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FARMACOLOGIA DOS ATB ● Termos MIC e CBM: - MIC (OU CIM) = Concentração inibitória mínima - CBM = concentração bactericida mínima ● Formas de ação do ATB - Tempo-dependente → o fator mais importante para a morte bacteriana é o tempo de exposição de microorganismos ao fármaco. Precisa ficar pelo maior tempo acima da MIC. Em geral,com exceção do ertapenem e da ceftriaxona , são dadas posologias em várias doses por dia. (ex: β-lactâmicos) - Concentração-dependente → A atividade está relacionada ao seu pico sérico, ou seja, quanto maior a concentração da droga, mais rápido o efeito bactericida, independente do tempo. Em geral são administrados em dose única (ex: aminoglicosídeo; metronidazol; quinolonas; rifampicina; daptomicina). - Concentração-tempo (área da curva ou MIC-dependentes) → Precisa de uma concentração muito alta acima da MIC por um longo tempo (Vancomicina; linezolida; clindamicina; macrolídeo; tetraciclinas) CLASSIFICAÇÃO BACTERIANA ● A bactéria Gram-positiva possui uma camada espessa de peptidoglicano e cora-se de roxo - P de positivo→P de purple (coloração) ● A parede celular da bactéria Gram-negativa é mais fina, mas tem uma membrana externa e cora-se de rosa/vermelho. ⇒Resumo Gram positiva: - Cocos ● Staphylococcus ⇒ - coagulase + [s.aureus (obs: aureus desenvolveu penicilinase, isto é, resistência à penicilina - ● [MSSA⇒ tratamento oxacilina] ● [MRSA e CA-MRSA ⇒tratamento vancomicina] - coagulase - [s.epidermis;s.hominis;s.Lugdunensis] ● Streptococcus ⇒ α-hemolíticos (s.viridians e s.pneumoniae) e β-hemolíticos (A:S.pyogenes; B:S.agalactie; D:S.bovis) ● Enterococos ⇒ E.faecium (“Mau” ⇒ resistente aos β-lactamicos) e E.faecalis (“bom” ⇒ em geral sensível aos β-lactamicos) - Bacilos ● Listeria monocytogenes ● Clostridioides difficile ⇒Resumo Gram negativos: - Cocos ● Neisseria meningitidis e Neisseria gonorrhoeae ⇒ Diplococos Gram-negativos = gonococo (na uretrite/cervicite) ou meningococo (na meningite). ● Moraxella - Espiroquetas ⇒ são bactérias muito pequenas e por isso não é possível fazer coloração de gram ● Treponema (sífilis) ● Borrelia (borreliose) ● Leptospira (leptospirose) - Bacilos ● Entéricos⇒ E.coli+Klebsiella+Salmonela+Shiguella+MYSPPCE -E. coli - Klebsiella pneumoniae - Salmonella - Shiguella - MYSPPACE (Morganella; Yersinia; Serratia; Proteus; Providencia; Aeromonas; Citrobacter; Enterobac) ⇒ possuem em seu cromossomo um gene que expressa AMPc (leva a uma resistência às penicilinas e cefalosporinas). ● Outros: - Haemophilus - Legionella ● Não fermentadores de lactose: - Pseudomonas - Acinetobacter - Stenotrophomonas - Burkholderia ● Anaeróbios: - Bacteroides fragilis ⇒Resumo Atípicas: - São bactérias resistentes aos β-lactâmicos, podendo ser divididas em: ● Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, Chlamydia psittaci ⇒ resistente aos β-lactâmicos pois não têm parede celular ● Legionella pneumophila ⇒ gram negativa atípica, pois se escondem dentro dos macrofagos diminuindo a ação dos β-lactâmicos BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS ● Staphylococcus - S. aureus (coagulase positivo) → muito virulento (pode causar doenças graves). - OBS: ● MSSA (apresenta penicilinase resistentes a penicilinas naturais) ⇒ Tratamento: oxacilina (1ªescolha) e meticilina; cefalosporina de 1ª geração; penicilina + clavulanato; cefuroxima; ceftriaxona, cefotaxima; cefepime ● MRSA = Alteração do sítio de ligação aos betalactâmicos (produção da PBP2A) ■ MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina e oxacilina) ⇒ encontrado em pacientes com contato com os serviços de saúde. - Tratamento MRSA→Vancomicina (1ª escolha); Daptomicina (exceto para pneumonia); Linezolida; Ceftarolina (único betalactâmico que tem ação contra o MRSA) ■ CA-MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina associados a comunidade) ⇒ Ele é mais comum na comunidade, ou seja, é encontrado em pacientes que não tiveram exposição aos serviços de saúde. É mais virulento do que o MRSA e está associado a infecções graves de pele em pacientes jovens. CA-MRSA produz uma exotoxina que leva à lesão tecidual e se chama de Panton-Valentine Leucocidina (PVL). - Tratamento CA-MRSA→ Vancomicina (1ª escolha); doxiciclina, sulfametoxazol-trimetoprim e clindamicina - Estafilococos (coagulase negativos) → pouco virulento; colonizam a pele. ● Streptococcus ● Classificado de acordo com com sua capacidade de hemólise (morte) das hemácias. Eles podem ser alfa-hemolíticos (hemólise parcial), beta-hemolíticos (hemólise total) e gama-hemolíticos (não causam hemólise). - Alfa-hemolíticos: ● S. viridans ⇒ da cavidade oral e pode causar endocardite. ● S. pneumoniae ⇒ pneumonias e meningites - Beta-hemolíticos: ● S.pyogenes [grupo A] ⇒ faringite e infecções de pele ● S.agalactiae [grupo B] ⇒ Colonizam o trato genital feminino e podem causar doenças no recém-nascido. ● S. bovis [grupo D] ⇒ endocardite nos pacientes com neoplasia do trato intestinal. Investigar câncer de colo ● Enterococcus - E. faecalis e E. faecium ⇒ Diplococos que colonizam o TGI. Podem causar ITU/endocardites/infecções intra-abdominais ● E. faecium ⇒ é resistente aos beta-lactâmicos (penicilinas) → tratado geralmente por vancomicina ● E. faecalis ⇒ em geral é sensível aos beta-lactâmicos (penicilinas). Se produzirem penicilinase usar um inibidor da betalactamase associado à penicilina (ampicilina+sulbactam ou piperacilina+tazobactam) ou usar vancomicina ● VRE (enterococcus resistentes a vancomicina) → tratados por linezolida ou daptomicina. - Obs: E.faecalis são sensíveis a beta-lactamicos, mesmo que sejam VRE preferir primeiro beta-lactamicos caso sensíveis e não produzirem penicilinase. ● Listeria monocytogenes - Listeria monocytogenes ⇒ bacilos Gram-positivos. Podem causar meningites em RN e idosos ● Clostridioides - Clostridioides difficile ⇒ bacilos anaeróbio Gram-positivo que causa a colite pseudomembranosa ● Clostridium ● bactérias Gram-positivas anaeróbias que produzem esporos. Por isso, conseguem sobreviver no ambiente durante longos períodos. - C. tetani (tétano) - C. botulinum (botulismo) - C. perfringens (gangrena gasosa) BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS (BGN) - Cocos ● Neisseria meningitidis e Neisseria gonorrhoeae ⇒ Diplococos Gram-negativos = gonococo (na uretrite/cervicite) ou meningococo (na meningite). ● Moraxella ⇒ IVAS e PAC - Espiroquetas ⇒ são bactérias muito pequenas e por isso não é possível fazer coloração de gram ● Treponema (sífilis) ● Borrelia (borreliose) ● Leptospira (leptospirose) - Bacilos ● Entéricos⇒ E.coli+Klebsiella+Salmonela+Shiguella+MYSPPCE - E. coli ⇒ 80% das ITU; - Klebsiella pneumoniae - Salmonella ⇒ Podem causar gastroenterites. S. typhi é o agente etiológico da febre tifoide - Shiguella ⇒ desinteria - MYSPPACE (Morganella; Yersinia; Serratia; Proteus; Providencia; Aeromonas; Citrobacter; Enterobac) ● possuem em seu cromossomo um gene que expressa AMPc (leva a uma resistência às penicilinas e cefalosporinas). ● Outros: - Haemophilus ⇒ IVAS e PAC (Haemophilus influenzae). Divididos em tipáveis (encapsulados), sendo o sorotipo B mais virulento, e em não tipáveis (sem cápsula). - Legionella ⇒ A Legionella é uma bactéria Gram-negativa, mas, como ela fica “escondida” dentro dos macrófagos, os betalactâmicos não conseguem ter uma boa atuação - além de ser classificada como gram negativa ela é também atípica. ● Não fermentadores de lactose: ⇒ encontradas no meio ambiente como no solo, na água e também no ambiente hospitalar. Elas são intrinsicamente resistentes a diversos antibióticos e podem adquirir novos mecanismos de resistências. - Pseudomonas - Acinetobacter - Stenotrophomonas - Burkholderia ● Anaeróbios: - Bacteroides fragilis ⇒ Encontra-se no intestino grosso. BACTÉRIAS ATÍPICAS - São bactérias resistentes aos β-lactâmicos, podendo ser divididas em: ● Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, Chlamydia psittaci ⇒ resistente aos β-lactâmicos pois não têm parede celular ● Legionella pneumophila ⇒ gram negativa atípica, pois se escondem dentro dos macrofagos diminuindo a ação dos β-lactâmicos ANTIBIÓTICOS - Principais ATB’s para as atípicas desses são: • Fluoroquinolonas; Tetraciclinas; e Macrolídeos BETALACTÂMICOS - Todos possuem em comum o anel betalactâmico. São divididos em: Penicilinas; Cefalosporinas; Carbapenêmicos; e Monobactâmicos - Mecanismo de ação dos β-lactâmicos: ● Ligam-se às PBPs que fazem ligações dos peptideoglicanos, inibindo a síntese de parede celular. ● São bactericidas. ● Sua atividade é dita tempo-dependente, ou seja, o fator mais importante para a morte bacteriana é o tempo de exposição de microorganismos ao fármaco. Logo em geral são dadas posologias em várias doses por dia (exceção: ceftriaxone e ertapenem que podem ser feitas em dose única diária). - penicilinas e as cefalosporinas não são teratogênicas e podem ser usadas na gestação. - EFEITOS ADVERSOS DOS BETALACTÂMICOS: ● reações de hipersensibilidade (alergias), como rash cutâneo ● sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos e diarreia, aumento de transaminases e encefalopatia). ● Associados a quadros de nefrite intersticial. ● Convulsões - especialmente cefepime (cefalosporina 4ªG) e imipenem. PENICILINAS ● Pode ser usada na gestação ● FARMACOCINÉTICA DAS PENICILINAS: - meia-vida curta - Penicilinas não penetram em meninges (exceto se a meninge estiver inflamada e usando doses elevadas) - Oxacilina ⇒ não são excretadas por via renal, portanto, não precisam de correção de dose em casos de insuficiência renal. As demais penicilinas precisam de ajuste conforme o clearance de creatinina. - - Penicilinas naturais ● COBERTURA: Estreptococos, enterococos (cobre E.faecalis/ não cobre E.faecium) e treponema - cobre anaeróbios exceto Bacteroides fragilis (BGN anaeróbio) ● Representantes: Penicilina G (cristalina, benzatina e procaína) e Penicilina V oral → Penicilina G benzatina → tratamento sífilis (treponema pallidum) → Penicilina V oral tem uma absorção muito ruim. - Penicilinas antiestafilocócicas ● Representantes: Penicilinas resistentes a penicilinase (antiestafilocócicas): oxacilina e meticilina ● COBERTURA: MSSA (Meticilina Sensivel Stafilococo Aureus) e estreptococos ● A oxacilina é um antibiótico que atua na parede celular e não apresenta ação contra os enterococos. ● Também não cobre gram negativas e nem anaeróbias. ● A oxacilina é usada nos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo MSSA, como nas infecções de pele e partes moles, infecções de corrente sanguínea, pneumonias, endocardite e meningites. ● Oxacilina ⇒ é a única penicilina que não precisam de correção de dose em casos de insuficiência renal - no brasil só há oxacilina - Aminopenicilinas ● Representantes: Amoxicilina e ampicilina ● Cobertura: estreptococos, enterococos (só E.faecalis), listeria, BGN (Enterobactérias não produtoras de betalactamases, H. influenzae, H. pylori) e anaerobios (exceto: bacteroides fragilis) ● Não cobre MSSA e não cobre - Ureidopenicilinas ● Representantes: Piperacilina ● Cobertura: estreptococos, enterococos (só E.faecalis), BGN, Pseudomonas ● Não cobre MSSA - Penicilinas + IBL ● Representantes: - Amoxicilina + clavulanato - Ampicilina + sulbactam - Piperacilina + tazobactam ⇒ cobrem até pseudomonas ● Cobertura: Estreptococos, enterococos, MSSA, BGN e bacteroides fragilis (BGN anaeróbia do intestino grosso) ● Somente a piperacilina com o tazobactam apresenta ação contra pseudomonas CEFALOSPORINAS ● Pode ser usada na gestação ● Nenhuma cefalosporina trata enterococos ● Farmacologia: - meia-vida curta (4-6h) → administração frequente. Exceção ceftriaxona que pode ser administrada 1x/dia - Exceto ceftriaxone, todas cefalosporinas requerem ajustes para a função renal - Cefalosporina de 1ª geração e cefaclor (2G) não penetram no SNC. - Cefalosporinas de 3ªG penetram em caso de inflamação meníngea e podem ser usadas para o tratamento de meningites. - Cefalosporina de 1ª geração ⇒ Cefazolina/ Cefalotina/ Cefadroxila/ Cefalexina. ● começa com CEFA. ● Cobertura: MSSA, estreptococos, algumas BGN (E. coli, Proteus mirabilis e K. pneumoniae). ● Não penetram o SNC ● não tratam enterococos ● Principais indicações: tratamento de infecção de pele e partes moles - Cefalosporina de 2ª geração ⇒ Cefuroxima /Cefaclor. ● começa com CEFU. ● Cobertura: redução na cobertura de MSSA; estreptococos; BGN (E. coli, Klebsiella pneumonie, Proteus mirabilis, Moraxella catarrhalis e H. influenzae) ● Pouco ativa contra os estafilococos ⇒ redução na cobertura de MSSA ● Não tem ação contra anaerobios e enterococos ● Usado nas IVAS pois cobre 3 principais germes: pneumococo, Moraxella e H.influenzae - Cefalosporina de 2ª geração (cefamicinas) ⇒ Cefoxitina/Cefotetan ● começa com CEFO ● Representantes das Cefamicinas: cefoxitina e cefotetan ⇒ únicas cefalosporinas que têm ação contra os anaeróbios, incluindo B. fragilis. ● Ação: MSSA, estreptococos, anaeróbios (incluindo B.fragilis), BGN (E. coli, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis) - cafaminas são boas opções para a profilaxia de cirurgias que envolvem o TGI - Cefalosporina de 3ª geração ⇒ Ceftriaxona/ Ceftazidima/ Ceftolozane /Cefotaxima. ● começa com CEFT. ● Ação: - BGN⇒ enterobactérias (E. coli, Klebsiella, Enterobacter, Proteus, Serratia e Citrobacter), Neisseria, Moraxella catarrhalis e H. influenzae - Ceftriaxona e cefotaxima: cobertura para pneumococo e para MSSA, além das enterobactérias e neisseria, moraxella e h.influenzae - Ceftazidima: cobertura para pseudomonas,além das enterobactérias e neisseria, moraxella e h.influenzae. Não cobre pneumococo. ● São usadas para tratamento de pneumonias, infecção de corrente sanguínea, infecções intra-abdominais, infecções do trato urinário e meningites - **ceftazidima não cobre pneumococo** ● penetram SNC em caso de inflamação meníngea e podem ser usadas para tratamento de meningites. ● São as drogas de escolha para tratamento das meningites pelo seu amplo espectro. ● A ceftazidima é a única cefalosporina de 3ª geração com cobertura para Pseudomonas. - Cefalosporina de 4ª geração ⇒ cefepime. ● No Brasil: só cefepime ● Ação: contra Pseudomonas e enterobactérias, além de manter atividade contra as bactérias Gram-positivas como os estreptococos e os estafilococos (MSSA). ● Ele tem o maior espectro de ação de toda a classe das cefalosporinas. Só não cobre enterococo e anaeróbios. - Cefalosporina de 5ª geração ⇒ ceftarolina. ● são conhecidas também como “ativas contra o MRSA (methicillin-resistant S. aureus)”. - MRSA → S.aureus resistentes a penicilinas incluindo oxacilina e a meticilina ● Representante → ceftarolina ● único beta-lactâmico que cobre MRSA é a ceftarolina, que é uma cefalosporina de 5ª geração. ● Ação: Gram positivos (MRSA) e Gram negativas (Enterobacteriaceae, gonococo, meningococo, Moraxella catarrhalis e H. influenzae) - Cefalosporina com inibidores da betalactamase (IBL) ● ceftazidima (cefalosporina 3ªG que cobre pseudomonas) + avibactam (inibidor da carbapenemase) ⇒ atividade contra enterobactérias produtoras de carbapenemase. ● ceftolozane (cefalosporina 3ªG) + tazobactam ⇒ Agem contra pseudomonas multidroga resistente (MDR). Também com cobertura contra a maioria das bactérias Gram negativas produtoras de ESBL. Principal uso é para pseudomonas MDR. ● Não cobrem enterococos. CARBAPENÊMICOS ● Os carbapenêmicos constituem o tratamento de escolha para infecções por bactérias Gram negativas produtoras de ESBL. ● Exceto ertapenem, todos carbapenemicos apresentam atividade contra Pseudomonas ● Os carbapenêmicos são betalactâmicos de amplo espectro. Reservamos seu uso para o ambiente hospitalar, já que lá encontramos essas bactérias Gram-negativas resistentes ● Eles são ativos contra bactérias Gram-positivas (exceto MRSA e Enterococcus faecium), Gram-negativas e anaeróbios, incluindo Bacteroides fragilis ● Uma indicação muito comum é o uso de carbapenêmicos para tratamento de pancreatite necrotizante, já que eles têm uma boa penetração no pâncreas. O imipenem é o mais utilizado. ● Os carbapenêmicos são antibióticos de baixa absorção oral, portanto, só estão disponíveis na formulação intravenosa. Distribuem-se amplamente nos tecidos. Uma vez que possuem eliminação renal, precisam de correção de dose nos casos de disfunção renal. - ESBL (Extended Spectrum Beta-lactamases) ⇒ ESBL, inativa as penicilinas e as cefalosporinas e é encontrada em plasmídeos, logo, consegue ser transmitida por bactérias de espécies diferentes. ● Tratamento das ESBL = carbapenêmicos (1ªescolha). Em alguns casos podem ser sensíveis à combinação de penicilina + IBL (como piperacilina + tazobactam) ou cefalosporina + IBL - Meropenem ● Ação contra: MSSA e estreptococos; enterococos sensíveis a penicilina (E.faecalis); BGN produtora de ESBL; B.fragilis; Pseudomonas ● Não age contra MRSA - Imipenem ● apresenta a enzima di-hidropeptidase I, que inativa o imipenem no túbulo renal proximal. ● Usa-se Imipenem associado a cilastatina, que inibe a di-hidropeptidase I. Dessa forma, ele consegue ficar ativo por mais tempo. ● Ação contra: MSSA e estreptococos; enterococos sensíveis a penicilina (E.faecalis); BGN produtora de ESBL; B.fragilis; Pseudomonas ● Não age contra MRSA ● Muito usado no tratamento de pancreatite necrotizante, já que eles têm uma boa penetração no pâncreas - Doripenem ● Não age contra MRSA - Ertapenem ● Ação contra: MSSA e estreptococos; BGN produtora de ESBL; B.fragilis; ● O ertapenem não apresenta atividade contra MRSA, Pseudomonas, Acinetobacter e Enterococos. ● Sua grande vantagem é a meia-vida longa, permitindo posologia uma vez ao dia. Por conta disso, ele é bastante usado para desospitalização de pacientes que podem ficar em homecare ● Ertapenem, um carbapenêmico todo poderoso, é o único entre os medicamentos dessa classe que não cobre Pseudomonas MONOBACTÂMICOS - Aztreonam ● Ele tem ação contra bactérias Gram-negativas e Pseudomonas. ● Não apresenta atividade contra bactérias Gram Positivas e anaeróbias. ● Ele é indicado em pacientes alérgicos a penicilinas ou a cefalosporinas, já que não há relato de reação cruzada entre essas classes. Não tem o anel igual às outras classes dos betalactâmicos. QUINOLONAS ● REPRESENTANTES: - ácido nalidíxico - Fluorquinolonas⇒norfloxacino, ciprofloxacino, levofloxacino e moxifloxacino. ● resistência antimicrobiana às quinolonas vem aumentando pelo uso indiscriminado e apresenta efeitos adversos graves ● A recomendação atual é de que não devem ser utilizadas para tratamento inicial de infecções não complicadas, como rinossinusites, cistites e bronquites. - MECANISMO DE AÇÃO DAS QUINOLONAS ● Agem inibindo a síntese do material genético bacteriano (DNA) com a subsequente morte celular. Em geral são bactericidas. - inibem as enzimas DNA girase e topoisomerase IV. ● São antibióticos concentração-dependentes, ou seja, precisam atingir um pico de concentração elevado para serem mais eficazes. ● As fluoroquinolonas são antibióticos que têm ação contra bactérias atípicas. ● Agem de forma potente contra bactérias Gram-negativas. ● opções de tratamento nos casos de pacientes alérgicos às penicilinas. - FARMACOLOGIA DAS QUINOLONAS ● são antibióticos de amplo espectro de ação ● Quinolonas têm alta biodisponibilidade oral (logo preferir uso oral caso possível) ● Antiácidos que contêm alumínio, magnésio e cálcio; sucralfato; multivitamínicos com zinco⇒ reduzem a biodisponibilidade das quinolonas ● Todas quinolonas precisam de correção para função renal, exceto moxifloxacino ● Se distribuem amplamente nos tecidos (próstata, bile, pulmões, neutrófilos e macrófagos), ou seja, não tem uma concentração muito boa no sangue e vai para os tecidos/órgãos penetrando-os.. - Ácido nalidíxico ● Ação só contra BGN e atípicos ● não é mais usado na prática clínica pela resistência crescente, além de haver melhores opções - Norfloxacino ● Apresenta atividade contra bactérias Gram-negativas, como as enterobactérias, Haemophilus spp. e Moraxella catarrhalis e contra atípicas ● Não tem ação contra bactérias Gram-positivas e anaeróbios. ● A resistência crescente a esse antibiótico limita seu uso ● utilizada naqueles casos nos quais há documentação da sensibilidade da bactéria com o antibiograma ● Pode ser usada para profilaxia de peritonite bacteriana espontânea e infecção urinária não complicada. - Ciprofloxacino ● Apresenta atividade contra Pseudomonas, atípicas e bactérias Gram-negativas, como as enterobactérias, Haemophilus spp. e Moraxella catarrhalis. ● Não tem ação contra bactérias Gram-positivas e anaeróbios ● Mais eficaz das quinolonas contra pseudomonas. Nesse caso, sua dose deve ser maior do que a habitual. ● Pode ser de uso oral ● Ele é indicado para tratamento de infecções urinárias complicadas e de prostatites. ● Pela resistência, não é mais indicado para tratamento da gonorreia desde 2017. ● A quinolona ciprofloxacina é o melhor medicamento para tratamento da Pseudomonas, quando sensível no antibiograma. - Levofloxacino ● Cobertura: Gram-negativas, Pseudomonas e pneumococo. Age contra micobactérias (alternativo para tuberculose) ● opção para tratamento de pneumonia, uma vez que trata o pneumococo, M. catarrhalis, H. influenzae e as bactérias atípicas ● Como ele também apresenta ação contra Pseudomonas, devemos indicá-lo principalmente nos casos em que há necessidade de cobrir esse agente, como nos pacientes com pneumonia e fibrose cística. ● Não deve ser usado em monoterapia nos pacientes com tosse crônica por suspeita de tuberculose antes de haver investigação da doença ativa. Muitas vezes, eles ficam “subtratados” e acabam desenvolvendo tuberculose resistente ● É uma fluoroquinolona respiratória pois age contra pneumococo - Moxifloxacino ● Cobertura: Gram-negativas, anaeróbias e pneumococo. Age contra micobactérias (alternativo para tuberculose) - não cobre pseudomonas ● Indicação: para tratamento de pneumonia bacteriana e para infecções intra-abdominais (já que cobre anaeróbios). ● É uma fluoroquinolona respiratória pois age contra pneumococo ● Não precisa de correção para função renal - Delafloxacino ● Ação: contra bactérias Gram-negativas, incluindo Pseudomonas, bactérias Gram-positivas, incluindo o MRSA, bactérias atípicas e anaeróbios. ● não está disponível para comercialização no Brasil. - EFEITOS ADVERSOS DAS QUINOLONAS ● sintomas gastrointestinais (como náuseas, vômitos, diarreia) ● quadros neurológicos (como insônia, alterações de humor e cefaleia). ● ruptura de tendão de Aquiles ● prolongamento do intervalo QT ● aneurisma com dissecção de aorta. ● Na gestação, durante o aleitamento materno, elas devem ser evitadas devido ao risco de malformações ósseas e nas cartilagens. ● toxicidade musculoesquelética, como tendinopatia, artralgia e lesão do disco epifisário. MACROLÍDEOS ● REPRESENTANTES: eritromicina, claritromicina e azitromicina. - A azitromicina e a claritromicina foram substituindo a eritromicina por serem mais eficazes no tratamento de algumas infecções, por serem melhor absorvidas por via oral e por terem menos efeitos adversos. ● MECANISMO DE AÇÃO: - São antibióticos que atuam ligando-se à subunidade 50S do ribossomo bacteriano, bloqueando a síntese proteica. - Podem ser bactericidas ou bacteriostáticos dependendo da concentração da droga e da densidade do inóculo. ● FARMACOLOGIA: - têm boa absorção oral, meia-vida longa, boas concentrações teciduais e penetração celular. ● azitromicina tem meia-vida de aproximadamente 3 dias (pode ser usado por menos dias). - Já a concentração sérica é baixa e não são usados para tratamento de infecções de corrente sanguínea. - No pulmão, tanto a azitromicina quanto a claritromicina têm concentrações acima do plasma, fazendo com que sejam antibióticos muito bons para tratamento de infecções pulmonares. ● ESPECTRO DE AÇÃO - antibióticos de amplo espectro de ação. - Tratam Gram positivo mas atualmente esse grupo vem apresentando uma resistência crescente a esse ATB. Não têm ação contra os enterococos. - BGN: Salmonella; Shigella; Campylobacter jejuni; Bordetella pertussis (coqueluche); Neisseria gonorrhoeae; M. catarrhalis; H.influenzae; Haemophilus ducreyi (cancro mole); K.granulomatis (donovanose - IST). ● Não têm boa ação contra as outras enterobactérias, como E. coli, K. pneumoniae e grupo CESPP (Citrobacter; Enterobacter; Serratia; Proteus; Providencia). - Atípicas: Legionella pneumophila, Chlamydia pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae (pneumonias) e Chlamydia trachomatis (IST’s). - Micobactérias: são antibióticos usados no tratamento de infecções por micobactérias. primeira linha para tratamento e profilaxia de infecções pelo Mycobacterium avium complex (MAC), principalmente em pacientes portadores de HIV com linfócitos T-CD4+ do homem vermelho (dica: “V” de vancomicina e “V” de vermelho) ⇒exantema pruriginoso que acomete principalmente a face, o pescoço e o tronco. Ela não é uma reação alérgica, já que não é mediada por IgE. Está relacionada à ativação direta dos mastócitos pela vancomicina. - ototoxicidade, principalmente em idosos. LIPOPEPTÍDEOS ● REPRESENTANTES: daptomicina ● MECANISMO DE AÇÃO: - A daptomicina atua na membrana celular das bactérias Gram-positivas. Causa uma despolarização no potencial da membrana. - Ela não é capaz de penetrar na membrana externa das bactérias Gram-negativas, o que justifica seu espectro de ação. - Apresenta atividade bactericida e é um antibiótico concentração-dependente. ● FARMACOLOGIA - má absorção VO. - requer ajuste renal se paciente tem IR ● ESPECTRO DE AÇÃO - MSSA, MRSA, enterococcus (incluindo VRE) e estreptococos ● INDICAÇÕES⇒ infecções de pele e partes moles, infecções de corrente sanguínea e endocardite VRE (ENTEROCOCCUS RESISTENTES A VANCOMICINA) ⇒ E.faecium VRE usar linezolida ou daptomicina. E.faecalis VRE caso tentar primeiro beta-lactâmicos se sensíveis a eles e caso não produzam IBL. ● CONTRAINDICAÇÕES ⇒ infecções pulmonares (dapto é inativada pelo surfactante). ● EFEITOS ADVERSOS ⇒ miotoxicidade e pneumonia eosinofílica. OXAZOLIDINONAS ● REPRESENTANTES: Linezolida e tedizolidas ● MECANISMO DE AÇÃO: atuam na síntese proteica - São ● FARMACOLOGIA: - biodisponibilidade de 100% pela via oral - Distribui-se amplamente nos tecidos, mas o que chama atenção é que, no sistema nervoso central, ela consegue atingir concentrações maiores do que no plasma. Por esse motivo, é uma boa opção para tratamento de meningites por germes sensíveis - baixa concentração sérica - Sua excreção é predominantemente renal, mas, mesmo assim, não requer ajuste de dose nos pacientes com disfunção renal ou em diálise. ● ESPECTRO DE AÇÃO E INDICAÇÕES: - estafilococos, incluindo MSSA/MRSA, enterococcus, inclusive contra o VRE e os estreptococos. - Além disso, ela também tem ação contra Mycobacterium tuberculosis, fazendo parte do esquema de tratamento de tubrceulose resistente - Ela é indicada para tratamento de infecções de pele e partes moles e meningites - Não é boa para tratar infecções de corrente sanguínea. - obs ⇒ VRE (ENTEROCOCCUS RESISTENTES A VANCOMICINA) ⇒ E.faecium VRE usar linezolida ou daptomicina. E.faecalis VRE caso tentar primeiro beta-lactâmicos se sensíveis a eles e caso não produzam IBL. ● EFEITOS ADVERSOS: - deve ser evitada para tratamento de longa duração devido ao risco de toxicidade hematológica. Pode levar a um quadro de mielossupressão com pancitopenia. - inibe a monoaminoxidase e está associada ao desenvolvimento de síndrome serotoninérgica (febre, agitação, alteração do estado mental, tremores) nos pacientes que usam drogas serotoninérgicas. - A linezolida pode levar ao desenvolvimento de neuropatia periférica, neuropatia ótica e acidose lática. AMINOGLICOSÍDEOS ● REPRESENTANTES: gentamicina, amicacina, tobramicina, estreptomicina, neomicina, espectinomicina e paromomicina. ● MECANISMO DE AÇÃO: agem inibindo a síntese proteica ● FARMACOLOGIA: - São concentração-dependentes ⇒ precisa de uma concentração alta e única diária - Possuem efeito pós-antibiótico (EPA) ⇒ quando há uma supressão do crescimento bacteriano após a excreção da droga - Sinergia quando usados com agentes que atuam na parede celular para tratamento de infecções por enterococos ⇒ sinergia com beta lactâmicos ou vancomicina. - Altas concentrações urinárias - baixas concentrações em SNC, vias biliares e secreções brônquicas. ● ESPECTRO DE AÇÃO E INDICAÇÕES: - BGN incluindo os resistentes aos beta-lactâmicos; - Pode tratar enterococcus se associados a beta-lactâmicos e vancomicina em sinergismo. - Ação contra acinetobacter e pseudomonas - Ação contra tuberculose multirresistente. - reservada, atualmente, para tratamento de bactérias Gram-negativas resistentes a outras classes, como os betalactâmicos. Na maioria das infecções, deve ser prescrita em associação com outra droga, como a polimixina. ● EFEITOS ADVERSOS: - ototoxicidade podendo ser irreversível - nefrotoxicidade (em geral reversível) - bloqueio neuromuscular ⇒ ● Contra Indicação ⇒ paciente com miastenia gravis e uso de outras medicações que interferem na transmissão neuromuscular POLIMIXINAS ● REPRESENTANTES: polimixina B, Polimixina E (colistina), ● MECANISMO DE AÇÃO: - atuam na membrana externa (ou seja trata gram negativas) ● FARMACOLOGIA - Baixa penetração em pulmões, ossos, pleura e SNC - Colistina é excretado por via renal ⇒ usados em ITU - A polimixina B não precisa de ajuste de dose nos nefropatas - A polimixina B é a droga de escolha para tratamento da maior parte das infecções, com exceção de ITU’s ● ESPECTRO DE AÇÃO e INDICAÇÕES: - BGN incluindo resistentes aos beta-lactâmicos - Ação contra acinetobacter e pseudomonas - Indicação em gram negativas produtoras de cabapenemases (em associação a um carbapenêmico e/ou aminoglicosídeo). ● Resistência: - Serratia, Proteus, Providencia, Morganella e Burkholderia tem resistência intrínseca às polimixinas ● EFEITOS ADVERSOS: - Neurotoxicidade - Nefrotoxicidade - Bloqueio neuromuscular CARBAPENEMASES ● Os carbapenêmicos são drogas usadas em bactérias gram-negativas quando elas ficam resistentes às cefalosporinas por produzirem betalactamase de espectro estendido (ESBL). ● Se essas bactérias são produtoras carbapenemases (KPC) os beta-lactâmicos deixam de ser opção, devendo-se usar outras classes que tratam BGN. ● Opções terapêuticas: - ceftazidima + avibactam ⇒ 1ªescolha, que é uma cefalosporina de 3ªG e um inibidor da carbapenemase - Polimixina + carbapenêmico (meropenem) e/ou aminoglicosídeo (amicacina) AGENTES USADOS PARA INFECÇÕES URINÁRIAS ● A nitrofurantoína e a fosfomicina são consideradas agentes de primeira linha para tratamento de cistite devido suas propriedades farmacológicas. Elas atingem uma concentração terapêutica somente na urina e não são eficazes para tratamento de infecções em outros locais, incluindo o rim. NITROFURANTOÍNA ● MECANISMO DE AÇÃO: lesão no DNA bacteriano, inibição da síntese proteica e até interferência no ciclo de Krebs. Como ela age em diversos locais, a resistência à nitrofurantoína é incomum. ● ESPECTRO DE AÇÃO E INDICAÇÕES: - atividade principalmente contra E. coli (incluindo a produtora de ESBL) - A nitrofurantoína não atinge concentração sérica significativa, não sendo eficaz para tratamento de nenhuma outra infecção sistêmica, com exceção da cistite. Ou seja, a nitrofurantoína só trata cistite. - Também pode ser usada para profilaxia de infecção urinária de repetição. ● Resistência: - Proteus, Serratia e Pseudomonas são intrinsecamente resistentes à nitrofurantoína. ● EFEITOS ADVERSOS: - reações pulmonares (pneumonia, tosse seca, dispneia, infiltrado pulmonar e fibrose pulmonar crônica), náuseas, vômitos, reações alérgicas cutâneas, hepatite medicamentosa, neuropatia periférica e anemia hemolítica em pacientes com deficiência de G6PD FOSFOMICINA ● MECANISMO DE AÇÃO: - inibe a sintese de parede celular bacteriana ● FARMACOLOGIA - disponível no Brasil somente como sachê para administração via oral em dose única. - Segura na gestação ● ESPECTRO DE AÇÃO E INDICAÇÕES - contra E.coli e Klebsiella, inclusive contra as produtoras de ESBL. - Só é indicada para cistite (não atinge concentração sérica significativa para outras infecções) ● EFEITOS ADVERSOS - Náuseas, diarreia, vaginite e cefaleia. OUTROS ANTIMICROBIANOS METRONIDAZOL ● MECANISMO DE AÇÃO: - Liberação de compostos tóxicos e radicais livres ● FARMACOLOGIA: - Tem uma absorção excelente e sua biodisponibilidade chega a até 100%. - Penetra o SNC - Não é nefrotóxico ● ESPECTRO DE AÇÃO E INDICAÇÕES: - Cobre bactérias anaeróbias, tanto Gram-positivas quanto Gram Negativas. - Ele também tem ação contra protozoários, como Trichomonas vaginalis, giardia e Entamoeba histolytica. - Como apresenta atividade bactericida contra B. fragilis e C. difficile, bactérias anaeróbias que colonizam nosso intestino, é um antibiótico muito usado para tratamento de infecções intra-abdominais e abscesso de SNC. - Pode tratar colite pseudomembranosa. ● EFEITOS ADVERSOS - Efeitos gastrointestinais: náusea, vômito, diarreia, dor abdominal, gosto metálico na boca. - efeitos neurológicos: neuropatia periférica, vertigem, convulsões, cefaleias. - Risco de reação tipo dissulfiram - único antibiótico que interage com álcool → não pode beber. SULFONAMIDAS ● REPRESENTANTES: sulfametoxazol e a sulfadiazina ● MECANISMO DE AÇÃO: - São antibióticos bacteriostáticos que interferem na síntese do ácido fólico - que atuam na formação do DNA - Sulfametoxazol muito usado em associação com trimetoprim. A sulfadizina só é usada para tratamento de toxoplasmose. - Sulfametoxazol-trimetoprim (também chamado de cotrimoxazol) ⇒ o sulfametoxazol impede o PABA de formar o ácido di-hidrofólico enquanto o trimetoprim impede a formação do ácido di-hidrofólico em ácido tetra-hidropteróico que agem nas purinas formando o DNA. O Sulfametoxazol-trimetoprim tem efeito sinérgico ● ESPECTRO DE AÇÃO E INDICAÇÕES: - Bactérias gram positivas, bactérias gram negativas, fungos (Pneumocystis jirovecii) e protozoários (Toxoplasma gondii) - Pelo amplo espectro de ação, podem ser usados para⇒usadas para tratamento de diversas infecções, a exemplo: infecções do trato urinário, sinusites, gastroenterite bacteriana, infecção de pele e partes moles, pneumocistose e toxoplasmose ● EFEITOS ADVERSOS: - Pancitopenia (mielotóxica) - Insuficiência renal (nefrotóxica) - Hipercalemia - teratogênico ● CONTRAINDICAÇÕES - gravidez ⇒ teratogênico (lesiona tubo neural) CLORANFENICOL ● MECANISMO DE AÇÃO: - Inibe a síntese proteica ● ESPECTRO DE AÇÃO E INDICAÇÕES: - Bactérias gram positivas e negativas, anaeróbias e atípicas - Não é droga de escolha para nenhuma infecção ⇒ pouco usado atualmente devido aos seus efeitos adversos, como a síndrome do bebê cinzento, se usado no terceiro trimestre da gestação. ● EFEITOS ADVERSOS - Síndrome do bebê cinzento, se usado no terceiro trimestre da gestação ⇒ presença de cianose, de distensão abdominal, de colapso vasomotor e de óbito. Parece estar associada a níveis séricos elevados. - Anemia aplástica RIFAMPICINA ● MECANISMO DE AÇÃO: - Inibe a RNA polimerase ● FARMACOLOGIA - tratamento de infecções por S. aureus, principalmente quando há a presença de próteses, já que a rifampicina é um antibiótico que tem a capacidade de penetrar em biofilmes ● ESPECTRO DE AÇÃO E INDICAÇÕES - Bactéria gram positivas e M.tuberculose - Indicações ● tuberculose, ● infecções associadas a próteses/implantes ● profilaxia de meningites meningocócica e por H.influenzae (por H.influenzae é a única situação que a rifampicina é usada em monoterapia) - Nunca usar em monoterapia - A rifampicina deve ser feita sempre em associação com outra droga para tratamento de infecções relacionadas a próteses articulares. A primeira escolha é a vancomicina com rifampicina. A daptomicina estaria indicada como droga alternativa no lugar da vancomicina ● EFEITOS ADVERSOS - Mielotoxicidade, nefrite intersticial, cor avermelhada do suor ou urina O QUE É BIOFILME? - São comunidades de bactérias que ficam envoltas por substâncias que elas mesmas produzem. Dessa forma, há uma barreira para a penetração de antibióticos. Os biofilmes aderem-se principalmente a próteses e a dispositivos médicos. - A rifampicina, para tratamento de infecções por Gram-positivos, e as fluoroquinolonas, para infecções por Gram-negativos, são umas das poucas opções que conseguem uma boa penetração nessas comunidades. MUPIROCINA ● um antibiótico tópico com ação contra os estreptococos e os estafilococos, incluindo o MRSA. ● Atua inibindo a síntese proteica bacteriana. Atualmente, é usada para descolonizar pacientes com MRSA, devendo ser aplicada na mucosa nasal. BACITRACINA ● uso tópico. ● Apresenta atividade contra bactérias Gram-positivas, como S. aureus. ● Age na síntese da parede celular, mas em um local diferente daquele em que agem os betalactâmicos e os glicopeptídeos ÁCIDO FUSÍDICO ● Atua na síntese proteica ● Tem ação contra gram-positivas. ● Disponível em creme tópico para tratar infecções de pele por S.aureus como o impetigo MECANISMOS DE RESISTÊNCIA ➣ 4 principais mecanismos de resistência: - Alteração do sítio de ligação: ● Principal mecanismo de resistência das bactérias Gram-positivas. Ele ocorre quando a bactéria modifica o local em que o antibiótico se liga.Dessa forma, não consegue exercer seu efeito inibitório ou bactericida. ● Ex: • Estafilococos: alguns deles, como o MRSA, alteraram suas PBP’s, sítio de ligação dos betalactâmicos, para a PBP2A. Dessa forma, eles ficaram resistentes a todos os betalactâmicos, com exceção da ceftarolina, que consiste em uma cefalosporina de 5ªG que consegue se ligar à PBP2A. A droga de escolha para tratar infecções por esse agente é a vancomicina. • Enterococos: das duas espécies principais, E. faecium, que é o enterococo “do mal”, alterou suas PBP’s para a PBP5. Dessa maneira, eles ficaram resistentes a todos os betalactâmicos, sendo a droga de escolha para tratamento dessas bactérias a vancomicina. As duas espécies de enterococos (E. faecalis e E. faecium) também podem alterar o sítio de ligação da vancomicina e ficar resistentes a ela. Nesse caso, as opções terapêuticas são a linezolida e a daptomicina. • Estreptococos: também podem ficar resistentes aos betalactâmicos por alteração de suas PBP’s. Dessa forma, todas as drogas desta classe perdem a ação contra os estreptococos. Como opção de tratamento, a vancomicina é o antibiótico de escolha. No Brasil, não é frequente o encontro de estreptococos resistentes às penicilinas, enquanto já é mais frequente nos Estados Unidos. Por esse motivo, alguns guidelines americanos recomendam o uso de vancomicina para tratamento empírico de algumas infecções. Por exemplo, nos quadros de meningites do Brasil, a recomendação de tratamento empírico é com ceftriaxona. Nos EUA, é com ceftriaxona e vancomicina. - Inativação enzimática ● Esse é o principal mecanismo de resistência das bactérias Gram-negativas. Ocorre quando a bactéria codifica enzimas que degradam o antibiótico. Ex ⇒ betalactamases como penicilinases, cefalosporinases e carbapenemases ● penicilinases são enzimas ● que inativam somente as penicilinas. Já as cefalosporinases, como a ESBL, inativam as penicilinas e as cefalosporinas. As carbapenemases, como a KPC, inativam todos os betalactâmicos. ● Betalactamases: - CLASSE A: ● São enzimas que possuem o aminoácido serina no seu sítio ativo (MSSA,MRSA,ESBL,KPC). ➣ Penicillinase ⇒ resistência às penicilinas naturais e aminopenicilinas. Quem tem essa resistência S.aureus ⇒ MSSA ⇒ Tratamento: oxacilina (1ªescolha) e meticilina; cefalosporina de 1ª geração; penicilina + clavulanato; cefuroxima; ceftriaxona, cefotaxima; cefepime ⇒ MRSA ■ MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina e oxacilina) ⇒ encontrado em pacientes com contato com os serviços de saúde. - Tratamento MRSA→Vancomicina (1ª escolha); Daptomicina (exceto para pneumonia); Linezolida; Ceftarolina (único betalactâmico que tem ação contra o MRSA) ■ CA-MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina associados a comunidade) ⇒ Resistente a oxacilina. Ele é mais comum na comunidade, ou seja, é encontrado em pacientes que não tiveram exposição aos serviços de saúde. É mais virulento do que o MRSA e está associado a infecções graves de pele em pacientes jovens. CA-MRSA produz uma exotoxina que leva à lesão tecidual e se chama de Panton-Valentine Leucocidina (PVL). - Tratamento CA-MRSA→ Vancomicina (1ª escolha); doxiciclina, sulfametoxazol-trimetoprim e clindamicina ➣ ESBL (betalactamase de espectro estendido às cefalosporinases) ⇒ resistência à penicilinas, cefalosporinas e azetreonam. ⇒ Ocorre em BGN’s principalmente os bacilos. ⇒Tratamento: carbapenêmicos (1ªescolha) ou Piperacilina-tazobactam e até cefalosporina + IBL ➣ KPC (KLEBSIELLA RESISTENTE AOS CARBAPENÊMICOS) ⇒ resistência à todos betalactâmicos (penicilina, cefalosporinas e carbapenêmicos). ⇒ Tratamento: Ceftazidima-avibactam [torgena] (1ªescolha) ou Polimixina + meropenem e/ou amicacina - CLASSE B (metalobetalactamases): ➣ possuem zinco no seu sítio ativo. Exemplos: NDL e SPL. Ambas são carbapenemases; ⇒ Tratamento: aztreonam + Ceftazidima-Avibactam (torgena) - CLASSE C: ➣ AMP-c (celfalosporinase) ⇒ resistência à penicilinas e cefalosporinas. é uma beta-lactamase que fica reprimida no cromossomo de algumas bactériasé uma beta-lactamase que fica reprimida no cromossomo de algumas BGN MYESPPACE/CESPP. O uso de antibióticos desreprime essa enzima e a bactéria passa a apresentar resistência às penicilinas e cefalosporinas (com exceção do cefepime). No antibiograma a bactéria parece que é sensível aos antibióticos, mas durante o tratamento ela pode ficar resistente. ⇒ Tratamento: Meropenem (1ªescolha); cefepime; quinolonas; aminoglicosídeos. - CLASSE D: ➣ Também possuem a serina no seu sítio ativo. Exemplos: a OXA-48, que é uma carbapenemase comum em Acinetobacter baumannii. ⇒ Tratamento: Ceftazidima-Avibactam (torgena) - Perda de porina ● Só em BGN como a Pseudomonas, limitam a produção dessas porinas, que são canais. Como consequência, o ATB não consegue entrar na célula para agir. - Bomba de efluxo ● Só em BGN. O antibiótico penetra na célula, geralmente pela porina, mas ele é ativamente bombeado para o meio externo em seguida. ➣ Identificação e tratamento das bactérias resistentes: - MSSA ● MSSA - Resistência à penicilina G por produção de penicilinase - Tratamento: oxacilina (1ªescolha) e meticilina; cefalosporina de 1ª geração; penicilina + clavulanato; cefuroxima; ceftriaxona, cefotaxima; cefepime - No antibiograma ⇒ sensibilidade à oxacicilina - MRSA ● MRSA - Resistência à meticilina e à oxacilina por alteração do sítio de ligação aos betalactâmicos. - Tratamento: Vancomicina (1ªescollha); daptomicina (exceto pneumonia); linezolida; ceftarolina - No antibiograma ⇒ sensibilidade à oxacicilina - VRE ● VRE (Enterococcus resistentes a vancomicina) - Resistência à vancomicina por alteração do seu sítio de ligação. ● E. faecium ⇒ é resistente aos beta-lactâmicos (penicilinas) → tratado geralmente por vancomicina caso não seja resistente. ● E. faecalis ⇒ em geral é sensível aos beta-lactâmicos (penicilinas). Se produzirem penicilinase usar um inibidor da betalactamase associado à penicilina (ampicilina+sulbactam ou piperacilina+tazobactam) ou usar vancomicina, caso não tenha resistência à vancomicina. - Tratamento: E.faecium VRE usar linezolida ou daptomicina. E.faecalis caso VRE tentar primeiro beta-lactâmicos se sensíveis a eles e caso não produzam IBL. - No antibiograma ⇒ sensibilidade à vancomicina. - BGN produtor de ESBL ● ESBL (betalactamase de espectro estendido às cefalosporinases) - Resistência às penicilinas, as cefalosporinas e ao aztreonam (monobactam) pela produção da enzima ESBL - Tratamento ⇒ carbapenêmico (1ªescolha) ou Piperacilina-tazobactam (se sensibilidade documentada) - No antibiograma → resistência às penicilinas, as cefalosporinas e ao aztreonam (monobactam) - KPC ● KPC (Klebsiella resistente aos carbapenêmicos) - Resistência às penicilina, às cefalosporinas e todos carbapenêmicos pela produção da carbapenemase - Tratamento ⇒ Ceftazidima-avibactam [torgena] (1ªescolha) ou Polimixina + meropenem e/ou amicacina - No antibiograma ⇒ Resistência às penicilinas, às cefalosporinas e a todos carbapenêmicos. ANTIBIÓTICOS QUE TÊM AÇÃO CONTRA PSEUDOMONAS ● Dos antibióticos que têm ação contra Pseudomonas, somente o ciprofloxacino e o levofloxacino estão disponíveis por via oral. ● Representantes: - PENICILINAS ⇒ Piperacilina - PENICILINAS + IBL ⇒ piperacilina-tazobactam - CEFALOSPORINAS ⇒ ceftazidime, cefepime - CEFALOSPORINAS + IBL ⇒ , ceftazidime-avibactam e ceftolozane-tazobactam - MONOBACTÂMICOS ⇒ aztreonam - CARBAPENÊMICOS (exceto ertapenem) ⇒ meropenem e imipenem - QUINOLONAS ⇒ ciprofloxacino e levofloxacino - AMINOGLICOSÍDEOS (se em associação) ⇒ amicacina e gentamicina - POLIMIXINAS ⇒ polimixina B e polimixina E (ou colistina) ANTIBIÓTICOS QUE TÊM AÇÃO CONTRA ENTEROCOCOS ● Representantes: - PENICILINAS (se for E. faecalis) ⇒ Penicilina G, ampicilina, amoxicilina e piperacilina - GLICOPEPTÍDEOS ⇒ vancomicina e teicoplanina - LIPOPEPTÍDEOS ⇒ daptomicina - OXAZOLIDINONAS ⇒ linezolida e tedizolida - AMINOGLICOSÍDEOS (se em associação) ⇒ amica e gentamicina ANTIBIÓTICOS BACTERICIDAS E BACTERIOSTÁTICOS ● BACTERICIDAS - Representantes: betalactâmicos; quinolonas; glicopeptídeos (vanco/teico); lipopeptídeos (dapto); polimixinas; aminoglicosídeos (amica/genta); metronidazol; nitrofurantoína; fosfomicina; rifampicina. ● BACTERIOSTÁTICOS - Representantes: Macrolídeos (azitromicina); lincosamidas; oxazolidinonas (linezolida); tetraciclinas (doxiciclina, minociclina, tigeciclina); sulfonamidas (sulfametoxazol e a sulfadiazina); cloranfenicol. PRINCÍPIOS DA TERAPIA ANTIMICROBIANA ● ESCOLHENDO UM ATB: - Coletar culturas antes da administração do antibiótico ⇒ coletadas antes do início do antibiótico para evitar resultados falso-negativos - Escolher um regime antimicrobiano apropriado. Após a coleta das culturas, devemos levar em consideração: 1. Gravidade da doença e o sítio infeccioso ⇒ ver foco, tipo de infecção (pneumonia?bacteremia?; meningite?; infecção intra-abdominal?;...etc) 2. Os patógenos mais prováveis ⇒ tratamento mais direcionado de acordo com sítio 3. Risco de resistência aos antibióticos ⇒ uso recente de ATB/internação hospitalar prévia e uso de cateteres vasculares 4. Fatores do hospedeiro ⇒ contraindicação ao uso de antibiótico; condição imunossupressora que eleve o risco de infecções oportunistas (saber se paciente tem HIV, transplante ou outra imunodeficiência), se usa anticorpos monoclonais (como rituximab ou tocilizumab), se usa algum outro imunossupressor ou se usa corticosteróides. 5. Determinar a dose adequada e a rota de administração ⇒ corrigir a dose do antibiótico para a função renal ou hepática e para o peso do paciente, se for necessário. Além disso, se for possível, preferir a via oral de administração 6. Iniciar a terapia antimicrobiana o mais rápido possível