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DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS EXTRAVIADOS OU DESTRUIDOS

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DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS EXTRAVIADOS OU DESTRUIDOS
I – INTRODUÇÃO:
 Os autos do processo penal podem ser destruidos ou extraviados criminosa ou acidentalmente.
 Em qualquer uma das hipóteses, isto é, de destruição, ou seja, extinção ou extravio (descaminho), devem ser restaurados, sem prejuizo de outras medidas, como a de processo criminal contra o responsável doloso pelo “extravio, a sonegação ou a inutilização de livro ou documento” (Art. 314 do C.P.) e a “sonegação de papel ou objeto de valor probatório” ( art. 356 do C.P.).
 Trata-se, aqui, entretanto, somente da restauração dos autos sobre os quais recaiu a ação dolosa do agente ou cuja perda ou inutilização resultou do acaso ou de culpa de alguém.
II – QUANDO OCORRE A RESTITUIÇÃO DOS AUTOS? Conjugando-se o Art. 541 (caput) com seu § 3º, diz que se dará na instância em que eles tiverem origem. Assim, se se tratar de processo originário da 2ª instância, ai deverá dar-se a restauração; e na primeira, ainda que o extravio ou a destruição tenha ocorrido na segunda desde que o processo tenha tido seu
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Início naquela
III – O QUE OCORRE COM QUEM DEU FIM AOS AUTOS? O responsável pelo perecimento dos autos, além do processo criminal cabível, fica sujeito ao pagamento das custas em dobro. Esta é a única sanção quando a ação do responsável não for dolosa ou não constituir crime.
IV – FINALDIADE DA RESTAURAÇÃO – A restauração tem por fim substituir os autos originais, por isso o art. 547 fala que os restaurados valerão por aqueles.
V- QUAL O PROCEDIMENTO SE NO CURSO DA RESTAURAÇÃO APARECEREM OS AUTOS ORIGINAIS? Nos originais continuará o processo, sendo apensos a eles os da restauração, mas a preferência dos autos originais não se dá somente se aparecerem durante a restauração; ela se justifica mesmo que o aparecimento ocorra depois do julgamento da restauração. Se o fim que se tem em vista é, tão-somente a substituição, não se compreende que esta permaneça quando não mais é necessário. Os autos originais oferecerão sempre melhores elementos e mais seguros, por isso nunca poderá sobrepujar os originais.
VI – Se em execução a sentença condenatória, esta continuará mesmo durante a restauração, pois a decisão não desaparece, já que consta da carta de guia que acompanhou o condenado em seu ingresso na penitenciária, devendo também constar seu registro em cartório, no livro competente.
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VII – PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES
 A lei diz que haverá reconstituição dos autos, se deles houver cópia autêntica, certidão, ou traslado. O que é natural, pois se ela tem por objetivo a recomposição ou renovação, este nunca teria a autenticidade daqueles e, consequentemente, seria incompreensível a restauração.
 Faltando cópia autêntica, certidão ou traslado, procede-se a reconstituição.
VIII – PROCEDIMENTO:
1. Começa o juiz ordenando ao escrivão que certifique o estado do processo consoante sua lembrança e, reproduza o que houver a respeito em seus protocolos e registros. É a chamada certidão de lembrança, a que o Código aqui alude, à qual se deve juntar o que houver nos livros do cartório.
2. Determinará também a autoridade judiciária que se requisitem cópias do que constar a respeito no Instituto Médico-Legal, no Instituto de Identificação e Estatística, ou em estabelecimentos congêneres, repartições públicas, penitenciárias ou cadeias, pois nesses lugares há sempre cópias ou documentos relativos a peças dos autos e que, por conseguinte, contribuirão, para o fim que se tem em vista.
3. As partes também deverão colaborar na reconstituição, pelo que o juiz mandará sejam citadas pessoalmente ou por meio de edital, com o prazo de 10 dias para o processo de restauração
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4. No dia aprazado, elas serão ouvidas sobre os elementos constantes dos autos de restauração e “ coligidos pelo escrivão, bem como, sobre as certidões e cópias apresentadas e sobre as reproduções que conseguirem obter; e depois de submetidas à conferência tais certidões, cópias e reproduções, será lavrado, pelo escrivão, um termo circunstanciado, do qual há de constar, além da apresentação e conferência desses elementos trazidos para a restauração, a referência dos pontos em que se manifestou o acordo das partes, quanto à fidelidade da reconstituição.
IX – O extravio ou destruição pode dar-se antes de proferida a sentença; se ocorrer depois, quando entretanto, ela não tenha sido ainda registrada, o juiz juntará a cópia que possua, autenticando-a.
X – Se não se alcançar o objetivo da restauração do processo incumbe ao juiz determinar novas diligências, como a reinquirição de testemunhas- se ainda não fora prolatada sentença -podendo elas serem substituidas , caso hajam falecido ou não tenham sido encontradas; novos exames periciais, de preferência realizados pelos mesmos peritos, se for possível sua realização e se não existirem cópias anteriores; prova documental reproduzida por meio de cópia autêntica ou por depoimentos testemunhais acerca do seu conteúdo.
XI – O M.Público e as partes poderão oferecer testemunhas e produzir documentos para provar o teor do processo extraviado ou destruido e que não puderem, por outro modo, ser reconstituido.
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XII – Depoimento de pessoas que intervieram no processo-autoridade, serventuários, peritos, etc..., podendo serem ouvidas também o M.P. e o juiz, quando não mais estiverem funcionando no processo, sendo valiosa a contribuição que poderão prestar.
XIV – PRAZO DO TÉRMINO DE DILIGÊNCIAS- 20 dias , findos os quais, os autos serão conclusos ao juiz
XV- DO JULGAMENTO:
Compete ao juiz proferir sentença julgando os autos restaurados ou não.
Pode suceder, entretanto, que agora, examinado o processo surja mais nítida a necessidade de esclarecer este ou aquele ponto e, por conseguinte, requisitará o julgador, no prazo de 5 dias, contados da conclusão, de autoridades ou repartições, os esclarecimentos e informações necessários. É claro que o mesmo poder tem ele, durante o processo, máxime quando o sucesso do prosseguimento da reconstituição depender de que se esclareça determinado ponto.
Dentro em 10 dias que se seguirem à conclusão ou ao fim das diligências, o juiz proferirá sentença, julgando ou não restaurados os autos.
O recurso cabível dessa decisão definitiva é a apelação, sendo indubitável que nela somente se discutirá a restauração efetuada, vedada a discussão do mérito da causa.

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