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Direito Processual Civil - Tribunal Superior do Trabalho (TST)

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TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
AULA 6 
PROF: RICARDO GOMES 
 
 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
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TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) 
Aula 6 de Direito Processual Civil! 
Desejo a todos sucesso em seus estudos! 
Agora vamos lá! 
AVISOS: 
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Não percam esta oportunidade de praticarem e aperfeiçoarem ainda mais 
seus conhecimentos! 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
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QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 
1. Da Formação, da Suspensão e da Extinção do 
Processo. 
2. Do Procedimento Ordinário: Da petição inicial; Da 
resposta do réu; Das provas; Da audiência (da 
instrução e julgamento). 
 
 
 
 
 
1. Da Formação, da Suspensão e da Extinção do 
Processo. 
 
Formação do Processo. 
O Processo é formado e constituído em momentos distintos para 
cada sujeito do processo. O processo inicia-se por meio da proposição da 
Ação pelo Autor, sendo considerado desde já existente para o Autor e para o 
Juiz. 
Princípio do Impulso Oficial: o Autor dispara o gatilho do 
processo por meio da proposição da Ação e a partir da ai vige o impulso oficial 
dos atos do processo, isto é, o desenvolvimento do processo será realizado 
independentemente de requerimento da parte logo após a apresentação da 
Demanda pelo Autor (o processo civil começa por iniciativa da parte, mas se 
desenvolve por impulso oficial). 
Segundo o CPC, somente será considerada proposta a Ação 
quando: 
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• Petição Inicial for Despachada pelo Juiz – esta é a regra, 
quando for juízo único; 
• Ação for Distribuída, quando houver + 1 Vara. 
O processo inicia-se para o RÉU quando? Somente com a sua 
CITAÇÃO VÁLIDA! Por meio da Citação o réu é chamado para integrar o 
processo, passando a existir formalmente para ele. 
A Citação do Réu é um ato processual de extrema relevância, que 
gera diversos efeitos processuais (Prevenção, Litispendência e Litigiosidade 
da coisa) e efeitos materiais (constituição em mora do devedor e interrupção 
da prescrição). 
CPC 
Art. 214. Para a validade do processo é indispensável a citação 
inicial do réu. 
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz 
litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada 
por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e 
interrompe a prescrição. 
 
Alteração da Ação pelo Autor. 
Depois de proposta a Ação é possível alterá-la? 
Regra: é possível alterar a Ação até o Saneamento do Processo, 
que a fase processual onde o Juiz fixa os pontos controvertidos e determina a 
produção de provas. Nesta fase o processo já deve estar com maior 
estabilidade. Esta alteração deve obedecer às seguintes regras: 
• Antes da citação do RÉU, o Autor poderá modificar 
normalmente sua Ação (alterar pedido, causa de pedir, etc). 
• DEPOIS da citação do RÉU, o Autor poderá alterar a Ação, 
mas somente com o consentimento do Réu. 
CPC 
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Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a 
causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as 
mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei. 
Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em 
nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo. 
 
Suspensão do Processo. 
O processo desenvolve-se no decorrer do tempo, por isso é 
possível que ocorram situações imprevistas que afetem seu curso normal. 
Algumas situações foram previstas na lei que implicam na suspensão 
(paralisação temporária) do processo. São casos que excepcionam a regra do 
Impulso Oficial. O curso do processo é suspenso: 
1. pela Morte ou perda da capacidade processual de 
qualquer das Partes, de seu representante legal ou de seu 
procurador – com a comunicação da morte de alguma das 
partes, representantes legais ou procuradores, o Juiz deve 
suspender o processo até a situação processual seja 
regularizada (habilitação do espólio, alteração do 
representante ou do procurador, extinção do processo, etc). 
a) Direitos Intransmissíveis – no caso de processos 
envolvendo direitos intransmissíveis (ex: separação 
judicial; reconhecimento de união estável), em caso de 
morte do autor ou do réu o processo será extinto sem 
resolução de mérito e não apenas suspenso; a 
suspensão somente ocorrerá em processos que 
envolvam direitos disponíveis/transmissíveis. 
b) Morte do Representante – se o representante legal 
falecer, basta realizar sua alteração, se a parte dispor 
de outro eventual substituto (Ex: Pai ou Mãe); se não 
houver outros possíveis representantes, o Juiz dará 
Curador Especial à parte. 
c) Perda da capacidade processual da Parte – neste 
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caso o processo será suspenso para habilitação do 
representante legal. 
Visando garantir a continuidade de atos processuais de maior 
relevância, o CPC prevê que no caso de Morte ou Perda da 
capacidade processual de qualquer das Partes, ou de seu 
representante legal, sendo provado o falecimento ou a 
incapacidade, o Juiz só suspenderá o processo se não tiver 
iniciado a Audiência de Instrução e Julgamento. Ou seja, 
se já tiver sido iniciada a audiência de instrução e julgamento 
não será suspenso o processo. Neste caso: 
� o Advogado continuará no processo até o 
encerramento da audiência de instrução e 
julgamento; 
� o processo só se suspenderá a partir da 
publicação da Sentença ou do Acórdão. 
 
d) Morte do Advogado (Procurador) – se o Advogado 
falecer, o processo será suspenso por apenas 20 
DIAS, até que seja realizada sua substituição. Esta 
suspensão ocorrerá sempre, pouco importa se antes ou 
depois da Audiência de Instrução e Julgamento, ok? 
Findo este prazo sem a substituição, poderá ocorrer 2 
situações diversas: 
� se for Advogado Autor – o processo será 
extinto sem resolução de mérito, pois ficará 
demonstrado que o Autor não quer mais 
prosseguir com o processo; 
� se for Advogado do RÉU – o processocontinuará contra ela, à REVELIA. 
 
2. pela Convenção das Partes – as partes podem entrar em 
acordo e transacionarem um período de suspensão do 
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processo por até 6 MESES. Este prazo é total, podendo ser a 
soma de vários prazos de suspensão menores ou o total de 
uma única suspensão. Após a ultimação do prazo o Juiz deve 
ordenar o prosseguimento do feito. Esta suspensão é ato das 
partes, devendo o Juiz despachá-la, em observância à 
vontade das partes. 
3. quando for oposta Exceção de Incompetência do juízo, da 
câmara ou do tribunal, bem como de Suspeição ou 
Impedimento do Juiz – sendo oposta uma Exceção de 
Incompetência, Suspeição ou Impedimento do Juiz o 
processo deve ser suspenso até sua decisão final em 1º grau 
de jurisdição. Trata-se de defesa processual contra a 
incompetência relativa do Magistrado ou contra sua 
parcialidade para julgar o feito. 
4. quando a Sentença de Mérito depender de questões 
prejudiciais internas e externas, que impactam diretamente 
no trâmite regular do processo. As questões prejudiciais são 
impeditivas do julgamento da ação, pois determinarão a 
análise do mérito do processo. A suspensão do processo é 
importante para evitar eventuais decisões contraditórias 
entre dois ou mais processos que tem objetos semelhantes. 
Exemplo: a usucapião decidida em outro processo é questão 
prejudicial ao pedido de reivindicação do imóvel; ação de 
alimentos pode ser dependente de ação de investigação de 
paternidade se cada um dos pedidos for realizado em 
processos distintos. São as seguintes as questões prejudiciais 
que podem gerar a suspensão do processo quando a 
Sentença de Mérito: 
a) depender do julgamento de outra causa (de outro 
processo) – aqui é a prejudicialidade externa, 
decorrente de decisão a ser exarada no bojo de outro 
processo, proposto anteriormente à causa suspensa; 
b) depender da declaração da existência ou 
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inexistência da relação jurídica, que constitua o 
objeto principal de outro processo pendente – questão 
prejudicial interna, a ser decidida pelo próprio Juiz em 
outro processo; 
c) não puder ser proferida senão depois de verificado 
determinado fato, ou de produzida certa prova, 
requisitada a outro juízo – somente haverá suspensão 
se a prova for requerida antes do saneamento. Caso 
seja requerida depois do saneamento não haverá 
suspensão. 
d) tiver por pressuposto o julgamento de questão de 
estado (questões relacionadas ao estado civil e 
direitos de família da pessoa), requerido como 
declaração incidente – Ex: em ação de anulação de 
casamento a parte apresenta pedido incidente anulação 
da aquisição de determinado bem que faz parte do 
acervo dos ainda cônjuges. 
5. por motivo de força maior – todo motivo que torne 
impossível o funcionamento do órgão jurisdicional, sendo 
razão inevitável e imprevisível que impeça a realização do 
ato processual. Abrange o conceito de caso fortuito. 
Exemplo: greve dos servidores do Tribunal, que impeçam a 
prática de atos processuais; os prazos são suspensos até o 
fim da greve. 
 
Nos casos de suspensão do Processo por questões prejudiciais a 
suspensão não poderá ser superior a 1 ANO. Com a finalização do prazo, o 
Juiz deve determinar que o processo volte ao seu rumo normal. 
O processo será suspenso por questões prejudiciais quando a 
Sentença de Mérito depender de questões internas e externas, que 
impactam diretamente no trâmite regular do processo: depender do 
julgamento de outra causa (de outro processo); depender da declaração 
da existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua o 
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objeto principal de outro processo pendente; não puder ser proferida senão 
depois de verificado determinado fato, ou de produzida certa prova, 
requisitada a outro juízo; tiver por pressuposto o julgamento de questão de 
estado (questões relacionadas ao estado civil e direitos de família da pessoa), 
requerido como declaração incidente. 
Então, a suspensão do processo quando envolver questões 
prejudiciais é de até 1 ANO! 
No período em que o processo estiver suspenso não será possível 
praticar qualquer ato processual, salvo a realização de atos urgentes para 
evitar danos irreparáveis, sob pena de serem considerados inexistentes 
para o processo. Exemplo: oitiva de testemunha importante que está com 
doença grave, prestes ao falecimento. 
 
Extinção do Processo. 
O processo poderá ser extinto de duas formas: COM ou SEM a 
resolução do mérito da causa. A regra é que o processo seja extinto com a 
composição do conflito de interesse posto pelas partes, resolvendo o mérito da 
questão discutida, sendo uma exceção a extinção do processo sem a 
resolução do mérito da causa. 
O processo será extinto sem a resolução de mérito por ausência de 
alguns dos requisitos de admissibilidade do mérito da causa (pressupostos 
processuais, condições da ação, etc), isto é, por questões a serem enfrentadas 
antes da análise do mérito. Neste caso será exarada Sentença 
TERMINATIVA - Art. 267 – Extinção da Fase de Conhecimento SEM 
Resolução de Mérito - O art. 267 prevê hipóteses processuais de extinção 
do processo (leia-se: extinção da Fase de Conhecimento) SEM resolução de 
mérito, isto é, sem a análise da questão de fundo, a questão principal pela 
qual foi instaurado o processo (exemplo: Ação de Alimentos é encerrada 
porque o Autor desistiu da Ação). 
As hipóteses previstas no art. 267 do CPC implicam na chamada 
Sentença Terminativa – põe fim a Fase do Processo SEM o exame do mérito. 
Por não decidir o mérito do processo (o que mais almeja a parte), em regra, a 
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Sentença Terminativa faz coisa julgada meramente formal, isto é, torna a 
decisão imutável apenas dentro do processo em que foi proferida, não 
impedindo que seja rediscutido em outro processo eventualmente iniciado. 
Sentença Terminativa, SEM resolução do mérito do Processo (Art. 
267 do CPC): 
a. quando o Juiz indeferir a petição inicial; 
b. quando ficar parado durante mais de 1 ANO por 
negligência das partes; 
c. quando, por não promover os atos e diligências que lhe 
competir, o AUTOR abandonar a causa por mais de 
30 DIAS; 
d. quando se verificar a ausência de pressupostos de 
constituição e de desenvolvimento válido e regular do 
processo; 
e. quando o Juiz acolher a alegação de perempção, 
litispendência ou de coisa julgada; 
f. quando não concorrer qualquer das condições da 
ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidadedas partes e o interesse processual; 
g. pela convenção de arbitragem; 
h. quando o AUTOR desistir da ação; 
i. quando a ação for considerada intransmissível por 
disposição legal; 
j. quando ocorrer confusão entre AUTOR e RÉU; 
 
Hipóteses comentadas de extinção do processo SEM a resolução 
de mérito: 
1. quando o juiz indeferir a petição inicial – é o caso mais 
grave de extinção do processo sem resolução do mérito. 
Entre outros motivos, o art. 295 do CPC prevê que a 
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Petição inicial será indeferida: 
a. quando for INEPTA – será inepta a inicial quando: 
1) lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
2) da narração dos fatos não decorrer 
logicamente a conclusão –falta de coerência; 
3) o pedido for juridicamente impossível; 
4) contiver pedidos incompatíveis entre si. 
b. quando a parte for manifestamente ilegítima – se o 
Juiz puder verificar desde o início do processo que o 
autor ou o réu não preenchem as qualidades da 
legitimação ordinária ou extraordinária necessárias 
para a figurarem no processo, poderá indeferir de plano 
a inicial. 
c. quando o autor carecer de interesse processual - 
Ocorre quando não há necessidade de intervenção 
judicial. Exemplo: já houver prévio acordo entre as 
partes homologado judicialmente. 
d. quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a 
prescrição – apesar de tal previsão legal, a doutrina 
majoritária entende que o reconhecimento da 
decadência e da prescrição é realizado em análise de 
mérito, pois resolve definitivamente a causa, não 
podendo ser reproposta. 
e. quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, 
não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da 
ação; caso em que só não será indeferida, se puder 
adaptar-se ao tipo de procedimento legal – a regra 
deve ser a adaptação ao procedimento correto, de 
acordo com o princípio da conservação dos atos 
processuais; 
f. petição inicial não contiver o endereço onde o advogado 
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receberá intimação ou não preencher os requisitos 
legais; e a parte não promover a emendas (arts. 39, 
parágrafo único, primeira parte, e 284 do CPC). 
 
2. quando ficar parado durante + 1 ANO por negligência das 
partes ou por não promover os atos e diligências que lhe 
competir (contumácia das partes), ou autor abandonar a 
causa por mais de 30 DIAS – a despeito do princípio do 
impulso oficial, a parte tem o dever de praticar os atos 
processuais a seu cargo, configurando inércia ou desídia 
deixar o processo paralisado por + 1 ANO ou abandonar a 
causa por + 30 DIAS (culpa exclusiva do autor – maior 
interessado no feito). Nestes casos a lei exige a intimação 
PESSOAL da parte para suprir a falta em 48 HORAS. Isto 
porque é possível que o Advogado venha a se omitir de 
realizar atos processuais e a parte nem fique sabendo do 
verdadeiro andamento do feito. 
A extinção do processo por abandono do autor depende de 
requerimento do réu, não podendo ser declarado ex-oficio 
(Súmula 240 do STJ). 
No caso de paralisação do processo por + 1 ANO sem a 
prática de atos, o Autor e o réu serão condenados ao 
pagamento das custas processuais de forma proporcional. Se 
for caso de abandono do processo por 30 DIAS por parte 
do Autor, somente este será condenado ao pagamento das 
despesas processuais e honorários advocatícios. 
3. quando se verificar a ausência de pressupostos 
processuais (pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válido e regular do processo); 
4. quando não concorrer qualquer das Condições da Ação, 
como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o 
interesse processual - quando o autor interpõe qualquer 
Ação, o Juiz deve verificar se foram preenchidos todos os 
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requisitos legais para seu processamento, entre eles, as 
Condições da Ação, juntamente com os pressupostos 
processuais (os dois são requisitos necessários para a 
Sentença de Mérito). Somente após a superação de tais 
requisitos legais é que o Juiz analisará o mérito da questão 
(pretensão material do autor da demanda). Isto é, a análise 
de mérito do caso, que será pela procedência ou 
improcedência da demanda, será um passo à frente da 
análise do preenchimento dos requisitos legais para o 
processamento da ação. Assim, ao receber o processo o Juiz 
analisa a pretensão processual do autor. Se não preenchidas 
as Condições da Ação ou atendidos os Pressupostos 
Processuais, o processo iniciado pelo autor será extinto 
SEM resolução do mérito. Esta é a chamada pela doutrina 
de Carência de Ação. Se preenchidos, será iniciada a 
análise de mérito do processo. Os pressupostos processuais, 
estudados de forma apartada, são requisitos necessários à 
validade e eficácia da relação processual, enquanto que as 
condições da ação são requisitos que legitimam o autor a 
pleitear a tutela jurisdicional. 
 
5. quando o juiz acolher a alegação de perempção, 
litispendência ou de coisa julgada; 
Perempção – perda do direito de ação por ter o autor dado 
causa anteriores extinções do processo por abandono, no 
total de 3 vezes. Neste caso, o réu não poderá intentar nova 
ação contra o Réu com o mesmo objeto, mas poderá alegar 
a mesma matéria em defesa de seu direito. 
Litispendência – a litispendência ocorre quando, pendente 
uma ação, outra idêntica é apresentada (identidade de 2 ou 
mais ações). “Lide Pendente”. A identidade de ações, neste 
caso, envolve as mesmas partes, o mesmo pedido e a 
mesma causa de pedir (identidade de ações). O primeiro 
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processo em que houver citação prosseguirá normalmente, 
mas os demais serão extintos sem resolução de mérito. 
Coisa Julgada – ocorre quando da sentença não cabe mais 
qualquer recurso. Se há decisão definitiva sobre a pretensão 
doa autor, a ele é vedado buscar novamente a intervenção 
do poder judiciário. 
6. pela Convenção de Arbitragem – a convenção de 
arbitragem abrange o compromisso arbitral (acordo 
específico e concreto para dirimir determinado caso concreto 
por meio da arbitragem) ou cláusula compromissória (pacto 
futuro e abstrato para solução de eventual litígio por meio da 
arbitragem). Se as partes firmaram acordo para comporem 
suas lides por meio da arbitragem, não faz sentido continuar 
com um processo judicial, não é verdade? 
7. quando o autor desistir da ação – o autor poderá desistir da 
ação independentemente de consentimento do até a data 
da contestação (resposta do réu; não é da data de 
citação!). O autor poderá desistirda ação, mas isso não 
impede que possa novamente repropô-la, pois tal fato não 
implica no julgamento do processo com resolução de mérito. 
A desistência é cabível até a sentença, mas sempre 
dependerá da homologação pelo Juiz, que participa do 
processo. É cabível retratação do pedido de desistência 
apenas até a decisão do Juiz (pedido para o processo 
continuar após pedido de desistência). 
8. quando a ação for considerada intransmissível por 
disposição legal – Exemplo: falecimento de parte em ação de 
separação judicial; neste caso o processo não poderá 
continuar porque não como habilitar herdeiros ou espólio, 
sendo extinto sem resolução de mérito. 
9. quando ocorrer confusão entre autor e réu – autor e réu 
passam a confundir-se em uma mesma pessoa, por força de 
contrato ou sucessão. Este fato superveniente da confusão 
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põe fim à lide. Exemplo: locatário devedor, réu de uma ação 
de desejo, que posteriormente adquire o mesmo imóvel do 
locador. 
 
Deve o Juiz conhecer de ofício, enquanto não proferida a sentença 
de mérito, a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição: 
1. a ausência de pressupostos processuais (pressupostos de 
constituição e de desenvolvimento válido e regular do 
processo); 
2. a falta de qualquer das Condições da Ação, como a 
possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse 
processual 
3. a alegação de perempção, litispendência ou de coisa 
julgada; 
Apesar de o Juiz poder reconhecer de ofício tais matérias, caso o 
RÉU não as alegue na 1ª oportunidade em que lhe couber falar nos autos (Ex: 
na contestação da ação), responderá pelas custas do retardamento do 
processo. O réu deixa de alegar e deixa o processo transcorrer, quando seria o 
caso de extingui-lo desde o início. 
Em qualquer caso de extinção do processo SEM resolução de 
mérito será possível o Autor repropor a Ação, salvo quando for reconhecida 
litispendência, coisa julgada ou perempção. A nova propositura da ação 
depende da prévia prova do pagamento ou do depósito das custas e dos 
honorários de advogado. 
 
A Extinção do Processo COM resolução de mérito ocorre por meio 
da chamada Sentença DEFINITIVA – Art. 269 – Extinção da Fase de 
Conhecimento COM Resolução de Mérito. 
O art. 269 prevê hipóteses processuais de resolução da Fase de 
Conhecimento COM resolução de mérito, isto é, com o exame da questão 
principal do processo requerida pela parte (Exemplo: Ação de Investigação de 
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Paternidade – o Juiz decidirá se Fulano é ou não Pai da criança, acolhendo ou 
rejeitando o pedido da parte). 
Esta Sentença enseja a extinção definitiva da Fase de 
Conhecimento, com o exame do mérito, decidindo definitivamente a questão 
de direito discutida nos autos (questão principal – mérito): acolhendo ou não a 
pretensão do autor. Esta Sentença Definitiva faz coisa julgada formal e 
material, torna a questão de mérito indiscutível no processo em que foi 
proferida e em qualquer outro. Assim, após o esgotamento dos prazos de 
recursos, a questão posta em juízo não poderá mais ser discutida em nenhum 
outro processo (ou seja, não poderá mais ser instaurado novo processo para 
rediscutir a mesma questão de mérito já pacificada na Sentença Definitiva). 
Extinção do processo COM resolução de mérito por meio de 
Sentença Definitiva (Art. 269 do CPC): 
a. quando o Juiz ACOLHER ou REJEITAR o pedido do 
autor; 
b. quando o Réu reconhecer a procedência do pedido; 
c. quando as Partes transigirem (transação); 
d. quando o Juiz pronunciar a decadência ou a 
prescrição; 
e. quando o AUTOR renunciar ao direito sobre que se 
funda a ação.** 
Detalharemos abaixo as hipóteses de extinção do processo COM 
resolução de mérito: 
a. quando o Juiz ACOLHER ou REJEITAR o pedido do 
autor – esta é a regra de extinção com mérito, pois o 
Juiz decidirá a lide aplicando o direito ao caso, seja 
para negar ou conceder o pedido do autor, mas de 
forma definitiva. 
b. quando o Réu reconhecer a procedência do pedido 
– é hipótese de Autocomposição do conflito de 
interesses por meio da submissão do réu ao pedido do 
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16 
autor (o réu aceita o pedido e realiza um acordo com o 
autor). 
c. quando as Partes transigirem (transação) – esta é 
também uma forma de Autocomposição do processo, 
mediante a qual ambas as partes concedem e abrem 
mão de seus interesses para chegarem a um fim 
comum (concessões recíprocas). 
d. quando o Juiz pronunciar a decadência ou a 
prescrição. 
A Prescrição é a perda do direito de ação pelo seu não 
exercício no prazo legal, atingindo de forma indireta o 
direito pleiteado pela parte. De outro lado, a 
Decadência é a perda do próprio direito material 
pleiteado, por não ter sido exercido no prazo legal. 
A prescrição e a decadência podem ser reconhecidas 
tanto no início quanto no meio do processo. Quando 
reconhecidas no início do processo, haverá também 
extinção do processo, mas COM análise de mérito, 
apesar da previsão do art. 295, IV, que prevê o 
indeferimento da inicial por prescrição e decadência. 
Este indeferimento tem natureza de resolução de 
mérito! 
e. quando o AUTOR renunciar ao direito sobre que se 
funda a ação – é o contrário do reconhecimento 
jurídico do pedido do autor. Neste caso de renúncia, o 
autor abre mão do seu direito material pleiteado na 
própria ação manejada por ele. O processo perde o 
objeto ou sua finalidade, sendo a sentença meramente 
homologatória. 
Registre-se que os direitos indisponíveis não são 
renunciáveis (são irrenunciáveis). 
 
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2. Do Procedimento Ordinário: Da petição inicial; Da 
resposta do réu; Das provas; Da audiência (da 
instrução e julgamento). 
 
a) Petição Inicial. 
 
Noções Gerais do Procedimento Ordinário. 
O procedimento é a forma pela qual o processo é conduzido (rito 
processual). No direito processual brasileiro o procedimento COMUM é dividido 
em Ordinário ou Sumário. 
O procedimento utilizado como regra é o Ordinário, salvo nas 
hipóteses expressamente previstas em lei para o Sumário ou para 
procedimentos especiais (Ex: rito do Mandado de Segurança). Assim, o 
procedimento Ordinário será aplicável quando não for cabível o Procedimento 
Sumário e nenhum outro especial previsto em lei. O Procedimento Ordinário 
serve como rito subsidiário dos demais procedimentos. 
A doutrina costuma dividir o procedimento comum Ordinário em 
quatro fases distintas: postulatória,saneatória, instrutória (probatória) e 
decisória. A fase postulatória ocorre desde a Petição Inicial até a Resposta do 
Réu. A fase Saneatória é a das diligências, enquanto que a fase instrutória 
destina-se à coleta de material probatória e a fase decisória ao proferimento 
de sentença. 
Vamos estudar agora o início do Procedimento Ordinário. 
 
Requisitos da Petição Inicial. 
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O Procedimento Ordinário tem início com a petição inicial escrita, 
que deverá atender aos requisitos legais e ser instruída com os documentos 
indispensáveis à propositura da ação. 
A Petição Inicial é o ato do autor pelo qual provoca o exercício da 
jurisdição, levando a juízo o conflito de interesses a ser solucionado e o pedido 
do autor. Para o direito processual civil brasileiro, a petição inicial é um ato 
formal, devendo ser escrita em língua pátria atender aos seguintes requisitos 
básicos: 
a. o Juiz ou Tribunal, a que é dirigida – toda petição inicial 
deve dirigir-se à autoridade judiciária competente para julgar 
a matéria posta em juízo. Este é o requisito do 
endereçamento correto. 
b. os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e 
residência do autor e do réu – Qualificação das partes – 
são dados de grande relevância para o processo, pois servem 
para individualização dos participantes da relação processual 
(autor e réu), comunicação dos atos processuais, verificação 
da legitimação para o processo. 
c. o fato e os fundamentos jurídicos do pedido – constituem 
a CAUSA DE PEDIR remota e próxima, respectivamente. A 
Causa de Pedir é a descrição dos fatos envolvidos, bem como 
dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A Causa 
de Pedir é dividida pela doutrina em duas (aplicação da 
Teoria da Substanciação): 
i. Causa de Pedir Remota (Fática) – 
relaciona-se com o fato, sendo apenas a 
descrição fática da lide, com indicação da 
efetiva e concreta lesão ou ameaça de 
lesão ao direito do autor. O fato terá 
repercussões jurídicas, por isso precisa ser 
delimitado e descrito. 
ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a 
descrição das consequências jurídicas 
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decorrentes do fato alegado. Não é 
necessária a descrição do fundamento legal 
preciso que dê sustentáculo ao pedido, 
basta a enunciação das próprias 
consequências jurídicas (isto é, não precisa 
mencionar em que lei, artigo, dispositivo de 
norma, etc, encontra-se o direito 
requerido). Não há esta necessidade 
porque o Juiz conhece o direito (Princípio 
do iura novit cúria). O que importa é o 
autor mencionar qual a consequência 
jurídica do fato. 
 
d. o PEDIDO, com as suas especificações – é objeto da Ação, 
consistente na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da 
tutela jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão 
do autor. Para a doutrina, o pedido divide-se em 2: 
• Pedido Imediato – é exigência formulada contra o 
Estado-Juiz de prestação da tutela jurisdicional; ou 
seja, é a providência jurisdicional ou espécie tutela 
jurisdicional solicitada pelo autor. Exemplo: tutela 
condenatória, constitutiva ou meramente 
declaratória; executiva ou cautelar. 
• Pedido Mediato – é o pedido do autor para que o réu 
submeta-se à pretensão de direito material do autor, 
isto é, trata-se do bem jurídico pretendido. Exemplo: o 
autor, locador de imóvel no qual o locatário está 
inadimplente, solicita que o Estado-Juiz condene o réu 
(Pedido Imediato: condenatório) ao pagamento do 
valor devido (Pedido Mediato: que o réu atenda à 
determinação judicial de conferir o bem jurídico 
desrespeitado/lesado). 
 
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e. o VALOR DA CAUSA – toda causa tem um valor certo, 
mesmo que a questão em litígio não tenha cunho de natureza 
pecuniária/econômica. O valor de causa deve ser fixado na 
inicial, pois tem 3 diversas consequências jurídicas: 
o cálculo da taxa judiciária a ser paga; 
o definição da competência em razão do valor da causa 
(Ex: causas dos Juizados Especiais, de até 20 salários 
mínimos) e da adoção do procedimento sumário; 
o fixação das verbas da sucumbência entre 10 e 20% do 
valor da causa; 
 
f. as PROVAS com que o autor pretende demonstrar a verdade 
dos fatos alegados – os documentos indispensáveis à 
propositura da ação devem ser juntados com a petição inicial, 
devendo o autor especificar todas as provas com que 
pretende demonstrar os fatos alegados, descrevendo a 
intenção de produzir posteriormente outras provas na fase 
instrutória, por todos os meios permitidos em direito. 
g. o requerimento para a citação do réu – é o ato pelo qual 
o autor requer que seja o réu chamado para participar da 
relação jurídica processual. O autor não deve requerer 
apenas a citação, mas também indicar qual o meio para a 
citação do réu (nome, endereço, etc). 
 
Despacho da Petição Inicial. 
Ao receber a Petição Inicial o Juiz dispõe de 4 medidas a serem 
adotadas (4 saídas possíveis): 
1. Deferir a Petição Inicial – se a inicial preencher 
todos os requisitos formais essenciais (Petição em ordem), o 
Juiz determinará a citação do réu após o deferimento. 
2. Saneamento da Petição Inicial – se a petição inicial 
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apresentar lacunas, omissões ou contradições capazes de 
dificultar o futuro julgamento do mérito, o Juiz poderá 
conceder o prazo de 10 DIAS para que o autor EMENDE a 
Inicial, sob pena de indeferimento. Exemplo: falta de 
instrução da inicial com os documentos necessários para a 
propositura da ação; insuficiência na descrição dos fatos ou 
da causa de pedir. 
3. Declarar improcedente o pedido de forma liminar 
– se a matéria discutida for somente de direito (não 
matéria fática, de determinado caso concreto) e no juízo já 
houver sido proferida sentença de total improcedência em 
outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e 
proferida sentença, reproduzindo-se o teor da 
anteriormente prolatada. Esta foi uma importante inovação 
que trouxe maior celeridade no julgamento de casos 
repetitivos de matéria eminentemente jurídica (quando a 
discursão de mérito no processo é apenas de direito, matéria 
jurídica, não sendo relevante a questão fática do caso 
concreto). 
Requisitos para declaração de improcedência liminar da 
inicial: 
o Sentença anterior no mesmo juízo, com matéria 
idêntica; 
o Julgamento de total improcedência do pedido (sentença 
paradigma à decisão liminar); 
o Questão unicamente de direito a ser tratada; 
Desta específica decisão de improcedêncialiminar da inicial, 
cabe o recurso de APELAÇÃO, sendo possível facultado ao 
Juiz realizar juízo de retratação no prazo de 5 DIAS. Se o 
Tribunal manter a Sentença do Juiz de improcedência da 
petição inicial, o Réu será citado para responder ao Recurso 
de Apelação. 
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Atenção que o prazo geral para retratação do Juiz, no caso 
de indeferimento da petição inicial, é de 48 HORAS e não de 
apenas 5 DIAS. 
 
4. Indeferimento da Petição Inicial – se o vício 
apresentado na inicial for insanável, caracterizando alguma 
das hipóteses do art. 295 do CPC, a Petição Inicial deve ser 
indeferida, sendo extinto o processo SEM resolução de 
mérito. É o caso mais grave de extinção do processo sem 
resolução do mérito, tanto o é que poderá ser reconhecido a 
qualquer tempo e grau de jurisdição. 
A decisão de indeferimento da Petição Inicial é APELÁVEL, 
mas o Juiz poderá retratar-se, reformando a decisão no 
prazo de 48 HORAS. Se a decisão não for reformada os 
autos serão encaminhados ao tribunal para julgamento da 
apelação. 
Repiso as hipóteses de indeferimento da Petição inicial já 
descritos anteriormente: 
a. quando for INEPTA – será inepta a inicial quando: 
1) lhe faltar pedido ou causa de pedir - 
2) da narração dos fatos não decorrer 
logicamente a conclusão –falta de coerência; 
3) o pedido for juridicamente impossível; 
4) contiver pedidos incompatíveis entre si. 
b. quando a parte for manifestamente ilegítima – se o 
Juiz puder verificar desde o início do processo que o 
autor ou o réu não preenchem as qualidades da 
legitimação ordinária ou extraordinária necessárias 
para a figurarem no processo, poderá indeferir de plano 
a inicial. 
c. quando o autor carecer de interesse processual - 
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Ocorre quando não há necessidade de intervenção 
judicial. Exemplo: já houver prévio acordo entre as 
partes homologado judicialmente. 
d. quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a 
prescrição – apesar de tal previsão legal, a doutrina 
majoritária entende que o reconhecimento da 
decadência e da prescrição é realizado em análise de 
mérito, pois resolve definitivamente a causa, não 
podendo ser reproposta. 
e. quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, 
não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da 
ação; caso em que só não será indeferida, se puder 
adaptar-se ao tipo de procedimento legal – a regra 
deve ser a adaptação ao procedimento correto, de 
acordo com o princípio da conservação dos atos 
processuais; 
f. petição inicial não contiver o endereço onde o advogado 
receberá intimação ou não preencher os requisitos 
legais; e a parte não promover a emendas (arts. 39, 
parágrafo único, primeira parte, e 284 do CPC). 
 
 
O PEDIDO na Petição Inicial. 
O Pedido do autor é o objeto da ação e do processo. São 
requisitos do pedido a certeza e a determinação (o pedido deve ser certo 
quanto ao que se quer e determinado, a quantidade do que se quer). O CPC 
fala em pedido certo ou determinado, mas o aplicado pela doutrina é certo E 
determinado, conjuntamente. 
Como exceção, admite-se pedido NÃO certo e NÃO determinado, o 
chamado Pedido GENÉRICO, que é aquele indeterminável no momento da 
propositura da Ação. Ações lícitas com pedidos Genéricos: 
1. Ações Universais, quando o autor não puder 
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individualizar os bens demandados – refere-se às 
universalidades de fato ou de direito. Ex: direito de herança 
não é possível a individualização. 
2. quando não for possível determinar, de modo definitivo, as 
conseqüências do ato ou do fato ilícito – ocorre quando 
se formula uma ação judicial de responsabilidade civil, na 
qual se sabe da ocorrência do dano e do dever de 
indenizar, mas a real quantificação do dano será auferida 
no decorrer do processo. 
3. quando a determinação do valor da condenação depender 
de ato que deva ser praticado pelo réu – Exemplo: ação 
de prestação de contas. 
 
Espécies de Pedidos: 
a) Pedido Alternativo – é aquele formulado quando o autor se 
encontra diante de uma obrigação alternativa, na qual o 
devedor adimplirá com o cumprimento de qualquer das 
alternativas postas pelo autor (o autor pede A ou B, ficando 
satisfeito com uma das duas prestações). De acordo com o 
negócio pactuado, se a escolha da forma de pagamento da 
obrigação competir ao credor, pode o autor formular um 
pedido simples na Petição Inicial indicando de qual forma 
deseja o cumprimento da obrigação. De outro lado, se a 
escolha pertencer ao réu, somente este poderá escolher a 
melhor forma de cumprimento, mesmo que o autor venha 
formular pedido alternativo. 
CPC 
Art. 288. O pedido será alternativo, quando, pela natureza da 
obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um 
modo. 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha 
couber ao devedor, o juiz Ihe assegurará o direito de cumprir a 
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prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha 
formulado pedido alternativo. 
 
b) Pedido Cominatório – nas ações que versam sobre o 
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o pedido 
pode constar de uma cominação de multa (pena pecuniária) 
pelo não cumprimento, como meio de coerção. São as 
chamadas Astreintes. 
CPC 
Art. 287. Se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da 
prática de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou 
entregar coisa, poderá requerer cominação de pena pecuniária 
para o caso de descumprimento da sentença ou da decisão 
antecipatória de tutela (arts. 461, § 4o, e 461-A). 
 
c) Pedido Subsidiário ou Sucessivo – é aquele em que o 
autor requer + de 1 pedido ao mesmo tempo em ordem 
sucessiva, a fim de que o Juiz conheça do posterior se não 
puder acolher o anterior (o autor pede A e B ao mesmo 
tempo; mas o Juiz só analisará B se indeferir o pedido A). 
Neste caso há uma ordem de apresentação dos pedidos, 
sendo que o Juiz somente analisará o pedido sucessivo em 
não acolhendo o principal. Exemplo: autor que celebrou 
contrato de compra e venda com incorporadora que atrasou 
a obra em + 1 ano, solicita a efetiva entrega do bem ou a 
rescisão do contrato com a devolução de todas as prestações 
pagas; se não for possível a entrega do bem, o Juiz pode 
acolher pelo menos o pedido de devolução do quanto pago. 
CPC 
Art. 289. É lícito formular mais de um pedido em ordem 
sucessiva, a fim de que o juiz conheça do posterior, em não 
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podendo acolher o anterior. 
 
d) Pedido de Prestações Periódicas – as prestações de trato 
sucessivo (que se prolongam no tempo. Ex: prestações de 
leasing; financiamento bancário; pensão alimentícia, etc) são 
incluídas implicitamente no pedido do autor, mesmo que não 
tenha requerido expressamente. Assim, até o final do 
processo, as prestações vencidas e não pagas serão incluídas 
na sentença como devidas, inclusive na hipótese do Autor 
não solicitá-las. 
 
e) Pedido Cumulado – é aquele formulado em adição contra o 
réu, em decorrência de um mesmo fato constitutivo do 
direito do autor, ainda que sem conexão entre os pedidos. 
Exemplo: o autor não se limita a pedir A, pedindo A e ao 
mesmo B; o autor deseja os dois ao mesmo tempo, não em 
ordem sucessiva ou alternada (é A e B). Os pedidos 
cumulados são analisados conjuntamente pelo Juiz e podem 
ser concedidos integral ou parcialmente (A e B ou A ou B). 
A Cumulação de Pedidos pode ser: 
1) Simples – o autor pode formular pedidos cumulados, 
mesmo que não haja conexão entre eles. Exemplo: 
cobrança simultânea de 2 dívidas diversas de aluguel 
envolvendo o mesmo locador e 2 diferentes locatários. 
2) Sucessiva – o autor formula mais de um pedido, sendo 
que o segundo é pressupostos do primeiro (pedido 
sucessivo). Exemplo: ação de investigação de 
paternidade e ação de alimentos. 
3) Incidental – ocorre quando após a propositura da ação 
é realizado pedido declaratório incidental. Na realidade, 
o pedido decorre de uma ação incidental ao processo. 
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Requisitos para a Cumulação de pedidos: 
o compatibilidade entre os pedidos – devem ser 
compatíveis entre si; 
o o mesmo juízo deve ser o competente para julgar todos os 
pedidos; 
o o procedimento deve ser adequado para todos os pedidos; 
se os procedimentos a serem seguidos forem distintos, 
admite-se a cumulação se a ação seguir o procedimento 
ordinário. 
 
Peculiaridades da petição inicial e do pedido: 
o Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, 
qualquer dos credores poderá cobrar a dívida. No entanto, 
aquele que não participou do processo também terá direito 
de receber a sua parte, deduzidas as despesas na proporção 
de seu crédito. 
o Os pedidos são interpretados RESTRITIVAMENTE. 
Apesar disso, estão compreendidos no valor principal os 
juros LEGAIS (não os juros convencionais das partes). 
o Possibilidade de alteração do pedido: apenas antes da 
citação o autor poderá aditar o pedido, correndo a sua conta 
as custas acrescidas em razão dessa iniciativa. Depois da 
citação o processo já está formado, com partes causa de 
pedir e pedido, não podendo ser alterado, salvo se houver o 
consentimento do réu. 
 
 
 
 
 
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b) Resposta do Réu. 
 
Disposições Gerais. 
Após a apresentação da petição inicial, sendo esta deferida, o 
Réu deverá ser Citado para apresentar sua resposta. A defesa do Réu será 
realizada por meio de Contestação, Exceção ou Reconvenção, a depender 
da natureza do processo, no prazo de 15 DIAS. 
Pode o Réu optar por não responder, sofrendo os efeitos da 
revelia (serem reputados verdadeiros os fatos alegados pelo autor). 
Se no processo forem citados vários Réus (2 ou + Réus), caso de 
Litisconsórcio Passivo, o prazo para resposta poderá ser Comum (igual 
para todos) ou em DOBRO, de acordo com a seguinte regra: 
o Prazo Comum – todos os Réus possuírem o mesmo 
Procurador – todos terão 15 DIAS para a resposta; 
o Prazo em DOBRO – os Réus possuírem diferentes 
Procuradores – todos terão 30 DIAS para a resposta. 
Eventual desistência com relação a algum réu ainda não citado, o 
prazo será iniciado da publicação da decisão que a homologar. 
CPC 
Art. 298. Quando forem citados para a ação vários réus, o prazo 
para responder ser-lhes-á comum, salvo o disposto no art. 191. 
Parágrafo único. Se o autor desistir da ação quanto a algum réu 
ainda não citado, o prazo para a resposta correrá da intimação do 
despacho que deferir a desistência. 
Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, 
ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para 
recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. 
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Contestação. 
A Contestação é o ato do Réu que resiste à pretensão do Autor 
apresentada na Petição Inicial (o réu impugna o pedido do autor). A 
Contestação é a defesa do réu, na qual deve deduzir toda a matéria possível 
contrária às alegações do autor, expondo as razões de fato e de direito para 
afastar o pedido do autor, bem como especificando as provas a serem 
produzidas na fase instrutória. 
Princípio da Eventualidade ou da Concentração – toda a 
matéria defensiva deve ser exposta no momento oportuno, mesmo que haja 
contradição entre uma e outra defesa. Isto é, deve o Réu impugnar todos os 
fatos contra ele alegados, mesmo que incompatíveis entre si, sob pena de 
preclusão e de serem considerados incontroversos (verdadeiros) os fatos não 
impugnados. Este é o chamado Ônus da Impugnação Especificada do réu 
em sua resposta. Exemplo: não ocorreu o acidente de veículo; se ocorreu, não 
foi por ato ilegal; não há a consequência jurídica do dever de indenizar. 
Não serão presumidos como verdadeiros os fatos narrados pelo 
autor, mesmo que não impugnados pelo Réu: 
1) se não for admissível, a seu respeito, a confissão – caso dos 
direitos indisponíveis; 
2) se a petição inicial não estiver acompanhada do 
instrumento público que a lei considerar da substância do 
ato – Exemplo: ausência de escritura pública ou procuração 
emitida por tabelionato de notas. 
3) se estiverem em contradição com a defesa, considerada em 
seu conjunto – a simples alegação do réu de que o fato não 
ocorreu pode ser entendida como uma defesa genérica, que 
afasta a presunção de veracidade. 
Este ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica 
de forma indistinta a todos os Réus, pois estão fora de tal obrigatoriedade: 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
30 
• o Advogado Dativo; 
• o Curador Especial; 
• o órgão do Ministério Público. 
 
As defesas do Réu podem ser classificadas em Defesasde Mérito 
e Defesas Processuais. O Réu poderá alegar na Contestação uma ou as duas 
defesas ao mesmo tempo. 
Nas Defesas de MÉRITO o Réu ataca o mérito (fatos constitutivos 
e o pedido mediato) e não o processo em si. As Defesas de Mérito podem ser 
classificadas como: 
� Diretas – o Réu nega os fatos apresentados pelo autor ou os 
aceita como verdadeiros, mas impugna as consequências 
jurídicas deles decorrentes. Exemplo: réu se defende de ação 
de perdas e danos por ato ilícito; poderá negar que o fato 
ocorreu ou aceitar sua ocorrência, mas impugnar que as 
consequências jurídicas dele decorrentes não implicam em 
perdas e danos. 
� Indiretas – o réu admite os fatos alegados pelo autor, mas 
levanta outros fatos que são impeditivos, modificativos ou 
extintivos do direito do autor. Exemplo: alega que o ato ilícito 
de lesão corporal foi em legítima defesa, razão pela qual não 
seria devida indenização; pagamento da dívida; 
compensação, etc. 
 
Já as Defesas PROCESSUAIS atacam a relação jurídica-
processual. As Defesas Processuais estão previstas no art. 301 e devem ser 
alegadas antes da abordagem do Mérito, como Preliminares da 
Contestação. Estas Defesas Processuais são divididas pela doutrina em: 
o Dilatórias – não geram a extinção do processo, mas apenas 
uma dilação pela necessidade de um ajuste no processo. 
Exemplo: incompetência relativa. 
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31 
o Peremptórias – geram a extinção do processo sem a 
resolução de mérito. Exemplo: alegação de coisa julgada, 
litispendência, etc. 
 
Preliminares de Mérito (Defesas Processuais): 
1) inexistência ou nulidade da citação – é defesa dilatória, 
pois deve-se abrir prazo para a regularização da falta de 
citação, bem como o comparecimento espontâneo do réu 
supre a falta de citação. Somente se não for realizada a 
citação dentro do prazo concedido é que o processo será 
extinto sem resolução de mérito. 
2) incompetência absoluta – é defesa dilatória porque 
compete ao juízo absolutamente incompetente declinar de 
sua competência e remeter os autos ao juízo competente. A 
arguição da incompetência relativa é por meio de Exceção, 
enquanto que a incompetência absoluta deve ser formulada 
na própria Contestação. 
3) inépcia da petição inicial – é defesa peremptória, pois gera 
a extinção do processo sem resolução de mérito. 
4) perempção - é defesa peremptória, pois gera a extinção do 
processo sem resolução de mérito. 
5) Litispendência - é defesa peremptória, pois gera a extinção 
do processo sem resolução de mérito. 
6) coisa julgada - é defesa peremptória, pois gera a extinção 
do processo sem resolução de mérito. 
7) Conexão – é defesa dilatória, pois visa a mera reunião de 2 
ou + processos. 
8) incapacidade da parte, defeito de representação ou 
falta de autorização – são defesas dilatórias, pois podem 
ser sanadas tais irregularidades. Somente se não o forem é 
que geram a extinção do processo sem resolução de mérito. 
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9) convenção de arbitragem – é defesa peremptória, pois 
gera a extinção do processo sem resolução de mérito. 
10) carência de ação - é defesa peremptória, pois gera a 
extinção do processo sem resolução de mérito. 
11) falta de caução ou de outra prestação, que a lei 
exige como preliminar – é defesa dilatória, pois admite 
correção da falta de caução ou de prestação, salvo se não for 
regularizado o feito pelo autor no prazo fixado pelo Juiz. 
 
Peculiaridades acerca das Preliminares Processuais: 
� O Juiz conhecerá de ofício de todas as Preliminares 
processuais estudadas acima, salvo quanto ao 
compromisso arbitral. Tais matérias são de ordem pública, 
por isso podem ser reconhecidas de ofício. 
� A litispendência ou a coisa julgada ocorrem quando se 
reproduz ação anteriormente ajuizada (2 ações idênticas). A 
identidade de ações ocorre quando possuem: mesmas 
partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. 
� A litispendência é uma ação proposta quando outra ainda 
está vigente (que ainda está em curso). Já a coisa julgada 
é operada quando se repete ação que já foi decidida por 
sentença, de que não caiba recurso. 
 
Não estão sujeitas à preclusão (podem ser alegadas mesmo 
depois da contestação) as alegações: 
1) relativas a direito superveniente – mudando-se os fatos e 
normas, muda-se o direito; 
2) que competir ao Juiz conhecer delas de ofício (todas as 
preliminares, salvo compromisso arbitral) 
3) por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em 
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qualquer tempo e juízo. Exemplo: decadência. 
 
 
Exceções. 
As Exceções são incidentes processuais apresentados em defesa do 
órgão jurisdicional impugnado como imparcial (impedimento ou suspeição) ou 
incompetente (incompetência relativa). 
As Exceções devem ser arguidas em 15 DIAS da data do fato 
ocasionador do vício e em qualquer grau de jurisdição (1ª ou 2ª instância). 
Isto não quer dizer que deve ser sempre no início do processo. As Exceções 
poderão ser apresentadas a qualquer tempo, desde que seja no prazo de 15 
DIAS do fato ensejador. 
A partir do recebimento da exceção o processo ficará suspenso, 
até que seja definitivamente julgada. 
 
Exceção de Incompetência. 
Atenção! 
A Exceção de Incompetência visa impugnar a incompetência 
RELATIVA do Juiz. A incompetência ABSOLUTA é impugnada por Preliminar na 
Contestação! Isso cai toda hora! 
A Exceção de Incompetência é exclusiva do RÉU! O Autor não 
pode apresentar a exceção, pois é ele quem escolhe o juízo territorialmente 
competente. A Lei autoriza que o Réu protocolize no juízo de seu domicílio, 
com requerimento de imediata remessa ao juízo que determinou a citação. 
Esta previsão é recente e visa conferir maior acesso à justiça aos réus citados 
para responder a processos em juízos diversos dos de sua residência. 
Excipiente é o autor da Exceção e o Excepto é o Réu. 
Peculiaridades da exceção de incompetência: 
• A petição da exceção de incompetência deve ser 
fundamentada e devidamente instruída, indicando o juízo 
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para o qual declina. 
• O prazo da Exceção é de 15 DIAS, sendo arguida no mesmo 
prazo da contestação, sob pena de preclusão. A 
incompetência relativa, se não arguida no prazo, preclui. 
• O Excepto é ouvido em 10 DIAS e a Exceção é decidida em 
igual prazo de 10 DIAS. 
• Havendo necessidade de prova testemunhal, o Juiz 
designará audiência de instrução, decidindo dentro de 10 
DIAS. 
• O juiz indeferiráa petição inicial da exceção, quando 
manifestamente improcedente. 
• Se a exceção for julgada procedente, os autos serão 
remetidos ao juiz competente. 
 
Exceção de Impedimento e de Suspeição. 
A parte poderá apresentar Exceção de Impedimento ou de 
Suspeição quando reputar possível a parcialidade do Juiz. Uma das facetas do 
Princípio do Juiz Natural é a garantia da imparcialidade do Juiz. Todo 
magistrado deve exercer sua função de forma imparcial, equidistante das 
partes. É garantia da Justiça Material (independência e imparcialidade dos 
Magistrados). 
Para que ele seja considerado imparcial, não poderá guardar 
vinculação com as partes que atuam no processo, nem dele ter tomado 
conhecimento em instância anterior, entre outras hipóteses legais. Por isso, a 
lei criou as figuras do IMPEDIMENTO e da SUSPEIÇÃO do Magistrado para 
exercer suas funções em determinados processos. 
A petição da Exceção de Impedimento ou de Suspeição é dirigida 
ao próprio Juiz da Causa, que poderá reconhecer o impedimento ou suspeição, 
remetendo o processo ao seu substituto. Se o Juiz não reconhecer sua 
suspeição ou impedimento, deverá emitir suas Razões no prazo de 10 DIAS, 
com documentos e rol de testemunhas, encaminhando os autos ao Tribunal, 
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pra decisão. 
A decisão do Tribunal acerca da Exceção de Impedimento ou 
Suspeição poderá ser pelo: 
o Deferimento da Exceção: o Juiz será condenado nas custas 
processuais e o processo será remetido ao substituto. 
o Indeferimento da Exceção: a exceção será arquivada. 
 
Características do Impedimento e da Suspeição: 
IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO 
Fato mais gravoso Fato menos gravoso 
Pode ser arguido a qualquer tempo 
do processo, inclusive após a coisa 
julgada, por meio de Ação 
Rescisória (art. 485, II, do CPC). É 
questão de ordem pública que não 
preclui. 
Somente poderá ser arguido até o 
início do julgamento. Se não 
arguido, precluirá o direito, sendo 
abarcado pela coisa julgada. 
Hipóteses legais objetivas, 
comprovadas de plano. 
Hipóteses legais subjetivas que 
dependem de provas. 
Presunção absoluta (juris et de 
jure) de parcialidade do Juiz. 
Presunção relativa (juris tantum) 
de parcialidade do Juiz. 
 
Hipóteses legais de IMPEDIMENTO do Juiz de atuar no processo 
(de jurisdição voluntária ou contenciosa): 
a. de que for PARTE – se o Juiz é o autor ou o réu do 
processo, é lógico que jamais poderá julgar tal 
processo! 
b. em que já interveio como mandatário da parte, 
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oficiou como perito, funcionou como órgão do 
Ministério Público, ou prestou depoimento como 
testemunha – se o Juiz já participou do processo de 
alguma forma, ele, antes mesmo de estudar os autos 
já terá uma opinião formada, o que macula sua 
imparcialidade. Com isso, se o Juiz já foi Advogado da 
parte no processo, já foi perito, era Promotor no caso 
ou foi testemunha de uma das partes, ele jamais 
poderá julgar este processo. 
c. que conheceu em 1º GRAU de jurisdição, tendo-lhe 
proferido Sentença ou Decisão – se o Juiz que foi 
promovido a Desembargador ou Membro de Tribunal já 
tiver atuado em processo iniciado na 1ª Instância (1º 
Grau), também não poderá atuar novamente no caso. 
Seria possível o Desembargador julgar o recurso de sua 
própria decisão, quando era Juiz de 1º grau? NÃO! 
d. quando o seu CÔNJUGE (marido ou mulher) ou 
qualquer PARENTE seu (de TODOS os Graus), 
consangüíneo ou afim, em linha RETA, ou na linha 
COLATERAL até o 2º GRAU for ADVOGADO da parte 
(Advogado do Autor ou do Réu) – se qualquer parente 
na linha reta do Juiz for Advogado da parte, não faz 
qualquer sentido o magistrado julgar o processo. 
Observe-se que na linha colateral a limitação é até o 2º 
grau. Vejam quadro de parentesco abaixo. 
Obs: Interessante notar que somente será impedido o Juiz 
se o Advogado parente já estiver exercendo o patrocínio 
da causa no momento em que tomar conhecimento do 
processo. Isto porque, se o Advogado parente ingressar 
posteriormente na tentativa de causar o impedimento do 
Juiz, tal ato não surtirá efeito impeditivo (o Juiz 
continuará como Juiz do processo). Esta previsão evita a 
proliferação de fraudes processuais de afastamentos 
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deliberados de Juízes de determinadas causas. 
e. Quando ele for CÔNJUGE, parente, consangüíneo ou 
afim, de alguma das PARTES, em linha reta ou, na 
colateral, até o 3º GRAU – o Juiz não pode julgar uma 
causa de um parente seu até o 3º GRAU. Ressalte-se 
que parentes de graus superiores (ex: primo – parente 
de 4º grau), em tese, não são vedados. 
f. quando for Órgão de direção ou de Administração 
de pessoa jurídica, Parte na causa – é o caso do Juiz 
que era, por exemplo, Diretor de uma Associação, de 
uma Instituição Pública ou Privada, etc. Hoje este 
dispositivo quase não tem mais aplicação, pois a CF-88 
proíbe aos Magistrados o exercício de qualquer outra 
atividade pública ou privada, a de magistério. 
Muitos doutrinadores civilistas tentam definir os graus de 
parentesco, mas muitas vezes o fazem de forma um pouco complexa. Para 
um melhor entendimento, faço uso de Tabela de Grau de Parentesco 
disponibilizada no Sítio do TRE/SP, que esquematiza de forma simplificada os 
vínculos consanguíneos e afins1: 
TABELA DE GRAU DE PARENTESCO 
LINHA COLATERAL FEMININA LINHA RETA LINHA COLATERAL MASCULINA 
 
 
Trisavô(ó) 
4º grau 
 
 
Bisavô(ó) 
3º grau 
 
Tia-avó 
4º grau 
 
Avô(ó) 
2º grau 
 
Tio-avô 
4º grau 
Filha da 
Tia-avó 
5º grau 
Tia 
3º grau 
 
Pai-mãe 
Sogro(a) 
1º grau 
 
Tio 
3º grau 
Filho do 
Tio-avô 
5º grau 
 
Neto da 
Tia-avó 
6º grau 
Prima 
4º grau 
Irmã 
Cunhado 
2º grau 
EU 
Cônjuge 
Irmão 
Cunhada 
2º grau 
Primo 
4º grau 
Neto do 
Tio-avô 
6º grau 
 
Bisneto da 
Tia-avó 
7º grau 
Filho da 
Prima 
5º grau 
Sobrinha 
3º grau 
Filho(a) 
1º grau 
Sobrinho 
3º grau 
Filho do 
Primo 
5º grau 
Bisneto do 
Tio-avô 
7º grau 
 
Trineto da 
Tia-avó 
Neto da 
Prima 
Neto da Irmã 
4º grau 
Neto(a) 
2º grau 
Neto do 
Irmão 4º 
Neto do 
Primo 
Trineto do 
Tio-avô 
 
1
 Extraído do site do TRE/SP: http://www.tre-sp.gov.br/eleicoes/elei2002/parentesco.htm. 
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8º grau 6º grau grau 6º grau 8º grau 
 
Bisneto da 
Prima 
7ºgrau 
Bisneto da 
Irmã 
5º grau 
Bisneto(a) 
3º grau 
Bisneto do 
Irmão 
5º grau 
Bisneto do 
Primo 
7º grau 
 
 
Trineto da 
Prima 
8º grau 
Trineto da 
Irmã 
6º grau 
Trineto(a) 
4º grau 
Trineto do 
Irmão 
6º grau 
Trineto do 
Primo 
8º grau 
 
 
Para uma melhor análise do parentesco, basta partir sempre da 
pessoa referência e ir contando sucessivamente os graus de parentesco, 
conforme gráfico ilustrativo abaixo2: 
 
 
São hipóteses legais de SUSPEIÇÃO da parcialidade do Juiz, 
quando: 
� for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das 
partes (Autor ou Réu) – se o Juiz figurar em dos dois polos 
de amizade (amizade íntima ou inimizade mortal) do autor ou 
do réu, será considerado suspeito; 
� alguma das partes (Autor ou Réu) for credora ou devedora 
do próprio Juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, 
em linha reta ou na colateral até o 3º GRAU – relação de 
 
2
 Extraído do site: http://direitofipmoc.blogspot.com/2011/04/direito-de-familia.html. 
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crédito ou débito do Juiz ou seus parentes até 3º GRAU para 
com uma das partes; 
� herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de 
alguma das partes: 
O herdeiro presuntivo é aquele que, se não mudarem as 
circunstâncias legais e fáticas, certamente será o herdeiro do 
que vier a falecer; 
O donatário é o beneficiário de uma doação. 
Se o Juiz for herdeiro presuntivo, donatário ou empregado de 
alguma das partes, a relação entre eles é tão estreita que a lei o 
considera suspeito. 
� receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; 
aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, 
ou subministrar meios para atender às despesas do litígio 
– se uma das partes agraciar o Juiz com benefícios diretos ou 
indiretos (dádivas); se o Juiz vier a aconselhar a parte acerca 
da melhor forma de proceder no processo, bem como 
efetivar o pagamento das despesas processuais (Ex: pagar as 
custas e os honorários do Advogado), este também será 
considerado suspeito de sua parcialidade. 
� for interessado no julgamento da causa em favor de uma 
das partes – este interesse é jurídico e não simplesmente 
pessoal (ex: o Juiz é um fiador de um contrato de aluguel 
objeto de uma ação judicial, no qual litigam autor e réu; 
neste caso o Juiz não é inicialmente parte, mas é 
juridicamente interessado). 
� o Juiz se autodeclarar suspeito por motivo íntimo – o Juiz 
pode entender que no caso específico ele é parcial, 
decorrente de questões íntimas (pessoais). Exemplo: por 
questões religiosas o Juiz pode abster-se de julgar um 
processo de autorização de intervenção médica. O Juiz não 
está obrigado a manifestar a causa da suspeição por foro 
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40 
íntimo. 
 
 
Reconvenção. 
A reconvenção é um contra-ataque do Réu, que formula pedido 
contra o Autor da Ação, tornando-se o Réu da Ação o Autor da 
Reconvenção. O Réu tem a faculdade de reconvir, enquanto que a 
Contestação é uma obrigação. Tal previsão decorre do Princípio da Economia 
Processual, possibilitando o aproveitamento do processo já instaurado. 
A Contestação e a Reconvenção devem ser oferecidas 
simultaneamente, mas em peças autônomas. A Exceção será processada 
em apenso aos autos principais. 
Regras Gerais da Reconvenção: 
o Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, 
quando este demandar em nome de outrem. Isto é, não cabe 
reconvenção contra mero substituto processual. 
o Oferecida a reconvenção, o autor reconvindo será intimado, 
na pessoa do seu Procurador, para contestá-la no prazo de 
15 DIAS. 
o O fato do Autor da Ação Principal desistir da Ação ou a 
existência de qualquer causa que a extinga, não obsta ao 
prosseguimento da reconvenção! Assim, a Reconvenção 
depois de deflagrada não fica dependente da Ação Principal. 
o O Juiz da causa principal julga as duas ações na mesma 
sentença (Ação Principal e a Reconvenção). 
o A Reconvenção não supre a Contestação. Se não apresentada 
a Contestação, os fatos serão reputados como verdadeiros, 
mesmo que seja apresentada a Reconvenção. 
o Não cabe Reconvenção quando pleiteia o mesmo que a 
Contestação (falta interesse processual na reconvenção). 
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o Não é cabível Reconvenção da Reconvenção (doutrina 
majoritária). 
 
Requisitos legais para a Reconvenção: 
1) Conexão da Reconvenção com a Ação Principal ou com o 
fundamento da defesa; 
2) Competência do mesmo juízo para ambas (Reconvenção e 
Ação Principal); 
3) Procedimento idêntico – a Reconvenção só pode ser 
oferecida quando seguir o mesmo rito da Ação Principal. 
4) Identidade de partes – o Reconvinte não pode demandar 
contra sujeitos que não seja o autor ou autores da Ação 
Principal. Isto é, o Reconvinte não pode fazer contra-ataque 
em que não é autor da ação. 
5) Apresentação simultânea com a Contestação – a 
Reconvenção deve ser apresentada simultaneamente com a 
Contestação, sob pena de precluir o direito de reconvir. 
Assim, se a contestação for apresentada sozinha no 1º dia do 
prazo e ainda faltarem 14 dias para o prazo final da 
contestação, não será mais possível apresentar a 
reconvenção, que deve ser protocolada em conjunto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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42 
 
c) PROVAS. Audiência de Instrução e Julgamento. 
 
O Juiz poderá marcar Audiência quando reputar indispensável para 
produção de prova oral ou para esclarecimentos de perito e assistentes 
técnicos. 
Procedimentos da Audiência de Instrução e Julgamento: 
1) Abertura pelo Juiz, com Pregão Oficial das Partes e 
Advogados; 
2) Tentativa de conciliar as partes – sempre se deve tentar 
conciliar as partes; se não conseguir: 
3) Juiz fixa os pontos controvertidos, sobre os quais a prova 
incidirá; 
4) Colheita de provas na seguinte ordem: 
a. o perito e os assistentes técnicos responderão aos 
quesitos de esclarecimentos; 
b. o depoimentos pessoais das partes (1º AUTOR e 
depois o RÉU); 
c. inquiridas as testemunhas arroladas pelo Autor e 
pelo RÉU. 
5) Debates Orais dos Advogados do Autor e do RÉU, bem 
como ao órgão do Ministério Público, sucessivamente, pelo 
prazo de 20 MINUTOS para cada um, prorrogável por 10 
MINUTOS, a critério do juiz. Se houver litisconsórcio Ativo 
ou Passivo, o prazo será de 30 MINUTOS, mas divididos 
entre as partes. Se houver Opoente (apresentação Oposição 
por terceiro), este falará em 1º lugar

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