Esportes Individuais - 3

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Esportes Individuais
Prof. Me Jefferson Sousa
Vertentes do esporte
O esporte não deve ser entendido e interpretado sobre um único olhar, pois ele pode ser utilizado e aplicado em vários formatos e para diferentes públicos, por isso se faz necessária sua diferenciação para uma aplicação metodológica adequada, para que todos possam praticá-lo de acordo com suas expectativas e obter todos os seus benefícios.
De acordo com a Lei Pelé n. 9.615/1998, o esporte nacional está dividido em três vertentes com conceitos e objetivos diferenciados.
Esporte educação.
Esporte de participação.
Esporte de rendimento. 
Vertentes do esporte
Esporte educação
Esporte educacional : Focado na formação do cidadão.
Ferramenta pedagógica : O esporte é utilizado de forma útil e prazerosa.
Desenvolvimento integral : Contribui para o desenvolvimento motor, socioemocional e cognitivo.
Público-alvo : crianças e adolescentes.
Inclusão : Garantir a participação de todos em práticas esportivas lúdicas.
Vivência democrática : Não há seletividade, promovendo igualdade.
Autonomia : Permite tomar decisões na organização e execução das atividades.
Respeito ao desenvolvimento : Considera aspectos motores, cognitivos, emocionais, psicológicos e sociais.
Autocrítica e autoestima : Estimula a autoavaliação e o fortalecimento da autoestima.
Esporte de participação
Prática voluntária : O esporte de participação é realizado de forma espontânea.
Integração social : Favorece a inclusão e a interação entre os praticantes.
Promoção da saúde e educação : Contribui para o bem-estar físico e aprendizado.
Preservação ambiental : Incentivo a práticas esportivas homologadas à sustentabilidade.
Esse formato do esporte tem como finalidade o bem-estar e a participação do praticante. Essa forma se apresenta como valioso instrumento de apropriação da dimensão cultural do esporte, como uma forma de participação ativa e não seletiva, e de espaços culturais e de convivência (TUBINO, 2010).
Esporte de rendimento
Foco em resultados : Busca por vitórias e recordes.
Normas universais : Segue regras determinantes para federações e confederações.
Competitividade : Inserido em contextos nacionais e internacionais.
Alto nível de dedicação : Exige esforço intenso dos atletas.
Modalidades de prática : Pode ser profissional ou não profissional.
Esporte profissional : Envolve pagamentos formais por contrato de trabalho.
Esporte não profissional : Não há contrato de trabalho, mas são permitidos incentivos e patrocínios.
Liberdade de prática : No modo não profissional, a participação é mais flexível.
Esportes individuais: competição
A competição coloca um sujeito contra o outro, o que dependendo da faixa etária e da metodologia adotada pelo professor poderá ser prejudicial ao praticante, deturpando sua autopercepção, autoestima, já que o coloca como uma prática essencialmente destrutiva, privilegiando o vitorioso em detrimento do derrotado (RUBIO, 2001). 
Planejamento do professor : Deve considerar o desenvolvimento integral dos alunos.
Aspectos essenciais : Desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo-social.
Adequação pedagógica : Adaptar conteúdos e metodologias à modalidade esportiva.
Formação cidadã : Foco em um aprendizado completo e saudável.
Esportes individuais: competição
Importância da competição : Elemento central que dá sentido ao esporte.
Manifestação plena : O esporte se realiza por meio da competição.
Aprendizado da competição : Essencial no ensino e prática esportiva.
Diferentes contextos : Presente no ensino formal (Educação Física escolar) e não formal (Escolas de Esportes e Centros de Treinamento).
Adequação das competições : Devem ser ajustadas ao nível de compreensão do aprendizado.
Importância na formação : Contribuem para o desenvolvimento do indivíduo.
Presença ao longo da vida : A competição é uma experiência contínua.
Valorização do aspecto competitivo : Não deve ser minimizado no processo educativo.
Esportes individuais: competição x não competição
Competição no contexto escolar : Deve ter um propósito educativo.
Papel do professor : Ser mediador consciente das particularidades da competição.
Aspectos pedagógicos : A competição deve responder a questões essenciais:
Por quê? (motivos)
Para quem? (público-alvo)
O quê? (conteúdo)
Quando? (momento aproximadamente)
Como? (metodologia de ensino).
Esportes individuais: competição x não competição
Equilíbrio entre competição e participação : Ajuste conforme os objetivos do esporte.
Esporte como ferramenta educativa : Contribui para o desenvolvimento motor, socioemocional e cognitivo.
Inclusão : Garantia da participação de todos em práticas esportivas.
Experiência democrática : Proporciona vivências igualitárias e lúdicas para crianças e adolescentes.
Esportes individuais: esporte na escola
Objetivo do esporte escolar: Democratizar o acesso à cultura por meio do movimento corporal. Gerar cultura como forma de expressão individual e social.
Funções sociais e educacionais: Promover a reflexão crítica sobre cidadania. Evitar práticas excludentes ou que priorizem apenas a competição.
Foco principal: Valorizar a participação coletiva e a expressão humana, em vez da competitividade excessiva.
Esportes individuais: esporte na escola
Papel da escola no esporte-educação: Espaço onde o professor utiliza o esporte como ferramenta educacional estratégica.
Atuação do professor: Proporcionar vivências de diferentes modalidades esportivas aos alunos. Promover reflexão crítica sobre os problemas sociais ligados ao esporte. Relacionar as práticas esportivas a analogias com dinâmicas sociais.
Objetivos educacionais: Desenvolver pensamento crítico nos alunos. Ampliar a compreensão sobre relações e conflitos sociais por meio do esporte.
Foco da reflexão: Analisar não apenas questões específicas do esporte, mas também suas conexões com práticas sociais mais amplas.
Esportes individuais: esporte na escola
Regulamentação das AFEs (Atividades Físicas e Esportivas) na escola: Estão normatizadas pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular).
Características da BNCC: Documento de caráter normativo. Define um conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais. Aplicável a todas as etapas e modalidades da Educação Básica.
Objetivo central da BNCC em relação às AFEs: Garantir que todos os alunos desenvolvam aprendizagens essenciais vinculadas à prática de atividades físicas e esportivas.
Abordagem da BNCC: Organiza as aprendizagens de forma sistêmica e contínua ao longo da trajetória escolar.
Esportes individuais: esporte na escola
Princípio da BNCC: Assegurar aos alunos os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
Base legal: Alinhada com as diretrizes do Plano Nacional de Educação (PNE).
Escopo de aplicação: Documento normativo voltado exclusivamente à educação escolar.
Objetivo central: Garantir que as instituições de ensino cumpram padrões essenciais para a formação integral dos estudantes.
Esportes individuais: esporte na escola e nos clubes
Natureza dos esportes: Práticas sociais passíveis de recriação e ressignificação pelos praticantes.
Adaptabilidade dos esportes:
Mantêm características básicas, mas suas derivações se modificam conforme:
Interesses dos praticantes.
Espaços disponíveis para a prática.
Número de participantes.
Recursos materiais acessíveis.
Outras possibilidades contextuais.
Fundamento teórico (BNCC, 2018): Destaca a flexibilidade das práticas esportivas como parte de sua essência social e educativa.
Conclusão implícita: O esporte é uma construção dinâmica, que equilibra tradição e inovação conforme as necessidades dos grupos e contextos.
Esportes individuais: esporte na escola e nos clubes
Tal afirmação reforça a autonomia do professor ao ajustar o conteúdo das modalidades esportivas ao grau de entendimento e percepção de seus alunos, adaptando a formatos de prática e disputa.
Nos clubes, as modalidades oferecidas e a metodologia do aprendizado estão relacionadas à faixa etária do aprendiz e aos objetivos do próprio clube.
Órgãos oficiais de representação dos esportesindividuais
Governança das modalidades esportivas: Regras e normas são estabelecidas por federações internacionais específicas de cada esporte.
Estrutura organizacional: Modelo piramidal (hierárquico), adotado pela maioria das modalidades. Funciona como uma cadeia hierárquica que regula o funcionamento de cada esporte.
Hierarquia de definição e aplicação de normas: Organizações no topo da pirâmide definem regras e diretrizes. Entidades e participantes em níveis inferiores devem segui-las conforme determinação.
O sistema centralizado garante padronização global, mas limita autonomia de adaptações locais nas regras.
Órgãos oficiais de representação dos esportes individuais
Organizações responsáveis pelo esporte de alto nível no Brasil:
Período de 2019 a 2022:
Comitê Olímpico Brasileiro (COB): Coordenação de eventos e preparação olímpica.
Ministério da Cidadania (MC): Integrava a Secretaria Especial do Esporte (SEESP), responsável por políticas públicas esportivas.
A partir de 2023:
Comitê Olímpico Brasileiro (COB) mantém sua função.
Ministério do Esporte (ME) assume as atribuições anteriormente vinculadas à SEESP.
Papel das confederações nacionais: Representam oficialmente as modalidades esportivas no âmbito nacional.
Subordinam-se às federações internacionais em questões como:
Disseminação da modalidade.
Organização de competições.
Aplicação de regras e diretrizes definidas internacionalmente.
Órgãos oficiais de representação dos esportes individuais
Estrutura hierárquica do esporte:
Modelo centralizado, onde as federações internacionais definem normas, e as confederações nacionais replicam e aplicam essas diretrizes localmente.
Conclusão implícita:
O sistema busca alinhar práticas nacionais aos padrões internacionais, garantindo uniformidade, mas com desafios de adaptação a contextos locais.
Órgãos oficiais de representação dos esportes individuais
Confederações:
Constituídas pela união de três ou mais federações.
Representam a modalidade esportiva nacional e internacionalmente.
Federações Estaduais:
Órgãos de direção dos esportes em unidades territoriais (estados, Distrito Federal, territórios).
Filiadas às confederações, seguindo suas diretrizes.
Podem ser classificadas como:
Especializadas: atuam em um único esporte.
Ecléticas: abrangem dois ou mais esportes.
Órgãos oficiais de representação dos esportes individuais
Clubes Sociais e Esportivos:
Oferecem aos membros atividades sociais e práticas esportivas.
Exemplos de esportes praticados:
Coletivos: futebol, futsal, voleibol, basquete.
Individuais: natação, equitação, golfe, tiro, entre outros.
Hierarquia do Sistema Esportivo:
Confederações (nível nacional/internacional) → Federações Estaduais (nível regional) → Clubes (base de participação e prática).
Conclusão implícita:
A estrutura organizacional do esporte combina representatividade hierárquica (confederações e federações) com acesso democrático às práticas esportivas (clubes).
Divisão dos esportes individuais
As modalidades esportivas podem ser classificadas de acordo com a lógica interna que está relacionada à organização estrutural do jogo em si, à prática que envolve os gestos motores, a relação com o adversário, entre outras. 
Esportes individuais: divisão dos esportes individuais
Esportes de invasão: são esportes em que o objetivo é se infiltrar no campo adversário e levar a bola ou outro objeto até uma meta ou área específica do campo adversário. Ex.: futsal, handebol, basquete, futebol, rúgbi. Essa categoria só é contemplada nos esportes coletivos.
Esportes de rede: são esportes em que a bola ou outro objeto deve ser rebatido ou lançado sobre a rede em direção ao campo do adversário, como tênis de campo.
Esportes individuais: divisão dos esportes individuais
Esportes de parede: são esportes parecidos com os de rede, porém não possuem rede, e sim uma parede, em que os jogadores se posicionam de frente para parede e rebatem a bola. Ex.: squash. 
Esportes de campo e taco: são esportes em que o objetivo é rebater a bola a maior distância possível para conquistar território, como no golfe ou beisebol.
Esportes de marca: são os esportes em que o resultado é aferido a partir do tempo, da distância ou do peso. Ex.: atletismo (corrida, salto em distância e levantamento de peso).
Esportes individuais: divisão dos esportes individuais
Esportes de precisão: são aqueles com um alvo específico, como no tiro com arco ou no boliche. 
Esportes de combate: são os esportes de luta, de enfrentamento corporal, tanto de luta agarrada (jiu-jitsu, judô), quanto de luta que envolve contato corporal e troca de golpes (boxe, karatê, taekwondo).
Esportes técnico-combinatórios: são esportes em que a realização de gestos técnicos é o principal instrumento para definir o vencedor. Ex.: ginástica artística, patinação artística, nado sincronizado, ginástica rítmica.
Esportes individuais com rede 
Esportes com rede divisória são modalidades nas quais o objetivo principal é lançar, bater ou arremessar a bola ou objeto de mesma função para a quadra adversária sobre uma rede.
Essa maneira de atravessar a bola ou o objeto deve dificultar a interceptação da defesa do adversário e fazer com que a bola ou o objeto toque o chão para que o ponto seja computado (GONZÁLEZ e BRACHT, 2012).
Esportes individuais com rede 
Badminton, tênis de campo, tênis de mesa, peteca e raquetebol. 
Equipamentos, instalações e regras básicas
A principal característica que envolve essas modalidades é que não existe contato corporal entre os adversários, visto que eles estão separados por uma rede dividindo os espaços de cada jogador.
A prática dessas modalidades é muito similar, pois o principal objetivo é golpear a bolinha ou peteca em direção à quadra ou mesa adversária de forma que ela toque o chão ou a mesa e o adversário não consiga devolver (defender).
Todas elas utilizam um implemento para golpear a bola, uma raquete que para cada modalidade tem um formato e uma dimensão diferenciados. 
Esportes individuais de parede 
Os esportes com parede de rebote são modalidades em que o objetivo principal é lançar, bater ou arremessar a bola ou objeto de mesma função, rebatendo contra uma parede. A bola deve obrigatoriamente ser rebatida para a continuidade do jogo. Ao golpear a bola deve-se dificultar a recepção da defesa do adversário e fazer com que a bola ou o objeto toque o chão para que o ponto seja computado. 
Um exemplo clássico desse formato de disputa é o squash, que pode ser disputado individualmente ou em duplas. 
Equipamentos, instalações e regras básicas
O squash é um esporte disputado em quadra quadrada fechada e que utiliza as paredes laterais e frontal para que ocorra o jogo. A bola é golpeada por uma raquete e deve ser direcionada contra a parede antes da jogada de cada jogador/dupla. 
O espaço aproximado é de 9,75 m de comprimento e 6,4 m de largura, com marcações específicas. 
Equipamentos, instalações e regras básicas
O jogo se inicia com o saque. Um atleta golpeia a bola com a raquete, de dentro da sua caixa de serviço – local de onde se deve sacar –, na parede frontal. Em seguida, ela poderá tocar qualquer outra parede, mas apenas uma vez no solo. 
Depois de golpear a bola, o atleta deve esperar que seu oponente tente devolvê-la na parede frontal. A quadra é relativamente pequena e a bolinha (de borracha) “pica” muito rápido
Esportes individuais de campo e taco
Os esportes de campo e taco são modalidades cujo objetivo é rebater a bola o mais longe possível. Com isso, busca-se ganhar tempo para percorrer as bases o maior número de vezes possível e/ou percorrer a maior distância entre elas.
Esses esportes têm como suas principais características o ataque e a defesa simultânea entre as equipes. Portanto, cada uma possui sua vez de atacar e defender.
Golfe, sinuca e snooker.
Equipamentos, instalações e regras básicas 
O golfe é praticado em campo aberto de ampla extensão, constituído por diferentes terrenos (gramado, lagos, córregos, areia, terra), embora possua variações para ambientessintéticos e/ou reduzidos. Além disso, pode ser jogado individualmente ou entre equipes de duas ou quatro pessoas, sendo os rivais definidos por pontuações prévias e/ou no decorrer dos torneios.
Um dos objetivos do golfe é jogar a bola nos dezoito buracos do campo com o menor número de tacadas, mas existem algumas regras quanto a isso. Um jogo de golfe tem tempo indeterminado, ou seja, a não ser que uma equipe cumpra o objetivo principal, o jogo não termina. Uma partida de golfe chega a durar até quatro horas. 
Esportes individuais de precisão
São um conjunto de modalidades que possuem como objetivo em comum arremessar, bater ou lançar determinado objeto (bocha, bola, flecha, bolão, projétil) de modo a acertar um alvo específico, seja ele fixo ou móvel.
O resultado da ação motora comparado é a eficiência e a eficácia de aproximar um objeto ou atingir um alvo (GONZÁLEZ, 2004, p. 2).
Dentre as modalidades, a bocha, o boliche, o tiro esportivo e o tiro com arco são esportes de precisão. 
Esportes individuais de marca 
São as modalidades esportivas que consideram a comparação entre o alcance de índices, que podem ser mensurados com metros, segundos, quilos etc. Uma característica marcante desses esportes é a quebra de recordes. Exemplos: todas as provas do atletismo, patinação de velocidade, remo, ciclismo, levantamento de peso, natação etc. 
Os esportes de marca são aqueles nos quais o resultado da ação motora comparado é um registro quantitativo de tempo, distância ou peso (GONZÁLEZ, 2004, p. 2).
Esportes individuais de combate
Os esportes individuais de combate são aqueles caracterizados como disputas em que o oponente deve ser subjugado, com técnicas, táticas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa (BRASIL, 1998, p. 70).
Um esporte de combate é um esporte de contato competitivo em que dois combatentes lutam um contra o outro usando as regras de contato, com o objetivo de simular partes do combate, em que acontece o contato corporal.
Esgrima, judô, caratê, taekwondo, sumô, boxe, jiu-jitsu, muay thay, MMA, luta greco-romana, entre outros.
Esportes individuais técnico-combinatórios
São os esportes em que são utilizados códigos para pontuação, sendo comparados à plasticidade (beleza estética) e ao grau de dificuldade dos movimentos executados pelos praticantes, de acordo com padrões ou critérios estabelecidos nas regras de cada modalidade. Exemplos: todas as modalidades de ginástica (acrobática, aeróbica esportiva, artística, rítmica, de trampolim), patinação artística, nado sincronizado, saltos ornamentais, skate, slackline, surf etc. 
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