Buscar

Apostila de composição fotografica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Hudson Malta
Apostila:
Composição 
Fotográfica 
Criativa
1
V I S U A L A R T S
HudsonMalta
A composição é o nobre fundamento da fotografia que trata do expressividade, e não apenas o conhecimento da técnica e 
arranjo entre os elementos da imagem de forma a permitir a domínio dos seus recursos. 
eficiente comunicação com o receptor, através de uma 
Ao final, surge a tão desejada ‘assinatura artística pessoal’, algo 
linguagem visual regida por normas objetivas e subjetivas.
que define o artista como dono de uma linguagem única e 
O objetivo final é dar continuidade à difusão dos valores própria. Talvez essa seja a principal exigência para que a 
simbólicos contidos na cena, passando-os ao receptor e criando criatividade se mostre. A criatividade é a pura expressão liberta, 
as melhores condições possíveis para a interpretação da voando alto com extrema força própria após a leve impulsão 
imagem. O uso cuidadoso de cores, grafismos, texturas, inicial dada pela aplicação esperta de conceitos. 
contrastes, ângulos, desfoques e posicionamentos permite o 
Nesta obra você conhecerá os pequenos detalhes que fazem 
controle absoluto sobre cada aspecto visual da imagem. O 
toda diferença na linguagem fotográfica. Você será apresentado 
fotógrafo deve sempre procurar a mistura equilibrada entre 
aos vários truques da composição e aprenderá a utilizá-los de 
visão refinada, sensibilidade apurada e conhecimento técnico 
maneira criativa e eficiente.
para atingir a comunicação que deseja.
Mas, apesar de bem definidas, as regras de composição também 
 Hudson Malta
podem (e devem) ser colocadas à prova. Certa vez, um fotógrafo Textos, imagens e diagramação
experiente me disse que ‘você percebe que está fotografando 
bem quando descobre que pode chutar o balde’, ou seja, 
desvirtuar as regras é importante quando se sabe o que está 
fazendo. O conhecimento da própria linguagem pessoal-visual-
fotográfica, aliada à evolução da necessidade de expressão, 
concede ao fotógrafo a sublime capacidade de subverter as 
convenções. Há o tempo de ir mais além, surprendendo o 
receptor com imagens que traduzem o pensar de quem as criou. 
Tais ‘quebras’ trazem informações inéditas e levam à novas 
reflexões. Entretanto, este nível de controle sobre a imagem 
exige do fotógrafo a plena consciência sobre sua própria 
Copyright 2009 Hudson Malta
Nenhuma imagem ou texto contido neste documento pode ser utilizado ou 
reproduzido sem o prévio e expresso consentimento do autor.
Introdução
Composição Fotográfica Criativa
O debate
O outro lado
digitais deve ser tratada com transmitido a cada pessoa que muitas vezes sem perceber ou 
Bem, se estes são especiais, como 
cuidado. Em nosso debate, depois de observar sua fotografia. desejar. Usam algo muito especial Com a consolidação da fotografia 
faremos para tentar alcançar seus 
algumas análises, percebemos que para fazer coisas diferentes e sempre digital, estamos testemunhando 
Este é um lado diferente que preza a resultados? Há métodos de 
este ‘movimento’ é legítimo e novas, surpreendentes e excitantes. atualmente uma verdadeira 
força do signo gráfico e das doutrinação? Algo que possa 
natural, pois o registro puro e São os criativos, estes mutantes explosão. Milhões e milhões de 
conceituações artísticas para converter pessoas em seres 
simples da imagem é a premissa alienígenas perdidos em nossa pessoas não hesitam em clicar todo 
cumprir uma outra função da criativos? 
básica da fotografia desde a sua mísera dimensão. Seriam eles os e qualquer momento com suas 
fotografia, mais voltada à expressão 
invenção. Dessa forma, o que responsáveis pelos desenhos maquininhas, registrando cenas Falando de fotografia, há, sim, meios 
milhões de pessoas fazem rupestres de Altamira e cotidianas e transferindo à outras de fazer mais e melhores imagens. 
hoje nada mais é do que Lascaux? Saberemos algum pessoas as suas memórias. É um Há técnicas, conceitos e truques que 
apertar um botão para dia...maravilhoso mundo novo, onde mais podem apresentar algo novo à 
fazer uso de toda uma uma ferramenta de expressão está à qualquer pessoa, e só é preciso 
Estes estão aí para nos 
plenitude de recursos em nossa disposição para transmissão estabelecer um início. Há um 
mostrar lados antagônicos 
prol da mais prosaica de emoções e pensamentos. caminho, e nele há uma busca. 
e totalmente pessoais das 
atividade: eternizar a 
artes, fotografia inclusa, Em debate recente com alguns Se estes recursos não formam novos memória.
sempre envoltos em um alunos do meu curso de fotografia, mutantes, pelo menos abrem as 
incrível turbilhão de abordamos a tão falada ‘banalização portas para uma compreensão 
do que ao simples registro de fatos. resultados. O mais fantástico é que, da imagem’ , termo fácil de ser Por outro lado, existe uma parcela de melhor da criatividade e da 
Dominam a técnica e algumas vezes paradoxalmente, às vezes, há um encontrado nas rodas de conversas pessoas que não querem apenas comunicação na fotografia.
a arte, e elevam a fotografia à um desprendimento tão grande entre entre fotógrafos e aficcionados. Sim, registrar os momentos, mas também 
patamar nobre. São cientes da sua criador e suas obras que parece ser é verdade que nunca se fotografou expressar sentimentos e 
condição diferenciada. este o único fato que prova suas tanto. As pessoas nunca tiveram nas comunicação. Para estes, não basta 
Mas entre estes pode haver um 
capacidades, pois tudo sempre é mãos a possibilidade de registrar apertar o botão. Buscam o 
grupo ainda mais interessante, que 
muito natural e fluido. Eles só seus momentos à custo tão baixo preenchimento da imagem com 
considera sua imagem como algo 
precisam criar, criar, criar. E assim como hoje. Mas a idéia de que a informações, objetivas ou subjetivas, 
que precisa ser realmente único, e 
seguem se comunicando e se fotografia não é mais a mesma por para garantir que o aquele impacto 
atingem o objetivo brilhantemente, 
expressando.causa do sucesso das câmeras inicial da imagem continue sendo 
‘Ahh, os criativos,
estes mutantes 
alienígenas perdidos 
em nossa mísera 
dimensão...’
O horizonte Desafio constante
Então...
igual a nada do que foi produzido que podemos criar a partir de agora. principal é ter em mente que o 
antes, acredite. Afinal, a criatividade Valorizamos o caminho percorrido, horizonte se afasta à medida que Bem, agora que honramos Para a fotografia, a idéia criativa 
reside em todo o caminho tanto por nós mesmos quanto por avançamos, portanto, não há limites devidamente lados tão diversos, sempre é desafiadora. O aspecto 
percorrido. No final, temos a qualquer outro. A partir daí, dá para para o que o pensamento criativo podemos nos concentrar naquele livre do pensamento criativo às 
alavanca para fazer algo maior, oferecer algo sempre novo e pode realizar e nem há uma meta que mais nos interessa, sem vezes se encontra em frente à 
melhor e mais criativo. Nunca é fácil, surpreendente! final a ser alcançada. Há apenas um remorsos. Sabemos o que queremos. complicações que parecem fazer 
mas sempre é muito bom! constante caminho de desafios, Mas é óbvio que para se comunicar com que a inspiração de todas as 
novas propostas e novas criações. com a imagem é preciso dominar pessoas provém da mesma fonte, e 
Nem sempre melhores, mas novas. mais do que um único botão. E isso é duro. Na fotografia isso consiste 
Simples assim.depois de estudadas as técnicas, em querer sempre algo 
Muitas vezes tive idéias 
ainda é preciso combinar tudo com o novo, estar sempre em 
Na técnica, prática e busca que acreditava serem 
senso criativo e artístico. Aí, a busca de informações e 
constante, provocamos o inéditas, para depois 
conversa muda. Este éo ponto onde conhecimento sobre obras 
pensamento criativo. Buscamos a descobrir que alguém já 
todos param e olham o vasto antigas e modernas, sobre 
conexão entre imagem e receptor, havia pensado a respeito, 
horizonte à frente, tão qualquer manifestação 
aqueles mágicos segundos em que a ou produzido algo 
aparentemente inacessível e artística. Consiste também 
foto prende a atenção dos olhos. O fantasticamente 
distante. Muitos dão meia-volta e em sempre ser desafiado 
novo, diferente e criativo é relevante sobre aquilo. 
aceitam o limite, satisfeitos com a pelo próximo trabalho, que 
Precisamos sempre nos nutrir de interessante! A boa fotografia, seja Sempre é uma ducha de água fria, 
técnica adquirida. Não estão poderá (deverá?) ser mais criativo 
interferências externas para em qual segmento for, necessita com certeza. Nestes casos, vale a 
errados, é uma questão de proposta. que o anterior. Nunca se sabe até o ´turbinar´ nossa percepção e, assim, 
disso. Mas a busca é constante. pena efetuar constantes pesquisas e 
final, mas dá pra ter uma boa potencializar nossos processos 
Quando achamos ter encontrado o Quem vai em frente segue de estudos sobre os resultados alheios. 
previsão.criativos. Isso não significa que 
ponto ideal na foto mais recente, um maneira tão diferenciada que Veja bem, eu disse resultados, não 
devemos copiar as idéias, pelo 
novo desafio aparece e descobrimos consegue contar qualquer história de métodos. O método precisa ser É legal ter parâmetros, um próprio e 
contrário. Devemos sim avançar nas 
que ainda falta muito...maneira especial, única e exclusiva. criado por você para que o resultado outros externos. Hoje é fácil saber o 
idéias, mergulhar e nadar em meio à 
Isso já é criatividade. seja original. Com o que acontece pelo mundo e entrar 
conceitos e práticas alheias, 
desenvolvimento dos seus próprios em contato direto com outros 
conhecer o que já existe para saber o 
métodos, seu trabalho nunca será produtores de comunicação. O 
‘A criatividade é a idéia 
sempre presente, o 
pensamento livre e a
valorização do caminho
percorrido’
forma que cause determinado 
Elementos da 
impacto.
composição A composição criativa se vale disso. 
Através de conceitos espertos e 
fotográfica algumas ‘ ‘malandragens 
psicológicas’, é possível fazer com 
Uma boa fotografia depende de 
que o receptor tenha determinadas 
diversas ligações entre seus 
sensações ao ver uma foto, 
elementos para que que o receptor 
independente do motivo 
se sinta capturado pela cena. Ele não 
fotografado. É possível guiar seus 
conhece nossos truques, mas sabe 
olhos enquanto recebe informações 
que alguma coisa existe naquela foto 
ocultas pela cena, até chegar ao 
para lhe agradar tanto, embora não 
clímax visual que o libera para a 
consiga definir exatamente o que 
interpretação do que viu. Estes 
seja, na maioria dos casos. Tudo isso 
elementos podem ser graficamente 
precisa vir acompanhado de doses 
explícitos ou delicadamente 
de surpresa, enigma, humor, ou o 
subjetivos. O importante é saber 
que mais for vital para a composição. 
como colocá-los lá, na medida certa, 
Importante é ter em mente de que 
de forma que cumpram o grande 
estas ligações precisam ser 
objetivo: expressar e comunicar.
deliberadas e conscientes, tal qual 
um texto que reúne palavras para a 
formação de sentenças lógicas e 
expressivas. Cada ponto, linha, cor, 
forma, enfim, cada elemento deve 
ser calculado e disposto na cena de 
‘Na composição 
criativa, cada elemento 
possui uma importante 
função. Minimize 
o acaso.’
Linhas Apesar de serem os elementos mais básicos na As diagonais podem também ser usadas para criar um 
composição, é preciso treinar sua visão para encontrar as senso de profundidade e movimento, convertendo o 
linhas de uma cena. Elas são os alicerces da imagem, e plano bidimensional de uma fotografia em algo quase 
devem ser utilizadas tanto para transmitir sentidos tridimensional. Unindo segmentos de linhas podemos 
básicos como para guiar o olhar do receptor pelo quadro. formar curvas pela cena, que também são muito 
Atuam de várias formas: definem limites internos, importantes para a condução do olhar. 
conduzem o olhar, dão ‘pesos’ à áreas da cena, 
 Tenha em mente que qualquer leve desvio ou inclinação 
determinam o dinamismo geral da imagem.
influenciará no resultado final, portanto, procure 
Chamo de linhas de força aquelas que são usadas na conceber previamente uma idéia e estude os 
imagem para determinar características como sentido da posicionamentos mentalmente antes de fazer a foto. 
leitura, caminho a ser percorrido pelo olhar, entre outras. Lembre-se sempre que o controle é seu, quem determina 
Se bem empregadas as linhas podem ‘forçar’ um o resultado é você.
seguimento visual dentro da imagem para determinar ou 
sugestionar, em alto grau, a sua interpretação.
Há basicamente três tipos de linhas: horizontais, 
verticais e diagonais. Cada uma delas confere à cena um 
determinado caráter, e você precisa encontrá-las e 
determinar, através do enquadramento, quais terão mais 
força e presença na imagem. Linhas horizontais, por 
exemplo, são plácidas e expressam tranqüilidade. Linhas 
verticais trazem mais dinamismo, particularmente 
quando a foto é feita em sentido vertical. Linhas 
diagonais são muito poderosas, pois além de formar 
irresistíveis “caminhos” pela imagem que conduzem os 
olhos do receptor, também conectam idéias distintas. 
Considero que a estrutura de idéias em minhas fotos 
deve fluir como em um texto, onde elementos simples 
de expressão se unem para transmitir sentidos 
complexos. Uso as linhas como os mais simples 
componentes dessa linguagem fotográfica, 
formando a base que dará suporte a todas as outras 
informações presentes na imagem.
Horizontais
distância, uma após a outra. Esta 
padronagem visual traz ritmo e 
movimento à imagem, além de 
Por serem elementos muito 
aumentar a sensação de distância.
relaxantes em uma imagem, linhas 
horizontais podem ser utilizadas 
para criar sensação de 
tranquilidade e contemplação, ou 
ainda para aumentar a impressão 
de espaço físico. Dificilmente algo 
dramático será associado à elas.
 
Podem também ser utilizadas 
como pontos de equilíbrio em 
cenas verticalizadas, pois trazem 
uma forte idéia de estabilidade. 
Esta característica as tornam muito 
úteis como condutoras do olhar, 
principalmente em cenas que vão 
se desenvolvendo na leitura da 
escrita ocidental, da esquerda para 
a direita.
O uso de camadas horizontais pode 
contribuir para o aumento de 
interesse, pois cria um ritmo visual 
que cativa o olhar e atrai a atenção 
para efeitos de profundidade. 
Imagine sequências de ondas em 
uma praia ou montanhas à 
1 - Tome cuidado com o uso de 
linhas horizontais excessivas ou 
muito fortes em temas dinâmicos, 
pois a imagem pode parecer sem 
sentido e desequilibrada. Nestes 
casos, prefira uma composição que 
valorize mais as linhas verticais ou 
diagonais. 
2 - Fique atento também aos 
horizontes ‘vazios’, pois a foto 
pode ficar entediante. Nestes 
casos, resolva o problema 
combinando elementos que 
tragam algum impacto visual. 
Verticais são excelentes para isso.
3 - Note na imagem ao lado as 
linhas horizontais em planos bem 
distintos: gramado, cerca, 
montanhas e nuvens. Procure 
organizar o quadro de forma que 
haja harmonia entre os elementos.
Linhas verticais
Equilibrio
Estas linhas são muito dinâmicas e 
presentes, estando diretamente 
relacionadas à força, crescimento e 
poder. Um elemento posicionado na 
vertical será bastantedestacado na 
imagem, e poderá sobrepujar 
facilmente qualquer outro elemento 
horizontal. 
Busque sempre equilíbrio com outras 
linhas, a menos que a imagem 
necessite de uma ‘sobrecarga de 
dinamismo’. As linhas verticais criam 
uma grande ligação com o receptor, e 
são fortes geradoras de interesse. 
Elas também facilitam a criação de 
caminhos pela imagem, sendo 
utilíssimas para ligar um ponto à 
outro na cena.
combinação com linhas horizontais 
Apesar da força destas linhas, elas subjetiva. Perceba a divisão distinta 
podem - e devem - ser combinadas de três planos horizontais: parte 
com horizontais, com o intuito de inferior, central e superior. Isto 
trazer equilíbrio à cena. Em alguns aumenta o equilíbrio com o excesso 
casos, as horizontais se beneficiam de verticais, mas mesmo assim a 
bastante das verticais, que acabam imagem mantém todo o dinamismo 
por trazer algum interesse às outras típico destas linhas. Nesta foto foi 
linhas que estejam em contraste utilizada uma abertura pequena (f/11), 
visual. Isso é especialmente com o intuito de aumentar a 
interessante em cenários: profundidade de campo e preservar 
experimente colocar um elemento Como fontes de linhas verticais as nuvens, garantindo mais algumas 
vertical fazendo um contraponto com podemos ter qualquer elemento, horizontais de equilíbrio.
a linha do horizonte!como árvores, construções ou 
pessoas. Se quiser enfatizar a altura e 
o poder do sujeito ou da cena, 
enquadre em um ângulo de visão 
baixo, apontando a câmera em 
diagonal para cima. Para reforçar 
ainda mais o poder de algumas linhas, 
faça a foto na posição vertical.
Ao lado, os prédios em Recife trazem 
as linhas verticais muito fortes, 
levemente atenuadas pela 
Dica: 
Tenha sempre em mente que o 
grande dinamismo provocado pelas 
linhas verticais pode enfraquecer 
outros elementos da imagem, não 
apenas as horizontais. Então, se você 
precisa posicionar elementos 
importantes horizontalmente, tome 
cuidado com as verticais.
Verticais x horizontais
1. Cactus em linhas verticais: Alto 
impacto e dinamismo.
2. Planos em linhas horizontais: 
placidez a tranquilidade.A cena 
também foi dividida em três partes 
distintas, com o foco da atenção no 
plano central.
3. Linhas horizontais: contemplação e 
plano geral da imagem. Linhas verticais: 
Ação e dinâmica em um ponto de 
atenção.
4. Linhas horizontais na Serra da 
Mantiqueira: repetição que gera ritmo, 
balanço e impacto visual, mas com 
grande efeito contemplativo.
1 2
43
Mesclando 
horizontais e 
verticais
oblíqua, gerando sombras direcionais 
que podem ser utilizadas para sugerir 
linhas.
Procure equilíbrio na combinação 
entre linhas diferentes. Mas, se a 
imagem necessitar de destaques 
A combinação de verticais e pontuais ou distinções entre 
horizontais cria imagens de grande dinamismo e tranquilidade, dê mais 
apelo gráfico. Procure elementos ênfase à umas ou outras. 
contrastantes e busque ângulos 
inusitados. Faça sempre que uma 
linha leve à elementos de outra, 
oferecendo ao receptor um exercício 
para olhos e mente. Posicione os 
elementos de forma que interajam 
entre si, criando caminhos curiosos e 
circulares pela imagem.
Aprenda a ver padrões, luzes e linhas 
que ajudem a levar o receptor ao 
ponto de atenção, onde está o 
elemento-chave da imagem. Isto 
aumentará a força da composição. Se 
o elemento precisa ficar centralizado, 
linhas laterais evitam que a imagem 
se torne estática. Experimente 
fotografar cedo ou no fim de tarde e 
perceba como a luz natural decora a 
paisagem com uma luz quente e 
Dica: 
A combinação de linhas depende de 
observação cuidadosa da imagem. 
Não hesite em experimentar ângulos 
diferentes, se preciso deite no chão 
para estudar uma nova composição! 
Há combinações ocultas e grandiosas 
entre as linhas que só a visão atenta e 
desprendida poderá encontrar.
Linhas 
diagonais
Sentido de leitura
subjetivas) que acabam se tornando 
sujeitos da cena. Estas formas são 
diretamente percebidas pelo receptor 
e vitais para a interpretação, pois 
criam linhas de ligação entre partes 
Extremamente poderosas e úteis, 
isoladas na imagem.
estas linhas são essenciais e estão 
mais associadas ao dramático e 
A nossa leitura visual é amplamente dinâmico do que qualquer outra. São 
determinada pela escrita. Em povos quase onipresentes. Sua força de 
ocidentais, a interpretação visual se atração é tal que guiam o olhar do 
dá através de uma varredura que receptor com muita facilidade, 
inicia no canto superior esquerdo e inclusive fora dos eixos 2D típicos de 
segue até o canto inferior direito. Em uma fotografia. Ou seja, elas 
povos orientais é o contrário, indo do conseguem até mesmo evocar 
canto superior direito ao canto tridimensionalidade na imagem, 
inferior esquerdo, enquanto culturas dando uma dimensão totalmente 
árabes vão da direita para a esquerda, nova à fotografia.
e de cima para baixo. Isto dá uma 
Sua localização e utilização na cena idéia do valor no uso das linhas 
dependem de muita sutileza, pois diagonais, pois através delas 
realmente importante. As linhas leves mudanças do ângulo de visão podemos sintetizar (e utilizar) os 
diagonais cumprem muito bem este criam ou eliminam diagonais processos naturais de interpretação 
papel.facilmente, principalmente nas cenas já presentes no subconsciente. 
Nesta foto, de uma igreja em 
em perspectiva. Procure por elas de 
Paraty/RJ, veja como as fortes linhas Sendo uma fotografia um conjunto forma consciente e cuidadosa. 
diagonais do telhado conduzem o de dados que se mostram todos ao 
Um grande recurso destas linhas é a olhar até a janela, passando por mesmo tempo, o uso de um 
conexão subjetiva entre elementos várias verticais de interesse. mecanismo que consiga definir 
da imagem, criando formas (também ordem sequencial da apresentação é 
Ligue tudo e 
crie formas
todas as informações sejam vistas e 
absorvidas pelo receptor, que pode 
finalmente interpretar a cena.
Esta é uma das mais importantes 
funções das linhas de força diagonais, Uma horizontal vai dos olhos do 
evidenciar um caminho para o olhar garoto(A) ao monitor, e uma vertical 
do receptor conectando elementos desce até o topo da mesa (B), onde 
distintos na imagem. Fique sempre encontramos o teclado e a borda 
atento às conexões da cena e busque diagonal da mesa, que nos leva de 
o enquadramento que as valorize volta aos olhos (c) e completa a 
como diagonais!leitura da cena. Esta triangulação é 
Perceba que uma pequena alteração 
um sujeito ativo e vital na imagem, 
no seu posicionamento às vezes é 
mesmo sendo totalmente subjetivo. 
tudo que se precisa para fazer a 
Com este ‘ truque’, garantimos que 
grande diferença na foto. Busque o 
ângulo de visão que inclua na cena as 
áreas de real interesse, deixando de 
fora aquelas que distraiam a atenção 
ou que não tenham nada a 
acrescentar à ideia proposta.
AA
BB
CC
Guie com 
gentileza
A diagonal formada pelas cordas da 
guitarra convidam o olhar a percorrer 
um suave caminho, até o encontro com 
outra diagonal formada pela peça 
metálica na parte de baixo. Um novo 
caminho é proposto, que leva o olhar 
até o início da meia-lua branca na parte 
superior direita. Este grafismo em curva 
suavemente leva o receptor de volta ao 
ínício em uma horizontal subjetiva. 
Esta foto representa muito bem a 
capacidade de condução e ligação que 
está presente nas diagonais. 
Pesos e curvas
Evite criar diagonais diretíssimas de um canto a 
outro,pois a imagem pode perder balanço e 
equilíbrio. Leve as diagonais através de curvas 
suaves, utilizando áreas de interesse como 
apoio, dando ‘pesos’ às curvas. Veja:
 
 Diagonais diretas. Estes são os sentidos 
gerais que daremos à leitura desta imagem. 
Perceba como a ligação é explícita entre ‘mãos’ 
(o que provoca a ação) e ‘instrumento’ (aquele 
que recebe a ação).
 Plano vertical. Esta linha garante a força do 
sujeito e cria equilíbrio com as duas diagonais 
diretas.
 Plano horizontal. Este detalhe no muro traz 
equilíbrio à cena, reforça a idéia do plano
horizontal e guia a leitura para a direita. 
Posicionado no meio da foto, ajuda a diminuir o 
excesso de verticalidade da cena.
 Linha de leitura. Esta é a linha resultante, 
que guiará o receptor, efetivamente, na leitura 
da imagem. Ela é formada pelos «pesos» 
definidos nas linhas de força, que atuam como 
guias. 
Senso de profundidade
Um grande recurso das diagonais é o senso de profundidade, que permite a 
análise de distâncias através de dados tridimensionais. Nestes casos, as 
diagonais estão ligadas à perspectiva, e não apenas a um caminho linear 
bidimensional. Este efeito é melhor realizado com o uso de objetivas curtas 
(angulares e grandes angulares), pois conseguem evidenciar a perspectiva, além 
de possuírem elevada profundidade de campo. 
O bom uso deste recurso faz com que a fotografia assuma um aspecto 
tridimensional, ampliando as possibilidades de comunicação. Uma composição 
que use este recurso pode conter elementos de expressão em vários planos 
diferentes. O único cuidado é com o excesso de informação, pois vários 
elementos conflitantes, em diversos planos, podem fazer com que a imagem 
fique caótica e desinteressante. Uma boa saída é utilizar fundos neutros, sem 
detalhes visuais complexos, ou com cores que não se sobressaiam às cores dos 
elementos principais. Áreas de muita diferença de contraste no fundo também 
devem ser eliminadas, principalmente se foram luminosas.
No caso da imagem ao lado, a estrada de terra, no canto superior esquerdo, dá 
ao receptor uma medida conhecida para que defina a escala de tamanho e 
distância. Sua presença na imagem é importante, pois é o elemento quetraz a 
real medida da altura em que os escaladores se encontram. Note que todas as 
linhas e pontos de interesse levam à esta estrada, que deve ser a última 
referência a ser identificada pelo receptor. 
14 AA
BB
CC
DD
AA
BB
CC
DD
Linhas: como ser 
criativo? 2
5
3
4
trajetória no céu. A ligação entre 
 Quando estiver definindo o elementos destacados também forma 
caminho do olhar, evite criar linhas subjetivas na imagem (invisíveis, 
diagonais diretas ligando o mas perceptíveis) em maior ou menor 
ponto inicial ao final. Faça com que o grau.
É mais fácil encontrar as linhas nas caminho a ser percorrido seja curvo, 
cenas do que fazer algo interessante suave e amplo. Lembre-se que uma 
Pense em 3D. Procure por 
com elas. Aqui estão alguns truques imagem criativa é como um texto: 
formas que se interligam no 
para você aplicar sempre. Não saia de quanto mais completa for a leitura, 
espaço tridimensional, usando 
casa sem eles! mais fácil será a interpretação.
elementos dispostos em planos 
Busque elementos na imagem diferentes.Crie linhas que unam 
que reforcem as idéias das elementos do primeiro ao úlimo 
linhas. Árvores, pessoas e plano. Sua fotografia ficará muito 
prédios são excelentes representantes mais surpreendente e interessante e 
das verticais, enquanto a linha do sairá daquele ‘padrão visual’ imposto 
horizonte, a superfície da água, bancos pela tradicional composição 
de praça e estradas funcionam bem bidimensional.
para as horizontais. 
 Um dos mais importantes 
recursos da composição 
criativa é o uso de informação 
subjetiva, formada por elementos que 
não precisam estar explicitamente ou 
graficamente visíveis para serem 
percebidos. Uma simples nuvem 
acima do horizonte, por exemplo, 
pode representar uma linha horizontal, 
pois nosso subconsciente conhece sua 
Localize na imagem pontos de 
interesse que possam ser 1conectados através de linhas 
objetivas ou subjetivas.
 Use estes pontos como atrativos para 
formar caminhos curvos que guiem o 
olhar por toda a cena, ou pelo menos 
pelas áreas mais importantes, sempre 
combinando verticais, horizontais e 
diagonais. Os diagramas ao lado 
trazem alguns exemplos de conexões e 
caminhos que podem ser criados. 
Considere o ponto A como o início da 
leitura visual, e o ponto D como sua 
finalização. Os pontos B e C seriam 
áreas de interesse que atrairiam o 
olhar, forçando o receptor a percorrer 
grandes áreas na imagem. 
‘Mantenha 
a intenção artística:
Este será seu 
motivo para não 
disparar à toa.’
AA
BB
CC
DD
AA
BB
CC
DD
AA
BB
CC
DD
AA
BB
CC
DD
AA
BB
CC
DD
AA
BB
CC
DD
AA
BB
CC
DD AA
BB
CC
DD
Estabilidade e 
instabilidade
Visualize a imagem como 
um todo
por áreas que se beneficiariam de vertical. A pendência da imagem para 
estabilidade ou instabilidade. O tema a direita gera instabilidade, que 
geral da foto também precisa dessa acentua ainda mais a sensação de 
análise e cuidado, pois a idéia básica precariedade do equilíbrio da ave. Se 
expressa pela imagem pode ser a foto fosse feita em um ângulo que 
As linhas podem criar outro senso prejudicada pela aplicação pouco deixasse o tronco menos inclinado, a 
interessante, dando à imagem (ou elaborada (ou deficiente) da cena traria uma idéia de estabilidade 
partes dela) um teor de estabilidade estabilidade ou instabilidade. Temas muito mais intensa, que 
ou instabilidade através da leve sóbrio e diretos normalmente pedem automaticamente alteraria a nossa 
inclinação das verticais e horizontais. estabilidade, gerando certeza e percepção de equilíbrio da ave.
As linhas diagonais são, por natureza, objetividade, enquanto mensagens 
sempre instáveis. Por vezes, uma mais subjetivas, críticas ou 
linha vertical ou horizontal inclinada subliminares carecem de 
não chega a se configurar como instabilidades que possam levar o 
diagonal, se este não for seu contexto receptor à dúvida, questionamento e 
na imagem. Nestes casos, a cena interpretação. A instabilidade 
passa ao receptor uma sensação de também pode levar ao aumento de 
desequilíbrio ou falta de balanço. Ao dinamismo e ação, da mesma forma 
enquadrar a cena, você deve ficar que as diagonais, porém com menor 
atento à disposição das linhas e suas intensidade. Ao contrário, linhas 
relações com outros pontos. estáveis conferem equilíbrio e inércia.
Na foto desta página podemos 
verificar a aplicação de uma vertical 
Um truque é sempre visualizar a instável. Apesar do troco em 
imagem como um todo, procurando diagonal, toda a cena se posiciona na 
linhas como 
alicerces visuais. 
Construa
sobre elas.’
‘Pense nas 
A instabilidade 
como 
ferramenta
Nesta foto, de uma antiga estação 
ferroviária em Paulo de Frontin/RJ, a 
câmera levemente inclinada trouxe 
iinstabilidade. O prédio ficou 
levemente tombado, embora ainda 
se constitua como uma intensa linha 
de força vertical. A soma das várias 
linhas diagonaia a esta vertical 
instável deu à foto um teor caótico e 
desequilibrado, aumentando a 
sensação de desordem e abandono 
do local. As vigas de ferro no canto 
inferior esquerdo parece erguer a 
construção em um movimento 
circular ascendente, trazendo ainda 
mais desequilíbrio visual.
Estruturando as 
linhas
Truques
combinar diversos tipos de linhas,áreas diferentes da imagem, parecido com um barril. Faça uso 
mas é preciso que estejam em complementando e enriquecendo a também de linhas naturais na cena 
acordo com a mensagem que a cena mensagem a ser transmitida. (árvores, postes, pessoas, etc) que já 
procura transmitir. De forma geral, estejam inclinadas, aproveitando-as 
lembre-se de que linhas estáveis no contexto da cena, caso precise de 
trazem equilíbrio e conforto, e linhas instabilidade em algumas áreas. E O uso de objetivas curtas facilita a 
Temos aqui uma série de exemplos 
instáveis fazem o contrário. Usando muito importante: não confunda inserção de linhas instáveis, já que 
de estruturas estáveis (A) e instáveis 
estruturas combinadas você pode linhas diagonais com verticais ou deformam naturalmente o campo de 
(B). Em uma mesma foto você pode 
expressar situações distintas em horizontais instáveis.visão em um formato circular, 
AA
BB
Exercícios 31 2Pegue uma folha de papel A4 Disponha vários lápis de Fotografe cenas horizontais e trace diversas linhas retas cor, de comprimentos v i r a n d o a c â m e r a horizontais, variando o variados, sobre uma mesa. verticalmente, e vice-versa. 
espaçamento entre elas. Depois, Faça mosaicos coloridos combinando Faça também composições utilizando 
selecione um texto de algum escritor o s l á p i s v e r t i c a l m e n t e e a câmera sempre inclinada em 45 
que goste e transcreva trechos deste horizontalmente. Observe quais são graus.Analise os resultados e encontre 
texto, manualmente, utilizando as as posições, horizontais e verticais, as linhas de força de cada cena. 
linhas como guias. Aumente ou o n d e d e t e r m i n a d a s c o r e s s e Utilizando um programa editor 
diminua o tamanho das letras de destacam. Tente fazer com que certas qualquer, faça flips (inversões) 
acordo com o espaçamento entre as cores se destaquem, simplesmente verticais e horizontais nestas imagens 
linhas. Perceba como as ênfases alterando suas posições. e observe se as linhas continuam 
provocadas pelo tamanho das letras mantendo sua força.
parecem modificar o teor do texto. 
Este exercício ajudará a entender 
melhor pequenos nuances nas linhas 
horizontais das imagens que irá 
fotografar.
As formas definem os conteúdos reconhecíveis da Atraia a atenção
Um grande e eficiente truque para compor cenas imagem, sejam eles explícitos ou não. As mais atrativas 
cativantres é utilizar duas das formas mais atrativas composições utilizam as formas dos elementos 
para a nossa percepção: círculos e a própria figura retratados ou as linhas formadas entre estes elementos 
humana. Nossa atenção é fortemente desviada para como blocos de construção da imagem. Lembre-se 
estas duas formas. Procure colocá-las nos pontos de sempre que os elementos gráficos não precisam ser 
interesse da imagem, seja como objetivo final ou como explicitamente visíveis na imagem. Como exemplo, 
ponto de ligação. Tenha cuidado com a figura humana, podemos ter um objeto de forma triangular como 
pois seu peso é grande em nossa ‘ordem de interesses sujeito da imagem, mas também podemos ter uma 
visuais’. Toda cautela é necessária quando inserir estrutura visual formada por linhas de conexão (ligando 
pessoas em fotos onde o ponto principal não seja a vários objetos) em formato triangular como sujeito da 
figura humana. É vital evitar o conflito visual entre imagem. O receptor sempre verá o triângulo, seja ele 
formas atrativas, portanto, sempre faça uso das linhas explicitamente visível ou algo que apenas transmita a 
de força para ‘orientar’ o receptor quanto à forma idéia de um triângulo.
correta de ‘passear’ pela imagem.
Linhas diagonais que resultem em triângulos ou círculos 
sempre são muito atrativas, mas outras estruturas 
podem ser utilizadas na composição. Pense sempre na 
conexão entre os elementos (sujeitos) da sua imagem, 
de forma a uní-los em uma estrutura interessante e 
geométrica. Isto acabará por se tornar também um 
"sujeito", embora oculto. O receptor se sentirá atraído 
pela imagem, embora não saiba exatamente porquê.
Formas
Procuro fazer com que as formas, explícitas ou não, 
atuam em conjunto com as idéias objetivas e 
subjetivas da imagem, enriquecendo o transporte da 
comunicação. São elementos elaborados e muito 
importantes na linguagem fotográfica, estando 
presentes e ativas mesmo quando não estão visíveis...
Círculos
principalmente em fotografia de animais. ondas ‘hipnóticas’ no caminho do olhar. Nas fotos acima, veja 
como a curvatura das pétalas parece nos levar ao centro da flor, 
Você pode também aproveitar as circunferências para quebrar 
enquanto a simetria entre pernas e percoços dos cavalos cria 
a rigidez em imagens muito geométricas, trazendo equilíbrio Quando o objetivo é surpreender a nossa percepção visual, esta 
um agradável semi-círculo que parece trazer equilíbrio à cena.
ou criando contraste à cena. Isso funciona muito bem em é uma das mais formas mais interessantes e polivalentes. 
fotografia de arquitetura, viagens ou paisagens urbanas. Se a Procure inserir elementos circulares nas áreas de interesse, 
imagem já é dominada por círculos, posicione-os de forma a ‘puxando’ a atenção do receptor para pontos específicos da 
criarem espirais ou linhas de conexão curvadas, o que criará imagem. Olhos são especialmente adequados para isso, 
Triângulos
Porquê triângulos funcionam?
Já sabemos que verticais e diagonais são uma 
grandes ferramentas composicionais: 
expressam força e permitem a criação de 
interessantes caminhos para o olhar. Já que 
triângulos possuem pelo menos uma diagonal 
e uma vertical, fica fácil entender a sua 
importância! Quando há duas diagonais 
então, tudo se multiplica. Sabendo disso, você 
pode buscar composições onde triangulos 
estejam presentes para garantir força, 
expressão e criatividade à cena. 
 Os vértices do triângulo dão a firme idéia de 
ligação, que pode ser utilizada como um meio 
de promover integridade entre vários 
elementos. Triângulos isósceles, equiláteros e 
acutângulos também traduzem firmeza, 
segurança e força de maneira paradoxal, pois 
sempre haverá duas linhas diagonais 
(altamente ativas) sustentadas por uma base 
horizontal (passiva).
O espaço 
negativo
O espaço negativo consiste em amplas 
áreas que, por não possuírem dados 
visuais relevantes, ajudam a concentrar 
a atenção do receptor nas partes de 
interesse da imagem (também 
chamadas de ‘espaço positivo’). Você 
deve aproveitar áreas neutras da 
imagem para destacar o elemento 
principal, sempre atento para não trazer 
conflito com o restante da cena. 
Espaços negativos não precisam ser 
totalmente inertes, e podem possuir 
alguma informação visual que 
complemente a cena.
Na imagem ao lado, o interior mal 
iluminado da casa e uma janela aberta 
serviram para destacar a bela luz do sol 
no exterior. As casas, cujas paredes 
brancas refletiam a luz alaranjada do sol 
de fim de tarde, ganharam destaque 
mesmo ocupando apenas uma pequena 
porção da foto. 
Fique atento...
Cuidado com texturas!
desfoques para diminuir o 
interesse em certos pontos da 
imagem e as linhas para conduzir 
Evite dar tamanhos iguais para 
o olhar. Lembre-se que cores e 
áreas negativas e positivas. Use a 
contrastres podem dispersar a 
Regra dos Terços para definir a 
atenção, criandos distrações 
melhor divisão da imagem. Em 
visuais que duelarão com o ponto 
muitos casos o drama e o impacto 
de interesse da imagem, 
visual melhoram quando o espaço 
diminuindo a força da 
negativo ocupa uma área maior 
composição. Seja cuidadoso com 
da imagem. Pense no espaço 
a textura dos espaços negativos.negativo como um descanso para 
Apesar disso, saiba que os os olhos.
espaços negativos também 
Evite fazer com que o principal 
podem trazer informação visual, 
objeto de interesse da foto guie o 
desde que trabalhem em 
receptor para fora da imagem, 
conjunto com o objeto de 
principalmente em fotos de 
interesse da cena. Não há a 
pessoas. Oriente a posição da profundo céu da região de enfatiza a importância da extensa necessidade de utilizar apenas 
cabeça e olhos para ‘dentro’ da Resende/RJ serviu bem ao área neutra, transformando o brancos ou pretos profundos para 
cena. propósito de criar um espaço espaço negativo em um elemento criar um espaço negativo. Como 
negativo que aumentasse a de grande relevância na cena. sempre, a reposta estará na 
importância do objeto principal própria cena à sua frente. Analise-Tome muito cuidado com a 
da imagem, o ciclista. A escolha a com cuidado e oriente sua textura de fundo da imagem. 
por um posicionamento próximo imagem buscando sempre Evite gerar confusão visual entre 
ao chão criou a sensação de um equilíbrio, harmonia e bom gosto.áreas negativas e positivas 
Na foto desta página o imenso e plano ascendente que também 
usando estrategicamente os 
Silhuetas
Seja autêntico
e fuja dos clichês
o único - ponto de interesse da 
imagem.
Uma forma interessante de usar os 
espaços negativos é através das 
silhuetas, também chamadas de Para fugir do clichê fotográfico, seja 
‘contra-luz’. Apesar de necessitarem criativo no enquadramento, 
de cuidado especial na sua buscando posicionamentos pouco 
composição para não caírem no usuais. Procure por ângulos 
lugar-comum dos clichês inesperados, criando surpresas 
fotográficos, as silhuetas podem visuais. Quando possível, crie 
resultar em imagens de grande relacionamentos entre a silhueta e as 
impacto visual. áreas positivas, ligando-as através 
das linhas de força. 
Aproveite-se de cenas com forte 
iluminação por trás do primeiro plano Evite usar formas que o receptor não 
e faça a fotometria nas áreas mais reconheça. Uma silhueta tem por 
intensas de luz. Procure for formas característica o minimalismo, onde o 
que sejam facilmente reconhecíveis mínimo de informação é fornecida. 
apenas pelo seu contorno, e tente Assim, a imagem deve permitir a 
inserí-las na imagem de forma que se identificação dos temas somente 
não ajudam muito aqui) , pois haverá fotometria também ajuda a manter 
harmonizem com o restante. Evite pelo seus contornos.
a forte tendência do equipamento um bom nível de ’pretos’ nas áreas 
fundos muito detalhados e confusos. 
tentar iluminar a cena por inteiro, escuras.Ao registrar silhuetas, certifique-se 
Lembre-se que silhuetas atraem para 
usando até mesmo o flash. Use o de que a câmera não esteja operando 
si a maior parte da atenção do 
modo manual e fique atento às em algum modo automático ou semi-
receptor, portanto deverão ser, na 
leituras do fotômetro. Reduzir um ou automático (os modos Speed Priority 
maioria dos casos, o principal - senão 
dois terços de ponto após feita a (SP) e Aperture Priority (A) também 
Figura humana
Não force a barra em retratos!
A forma humana parece possuir um grande magnetismo 
visual, conseguindo atrair o olhar de maneira irresistível 
mesmo quando a imagem traz outros elementos de grande 
interesse. Use este recurso como o artifício definitivo em 
inúmeras situações, principalmente naquelas em que poucas 
pessoas são enquadradas na cena. Combine o 
posicionamento das pessoas com algumas linhas de força, 
criando um caminho que, na maioria dos casos, deverá 
culminar justamente na posição em que se encontram. Ao 
fotografar em close, não centralize os olhos. Procure 
posicioná-los em um dos terços externos do enquadramento, 
e tenha sempre em mente que este será o ponto de maior 
empatia com o receptor.
Evite situações forçadas. As melhores fotos de pessoas são 
aquelas mais espontâneas e soltas. Tente passar à pessoa 
fotografada confiança e desenvoltura. Um grande truque de na linha dos seus olhos. Não as fotografe de cima para baixo, 
retratistas e fotógrafos documentais é manter uma relação pois o resultado será uma imagem que diominui a 
de cumplicidade e simpatia com o modelo, que não deve se importância do motivo.
sentir oprimida pela câmera. Outro grande e conhecido 
truque é fotografar crianças sempre posicionando a câmera 
A métrica fotográfica diz respeito a tudo que se refere 
Há de se tomar bastante cuidado com os pequenos ao posicionamento sistemático dos elementos na 
detalhes ocultos na cena, como contornos, linhas, imagem. Seus fundamentos estão baseados na 
vazamentos de luz e cores dispersas que possam tornar influência que cada parte da imagem possui sobre o 
a mensagem menos clara, ou sua transmissão menos todo ou sobre outra parte distinta, considerando 
eficiente. Em contrapartida, estes mesmos detalhes pontos que atraiam a atenção, áreas de discordância, 
também podem agir como agentes positivos, agrupamentos de ítens de interesse, o caminho 
fortalecendo o contexto da imagem ao provocar escolhido para guiar os olhos e tudo mais que se refira à 
sensações ou criar atração visual.interação, dentro e fora da imagem. Não só a 
A função dos mecanismos da métrica é posicionar estes 
harmonização entre as partes é tratada pela métrica, os 
e outros pontos da cena no enquadramento, de modo 
conflitos e contrastes também são de extrema 
controlado e crítico, para garantir que a imagem 
importância.
transmita, por si só, as sensações esperadas. 
Ao final, o objetivo é provocar a conexão entre diversos 
setores da imagem de maneira que a mensagem 
carregue todas as indicações necessárias para a sua 
devida interpretação. 
Seja crítico e metódico
Sua visão, trabalhando em conjunto com o 
pensamento analítico, deve limitar-se às bordas da 
janela de enquadramento, determinando quais os 
elementos possuem relevância com a mensagem 
pretendida. Ao mesmo tempo, é preciso ter ciência do 
que está na periferia em uma visão ampla, pois 
ocasionalmente haverá algo que mereça - ou precise - 
ser inserido. E, por mais incrível que possa parecer, 
haverá muito a ser excluído!
Inicio minha métrica logo no enquadramento da cena, 
quando escolho o que fica dentro do quadro e o que 
sairá dele. O posicionamento dos elementos precisa 
ser definido com o máximo critério, pois até mesmo 
pequenos pontos de distração podem alterar o 
caminho do olhar do receptor, causando ruídos na 
transmissão da mensagem.
Sonho de menino
50mm, f/11, 1/250s, ISO 200
Métrica
Regra dos Terços
Na prática
Talvez esta seja a mais conhecida regra de composição. Massivamente utilizada em praticamente todas as formas de 
comunicação visual, esta técnica consiste no posicionamento descentralizados dos elementos com o objetivo de 
aumentar o apelo visual, dinamizar ou harmonizar a imagem e criar ligações de interesse com o receptor.
"A regra dos terços tem origem na matemática antiga. A proporção áurea ou número de ouro ou número áureo é uma 
constante real algébrica irracional denotada pela letra grega "phi" e com o valor arredondado a três casas decimais de 
1,618. É um número que há muito tempo é empregado na arte, e nota-se a sua freqüente utilização por artistas da 
antiguidade, com as primeiras manifestações oriundas da ancestral arquitetura egípcia. Este número está envolvido com 
a natureza do crescimento e da progressão matemática. Phi (não confundir com o número Pi (π), como é chamado o 
número de ouro, pode ser encontrado na proporção de crescimento de conchas (o nautilus, por exemplo), nos seres 
humanos (o tamanho dos ossos dos dedos e mãos, por exemplo), até na relação populacional entre machose fêmeas de 
vários nichos biológicos. Há inúmeros outros exemplos que envolvem a ordem do crescimento."
Na fotografia, a proporção áurea é atingida quando dividimos a cena em três 
colunas verticais e três horizontais, resultando em 9 partes. Nos quatro pontos 
onde estas linhas divisórias se encontram, temos os pontos áureos. A colocação 
do sujeito próximo a qualquer um destes pontos torna a imagem muito mais 
equilibrada e interessante. Em alguns casos (praias, por exemplo), o motivo da 
imagem também pode ocupar toda uma linha ou coluna.
Perceba ao lado como a cabeça da borboleta foi posicionada em um dos pontos 
áureos, valorizando esta área de contato visual e pleno interesse na cena.
Pontos Áureos
Dividindo a imagem
Coisas a evitar
será grande, mas com o tempo você perceberá que a imagem espaço para os olhos do receptor se movimentarem pelo 
fica muito mais harmônica e dinâmica com esta nova cenário, como indica a seta neste diagrama:
arrumação. Paradoxalmente, é preciso saber também o 
Ao fotografar cenas que possuam seções distintas, tente não 
momento em que a divisão dos terços não funciona! Use o bom 
centralizar o ponto de destaque da imagem. Faça com que uma 
senso, mas sempre aliado à análise crítica e reconhecimento da 
das seções, aquela que possui o ponto de maior interesse (veja 
cena antes do disparo.
o capítulo Ponto Focal), permaneça próxima a um dos pontos 
áureos, ocupando apenas um terço do enquadramento vertical 
Nas fotos desta página podemos perceber como tudo isso 
e horizontal.
funciona. Há dois cortes possíveis para a mesma cena: na 
esquerda, uma composição onde o ponto de interesse da 
imagem (a mulher e o menino) foi centralizado, juntamente 
Nem sempre fica bom centralizar a linha do horizonte. Isto é 
com o horizonte, evitando que a atenção do receptor percorra 
muito útil em fotografias decenários, ou sempre que houver 
o restante da foto. À direita, temos um enquadramento mais 
grande domínio de linhas horizontais ou verticais. Evite 
adequado, posicionando o centro de interesse no ponto áureo 
também deixar grandes áreas sem informação relevante, a 
inferior direito, trazendo mais dinamismo. Houve também o 
menos que o restante da composição dependa muito desta 
deslocamento da linha d´água para o terço inferior horizontal, 
área. A tentação de centralizar o elemento principal sempre 
dividindo a imagem em partes mais equilibradas e dando mais 
{
{
{ { { {
Regra flexível
Apesar da sua importância e 
funcionalidade, você não precisa estar 
sempre preso às regras dos terços. 
Analise a imagem e perceba quando e 
como será possível sua utilização, tendo 
em mente de que a boa e expressiva 
ligação entre os elementos da imagem , 
às vezes, colocam de lado muitas das 
regras clássicas da composição.
Na cena ao lado a imagem foi dividida 
em terços verticais, mas foi centralizada 
no eixo horizontal, sem detrimento à 
comunicação. Este enquadramento, de 
certa forma, até ajudou a reforçar o 
caminho que a chuva fará para a direita, 
invadindo todo o espaço do cenário. 
Contribuiu também para dar 
intensidade e dimensão à ação presente 
(a força da chuva), pois somos levados à 
pensar que há energia suficiente nas 
águas para cobrir toda a região.
Horizontal ou vertical?
Não se torne previsível!
Nesta foto, que retrata o mesmo momento da da cena anterior (porém, com o 
uso de uma teleobjetiva de 500mm para fechar o enquadramento) ,podemos ver 
novamente a divisão dos terços de forma independente. Foi utilizado apenas o 
eixo horizontal, dividindo a cena em três partes distintas: casas, 
chuva/montanhas e nuvens. Não há divisão de terços na vertical. Este 
enquadramento deu muita força às nuvens e às águas, colocando as construções 
em posição de imensa fragilidade.
O uso da regra dos terços (ou a sua quebra) dependerá imensamente dos 
resultados que se pretende obter. Como regra geral, ela sempre funcionará, mas 
é preciso ter muito cuidado para não se deixar dominar pela atuação sempre 
precisa desta regra. A constante presença dominadora da regra dos terços pode 
levar suas fotos a mostrarem sempre uma métrica monótona, indiferente e 
padronizada, já que é um dos conceitos mais difundidos e utilizados na 
fotografia. Isso não significa que devemos deixá-la de lado, pelo contrário. 
Torna-se necessário um uso consciente, cuidadoso, estudado. Seu bom uso, 
sempre equilibrado, confere às cenas um caráter bastante dinâmico, 
principalmente quando utilizado com outros recursos igualmente importantes, 
como as linhas de força. É preciso que a regra dos terços se torne uma esperta e 
útil ferramenta de composição, e não um caminho-das-pedras infalível, 
onipresente e, quase sempre, previsível.
Turbinando o terço
Com o domínio da fotografia digital, ficamos livres 
do formato tradicional baseado no filme de 35mm. 
Frequentemente faço cortes diferentes com 
programas de edição para criar enquadramentos 
panorâmicos ou quadrados, ampliando as 
possibilidades criativas.
Mas, ao aplicar o enfoque tradicional da Razão 
Áurea nestes formatos diferenciados (figura 1), 
corremos um sério risco de não conseguir dispor os 
elementos no quadro de maneira satisfatória, pois 
os pontos áureos podem ficar muito próximos ao 
centro do quadro. Para evitar isso, podemos usar 
outro modo de divisão, a Simetria Dinâmica 
(figuras 2, 3 e 4). Este processo, bem mais 
elaborado e moderno, desloca os pontos áureos 
mais para os cantos, de modo proporcional (quanto 
mais retangular for o corte, mais para os cantos 
irão os pontos), e trata as razões dimensionais da 
imagem de forma mais precisa. É ideal para 
formatos panorâmicos, pois permite uma 
distribuição muito mais harmônica dos elementos.
Enfoque tradicional pela Razão Áurea Simetria Dinâmica
o
90
o
90
o
90
o
90
Simetria Dinâmica aplicada às composições em diagonal e perspectivas
1
Simetria Dinâmica aplicada ao formato Wide (Escala 16:9)
o
90
o
90
o
90
o
90
43
2
Montando a simetria dinâmica
A grade da Simetria Dinâmica é menos óbvia do que a divisão tradicional em 
partes iguais. Vamos analisar sua montagem, lembrando que:
A) Se você não quer fazer uma foto panorâmica, essas medidas devem ser 
feitas mentalmente, na hora da composição.
B) Se você deseja fazer um corte panorâmico posteriormente, faça as linhas 
mentalmente na hora da composição também, porém, já considerando o 
novo formato que sua foto terá mais tarde, após os cortes que fará na edição.
Vamos aos passos:
1 - Comece pelo lado esquerdo da cena, traçando uma linha imaginária 
começando no vértice superior esquerdo (’’a’’), indo até o vértice inferior 
direito (’’b’’). Esta será a primeira linha principal.
2 - Trace duas novas linhas, ligando os outros vértices (’’c’’ e ’’d’’) à linha 
oprincipal em um ângulo de 90
áureos (círculos em amarelo).
3 - Repita o mesmo processo no lado direito da cena, começando pelo vértice 
superior direito (’’e’’) e indo até o vértice inferior esquerdo (’’f’’). Esta será a 
segunda linha principal. 
4 - Trace as últimas linhas unindo os vértices ’’g’’ e ’’h’’ à segunda linha 
oprincipal, sempre em ângulo de 90 . Os pontos de encontro indicam os dois 
últimos pontos áureos.
Pronto! Com prática, este processo se tornará cada vez mais rápido e 
eficiente, e ajudará bastante na composição de cenas mais equilibradas, 
principalmente em formatos não convencionais. 
. Neste momento, você encontra dois pontos 
o
90
o
90
1
bb
aa
o
90
o
90
3
ee
ff
o
90
o
90
4
gg
hh
o
90
o
90
2
cc
dd
o
90
o
90
Note que o resultado da Simetria Dinâmicaé uma grade compensada 
para o tamanho da imagem,com retângulos e quadrados de tamanhos 
distintos, como podemos ver ao lado.
21
Quebrando a 
regra
Quando a cena pede, você pode 
subverter ou até esquecer a regra dos 
terços, visando uma composição mais 
inesperada e surpreendente. Algumas 
imagens se beneficiam da simetria, ou 
até mesmo da centralização total. Tudo 
depende da forma como os elementos 
interagem na sua composição.
Estas duas fotos mostram bem isso, 
onde a centralização dos temas 
principais funcionou, dando força às 
linhas verticais. Na primeira foto, do 
vendedor de sorvete, há a centralização 
dos dois eixos, vertical e horizontal. 
Perceba como a linha do horizonte foi 
posicionada no meio do quadro.
Isso indica que, embora eficiente, a 
regra dos terços não é mandatória e 
está sujeita à minuciosa análise da 
imagem e do consequente impacto ou 
interpretação que se deseja dela.
Ponto focal
Defina seus objetivos e 
conclua com o Ponto Focal
percebida ao final, depois que os - Desfoques de fundo com luz mais 
olhos sigam uma trajetória intensa que o primeiro plano
sequencial, determinada pelos -Pontos com cores contrastantes 
pontos de ligação entre os 
Uma fotografia, mesmo sendo uma 
elementos. É sempre melhor resolver estas 
representação finita e bidimensional 
questões no momento do click. Você 
de algo ocorrido em uma fração de 
O ponto focal é, então, o desfecho da pode cortar a imagem 
tempo , pode ter seus elementos de 
imagem. Seu posicionamento pode posteriormente, no laboratório, de 
informação agrupados de forma que 
se valer das regras do terço, mas não forma a obter um melhor 
sejam absorvidos pelo receptor de 
é dependente disso. Certamente, o enquadramento, mas lembre-se que 
forma sequêncial.
uso de linhas de força contribui esta prática descarta pixels da 
bastante para seu êxito, por isso é imagem, reduzindo sua qualidade 
A soma das linhas de força e dos 
fundamental que você analise bem gráfica. Se o corte for necessário, 
pontos de atração pode criar 
tudo que está enquadrado para que evite retirar mais do que 15% da 
caminhos pela imagem para, como já 
possa combinar os elementos de imagem.
sabemos, guiar o olhar do receptor. 
forma precisa e eficiente.
Dessa forma podemos entender que 
Esteja sempre muito atento com 
uma fotografia pode ter início, meio e 
todos os elementos da composição e 
fim, como um filme ou história em 
crie diálogos entre eles, usando 
quadrinhos. Bem, para que uma foto 
linhas, formas e cores como Antes de acionar o disparador, você cumpra essa tarefa, é preciso que 
conexões.precisa considerar se o centro de haja uma história, ou uma sequência 
interesse da imagem está claramente de informações conectadas no 
definido. Estas são algumas situações enquadramento, até que venha a 
que podem atrapalhar o ponto focal:conclusão que encerra a leitura. 
Neste ponto, o receptor já deve ter 
- Fundos que desviam a atenção do absorvido todos os dados objetivos e 
elemento principa;subjetivos da imagem, e está pronto 
- Luzes ou formas que criam pontos a fazer sua interpretação.
de interesse conflitantes com o 
sujeito da imagemQuem tem esta função de finalizar a 
- Linhas e elementos que "expulsam" leitura é o ponto focal, uma área da 
o receptor para fora da imagem, ou imagem que traz um forte elemento 
guiam seu olhar de maneira de interesse, mas que só deve ser 
inadequada
Foco x Ponto focal 
Uma das confusões mais frequentes dos 
fotógrafos iniciantes é considerar o «ponto 
de foco» como «ponto focal». O foco, que 
representa o nível de nitidez de uma 
imagem, nem sempre estará associado ao 
ponto focal, que é o centro máximo de 
interesse da cena. Ou seja, podemos ter um 
centro de interesse sem nitidez, como prova 
a fotografia ao lado.
Esta foto foi feita no Zôo do Rio de Janeiro, 
com uma objetiva de 500mm que, por sua 
própria natureza, diminui bastante a 
profundidade de campo. Com o uso deste 
recurso, foi possível focalizar apenas a cerca 
do aviário onde o tucano estava. A cena 
evoca o sentido de aprisionamento, 
colocando a ave como sujeito principal. A 
ave é, portanto, o ponto focal. A cerca é o 
elemento que conduz à interpretação. A 
leitura é finalizada quando vemos o tucano 
que, mesmo estando completamente fora 
de foco, é o ponto central de interesse. Ele 
é, portanto, o ponto focal.
Valorizando 
o ponto focal
toda a diferença. Na primeira foto há um interessante padrão de forma que as áreas em sombra se tornassem ainda mais 
de formas verdes que é quebrado pela flor arroxeada. Esta flor escuras. A flor continuou ocupando o mesmo lugar, o ponto 
tem qualidades para ser o ponto focal da imagem, mas da áureo superior direito. Mas desta vez, a ausência de áreas de 
forma como a cena foi enquadrada, as folhas largas e de roxo distração fez com que a pequena flor se tornasse, então, o 
mais escuro nas laterais desviam toda a atenção, disputando o principal ponto de interesse da cena. 
Muitas vezes uma simples alteração no ângulo de visão é 
interesse do receptor e retirando da flor o seu lugar de 
suficiente para que a cena ganhe outra dimensão. O correto 
destaque. O ponto focal ficou indefinido e confuso. Este exemplo ilustra como podemos transformar uma cena 
posicionamento do ponto focal é sensível a fatores como 
simples e sem resultados em algo impactante, simplesmente 
perspectiva, combinação de cores e formas, interação entre as 
Na segunda foto, um novo enquadramento foi realizado, com a deslocando o ângulo de visão. O ponto focal precisa ser sempre 
linhas, etc. 
câmera sendo posicionada mais acima e próxima da bromélia , analisado e corretamente inserido na imagem, de forma que 
Nos exemplos acima, de uma bromélia iniciando sua fase de 
eliminando da cena as folhas das laterais. O obturador da todos os elementos se relacionem de maneira equilibrada e 
inflorescência, podemos perceber como o posicionamento faz 
câmera também foi fechado um pouco, em torno de 1 ponto, coerente.
A atração é o meio, o ponto 
Atração
focal é o fim
informações visuais diferenciadas, para que estes atrativos não enquadramento descuidado. Esta 
sempre haverá um ponto ou área que assumam a função de «finalizador de forma compete com os outros 
atrairá a atenção de forma mais leitura». Faça com que o ponto focal elementos da imagem, atraindo a É certo que podemos considerar 
intensa. A presença de certos signos seja o único e definitivo finalizador, atenção para longe do ponto focal (os como elementos de atração certos A atração, na fotografia, é a força 
gráficos, como a figura humana, com força suficiente para suplantar dedos segurando a rede e a lâmina) e conceitos, como os pontos áureos e que determinada parte de uma 
círculos, triângulos e contrastes de os elementos de atração que levaram diluindo a força dos reais pontos de as linhas de força. Pontos focais imagem possui de desviar nossa 
luz ou de cor, é irresistível à nossa o receptor à ele. interesse da imagem. Na outra foto, também são elementos de atração, atenção, alterando o caminho do 
atenção. Isso pode ser usado para alterada para servir como exemplo, o mas sua natureza é finalizar a leitura olhar e diminuindo a força das outras 
fins positivos na composição. A Nos exemplos abaixo é fácil perceber triângulo foi digitalmente retirado. visual da imagem, enquanto a áreas, chegando até mesmo a anulá-
principal forma de utilização é a como a atração funciona. Na primeira Note como a cena ficou muito mais atração deve ser utilizada como um las.
inserção destes elementos de forma imagem (A), apesar do tema equilibrada. Toda a atração está meio para este fim. Sendo assim, 
que ajam como «chamarizes» na interessantee das ricas texturas , há concentrada no trabalho executado utilize recursos de atração que levem No contexto de uma imagem, 
orientação do olhar do receptor. um triângulo no canto superior pelas mãos, sem distrações que ao ponto focal, mas tome cuidado mesmo quando esta é repleta de 
esquerdo, resultado de um distanciem o receptor do tema.
BBAA
O norte
Oriente-se, rapaz!
O oriente
O termo nortear indica, de forma simplista, ´indicar o 
rumo certo´´. Como metáfora, conhecer a direção do 
norte nos traz a indicação clara dos caminhos que 
Aprendi um truque com um dos meus alunos de 
temos, pois sua identificação determina as outras 
fotografia, o Victor Santos, um ativo professor de 
direções. Uma bússola aponta para o norte e faz com 
fisica também apaixonado por fotografia. Confesso 
que não nos percamos. Essa é uma direção que, de 
que, antes disso, eu ainda não havia percebido em 
maneira figurada, consegue nos tirar dos apertos. 
fotos esta influência tão interessante. É claro que os 
Portanto, estar norteado significa estar na direção 
significados presentes em uma cena sempre me 
certa, o que nos traz alento e segurança. Se uma 
atraíram e fascinaram, mas depois daquele dia, minha 
imagem tem um claro direcionamento verticalizado 
visão ficou um pouco mais clara e aberta, e por isso 
ascendente, podemos considerar que ela ´´está 
sou muito grato à ele.
norteada´´, trazendo em si toda a força e significados 
deste conceito.
Tudo teve origem em uma aula de composição, 
através de uma simples pergunta: porquê a foto ao 
lado é tão agradável? Se fizermos uma análise crua e 
De maneira análoga ao norte, o oriente também insensível, podemos afirmar que o arco-íris no plano 
indica positividade, pois subjetivamente entendemos posterior faz um contraponto com a textura escura e 
que lá é casa do conhecimento e da cultura. É onde o sombria das folhas do primeiro plano, evocando 
sol ´´nasce primeiro´´; é onde afirmam que se iniciou a conforto. 
nossa evolução intelectual e cultural. Daí o termo O posicionamento verticalizado da cena traz 
orientar: indicar os meios certos para que algo dinamismo, fortalecendo a presença do arco-íris. 
evolua. Estar orientado, portanto, significa ter plena Mas será só isso?
consciência do que fazemos, do que queremos e 
onde vamos chegar. Se uma imagem direciona o O Victor, sempre atento e de pensamento ágil, 
olhar para o lado direito (o lado ´´oriental´´), declarou: ´´Hudson, você sabe porquê essa foto é tão 
interpretamos mais facilmente toda a positividade legal? É porque ela está norteada e orientada!´´. 
que o conceito da orientação traz.´Como assim´´, eu perguntei, surpreso pela 
declaração tão enigmática. E a explicação veio como 
Hoje, dou mais atenção à este importante detalhe. uma iluminação, algo que, por ser tão simples e 
Nortear e orientar uma imagem realmente a torna verdadeira, não está ao alcance até que alguém nos 
mais positiva e interessante. Aconteceu nesta foto, e mostre. Vamos a ela:
eu só fui descobrir o motivo algum tempo depois do 
click. Graças ao professor Victor!
Cortes
imagem. 
Isso também exige uma nova 
sensibilidade do fotógrafo, que precisa 
aprender a enquadrar a cena 
No novo mundo da fotografia digital 
imaginando cortes diferentes do que 
temos uma enorme liberdade na 
vê pela ocular da câmera. As noções 
definição do formato das nossas 
de métrica precisam ser utilizadas com 
imagens. No passado os filmes 
intensidade no momento do 
estavam disponíveis em várias 
enquadramento, pois o real 
dimensões, mas o formato tradicional 
posicionamento das linhas, pontos de 
da película de 35mm (24mm x 36mm) 
interesse e outros elementos só será 
reinou absoluta, estabelecendo a 
consolidado posteriormente, na tela 
proporção de 3:2. No início da 
do computador.
fotografia digital, quando os 
monitores disponíveis ainda não 
Ao lado podemos ver alguns exemplos 
estavam disponíveis em formatos 
de cortes. A escolha por alterar a 
«Wide Screen», a proporção era de 
proporção da imagem deve levar em 
4:3, o que gerava fotos mais 
conta o ganho que teríamos na 
quadradas. Hoje, com monitores mais 
interpretação da mesma. Algumas 
alongados, retornamos ao 3:2, 
cenas seriam bastante valorizadas 
obedecendo ao legado dos filmes mais 
com cortes panorâmicos, enquanto 
utilizados no passado.
outras funcionariam melhor com 
cortes quadrados. É claro que os 
Porém, devido à grande facilidade de 
cortes eliminam informação da 
edição e alta resolução dos atuais 
imagem, descartando pixels e 
sensores, não precisamos nos prender 
diminuindo a resolução gráfica. 
à proporção 3:2.Os programas de 
Portanto, seja cuidadoso e aplique 
edição de imagens oferecem recursos 
este recurso apenas quando 
que permitem o corte (ou «crop») da 
necessário.
imagem no formato que desejarmos. 
Esta possibilidade abre muitas 
caminhos para a composição criativa, 
com enquadramentos inusitados e 
mais compatíveis com o conteúdo da 
Panorâmico
Tilt
Proporção 3:2 Proporção 4:3
Proporção 16:9 (Widescreen)
Como cortar 
corretamente uma 
foto?
Há truques básicos que permitem bons 
resultados quando um corte é 
necessário:
- Faça uma composição, no momento 
do disparo, que já considere o corte 
posterior. Enquadre de maneira a 
facilitar a recomposição mais tarde.
- Utilize a máxima resolução possível 
da sua câmera, usando formatos 
profissionais como o RAW. Cortes 
eliminam quantidades significativas de 
pixels, então não economize memória 
do seu cartão: fotografe sempre em 
qualidade máxima.
Muitas vezes uma composição em formato tradicional ganha utilize menos zoom na objetiva para cobrir o máximo possível 
impacto com pequenos cortes de elementos discordantes das destes elementos.
- Descubra os diafragmas mais nítidos das suas objetivas e use-
laterais ou cantos, como se um pequeno zoom fosse aplicado à 
os nas fotos que serão cortadas.
objetiva, mas cortes diferenciados também alcançam bons - No momento da edição, interpole a imagem após o corte, 
resultados se estiverem de acordo com os elementos da restaurando sua largura ou altura original, em pixels. 
- Em panorãmicas, pense em enquadramentos mais abertos e 
composição..
pontos áureos mais afastados. Use os terços baseados na 
- Se a foto foi feita em RAW, trabalhe sempre em 16 bits. Mude 
Simetria Dinâmica.
- Para imagens panorâmicas, experimente combinações de para 8 bits apenas no final, e só no caso de gravar a imagem 
várias imagens ao invés de cortar apenas uma. Faça várias final em JPG. 
- Evite a tentação de retirar muita informação da imagem. Um 
fotos deslocando a câmera lateralmente entre uma e outra, e 
simples corte sutil pode dar muita ênfase à composição, 
use os recursos de montagem presentes nos programas de 
portanto, experimente opções de cortes menos agressivos. 
edição para reuni-las em uma única e extensa cena.
Como regra geral, evite retirar mais do que 15% da imagem.
- Seja criativo na composição e pense além do que vê no visor 
- O corte pode ser baseado em proporções diferentes do 3:2. 
da câmera. Procure conexões interessantes ao longo da cena e 
O registro fotográfico tenta confinar em uma área Estes recursos estão ligados aos símbolos objetivos 
bidimensional fatos que estão ocorrendo em um da cena, que são visíveis e explícitos. Não se trata de 
mundo tridimensional repleto de sentimentos idéias ou conceitos, mas sim de representações 
subjetivos, e isso não é uma tarefa fácil. A fotografia gráficas que dão à nossa percepção dados que 
possui vários truques para dar ritmo, dinâmica e conhecemos e usamos no dia sempre que olhamos 
movimento às nossas imagens estáticas, evocando algo e nos situamos no espaço.sentimentos difíceis de serem textualmente 
descritos (alegria, raiva, suavidade, aspereza). Mas e Pense criativamente nestes recursos, e considere-os 
quanto às grandezas físicas próprias do nosso mundo como «associativos», isto é, podem trabalhar em 
de três dimensões, como tamanho, profundidade e conjunto com outros da sua classe em uma 
distância? combinação de efeitos que aumente a sensação física 
de espaço. Combine desfoques com perspectivas, 
Alguns recursos podem ser utilizados, e todos interações entre os planos, distorções típicas de 
utilizam exatamente as mesmas saídas que temos algumas objetivas, etc, e crie efeitos que tragam 
para entender visualmente e nos posicionar no surpresa e impacto visual. 
mundo à nossa volta. Desfoques, perspectivas e 
escalas devem ser inseridas na imagem para dar ao 
receptor sensações físicas, complementando toda a 
gama de mensagens que a cena traz em si. 
Pensando de forma simplista e básica, compor é 
selecionar onde e como os elementos certos 
permanecerão no quadro para transmitir as suas 
idéias. Acredito que isso seja mais ‘exclusão’ do que 
‘inclusão’. Arrumar poucas coisas no espaço contido 
de uma foto e ainda assim obter comunicação é uma 
das grades mágicas da boa fotografia.
Sonho de menino
50mm, f/11, 1/250s, ISO 200
Espaço
e dimensão
Planos
A profundidade de campo é menor quando...
O foco é muito importante
A profundidade de campo é maior quando...
identificar facilmente 5 planos, e ainda observar como os - Estamos mais distantes do ponto focalizado.
elementos mais distantes se tornam graficamente menores 
pelo efeito da perspectiva. 
Podemos considerar que uma imagem tridimensional é - Usamos aberturas de diafragma maiores (ex., f/2.8);
formada por uma sequência de camadas, e que cada uma delas - Usamos objetivas mais longas (ex., tele-objetivas);
possui um ou vários elementos de informação visual. Cada uma A foco possui uma importância vital para a definição dos - Estamos mais próximos do ponto focalizado.
destas camadas é, portanto, um plano. Na fotografia, quando planos. Podemos escolher quais os pontos permanecerão 
combinamos os planos e os tornamos identificáveis, nítidos através do (foco seletivo e da profundidade de campo, Quando deixamos os últimos planos desfocados e os primeiros 
conseguimos passar a idéia de tridimensionalidade, já que nem sempre a amplitude focal de uma objetiva é tão planos nítidos, ganhamos um interessante efeito onde se tem a 
principalmente com o uso da perspectiva e do desfoque. Os extensa a ponto de permitir o foco em todos os planos.A impressão de que os elementos da frente parecem 
elementos presentes nos planos podem ser relevantes em profundidade de campo determina a extensão de planos que «destacados» da imagem. Isso de deve ao fato do nosso 
maior ou menor grau (através do seu tamanho ou nitidez de permanecerá nítida na imagem. Felizmente, podemos cérebro considerar que áreas desfocadas estão mais distantes. 
foco), e isso dependerá apenas do contexto geral da imagem. controlar este efeito. Veja: A sensação de proximidade e distância é um recurso muito útil 
em fotos onde seus componentes possam se misturar, seja 
Nas gravuras abaixo, podemos ver como uma imagem pelo excesso de cores ou formas. Desfocando alguns planos 
bidimensional (A) pode ser representada tridimensionalmente, conseguimos separar os motivos, diminuindo a confusão visual - Usamos aberturas de diafragma menores (ex., f/168);
ao separarmos seus planos (B). Neste exemplo podemos e organizando a cena para que o receptor possa interpretá-la - Usamos objetivas mais curtas (ex., grande-angulares);
AA BB
1º plano
2º plano
3º plano
4º plano
Último plano
(Infinito)
Desfoque
Quando a profundidade de campo é 
pequena, a imagem não permanece 
focalizada em sua totalidade. Isso cria 
uma separação de planos, uma 
representação espacial que, se bem 
elaborada, traz uma grande sensação de 
profundidade, como se a fotografia 
fosse uma «caixa» de onde poderíamos 
retirar as ciosas que estão em seu 
interior. Essa sensação é puramente 
visual e interpretada em nosso cérebro, 
que considera distantes as regiões 
desfocadas dos últimos planos, ou 
próximas quando o desfoque é nos 
elementos dos primeiros planos. 
Perceba como esta foto nos leva à uma 
estranha sensação de que o inseto está 
voando livremente à nossa frente, como 
se estivesse destacado da cena. Isso 
acontece porque a profundidade de 
campo foi suficiente apenas para cobrir 
o corpo do inseto no primeiro plano, 
mantendo o último plano em completo 
desfoque.
Dica:
Objetivas como as meias-teles (de 
60mm a 105mm) e teles (acima de 
105mm) geram desfoques com grande 
facilidade, mesmo em diafragmas mais 
fechados.
Foco seletivo
Outro recurso baseado na profundidade de campo curta 
é o foco seletivo, onde deixamos nítidos apenas um plano 
da cena, que pode ser próximo ou distante, não importa. 
O foco seletivo é excelente para criar profundidade e 
destacar áreas de interesse ou pontos de expressão. 
Lembre-se que, apesar do destaque de apenas uma 
região da cena, é necessário que a continue havendo 
interação com os outros planos para garantir a 
continuidade visual da imagem. Se isso não acontecer, o 
receptor pode ser levado à permanecer em apenas um 
ponto de toda a imagem, não percorrendo sua totalidade. 
Portanto, é preciso critério para a aplicação do foco 
seletivo, pois a força de atração de elementos nítidos é 
grande. Estruture uma combinação equilibrada de 
recursos de atração, tentando dar às áreas desfocadas 
alguma força que crie balanço com os pontos em foco.
Na foto ao lado, os olhos dos modelos foram usados para 
gerar este balanço, por meio da força atrativa que olhos 
possuem em uma fotografia. Mesmo desfocado, o olho 
da pessoa em segundo plano consegue atrair e manter a 
atenção, evitando que o receptor fique preso apenas à 
lateral esquerda da cena.
Dica:
Para facilitar o uso do foco seletivo, diminua a 
profundidade de campo com estes meios:
- Use objetivas mais longas (meia-teles ou mais).
- Aproxime-se o modelo.
- Use diafragmas mais abertos.
Escala
Nós mantemos inúmeras referências em nosso "banco de dados visual", e utilizamos isso para reconhecer formas e 
situações no espaço bidimensional de uma fotografia. Porém, precisamos, em certos casos, recorrer a parâmetros 
mais diretos e consistentes para facilitar a leitura de uma imagem, ou mesmo aumentar a intensidade da mensagem. 
O «elemento de escala» é um destes parâmetros. Trata-se de um componente de informação identificável pelo 
receptor, colocado em ponto estratégico na composição, de forma a facilitar o reconhecimento espacial na cena, 
além de definir o tamanho e distância dos objetos, ou entre os objetos.
Esse recurso é de grande utilidade em fotos angulares de cenários, pois estabelece uma "medida física" que dá 
dimensão à toda a imagem. Sem algo que defina a escala de tamanho entre os objetos, toda a grandiosidade de um 
eventual cenário perde o impacto. Assim que um elemento dimensional é detectado, a cena de forma por completo 
aos olhos do receptor.
Em fotos de arquitetura ou de viagens este recurso é especialmente valioso. Ao colocar na cena pessoas ou 
construções simples, como bancos de praça ou postes, estamos complementando a imagem com informações que 
serão utilizadas como referência espacial.
Procure colocar seus elementos de escala em posição privilegiada na imagem. A Regra dos Terços pode ser usada para 
isso. É preciso que este elemento seja um ponto de atenção forte o bastante para atrair a atenção do receptor. Se 
possível, crie caminhos com linhas de força para

Outros materiais