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ESTRUTURA ATÔMICA PROF. MARCELLO MOREIRA SANTOS 2015/2 Modelos Atômicos - Evolução do átomo Breve histórico 1) Gregos (500 a.C.) - Primeira idéia de átomo. Para os filósofos Leucipo e Demócrito os diferentes tipos de matéria eram formados por partículas minúsculas e indivisíveis. Átomo do grego indivisível. Uma partícula indivisível é constituinte da matéria. 2) Dalton (1808) - Primeiro modelo atômico com base científica (resultados experimentais). Uma partícula maciça e indivisível (modelo da bolha de bilhar). 25/03/1 3) Thomson (1897) - Descargas elétricas em alto vácuo (tubos de Crookes) levaram à descoberta do elétron. O átomo seria uma partícula maciça, mas não indivisível. Seria formado por uma geléia com carga positiva, na qual estariam incrustados os elétrons (modelo do pudim de ameixas. (Figura 1)). 4) Rutherford (1911) - O átomo não é maciço nem indivisível. O átomo seria formado por um núcleo muito pequeno, com carga positiva, onde estaria concentrada praticamente toda sua massa; ao redor do núcleo ficariam os elétrons, neutralizando sua carga. Este é o modelo do átomo nucleado, um modelo que foi comparado ao sistema planetário, onde o Sol seria o núcleo e os planetas seriam os elétrons. 25/03/11 5) Bohr (1913) - Com base no espectro dos elementos, concluiu que os elétrons giravam em torno do núcleo em determinados níveis de energia (diferente de zero), constituindo camadas eletrônicas. Essas camadas foram chamadas K,L,M,N, O, P, Q, correspondentes aos níveis de energia 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. Quando um elétron do átomo recebe energia, ele salta para outro nível de maior energia, portanto mais distante do núcleo. Quando o elétron volta ao seu nível de energia primitivo ou fundamental (mais próximo do núcleo) ele cede a energia anteriormente recebida sob a forma de uma onda eletromagnética (luz). 6) Rutherford (1920) - Caracterização do próton como sendo o núcleo do átomo de hidrogênio e a unidade de carga positiva. Previsão da existência do nêutron. 7) Chadwick (1932) - Descoberta do nêutron. 25/03/11 Partícula Carga Elétrica Massa relativa Natureza Valor relativo Próton Positiva +1 1 Nêutron Não existe 0 1 Elétron Negativa -1 1/1840 8) Número atômico = número de prótons = Z Número de massa = número de prótons + número de nêutrons = A 9) Átomo é um conjunto formado por Z prótons, (A-Z) nêutrons, constituindo um núcleo, ao redor do qual giram Z elétrons, constituindo a eletrosfera. Nas reações químicas há quebra e/ou formação de ligações químicas que dependem das configurações eletrônicas dos átomos envolvidos. Por isso é necessário entender a estrutura dos átomos. 25/03/11 Propriedades dos elétrons nos átomos e moléculas: Série Espectral 1) Ondas eletromagnéticas As ondas de rádio, raios-X, radiação térmica, luz visível são exemplos de energia radiante ou radiação eletromagnética que se propagam na forma de ondas eletromagnéticas, que tem como características um comprimento de onda , que é a distância entre pontos equivalentes de uma mesma onda e, a freqüência (Hertz (Hz)), que é o número de oscilações completas por tempo (em segundo). 25/03/11 25/03/11 Comprimento de onda pequeno, alta freqüência Comprimento de onda grande, baixa freqüência As ondas eletromagnéticas diferem entre si por suas freqüências. A freqüência e o comprimento de onda são relacionados por: c= versus , onde c = velocidade da luz 3x108 m/s As várias radiações eletromagnéticas constituem o espectro eletromagnético. 25/03/11 Espectro eletromagnético: 25/03/11 VISÍVELULTRAVIOLETA INFRAVERMELHO raios-gama raios-X UV IV microondas rádio ondas longas visível (Hz) (m) (Hz) (m) 10 -7 10 -6 3x10 14 3x10 15 7,5x10 3,75x10 14 14 10 10 4 6 10 1010 10 20-4-6-10-12 1010 10 -2 10 -8 10 1010 1010 1010 101010 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 10 22 2) Espectro Atômico A luz branca (luz solar) quando colimada, atravessada num prisma é decomposta no espectro contínuo (arco-íris): Antes de 1913, vários experimentos realizados mostravam que as freqüências ou comprimentos de onda da luz emitida ou absorvida por átomos tinham valores bem definidos e discretos sem uma explicação para tal fato. 25/03/11 Fonte Luz Branca Fenda Prisma Espectro Contínuo violeta anil azul verde amarelo laranja vermelho 25/03/11 Enquanto na luz solar as radiações distribuem-se numa faixa contínua de freqüências, algumas radiações emitidas por vapores a baixa pressão, submetidos a temperaturas ou diferenças de potencial elevadas possuem apenas algumas freqüências, que são características de cada elemento. Exemplo: sódio que emite luz amarela. Outro exemplo é o hidrogênio, que tem um espectro muito simples, um espectro de linhas. 25/03/11 O espectro de linhas do hidrogênio pode ser obtido da seguinte maneira: - Experimento: a um tubo contendo hidrogênio aplica-se uma descarga elétrica; cada átomo de hidrogênio tem seu elétron excitado que, quando retornam ao estado fundamental, emitem energia na forma de radiação eletromagnética. Essa radiação é colimada por uma fenda e quando passa por um prisma e vai para o detector, que mostra um espectro de linhas. 25/03/11 25/03/11 Estas linhas espectrais constituíam um conjunto de séries convergentes, que obedecem as equações: Série de Lyman (UV): Série de Balmer (Visível): Série de Paschen (IV): 25/03/11 sendo R = constante Rydberg = 109678cm-1 ou 2,18x10-18J. Foi Rydberg que estabeleceu esta constante e uma série de fórmula geral: Série de Rydberg: 25/03/11 Teoria de Bohr do átomo de hidrogênio Não se podia explicar o espectro de linhas para o hidrogênio com base no movimento do elétron. Acreditava-se que o elétron seguia uma trajetória curva em torno do núcleo e assim sofreria aceleração e deveria, portanto, perder energia e emitir radiação eletromagnética. Isto significaria uma trajetória espiral em direção ao núcleo, levando ao colapso do átomo. 25/03/11 25/03/11 Colapso Atômico Utilizando as idéias de Planck (1900) da quantificação da energia, da emissão de radiação E = h e de Einstein (1905), sendo h = 6,63x 10-34 J.s, para explicar o efeito fotoelétrico, a emissão de elétrons só ocorre se a radiação incidente tenha um valor mínimo e sabendo que a luz pode possuir propriedades de onda e de partícula. Em 1913 Bohr postula que, em virtude dos átomos não sofrerem colapso e a luz ser emitida somente em certas freqüências (Espectro de linhas), o elétron pode possuir apenas certas quantidades de energia, ou seja, assim como visto para o fóton por Planck e Einstein, a energia do elétron é quantizada. 25/03/11 Bohr tratou o elétron do átomo de hidrogênio como se viajasse em torno do núcleo em órbitas circulares, de energia fixa ou quantizada derivando uma equação de energia: onde: A = 2,18x10-18J e n=1,2,3,4,.....,. 25/03/11 Modelo Atômico de Bohr 25/03/11 Teoria do Quanta: ondas e partículas Mecânica ondulatória é a teoria que explica o comportamento das partículas subatômicas. De Broglie (1924): sugeriu que se a luz comporta-se como partícula, as partículas podem manifestar propriedades ondulatórias. Einstein havia demonstrado que E=mc2 e Planck que E=h. Assim: 25/03/11 já que c= 25/03/11 E h hc Para a partícula c é substituída por v = velocidade da partícula, então: Para partículas não subatômicas, por terem massa muito grande e velocidade pequena, tem comprimento de onda extremamente pequeno, que não pode ser mensurado. O comportamento ondulatório de partículas foi comprovado com a observação da difração de um feixede elétrons (1927). 25/03/11 h mv Considerando o elétron movendo-se como onda em torno do núcleo, a menos que o comprimento de onda seja apropriado, a onda estará fora de fase e se cancelará. Isto significa que deve ser restrito a um número inteiro n vezes ao longo do círculo. 2r = n 25/03/11 Em paralelo as idéias da dualidade onda-partícula da matéria e da radiação eletromagnética, Heisenberg enunciou o Princípio da Incerteza que diz que é impossível, de modo exato e simultâneo, determinar a energia e a posição de uma partícula e deve-se, portanto, referir-se à probabilidade de encontrar o elétron, a natureza ondulatória do elétron e seu comportamento probabilístico foi descrito por uma equação de onda proposta por Schrödinger (1926) e a probabilidade como 2 25/03/11 Cada solução da equação de onda é chamada função de onda . Essa solução deve ter significado físico, ou seja, devem ser contínuas, finitas e unívocas. Na solução obtém-se três quantidades observáveis, n, l e ml. Pela mecânica ondulatória, os níveis de energia no átomo estão dispostos de um ou mais orbitais, descritos por funções de onda de Schrödinger e a distribuição dos elétrons em torno do núcleo é determinada pelo número e pela espécie de níveis de energia que são ocupados. 25/03/11 Um nível de energia é definido por um conjunto das funções de onda com um dado valor do número inteiro n, número quântico principal. Cada nível é complementado por subníveis l, número quântico azimutal ou secundário, que é a quantização da quantidade do movimento angular do elétron e assume valores 0 a n-1. O terceiro número quântico, ml, número quântico magnético, tem valores variando de -l a +l, inclusive zero, e está relacionado com a presença de um campo magnético externo, pois a energia do elétron depende dele. Esse número quântico pode ser comprovado pelo desdobramento das raias espectrais quando um campo é aplicado. 25/03/11 Sumário: Nível (n) Subnível (l) ml número de orbitais 1 l=0; s 0 1 2 l=0; s 0 1 l=1; p 0, 1 3 3 l=0; s 0 1 l=1; p 0, 1 3 l=2; d 0, 1, 2 5 4 l=0; s 0 1 l=1; p 0, 1 3 l=2; d 0, 1, 2 5 l=3; f 0, 1, 2, 3 7 25/03/11 A forma do orbital é definida por l e, sua orientação, por ml. Na ausência de um campo magnético, todos os orbitais de um subnível têm a mesma energia, ou seja, são degenerados. Os orbitais podem ser representados graficamente em: a) Diagrama de superfícies de limites; b) Diagrama de nuvens de densidade eletrônicas. c) Gráficos de e de 2 em função da distância do núcleo; 25/03/11 a) Diagrama de superfícies limites: os pontos unem um determinado valor de 2. 25/03/11 y z x z y x z y x 1s 2px 3dz2 b) Diagramas de nuvens de densidade eletrônica: mostram como a densidade de probabilidade varia no espaço em torno do núcleo. 25/03/11 c) Gráficos de e2 em função da distância ao núcleo. O tamanho do orbital aumenta à medida que n aumenta. Os orbitais 1s, 2s e 3s são simétricos. 25/03/11 Spin, Princípio de Exclusão de Pauli e Configuração eletrônica Em adição aos três números quânticos necessários para especificar a distribuição especial de um elétron temos que sob certas condições e na influência de um campo magnético externo, o elétron sofre um desdobramento, que é característico do movimento angular intrínseco desse, o spin (ms), dado por: 25/03/11 que pode ter os valores de 1/2 ou –1/2. ms é quantizado. Diz-se que os elétrons estão emparelhados ou desemparelhados. O Princípio de exclusão de Pauli estabelece que dois elétrons no mesmo átomo não podem ter todos os números quânticos iguais, assim há um máximo de dois elétrons em qualquer orbital. 25/03/11 s ss h ( )1 Regra de Hund, Entalpia de Ionização em relação ao número atômico Regra de Hund: a) Os elétrons entrarão em orbitais diferentes enquanto for possível; b) Dois ou mais elétrons que ocupam orbitais diferentes têm spin opostos. 25/03/11 Distribuição dos elétrons nos átomos DIAGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA 25/03/11 1s 2s 2p 3s 3p 3d 4s 4p 4d 4f 5s 5p 5d 5f 6s 6p 6d 7s Átomos polieletrônicos Todo o desenvolvimento inicial da configuração eletrônica foi feito para um átomo monoeletrônico, hidrogênio, He+, Li2+, quando se trata de átomos no estado fundamental, se nota que os átomos polieletrônicos não têm a mesma energia nos orbitais com o mesmo número quântico principal. A resolução da equação de Schrödinger para átomos contendo n-elétrons daria uma função de onda com 3N coordenadas referentes a todos os elétrons. 25/03/11 Os orbitais com n = 2, 2s e 2p penetram no orbital 1s, ou seja, uma parte da densidade eletrônica dos orbitais 2s e 2p está no interior do orbital 1s, contudo o orbital 2s penetra um pouco mais que o orbital 2p, então um elétron no orbital 2s está menos blindado em relação à carga nuclear do que um elétron no orbital 2p, quando o orbital 1s está ocupado. 25/03/11 Depois de preenchido o orbital 1s; H 1s1; He 1s2, o orbital 2s será preenchido. O próximo conjunto de orbitais estáveis são os 2p, que suporta 6 elétrons. Assim a seqüência de preenchimento é: B 1s2 2s2 2p1 O 1s2 2s2 2s4 C 1s2 2s2 2p2 No Ne a segunda camada com n = 2 é completada 25/03/11 Para se preencher a terceira camada (n = 3) os elétrons são acomodados nos orbitais 3s e 3p, sendo o orbital 3s mais estável que o 3p. Após o preenchimento dos orbitais 3s e 3p, os próximos elétrons entram no orbital 4s e não no orbital 3d, porque depois de colocados os primeiros 18 elétrons 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6, as energias dos orbitais 4s e 4p são fortemente diminuídas, penetrando nessa região ocupada, enquanto os orbitais 3d quase não têm energia alterada, já que tem pequena penetração, sendo o preenchimento: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d1 ou [Ar] 4s2 3d1 25/03/11 Quando os orbitais 4s estão preenchidos, os orbitais 3d penetram nesses tendo um abaixamento de energia, tornando-se mais estáveis que os orbitais 4p. Essa situação de interpenetração de orbitais e blindagem em relação a carga nuclear (quanto mais blindado o orbital, mais energético), faz com que não haja o preenchimento linear dos elétrons nos orbitais, seguindo assim a seqüência de preenchimento. 25/03/11 Carga nuclear efetiva Z* É uma constante empírica proposta por J.C. Slater que representa a extensão cumulativa dos outros elétrons na blindagem de um determinado elétron no átomo. onde é o fator de blindagem e Z é o número atômico. Z* varia com a distância nuclear. 25/03/11 Z Z* Cálculo de : a) Para elétrons nos orbitais s e p. 1. Para os elétrons em camadas mais altas do que o elétron em questão contribui com 0; 2. Cada elétron na mesma camada do elétron em questão contribui com 0,35; 3. Cada elétron na camada (n-1) contribui com 0,85; 4. Elétrons em camadas mais internas contribuem com 1,0. 25/03/11 b) Para elétrons nos orbitais d. 1. Todos os elétrons em camadas mais altas (externas) contribuem com zero; 2. Cada elétron na mesma camada contribui com 0,35; 3. Todos os elétrons de camadas mais internas (n-1 e menores) contribuem com 1,0. Exemplo: 9F = 1s2 2s2 2p5 = 2x0,85 + 6x0,35 = 3,8 Z* = 9 - 3,8 = 5,20 25/03/11 A entalpia de Ionização (Hion) é a entalpia relacionada com a retirada de elétrons dos elementos, com a conseqüente formação de cátions, que é dependente da disponibilidade do elétron sair do orbital aonde se encontra, ou seja, sua energia de blindagem. A entalpia de afinidade eletrônica (HAE) está relacionada com a facilidade de um elemento receber elétrons. Propriedades Magnéticas a) Paramagnetismo: átomo, íon ou molécula com mais de umelétron desemparelhado é atraído por um campo magnético. b) Diamagnetismo: átomo, íon ou molécula com todos os elétrons emparelhados é fracamente atraído por um campo magnético. Susceptibilidade magnética (M): é a força exercida pelo campo magnético por massa do elemento. Momento magnético (): polarização induzida por elétrons não emparelhados e seus spins. Equação de Curie: = 2,84x (MxT) 1/2 Quântica: : = 2x (S(S+1))1/2 sendo S = soma dos elétrons desemparelhados. 25/03/11 Eletronegatividade () Medida empírica da tendência de um átomo ou molécula atrair elétrons. HAE 25/03/11 Definições: a) Mulliken: é proporcional a média de entalpia de ionização menos entalpia de afinidade eletrônica (Hion - HAE). b) Pauling: está relacionada com a energia de ligação. A-B; A-A;B-B ELAB – M ((A-A) 2 + (B-B)2)1/2 = 25/03/11 EL Energia de Ligação de A-B é a média geométrica de A-A e B-B que dá um conjunto de eletronegatividades relativas: F = 4,00 25/03/11 A B 0102 1 2, / Allred-Rochow: está relacionada com a atração do elétron na camada de valência e segue a lei de Coulomb. Usando a carga nuclear efetiva e o raio atômico. 25/03/11 0 359 0 744 2 , , *Z r
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