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Os órgãos genitais femininos podem ser internos (ovários, tubas uterinas, útero e vagina) e externos (monte púbico, lábios maiores, lábios menores, clitóris, bulbo do vestíbulo e glândulas vestibulares maiores). Ovários: Os ovários são dois corpos nodulosos situados na cavidade pélvica, um de cada lado do útero, próximos da parede lateral da pelve. Eles estão presos no ligamento largo do útero que fica dorsal e caudal às tubas uterinas. Cada ovário possui uma face lateral e uma face medial, uma extremidade cranial ou tubal e uma extremidade caudal ou uterina. Possui uma borda Anatomia - Aparelho reprodutor feminino quinta-feira, 22 de outubro de 2015 03:07 Página 1 de Anatomia cranial ou tubal e uma extremidade caudal ou uterina. Possui uma borda ventral ou mesovárica e uma borda dorsal livre. Face lateral: Fica em contato com o peritônio parietal que reveste a fossa ovárica. Face medial: Fica coberta pela extremidade fimbriada da tuba uterina (a tuba uterina passa pela borda mesovárica e dobra-se em arco, chegando na borda livre e na face medial) Borda mesovárica ou ventral: É retilínea e presa à face dorsal do ligamento largo do útero através do mesovário que é uma prega curta. Entre as duas pregas do mesovário passam vasos sanguíneos e nervos para o hilo do ovário. Borda livre: É convexa e dirigida para o ureter. Extremidade caudal: Presa a ela estão a fímbria ovárica e o ligamento suspensor do ovário (prega do peritônio), este contém os vasos ováricos e se dirige cranialmente. Extremidade uterina: Está voltada caudalmente para o assoalho pélvico e se fixa no ângulo lateral do útero através do ligamento próprio do ovário. Página 2 de Anatomia Página 3 de Anatomia Página 4 de Anatomia Nota: 1 - ovário; 2 - folículos de Graaf; 3 - ligamento próprio do ovário; 4 - tuba uterina; 5 - veia e artérias. Cada ovário se localiza dentro da fossa ovárica, uma depressão na parede lateral pélvica. Essa fossa é delimitada pelo ureter, pela artéria ilíaca externa e pela artéria umbilical obliterada. Epoóforo: São ductos curtos, os ductos transversais, que se situam entre a tuba Página 5 de Anatomia Epoóforo: São ductos curtos, os ductos transversais, que se situam entre a tuba uterina e o ovário, na mesossalpinge. As extremidades desses ductos convergem para o ovário e as opostas desembocam no ducto longitudinal do epoóforo (ducto de Gartner). Paroóforo: São túbulos rudimentares mais dispersos que ficam entre o epoóforo e o útero, no ligamento largo do útero. Nota: Os ductos transversais do epoóforo e os túbulos do paroóforo são remanescentes dos túbulos do corpo de Wolff ou mesonefro. O ducto longitudinal do epoóforo é uma porção persistente do ducto mesonéfrico ou de Wolff. Vasos e nervos: As artérias que irrigam ovários e tubas uterinas são as artérias ováricas que se originam na aorta abdominal. Elas passam pelo mesovário e se anastomosam com ramos tubário e ovárico das artérias uterinas. Em seu trajeto pelo mesovário, a artéria ovárica envia ramos para a tuba uterina (ramos tubários dos vasos ováricos) e outros que atravessam o mesovário, entrando no hilo do ovário. Veias: o plexo pampiniforme que emerge do hilo do ovário forma a veia ovárica. Esta deixa a pelve na companhia da artéria ovárica. Os nervos são derivados do plexo hipogástrico (ou pélvico) e do plexo ovárico. A tuba uterina recebe um ramo de um dos nervos uterinos. Página 6 de Anatomia A tuba uterina recebe um ramo de um dos nervos uterinos. Página 7 de Anatomia Página 8 de Anatomia Tubas uterinas: São bilaterais e se estendem do ângulo súpero-lateral do útero para cada lado da pelve. Elas são suspensas através da mesossalpinge, prega de peritônio do ligamento largo do útero. Cada tuba possui 3 porções: 1) Istmo (terço medial estreitado); 2) Ampola (porção intermediária dilatada que se curva sobre o ovário); 3) Infundíbulo (circundado por fímbrias em seu óstio abdominal, sendo que uma delas é fixada ao ovário, a fímbria ovárica). Há também a porção uterina da tuba uterina. Página 9 de Anatomia ao ovário, a fímbria ovárica). Há também a porção uterina da tuba uterina. A tuba uterina passa pela borda mesovárica e dobra-se em arco, chegando na borda livre e na face medial do ovário. Cada tuba possui um óstio uterino (menor) e um óstio abdominal (maior). Página 10 de Anatomia Podem aparecer os apêndices vesiculosos conectados às fímbrias ou ao ligamento largo das proximidades (aparecem nas duas primeiras imagens desse resumo). Vasos e nervos: A irrigação se dá através das artérias ováricas e artérias uterinas. As veias lançam-se no plexo uterino. Os nervos são derivados do plexo simpático pélvico e parassimpático sacral. Nota: A porção supero-posterior do endométrio é o local normal para a implantação. Se implantar nas tubas há um processo de implantação ectópica. Útero: É um órgão muscular com paredes espessas e tem formato piriforme, sendo achatado dorso e ventralmente. Ele fica situado entre a bexiga e o reto. Ele se comunica em sua parte abdominal com as tubas uterinas, através do óstio uterino da tuba uterina, e em sua extremidade perineal se comunica com a vagina, através do óstio externo do útero. Ele se encontra no eixo mediano, mas se curva acompanhando o eixo da pelve, se dobrando encima da bexiga. Página 11 de Anatomia O útero é dividido em 2 partes estrutural e funcionalmente: o corpo e o colo (ou cérvice). Entre os dois há um estreitamento chamado de istmo do útero (a parte cranial ao istmo é o corpo e a caudal o colo). Neste estreitamento há uma constrição interna chamada óstio histológico interno do útero. Corpo: A parte do corpo que se estende para o abdome é chamada de fundo do útero. Ele é arredondado e fica acima da entrada das tubas uterinas. Face ventral ou vesical: É a voltada para a bexiga. O peritônio que recobre essa face se flete na região de junção do corpo com o colo, formando a escavação Página 12 de Anatomia face se flete na região de junção do corpo com o colo, formando a escavação vesicouterina, e passa a revestir a bexiga. Face dorsal ou intestinal: Ela é convexa e é recoberta por peritônio em maior extensão, chegando este até a porção cranial da vagina. Este peritônio faz uma escavação nessa região entre o útero e o reto, chamada de escavação retouterina (ou fundo-de-saco de Douglas) - delimitada ventralmente pelo colo supravaginal e fórnice posterior da vagina, dorsalmente pelo reto e lateralmente pelas pregas retouterinas. Fundo: É convexo e sua superfície livre recoberta por peritônio faz contato com alças do intestino delgado ou com o colo sigmoide. Bordas laterais: ligeiramente convexas. Na porção cranial dessas bordas as tubas uterinas se ligam. Ventralmente e caudalmente a esse ponto de ligação, o ligamento redondo do útero se fixa; enquanto que dorsalmente a esse ponto de junção da tuba com a borda lateral, se fixa o ligamento próprio do ovário. As 3 estruturas (tuba, ligamento redondo do útero e ligamento próprio do ovário) estão incluídas no ligamento largo do útero que vai da borda lateral do útero à parede da pelve. Página 13 de Anatomia da pelve. A supravaginal é separada ventralmente da bexiga através do paramétrio (tecido fibroso) que se estende também para os lados e lateralmente entre as lâminas do ligamento largo do útero. As artérias uterinas passam através do paramétrio e atingem as margens do colo do útero. A parte dorsal do colo supravaginal é recoberto por peritônio que logo se reflete sobre o reto depois de revestir a parede posterior da vagina. • A porção vaginal projeta-se para o interior da vagina e sua extremidade livre repousa sobre a parede dorsal. Sua extremidadeé arredondada e possui uma depressão, o óstio do útero. Este é limitado pelos lábio anterior e lábio posterior. Entre o lábio posterior e a parede da vagina está o fórnice posterior (parte mais cranial da vagina) e entre o lábio anterior e a vagina está o fórnice anterior. • Colo: Fica entre o istmo do útero e a vagina. Ele possui o canal do colo do útero com pregas palmadas. O colo é dividido em porção supravaginal e porção vaginal. Página 14 de Anatomia está o fórnice anterior. Cavidade do útero: O fundo e os óstios uterinos das tubas formam a base de um triângulo que tem o ápice no istmo que leva ao canal do colo. Ela vai então do óstio histológico interno do útero até o fundo do útero. Canal do colo: É mais largo no meio. Se comunica com a cavidade uterina através do istmo e com a vagina através óstio externo do útero. Na parede do canal do colo há uma crista longitudinal anterior e uma crista longitudinal posterior. De cada uma dessas cristas saem colunas pequenas e oblíquas, as pregas palmadas (elas formam a árvore da vida do útero). As cristas das duas paredes se organizam para fechar o canal do colo. Página 15 de Anatomia Ligamentos: Os ligamentos do útero são: ligamentos largos, ligamentos, redondos e ligamentos cardinais. Também existem pregas peritoneais que podem ser consideradas ligamentos como: ligamentos vesicouterino, retouterino e sacrogenital. Ligamentos largos: Eles se localizam de cada lado do útero e se estendem até a parede lateral e fundo da pelve. São duas lâminas fibrosas cobertas por peritônio. O útero mais os ligamentos largos formam um septo que divide a cavidade pélvica em fossa vesicouterina e fossa retouterina. Entre as duas lâminas desse ligamento estão: paramétrio, artéria uterina, tuba uterina, ligamento redondo, epoóforo e paroóforo (localizados no mesossalpinge do ligamento largo do útero - outra parte do ligamento largo é o mesométrio do ligamento largo do útero; e a outra parte é o mesovário), ovário* e ureter*. 1) Página 16 de Anatomia ligamento largo do útero; e a outra parte é o mesovário), ovário* e ureter*. O paramétrio, que recobre a porção ventral da porção supravaginal do colo do útero, se expande lateralmente para o ligamento largo do útero A artéria uterina entra de cada lado da base do ligamento largo, ascende pela borda lateral do útero até atingir o istmo da tuba uterina onde se anastomosa com as artérias ováricas. Elas, uma de cada lado, penetram na porção superior e lateral do ligamento largo no interior do ligamento suspensor do ovário e segue até se anastomosar com a artéria uterina. A tuba uterina se prende à borda superior do ligamento largo através de sua borda inferior. A extremidade lateral do lig. Largo não se prende à tuba uterina, pois nessa região ele forma o ligamento suspensor do ovário que também prende o infundíbulo da tuba uterina à parede lateral da pelve. A porção livre do ligamento largo abaixo da inserção com a tuba uterina e que vai até a inserção do ovário chama-se mesossalpinge (é menos fixada que o restante do ligamento largo). O epoóforo e o paroóforo estão no mesossalpinge. *O ovário é preso ao ligamento largo através do mesovário, derivado da folha superior do ligamento largo, e por isso não está entre as folhas do ligamento largo. As pregas da folha posterior do ligamento largo também revestem o ligamento redondo do útero e o ligamento suspensor do ovário. *O ureter cruza obliquamente a borda inferior do ligamento largo e vai em direção da bexiga. Ligamento redondo: É achatado e se encontra preso à borda lateral do útero ventral e inferiormente ao istmo da tuba uterina. Ele atravessa a pelve entre as duas folhas do ligamento largo do útero e ascende até penetrar na parede abdominal através do anel inguinal profundo e suas fibras se dissociam e contribuem na formação da substância dos lábios maiores. 2) Página 17 de Anatomia Página 18 de Anatomia Ligamento Cardinal: É uma lâmina fibrosa imersa no tecido adiposo e está de cada lado da porção mais inferior do colo do útero e vagina. Ele é como uma continuação profunda do ligamento largo do útero. As artérias vaginais atravessam a pelve passando pelo ligamento cardinal que lhes dá apoio. 3) Ligamento uretossacral: Ele conecta o colo do útero ao sacro. Ele é a continuação posterior do ligamento cardinal e ela contém um feixe de músculo liso chamado de retouterino. 4) Página 19 de Anatomia Prega vesicouterina ou ligamento anterior: É a reflexão do peritônio desde a face anterior do útero ao nível da junção do colo com o corpo até a face posterior da bexiga. 5) Prega retovaginal ou ligamento posterior: É a reflexão do peritônio do fórnice posterior da vagina à face anterior do reto. 6) Pregas retouterinas ou sacrogenitais: Pregas que recobrem os ligamentos uterosacral. 7) Página 20 de Anatomia uterosacral. Sustentação do útero: O que confere sustentação mecânica para o útero são: diafragma pélvico, ligamento cardinal, ligamento redondo, vagina e ligamento uterossacral. A posição do útero varia de acordo com a idade e com situações diversas (como parto por exemplo). Página 21 de Anatomia O prolapso uterino é devido ao enfraquecimento dos ligamentos uterinos: Página 22 de Anatomia Esses ligamentos são importantes para evitar o prolapso uterino: Página 23 de Anatomia Esses ligamentos são importantes para evitar o prolapso uterino: Página 24 de Anatomia Vasos e nervos: As artérias são as artérias uterinas derivadas das artérias ilíacas internas, e as artérias ováricas, da aorta abdominal. A terminação da artéria ovárica se anastomosa com a artéria uterina e formam um tronco de onde partem ramos circulares que suprem o útero. As veias correspondem as artérias e elas terminam em plexos uterinos. Os nervos derivam do hipogástrico e do plexo ovárico e também de nervos sacrais. Os vasos são tortuosos devido à adaptação necessária dos mesmos durante a gravidez, ou seja, eles precisam se estender juntamente com o crescimento dos tecidos maternos. Vagina: Estrutura que se estende do vestíbulo (espaço entre os pequenos lábios) ao útero. Seu eixo forma mais de 90° com o eixo do útero. Ela possui uma parede anterior (mais curta) e uma parede posterior (mais longa) que geralmente ficam em contato. É apertada no início, dilatada no meio e estreitada perto do colo uterino. Ela circunda a porção vaginal do colo do útero e entre o lábio posterior e a parede da vagina está o fórnice posterior (parte mais cranial da vagina) e entre o lábio anterior e a vagina está o fórnice anterior. (é nesses fórnices que os espermatozoides ficam acumulados após a ejaculação, para depois migrarem para o óstio externo do útero). Relações: A parede anterior está em relação com o fundo da bexiga e com a uretra. A parede posterior está separada do reto pela escavação retouterina, pela faixa retovaginal e pelo corpo do períneo. Os ureteres entram na bexiga quando estão ligeiramente na frente do fórnice anterior da vagina. A túnica da mucosa vaginal possui duas cristas longitudinais ou colunas das rugas em cada parede e é de onde saem as rugas da vagina. Página 25 de Anatomia Vasos e nervos: A vagina é irrigada pelas artérias vaginais que se originam na artéria uterina ou na artéria ilíaca interna e se anastomosam com as artérias uterina, vesicais inferior e retal média. As veias da vagina correm de cada lado da vagina e se anastomosam com as veias uterinas, vesical e retal, terminando numa única veia que drena para a veia ilíaca interna. Os nervos derivam do plexo e do nervo pudendo. Página 26 de Anatomia plexo e do nervo pudendo. Página 27 de Anatomia Página28 de Anatomia Página 29 de Anatomia Órgãos genitais externos: O conjunto deles pode ser chamado de vulva ou Página 30 de Anatomia Órgãos genitais externos: O conjunto deles pode ser chamado de vulva ou pudendo. Monte púbico: É uma elevação mediana anterior à sínfise púbica com tecido adiposo abaixo do tegumento e é coberto de pelo depois da puberdade. 1) Lábios maiores do pudendo: São duas pregas longitudinais proeminentes que se estendem caudal e dorsalmente do monte púbico até antes do ânus. Eles correspondem ao escroto no homem. Eles formam os limites laterais da fenda da vulva ou rima do pudendo onde se abrem a vagina e a uretra. Cada lábio tem duas faces, uma externa pigmentada com folículos pilosos, e uma interna com muitos folículos sebáceos. Entre as duas faces dos lábios maiores há tecido adiposo, um tecido semelhante à túnica dartos do escroto, vasos e nervos. A união da parte espessa anterior de cada um dos lábios forma a comissura anterior dos lábios. Posteriormente eles formam a comissura posterior dos lábios (ou o limite posterior do pudendo) juntamente com a conexão cutânea entre eles (eles não se encontram posteriormente, terminando quase em paralelo). 2) Lábios menores do pudendo: São duas pequenas pregas situadas entre os grandes lábios e se estendem para trás a partir do clitóris para os lados do orifício vaginal. As extremidades posteriores dos lábios menores estão ligadas por uma prega cutânea, o frênulo dos lábios ou forquilha. Cada lábio menor possui uma divisão superior que forma o prepúcio do clitóris e uma divisão inferior que forma o frênulo do clitóris. Os lábios menores possuem numerosos folículos sebáceos. 3) Clitóris: É uma estrutura erétil que fica embaixo da comissura anterior dos lábios. Possui uma extremidade livre que é um tubérculo pequeno e arredondado, a glande do clitóris. Possui 2 corpos cavernosos de tecido erétil sendo cada um fixado nos ramos da pube e do ísquio por uma raiz. O 4) Página 31 de Anatomia erétil sendo cada um fixado nos ramos da pube e do ísquio por uma raiz. O clitóris possui um ligamento suspensor e dois pequenos músculos, os músculos isquiocavernosos, que se inserem nas raízes do clitóris. Logo, o clitóris possui uma glande, um corpo e 2 raízes. Página 32 de Anatomia Vestíbulo da vagina: É a fenda entre os lábios menores e atrás da glande do clitóris. Nele são vistos os óstios uretral e vaginal e as aberturas dos ductos das glândulas vestibulares maiores. No orifício da vagina está uma fina prega de membrana mucosa, o hímen. As bordas internas do hímen estão em contato e o orifício vaginal aparece como uma fenda. O hímen varia muito em sua forma. Entre o hímen e o frênulo dos lábios há uma rasa depressão chamada de fossa navicular. Se o hímen for rompido, pode haver remanescentes em forma de pequenas elevações arredondadas conhecidas como carúnculas himenais. 5) Bulbo do vestíbulo: Consiste em duas alongadas massas de tecido erétil que corresponde ao bulbo e parte adjacente do corpo esponjoso do pênis (na mulher outra parte que corresponde ao corpo esponjoso no homem é a glande do clitóris). Essas massas se localizam de cada lado do orifício vaginal e são unidas anteriormente por uma estreita faixa chamada de parte intermédia. Suas partes posteriores são dilatadas e estão em contato com as glândulas vestibulares maiores. Suas partes anteriores são mais delgadas e unidas pela parte intermédia. Superficialmente são revestidas pelo bulboesponjoso. 6) Glândulas vestibulares maiores: Homólogas às glândulas bulbouretrais nos homens. São duas glândulas situadas uma de cada lado do orifício vaginal em contato com as extremidades posteriores do bulbo do vestíbulo. Cada glândula se abre por um ducto lateral ao hímen, no sulco entre este e o lábio menor. 7) Vasos e nervos: As artérias são provenientes da artéria pudenda interna Página 33 de Anatomia Vasos e nervos: As artérias são provenientes da artéria pudenda interna através da perineal, da artéria do bulbo e das artérias profunda e dorsal do clitóris. As veias drenam para o plexo pudendo que drena para as veias vaginais e vesicais inferiores. Os vasos linfáticos drenam nos linfonodos inguinais ou da ilíaca externa. Os nervos derivam do nervo pudendo e do plexo pélvico. Mamas: Página 34 de Anatomia Mamas: Na nulípara as mamas formam duas eminências discoidais, hemisféricas ou cônicas na parede anterior do tórax. A mama esquerda em geral é maior que a direita. Página 35 de Anatomia Tecido glandular: Formado por 15 a 20 lobos dispostos radialmente e tendo cada Página 36 de Anatomia Tecido glandular: Formado por 15 a 20 lobos dispostos radialmente e tendo cada um seu próprio ducto excretor. O tecido adiposo preenche o estroma que fica entre e ao redor dos lobos. A porção central da mama é formada basicamente pelos lobos e a porção periférica é formada basicamente por tecido adiposo. A mama possui feixes de tecido conjuntivo fibrosos que passam verticalmente no tecido da mama e fixam a camada profunda da fáscia subcutânea à derme da pele, formando os ligamentos suspensores da mama ou ligamentos de Cooper. A mama fica inteiramente incluída na fáscia subcutânea. A superfície profunda da fáscia subcutânea da mama fica separada da camada de revestimento externo da fáscia profunda por uma fenda fascial que confere mobilidade às mamas. A superfície profunda da mama é côncava e fica em contato com a fáscia peitoral, mas lateralmente com a fáscia axilar e com a fáscia do serrátil anterior. Papila da mama ou mamilo: É um corpo pequeno cilíndrico ou cônico que fica próximo ao centro da mama. Possui na ponta de 15 a 20 orifícios dos canais lactíferos. A pele do mamilo é pigmentada, enrugada e áspera e ela se estende pela superfície da mama para formar a aréola. A cor dessa pele varia na nulípara desde róseo ao marrom. Na gravidez a pele fica mais escura e a aréola maior. Aréola: É áspera por possuir muitas glândulas sebáceas grandes. Essas glândulas areolares são importantes por secretar uma substância lipóide importante para lubrificar e proteger o mamilo durante a amamentação. O tecido subcutâneo da aréola possui fibras musculares lisas circulares e radiadas que promovem sua ereção ao receber estímulos. Estrutura (histologia): As mamas possuem tecido glandular, tecido adiposo e tecido fibroso de conexão dos lobos. O tecido glandular tem sua superfície subcutânea com numerosos processos irregulares que se projetam para a pele se unindo a ela através de feixes de tecido conjuntivo. Esse tecido é composto por numerosos lobos que são compostos por lóbulos unidos por tecido areolar, vasos sanguíneos e ductos. Os menores lóbulos consistem em alvéolos que se abrem nos menores ramos dos ductos lactíferos que se unem para formar ductos maiores que terminam em um único canal. Esses ductos lactíferos são os ductos excretores que variam de 15 a 20 e convergem para a aréola, abaixo da qual formam as ampolas que são dilatações que servem como reservatório de leite, e na base da papila contraem-se seguindo um trajeto retilíneo até o ápice e perfuram-na, abrindo-a através de orifícios isolados, mais estreitos que os próprios ductos. Os ductos não possuem fibras musculares e sim fibras elásticas longitudinais e transversais. Eles são revestidos por epitélio colunar apoiado em uma membrana basal e ele difere conforme o estado de atividade da mama. Página 37 de Anatomia Página 38 de Anatomia Página 39 de Anatomia Vasos e nervos: As artérias são derivadas dos ramos torácicos da axilar, das intercostais e da torácica interna. As veias formam o círculo venoso ao redor da base de cada papila e deste círculo saemgrandes ramos que levam o sangue para as veias axilares e torácicas internas. Os nervos são derivados dos ramos cutâneos anterior e lateral dos nervos torácicos. Os linfonodos sentinelas são usados para realização de biópsia para diagnosticar câncer de mama. Eles fazem parte dos linfonodos axilares laterais. Página 40 de Anatomia Página 41 de Anatomia Carcinoma mais profundo: Carcinoma mais superficial: Página 42 de Anatomia Carcinoma mais superficial: Página 43 de Anatomia Página 44 de Anatomia Ovários1) Ductos: tubas uterinas, útero e vagina2) Genitália externa: vulva composta por lábios maiores, lábios menores e clitóris. 3) O sistema genital feminino é formado por: Ovários: Cada ovário é revestido por um tecido epitelial simples pavimentoso ou cúbico baixo (epitélio germinativo) e abaixo dele uma camada de tecido conjuntivo, a albugínea. O ovário pode ser delimitado em córtex e medula, mostrado em cortes transversais. Córtex: É mais abundante e possui um estroma (tecido conjuntivo indiferenciado; células intersticiais) e folículos (em diferentes estágios). Medula: Com tecido conjuntivo com nervos, vasos linfáticos e vasos sanguíneos que alcançam o ovário através do hilo. Histologia - Sistema reprodutor feminino sábado, 5 de dezembro de 2015 12:09 Página 45 de Histologia Página 46 de Histologia Página 47 de Histologia Página 48 de Histologia Ciclo ovariano: Fase folicular: Nela ocorre desenvolvimento de vários folículos primordiais em apenas um folículo de Graaf, selecionado para ovular. 1- O folículo menor e predominante é o folículo primordial revestido por células foliculares (ou granulosas) pavimentosas (com núcleos achatados). Os folículos primordiais que deixam a fase de repouso são chamados de folículos primários unilaminar e são revestidos por uma única camada de células foliculares cúbicas que começam a se proliferar e passam a ficar separadas do estroma ovariano por uma lâmina basal. A zona pelúcida começa a se formar na fase de folículo primário. Página 49 de Histologia As células foliculares continuam a se proliferar, formando várias camadas, gerando assim o folículo primário multilaminar, com várias camadas de células foliculares cúbicas. Página 50 de Histologia Mas eles se desenvolvem e passam a se chamar folículos secundários, sendo que 3 eventos caracterizam esse desenvolvimento para folículo de graaf: Formação da zona pelúcida - camada glicoproteica - bem estruturada; ela é importante para separar o ovócito I das células foliculares. Apesar dessa camada glicoproteica, as células foliculares continuam se comunicando com o ovócito através de processos citoplasmáticos que entram em contato, através de junções comunicantes (essas também existem entre as células foliculares) com os microvilos do ovócito I para impedir que ele prossiga com a meiose. I. Página 51 de Histologia Acúmulo de líquido folicular entre as células foliculares que nesse estágio já se proliferaram em várias camadas. Nos pequenos espaços intercelulares (corpúsculos de Call-Exner) entre as células foliculares há líquido folicular e este líquido se junta com o tempo para formar um grande espaço com líquido, o antro. Um folículo secundário com esses espaços intercelulares com fluido (rico em ácido hialurônico, esteroides, fatores de crescimento e gonadotrofinas) passa para o estágio de folículo secundário pré-antral ou vesicular. II. Formação de uma camada externa ao folículo, a teca, constituída por células que foram recrutadas do estroma ovariano, e é importante para separar este das células foliculares. Essa camada externa, a teca, é dividida em teca externa e teca interna. III. Página 52 de Histologia Logo depois, os folículos secundários têm seus espaços com líquido fundidos (antro em desenvolvimento), formando o antro, o que caracteriza o folículo de Graaf. Com a formação do antro ocorre formação de duas regiões específicas de células foliculares: uma região com acúmulo de células foliculares bem próximas do ovócito (cumulus oophorus) e uma outra região com células foliculares que revestem a parede do folículo (células foliculares murais). Além disso, as células foliculares que se encontram firmemente (diretamente) ligadas ao ovócito constituem a corona radiata. A teca externa (cápsula de tecido conjuntivo contínuas com o tecido conjuntivo do estroma) e a teca interna (células endócrinas secretoras de esteroides) - que possuem células com diversas gotículas lipídicas em seu citoplasma e adquirem capacidade de secretar esteroides -, também aparecem bem desenvolvidas ao redor do folículo antral. As células da teca interna secretam androstenediona e ela é transferida pela lâmina basal para as células foliculares que a converte em testosterona que logo é convertida em estradiol pela enzima aromatase. Conclui-se assim, que as células da teca interna não possuem enzimas para produzir precursores de esteroides, e por isso ela não participa da produção direta de estrógenos, somente de forma indireta. Página 53 de Histologia Página 54 de Histologia Página 55 de Histologia Página 56 de Histologia Resumindo os folículos em desenvolvimento: Página 57 de Histologia Atresia ou degeneração folicular: Vários folículos primários iniciam o processo de maturação, mas somente um ou dois termina o desenvolvimento e o restante sofre atresia (processo apoptótico) independente da fase de maturação. As características dos folículos atrésicos são: membrana vítrea (material amorfo) com zona pelúcida pouco intacta, remanescentes de ovócitos degenerados e das células foliculares e também com macrófagos. Página 58 de Histologia 2 - Fase ovulatória: O folículo de Graaf forma o estigma, um abaulamento na superfície do ovário, e a alta concentração de LH estimula a atividade proteolítica na teca externa e na túnica albugínea, facilitando a ruptura do folículo. O ovócito, juntamente com a zona pelúcida e a corona radiata entra na tuba uterina. 3 - Fase lútea (corpo lúteo): Depois da ovulação, o restante de tecido folicular no ovário sofre transformações para formar o corpo lúteo, que é importante para secretar hormônios. As transformações são: Formação de um corpo hemorrágico transitório (o sangue flui para o antigo espaço antral e coagula; o coagula é então penetrado por vasos recém- formados, fibroblastos e fibrinas) e as células foliculares murais e da teca interna sofrem modificações (as células murais passam a ser células granuloluteínicas e adquirem características de células secretoras de esteroides - gotículas lipídicas, REL desenvolvido e mitocôndrias tubulares - e começam a secretar progesterona e estrogênio (eles já estavam sendo produzidos indiretamente pela teca interna) em resposta ao FSH e ao LH; as células da teca interna passam a ser células tecoluteínicas e começam a produzir androstenediona e progesterona em resposta ao estímulo por LH). Página 59 de Histologia Página 60 de Histologia Página 61 de Histologia O corpo lúteo continua a se desenvolver e depois de 14 dias da ovulação ele se degenera caso não ocorra gravidez. Se ocorrer gravidez, ele é mantido e continua a aumentar para produzir progesterona e estrogênio através do estímulo da gonadotrofina coriônica humana (hCG) produzida pelo trofoblasto. A regressão do corpo lúteo leva à formação do corpus albicans (corpo lúteo atrésico). Este é formado por tecido conjuntivo do estroma que substitui a massa de células lúteas degeneradas. O corpus albicans permanece no ováriopermanentemente, podendo reduzir de tamanho. Página 62 de Histologia Página 63 de Histologia Página 64 de Histologia Ductos: Tuba uterina: É o local de fertilização e clivagem do zigoto. Cada tuba uterina é dividida em 4 porções: infundíbulo com fímbrias; ampola (longa e parede fina); istmo (curto e parede espessa); porção intramural (a que se abre no lúmen da cavidade uterina. O infundíbulo possui extensões digitiformes do tecido da mucosa, denominadas fímbrias; e o infundíbulo, a ampola e o istmo são revestidos por dobras da mucosa que se projetam para o lúmen. A ampola e o infundíbulo possuem mais dobras que o istmo. Página 65 de Histologia A parede da tuba possui 3 camadas ou túnicas: Mucosa: revestida por epitélio cilíndrico simples ciliado, sustentado por uma lâmina basal. Esse epitélio da mucosa possui dois tipos celulares: 1) Células ciliadas: São altas e aumentam seu número de cílios (ciliogênese) quando a foliculogênese e a produção de estrógeno estão ocorrendo. Durante a luteólise, elas perdem seus cílios. Células secretoras não ciliadas: Possuem microvilosidades apicais. Sua atividade também é estimulada por estrógenos. Página 66 de Histologia Página 67 de Histologia Página 68 de Histologia Camada muscular: com uma camada circular de músculo liso interno e uma outra longitudinal de músculo liso externo. Essas camadas não são bem definidas. 2) Camada serosa: mesotélio peritoneal. Possui grandes vasos sanguíneos. 3) Página 69 de Histologia Útero: É dividido em fundo, corpo e cérvice (ou colo). Corpo: o corpo possui 3 paredes: Endométrio: Com tecido epitelial cilíndrico simples ciliado sustentando por uma lâmina própria e associado às glândulas endometriais tubulosas simples, chamado estroma endometrial. O endométrio também pode ser dividido em 2 camadas funcionais: 1) Camada funcional superficial (perdida durante a menstruação); 2) Camada basal (não é perdida na menstruação e serve como fonte para regeneração da camada funcional superficial) 1- Página 70 de Histologia Miométrio: É o mais espesso e é revestido pela mucosa endométrio. Possui 3 camadas de músculo liso: a camada central é espessa com músculo liso organizado de forma circular e com abundância de vasos sanguíneos; a camada interna e externa possui músculo liso organizado longitudinalmente ou obliquamente. Durante a gravidez o miométrio sofre hiperplasia, ou seja, suas fibras musculares aumentam em número. 2- Perimétrio (adventícia ou serosa): tecido conjuntivo sem o mesotélio. (CONFERIR) 3- Nota: Relaxina - inibe a contração do miométrio durante a gravidez. Ocitocina - induz a contração do miométrio durante Página 71 de Histologia gravidez. Ocitocina - induz a contração do miométrio durante o parto. Página 72 de Histologia Útero e ciclo menstrual: Durante o ciclo menstrual o útero possui 3 fases principais: Página 73 de Histologia possui 3 fases principais: Página 74 de Histologia Fase menstrual:1) Fase proliferativa: O crescimento do endométrio ocorre através da proliferação da lâmina própria e do epitélio endometrial. Nessa fase, as glândulas retas se tornam mais alongadas (glândulas endometriais retas). A lâmina própria é compactada (lâmina própria compacta). 2) Página 75 de Histologia é compactada (lâmina própria compacta). Fase secretora: Nessa fase as glândulas alongadas tomam uma aparência sinuosa - irregular e enovelada - (glândula endometrial enovelada). Nessa fase há uma lâmina própria edemaciada. (a lâmina própria contém líquido em excesso - edema - nessa fase) 3) Página 76 de Histologia Página 77 de Histologia Fase isquêmica: ocorre no final do ciclo menstrual, quando o corpo lúteo se degenera. Ocorre redução do suprimento sanguíneo (isquemia intermitente) e hipóxia devido a essa redução que gera necrose. Isso leva à descamação da camada funcional superficial do endométrio. Caso ocorra gravidez, as células do estroma da lâmina própria endometrial crescem e armazenam lipídeos e carboidratos, e essa modificação dessas células chama-se reação decidual. 4) Página 78 de Histologia Vascularização do endométrio e ciclo menstrual: O útero é irrigado pelas artérias arqueadas. Elas têm duas partes: Segmento reto: Que fica na camada basal do endométrio1- Segmento enovelado: que fina na parte funcional superficial do endométrio. 2- Durante a fase proliferativa, o segmento espiralado se distende. Pouco antes da menstruação, o segmento reto se contrai, gerando a hipóxia da camada funcional que irá se descamar. Página 79 de Histologia Cérvice: Extensão inferior do útero. Se comunica com a cavidade uterina e com a vagina (através do endocérvice). É dividido em: Endocérvice: Com epitélio cilíndrico simples e glândulas tubulares secretoras de muco. Essas glândulas possuem criptas - importantes para aumentar a superfície de contato com o muco - que são invaginações do epitélio de revestimento. Essas gls são profundas e são circundadas por um estroma de tecido conjuntivo denso com muitos vasos sanguíneos. Essas glândulas podem ficar obstruídas, formando os cistos de Naboth. 1 Ectocérvice: Revestido por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. Ele se continua com o epitélio da vagina. 2 Página 80 de Histologia Página 81 de Histologia Vagina: É um tubo fibromuscular composto por três túnicas: -Mucosa (interna): com epitélio estratificado pavimentoso não-queratinizado e lâmina própria geralmente infiltrada por neutrófilos e linfócitos. -Túnica muscular intermediária: com fibras musculares lisas circulares e longitudinais. -Adventícia (externa): com tecido conjuntivo denso. A vagina é mantida úmida através do muco secretado pelas glândulas uterinas, endocervicais e pelas glândulas de Bartholin no vestíbulo (A PAREDE DA VAGINA NÃO APRESENTA GLÂNDULAS). O epitélio vaginal sofre alterações durante o ciclo menstrual na presença de estrógenos. Página 82 de Histologia Página 83 de Histologia Genitália externa: Página 84 de Histologia Página 85 de Histologia Página 86 de Histologia Ovários: Lâminas - Sistema Rep. Feminino domingo, 13 de dezembro de 2015 19:16 Página 87 de Histologia Página 88 de Histologia Página 89 de Histologia Página 90 de Histologia Tubas uterinas: Página 91 de Histologia Página 92 de Histologia Página 93 de Histologia Útero: Página 94 de Histologia Página 95 de Histologia Página 96 de Histologia Na ausência do cromossomo Y, ocorre o desenvolvimento feminino: No embrião feminino, as células de somáticas de sustentação XX não possuem o cromossomo Y e nem o gene sry, e por isso elas se diferenciam em células foliculares e não em células de Sertoli. Dessa forma, nem o hormônio Amh (produzidos pelas células de Sertoli em desenvolvimento) e a testosterona (produzida pelas células de Leydig recrutadas pelas células de Sertoli) são produzidos (hormônios produzidos pelas células de Sertoli). Dessa forma, os ductos mesonéfricos se degeneram e os ductos müllerianos permanecem para formar tuba uterina, útero e porção superior da vagina. Formação dos folículos ovarianos primordiais:→ As células somáticas de sustentação envolvem as células germinativas primordiais e estas se diferenciam em ovogônias, proliferam e entram na primeira divisão meiótica para formar os ovócitos primários. (no casomasculino, as células somáticas de sustentação se diferenciam em células de Sertoli devido à presença do fator SRY presente quando há o cromossomo Y; e essas células de Sertoli impedem o desenvolvimento das células germinativas primordiais). São os ovócitos meióticos que incentivam as células somáticas de sustentação se transformarem em células foliculares (ou células da granulosa). Então, essas células foliculares envolvendo os ovócitos I formam os folículos primordiais dentro dos ovários na região cortical. Esses ovócitos I permanecem nesse estágio até a puberdade. A medula dos ovários é destina ao desenvolvimento de vasos e nervos e de tecido conjuntivo. Embriologia - Desenvolvimento das gônadas feminina sábado, 5 de dezembro de 2015 12:09 Página 97 de Embriologia Página 98 de Embriologia Os ductos müllerianos dão origem às tubas uterinas, ao útero, e à porção cranial da vagina, enquanto os ductos mesonéfricos degeneram: → Além dos folículos primordiais, nas gônadas XX também ocorre a formação das células da teca (homólogas às células de Leydig). As células da teca produzem baixos níveis de testosterona. Como os ductos mesonéfricos dependem da testosterona para permanecerem, eles irão se degenerar, restando apenas remanescentes que são o epoóforo e o paroóforo no mesentério dos ovários e os cistos de Gartner que se agrupam próximos à vagina. Os ductos müllerianos se desenvolvem. As extremidades distais dos ductos müllerianos se fundem uma na outra antes de entrar em contato com a Página 99 de Embriologia fundem uma na outra antes de entrar em contato com a uretra pélvica e esta forma um espessamento na sua parede chamado tubérculo do seio. Este se liga às extremidades fundidas dos ductos müllerianos. Neste momento, os ductos müllerianos começam a se fundir no sentido cranial, formando um tubo de luz única chamado canal úterovaginal ou canal genital que formará o útero e a parte cranial da vagina. As porções craniais dos ductos müllerianos não se fundem e formam as tubas uterinas. As aberturas craniais dos ductos müllerianos formam o infundíbulo da tuba uterina. O tecido endodérmico do tubérculo do seio na uretra se espessa mais ainda e forma um par de evaginações chamadas bulbos sinovaginais. Estes se fundem e formam a placa vaginal que é um bloco sólido de tecido. Essa placa vaginal dá origem à porção inferior da vagina (a porção superior é formada pela porção caudal do canal úterovaginal). A parte caudal da vagina se alonga e sua união com o seio urogenital se desloca caudalmente até se localizar na parede posterior do seio urogenital. Então a placa vaginal se canaliza por um processo chamado de descamação e forma a luz vaginal que fica separa da base do seio urogenital por uma membrana endodérmica. Após o 5º mês essa membrana se degenera parcialmente e passa a constituir o hímen. Página 100 de Embriologia Página 101 de Embriologia Página 102 de Embriologia Página 103 de Embriologia Desenvolvimento da genitália externa:→ Até a 10ª semana a genitália externa masculina e feminina em formação são semelhantes. E elas permanecem indiferenciadas até a 12ª semana. O septo urorretal separa o seio urogenital do canal anorretal. Enquanto isso, o mesoderma anterior e cranial à parte fálica do seio urogenital se expande e forma o tubérculo genital que formará o falo. O rompimento da membrana cloacal que fica no assoalho do segmento fálico do seio urogenital faz com que esse Página 104 de Embriologia do segmento fálico do seio urogenital faz com que esse assoalho seja perdido em grande parte. Mas o teto do segmento fálico do seio urogenital se expande ao longo da superfície inferior do tubérculo genital enquanto este vai se alargando. Essa expansão endodérmica forma a placa uretral (ou membrana uretral). No início da 5ª semana de cada lada da placa uretral se desenvolve uma projeção chamada de prega cloacal (ou prega urogenital) através de uma expansão do mesoderma adjacente ao ectoderma. Inferiormente essas pregas cloacais encontram e se juntam ao tubérculo genital. Também existe uma expansão de mesoderma subjacente rodeando a membrana anal, formando as pregas anais. Surgem também de cada lado das pregas urogenitais projeções chamadas de eminências labioescrotais. Até esse ponto (12ª semana), as genitálias externas masculina e feminina são muito semelhantes, sendo necessária a observação de suas aparências internas para determinar o sexo. Página 105 de Embriologia Nas mulheres o períneo não se alonga e as eminências labioescrotais e as pregas uretrais não se fundem. Como não há diidrotestosterona em embriões XX, o períneo não irá se alongar e as eminências labioescrotais e as pregas uretrais não se fundem na linha média. O falo curva-se para baixo para formar o clitóris e a porção fálica do seio urogenital forma o vestíbulo da vagina. As pregas urogenitais (elas se fundem só na parte posterior formando o frênulo dos pequenos lábios) formam os pequenos lábios e as eminências labioescrotais (elas se fundem apenas na parte posterior para formar a comissura labial posterior e na parte anterior para formar a comissura labial anterior e o monte púbico) formam os grandes lábios. Página 106 de Embriologia Página 107 de Embriologia Suspensão do complexo mesonéfrico-gonadal no abdome:→ O complexo mesonéfrico-gonadal se separa do mesoderma intermediário, mas permanece ancorado por 2 ligamentos: o ligamento suspensório cranial e o gubernáculo (ou ligamento gênito-inguinal caudal). O ligamento suspensório cranial se liga à porção cranial do complexo mesonéfrico-gonadal e se estende até o Página 108 de Embriologia do complexo mesonéfrico-gonadal e se estende até o diafragma. O gubernáculo se liga à porção caudal do complexo mesonéfrico-gonadal e se estende até se fixar no assoalho peritoneal. Desenvolvimento dos canais inguinais:→ Uma evaginação do peritônio forma o processo vaginal que se desenvolve de cada lado do gubernáculo, formando uma cavidade de fundo cego. O canal inguinal é formado por uma evaginação caudal da parede abdominal formada quando o processo vaginal cresce inferiormente. O canal vaginal ao crescer carrega camadas da parede abdominal que constituirão a parede do canal inguinal de cada lado. Os canais inguinais se desenvolvem em ambos os sexos. Na mulher, o processo vaginal fica rudimentar até se degenerar. Os ovários tornam-se suspensos pelo ligamento largo do útero e são mantidos na porção superior da cavidade abdominal pelos ligamentos suspensórios craniais: → O embrião feminino possui um gubernáculo e um canal inguinal rudimentares. O gubernáculo, sem se encurtar, permite que o ovário descenda um pouco e fiquem presos numa prega peritoneal que dá origem ao ligamento largo do útero. Essa descida dos ovários ocorre porque o gubernáculo fixa-se (na região de cruzamento do Página 109 de Embriologia gubernáculo fixa-se (na região de cruzamento do gubernáculo e do ducto mülleriano) aos ductos müllerianos e estes se afastam dos ligamentos largos levando os ovários para dentro das pregas peritoneais. Como há ausência de hormônios masculinos o gubernáculo não se encurta e cresce com o resto do corpo. A parte caudal do gubernáculo forma o ligamento redondo do útero, unindo os grandes lábios ao útero. A parte cranial do gubernáculo forma o ligamento redondo do ovário, que liga o útero ao ovário. Além disso, na ausência de androgênios o ligamento suspensor cranial não se degenera e permanece fixando o ovário na região mais superior do abdome. Assim como nos embriões masculinos, o processo vaginal do canal inguinalé obliterado. Mas ele pode permanecer patente e formar hérnias inguinais indiretas. Página 110 de Embriologia Página 111 de Embriologia A placenta e o cordão umbilical são fundamentais para que ocorra troca de nutrientes, excretas e gases entre a mãe o feto o que é muito importante para o desenvolvimento deste. A decídua se refere ao endométrio gravídico, sendo a camada funcional da mulher que se desprende do útero após o parto. Quando o blastocisto se implanta no endométrio uterino e também há altos níveis de progesterona na circulação materna, ocorre estímulos para a reação decidual que é quando as células do estroma da lâmina basal endometrial acumulam lipídeos e glicogênio, passando a ser chamadas de células deciduais. O estroma torna-se mais espesso e vascularizado. O endométrio passa a se chamar decídua. Existem 3 tipos de decídua: Decídua capsular: É aquela oposta ao polo embrionário. Decídua basal: É aquela que embebe o polo embrionário e participará da formação da placenta madura. Decídua parietal: São as áreas restantes. Na região do sinciciotrofoblasto, algumas células da decídua se degeneram e servem como nutrição para as células do embrião, juntamente com o sangue materno e secreções uterinas. OBS: Chama-se embrião até a 8ª semana e a partir dela já é feto. Placenta e Placentação sábado, 5 de dezembro de 2015 12:12 Página 112 de Embriologia A decídua capsular começa a ser pressionada com o crescimento do embrião contra a decídua parietal; no 5º a 6º mês a decídua capsular se desintegra. Nesse período a placenta está completamente formada e ela separa as superfícies fetais e maternas. Revisando sobre implantação: O blastocisto encosta no epitélio uterino pelo polo embrionário, ou seja, aquele que contém o embrioblasto. A partir dessa região do trofoblasto, por meio da fusão de células, surge uma massa celular multinucleada, o sinciciotrofoblasto. As células mais internas que permanecem uninucleadas constituem o citotrofoblasto. Na invasão, o sinciciotrofoblasto penetra o endométrio Página 113 de Embriologia Na invasão, o sinciciotrofoblasto penetra o endométrio com suas projeções e enzimas que degradam a matriz extracelular. O trofoblasto (constituído por sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto) humano é considerado invasivo, pois atravessa o endométrio, atingindo glândulas e vasos sanguíneos, e alcança o terço interno do miométrio. O sangue materno extravasa para lacunas do sinciciotrofoblasto. Quando ocorre a implantação o endométrio está na fase secretora, então o embrião capta as substâncias produzidas pelas glândulas, como o glicogênio. A fagocitose de células endometriais e de eritrócitos também contribui para a nutrição do embrião. O sinciciotrofoblasto e o citotrofoblasto secretam hCG, que, além de manter a atividade do corpo lúteo , contribui para o sucesso da implantação e da diferenciação do trofoblasto. No fim da segunda semana, os níveis desse hormônio são suficientes para o teste de gravidez ser positivo. OBS.: Na pré-eclâmpsia, as células trofoblásticas têm suas propriedades invasivas alteradas, nesse caso a invasão é superficial, resultando em uma pobre perfusão sanguínea da placenta e, consequentemente, retardo do crescimento intrauterino e mortalidade perinatal. Ela é mais comum na primeira gravidez e sintomas como pressão sanguínea aumentada, disfunção renal e edema são sintomas que servem de alerta para essa condição. Com a implantação, o endométrio sofre a reação decidual. Os fibroblastos diferenciam-se nas células deciduais e elas assumem aspecto poliploides, com grande capacidade de síntese e acumulam glicogênio e lipídios que são consumidos pelo embrião. A reação decidual restringe a invasão do trofoblasto e cria uma barreira inicial à passagem de macromoléculas, inclusive IgG, e de células, como microrganismos, macrófagos e vários tipos de linfócitos, protegendo o embrião de infecções e contra a rejeição pelo organismo materno. O trofoblasto também tem um papel nessa proteção, pois suas células praticamente não são antigênicas. Página 114 de Embriologia Página 115 de Embriologia Página 116 de Embriologia O celoma extra-embrionário divide o mesoderma extra- embrionário em: mesoderma somático extra-embrionário (reveste o trofoblasto e cobre o âmnio) e mesoderma esplâncnico extra-embrionário (envolve o saco vitelino). O córion é formado pelo mesoderma somático extra- embrionário e pelas duas camadas do trofoblasto. O córion forma a parede do saco coriônico dentro do qual o embrião com seu saco vitelínico e cavidade amniótica está suspenso pelo pedículo. Agora o celoma extra- embrionário passa a se chamar cavidade coriônica. Desenvolvimento da placenta: → A formação do sistema útero-placentário ocorre no final da segunda semana na forma de cavidades chamadas de lacunas trofoblásticas formadas no sinciciotrofoblasto. Essas lacunas se anastomosam com capilares sanguíneos maternos. Com o crescimento do feto, o útero, o saco coriônico e a placenta continuam crescendo concomitantemente. Página 117 de Embriologia Os vasos sanguíneos do embrião começam a se formar na 3ª semana na região do pedículo e do mesoderma extra-embrionário. O mesoderma extra-embrionário (que reveste a cavidade coriônica) se prolifera e no final ocorre formação das vilosidades tronco terciárias. Página 118 de Embriologia Na segunda semana de desenvolvimento embrionário, as projeções do sinciciotrofoblasto são invadidas pelo citotrofoblasto, formando as vilosidades tronco primárias. Depois, na terceira semana, elas são invadidas pelo mesoderma extraembrionário, um tecido Página 119 de Embriologia invadidas pelo mesoderma extraembrionário, um tecido rico em matriz extracelular, originado do embrião e, assim tem-se as vilosidades tronco secundárias. Ainda na terceira semana, surgem vasos sanguíneos nesse mesoderma, inclusive nas vilosidades, que são então as vilosidades tronco terciárias. Essas vilosidades coriônicas são denominadas coriônicas, porque pertencem ao córion, que se refere ao conjunto sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto e mesoderma extraembrionário. As vilosidades coriônicas cobrem todo o saco coriônico, mas a partir do segundo mês, as vilosidades coriônicas em contato com a decídua capsular regridem, enquanto aquelas associadas com a decídua basal aumentam. A região do córion sem vilosidades é o córion liso, e aquela com vilosidades, o córion viloso ou frondoso. A placenta é constituída pela decídua basal e pelo córion viloso, portanto tem um componente materno e outro fetal. A face materna da placenta é chamada de placa basal, formada pela decídua basal - endométrio; já a face fetal é chamada de placa coriônica e é formada pelo córion (ele possui vilosidades coriônicas que se projetam para o espaço interviloso que contém sangue materno). Nota: Lembrar que durante o parto ocorre o rompimento do córion e do saco amniótico, e não só do saco amniótico. A parte fetal da placenta (córion viloso) se prende à parte materna (decídua basal) pela capa citotrofoblástica (camada externa de células trofoblásticas da superfície materna da placenta). Dessa forma, o saco coriônico fica bem aderido à decídua basal. Artérias e veias passam por fendas nessa capa citotrofoblástica e se abre no espaço interviloso. Com a invasão da decídua basal pelas vilosidades coriônicas durante a formação da placenta, o tecido da decídua sofre erosão e o espaço interviloso aumenta. Essa erosão permite que septos sejam formados Nas paredes da decídua, no quarto e quinto mês, Página 120 de Embriologia Nas paredes da decídua, no quarto e quinto mês, aparecem entãoos septos placentários que se projetam para a placa coriônica, dividindo o espaço interviloso, mas não completamente por serem septos incompletos. Esses septos dividem a parte fetal da placenta em áreas convexas irregulares, os cotilédones. Cada cotilédone é formado por uma ou duas vilosidades-troco e seus inúmeros ramos. No fim do quarto mês, a parede da decídua basal está quase completamente substituída por cotilédones. Como o septo placentário não se funde com a placa coriônica, o sangue materno flui de um cotilédone para o outro. O espaço interviloso com sangue materno se origina das lacunas que se formam no sinciciotrofoblasto. Página 121 de Embriologia O sangue materno e fetal nunca se mistura. Cerca de 30min após o nascimento, a placenta é expulsa. A sua integridade deve ser conferida pelo profissional de saúde, pois a retenção no útero de parte dos cotilédones causa infecção e hemorragia. O sangue materno nos espaços intervilosos é proveniente de artérias espiraladas do endométrio que atravessam fendas da capa citotrofoblástica para levar nutrientes e gases para o embrião. Os excretas do embrião também vão para os espaços intervilosos, e então o sangue presente neles é drenado pelas veias endometriais que também atravessam a capa citotrofoblástica e elas se encontram por toda a superfície da decídua basal. As trocas de substâncias entre feto e mãe ocorre através das vilosidades coriônicas terminais da placenta que fica separada do sangue presente nos espaços intervilosos por uma membrana placentária fina, interposta entre a circulação fetal e materna, que não permite que os sangues maternos e fetais se misturem. Página 122 de Embriologia Página 123 de Embriologia Página 124 de Embriologia Página 125 de Embriologia Página 126 de Embriologia Página 127 de Embriologia Formação do disco bilaminar, do saco amniótico e do saco vitelino - Na segunda semana de desenvolvimento embrionário, o embrião é bilaminar, ou seja composto por duas camadas provenientes do embrioblasto que são: o hipoblasto e o epiblasto. Entre as células do embrioblasto acumula-se fluido e cria-se a cavidade amniótica. O teto da cavidade amniótica é originado de células Página 128 de Embriologia amniótica. O teto da cavidade amniótica é originado de células do epiblasto e o âmnio é o revestimento interno do saco amniótico. As células do hipoblasto migram e revestem a blastocele para então formarem o saco vitelínico. O sinciciotrofoblasto, o citotrofoblasto e o mesoderma extraembrionário somático compõem o córion. Com a expansão pelo acúmulo de líquido amniótico, o saco amniótico ocupará toda a cavidade coriônica, e o âmnio encosta no mesoderma extraembrionário do córion que resulta na membrana aminiocoriônica. O líquido amniótico é derivado inicialmente do soro do sangue materno, também há contribuição do plasma que extravasa do cordão umbilical, da pele que ainda não está queratinizada, do trato respiratório e do sistema digestório. O fluido é deglutido pelo feto e absorvido pelo trato gastrointestinal, atingindo a corrente sanguínea. A água ingerida pode deixar a circulação do feto através da placenta ou ser excretada pelos rins do feto, retornando ao líquido amniótico. O líquido amniótico é, portanto, urina hipotônica, ou seja, 98 a 99% de água e 1 a 2% de solutos como proteínas, enzimas, carboidratos, lipídios, hormônios, vitaminas e eletrólitos. O volume de líquido amniótico ao final da gravidez é cerca de 1L. OLIGODRÂMNIO: é quando o volume de líquido amniótico está abaixo de 500mL e isso pode ser decorrente de insuficiência placentária, de ruptura da membrana amniocoriônica, da compressão do cordão umbilical, da obstrução do trato urinário ou da ausência dos rins do feto. Pela pressão contra a parede uterina, devido à pouca quantidade de líquido amniótico, o feto pode apresentar hipoplasia pulmonar, defeitos na face e membros (Síndrome de Potter). HIDRÂMNIO: é quando há excesso na produção de líquido amniótico, geralmente acima de 2L, pode ser devido à gravidez múltipla, anencefalia ou a anomalias obstrutivas do trato digestório. Sítios de Implantação - Gravidez Ectópica (1% das gestações) Quando a implantação se dá fora do útero, como na tuba uterina ou na cavidade abdominal, tem-se a gravidez ectópica. A gravidez tubária é o tipo mais comum de gravidez ectópica. Ela pode ser decorrente da obstrução da tuba por processos inflamatórios, como os causados pela gonorreia e pela bactéria clamídia, responsáveis pela Doença Inflamatória Pélvica, ou ainda por aderências devido à endometriose ou à cirurgia anterior. Em virtude do crescimento do embrião, a tuba rompe-se o que provoca hemorragia e pode ser fatal. O local mais frequente de implantação na gravidez abdominal é a bolsa retouterina (ou bolsa de Douglas), uma prega de peritônio entre o reto e o útero e o desenvolvimento pode chegar a termo. A implantação nos órgãos abdominais e no mesentério causa sangramento intraperitoneal, sendo alto o risco de morte materno. Página 129 de Embriologia Página 130 de Embriologia GESTAÇÕES GEMELARES Os gêmeos monozigóticos (ou idênticos) são oriundos do mesmo zigoto, sendo formados pela separação dos blastômeros do embrião, pela divisão do embrioblasto ou pela divisão do disco embrionário. A situação provocada pela separação dos blastômeros é mais rara e cada embrião originado pela separação dos blastômeros tem seu saco amniótico, seu saco coriônico e sua placenta. Se cada embrião for proveniente da divisão do embrioblasto, então cada um terá seu saco amniótico, mas os dois estão cercados pelo mesmo saco coriônico e, portanto, há uma única placenta. No caso de gêmeos originados pela divisão do disco embrionário, há um saco amniótico comum. Se a divisão do disco embrionário for parcial, têm-se gêmeos siameses. Os gêmeos dizigóticos são os casos mais frequentes e a sua ocorrência está relacionada com a ovulação de vários ovócitos, provocada pela administração exógena de gonadotrofinas ou medicamentos para engravidar. Cada embrião tem seu saco amniótico, seu saco coriônico e sua placenta. IMPRINTING Imprinting é um fenômeno pelos quais certos genes são expressos de forma específica dependendo da origem paterna ou materna deles. É um processo diferente da genética clássica de Mendel que assume que todos os alelos são iguais. É um exemplo clássico de um mecanismo epigenético onde embora a sequência de DNA seja idêntica a expressão de determinado gene pode variar de acordo com seu grau de metilação (ou acetilação). O imprinting paterno desliga alguns genes responsáveis pelo desenvolvimento do embrião propriamente dito, e o imprinting materno suprime a expressão de genes implicados na formação de estruturas extraembrionárias, como a placenta. Um exemplo de imprinting paterno no ser humano é a mola hidatiforme que se caracteriza pela proliferação excessiva dos tecidos trofoblásticos e ausência de desenvolvimento do embrião (MOLA COMPLETA) ou subdesenvolvimento do embrião (MOLA PARCIAL). Na mola hidatiforme as vilosidades coriônicas não são vascularizadas e exibem um aspecto intumescido, por isso a denominação hidatiforme. * Mola hidatiforme completa: ocorre devido à entrada de 2 sptz em um ovócito que perdeu o núcleo ou à duplicação do pronúcleo masculino no ovócito sem núcleo. Geralmente terminam em aborto no início da gestação. Restos da mola completa no útero formam um tumor maligno e invasivo, o coriocarcinoma. Tanto na mola hidatiforme quanto nesse tipo Página 131 de Embriologia o coriocarcinoma. Tanto na mola hidatiforme quanto nesse tipo de tumor há secreção elevada de hCG. * Mola hidatiforme parcial:o ovócito é inseminado por 2 sptz ou por um sptz diploide, mas como o núcleo do ovócito permanece, então o embrião é considerado triploide. Restos de tecido trofoblástico da mola parcial, após o aborto ou a curetagem, podem gerar um tumor benigno, em uma condição conhecida como doença trofoblástica persistente. Página 132 de Embriologia Introdução: O aparelho reprodutor feminino é composto pelos grandes (no homem dá origem ao escroto) e pequenos lábios. Na região superior dos pequenos lábios existe uma região ricamente inervada sensorialmente que é o clitóris. A uretra na mulher elimina apenas a urina e no homem elimina tanto sêmen quanto urina. A vagina serve como receptáculo para o pênis durante as relações sexuais. O útero apresenta 3 camadas em sua parede: o endométrio que sofre reepitelização e descamação durante o ciclo sexual mensal feminino; o miométrio que é uma camada média de musculatura que é importante para o processo de contrações uterinas; uma camada de tecido conjuntivo que protege o útero. As tubas uterinas apresentam essas três camadas e o epitélio que a reveste é ciliado o que é importante para o transporte do oócito fecundado até o corpo do útero. Na porção terminal das tubas uterinas existem prolongamentos denominados por fímbrias da tuba uterina que apresentam um epitélio ciliado que a reveste e elas se localizam próximas ao ovário. O ovário, gônada, visto sob um corte histológico apresenta o córtex e uma região denominada medula, sendo que o córtex apresenta os ovócitos (gametas femininos) em diferentes fases de desenvolvimento associados com células do estroma ovariano e esse complexo forma os folículos ovarianos. Na medula existem os vasos sanguíneos e a inervação para o ovário. Gametogênese Feminina: Durante a sexta semana de desenvolvimento intrauterino de um indivíduo do sexo feminino, as células germinativas migram em direção à gônada em formação para que sejam formadas as ovogônias, essas começam a se multiplicar por mitoses no ovário fetal de forma que por volta da 24 semana de gestação o número de ovogônias esteja em cerca de 7 milhões. Em paralelo a essa etapa de multiplicação por mitose, as ovogônias entram na próxima etapa de desenvolvimento que é a primeira divisão meiótica que resulta na formação do ovócito I. No entanto, essa primeira divisão meiótica não é completada e as ovogônias interrompem essa divisão na fase de prófase I. Por volta do sexto mês do estágio de desenvolvimento intrauterino praticamente todas as ovogônias já alcançaram o estágio de ovócito I estacionado na fase de prófase. Portanto, o indivíduo do sexo feminino já nasce com o seu número de gametas (ovócito I; as ovogônias desaparecem) estabelecidos no interior do ovário e ao contrário do sexo masculino, as mulheres não têm como aumentar esse número. Desde o desenvolvimento intrauterino, as mulheres já começam a passar por processos de perda de ovócitos que são chamados de atresia, Fisiologia - Sistema reprodutor feminino sábado, 5 de dezembro de 2015 12:09 Página 133 de Fisiologia passar por processos de perda de ovócitos que são chamados de atresia, trata-se de uma apoptose celular programada. Por meio dessa perda, ao nascimento a mulher possui cerca de 1 milhão (na 24 semana ela possuía 7 milhões de gametas) de ovócitos que também são perdidos durante a infância e a puberdade. Durante a puberdade, a mulher perde a cada menstruação um ou 2 ovócitos e essa perda contínua de gametas femininos resulta com a perda da função gonadal que culmina com a menopausa. Os homens ao contrário podem aumentar o número de gametas e produzi-los ao longo de toda a sua vida. Portanto, quando a criança do sexo feminino nasce ela terá seus ovócitos estacionados na fase de prófase e essa divisão meiótica só será retomada quando esse indivíduo entrar na puberdade. Puberdade:→ A teoria de que a leptina parece contribuir para a ativação dos neurônios envolvidos com a secreção de GnRH também se aplica para o sexo feminino. Geralmente, a puberdade acontece mais cedo nas meninas do que nos meninos, mas depende do aporte genético. Um dos primeiros indícios de que a menina está entrando na puberdade é o início da formação da glândula mamária, por volto dos 8 anos de idade quando ainda não se tem uma maturação do eixo hipotálamo- hipófise gônada, que se denomina telarca. Esse processo parece estar relacionado com a síntese de hormônios esteroides produzidos pela adrenal que estimulam esse desenvolvimento mamário. A aréola começa a crescer e o tecido da glândula mamária que era completamente reto no tórax começa a se desenvolver e a se distanciar do tronco, conforme a quantidade de hormônios produzidos aumenta, então o tecido mamário começa a crescer ainda mais e a aréola se torna ainda maior e mais pigmentada. Em paralelo, quando se chega mais ou menos no estágio 3 da telarca, inicia-se a pubarca que é o início do crescimento gradativo dos pelos pubianos. Inicialmente esses pelos crescem de modo fino e esparsos, posteriormente serão substituídos por pelos mais grossos e pigmentados que começam a cobrir uma região maior do genital feminino até a parte superior que é o monte pubiano e depois se expande em direção às coxas, quando atinge esse estágio significa que tanto o desenvolvimento da glândula mamária quanto dos pelos pubianos se deu de forma completa. Depois que ocorre o desenvolvimento das glândulas mamárias e o crescimento dos pelos pubianos, a menina irá apresentar sua primeira menstruação. A primeira menstruação da menina é denominada menarca que na verdade se trata de um sangramento uterino, pois para ser considerada uma menstruação verdadeira deve ser precedida de uma ovulação. A ovulação geralmente acontece em média cerca de 10 meses após o primeiro sangramento uterino, pois nesse momento o eixo hipotálamo-hipófise-gônadas ainda estão se maturando e os picos hormonais estão sendo estabelecidos de forma adequada para se regularizarem e promoverem a liberação do ovócito e também para que sejam capazes de promover alterações intrauterinas para o caso de esse ovócito ser fecundado. Página 134 de Fisiologia Ciclo Menstrual: Página 135 de Fisiologia As alterações hormonais são essenciais para regular o Sistema Reprodutor Feminino que envolve uma regulação cíclica, ou seja, se repete em determinado tempo. A duração de um ciclo menstrual padrão tem cerca de 28 dias, (pode ser mais curto ou mais longo) esse tempo serve para que ocorram alterações ovarianas que permitam a liberação do ovócito a cada mês. Além disso, também há alterações do revestimento intrauterino que configuram o ciclo endometrial que porventura possa alojar um concepto. Então durante os 28 dias do ciclo menstrual haverá liberação de um ovócito para que ele possa ser fecundado e também haverá preparação do útero para receber o embrião após a fecundação. Para que essas alterações ocorram é necessário que haja alterações nas concentrações hormonais que envolvem a produção de gonadotrofinas e esteroides que regulam a liberação do ovócito e o desenvolvimento uterino para sustentar a gestação. No ovário existe o ovócito associado a células do estroma ovariano, o primeiro estágio de desenvolvimento é o folículo primordial que se trata do ovócito I envolto por células do estroma ovariano. As células que circundam o ovócito I dão origem às células da granulosa que estão em íntimo contato com o ovócito I e configuram a formação do folículo primário unilaminar. Conforme há estímulos hormonais (estrogênio - confirmar!!!!), tem-se o aumento do número de células da granulosa que formam mais camadas em torno do folículo, assim são formados os folículos primários multilaminar. À medida em que o desenvolvimento desse folículo avança, uma outra camada decélulas é formada em torno desse folículo e essa nova camada originada a partir do estroma contém células da teca. Assim, as células da granulosa começam a secretar líquido que irá ocupar espaço entre as próprias células da granulosa, esse líquido contém estrogênio e fatores de crescimento, e vários outros hormônios, que são importantes para o ovócito crescer e se desenvolver. A teca externa forma uma espécie de cápsula protetora em torno do ovócito e a teca interna produz androgênios e as células da granulosa convertem esses androgênios a estrogênios que estimulam o crescimento do ovócito. Conforme os hormônios vão sendo produzidos e o ovócito cresce, os espaços (antro em desenvolvimento) vão se coalescendo ou se juntando até formar o espaço denominado por antro. Antes da união de todos esses espaços com líquido se tem a formação do folículo secundário. O folículo secundário passa por várias fases de desenvolvimento passando pelas fases de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta ordem (esse desenvolvimento é lento; o ovócito secundário que será recrutado no ciclo demora cerca de 2 ciclos e meio para se desenvolver). Os folículos secundários de quinta ordem é que serão recrutados para que um deles seja liberado pelo ciclo mensal. Quando o folículo secundário de quinta ordem cresce e se desenvolve, ele se torna o folículo maduro ou de Graaf que apresenta um antro bem maior com o ovócito deslocado para a periferia e apresenta uma camada de células em torno dele que é a corona radiata e a zona pelúcida. Como ele contém muito líquido contendo hormônios e fatores de crescimento, o folículo se rompe e então o ovócito é liberado configurando o processo de ovulação. Quando o folículo se rompe, apenas o ovócito (com a zona pelúcida e a corona radiata) é liberado e os demais constituintes Página 136 de Fisiologia pelúcida e a corona radiata) é liberado e os demais constituintes permanecem no interior do ovário e por meio de estímulos hormonais importantes não serão desperdiçados e poderão dar origem ao corpo lúteo. Ele recebe essa denominação devido ao seu aspecto amarelado com o seu interior repleto de gotículas de gordura, mas também pode ser denominado de corpo hemorrágico uma vez que quando o folículo se rompe há extravasamento de sangue deixando-o avermelhado. Portanto, o corpo lúteo irá apresentar os remanescentes do folículo rompido que são as células da granulosa e as células da teca. O corpo lúteo será essencial caso ocorra a fecundação, porém se ela não acontece o corpo lúteo irá regredir e há uma invasão de fibroblastos sobre ele que culmina na formação de uma cicatriz ovariana (Corpo branco ou albicans que se refere à morte do corpo lúteo). Ciclo ovariano:→ O ciclo ovariano ocorre mensalmente para que haja liberação de um ovócito de um folículo que começou a crescer antes do ciclo. A duração padrão do ciclo menstrual é de 28 dias, mas pode variar (existem fases com períodos mais variáveis que pode durar de 7 a 20 dias - fase folicular - e fases com períodos fixos de 14 dias - fase lútea; Página 137 de Fisiologia dias - fase folicular - e fases com períodos fixos de 14 dias - fase lútea; logo é a fase folicular a responsável pela duração variável dos ciclos menstruais)). O ciclo ovariano ou ciclo menstrual pode ser divido em 2 fases: fase folicular e fase lútea. 1) Fase folicular: É a primeira etapa do ciclo que tem como sinal físico o primeiro dia da menstruação. Essa fase pode ser ainda subdivida em: Fase folicular inicial: inicia-se com o primeiro dia da menstruação; verifica-se que a adeno-hipófise estará secretando mais gonadotrofinas no início desse ciclo, há aumento de FSH e LH nessa fase inicial. A ação do FSH no ovário é o de recrutamento de um grupo de folículos secundários de quinta ordem para fazer com que eles finalizem seu desenvolvimento e com isso possa haver a liberação do ovócito, geralmente são recrutados mais de um folículo para que um seja capaz de atingir seu desenvolvimento final e possa haver a liberação de um ovócito maduro. O FSH age nas células da granulosa desse folículo estimulando a produção de estrogênio que então poderá agir no folículo para estimulá-lo a se desenvolver (fase de crescimento dependente de FSH). Gradativamente, o estrogênio produzido aumenta na circulação sanguínea periférica da mulher e os folículos se desenvolvem cada vez mais. Próximo à metade da fase folicular, o estrogênio age com efeito de feedback positivo sobre o folículo para estimular as células da granulosa a expressarem mais receptores de FSH afim de que ele possa agir e mais estrogênio seja produzido e o folículo e o ovócito cresçam. O estrogênio que é formado no folículo se dá a partir da conversão do androgênio a estrogênio. Há também aumento na expressão do receptor para LH a fim de que o LH possa agir nas células da teca aumentando a produção de androgênios que serão convertidos a estrogênios nas células da granulosa. Esse aumento exacerbado de hormônio contribui para sustentar o crescimento folicular e o ovócito aumenta de tamanho e passa a se localizar no cumulus oophorus que configura a expressão do folículo maduro. O aumento gradativo e lento de estrogênio na circulação sanguínea da mulher leva a um efeito de feedback negativo sobre o eixo hipotálamo- hipófise e inibe a síntese e secreção de gonadotrofinas, isso ocorre na metade da fase folicular. (CURIOSIDADE) O feedback negativo exercido pelo estrogênio pode Página 138 de Fisiologia (CURIOSIDADE) O feedback negativo exercido pelo estrogênio pode ocorrer tanto no hipotálamo quanto na adeno-hipófise, no entanto ele freia mais a produção de GnRH porque ele retém a liberação de noradrenalina nos neurônios hipotalâmicos que produzem GnRH, uma vez que a quantidade de noradrenalina que chega até a área pré-óptica medial deve estar em uma concentração adequada para que o hipotálamo consiga secretar GnRH. Dessa forma, o estrogênio parece agir em algumas regiões centrais estimulando a liberação de beta-endorfinas que inibem o núcleo locus ceruleus que deixam de liberar noradrenalina nos neurônios que secretam GnRH. Com a redução das gonadotrofinas (FSH e LH) no plasma, não há mais estímulos para que as células da granulosa produzam estrogênio, desse modo os folículos ovarianos que foram recrutados irão morrer por atresia uma vez que não há mais estrogênio, estimulado pelo FSH, sendo produzido para fazer com que eles se desenvolvam, assim se eles não conseguem produzir estrogênio independente da ação do FSH irão inevitavelmente sofrer o processo de atresia folicular. Geralmente, apenas um folículo cresceu o suficiente para continuar a sustentar a sua produção de estrogênio independente da ação do FSH, então é esse que continuará se desenvolvendo (fase crescimento rápido dependente de gonadotrofinas) enquanto os outros sofrem atresia. Logo, os folículos recrutados são obrigados a chegar nessa fase de desenvolvimento independentes de estímulo de FSH para se desenvolveram, e se eles não são competentes para isso, eles começam a regredir. Esse folículo que continua o seu desenvolvimento é chamado de folículo dominante e tem capacidade de produzir muito mais estrogênio e de forma rápida, o antro dele também irá aumentar e dará origem ao folículo maduro. Fase folicular tardia: a elevação abrupta do estrogênio (produzido pelo folículo competente) age no hipotálamo de modo que haja maior liberação de noradrenalina fazendo com que haja maior síntese e secreção de GnRH, a adeno-hipófise irá secretar mais FSH e LH o que vai fazer com que os ovários liberem o ovócito. Nessa segunda etapa da fase folicular, o estrogênio (elevação abrupta de estrogênio) exerce um efeito de feedback positivo para desencadear maior liberação de gonadotrofinas e culminar
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