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Reportagem - Teoria e Técnica

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*A Reportagem: conceito, definições e classificação geral
Prfº Rosildo Brito
	
1 – Os conceitos teóricos sobre a reportagem
2 – Os diferentes gêneros e tipos de reportagem
3 – Os diferentes modelos de reportagens
4 – A narrativa da reportagem 
Os conceitos teóricos sobre a reportagem
Gênero de destaque dentro do universo jornalístico, a reportagem constitui-se um dos objetos de estudo de vasta discussão em torno da prática jornalística em toda a sua amplitude. Voltado para este enfoque, este texto apresenta algumas das principais noções que envolvem esta discussão com o intuito de apresentar uma visão mais ampla acerca dos conceitos gerais e específicos tratado por diversos autores e estudiosos do jornalismo. 
No que diz respeito ao conceito teórico, a reportagem é tratada a partir de diversos aspectos funcionais que por sua vez geram um número infinito de definições em torno desta prática jornalística. Para João de Deus Corrêa, trata-se de “um relato jornalístico temático, focal, envolvente e de interesse atual, que aprofunda a investigação sobre fatos e seus agentes”. Já para o professor Nilson Lage, “Reportagem é a exposição que combina interesse do assunto com o maior numero possível de dados, formando um todo compreensível e abrangente”. 
Para Alberto Dines, “a reportagem também é uma arte porque nela entra toda a bagagem subjetiva de quem a faz”. Muitos autores situam a reportagem a meio caminho da literatura, na verdade já dentro da literatura, inclusive, na modalidade do livro-reportagem que faz tanto sucesso, mesmo quando o volume ostenta 500 páginas e mais, tamanha a leveza do texto e a habilidade de narrar os fatos jornalisticamente.
Em Técnica de reportagem: notas sobre a narrativa jornalística, Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari referem-se à reportagem como sendo um gênero narrativo privilegiado muito próximo da literatura, da qual se separa por seu compromisso com a objetividade informativa. Os autores apresentam ainda aquilo que consideram como sendo as características essenciais da reportagem: 
a) predominância da forma narrativa
b) humanização do relato
c) texto de natureza impressionista
d) objetividade dos fatos narrados
O Manual da Redação da Folha de São Paulo, por sua vez, se refere à reportagem como sendo a prática jornalística que tem por finalidade “transmitir ao leitor, de maneira ágil, informações novas, objetivas e precisas sobre fatos, personagens, idéias e produtos relevantes. Para tanto, elas se valem de ganchos oriundos da realidade acrescidos de uma hipótese de trabalho e de investigação jornalística”. O manual diz ainda que a relação do gancho com a reportagem deve passar pela análise crítica do jornalista. A hipótese de trabalho a que o manual se refere, trata-se da mola mestra da pauta e do trabalho de reportagem, ressaltando-se ainda que esta hipótese pode vir a ser reformulada de acordo com a possibilidade de surgimento de uma outra perspectiva da realidade enfocada. 
Outros conceitos são construídos a partir da comparação entre reportagem e notícia, dando conta das diferenças existentes entre estes dois gêneros informativos. Tratam-se de definições interessantes uma vez que visam eliminar confusões muito comuns existentes, sobretudo, entre os estudantes de jornalismo. Entre as definições mais sintéticas apresentadas está a de Ricardo Noblat, para quem “Notícia é o relato mais curto de um fato. Reportagem é o relato mais circunstanciado”. No tocante ao ponto de vista prático, uma das definições mais esclarecedoras é a que é apresentada por Nilson Lage. O autor afirma que a diferença crucial entre uma e outra está na prática, a partir da elaboração da pauta, isto é, do projeto de texto, conforme ressalta Pena (2005). 
Em seu livro Estrutura da Notícia, Nilson Lage afirma que para as notícias, as pautas são apenas fatos programados, ao passo que para a reportagem, pressupõe-se um outro nível de planejamento. O professor João de Deus é ainda mais incisivo e apresenta um quadro comparativo entre ambas, ao qual, acrescentamos algumas outras que também consideramos importante para uma melhor distinção:
	 Notícia
	 Reportagem
	A notícia é breve
	 A reportagem é extensa
	A noticia apura fatos
	A reportagem lida com assuntos sobre fatos
	A noticia tem como referencia a
imparcialidade
	A reportagem trabalha com o enfoque, a inter-
pretação;
	A notícia independe da intenção do veículo
(Apesar de não ser imune a ela)
	A reportagem é produto da intenção de passar 
uma “visão” interpretativa
	A notícia é atrelada ao imediato, temporal
	A Reportagem ao que é corrente e também 
 atemporal
	A noticia tem pauta centrada no essencial que recompõe um acontecimento
	A reportagem trabalha com pauta mais
complexa, apontando para causas e contextos
	Não obstante, as diferentes definições apresentadas pelos diversos autores, em um ponto todos concordam ao se referirem a ela como sendo a prática do jornalismo em profundidade, seja no conteúdo ou na técnica empregada. Trata-se da maior e mais prazerosa aventura do jornalista, parafraseando Gilberto Dimenstein e Ricardo Kotcho, no clássico A aventura da reportagem, obra que deve ser lida por todos aqueles que, de fato, pretendem abraçar esta atividade.
Reportagem x Notícia: Diferentemente da notícia, a reportagem não pode ater-se apenas ao relato factual porque não pode ser um relatório frio. Faz-se necessário uma interpretação jornalística dos fatos. É por esta razão que para Dines “O retrato quadrado de um acontecimento não é jornalismo, é registro. O retrato de um acontecimento engrandecido pela técnica da narração, argúcia e cultura de quem observa, isto sim é jornalismo”.
Pode-se fazer a notícia, a coluna ou a crônica sem sair da redação ou do escritório do produtor independente (como está virando moda ), usando apenas o telefone, o fax, o computador, a Internet, a biblioteca, os jornais do dia etc. Mas é praticamente impossível produzir uma grande reportagem sem árduo trabalho externo, de rua. Daí vem a riqueza de dados da reportagem. É ela que sustenta o jornalismo, naquilo que ele tem de melhor.
2 - 	Os diferentes gêneros e tipos de reportagem	
	Ao ser analisada a partir de suas características essenciais, a reportagem apresenta uma série de classificações distintas com as quais trabalham os diferentes autores. Do ponto de vista da produção, por exemplo, Nilson Lage considera três gêneros de reportagem:
	Reportagem investigativa: Inserida dentro da categoria do jornalismo investigativo, parte de um fato para revelar outros mais ou menos ocultados, e, através deles, o perfil de uma situação de interesse jornalítico.
	Reportagem interpretativa: Inserida na categoria do jornalismo interpretativo, trabalha com o conjunto de fatos observado a partir da perspectiva metodológica de determinada ciência, a exemplo da pesquisa qualitativa.
	Reportagem Novo jornalismo: Proveniente da famosa escola americana do chamado New journalism, esta aplica técnicas literárias na construção de situações e episódios para revelar uma práxis humana não teorizada.
	Em Teoria do Jornalismo, Felipe Pena, destaca a classificação feita pelo professor João de Deus Corrêa, a qual, segundo este, tem como base, as constatações das rotinas jornalísticas :
	Reportagem de perfil: procura apresentar a imagem psicológica de alguém, a partir de depoimentos do próprio, assim como de familiares de amigos, subordinados e superiores dessa pessoa.
	Reportagem de fatos: aproveita a dramaticidade de um fato e aprofunda o seu conhecimetno, abrindo novas áreas de contexto, entendimento de causas e efeitos.
	Reportagem polemica: explora assunto em discussão na sociedade ou o cria. Para isso são ouvidas fontes diversas a exemplo de especialistas e olimpianos que pensem de modo diferenciado, oposto. Apesar de deixar a interpretação por parte do leitor, este tipo de reportagem trabalhaem cima de uma hipótese determinada.
	Reportagem monotemática: trata-se da reportagem realizada pelo veículo, após um acontecimento recente, em que se costura a relação deste com outros similares e cria um tema que provoque adesão do publico, pelo destaque e tratamento coerente dado ao assunto. Geralmente está atrelada a preferência do veículo por determinados temas, a partir dos quais são criados cadernos ou colunas específicas.
	Reportagem de ação: é aquela que é feita diante de um fato espcialmente dinâmico, impactante e complexo. Nela, o texto reconstitui a intensididade das ações num estilo cinematográfico, visual, criando um clima dinâmico com narrativa leve, mas tensa, ágil. Trata-se de um tipo mais comum a programas televisivos, radiojornalisticos e jornais de natureza populares, e de linha sensacionalista.
	Reportagem documental: caracteriza-se pelo tratamento praticamente didático por parte do jornalista, no sentido deste investir na demonstração documental da perspectiva com que o tema é abordado.
	Há ainda o chamado Livro-reportagem, do qual tratamos mais adiante. 
	Esta classificação encontra respaldo, por sua vez, em outra divisão clássica feita por Sodré e Ferrari que, ao analisarem a fundo, a narrativa da reportagem apresentam a seguinte classificação:
	Reportagem de fatos (fact-story): trata-se do relato objetivo de acontecimentos que obedece na redação à forma da pirâmide invertida. Como na noticia, os fatos são narrados em sucessão, por ordem de importância. 
	Reportagem de ação (Action-story): é o relato mais ou menos movimentado, que começa sempre pelo fato mais atraente, para ir, descendo aos poucos na exposição dos detalhes. Os fatos são descritos como num filme e, na TV, por exemplo, o repórter participa da ação e deixa de ser um mero observador, para tornar-se parte da narrativa.
	Reportagem documental (quote-story): é o relato documentado, que apresenta os elementos de maneira objetiva, acompanhados de citações que complementam e esclarecem o assunto tratado. Geralmente apresenta um caráter pedagógico e expositivo. É mais comum no jornalismo escrito mas também é utilizado em documentários da televisão e cinema.
4 – As habilidades necessárias para produção da reportagem
	Como qualquer outra atividade humana, a reportagem requer determinadas habilidades sem as quais, o trabalho jornalístico não alcança o seu objetivo. Amaral (1997) relaciona os seguintes requisitos para a reportagem:
            Capacidade intelectual – O profissional tem que por à prova todas as suas aptidões, a fim de abordar convenientemente o tema e esgotá-lo até os últimos limites.
            Observação atenta – Aí entra em jogo a capacidade que tem o repórter de ver. A bagagem intelectual e as informações prévias sobre a questão facilitarão ao repórter discernir o que é principal e secundário durante o trabalho de campo e em meio a um mundo de informações. Agir com toda a curiosidade exigida pelo jornalismo.
            Sensibilidade – Embora influenciada pela bagagem cultural, é pessoal, íntima, não pode ser ampliada com simples regras de comportamento. Esta faculdade ou o repórter a tem ou não a tem, é o caso do músico, do pintor ou do escritor.
            Criatividade – Toda a articulação  e exposição  do tema precisa assentar-se em bases reais, do contrário seria uma negação mesma do jornalismo. Impõe-se a reconstituição honesta dos fatos e do clima em que se desenrolam. Por maiores que sejam a imaginação e a técnica narrativa do repórter, seu dever fundamental é com a verdade. Para cumpri-lo, necessita ter coragem e dizer “isto eu vi”, “isto me contaram”, tal como fez Pero Vaz Caminha.
            Narração fluente – A informação bruta transforma-se em reportagem através da narração fluente. O repórter não deve mostrar muita preocupação com a forma, mas tem que saber expor os fatos de maneira que o leitor se sinta atraído do princípio ao fim do texto.
José Hamilton Ribeiro ( ex- Realidade ) define a boa reportagem como "uma vitória repentina", ou, então, como "um ato de amor, de ilusão, de crença no ser humano...mas o jornalista tem de ter fé". Para fazer a boa reportagem o jornalista deve escapar dos limites da redação e não se prender à rodinha dos amigos porque a grande notícia tem que ser buscada, checada, conferida alí onde o homem está, no meio do povo, na rua, nas esquinas do mundo. José Hamilton tem uma fórmula para este tipo de jornalismo no qual se consagrou:
 
 
                                                            BC  +  BF
                                    GR  =     -----------------
( T  x   T )"
Grande Reportagem ( GR ) é igual a um Bom Começo ( BC ) mais Bom Final ( BF ), em cima de Trabalho ( T ) vezes Talento ( T ) elevados à enésima potência.
5 – A narrativa da reportagem: como redigir uma reportagem
	Este último tópico volta-se para a questão relativa à narrativa jornalística da reportagem. Uma das maiores dificuldades verificadas nos jornalistas novatos diz respeito ao início da redação da reportagem. Se esta deve ser discutida com o editor por seu peso dentro da edição do dia, a abertura da matéria não precisa levar ninguém ao sofrimento.
            O importante, segundo Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari é que o texto tenha uma boa narrativa, um relato humanizado, que cause impressão e que trate dos fatos objetivamente, tanto numa reportagem de ação ( com o fato em andamento: uma votação importante, uma competição esportiva, uma ação policial ), como numa reportagem de fatos ( em que se dá todos os detalhes de um evento como a morte de um presidente, a execução de um condenado famoso ) ou  numa reportagem documental ( baseada em depoimentos, de cunho pedagógico, como numa matéria sobre o relacionamento homem-mulher em Cuba, por exemplo).
            Na prática do dia-a-dia, é preciso que a abertura da matéria seja criativa e interessante para prender a atenção do leitor. Por isto o conteúdo informativo das frases iniciais que irão introduzir os parágrafos não deve ser completo a ponto de esvaziar a seqüência do texto. É preciso faltar sempre um dado essencial para criar expectativa no leitor, a exemplo do que se faz nas chamadas da primeira página, despertando a curiosidade do leitor. Exemplo: "Foi um dia trágico. Logo pela manhã o tiroteio entre milicianos cristãos, sunitas, drusos e palestinos deixou em chamas todo um bairro de Beirute. À tarde vieram notícias de nova retaliação israelense no sul, com a morte de 43 pessoas..."  ou "O assassinato de um medíocre arquiduque, por terroristas que tinham motivação muito particular, mergulhou o mundo na Primeira Grande Guerra deste século..."
            Também se pode abrir o texto com uma historinha que reflita o tom geral da matéria ( alegria, tristeza,esperança ) ou que defina atores como políticos, militares, guerrilheiros, ministros etc.
            A Revista Veja de 02/02/2000 trouxe matérias com as seguintes aberturas:
            - A Vasp está fazendo uma guerra para tentar recuperar alguns pontos no mercado de aviação. ( No box, um quadro comparativo de preços com as demais companhias aéreas e um título relacionado com a abertura da matéria: "A guerra dos preços").
            - A ousadia da senadora Heloísa Helena, do PT de Alagoas, aquela que deu voz de prisão ao ex-presidente do Banco Central, Francisco Lopes, acabou custando caro.
            - Há um empresário no Piauí que atende pelo nome de Mazuca. Ele foi goleiro de um time de futebol do interior, depois comprou uma borracharia, um trio elétrico e uma distribuidora de refrigerante.
            -  Quem disse que felicidade não se compra? Compra-se, sim, como bem sabem os cidadãos daquela moderna terra prometida, os Estados Unidos da América.
            Muniz Sodré e Maria Helena Ferrari dão outros exemplos de abertura criativa:
            - Lápis, papel e carbono. Com esses instrumentos, um contingente de 45 mil pessoas ( apenas no Rio ) movimenta aastronômica cifra de Cr$ 400 a Cr$ 500 milhões por dia, cerca de Cr$ 10 bilhões por mês...( segue matéria sobre o Jogo do Bicho ).
            - Pouco antes da meia-noite de segunda-feira passada, o telefone tocou na casa do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, Jair Meneghelli. Na outra ponta da linha, o empresário Roberto Della Manna, coordenador do Grupo 14, da Federação das Indústrias do Estado de S. Paulo ( FIESP ), propunha um encontro entre os dois no dia seguinte, em horário a combinar.
 Para Bahia, a reportagem pode ser organizadas de diferentes formas:
Pirâmide.
ordem cronológica (narração seqüencial)
clímax ou remate incisivo (combina elementos de maior significado com os de seqüência temporal. È dado ao primeiro parágrafo o ângulo mais dramático e depois segue-se a cronologia)
Oswaldo Coimbra analisa a reportagem conforme a tipologia textual afirmando que esta pode se apresentar de acordo com as seguinte matrizes textuais:
Dissertativa: Quando a reportagem se apóia num raciocínio explicativo através de informações generalizadas, seguidas de fundamentação;
Narrativa: Em que o texto da reportagem contém fatos organizados conforme uma relação temporal de anterioridade ou posterioridade. NEste estilo há uma mostra de mudanças progressivas no estado das pessoas e nas coisas, através do tempo.
Descritiva: diz respeito à reportagem cuja estrutura textual obedece á descrição pormenorizada de pessoas, coisas e cenários. Muito similar à narrativa, mas diferentemente desta, a estrutura descritiva não está atrelada à marcação temporal nem à mudança progressiva do estado de pessoas ou coisas, restringindo-se unicamente ao ato de descrever detalhes importantes para a narrativa.
Há ainda, conforme esta autor, dois outros tipos atrelados aos dois primeiros estilos apresentados acima:
Dissertativo-narrativo: Quando o texto da reportagem apresenta elementos comuns a ambos os estilos, mas há uma predominância da dissertação.
Narrativo-dissertativo: Trata-se do texto predominantemente narrativo com partes, seja períodos ou parágrafos inteiros dissertativos. 
A reportagem em jornal e em televisão
* Trabalho de campo: A diferença está na facilidade de infiltração e apuração do repórter no trabalho de investigação para o jornal, coisa que a TV vem conseguindo driblar através do uso das câmaras secretas. 
* Características de cada veículo: Dinâmica de veiculação e registro documental entre um e outro veículo. A TV não comporta detalhes de documentação que o jornal pode apresentar. Números, documentos, dados comparativos alcançam melhor entendimento quando impressos, preto no banco, onde as pessoas podem ler, reler, conferir, arquivar. Por outro lado, é inegável que a TV tem outras vantagens como o alcance imediato do país inteiro. Como negar o impacto das imagens da PM paulista espancando pessoas indefesas na Favela Naval? Ou coisa parecida?. Mas é bom ressaltar que no dia seguinte os interessados vão procurar o jornal para conferir detalhes que escapam no vídeo e que não se pode arquivar, pois o telespectador comum não assiste a programação das emissoras pronto para a gravação. 
Outros aspectos constitutivos da Reportagem
O que caracteriza a reportagem é a quantidade de dados nela contidos a partir do trabalho de campo;
A reportagem é sempre um gênero informativo acrescido de interpretação e opinião. De acordo com o assunto tratado, poderá ser também um texto recreativo, pois a crônica social, a crônica esportiva, o texto cultural também podem ter a forma de reportagem;
Clóvis Rossi no prefácio do livro "A Aventura da Reportagem", ressalta que o lugar de repórter é na rua, esclarecendo que a reportagem é produzida na rua que em sentido figurado um estádio de futebol, a favela da Rocinha, os campos petrolíferos do Oriente Médio. Só não pode ser a redação de um jornal.
Entre os requisitos da reportagem destaca-se o aspecto humano. O repórter usa máquinas para coletar os dados; para redigir a matéria; o jornal usa máquinas para imprimir e distribuir suas edições; o leitor usa máquinas para ir até a banca comprar o seu exemplar. Mas ninguém escreve para máquinas. Escreve-se para pessoas que se definem por variáveis de idade, sexo, classe social, aspirações, situação econômica, etc.
“A arte da reportagem é trazer à luz a informação que é notícia – aquela cujas repercussões tendem a alterar a expectativa dos fatos futuros”.Dines
Em “A Arte da Reportagem-Vol I”, o apresentador da obra, Eugênio Bucci define: “A reportagem, como a arte, tem a necessária pretensão de iluminar o significado, de apontar uma direção acima do caos dos eventos cotidianos”. Para alcançar este objetivo, “o repórter deve entender o que tem a narrar. E, para entender, precisa sentir. Só então ele ordena o caos (e escreve, encadeando os fatos como são encadeadas as palavras). Porque o repórter sente, as reportagens emocionam. Porque ele entende, elas informam. Informação, não custa repetir, é um dado que contém sentido para o leitor. Ou não será informação, mas apenas um dado a mais, perdido”.
 Etapas da produção da reportagem
 
O planejamento, a partir da pauta, é fase essencial da boa reportagem: É o plano que vai dirigir a pesquisa de campo e orientar as ações futuras do trabalho, evitando perda de tempo. O repórter do grande texto precisa ter autonomia para reinventar a pauta quando for necessário. Às vezes o repórter faz uma longa viagem e se a pauta “furar” caberá a ele a iniciativa de criar outra adaptada ao contexto em que se encontra, comunicando ao editor. 
Alterações: Em algumas ocasiões, na hora de transformar as anotações no texto da grande matéria, o redator deverá seguir um novo planejamento, discutindo com o editor, a melhor abordagem ou ângulo dado à matéria, o eixo em torno do qual ela vai girar (é importante lembrar que fatos de última hora podem determinar alterações nos destaques principais, daí a importância da sintonia com os dirigentes da redação).
Na pauta de reportagem o que menos importa são as nomenclaturas de indicadores logísticos muitos comuns em pautas de notícias, sobretudo de fatos programados. O essencial para a produção de uma reportagem é a escolha do fato ou acontecimento e a angulação, isto é, a definição precisa do aspecto central temático a partir do qual será feito todo o trabalho de apuração da reportagem. Fazem parte deste trabalho detalhado dentre outros, a definição das fontes a serem ouvidas e pesquisadas e os recursos didático-visuais ilustrativos. 
Trabalho de edição: O moderno processo gráfico dá ao repórter e ao editor de arte possibilidades muito amplas de tratar a matéria visualmente para que tenha boa estética na página, agradando ao leitor não só pela forma da narrativa como também pelas ilustrações, tamanho do corpo, inserções de  "olhos" ou "janelas", linhas finas, legendas criativas, box explicativo,  quadro de serviço etc.
Crise na produção de reportagens
Um dos fatos do jornalismo contemporâneos mais discutidos na atualidade é a escassez de produção de reportagens. Este fato está atrelado a vários fatores, mas principalmente ao fator de natureza econômico-financeiro das empresas de jornalismo que não investido, sobretudo, no gênero da reportagem investigativa devido aos custos e a diminuição do quadro de repórteres do dia a dia, uma vez que a equipe de reportagem ao se empenhar no trabalho de investigação que pode durar semanas e até meses, fica ausente da pauta do cotidiano. 
Por esta razão, o fato de os veículos de comunicação não absorverem, hoje, reportagens extensas tem levado os repórteres investigativos a buscarem recursos econômicos em fundações e instituições universitárias para publicarem suas historias – normalmente em forma de livros ou documentários de vídeo.
Etapas de desenvolvimento para o Jornalismo Investigativo:
1. Escolha do tema;
2. Apuração inicial para checagem do assunto;
3. Estudo daviabilidade (despesas, tempo, riscos);
4. Análise minuciosa do assunto, de sua bibliografia, pesquisa na Internet e consulta a especialistas.
5. Levantamento das fontes de informação e escolha de estratégias de abordagem;
6. Entrevistas e confrontação de dados;
7. Redação do texto
8. Revisão e rechecagem
9. Publicação;
10. Acompanhamento dos desdobramentos da reportagem.
Dica: Balizar-se sempre pelo Código de Ética dos Jornalistas e entender de leis;
Fases do JO investigativo 
     Segundo Lage: 
A concepção, na sua visão, pode ocorrer de várias experiências: pequenos fatos inexplicáveis ou curiosos, pistas dadas por informantes ou fontes regulares, leituras, noticias novas ou a observação da realidade. 
O estudo de viabilidade: se existem documentos disponíveis ou fontes que possam, ser acessadas se há recursos e tempo e que resultado pode ter a investigação. 
Familiarizar-se com o assunto, que envolve alguma pesquisa e consulta a fontes secundárias; 
Desenvolver um plano de ação, incluindo custos, métodos de arquivamento e cruzamento de informações; 
Colocar em prática o plano idealizado, ouvindo fontes e consultando documentos. 
Reavaliação do material apurado, para que sejam preenchidos os vazios de informação. 
Avaliação final, a redação e a revisão, a publicação e o seguimento da suíte da matéria. 
O repórter, para saber se sua hipótese esta correta, necessita adotar um plano de trabalho, traçando todos os passos necessários para a apuração dos fatos: avaliação do tema, se ele é viável ou não, estudo das técnicas e estratégias que podem ser acionadas; o tempo necessário pra afazer a matéria; previsão de gastos; informações sobrea necessidade de criação de uma equipe de investigadores; e as possíveis dificuldades que serão encontradas ao longo do processo
O que importa é que o jornalista planeje o seu trabalho formal ou informalmente, considerando que a falta de um planejamento pode trazer prejuízos à investigação.Depois do planejamento, o jornalista parte para a verificação das hipóteses levantadas: recolhe depoimentos de fontes, relaciona documentos, compara versões dadas ao caso, enfim, segue em busca da comprovação do que está sendo investigado, para saber se a hipótese levantada se sustenta ou não.(p70)
     É importante revisar a bibliografia sobre o tema, para que o jornalista não perca tempo investigando fatos que já foram revelados ao público. Incluir referências às leis vigentes também é importante, pois permite demonstrar que tais fatos são realmente dignos de ser denunciados. A construção de perfis psicológicos dos principais envolvidos é outro aspecto importante que permite ao jornalista entender melhor a situação e desvendar conexões.
     No estudo da viabilidade do tema, é importante que o repórter avalie, com a empresa. Os riscos se a apuração vai precisar lançar usar estratégias que dêem margem a controvérsias legais. Nunca agir por conta própria – sempre com o aval da empresa. 
* Material elaborado com base na leitura das obras citadas no plano de aula da disciplina de Técnica de Entrevista e Reportagem

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