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DPP
Aula 4
Vamos trabalhar algumas questões de complementação do texto 2. Nem todos os detalhes do texto temos como discutir, então as
perguntas são bem vindas, mas em todas as aulas e roteiros vai ter uma coisa a mais complementando as ideias do texto.
Na obra "Cidade Antiga" que é quase uma novela sobre a vida na grécia antiga, o autor traz para gente noções muito claras so
bre a vida na grécia. Três instituições marcam esse período, a ideia do Pater Família, a ideia de Propriedade Privada, o lim
ite de poderes do Pater Família estavam impostos à sua propriedade, e o conceito de Religião Doméstica, que era a divindade
que comandava a casa da família.
Quando a mulher era entregue a um marido, ela não só mudava o nome, mas seu nome significava a mudança de religião, logo, o
ritual de casamento era exatamente para que se adiquirisse uma nova religião doméstica, onde a mulher seria regida pelas or
dens de um novo clã.
Percebemos no campo da política uma estrutura fortemente hierarquizada, o Pater Familia é quem exercia o poder em seu territó
rio e nela, tinhamos reunido, nas mãos da mesma pessoa, as três funções básicas do direito. Ele exercia o Poder Executivo e,
por outro lado, também era o Poder Legislador, que ditava as regras e, além disso, ele também tinha o Poder Judiciário na ca
sa. Percebemos então uma estrutura política fortemente hierarquizada, onde se tem uma monarquia.
Por outro lado, com o passar do tempo, começa a se romper também o modo de explicação das coisas. Na antiguidade grega, não
se era explicadas as coisas por ciência, mas sim por mitologia, a partir das tradições, histórias e etc. Era a fase mitológi
ca da explicação do Mundo.
A partir de então, nós queremos explicar o mundo não mais fazendo uma narrativa, mas sim, explicando os porquês do mundo, uma
explicação racional. Isso também vai envolver as relações políticas. Logo, se começa a questionar a centralização do poder
nas mãos do Pater Familia, e se desenvolve também um novo pensamento político de organização da sociedade. Começa-se a pensar
uma outra dimensão da razão política.
As diferentes formas de organizações políticas em outros estados foram estudadas por Aristóteles para compreender o que a so
ciedade deveria entender por organização política. Platão é mais idealista e especulativo nesse ponto.
Começamos a perceber a busca da melhor forma de conviver em sociedade e a sociedade grega vai buscar um meio de melhor se
organizar socialmente.
É feita uma reflexão sobre o paradigma sobre a "arque", a origem que é estudada por muitos pensadores com pontos de vista di
ferentes, mas que todos partem da mesma premissa de uma força originária.
O paradigma da atividade clássica é o paradigma cosmológico. Para o grego, ele tira o homem do centro do entendimento univer
sal onde, que se o ser humano morre, a natureza continua a existir. Eles acreditam no equilíbrio de forças da natureza de uma
forma harmônica, logo, ele tenta extrair da natureza uma organização para que se estruture o ambiente humano. Para os gregos,
tudo deveria ser discutido em uma ótica de derivação natural.
Esse ideal de equilíbrio é tão forte que dizem que na natureza existe a "fisis", a natureza em si e o "nomus", as normas que
regem a natureza. Para abstrair, por exemplo, em geral, animais da mesma espécie não matam o seu semelhante tirando algumas
exceções, logo, os seres humanos também não devem fazê-lo. Fisis + Nomus = Cosmus.
Um dos primeiros filísofos que vai trabalhar a política é Anaximandro, e vai buscar na razão política algumas ideias fundamen
tais: contra a ideia de governo hierarquizado, é necessário equilibrar forças políticas. Vemos então que esse conceito vem de
muito antigamente, a ideia de separação de poderes não é nova. Deveriam então ser colocadas diferentes fontes políticas regu
lando e amparando umas as outras.
Para ele, temos que extrair do cosmos as leis universais, leis fundamentais, que devem ser estáveis. Ele rejeita a hierarquia
e dita a estabilidade.
A ideia de polis fica mais clara no texto quando fala de Aristóteles. O que faz o homem definir-se como homem é sua capacida
de de se definir politicamente e sua capacidade de falar e pensar. Logo, a habilidade de argumentar politicamente para tentar
resolver os conflitos é o que diferencia o homem dos demais animais.
Se o homem é diferenciado pela capacidade de agir politicamente, temos aí a ideia aristotelica muito forte que a sociabilida
de humana é o que diferencia o homem dos demais animais.
Na leitura clássica, a ideia de vida privada era o espaço de satisfação da necessidade. Logo, o homem que vive em escala pri
vada não tem meios de regular a esfera pública. Se a política é a esfera mais elevada da sociedade antiga, pois visa a harmo
nia da sociedade, não poderia ser tomada por qualquer pessoa o dever de organizá-la.
Quem poderia então fazer a regulação? As leis. A ideia de lei vai ser um grande diferencial que vai elevar a civilização gre
ga a um novo patamar, pois desde então, estabelece condutas para o cidadão, dando uma estabilidade e segurança para seus cida
dãos.
Sócrates diz que a pessoa tem dever de cumprir as leis, mesmo que seja contra a ele, pois está atrelado a um caráter ético,
então, ele acata a um julgamento por mais que para ele seja injusto.
As características principais da democracia da antiguidade se amparam em votação direta, que significa que você vota para
decidir, diferente da representativa que você vota para decidir quem decidirá por você; escravista e que o sujeito é um escra
vo de seu resultado. Não poderia dizer que uma lei fere um direito individual seu pois o bem estar comum se sobrepõe ao bem
estar particular.
A ação significava um ato racional, para representar um discurso.
Para Platão, deveria haver a divisão das classes pois os assuntos de cada classe competiam apenas a elas mesmas, já que a
atividade política era a mais perigosa de todas. Podemos entender isso pelo Mito do Pastor Ehr. Esse mito é a origem do ina
tismo platônica, que diz que a verdade já está dentro da gente e que apenas esquecemos ela, viver é um relembrar eterno. Co
nhecer é um desesquecer.
Para Aristóteles, diferentes dos sofistas, existe um "homem bom", definido por ser ético e, logo, se não conseguimos disso
ciar a ética da política, ele se configura como um bom cidadão. Há uma ideia de bem, que é correto, e a política deve atender
esse bem, o bem estar coletivo a partir de uma ordem política estável.
Enquanto Platão utilizava o ponto de vista idealista, Aristóteles estuda os modelos para depois construir sua concepção de
sociedade. Ele vai dissecar a monarquia, dizendo que seu problema é que a monarquia pode se deturpar e se transformar em uma
forma impura pela influência da vaidade do governador. A forma pura seria o governo de um em prol da sociedade como um todo,
ao contrário da forma impura que impute um significado de tirania.
Logo, era necessária a mudança para a Aristocracia, o governo na mão de muitos para o bem geral. Mas se observa que até nesse
modelo se enquadra uma forma impura, tende a se deturpar para uma Oligarquia, onde os que estão no poder atendem a seus inte
resses. Com isso, teriamos a forma de Democracia como a melhor para se estabelecer o bem comum, mas ele começa a perceber que
a Democracia leva a Polis um status de facção, começa a surgir os demagogos, que podem levar o povo a fazer loucura. Logo,
sua forma impura é a Demagogia, ou a Oclocracia.
Logo, se o poder não pode ser dividido em nenhum sistema, a ideia de Politeia surge, vinda da tradição e confirmada pela
razão. Logo, as cidades estado se construiram estabelecendo três parâmetros, o Arconte Rei, a Bulé e a Ecclésia (assembleia),
cada uma vindo de um governo, monarquia, aristocracia e democracia respectivamente.

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