Buscar

Aula 7- segunda parte

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

*
*
O DIREITO PENAL NO CÓDIGO DE 1890
 As leis penais sofreram sensíveis mudanças ao final do século XIX em razão da Abolição da Escravatura e da Proclamação da República. Este último acontecimento histórico interrompeu um trabalho que ia caminhando no Parlamento para alterar o código anterior. Leis avulsas haviam eliminado, por exemplo, as penas de galés e reduziram para 30 anos o que antes era prisão perpétua.
Sob a denominação de Código Penal, em 11 de outubro de 1890 foi promulgado o novo diploma, com o Decreto 847. 
A estrutura desse código, com 412 artigos, estava assim estabelecida: Livro I — Dos crimes e das penas (art. 1º a 86); Livro II — Dos crimes em espécie (arts. 87 a 363); Livro III — Das contravenções em espécie (arts. 364 a 404); Livro IV — Disposições gerais (arts. 405 a 412).
*
*
ALGUNS ASPECTOS DO CÓDIGO PENAL DE 1890 
 Nos artigos 1º e 4º o código definia os Princípios da Legalidade (ninguém será punido sem que haja uma lei prévia, escrita, estrita e certa) e da Territorialidade (aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no Brasil).
 As penas que deveriam ser aplicadas eram variadas (art. 43): 
prisão celular (com trabalho obrigatório);
banimento (com privação dos direitos de cidadão, não podendo habitar o território nacional pelo tempo que durasse a pena, caso ocorresse tal fato, a pena seria convertida em reclusão);
reclusão (fortalezas, praças de guerra ou estabelecimentos militares);
prisão com trabalho obrigatório (estabelecimentos militares ou em prisões agrícolas);
prisão disciplinar (estabelecimentos industriais especiais – menores de 21 anos);
interdição (o indivíduo ficaria interditado, proibido de praticar algumas ações na vida civil);
suspensão e perda do emprego publico, com ou sem inabilitação para exercer outro ( crime cometido por agentes públicos no exercício de suas funções);
multa.
*
*
 De acordo com o art. 44, não haveriam penas infamantes e as penas restritivas de liberdade individual não poderiam exceder a 30 anos.
Previa-se a progressão da pena (art. 50, §§ 1º e 2º), bem como o livramento condicional;
O art. 27 estabelecia as condições de inimputabilidade:
 § 1º Os menores de 9 anos completos.
    § 2º Os maiores de 9 e menores de 14, que obrarem sem discernimento.
    § 3º Os que por imbecilidade nativa, ou enfraquecimento senil, forem absolutamente incapazes de imputação.
    § 4º Os que se acharem em estado de completa privação de sentidos e de inteligência no ato de cometer o crime.
    § 5º Os que forem impelidos a cometer o crime por violência física. irresistível, ou ameaças acompanhadas de perigo atual.
    § 6º Os que cometerem o crime casualmente, no exercício ou prática de qualquer ato licito, feito com atenção ordinária.
    § 7º Os surdos-mudos de nascimento, que não tiverem recebido educação nem instrução, salvo provando-se que obraram com discernimento.
*
*
Muito interessante é o art. 166 do Código, visto que na República Velha, em que o voto de cabresto e a ordem do Coronel eram sinônimo de política. Assim, ficava clara a impossibilidade deste artigo ser realmente utilizado na prática.
 
A defesa da liberdade para o exercício dos cultos religiosos (art. 185 e art. 186) esbarrava na criminalização do espiritismo e de algumas de suas práticas (explicitada no art. 157 – Capítulo III: Dos crimes contra a saúde pública).
No art. 261, havia a previsão do crime de falso testemunho que era penalizado diferentemente para causas cíveis (§ 1º - prisão celular, de 03 meses a 01 ano), causas criminais em depoimentos de absolvição dos acusados (§ 2º - prisão celular, de 06 meses a 02 anos) e causas criminais em depoimentos de condenação (§ 3º - prisão celular, de 01 a 06 anos).
 O Título VIII tratava dos crimes contra a segurança da honra e honestidade das famílias e do ultraje publico ao pudor, sendo que o Capítulo I deste título tratava da violência carnal.
*
*
 O art. 268 previa a punição para o crime de estupro, fazendo-se todavia uma diferenciação de penalização de acordo com a condição “sócio-moral” da mulher - se o estupro fosse cometido contra MULHER VIRGEM ou não, mas HONESTA, a pena para o acusado seria de prisão celular, de 01 a 06 anos (caput do art. 268). Se cometido contra MULHER PÚBLICA OU PROSTITUTA, a pena seria de prisão celular de 06 meses a 02 anos (§ 1º do art. 268).
 A caracterização do estupro encontrava-se fixada no art. 269, definindo os meios de que se poderia valer o agressor, além da força física, para o atingimento de suas intenções libidinosas (uso de anestésicos e narcóticos em geral, como por exemplo, o ÉTER e o CLOROFÓRMIO e de práticas de HIPNOTISMO). 
O crime de adultério tinha tratamento semelhante àquele do Código de 1830, estando prevista a sua punição no art. 279 – Capítulo IV: DO ADULTÉRIO OU INFIDELIDADE CONJUGAL. Incorrendo neste delito a mulher casada que se deitar simplesmente com outro homem, e o marido, somente comete tal crime se estiver mantendo outra mulher.
*
*
O PROCESSO HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO DE NOSSA PRIMEIRA CODIFICAÇÃO CIVIL (O CÓDIGO DE 1916)
 Proclamada a Independência, foi promulgada a Lei de 20 de outubro de 1823 que determinou vigorassem no Império do Brasil as Ordenações Filipinas, as Leis e Decretos de Portugal promulgados até 25 de abril de 1821, até que se publicasse um novo Código; 
A Constituição de 1824 expressou “a necessidade de se organizar, o quanto antes, um Código Civil e um Criminal, fundado nas sólidas bases da Justiça e da Eqüidade” - em 1830 e 1850 foram promulgados os Códigos Criminal e Comercial, respectivamente.
*
*
Para a legislação civil, adotou-se um outro critério, o de aperfeiçoá-la em duas fases distintas: primeiro, seria feito o levantamento e a consolidação de toda a legislação vigente até ali (“formar um novo corpo, mas de direito já vigente”); a seguir, com o auxílio do que fora feito, seria elaborado o texto do novo Código Civil (“formar um corpo novo de direito novo”).
Em 15 de fevereiro de 1855, o Governo, representado pelo então Ministro da Justiça, José Tomás Nabuco de Araújo, celebrou contrato com o Bacharel Augusto Teixeira de Freitas, a quem foi concedido o prazo de cinco anos para “coligir e classificar toda a legislação pátria, inclusive a de Portugal, anterior à Independência do Império”.
Depois de haver realizado com pleno êxito a tarefa de promover a Consolidação das Leis Civis do Império, em 1859, Augusto Teixeira de Freitas foi contratado pelo governo imperial para elaborar o primeiro anteprojeto do novo Código Civil, contrato esse rescindido em 1872.
*
*
O Código Civil de 1916 reproduzia as concepções predominantes ao final do século XIX e início do século XX. Hoje, ante o novo diploma civil, a maior parte desses entendimentos encontra-se ultrapassada, uma vez que estavam baseados no individualismo então reinante, especialmente no que respeita ao direito de propriedade e à liberdade de contratar – refletia, na verdade, o ambiente liberal-conservador que marcava a sociedade brasileira naquele período.
imagohistoria.blogspot.com
*
*
A família, a propriedade e o contrato, são os pilares que animam o sistema jurídico. O Código era conservador tanto nas “relações de ordem patrimonial, contratual e familiar, fiel ao contexto histórico e à história dos valores dominantes”.Some-se, ainda, o fato de o Código Civil, no que pese ter feito uso da “experiência de outros povos”, deixou-se amarrar pela “filosofia e os sentimentos da classe senhoril”, que influenciou a “propriedade, a família, a herança e a produção (contrato de trabalho).
O casamento do menor de 21 anos necessitava do consentimento de ambos os pais, mas, no caso de haver discordância, prevalecia a vontade paterna. O que configurava uma posição privilegiada da figura masculina na sociedade conjugal.
A mulher era considerada relativamente incapaz (art. 6°, II), de modo que, muitas mulheres sequer chegaram a ser capazes durante toda suavida, pois como poderiam casar-se a partir dos dezesseis anos e só adquiririam a capacidade aos 21 anos, aquelas que casaram antes dessa idade não chegaram a possuir a capacidade plena.
*
*
O Código apresentava o INSTITUTO DA PROPRIEDADE em termos absolutos e o INSTITUTO DO CONTRATO sob a perspectiva LIBERAL. 
 O Código Civil de 1916, no campo destinado ao direito de vizinhança, apresenta algumas limitações a esse direito:
o proprietário, ou inquilino de um prédio teria o direito de impedir que o mau uso da propriedade vizinha pudesse prejudicar a segurança, o sossego e a saúde dos que o habitam (art. 554). 
O dono do prédio rústico, ou urbano, que se achasse encravado em outro, sem saída pela via pública, fonte ou porto, teria o direito de reclamar do vizinho que lhe deixe passagem forçada (art. 559). 
Outro artigo, que implicava em limitação ao direito de propriedade, é o 572, pois o proprietário poderia levantar em seu terreno as construções que lhe aprouvesse, salvo direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.
No que se referia ao CONTRATO, na doutrina liberal do século XIX, este tinha, como direção, o dogma da AUTONOMIA DA VONTADE, sem limites. As partes poderiam livremente estipular o conteúdo das cláusulas contratuais, que o tornava obrigatório. Não se levava em conta o desequilíbrio na formação ou na execução do contrato.
*
*
Segundo Antonio Carlos Wolkmer, o Código Civil de 1916, em que pesem seus reconhecidos méritos de rigor metodológico, sistematização técnico-formal e avanços sobre a obsoleta legislação portuguesa anterior, era avesso a grandes inovações sociais que já se infiltravam na legislação dos países mais avançados do Ocidente, refletindo a mentalidade patriarcal, individualista, e machista de uma sociedade agrária preconceituosa, presa aos interesses dos grandes fazendeiros de café, dos proprietários de terra e de uma gananciosa burguesia mercantil. 
UMA OBSERVAÇÃO FINAL A RESPEITO DO CÓDIGO CIVIL DE 1916.
*

Outros materiais