prevenção:
As causas conexas devem ser reunidas no juízo prevento. No CPC/73, existem dois critérios de prevenção: 1) Despacho inicial: na mesma competência territorial; 2) citação válida: se as causas conexas estiverem em competências territoriais distintas. 
O novo CPC unificou no artigo 59, do novo CPC, só havendo um critério de determinação do juízo prevento: 
Art. 59. O registro (apena uma vara) ou distribuição (mais de uma vara) da petição inicial torna prevento o juízo.
O mesmo fato que gera a perpetuação gera a prevenção.
Foro de eleição:
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo.
§ 2º Aplicam-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o.
Foro de eleição internacional não viola a legislação brasileira, exceto nas hipóteses de competência internacional exclusiva.
Houve a disciplina do foro de eleição abusivo. Essa disciplina está nos §§3º e 4º do artigo 63, do novo CPC.
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz se abusiva, hipótese em que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
Fala de foro de eleição em qualquer contrato, diferente do CPC/73, que falava só contrato de consumo. Antes da citação, o juiz pode considerar a cláusula de eleição de foro. Se o réu foi citado e não alegou a abusividade, haverá preclusão e nada mais se poderá fazer. 
A incompetência, qualquer que seja ela, vai ser alegada na contestação. Antes, no CPC/73, a incompetência relativa era alegada na exceção de incompetência. Agora, qualquer alegação de incompetência pode ser feita no domicílio do réu. 
O CPC/15 deixa claro que o MP fiscal da ordem jurídica vai poder alegar incompetência relativa, nos casos em que ele intervier. 
A incompetência absoluta não implica nulidade automática do ato decisório. Preserva-se a decisão do juiz absolutamente incompetente. Cabe ao juiz que assumir o processo o que fazer com a decisão do juiz absolutamente incompetente. 
O CPC/15 deixa claro que a decisão sobre competência deve ser feita imediatamente pelo juiz. O juiz não pode esperar para decidir sobre competência. A decisão do juiz sobre competência tende a ser uma decisão interlocutória. Contra as decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento nas hipóteses que ele lista e as decisões sobre competência não estão na lista. Qual é o recurso cabível? Para Fredie, o rol das hipóteses de cabimento é taxativo, mas nada impede a interpretação por analogia. A decisão sobre competência é agravável, porque essa lista diz expressamente o seguinte: decisão que rejeita alegação de convenção de arbitragem é agravável por agravo de instrumento. É uma decisão essencialmente sobre competência. Daí, situação que rejeita alegação de incompetência cabe agravo de instrumento. 
Mudanças em relação ao conflito de competência:
O MP não intervirá em qualquer conflito de competência. Só intervirá em conflito 
se claro que o juiz que não aceitar deve suscitar o conflito. 
O novo CPC deixa claro que o relator do conflito de competência pode julgar monocraticamente em algumas hipóteses:
Artigo 954, Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de competência quando sua decisão se fundar em:
I 􏰀 súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
II 􏰀 tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência.
Presssupostos Processuais:
Mudanças importantes. Em certo sentido, até mesmo revolucionárias. Veremos apenas o que mudou. 
O artigo 13 do CPC/73 regula o que juiz deve fazer acerca de algum problema de capacidade processual. Determina que o juiz mande suprir determinado problema de representação processual. Foi bastante reformulado no novo CPC, sobretudo para deixar mais clara a sua abrangência, a fim de deixar claro que ele se aplica em qualquer instância do processo. Ele virou o artigo 76 do novo CPC.
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.
§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:
I 􏰀 o processo será extinto, se a providênciacouber ao autor;
II 􏰀 o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
III 􏰀 o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. 
Exemplo: se o terceiro for denunciado a lide, não será excluído, mas será considerado revel, prosseguindo o processo a sua revelia.
§ 2º Descumprida a determinação, caso o processo esteja em grau de recurso perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:
I 􏰀 não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
II 􏰀 determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.
O dispositivo se aplica em instância originária (§1º) e também na instância recursal (§2º).
A possibilidade de correção de um defeito relativo à representação processual, mesmo em grau recursal, mesmo em tribunal superior. Isso serve para reforçar o princípio da primazia do julgamento do mérito. É preciso de decidir o mérito.
Fala-se em pressupostos processuais e condições da ação. São requisitos para o exame da causa. O termo condição foi um termo que o CPC/73 encampou. A legitimidade ad causam, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido. Daí, tivemos que estudar os pressupostos processuais, ao lado das condições da Ação. Sempre houve muita crítica sobre isso. De um lado, se essas TRÊS figuras das condições da Acão relativas à admissibilidade do mérito deveriam ser chamadas de pressupostos processuais. Além disso, duas dessas figuras das condições da Ação: possibilidade jurídica do pedido e legitimidade ad causam se relacionavam ao mérito. 
O novo CPC aboliu o rótulo condição da Ação. Não há mais menção ao termo condição da Ação. Assim como não existe o termo carência de ação. Para Fredie, a opção foi muita clara: São expressões equívocas. Por isso, foram eliminadas. Carência de Ação e condições da Ação foram eliminadas. E as TRÊS figuras das condições da Ação? O novo CPC fala em interesse e legitimidade. Mas não diz que são condições da Ação. Quanto à possibilidade jurídica do pedido, o novo CPC nem trata mais. A possibilidade jurídica do pedido é um problema de mérito. Quando o juiz entende que o pedido é juridicamente impossível, o juiz está rejeitando o pedido. Daí, o novo CPC criou a figura da improcedência do pedido liminar em um rol muito maior do que existe hoje. Hoje, há a improcedência liminar nas causas repetitivas, nos casos de prescrição e decadência. O novo CPC generaliza a improcedência do pedido liminar. Vai ser estudado a improcedência liminar do pedido. 
Para Fredie, o novo CPC deixa claro que legitimidade de agir e interesse de agir são pressupostos processuais e não mais condições da ação. São requisitos para o exame da admissibilidade do processo. É preciso verificar a legitimidade e o interesse de agir se o processo é admissível. Não é mais necessário estudá-los à luz das condições da Ação. Caminhamos juntos com a doutrina européia, que trabalha a legitimidade e interesse dentro da admissibilidade do processo. Para Fredie, legitimidade ordinária é questão de mérito. Já a legitimidade extraordinária seria questão de admissibilidade. Porém, tomar cuidado, pois essa posição de Fredie é minoritária.
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Se você ler, você não percebe a mudança. 
Art. 3º, do CPC/73 Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade.
Só falava e interesse e legitimidade para propor ou contestar. Agora, fala para postular. Razões: Ação e contestação não são as únicas postulações em juízo. O interesse e a legitimidade devem ser aferidos em qualquer postulação, inclusive no recurso. Não só na ação ou contestação há postulação, como também em qualquer postulação devem ser aferidos, como por exemplo recurso, reconvenção, alegação de impedimento, uma impugnação do perito. É uma correção técnica. Porém, há um outro propósito: essa mudança de redação encampa um entendimento doutrinário que me parece corretíssimo, segundo o qual o processo é um conjunto de atos e de situações jurídicas, as relações estabelecidas no processo são muito dinâmicas com o passar do tempo. Há uma dinamicidade intrínseca ao processo. NO processo, você assumir posições distintas, com interesses distintos. As partes não permanecem no processo na mesma posição e com o mesmo interesse. 
Exemplo1: O juiz não é parte, mas o juiz, embora não seja parte, pode ser oposta uma alegação de impedimento contra ele. Se eu oponho uma alegação de impedimento contra o juiz, nessa relação de impedimento ele é parte. Aí, para alegar o impedimento do juiz, tem que ter interesse e legitimidade. Para responder à alegação de impedimento, tem que ter interesse e legitimidade.
Exemplo2: o sujeito é denunciado a lide. O sujeito que é denunciado a lide. O cara, que é denunciado a lide, vem para assumir a condição de réu da denunciação, mas também é assistente do denunciante contra o adversário. O processo é essa rede de relações muito mais complexa do que você imagina, muito mais complexa do que a redação do artigo 3º do CPC. Daí, a mudança do artigo 17, aparentemente singela, mas profunda, ao menos do ponto de vista do processo.
Exemplo 3: Pessoa Jurídica na Ação Popular e na Ação de Improbidade. A pessoa jurídica ela escolhe para onde ela quer ir: pode querer ser autora, ré ou pode não querer fazer nada. Os interesses podem variar, a depender do caso concreto.
Legitimidade Extraordinária:
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.
No CPC/73, o correspondente a esse artigo dizia que ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo autorizado por lei. 
A legitimidade extraordinária deve ser extraída do ordenamento jurídico e não de um texto de lei. Também, compõe o ordenamento jurídico os negócios jurídicos. Aí, vem a pergunta: Será que o novo CPC admite a legitimidade extraordinária negocial? A resposta é positiva. É a possibilidade de atribuição de legitimidade a alguém para defender direito de outrem. Não é a transferência do direito, mas é a transferência da legitimidade. O artigo 18 fala em ordenamento jurídico e não mais em lei. Um dos pilares do novo CPC é o respeito ao autoregramento da vontade. Há no novo CPC uma cláusula geral de negociação processual(Artigo 189). Por ser geral, permite a convenção sobre a legitimidade. 
Isso tem alguma utilidade ou aplicação? No início de 2014, a Google vendeu para a Lenovo a Motorola. Só que o Google ficou com as patentes da Motorola. Só que nesse negócio a Lenovo colocou uma cláusula: Tem legitimidade para defender as patentes da Motorola. A lenovo tem legitimidade extraordinária para defender as patentes da Motorola. 
Imaginem que coloque uma cláusula de cotista que todos têm legitimidade para ser réus. Uma espécie de legitimidade passiva negociada. 
A legitimidade negociada abre um leque de possibilidades. 
Fredie propõe o seguinte: estudar a legitimidade negociada no pólo ativo ou no pólo passivo.
No pólo ativo, é Possível pensar em uma transferência da legitimação e uma ampliação da legitimação. Atribuo a outra pessoa essa legitimidade, uma espécie de legitimidade concorrente. Ela variará de acordo com o tipo de direito. No que a tutela dos direitos absolutos, que é aquele de sujeito passivo indeterminado, como por exemplo direitos de personalidade, direitos de propriedade intelectual, direitos reais. Quando se trata de transferência de legitimação de direito absoluto, não se exige nenhum tipo de providência, podendo ser feito por uma simples convenção. Agora, quando se trata de transferência de legitimação para direitos relativos. Direitos relativos são aqueles que têm um sujeito passivo determinado. É a obrigação, o crédito.Se vai ceder uma legitimidade de um direito relativo, o sujeito passivo tem que ser notificado. Aplica-se, por analogia, o regramento da cessão de crédito. Se eu quero ceder a legitimidade sem ceder o crédito, aplica-se por analogia o regramento da cessão de crédito, devendo notificar o devedor.
Já, quanto à legitimidade extraordinária passiva, não é Possível transferir, salvo se o titular do direito (sujeito ativo) concordar. Se ele não concordar, não posso transferir. A transferência da legitimidade extraordinária passiva necessita do consentimento do sujeito ativo.
Recomendou a leitura de um artigo do Fredie: Fonte normativa para a legitimação extraordinária (academia.edu).
Art. 18, Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.
Se há legitimação extraordinária ou substituição processual, o substituído, que é o titular do direito, pode intervir para ser assistente litisconsorcial do substituto. Esclarece isso: é direito do substituído intervir no processo para ser assistente litisconsorcial e, para tanto, ser litisconsorte unitário. 
Recapitulando: Elimina-se o rótulo condições da Ação. Consagra-se a dinamicidade da relação processual, em que há diversas posições a serem ocupadas no processo. Consagra-se a legitimação extraordinária fundada em negócio jurídico. Consagra-se expressamente o direito do substituído intervir como litisconsorte unitário do substituído. 
Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:
I 􏰀 incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;
II 􏰀 réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado.
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.
Nomeará curador especial ao réu preso revel. O curador especial somente se justifica se o curatelado não tiver advogado. Se o curatelado tiver curador advogado, não justifica a nomeação de curador especial. Isso no caso do inciso II, do artigo 73.
O novo CPC consagra que a curadoria especial é atribuição exclusiva da Defensoria Pública. 
O CPC/73 falava muito nas sociedades irregulares, quando falava da capacidade processual. Além das sociedades irregulares, existem as associações irregulares. A diferença entre sociedade e associação é muito grande. Sociedade tem fins lucrativos, enquanto a associação não tem fins lucrativos.
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
VIII 􏰀 a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
Pela primeira vez, o novo CPC cuida da sociedade e da associação irregular. Preenche uma lacuna do sistema. 
§ 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada.
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I 􏰀 que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens;
II 􏰀 resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;
III 􏰀 fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV 􏰀 que tenha por objeto o reconhecimento, constituição ou extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. § 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo.
Parágrafo único. A falta de consentimento invalida o processo quando necessário e não suprido pelo juiz. 
Adequação do novo CPC ao Código Civil. Todo regramento das pessoas casadas, que o CPC/73 tinha, era apenas o reflexo, um espelho do que o CC/16 dizia. Só que o CC/02 mudou o CC/16 dizia , em relação à capacidade civil das pessoas casadas. Houve a necessidade de adequação do novo CPC ao CC/02. O consentimento do cônjuge para proposição de Ação imobiliária é exigidido, exceto no caso do regime da separação absoluta. Essa ressalva se aplica a separação absoluta legal ou convencional? Há quem diga que só se aplica na separação convencional, permanecendo a exigência para separação legal. Para Fredie, a exceção sem consentimento aplica-se a separação absoluta convencional e legal.
Também, houve adequação dos incisos do §1º, do artigo 73.
Houve uma outra novidade em relação à capacidade processual:
Artigo 73, § 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.
Isso é um problema. A união estável caracteriza-se pela informalidade. É a grande vantagem dela. O duro é a publicidade da união estável. Daí, faz crítica a esse dispositivo, pois a União estável não precisa de registro. Não há como dizer que é inconstitucional, mas há como dar uma interpretação razoável do dispositivo: Tem que ser comprovada por documento. Tem que ser o documento registrado no registro civil, tal como regulamentado pelo CNJ. Essa alteração vale para terceiro, sendo por isso que o CNJ regulamentou esse procedimento, para dar eficácia a terceiros, para que todos possam controlar, evitando-se fraude. Tal interpretação pauta-se no respeito à segurança jurídica e nos direitos de terceiros.
Capacidade processual do espólio quando se trata de inventariante dativo: O CPC/73 era extremamente confuso no particular.
Art. 12, do CPC 73 Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
§ 1º Quando o inventariante for dativo, todos os herdeiros e sucessores do falecido serão autores ou réus nas ações em que o espólio for parte.
Se o inventariante é dativo, além do espólio ser partes, todos os herdeiros têm que ser autores e réus. É como se houvesse listisconsórcio necessário ativo entre herdeiros e espólio, passivo entre herdeiros e espólio. Isso não tinha o menor sentido.
O novo CPC esclarece isso no artigo 75, §1º, do CPC:
§ 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte.
É só uma intimação, para comunicar os herdeiros. Intima-se os herdeiros para que sejam comunicadas. A parte é o espólio. Daí, como o inventariante dativo é estranho, intima-se os herdeiros. Simplifica-se a redação do CPC/73.
Artigo 75, § 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.
Admite-se convênio entre as procuradorias do Estado, para que um Estado possa defender outra. Além disso, é Possível que uma procuradoria de autarquia possa defender outra autarquia.
Art. 37. Parágrafo único, do CPC/73: Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por inexistentes, respondendo o advogado por despesas e perdas e danos.
Se o advogado não apresentar procuração, os atos processuais serão tidos como inexistente. Como ser existente um ato que pode ser ratificado. Esse dispositivo inspirava a súmula 115, do STJ. Recurso sem procuração era tido como inexistente. É uma súmula incorreta. Além disso, esse dispositivo estava em dissonância com o CC/02. Vide artigo 662 do CC: “Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se

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