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Produção do conheicimento historico

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Unidade 1 – Produção do Conhecimento Histórico Escolar
WEBAULA 1
 
Caros alunos, iremos discutir nesta unidade 1 sobre a produção do conhecimento histórico escolar. As reflexões propostas têm caráter teórico, mas possuem um alcance muito significativo no contexto do ambiente escolar. Vamos conectar os nossos conhecimentos para que sua formação acadêmica tenha como perspectiva um profissional reflexivo.
Vocês já pararam para pensar sobre a relação entre o espaço da escola e a produção do conhecimento histórico escolar? Vocês acham que é diferente o saber produzido na escola e o conhecimento produzido na universidade? Já pensaram se existe hierarquização de saberes entre escola e universidade? Você acredita que o conhecimento produzido na universidade é superior ao conhecimento escolar? É possível dentro da sala de aula produzir conhecimento com os alunos?
Figura 1.1 – Maquete
Fonte: < http://www.aper.org.br/ribeirao/imagens/noticias/emerson_04.jpg >. Acesso em: 9 nov. 2015.
 
Questão para reflexão
Analisando a imagem que retrata uma maquete sobre o feudalismo, podemos afirmar que na escola não há produção de conhecimento histórico?
 
Para compreendermos os questionamentos pontuados acima, iremos fazer uma reflexão, levando em consideração um debate que vem ocorrendo no ensino de história, por historiadores que se dedicam às questões específicas da nossa área, a partir de 1990, no Brasil.
Dentre alguns argumentos apresentados por pesquisadores como Selva Guimarães Fonseca, Circe Bitencourt, Kátia Abud, André Cheverl, Alice Casemiro Lopes e outros, podemos apontar a questão da escola não como espaço de transmissão de informação, mas um lócus de produção do conhecimento histórico escolar.
 
Esse debate acentuou na academia, gerando discussões calorosas que buscaram romper com a ideia da hierarquização dos saberes, ou seja, superar o pensamento de que os saberes escolares são inferiores aos saberes acadêmicos. Partiu-se do entendimento de que a escola faz parte de uma cultura escolar (CHERVEL, 1990) e, devido a isso, ela só pode ser entendida dentro das suas especificidades, a partir dos elementos que integram esse local.
Figura 1.2 – Sala de aula
Fonte: < http://img2.stockfresh.com/files/l/lenm/m/68/2684706_92029419.jpg >. Acesso em: 9 nov. 2015.
 
Assim, passamos a compreender que o conhecimento produzido dentro da sala de aula não é considerado inferior ao conhecimento acadêmico. Ao contrário, são considerados diferentes e para conhecê-los devem-se levar em consideração os elementos que integram este lugar (CHERVEL, 1990).
Com esse debate também rompemos com a ideia do professor da escola como executor de tarefas ou reprodutor de informações que vem de outras instâncias como a universidade, e estes últimos como os exclusivos produtores de conhecimento. Ou seja, lutamos no ensino de história, desde 1990, para não abolir com o pensamento construído na escola enquanto um espaço de fazer e a universidade de saber.
 
Saiba Mais
Seguem os livros que indico como leitura complementar para essa discussão sobre conhecimento histórico escolar.
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de história: experiências, reflexões e aprendizados. Campinas: Papirus, 2005.
BITTENCOURT, Circe. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
 
O que implica a pensar a escola, mais particularmente, a sala de aula dentro da sua singularidade, em outras palavras, podemos afirmar que é um espaço em que circulam diferentes sujeitos (alunos, professores) com experiências de vida diferentes bem como o seu entorno (gestão escolar, supervisor pedagógico e sua equipe), estão imersos em uma dada comunidade, inseridos em cotidianos e visões de mundo diversas.
Espaço escolar que circula diálogos “atravessados por contradições, confrontos, conflitos, silêncios, esquecimentos. Ou muitas vezes, diálogos monológicos e ainda assim, tecidos por muitos diálogos” (ESTEBAN, 2006, p. 8).
 
Questão para reflexão
Observe a imagem a seguir, relacione com a discussão proposta e responda: É possível produzir conhecimento histórico escolar? Justifique:
 
Figura 1.3 – Conhecimento escolar
Fonte: < http://educarparacrescer.abril.com.br/imagens/comportamento/indisciplina3.jpg >. Acesso em: 09 nov. 2015.
 
Não podemos nos esquecer que os alunos chegam com diferentes conhecimentos, muitos deles provenientes da família, aqueles que adquirem na igreja, outros derivam das mídias. A esse conhecimento denominamos como conhecimento prévio e deve ser levado em consideração durante o processo de ensino e aprendizagem em história, pois tais conhecimentos são frutos das suas experiências vividas e são carregados de intenções, sonhos, permeado por visões de mundo, de homem, de sociedade e de educação.
 
Questão para reflexão
Caso vocês comecem um conteúdo de história e percebam, através dos conhecimentos prévios dos seus alunos, que eles já sabem sobre a temática, o que fazer? Iniciar outra discussão? Trabalhar com os conceitos para perceber se não há visões estereotipadas ou conceitos equivocados? O que você acha?
O professor também deve considerar os conhecimentos prévios porque é possível identificar ideias equivocadas dos alunos acerca de algum conceito histórico. Por exemplo, quando questionamos os alunos o que é ser índio. Analisando a imagem apresentada, o que será que eles irão contar para o professor?
Figura 1.4 – Índios da Amazônia
Fonte: < http://www.museudoindio.org.br/indios-da-amazonia/ >. Acesso em: 9 nov. 2015.
 
Os alunos provavelmente apresentarão as suas ideias permeadas pelos conhecimentos prévios. Por isso, é importante o professor identificar se tais visões não são carregadas de preconceitos e descontruir o pensamento errôneo do aluno. Isso não significa que podemos desconsiderar as experiências pessoais, os sonhos, as ideias dos alunos, conforme nos mostra a sátira da charge.
Figura 1.5 – Conhecimentos Prévios dos alunos
Fonte: < http://info.plataformadoletramento.org.br/info1-praticas-de-leitura-3/images/conteudo/compreensao/introducao/tela-1-img.png >. Acesso em: 9 nov. 2015.
 
A historiadora Lana Mara Siman comenta que não basta desconstruir conceitos errôneos, mas reconstruí-los a partir da contextualização.
Além dos conhecimentos prévios, também no espaço escolar, disseminam os conhecimentos que são advindos das ditas ciências de referências, nesse caso, trata-se da “História”. Onde encontramos no caso esses conhecimentos?
Eles são propagados através de livros didáticos, paradidáticos, nos Parâmetros Curriculares Nacionais, nas Diretrizes Curriculares Estaduais, nos planos de ensino do professor e ainda, pela mediação didática do professor durante a aula.
 
Figura 1.6 – Parâmetros Curriculares Nacionais
Fonte: < http://www.lamparina.com.br/livro_detalhe.asp?idCodLivro=274 >. Acesso em: 9 nov. 2015.
Saiba Mais
Leia os Parâmetros Curriculares Nacionais de História para compreender como o conhecimento histórico escolar vem concebido nesse documento.
Vídeo
Assista ao vídeo a seguir que possibilitará você compreender como o aluno se apropria dos conteúdos históricos a partir das suas experiências de vida.
Coroa do Imperador editado – cenas da aula. Disponível em: < www.youtube.com/watch?v=3S19s7cg4-Y >. Acesso em: 26 out. 2011.
Vocês perceberam no vídeo que o processo de ensino e aprendizagem coloca em circulação os diferentes conhecimentos e as suas devidas significações? É, por meio do encontro entre eles, em diversas formas e níveis, que os alunos, na sala de aula, se (re)apropriam e(re)organizam com novas formas de compreensão, decorrentes do alargamento e aprofundamento do conteúdo em sala de aula.
O que implica a pensar que a aprendizagem se constitui a partir de fluxos e/ou trânsitos de “significações que mantêm entre si relações diversas, de complementaridade e reafirmação (por exemplo, na ampliação ou especificação de determinadas significações) ou, ao contrário, de contradição e até mesmo de incomensurabilidade (nestecaso, requerendo reorganizações, silenciamentos e escolhas)” (COLINVAUX, 2007, p. 32).
 
O que é então o conhecimento? Conhecer é compreender! Compreender é (re)significar. Portanto, o processo de ensino e aprendizagem está atrelado aos processos de compreensão do mundo material e simbólico, que, colocam em trânsito, geração, apropriação, transformação e (re)organização de significações (COLINVAUX, 2007).
Porém, para que o aluno (re)signifique o conhecimento é necessário ter sentido para ele. Por isso, o professor deve pensar a construção do conhecimento histórico escolar, a partir do olhar do presente do aluno para o passado. E não o passado como algo estanque, sem sentido ou desvinculado do contexto social do estudante. Somente na relação presente-passado o aluno poderá estabelecer elos de ligações e resignificar a história a partir do seu tempo.
 
Segundo o historiador Michel de Certeau (2000) o conhecimento é produto de um lugar a partir de ferramentas do ofício do próprio historiador, o que implica compreender que o conhecimento não é reflexo das coisas ou de “outrem”. Todas (re)significações, no caso do aluno, são reconstruções cerebrais, pautado em estímulos e/ou codificados pelos sentidos.
Portanto, o conhecimento histórico escolar, sob a forma de ideia ou expresso em palavras é advindo de “uma tradução/reconstrução por meio da linguagem e, por conseguinte, está sujeito a equívocos e imprecisões. Este conhecimento, “comporta a interpretação, o que introduz a subjetividade do conhecedor, de sua visão do mundo e de seus princípios de conhecimento, que leva a diferentes leituras” (CIAMPI apud ARIAS NETO, 2005, p. 125).
 
Se a escola é o lugar que ocorre o processo de ensino e aprendizagem e levando em conta a aprendizagem de história como espaço de produção do conhecimento, logo entendemos que a aprendizagem é um “(...) processo de significação que, na sala de aula, gera movimentos individuais e coletivos em torno de formas canônicas de compreensão do mundo material e simbólico” (COLINVAUX, 2007, p. 31).
Então, podemos afirmar que a história ensinada na escola é (re)inventada em cada aula, segundo Ana Maria Monteiro (apud ARIAS NETO, 2007, p. 85). O que implica compreender que as reinvenções acontecem “no contexto de situações de ensino específicas, onde interagem as características do professor (e onde também são expressas as disposições oriundas de uma cultura profissional), dos alunos e aquelas da instituição (aí podendo ser considerada tanto a escola como o campo disciplinar), características essas que criam um campo de onde emerge a disciplina escolar”.
 
Os alunos nessa dada situação são “imersos no mundo, ou seja, numa dada sociedade, numa determinada época, onde as subjetividades expressam e configuram representações que, por sua vez, interferem na definição das opções que orientam os sentidos atribuídos aos acontecimentos” (MONTEIRO apud ARIAS NETO, 2007, p. 95).
Quanto ao papel dos professores durante o processo de construção do conhecimento histórico escolar, é de mediar as orientações do social dos alunos nas interações discursivas em uma aula. A maneira como os professores se posicionam entre o espaço aberto, entre o mundo narrado e o mundo comentado, lança pontes para o fluxo de experiências na construção de uma escuta do sensível, conforme nos orienta Walter Benjamin.
 
“A história é objeto de uma construção, que tem lugar não no tempo vazio e homogêneo, mas no repleno de atualidade” (BENJAMIN apud KOTHE, 1991, p. 161). Esse tempo pleno de rememoração, de narrativa, de ressignificação, acolhe vozes, vidas, memórias, esquecimentos, lembranças, objetos, que ecoam no tempo do “agora”.
No entremeio da história vivida e da história percebida é que se recoloca os vestígios (documentos) da experiência humana em diferentes maneiras podendo articular dimensões múltiplas, espaços diversificados, como exemplo, as experiências de outros sujeitos, de outras épocas e espaços.
Link
Indico a leitura do livro “Conhecimento Escolar” de Alice Casimiro Lopes. 
Disponível em: < http://www.curriculo-uerj.pro.br/imagens/artigos/Conhecimen_8.pdf >. Acesso em: 4 nov. 2015.
BENJAMIN, W. Teses sobre filosofia da história. In. KOTHE, F. (org.). Walter Benjamin (Coleção Grandes Cientistas Sociais). São Paulo: Ática,1991.
 
BITTENCOURT, C. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
 
CERTEAU, M. De. A invenção do cotidiano. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
 
CHERVEL, A. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria e Educação, n. 2, p. 177-229, 1990.
 
CIAMPI, H. Epistemologia e metodologia: diálogos interdisciplinares na pesquisa do ensino de história. In. ARIAS NETO, J. M. (org.). Dez anos de pesquisas em ensino de História. Londrina: AtritoArt, 2005.
 
COLINVAUX, D. Aprendizagem e construção/constituição de conhecimentos: reflexões teórico-metodológicas. Pro-Posições. Campinas, Unicamp, v. 18, n. 3, set./dez. 2007.
 
ESTEBAN, M. T. Sala de aula – dos lugares fixos aos entre-lugares fluidos. Revista Portuguesa de Educação, Minho, CIEd, 2006.
 
MONTEIRO, A. M. F. C. Ensino de história: lugar de fronteira. In: ARIAS NETO, J. M. (org.). História: guerra e paz. ANPUH XXIII Simpósio Nacional de História. v. 1. Londrina-PR: Anpuh/Finep, 2007.
Unidade 2 - Produção do conhecimento Histórico Escolar
WEBAULA 1
 
Caros alunos, nesta unidade 2 iremos conhecer o que é um projeto de ensino de história e como deve ser elaborado, como um dos requisitos para a obtenção do título de licenciado em história, na Unopar. O projeto de ensino vem ao encontro da possibilidade de produção de conhecimento histórico escolar, conforme discutimos na unidade 1.
O projeto de ensino é “outro” caminho para que se construa o conhecimento histórico, a partir de outros documentos históricos e vestígios por alunos e professores e possibilita estabelecer “outra” relação com o ensino de história, atribuindo outros sentidos e significados ao universo de ideias, palavras, pensamentos em constante transformação.
 
O projeto de ensino contempla especificamente conteúdos da disciplina de história – relativos a contextos e conceitos históricos e noções de temporalidade, problematizados e orientados para a construção de sentidos para os alunos. Sentidos esses que deverão auxiliar os alunos a perceberem que a realidade que observam e vivenciam hoje é uma construção histórica, e que fazem parte dessa construção. Que se reconheçam inseridos na história, autores destas e nas suas experiências vividas.
 
Figura 2.1 – Projeto de Ensino sobre Patrimônio
Fonte: < http://casadopatrimoniojp.com/wp-content/uploads/2012/03/DSC01803.jpg >. Acesso em: 9 nov. 2015.
 
Interessante é pensar em projetos de ensino que envolvem o aluno a olhar fora da sala de aula, ou seja, a cidade, seus monumentos, praças e ruas, como nos mostra a Figura 2.1. Tais atividades oferecem ao aluno experiências ricas bem como a sua inserção na vida cotidiana, estimulando ações para que o olhar do aluno possa ser provocado, tocado, tornando-se crítico e sensível às experiências do outro, como a proposta do filósofo Walter Benjamin, “a experiência humana se manifesta não apenas na natureza política da luta de classes, mas, como sentimentos, valores e imagens”.
 
Questão para reflexão
Enquanto aluno da educação básica, você entendia o seu papel na sociedade? Você se reconhecia como sujeito histórico? Isso era trabalhado por seus professores de História?
Vale lembrar que o Projeto de Ensino que você deverá apresentar no término do sétimo semestre do curso de História, não precisará ser desenvolvido na escola.
Todavia, será apresentado no polo, com a presença do tutor presencial e dos demais estudantes e postado no ambiente virtual, a partir dos prazos estabelecidos no cronograma do curso pela coordenadora. Tenho certeza que ao apesentar seu projeto em formato de slides para os seus colegas de sala será uma experiência enriquecedora para todos.
Espero quequando você iniciar a sua carreira docente, possa aproveitar esse projeto com os seus alunos, por isso, seria interessante que você guardasse para o seu futuro.
 
Figura 2.2 – Exemplo de apresentação de projeto no ensino superior
Fonte: < http://www.uceff.com.br/extranet/uploads/Noticia/758697cc88331a1d8039aa811dadddc8.JPG >. Acesso em: 10 out. 2015.
 
Após postar no ambiente Colaborar, o seu projeto de ensino será corrigido por um tutor eletrônico, que revisa e sugere mudanças quando necessárias durante a elaboração, assim como atribui um conceito de acordo com os critérios de avaliação estabelecidos por esta instituição, sendo este acompanhado pelo professor especializado que o orienta no acompanhamento do acadêmico.
Propõe-se a elaboração de um projeto direcionado para o ensino da disciplina de História na Educação Básica (séries finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio), contemplando a docência e a pesquisa.
 
Saiba Mais
Conheça propostas de desenvolvimento de projetos de ensino que envolvem museus. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2015.
 
A seguir irei apresentar a estrutura para a elaboração do projeto de ensino de história.
Introdução
Justificativa
Referencial Teórico
Série/ano
Objetivos
Problematização
Processo de Desenvolvimento
Tempo para a realização do projeto
Recursos Humanos e Materiais
Avaliação
Referências
1 INTRODUÇÃO
Você deverá apresentar o conteúdo de história que escolheu para desenvolver o seu projeto de ensino para a educação básica, contextualizá-lo para que possamos compreender a sua temática.
Você também deverá escolher uma ou duas fontes a serem trabalhados os conteúdos em seu projeto de ensino. É imprescindível a escolha da fonte.
Dentre as fontes históricas que você poderá escolher, seguem algumas sugestões: imagens (fotografias, charges, obras de arte), música, objetos históricos, filmes, jornais. Também poderá escolher trabalhar com fontes orais, caso o seu projeto tenha essa necessidade. Sugiro ainda como possibilidade trabalhar com patrimônios materiais ou imateriais.
 
Essa etapa deverá ter no mínimo 1 lauda e no máximo 2 laudas.
Link
Caso tenha dificuldades em realizar a escolha dos conteúdos de história, acesse os Parâmetros Curriculares Nacionais de História.
Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pcn_5a8_historia.pdf >. Acesso em: 26 out. 2015.
Questão para reflexão
Qual conteúdo de história você gostaria de trabalhar no seu projeto de ensino? Agora escolha uma fonte histórica para que esse seu conteúdo possa ser desenvolvido no projeto de ensino.
 
2 JUSTIFICATIVA
Nesse item você deverá apresentar a justificativa do seu projeto de ensino. Explicar os motivos que levou a escolha do conteúdo e também por que escolheu tal fonte histórica. Ou seja, delineamos nessa parte a relevância do tema do projeto ao grupo de alunos envolvidos no processo. Portanto, deve ficar claro por que é importante (relevante) desenvolver o projeto de ensino com os alunos.
Ao fazer esse texto, leve em consideração os seguintes questionamentos que apresento a vocês.
Tem importância o projeto? Está no nível de um projeto direcionado para o ensino e a aprendizagem da história na educação básica? Contempla a docência e a pesquisa? Está relacionado com os conteúdos de história?
 
Outro fato que deve ser considerado acerca da escolha do tema é a viabilidade de desenvolver um projeto de ensino. O que seria isso?
É possível de ser desenvolvido o conteúdo que escolhi para a educação básica? Os limites estão bem definidos?
Existe bibliografia e outros materiais de fácil acesso para a escrita do projeto e execução do mesmo?
É possível trabalhar com essa fonte história para a educação básica?
 
Os pontos acima, se bem refletidos, irão direcionar a elaboração do seu projeto. Sabe por quê? Muitas vezes temos uma ideia bacana, mas não é possível de ser estudada na educação básica, devido à complexidade da temática, ou até conseguimos desenvolver em sala de aula, mas não encontramos materiais necessários para a leitura sobre o assunto e fica um projeto sem fundamentação teórica e os limites não ficam bem delineados. Confuso, até mesmo para o próprio professor. Por isso, a necessidade de levar em consideração essas observações, para conseguir desenvolver seu projeto de ensino.
 
Link
Lembre-se que, para a formatação de seu projeto a partir das Normas da ABNT, você poderá encontrar informações no site da Biblioteca Digital. Disponível em: < http://www.unoparead.com.br/ >. Acesso em: 9 nov. 2015.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Esta parte do projeto deverá conter no mínimo 5 e no máximo 8 laudas. Deverá apresentar/discutir/analisar as ideias de no mínimo dois autores diferentes que subsidie o conteúdo que escolheu e mais 2 autores que fundamentem teoricamente a fonte escolhida para desenvolver seu projeto.
Isso significa que você deverá buscar quatro autores e inseri-lo no debate, por meio de citações diretas e indiretas. Importante sempre referenciá-los, conforme as normas da ABNT. Nunca copie as ideias do autor sem mencioná-los, pois, é plágio.
 
Saiba Mais
Existem vários softwares que detectam plágio em um trabalho, podemos citar como exemplo: PLAGIUS, COPYSPIDER, FAREJADOR DE PLÁGIOS, entre outros que estão disponíveis sem custo algum na Internet.
Questão para reflexão
Qual seria sua postura ao corrigir um trabalho de um aluno e perceber o plágio?
 
4 SÉRIE/ANO PARA O QUAL O PROJETO SE DESTINA
Nesta parte do trabalho você deve especificar a série ou ano da Educação Básica para o qual o projeto se destina. Pense sempre que a sua temática tem que atender o ano que será trabalhado, isso significa que não poderá propor conteúdos que não condizem com a série do aluno.
 
5 OBJETIVOS
É o nosso propósito aquilo que queremos com o estudo do tema. Nessa parte do projeto devem ser elaborados três objetivos específicos que se pretendem alcançar com o desenvolvimento do projeto. Por isso, você deve ter bem claro quais os objetivos que pretende ao propor seu projeto de ensino para os alunos da educação básica.
6 PROBLEMATIZAÇÃO
Um dos elementos fundamentais na definição de um projeto é a problematização. Mas o que seria a problematização? Já pararam para pensar sobre isso? Será que as nossas perguntas possuem respostas? A problematização ocorre durante todo o processo; são as hipóteses (indagações, dúvidas, questionamentos) a serem investigadas a partir do CONTEÚDO proposto. Nesta parte do projeto você deverá problematizar o conteúdo e explicar detalhadamente como e, em quais momentos do projeto, o conteúdo pode ser problematizado. Esta parte do projeto deverá conter no mínimo 1 e no máximo 2 laudas.
 
Vídeo
Assista o link a seguir em que o professor explica a relevância sobre a problematização. 
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=MD8KcXwbc5k >. Acesso em: 4 nov. 2015.
Questão para reflexão
Você já pensou na problematização da sua pesquisa? Dialogue com seus colegas sobre a mesma.
7 O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
A construção da aprendizagem permeia todo o desenrolar do projeto. Devem ser usadas todas as estratégias necessárias para atingir os objetivos propostos: aulas expositivas; debates; leituras; vídeos; pesquisas; entrevistas; e outras.
 
Nesta parte do trabalho você deve relacionar e explicar detalhadamente como irá trabalhar com o conteúdo. Ainda, de que forma irá analisar a fonte histórica escolhida para desenvolver tal conteúdo. Isso deve ser feito para as 8 ou 10 aulas que contemplará o seu projeto de ensino.
Caso esteja previsto, em seu projeto, trabalhar com materiais disponíveis na internet, inclua nesta parte os links dos materiais que pretende utilizar. Também deve incluir nesta parte do projeto as atividades que pretende desenvolver.
 
8 TEMPO PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO
O tempo gasto para a realização do projeto se relaciona diretamente aos objetivos propostos, no entanto, não deve ser muito longo, pois pode causar desinteresse a todos. Orienta-se de 8 a 10 aulas para a realizaçãodo projeto de ensino.
Dessa forma, ao prever o tempo para realização do projeto organize um cronograma e especifique o número de aulas para realizar cada atividade prevista no item anterior (o processo de desenvolvimento).
 
 
9 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS
Prever a necessidade de recursos humanos e materiais proporciona a organização do trabalho e o encaminhamento do estudo e da investigação, enriquecendo o projeto na sua totalidade. Nesta parte do trabalho você deve elencar os recursos necessários.
 
10 AVALIAÇÃO
A avaliação em um projeto de ensino não possui caráter de classificação. Já não cabe mais avaliar para excluir, sentenciar, aprovar ou reprovar. A avaliação deixa de ser classificatória e passa a ser diagnóstica e processual, assumindo um caráter de globalidade. Avaliam-se tanto o processo de desenvolvimento e aprendizagem do aluno quanto as intervenções do professor. Dessa forma, você deve descrever nessa parte do projeto, como prevê a avaliação no decorrer do projeto para os alunos.
 
Vídeo
Assista ao vídeo do professor doutor Cipriano Luckesi para uma melhor compreensão sobre as formas de avaliar.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc >. Acesso em: 15 out. 2015.
Questão para reflexão
Você já passou por alguma situação complicada, em sua vida escolar, por causa da avaliação?
 
11 REFERÊNCIAS
E não se esqueça das referências, pois neste item deve constar todos os livros que você leu, como: artigos científicos, documentos e imagens. Assim, concluída a construção do projeto, o pesquisador ainda poderá se beneficiar de uma ferramenta valiosa para garantir seu sucesso, a base teórica encontrada no final do trabalho, para futuras intervenções nas práticas de história.
 
Saiba Mais
Muitas vezes os alunos encontram dificuldades para escrever da maneira correta as referências de seu trabalho, pensando nisso, encontrei essa ferramenta online para vocês.
Disponível em: < http://www.unoparvirtual.com.br/ >. Acesso em: 15 out. 2015.
 
Figura 2.3 – Exemplos de referências nos trabalhos acadêmicos
Fonte: O autor (2015).
 
RESUMO DA UNIDADE
Com o término desta unidade, espero que você tenha entendido como realizar o projeto de ensino voltado para História como prática na Educação Básica. Foram detalhados todos os itens do projeto de ensino.

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