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Ciclos Prof. Cesar Ricardo Weschenfelder Ciclos Durante o funcionamento de um motor, o Fluido Ativo - FA é submetido a uma série de processos físicos e químicos, que se repetem periodicamente, dando origem ao chamado ciclo do motor. Esse ciclo pode ser visualizado num diagrama p-v (pressão x volume), traçado por meio de um aparelho chamado “Indicador de Pressões”. Ciclos A fim de facilitar o entendimento dos fenômenos envolvidos é usual que simplificações dos processos sejam feitas. Essas simplificações são extremamente interessantes do ponto de vista didático ou mesmo para se ter previsões qualitativas, ou mesmo quantitativas, sobre o comportamento do motor, uma vez que o modelamento completo de todos os processos envolvidos seria muito complexo. Ciclos Tais ciclos simplificados são introduzidos, dentro de hipóteses que os afastam mais ou menos da realidade, mas que possibilitam aplicações numéricas baseadas na teoria da Termodinâmica. O estudo aprofundado dos ciclos fica à cargo dos estudos relacionados à termodinâmica. Ficando nesta disciplina a ênfase no estudo das características de funcionamento em relação aos ciclos. Ciclos Funcionamento dos indicadores de pressão Os ciclos reais dos motores podem ser descritos num diagrama p-v (pressão x volume), traçado por aparelhos denominados “Indicadores de Pressão”. Fundamentalmente esse aparelho constitui-se de um pequeno cilindro que é ligado ao cilindro do motor, do qual faz continuamente a tornada da pressão. Ciclos No cilindro menor, um pequeno êmbolo assume movimentos de translação proporcionais à pressão existente no cilindro do motor, graças à uma mola calibrada. Os movimentos do êmbolo do aparelho são transmitidos ao traçador cuja ponta risca um gráfico sobre o tambor, que possui um movimento sincronizado com o pistão do motor ou o seu eixo. O tipo de gráfico traçado depende do movimento do tambor que pode sofrer um movimento de vaivém em torno de seu eixo ou uma rotação contínua. Ciclos O indicador mecânico apresenta algumas limitações que tornam seu uso satisfatório apenas para grandes motores de baixa rotação: • O volume de gases armazenado no cilindro menor do aparelho altera a taxa de compressão do motor; • Transmissão de vibrações do motor para o traçador; • Não ocorre o registro dos efeitos instantâneos, podendo deixar de indicar variações importantes da pressão em razão da inércia do sistema mecânico. Ciclos De qualquer forma, o funcionamento do aparelho mostra didaticamente como seriam obtidos os diagramas reais dos ciclos dos motores. Nikolaus Otto em 1876, fazia uso de um indicador mecânico de pressões para avaliar a eficiência do seu invento. Ciclos Os grandes motores (marítimos ou estacionários de baixa rotação podem ser, inclusive, equipados permanentemente com esse aparelho mecânico, de forma que, periodicamente, pode-se fazer uma observação do comportamento do ciclo do motor, para um possível diagnóstico preventivo. Hoje os motores marítimos fazem uso da eletrônica para monitoramento da pressão de combustão. Ciclos As limitações do indicador mecânico são superadas utilizando um “Indicador Eletrônico de Pressões”. O elemento sensor compõe-se de um diafragma metálico cuja deformação é função da pressão do FA no cilindro do motor, a deformação é transmitida a algum elemento secundário que gera o sinal elétrico (exemplo: transdutor piezo elétrico). Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos Esse diagrama representa o ciclo desse tipo de motor naturalmente aspirado, operando a plena carga e para que certos detalhes fossem visíveis, não foi traçado em escala, mas apenas esquematizado. O diagrama representa o que seria observado no tambor do Indicador Mecânico de Pressões se ele tivesse um movimento de rotação (vaivém). Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos Esse diagrama representa o ciclo desse tipo de motor naturalmente aspirado, operando a plena carga e para que certos detalhes fossem visíveis, não foi traçado em escala, mas apenas esquematizado. O diagrama representa o que seria observado no tambor do Indicador Mecânico de Pressões se ele tivesse um movimento de rotação (vaivém). Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos Abaixo do eixo das abscissas (eixo dos volumes), foi representado o cilindro com o pistão nas posições de PMS e PMI, além de uma posição genérica intermediária do Curso. Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos (I)-(2) » Admissão: o pistão desloca-se do PMS ao PMI com a válvula de admissão aberta, de tal forma que o cilindro está em contato com o ambiente. Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos A pressão em seu interior mantém-se um pouco menor que a pressão atmosférica, dependendo da perda de carga no sistema de admissão, causada pelo escoamento da mistura combustível-ar (ou apenas ar no caso de injeção direta de combustível) succionada pelo movimento do pistão. Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos (2)-(3) – Compressão: fecha-se a válvula de admissão e a mistura confinada no cilindro é comprimida pelo pistão que se desloca do PMI ao PMS. A curva (2)-(3) indica uma diminuição do volume do FA e um consequente aumento da pressão. Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos Nota-se que, antes de se atingir o PMS, ocorre o salto da faísca e a pressão tem um crescimento mais rápido do que aquele que teria somente por causa da redução do volume provocada pelo pistão. Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos (3)-(4) – Expansão: tendo saltado a faísca no ponto (a), a pressão aumenta rapidamente em virtude da combustão da mistura. Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos O pistão, empurrado pela força da pressão dos gases, desloca-se do PMS ao PMI e com esse movimento o FA sofre um processo de expansão, isto é, um aumento de volume com consequente redução da pressão. Esse é o tempo do motor que produz um trabalho positivo - tempo útil. Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos (4)-(1) - Escape: no ponto (b), um pouco antes do PMI, abre-se a válvula de escape e os gases, por conta da alta pressão, escapam rapidamente até alcançar uma pressão próxima da atmosférica. Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos O pistão desloca-se do PMI para o PMS expelindo os gases queimados contidos no cilindro, e a pressão mantém-se ligeiramente maior que a atmosférica. Alcançado o PMS reinicia-se o ciclo. Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos Note que, de posse desse diagrama, pode-se fazer analises do funcionamento do motor; por exemplo, que as áreas contidas entre os processos e o eixo dos volumes correspondem ao trabalho realizado. Diagrama da variação de pressão de um motor Otto a 4 tempos A Figura representa qualitativamente o diagrama p - α de um MIF - 4T, traçado por um indicador mecânico de pressões, no qual o tambor gira continuamente. Observe que cada ângulo α de rotação da manivela corresponde um certo volume do FA contido entre a cabeça do pistãoe o cabeçote. Diagrama da variação de pressão de um motor MIE a 4 tempos (A) mostra o esboço de um diagrama p - V de um motor ciclo Diesel normalmente aspirado, traçado com um indicador de pressões cujo tambor tem um movimento de vaivém sincronizado com o movimento do pistão. Diagrama da variação de pressão de um motor MIE a 4 tempos (B) mostra o diagrama p-α correspondente. Para efeito didático o diagrama foi traçado com alguns trechos acentuados em relação à realidade para que se possam ressaltar suas características. Diagrama da variação de pressão de um motor MIE a 4 tempos (1)-(2) Admissão: a única diferença em relação à admissão do motor Otto é o fato de que o fluido admitido é apenas ar e não mistura combustível-ar. Evidentemente esse fato não é observável no ciclo indicado. Diagrama da variação de pressão de um motor MIE a 4 tempos (2)-(3) Compressão: realiza-se da mesma forma que no motor ciclo Otto, entretanto atinge-se uma pressão final mais elevada em decorrência da maior taxa de compressão necessária para se ultrapassar a TAI do combustível. No ponto (a) desse processo, inicia-se a injeção de combustível, antes mesmo do fim da compressão. Diagrama da variação de pressão de um motor MIE a 4 tempos (3)-(4) - Combustão e Expansão: o combustível é injetado de forma controlada, desde (a) até (b). Por consequência dessa injeção controlada e da expansão simultânea, a pressão, que pela combustão deveria aumentar e pela expansão diminuir, mantém-se aproximadamente constante, formando um patamar no diagrama. Diagrama da variação de pressão de um motor MIE a 4 tempos (4)-(1) Escape: processa-se exatamente da mesma forma que nos MIF. Comparativo Comparativo das pressões nos picos!
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