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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA Organização Órgãos e agentes Jurisdição administrativa Competências administrativas Tribunais administrativos Tribunais de contas O R G A N I Z A Ç Ã O A organização administrativa no Estado Federal é complexa, porque a função administrativa é institucionalmente imputada a diversas entidades governamentais autônomas, previstas expressamente no art. 37 da CF, de onde decorre a existência de várias Administrações Públicas: Administração Pública Federal Administração Pública de cada Estado e do DF Administração Pública de cada Município Cada uma das Administrações Públicas dos entes da Federação pode descentralizar-se, formando: ADMINISTRAÇÃO DIRETA Administração centralizada, como conjunto de órgãos administrativos subordinados diretamente ao Poder Executivo. Estado atua diretamente por meio dos seus órgãos, das unidades que são simples repartições interiores de sua pessoa consistentes em meras distribuições internas de plexos de competência ADMINISTRAÇÃO INDIRETA Administração descentralizada, quando é exercida por pessoa distinta do Estado, entidades personalizadas de prestação de serviços ou exploração de atividades econômicas. Estado atua indiretamente, pois o faz através de outras pessoas, seres juridicamente distintos dele, ainda que criaturas suas ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DA UNIÃO ADMINISTRAÇÃO DIRETA Constitui-se dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA Compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: Autarquias Fundações Públicas Empresas públicas Sociedades de economia mista Agências executivas Agências reguladoras ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DOS ESTADOS FEDERADOS ADMINISTRAÇÃO DIRETA Poder Executivo é exercido, unipessoalmente, pelo Governador, auxiliado por Secretários de Estado As secretarias constituem órgãos dirigentes da administração estadual, cabendo aos respectivos secretários funções de supervisão, através de orientação, coordenação e controle das atividades dos órgãos inferiores, como ocorre com os Ministros de Estado ADMINISTRAÇÃO INDIRETA Compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: Autarquias Fundações Públicas Empresas públicas Sociedades de economia mista Agências executivas Agências Reguladoras ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DOS MUNICÍPIOS ADMINISTRAÇÃO DIRETA A organização político-administrativa é feita pelo próprio Município, por lei orgânica local, votada na forma do art. 29 da CF A administração municipal é dirigida pelo Prefeito que comanda, supervisiona e coordena os serviços de peculiar interesse do Município, auxiliado por Secretários Municipais ou Diretores de Departamento, conforme a organização da Prefeitura ADMINISTRAÇÃO INDIRETA Compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: Autarquias Fundações Públicas Empresas públicas Sociedades de economia mista Agências executivas Agências reguladoras ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL ADMINISTRAÇÃO DIRETA É um Estado-membro anômalo A CF88 veda a sua divisão em Municípios, devendo-se reger por lei orgânica O Governador Distrital tem sua gestão fiscalizada pelo Senado Federal, com auxílio do Tribunal de Contas local na parte financeira ADMINISTRAÇÃO INDIRETA Compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: Autarquias Fundações Públicas Empresas públicas Sociedades de economia mista Agências executivas Agências reguladoras DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO Fenômeno da distribuição interna de plexos de competências, dentro de uma só pessoa jurídica, agrupadas em unidades individualizadas, denomina-se desconcentração . Se faz tanto em razão da matéria (ex. Ministério da Justiça, Educação...), em razão do grau (hierarquia - diretoria, p. ex.) e com base em critério territorial (ex.: delegacia da saúde de SP, de MG). DESCENTRALIZAÇÃO Pressupõe pessoas jurídicas distintas, entre as quais não há hierarquia ou subordinação, mas apenas um poder de controle (ou tutela) pelo qual a administração central pode influir na pessoa descentralizada. ÓRGÃOS PÚBLICOS E SEUS AGENTES CONCEITOS, segundo a Lei 9.784/99: (regula o Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal) : ÓRGÃO: é a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta ENTIDADE: é a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica AUTORIDADE: servidor ou agente público com poder Os órgãos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS Não há entre a entidade e seus órgãos relação de representação ou de mandato, mas sim de imputação, porque a atividade dos órgãos identifica-se e confunde-se com a da pessoa jurídica Para que as repartições de atribuições dos órgãos públicos se concretizem contudo é necessário o concurso de seres físicos, prepostos à condição de agentes. O querer e o agir destes sujeitos é que são, pelo Direito, diretamente imputados ao Estado, de tal sorte que enquanto atuam nesta qualidade de agentes, seu querer e seu agir são recebidos como o querer e o agir dos órgãos componentes do Estado. CLASSIFICAÇÃO Quanto a Posição Estatal: a) ÓRGÃOS INDEPENDENTES: Originários da Constituição e representativos dos Poderes do Estado – Leg., Exec. e Jud. Ex: Corporações Legislativas, Chefias do Executivo, Tribunais Judiciários e Juízes Singulares, Minis. Púb. b) ÓRGÃOS AUTÔNOMOS: Localizados na cúpula da Administração. Têm ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos. Ex: MINISTÉRIOS, SECRETARIAS c) ÓRGÃOS SUPERIORES: Detêm poder de direção e comando dos assuntos de sua competência específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não gozam de autonomia administrativa nem financeira. Ex: Gabinetes, Procuradorias Administrativas d) ÓRGÃOS SUBALTERNOS: Acham-se hierarquizados a órgãos mais elevados, com reduzido poder decisório e predominância de atividades de execução. Ex: nas repartições públicas, executam as atividades-meios e atendem ao público Quanto a Estrutura: a) ÓRGÃOS SIMPLES. Constituídos por um só centro de competência. Inexiste outro órgão incrustado na sua estrutura, para realizar desconcentradamente sua função principal ou para auxiliar seu desempenho. Ex: Tribunal de Contas do Estado. b) ÓRGÃOS COMPOSTOS. São os que reúnem na sua estrutura outros órgãos menores, com função principal idêntica (atividade fim realizada de maneira desconcentrada) ou com funções auxiliares diversificadas (atividades-meios atribuídas a vários órgãos menores). Ex: uma Secretaria de Educação - órgão composto - tem na sua estrutura muitas unidades escolares - órgãos menores com atividade-fim idêntica - e órgãos de pessoal, material, de transporte etc.- órgãos menores com atividades-meios diversificadas - que auxiliam a realização do ensino, mas todos eles integrados e hierarquizados ao órgão maior . Ex: INSS; Receita Federal; Secretaria de Educação (escolas). Quanto à atuação funcional: a) ÓRGÃOS SINGULARES OU UNIPESSOAIS. São os que atuam e decidem através de um único agente, que é seu chefe e representante. Exemplos: a Presidência da República, as Governadorias dos Estados, as Prefeituras Municipais, que concentram as junções executivas das respectivas entidades estatais, enfeixam-se num só cargo de chefia suprema e atribuem seu exercício a um único titular; b) ÓRGÃOSCOLEGIADOS OU PLURIPESSOAIS OU COMPLEXOS. São todos aqueles que atuam e decidem pela manifestação conjunta e majoritária da vontade de seus membros. Nos órgãos colegiados não prevalece a vontade individual de seu Chefe ou Presidente, nem a de seus integrantes isoladamente: o que se impõe e vale juridicamente é a decisão da maioria, expressa na forma legal, regimental ou estatutária. Exemplos. Corporações Legislativas, Tribunais e Comissões, Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas, Tribunais. COMPETÊNCIAS PÚBLICAS CONCEITO É o poder que a lei ou a Constituição Federal outorga ao agente público para o desempenho de suas funções. Posto isso, a competência pode ser conceituada como o círculo compreensivo de um plexo de deveres públicos a serem satisfeitos mediante o exercício de correlatos e demarcados poderes instrumentais, legalmente conferidos para a satisfação de interesses públicos. CARACTERÍSTICAS a) exercício obrigatório b) irrenunciáveis c) intransferíveis, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos d) imodificáveis e) imprescritíveis JURISDIÇÃO ADMINISTRATIVA Jurisdição é atividade de dizer o direito, e tanto diz o direito o Poder Judiciário como o Executivo e até mesmo o Legislativo, quando interpretam e aplicam a lei. Todos os Poderes e órgãos exercem jurisdição. Mas somente o Poder Judiciário tem o monopólio da jurisdição judicial, isto é, de dizer o direito com força de coisa julgada. O administrador interpreta a lei e diz o direito (Lê a lei e aplica ela aos casos concretos, sendo que poderá ser modificada a decisão pelo Poder Judiciário. TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS São órgãos do Poder Executivo com competência jurisdicional (Adm) específica para assuntos indicados em lei, a serem decididos em recursos próprios, destinados à solução de questões internos da Administração ou de pendências suscitadas pelos administrados. Ex: os Conselhos de Contribuintes, o Conselho Superior de Tarifa, o Tribunal Marítimo, o Conselho de Terras da União, o Conselho de Águas e Energia Elétrica, Tribunais de Justiça Desportiva, Tribunais Administrativos Fiscais e o Tribunal de Contas da União. TRIBUNAIS DE CONTAS É um órgão da Administração, preposto do Poder Legislativo, com função de auxiliar a este na tomada de contas da receita e da despesa de cada exercício financeiro; Suas atribuições são fixadas na Constituição Federal e, por esse motivo, não podem ser alteradas por leis ordinárias. Desempenha atribuições jurisdicionais Administrativas (pareceres), relacionadas com a fiscalização da execução orçamentária, com a aplicação dos dinheiros públicos, com a legalidade dos contratos, aposentadorias e pensões A jurisdição do Tribunal de Contas é meramente administrativa, estando suas decisões sujeitas a correção pelo Poder Judiciário quando lesivas de direito individual, como já foi sumulado pelo STF (Súmula 6) e reiteradamente decidido pela nossa Justiça. A REVOGAÇÃO OU ANULAÇÃO, PELO PODER EXECUTIVO, DE APOSENTADORIA, OU QUALQUER OUTRO ATO APROVADO PELO TRIBUNAL DE CONTAS, NÃO PRODUZ EFEITOS ANTES DE APROVADA POR AQUELE TRIBUNAL, RESSALVADA A COMPETÊNCIA REVISORA DO JUDICIÁRIO.
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