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SENTENÇA CONDENATÓRIA PENAL COM BASE NO FILME TEMPO DE MATAR


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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO
UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO
DISCIPLINA: DIREITO PENAL II
DOCENTE: GLEIDYSSON JOSÉ BRITO DE CARVALHO
ALUNA: JOICE CLÉA SANTOS GOMES
4º PERÍODO DE DIREITO - 2016.1
				IMPERATRIZ
				 2016
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO
UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO
JOICE CLÉA SANTOS GOMES
Sentença condenatória com base nos termos do artigo 121 § 1º do Código Penal
				Filme “TEMPO DE MATAR”
				IMPERATRIZ
				 2016
JUIZ TITULAR: JOICE CLÉA SANTOS GOMES
Processo: 0120/2016
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL
ACUSADO: CARL LEE HAILEY
			SENTENÇA
O Ministério Público ofereceu denúncia acusando este da prática dos seguintes crimes, em concurso formal (art. 70, CP): 1- HOMICÍDIO PRIVILEGIADO (art. 121, § 1º,) contra BILLY RAY COBB; 2- HOMICÍDIO PRIVILEGIADO (art. 121, § 1º), contra JAMES LOUIS "PETE" WILLARD e 3- LESÃO CORPORAL CULPOSA art. 129, § 6º), contra o policial investigador DWAYNE LOONEY, sem que estes tivessem qualquer possibilidade de defesa, em face dos disparos de arma de fogo
 CARL LEE HAILEY qualificado nos autos foi denunciado pelo Ministério Público, pronunciado por este Juízo e submetido a julgamento perante o Tribunal do Júri desta Comarca em razão de ter cometido os seguintes crimes acima descritos contra as vítimas arroladas na denúncia.
Por esta razão, o réu foi submetido a julgamento perante o Tribunal do Júri desta Comarca, tendo sido sustentado os termos da Pronúncia em relação a todas as vítimas. A defesa do réu esgrimiu em prol do acusado a tese de Homicídio Privilegiado com relação às vítimas Billy Ray Cobb e James Lewis Willard, e de lesão corporal em relação à vítima Dwayne Looney.
Após a instrução em plenário, o Conselho Popular, de acordo com os termos de julgamento, houve por bem:
EM DETRIMENTO à VÍTIMA BILLY RAY COBB: por maioria dos votos reconhecerem autoria e materialidade do crime de homicídio, e por maioria acatou o argumento da defesa em que o crime foi praticado sob o domínio de forte emoção, causa de privilégio prevista no §1º do art.121, e por maioria decidiu, também, que o crime foi qualificado quando praticado por meio de emboscada incidindo a agravante do inciso “IV”, §2º do art.121. 
À VÍTIMA JAMES LEWIS WILLARD: por maioria dos votos reconhecer autoria e materialidade do crime de homicídio, e por maioria acatou o argumento da defesa em que o crime foi praticado sob o domínio de forte emoção, causa de privilégio prevista no §1º do art.121, e por maioria decidiu, também, que o crime foi qualificado quando praticado por meio de emboscada incidindo a agravante do inciso “IV”, §2º do art.121.
NO TOCANTE A VÍTIMA DWAYNE LOONEY: por maioria dos votos acatou os argumentos da defesa cujo crime passa a ser o de lesão corporal.
Assim foi reconhecido que o acusado praticou dois crimes de homicídio consumado privilegiado-qualificado contra as vítimas Billy Ray Cobb e James Lewis Willard, Ainda entendeu o Conselho de Sentença, que o acusado praticou lesão corporal contra a vítima Dwayne Looney acatando, desse modo, a tese da defesa exposta em Plenário.
Isto Posto, com fundamento no art. 387 do Código de Processo Penal pátrio, TOTALMENTE PROCEDENTE a denúncia do MINISTÉRIO PÚBLICO, uma vez que concluída a classificação do delito de HOMICÍDIO PRIVILEGIADO- QUALIFICADO contra as vítimas que ora tiveram suas vidas ceifadas e o policial Dwayne para o delito de LESÃO CORPORAL CULPOSA (art. 129, § 6°, Código Penal brasileiro), isso porque não se comprovou nos autos a ocorrência do chamado “dolo eventual” quando o agente, embora não querendo diretamente praticar a infração penal, não se abstém de agir e assume o risco de produzir o resultado que por ele já havia sido previsto e aceito.
 Em razão da decisão soberana do Conselho de Sentença, passo a decidir sobre a pena ser imposta ao acusado em relação aos crimes de homicídios consumados, e pelo crime de lesão corporal, pelos quais foi considerado CULPADO.
Uma vez que as condições judiciais do artigo 59 do Código Penal se mostram favoráveis em relação ao acusado, suas penas bases deve ser fixada no mínimo legal, posto que culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade e motivos que circundam a prática do crime extrapolam apenas em parte a previsibilidade do tipo penal tendo o acusado agido sob forte influência emocional no momento dos crimes, 
MATERIALIDADE DO CRIME 
A materialidade da conduta delituosa se comprova através das testemunhas, imagens e da própria postura do réu.
 AUTORIA DO CRIME
Na instrução do processo, restou evidente que Carl Lee Hailey planejou, com “animus necandi”, a morte de Billy Ray Cobb e James Willard, após estes terem estuprado e agredido, além de deixa-la para morrer em um riacho, sua filha de dez anos, Tonya Hailey. 
Assim, resolvida tais questões e em consideração a tudo quanto já argumentado e a presença de circunstâncias atenuantes e qualificadoras aplicam as penas privativas de liberdade da seguinte forma:
PELO HOMICÍDIO CONSUMADO PRATICADO CONTRA BILLY RAY COBB: 
Atento aos elementos norteadores do artigo 59 do Código Penal, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, a personalidade do agente, os motivos, as circunstâncias e consequências do crime e o comportamento da vítima no crime de homicídio consumado, incidindo duas atenuantes e uma qualificadora. Aquelas (atenuantes) funcionarão para fixar a pena-base e atenuá-la, enquanto a qualificadora servirá como agravante para o cálculo da pena definitiva.
Assim, considerando as razões expedidas, fixo a PENA BASE EM 09 (NOVE) ANOS DE RECLUSÃO à qual, de acordo com o § 1º do art.121 do Código Penal, reduzo de 1/3, passando a ser de 06 (seis) anos;
Como agravante e devido a incidência da qualificadora aumento a pena de 06 (seis) meses.
Como atenuante caracterizada e prevista no art.65, inciso III, alínea “a” e “d” do Código Penal, atenuo a pena em 01 (um) ano.
Muito embora caracterizada a atenuante prevista no art. 65, inciso III, alínea “a” e “d”, do Código Penal, deixo de valorá-la totalmente, porquanto a pena-base atingiu o mínimo legal previsto. De fato, a expressão "sempre atenuam" constante do art. 65, inciso III, do Código Penal tem como limite o patamar legal da pena, não podendo, portanto, levá-la, quando já fixada em seu patamar mínimo, aquém do limite abstratamente previsto, simplesmente em virtude de existência de circunstância atenuante. É o que enuncia a súmula 231 do Superior Tribunal de Justiça: "A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal"
Assim, após tais considerações, torno a pena concreta e definitiva em 06 (seis) anos de reclusão.
- PELO HOMICÍDIO CONSUMADO PRATICADO CONTRA A JAMES LEWIS WILLARD:
 Assim, considerando as razões expedidas, fixo a PENA BASE EM 09 (NOVE) ANOS DE RECLUSÃO à qual, de acordo com o § 1º do art.121 do Código Penal, reduzo de 1/3, passando a ser de 06 (seis) anos;
Como agravante e devido a incidência da qualificadora aumento a pena de 06 (seis) meses.
Como atenuante caracterizada e prevista no art.65, inciso III, alínea “a” e “d” do Código Penal, atenuo a pena em 01 (um) ano.
Muito embora caracterizada a atenuante prevista no art. 65, inciso III, alínea “a” e “d”, do Código Penal, deixo de valorá-la totalmente, porquanto a pena-base atingiu o mínimo legal previsto. De fato, a expressão "sempre atenuam" constante do art. 65, inciso III, do Código Penal tem como limite o patamar legal da pena, não podendo, portanto, levá-la, quando já fixada em seu patamar mínimo, aquém do limite abstratamente previsto, simplesmente em virtude de existência de circunstância atenuante. É o que enuncia a súmula 231 do Superior Tribunal de Justiça: "A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal"
Assim, após tais considerações, torno a pena concreta e definitiva em 06 (seis)anos de reclusão.
Tratando- se de crime híbrido, qualificado como privilegiado-qualificado não é equiparado a hediondo. Tendo em da culpabilidade, bons antecedentes e de réu primário, não cabe a pena restritiva de direito por se tratar de crime de violência contra a vida. 
PELA LESÃO CORPORAL PRATICADO CONTRA DWAYNE LOONEY:
Atento aos elementos norteadores do artigo 59 do Código Penal, Culpabilidade: entendida como o grau de censura, de reprovabilidade que a conduta e o próprio autor merecem, constata que ela se apresenta normal ou adequada ao tipo penal, por não se verificar qualquer particularidade negativa, sendo ínsita ao crime de lesão corporal gravíssima, nada tendo a se valorar. Antecedentes: o réu é possuidor de bons antecedentes conforme constata-se dos autos. Conduta social: o réu também é possuidor de boa conduta social. Personalidade: de difícil constatação, por tomar em conta aspectos inerentes, por exemplo, à índole e ao temperamento do réu, priorizando características pessoais, não será aqui valorada diante da inexistência nos autos de elementos suficientes à sua aferição. Motivos: ligados às razões que moveram o agente a prática delituosa. Circunstâncias: elementos acidentais não participantes da estrutura do tipo penal que, na presente hipótese, restaram evidenciados. Consequências: as consequências do crime, consistentes na materialidade consumada conforme art. 121 § 1º. Comportamento da vítima: é o modo de agir da vítima que pode ser determinante para que o agente decida pela prática da infração penal e que no caso em concreto não influiu para o resultado.
Desta forma, à vista dessas circunstâncias judiciais analisadas individualmente, fixo a pena-base no mínimo legal, ou seja, em 2 (dois) anos de reclusão
Não concorrem circunstâncias agravantes.
Com relação a este crime reconheço a atenuante prevista no artigo 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal, e atenuo a pena em 06 (seis) meses.
Assim, após tais considerações, torno a pena concreta e definitiva em 02 (dois) anos de reclusão.
Isto posto, e atento ao art.69 do Código Penal, CONDENO CARL LEE HAILEY, neste feito, a uma pena total de 14 (quatorze) anos de reclusão, e poderá cumprir a pena ora imposta inicialmente em regime fechado.
Em virtude da pena privativa de liberdade aplicada ao condenado ser maior do que quatro anos, o mesmo não faz jus à substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, atento ao que dispõe o art. 44, inciso I, do Código Penal.
Considerando o art.33, § 2º, alínea “a”, o início do cumprimento da pena deverá ser em regime FECHADO, observando, também os artigos 87 e 88 da Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal).
Devido ao réu já haver se encontrado detido em estabelecimento prisional antes da sentença condenatória definitiva, aplico a detratação prevista no artigo 42 do Código Penal Brasileiro.
Comunique-se à Justiça Eleitoral, para cumprimento do disposto no artigo 15, inciso III, da Constituição Federal. Determino ainda a expedição da competente guia de execução para o cumprimento da pena que lhe foi imposta, remetendo tal documento à Vara de Execuções Criminais, com cópia das peças indispensáveis para a formação dos autos de execução penal, nos termos da Lei de Execuções Penais.
Após o trânsito em julgado, feitas as devidas anotações e comunicações, lance-se o nome do réu no livro Rol dos Culpados.
Registre-se. 
Execute-se. 
Imperatriz/MA, 23 de março de 2016.
________________________________________
JUÍZA DE DIREITO