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Procuradoria - Área Judiciária CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Tributário Professor: Caio Bartini Aulas: 01 a 04 | Data: 07/02/2014 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO E FUNCIONALIDADE DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL CATEGORIA DE TRIBUTOS 1. IMPOSTOS 2. TAXAS 3. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIAS 4. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 5. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 6. OUTRAS CONTRIBUIÇÕES COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 1. Competência Legislativa 2. Competência tributária propriamente dita 3. Características 4. Espécies de competência tributária CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA 1. Características da capacidade tributária ativa LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR 1. Eficácia constitucional das limitações do poder de tributar @caiobartini DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO E FUNCIONALIDADE DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL Artigos 145 ao 162 da Constituição. Exigisse em concursos a classificação tributária. a) Formal: são as normas constitucionais que versam diretamente sobre a funcionalidade do sistema tributário. Esta passa a ser estabelecida entre os artigos 145 até ao 165 da CF. Para que serve o pagamento de tributo? Página 2 de 9 Podemos dizer que é para tornar a vidada coletividade mais digna, ou seja, evolve a dignidade da pessoa humana. Esta dignidade só passa a ser efetivada com a tributação. b) Material: são as demais normas constitucionais que de forma reflexa ou indireta dependem da funcionalidade de um sistema tributário para a sua efetivação. A constituição federal não constitui tributos, porém, por mais que ela não crie tributos ela traz um rol de tributos que devem ser instituídos pelas pessoas por ela indicados. O STF quando do julgamento do Recurso Extraordinário 138.284/ CE afirmou que este rol de tributos à classificação são pentapartidas (quinquiopartida) CATEGORIA DE TRIBUTOS 1. IMPOSTOS Artigo 145, inciso I CF e 16 da CTN. Os impostos podem ser ordinários e extraordinários a) Ordinários: Federais: previstos no artigo 153 da CF 1º imposto de importação (II)- previsto nos artigos 19 a 22 CTN e DL 37/66 2º imposto de exportação (IE)- Previsto nos artigos 23 a 28 CTN e lei 1578/77 3º imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR)- Tem critério estabelecido nos artigos 153, paragrafo 2º da constituição e 43 a 45 do CTN. O imposto pode ser: *Pessoa física: lei 7713/88 e 9250/95 *Pessoa jurídica: lei 8981/95 e 9430/96 Temos o decreto 300/99 4º imposto sobre produtos industrializados- Artigo 153 da constituição e 46 a 51 CTN e decreto 7212/10. 5º imposto sobre as operações decorrentes de crédito, cambio, seguros, títulos e valores mobiliários (IOF)- Este imposto por si só tem no artigo 153, paragrafo 5º da Constituição e 63 a 66 CTN e regulamentado pela lei 5143/66. 6º imposto territorial rural (TR)- artigo 153, parágrafo 4º da constituição, 29 a 31 do CTN, lei 9393/96, lei 11250/05 e artigo 185 da CF. Página 3 de 9 7º imposto sobre grandes fortunas (IGF)- Não temos lei complementar regulamentando apenas anteprojeto, mas foi barrado. Estaduais 1º imposto sobre transmissão “causa mortes” e doações (ITCMD)- artigo 155, parágrafo 1º da constituição, artigo 35 a 42 do CTN. Temos também a resolução do Senado Federal 9/92 e julgamento do Recurso Extraordinário 562.045/RS admitindo que o ITCMD possa ser progressivo. 2º imposto de circulação de mercadorias e serviços de transportes interestadual, intermunicipal e de comunicações (ICMS) – artigo 155 parágrafos 2º e 3º da constituição, lei complementar 87/96 e 24/75. Ele também se rege por regulamento, protocolos e convênios. 3º imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA)- artigo 155, parágrafo 6º da constituição. Ele não possui lei complementar federal que determina seu regramento de incidência, isto fez com que o STF aplica-se o disposto no artigo 24, parágrafo 3º da constituição, no qual os Estados na ausência de lei complementar federal cria a sua própria regra de incidência. O IPVA não incide sobre aeronave e embarcações, pois acarretaria afronta de invasão de competência tributária. Municipais: Estabelecidos a partir do artigo 156 da CF 1º Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU)- Artigo 156, parágrafo 1º da constituição, artigo 182 da CF, artigo 32 a 34 CTN e lei 10257/01 (estatuto da cidade). 2º imposto sobre a transmissão onerosa de bens imóveis Inter vivos (ITBI)- Artigo 156, parágrafo 2º CF, artigos 35 a 42 CTN. 3º imposto de serviços de qualquer natureza- artigo 156, parágrafo 3º, lei complementar 116/06 e artigo 9º decreto lei 406/08. b) Extraordinários Residuais: artigo 154, inciso I Imposto extraordinário de guerra (IEG): artigo 154, inciso II da CF 2. TAXAS Artigo 145, inciso II, parágrafo 2º da Constituição. Artigo 77 a 79 CTN Súmula vinculante 12-19-29 A taxa tem natureza tributária diferente da tarifa que tem uma natureza contratual, ou seja a tarifa não é tributo é um preço pago pelo serviço público. Página 4 de 9 Pedágio não é tributo ele é tarifa. Temos dois tipos de taxa, a saber: a) Taxa de polícia b) Taxa de serviço 3. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA Artigo 145, inciso III CF Artigos 81 a 82 CTN Dec 195/67. 4. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS Tem previsão no artigo 148 da CF Artigo 15 CTN. Os empréstimos podem ser a) Emergenciais: decorrente de calamidade pública e guerra externa b) Empréstimos compulsórios de investimento: decorre de investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional e absorção temporária do poder aquisitivo de moeda. Artigo 15, inciso III CTN. O STF entendeu que este empréstimo não foi recepcionado na constitucional de 1988. 5. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS Esta nomenclatura não é constitucional e sim jurisprudencial> esta nomenclatura é um gênero de contribuições. 5.1 - CONTRIBUIÇÕES GERAIS Contribuição sobre a intervenção no domínio econômico (CIDE), vejamos as principais. 5.1.1. CIDE a) Adicional de frete na para renovação da marinha mercante- lei 10.893/04 b) ATP- Adicional de tarifa portuária- lei 7700/88 c) Contribuição da CIDE Royalties- lei 10168/00 d) CIDE Combustíveis- artigo 177, parágrafo 4º da CF e lei 10366/01 e) Contribuições para o SEBRAE- lei 8029/90- esta nasceram como contribuição corporativa mas o STF entendeu que as contribuições do SEBRAE tem natureza interventiva. Página 5 de 9 5.1.2. Contribuições de interesses das categorias profissionais e econômicas (corporativas) a) Conselhos profissionais: CREA, CRC, ou seja as anuidades que são pagas possui uma natureza tributária, portanto quando se for cobrar deve se inscrever em dívida ativa, salvo a OAB, pois segundo STF a OAB é uma entidade sugeneris. b) Sistema “S” serviços sociais autônomos: estes são terceiro setor- artigo 240 da CF. Ex. SESI, SENAC- ETEC, salvo SEBRAE. c) Contribuições para seguridade social. Salário educação- artigo 212, parágrafo 5º, da Constituição SAT (Seguro de acidente de trabalho) 5.2 - CONTRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS Artigo 095, 239 CF. 1. Da pessoa jurídica a) Folhas e salários- contribuição patronal b) Receita e faturamento- CONFINS- LC 70/91- 9718/98- Lei 10833/03 PIS- LC 7/70- Artigo 239- Lei 10637/02 c) Lucro- CCLL- Lei 7689/88 2. Pessoa física a) Folha de salário- empregado – Lei 8212/91 3. Receita do concurso deprognostico Artigo 26 da lei 8212/91- títulos de capitalização 4. Importador de bens e serviços CONFINS- PIS Importação lei 10865/04 5.3. CONTRIBUIÇÃO DE CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA (COSIP)- Artigo 149-A da constituição (EC 39/02) STF no Recurso Extraordinário 573675 afirmando que era “Sui generis”. 6. OUTRAS CONTRIBUIÇÕES 1. Contribuições sindicais: o STF discutiu que tem natureza tributária diferentemente da contribuição confederativa 2. Contribuição confederativa: é aquela que esta prevista no artigo 8º, paragrafo IV da constituição. O STF entendeu que a contribuição não tem natureza tributária. Página 6 de 9 3. Contribuição por FGTS: lei complementar 110/01, súmula 3535 STJ entendeu que FGTS não é tributo, ou seja, não tem natureza tributária. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 1. Competência Legislativa: artigo 24, inciso I, 30, inciso I a III da constituição diz da competência concorrente entre União, Distrito Federal e Município. Porém as normas gerais a competência da União, o que não exclui a competência dos Estados de legislar de forma suplementar. O artigo 24, parágrafo 2º determina a legislação suplementar dos estados. Ou seja, os Estados exerceram uma competência legislativa plena. Se a lei estadual afronta uma lei federal posterior, a lei estadual fica suspensa, pois se a federal for julgada inconstitucional a Estadual volta à vigência. 2. Competência tributária propriamente dita: é aquela que visa à instituição de tributos. Esta competência é atribuída aos entes políticos dotados de competência legislativa plena. Não é toda pessoa jurídica de direito público que pode criar tributos, por exemplo, as autarquias embora pessoa jurídica de direito público não crie tributos. 3. Características a) Indelegabilidade: não pode ser delegada. Aqui é a impossibilidade de o ente federativo passar para terceiros. b) Intransferibilidade: não pode ser transferida a competência. Aqui é a impossibilidade do ente transferir para outro entre. c) Irrenunciabilidade: pela determinação da característica a competência tributária não pode ser renunciada. Não pode abrir mão da competência. Não podemos confundir renuncia de competência com renuncia de receita tributária. Temos duas espécies de renúncia de receita: Impositiva: a constituição federal determina que o ente tenha que abrir mão da receita. A lei impor. Que nos geram suas situações: * repartição de receita tributária: prevista no artigo 157 a 162 da CF. esta foi criada como uma forma de tentar manter o equilíbrio do federalismo fiscal (autonomia financeira dos entes). Dentro da federação temos quatro entes (União, Estado, DF e Municípios). Os tributos passiveis de repartição são: Determinados impostos CIDE combustíveis Temos alguns impostos que não sofrem repartição: Os federais são: Imposto Importação, Exportação, IGF, IEG Os estaduais é: ITCMD Os Municipais são: IPTU, ITBI e ISS. Página 7 de 9 Repartição de receita tributária direta são dos entes da federação entre si, autorizadas pela constituição, como por exemplo, fundo de participação dos Estados Imunidade Tributária: É uma vedação constitucional que impede a incidência de tributos Facultativa Faculdade da instituição de tributos. O STF diz do poder de tributar mas pela lei de responsabilidade criar um tributo é um dever porque afeta um orçamento planejado. Concessão de incentivos de subsídios e de benefícios fiscais. A constituição estabelece no artigo 150, parágrafo 6º que deve ser conferido mediante lei especifica que em regra esta lei costuma ser ordinária. Esta concessão de subsídios e benefícios deve vir acompanhada de um estudo de impacto orçamentário e indicação de outra fonte de custeio. d) Incaducabilidade ou imprescritibilidade 4. Espécies de competência tributária a) Privativa: é aquela conferida pela constituição para a instituição de impostos ordinários. Federais: artigo 153 CF Estaduais: artigo 155 CF Municipais: artigo 156 da CF b) Comum: todos os entes da federação podem instituir taxas, contribuição de melhoria c) Residual: pertence apenas a União. Podem criar outros impostos não previstos na constituição (novos impostos federais). Podem criar novas contribuições sociais não previstas, artigo 195, parágrafo 4º da CF. A união tem que preencher alguns requisitos nos termos do artigo 154, inciso I da CF. Apenas por lei complementar Não cumulativos Fato gerador e base de cálculo diferente ou dos impostos ou das contribuições sociais já existentes. O supremo se posicionou afirmando que uma nova contribuição pode ter fato gerador e base de calculo própria de imposto. d) Extraordinária: pertence apenas a União. Pode criar Empréstimo compulsório Imposto extraordinário de guerra- artigo 154, inciso II da constituição. Em uma situação de guerra ou cria o empréstimo compulsório ou imposto extraordinário. Página 8 de 9 e) Exclusiva: em regra pertence à União. As contribuições especiais- CIDE- CORPORATIVAS E SOCIAIS- pertencem a União. Contribuição especial que não são de competência da União: Contribuição de custeio de serviço de iluminação pública (COSIP). Contribuição para o custeio do regime previdenciário de seus servidores. f) Cumulativa: é aquela que pertence ao Distrito Federal. Este pode instituir os impostos estaduais como também instituir os impostos municipais. g) Territórios federais: o Brasil não tem território federal mas este é restrito aos interesses da União. Os impostos estaduais será de competência da União. Podemos ter território federal fracionado em Municípios. Mas se não for dividido em Municípios a União à instituição dos impostos Municipais. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA Esta tem relação com arrecadação e a fiscalização de tributos- Exercício da administração tributária. Segundo entendimento do STF quem exerce capacidade é toda pessoa jurídica de direito público. Ou seja, entes federativos, autarquias e fundações públicas. Toda pessoa que tem competência tem capacidade, mas nem todo que tem capacidade tem competência. O estudo da capacidade tributária ativa de agencias reguladora, agências executivas e de consórcios públicos, vejamos: Agência é qualificação que se da à autarquia ou a fundação Consórcios públicos: se rege nos termos do artigo 241 da CF e lei 11107/05. Este é uma forma de gestão associada entre entes federativos. Têm-se um consórcio público de direito público ele se configura como associação pública (espécie de autarquia). 1. Características da capacidade tributária ativa a) Delegabilidade: podem delegar a capacidade ás autarquias e fundações públicas. b) Transferibilidade: significa que os entes da federação podem transmitir a capacidade entre si desde que haja a expressa autorização constitucional. Imposto de renda de pessoa jurídica IPI INSS Patronal COFINS PIS FAZEM PARTE DO SIMPLES NACIONAL CSLL ICMS ISS c) Precariedade: por esta a delegação da capacidade tributária pode ser revogada a qualquer tempo por ato unilateral à precariedade diz respeito à delegação mas não se aplica aos entes da federação. Página 9 de 9 LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR A competência em matéria tributária não é absoluta. Competência tributária negativa (regras de competências). O STF diz que as limitações são conceituadas com direitos fundamentais do contribuinte e o Ministro Celso de Mello diz que estas limitações se configuram como direitos e garantias individuais docontribuinte. 1. Eficácia constitucional das limitações do poder de tributar. O poder de tributar ora tem aplicação de eficácia plena ora de eficácia contida. Exemplo da contida é imunidade genérica subjetiva estabelecida no artigo 150, inciso VI “c” da CF. Mas nunca de eficácia limitada.
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