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FILOSOFIA DO DIREITO - Apostila

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO
	
FILOSOFIA DO DIREITO
Me. Profa. Mara Sueli de Moraes Miguel
ITU/SALTO
2016
INTRODUÇÃO
Filosofia, por quê? E para quê ?
	A Filosofia, depois de passar um período praticamente banido do ensino brasileiro, ressurge, e a sociedade recomeça a sentir a necessidade de filosofar. Hoje se fala de boom filosófico: filosofia nos cafés, com crianças, nos cárceres, no consultório, na mídia, com a terceira idade, em empresas, cinema, olimpíadas de filosofia, etc. A filosofia consta como matéria obrigatória, de formação básica em quase todos os cursos universitários.
	Mas, percebe-se que falta ao estudante ou até mesmo aos professores entusiasmo – palavra que vem do grego enthousiasmós, que significa ter um deus dentro de si, que motive o ensino-aprendizagem da Filosofia.
	A Filosofia como disciplina não pretende formar filósofos. A filosofia, como ciência-mãe deve servir de elemento de ligação, união entre os diversos campos de conhecimento com que o estudante travará contato ao longo de sua formação. Na verdade a filosofia segundo estudiosos inclui todo tipo de especulação sobre a vida e a morte, incluindo as reflexões de caráter religioso.
	Para tanto, o professor de filosofia deve servir de animador, coordenador de ações, tentando discernir durante as atividades comunicativas, novas possibilidades. Deve servir de canal de comunicação entre a filosofia como reflexão e as outras disciplinas práticas.
	O filósofo também é um xereta, incomoda porque é curioso. É pleno de entusiasmo, tem deus dentro de si, mas também pleno de “T”, tesão. Segundo o dicionário Larousse, um dos significados é força, compreendido como intensidade, ímpeto e, que Platão definiria como impulso para algo, ímpeto, amor, desejo de saber, de conhecer. É busca pela totalidade. 
	Para Aranha e Martins (2003, p.90) “a filosofia é globalizante, porque examina os problemas sob a perspectiva de conjunto, relacionando diversos aspectos entre si”. Por isso dizemos que a filosofia visa o todo, a totalidade, pois nada escapa aos olhos do filósofo.
PHILO - SOPHIA
philia - sophós = amigo da sabedoria (respeito pelo saber)
amizade – sábio
	Com fidelidade ao conceito de “amizade”, a filosofia dedica amor pela verdade, buscando-a em todos os detalhes.
Difere de senso comum, um conhecimento superficial, impreciso, fragmentado. Um conhecimento recebido por tradição e que ajuda a nos situarmos no cotidiano, para compreendê-lo e agir sobre ele; é um conhecimento espontâneo e não crítico.
A filosofia nasce do uso metódico da razão, da investigação racional em busca do conhecimento.
É a busca pela totalidade, no passado os primeiros filósofos eram astrônomos, físicos, médicos, matemáticos. Detinham o conhecimento da Ética, Lógica.
	A filosofia é a ciência que ilumina o Ser, pois não se satisfaz com uma meta atingida, procura os princípios e explora cada vez mais as fontes de todos os pontos vistos e revistos nos caminhos que acaba de percorrer.
	Para o filósofo, não há um saber acabado, há sempre busca pela totalidade do saber, constante procura de aperfeiçoamento. Trata-se de uma eterna busca pelo saber como pensa Pascal em sua frase: Não me envergonho de mudar de ideia porque não me envergonho de pensar.
Papel Educacional da Filosofia:
- desenvolvimento do senso crítico, ampliando a consciência de si mesmo e a consciência de mundo.
- nos faz pensar, raciocinar, mudar de ideia, estar alerta para a continuidade dos fatos, o prosseguimento, o contínuo e incessante descobrir das verdades menores que, somadas, forma a verdade maior ou a realidade.
A primeira característica da atitude filosófica é negativa, ou seja, dizer não aos “pré-conceitos”, aos “pré-juízos”, aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, aquilo que todo mundo diz e pensa. 
	A segunda característica da atitude filosófica é positiva, trata-se da interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, e principalmente nós mesmos. As indagações da atitude filosófica são: o que é? por que é? como é?
	Tanto a fase negativa quanto a positiva na atitude filosófica constituem o que chamamos de atitude crítica. Significa a atitude de julgar, discernir, decidir; exame racional de todas as coisas sem pré-conceitos; avaliação detalhada de uma ideia, um valor, um costume, uma obra artística ou científica. Essa filosofia é útil, que nos torna amigos do conhecimento, não para guardá-lo, mas para que façamos dele uma práxis.
Miguel Reale (1999, p.6) diz: “A filosofia começa com um estado de inquietação e de perplexidade, para culminar numa atitude crítica diante do real e da vida”.
A visão utilitarista não abre espaço para a filosofia. Cabe à filosofia discutir a respeito dos conceitos que são usados, da validade dos métodos, do valor das conclusões, bem como da concepção de homem.
Outra função:
Estabelecer a interdisciplinaridade (ter mais de uma dimensão) dos diversos campos do saber formados a partir da fragmentação resultante do aparecimento das ciências particulares.
Crítica: “ O ESPECIALISTA É AQUELE QUE SABE TANTO DE UMA PARTE, ATÉ SABER TUDO DE NADA”.
Aranha & Martins (2003:75) acredita que:
A filosofia é a possibilidade da transcendência humana, ou seja, a capacidade que só o homem tem de superar a situação dada e não escolhida. Pela transcendência, o homem surge como ser de projeto, capaz de liberdade e de construir o seu destino.
Rizzatto Nunes (2004) diz: “A filosofia não é servil a quem quer que seja, sempre incomoda aquele que detém o poder”.
Visão dicotômica
	O homem é um ser capaz de ação e pensamento, de práxis e theoría.
	Quando se reflete, procura-se um distanciamento que isola o homem da atividade (ação), da fenomenologia e dos acontecimentos para que se possa observar e analisar.
	Theoría = observação
	Com este exercício mental ocorre um entendimento, explicação e busca das causas dos fenômenos investigados.
	A filosofia é a forma de designar aquele que ainda não alcançou a sabedoria, mas é amigo da sabedoria, porque em sua busca se encontra.
Pitágoras acreditava que a percepção do todo não é dada àquele que atua, que age, que pratica, que exerce uma atividade. Ter a visão completa do horizonte, da totalidade na observação são características de quem contempla e não daquele que age. 	Relação de ação e observação segundo o pensamento pitagórico
Em uma atividade qualquer ( teatro, jogo, filme) devemos olhar o que cabe a ação e a observação:
	
AÇÃO						OBSERVAÇÃO
- há a disputa;				não há ação;
- luta pela posição de destaque; 		não há participação;
						não há disputa; não concorre;
						possui a noção de todo; visão privilegiada 
						das ocorrências.
	No pensamento pitagórico, o filósofo é aquele que participa da vida como espectador dos acontecimentos, e não como se coloca em posição ativa no desenvolvimento de diversas atividades.
	Segundo Bittar e Almeida (2005, p.22) a filosofia não é inimiga da ação, nem prescinde da ação. É ela grande aliada da ação, mas no sentido de sua iluminação. Investigar, e não agir, é sua proposta. Ou até mesmo, agir racionalmente. Objetivando melhor conhecimento da ação humana, é esta sua proposta.
	A filosofia permite questionamento, introduzindo novas possibilidades, rediscutindo premissas e princípios, reavaliando o que aparece sólido e consensual, abrindo abordagens diferenciadas para questões antigas.
	No lugar de decidir, sua proposta é de investigar; no lugar de agir, sua proposta é a de especular, no lugar de aceitar, sua proposta é a de questionar. 
	E o Direito o que é?
DIREITO = justo, correto, adequado
Ex: não é justo que um pai deixe de prestar assistência material a seu filho.
Paraos autores, Direito pode ser compreendido também como NORMA JURÍDICA ou “Conjunto de normas jurídicas e princípios relativos a um determinado ramo”.
Ex: regras de direito de família.
Direito = latim, directum, rectum
 A origem está no termo “JUS” que significa direito.
Francês = droit; italiano = diritto; espanhol = derecho; inglês = right; 
alemão= recht
Segundo Carlos Borromeu, FGV (2004), em seu curso de Direito Empresarial: “ o direito é o conjunto de normas de comportamento, que procura organizar a vida em sociedade, valendo-se de sanções para tornar obrigatório o seu cumprimento”.
	No entanto, Ronald Dwokin (1999) em Law’s empire ou Império do Direito apud Veloso (2005), o Direito positivo ou escrito significa
Aquilo que as instituições jurídicas, como as legislaturas, as câmaras municipais e os tribunais, decidiram no passado {...} As questões relativas ao direito sempre podem ser respondidas mediante o exame dos arquivos que guardam os registros das decisões institucionais.
	Mas, com esforço de interpretação, pode-se ver que nem sempre a mera consulta aos repositórios das leis em todos os níveis do legislativo e executivo (federal, estaduais e municipais) é suficiente para definir o que é aplicável ou não em decisões judiciais válidas. Segundo o artigo 126 do Código de Processo Civil determina que, em não havendo normas legais para o caso concreto, o julgador deverá recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios gerais do Direito. Portanto, não somente a lei é fonte de Direito completa Veloso. 
	
Funções da Filosofia aplicada ao Direito
Estimular o pensamento;
fazer uma crítica do conhecimento jurídico.
Ou seja, PENSAR E COMO TAL NÃO SE SUJEITAR A QUALQUER POSIÇÃO PRÉVIA
A FILOSOFIA É LIVRE, tem que:
. soltar as amarras;
. desvendar a ocultação da linguagem;
. mostrar os limites da técnica;
. ensinar a trabalhar com princípios, tornando claro os valores fundamentais e a ética;
. gerar coragem para fazer justiça.
Enfim, produzir uma consciência do papel social relevante a todo estudante de direito, sempre em busca da verdade.
A Filosofia do Direito não é uma disciplina jurídica, mas é a própria Filosofia enquanto voltada para uma ordem de realidade, que é a realidade jurídica. 
E não é filosofia especial, porque é a Filosofia, na sua totalidade, na medida em que se preocupa com algo que possui valor universal, a experiência histórica e social do direito. E direito é realidade universal.
A filosofia do direito deve focalizar a problemática jurídica, analisando a possível origem, o seu destino ou finalidade, pelo simples motivo de que o Direito é uma das dimensões essenciais da vida humana.
	A importância da filosofia na práxis
o advogado para explicar ao seu cliente que a causa que patrocinou não logrou êxito, terá necessidade de argumentação que só a filosofia do direito auxiliará.
No exercício da profissão de delegado de polícia, exige poder de convencimento, desde a demonstração de indícios até o fechamento de suas conclusões.
Se a função for ligada ao Ministério Público a filosofia do direito deve ser a leitura de todo o dia.
Concluindo, o operador do Direito deve ter gosto pelo estudo, pelo estudo em busca de detalhes, de pormenores, de falhas processuais ou conhecimentos que fortaleçam o argumento.
	A função maior é o questionamento variado e profundo sobre o qual os desprovidos de tendências para o estudo passariam superficialmente.
	Cabe ao profissional a não-aceitação das condições postas para suas soluções.
	Trata-se de observação com raciocínio, com detalhes, com busca pela perfeição do mais profundo conhecimento sobre o tema.
	A filosofia não é inimiga da ação, mas tem por objeto principal, a investigação, em vez da ação. E a partir daí, partir para uma tomada de decisão.
	A proposta da filosofia do direito é investigar, no lugar de agir, especular, no lugar de aceitar, sua proposta é questionar como diz Bittar e Almeida (2005, p..22-23).
	Então o estudo do direito é um campo fértil para a filosofia, pois a busca da verdade, em termos de Direito, reflete um estudo permanente, a interpretação mais adequada, a busca pela evolução da aplicação do Direito. Isto, para que o Direito seja reflexo do que se pode chamar de verdade, justiça e outros termos que traduzem, por si só, o conceito de amor.
	Portanto, segundo a Resolução 75/2009 do CNJ- Conselho Nacional de Justiça a Filosofia do Direito é necessária ao despertar da busca pelo conhecimento. 
FILOSOFIA JURÍDICA ANTIGA
	
FORMAÇÃO DA PÓLIS – Grécia Clássica
O homem é um ser da cidade (polis), por conseguinte da lei, a política não pode constituir, para os filósofos gregos, uma questão entre outras.
A política – politéia (cidadania), vida da cidade, mas também ordem dos poderes ou constituição, termo derivado de pólis (cidade, vínculo tecido por uma mesma lei) – demonstra a dependência do cidadão para com a cidade.
A atividade política é nobre por excelência, pois implica virtude, engajamento.
Em oposição, temos o Idiotés = cidadão solitário que não se envolve nos negócios da cidade; indivíduo insignificante (idiota) incapaz de oferecer alguma coisa aos outros. É o oposto da noção de CIDADANIA, pensar no coletivo, em um Bem que serve a todos.
Há uma conjunção da filosofia e da política no pensamento grego.
Segundo Aristófanes:
“A filosofia não é um pensamento nas nuvens. Ela torna inteligível a política”.
O filósofo tem o papel de ensinar ao futuro governante a conhecer esse Bem, a fim de que ele seja refletido na cidade sob a forma de justiça, medida de uma boa política. Daí resulta uma cidadania concebida como um êthos, um hábito adquirido que torna o ser plenamente humano e se desdobra na cidade.
Portanto, falar de Filosofia grega (clássica) é abordar os temas de ética, justiça e política.
Período: surgimento da cidade-estado (pólis), dando início a uma nova organização política, típica da Grécia Antiga.
PÓLIS = constituída pela acrópole, cidade alta, parte elevada onde se situa o templo e também de onde se defende a cidade, e pela Ágora, praça central, praça do mercado, centro cívico, onde se estabelecem as trocas comerciais e na qual os cidadãos se reúnem para debater os assuntos da cidade.
Com a invenção da moeda, a economia deixa de ser natural, baseada na troca em espécie, e passa a ser monetária (dracma=unidade monetária), enriquecendo os comerciantes e proprietários de oficinas, os quais, ainda sem representação política, tendem a aspirar ao poder.
Atenas se converte em uma poderosa união política, centro da vida comercial e cultural da Grécia, alcançando o apogeu no período de Péricles (499-429), um estratego, general superior, com capacidade excepcional de governar. O predomínio da aristocracia foi substituído por um regime democrático. Na verdade, Atenas era democrática só de nome, na realidade era domínio de um, monarquia da superior habilidade política. Os cidadãos podiam fazer ouvir sua voz na ágora e intervir nos debates políticos. Com isto, a arte da palavra, o brilho da oratória e o manejo da dialética nas discussões adquirem grande importância em um povo artista, amante do bem dizer. A retórica se convertia em uma formidável arma política, que assegurava êxitos brilhantes a quem soubesse se servir dela nas praças públicas e diante dos jurados.
	A educação tradicional (música e ginástica) era insuficiente para preparar a quem desejasse intervir de maneira eficaz na vida pública. Havia necessidade de uma formação mais ampla, acompanhado do domínio da linguagem, flexibilidade e agudeza dialética necessária para derrotar os adversários, razões que explicam a acolhida que tiveram os sofistas.
O arconte é o magistrado com poder de legislar. Promove reformas políticas, possibilitando a todos os cidadãos atenienses a participação na assembléia do povo, na qual eram eleitos todos os funcionários do Estado.
Segundo dados de Jaeger (1995) em “Paidéia, a formaçãodo homem grego”:
População grega - 500.000 habitantes, sendo 300.000 escravos e 50.000 metecos (estrangeiros); excluindo as mulheres e crianças sobram apenas 105.000 representando o corpo social, cidadãos que tinham o poder de decisão. 
- escravos eram encontrados em todas as atividades.
 - guerreiro belo e bom = a virtude, a excelência se acha na coragem e na força.
- cidadão livre = responsáveis pelas funções teóricas, políticas e de lazer, consideradas mais nobres.
A JUSTIÇA NO PENSAMENTO SOCRÁTICO-PLATÔNICO E OS SOFISTAS
a.SOFISTAS –
Surgiram após os primeiros filósofos pré-socráticos (preocupados com o princípio da natureza).
O termo sofista (sophistés) = sábio, especialista do saber, atribuído aos educadores, professores, herdeiro de sabedoria e virtude.
A acepção do termo, que em si mesma é positiva, tornou-se negativa, sobretudo pela tomada de posição polêmica de Platão e Aristóteles. Como já havia feito Sócrates, eles sustentaram que o saber dos sofistas era “aparente” e não “efetivo” e que, ademais, não era professado tendo em vista a busca desinteressada da verdade, mas sim com objetivos de lucro. Platão, em especial, insistiu na periculosidade das ideias dos sofistas do ponto de vista moral, bem como em sua inconsistência teorética. Sendo assim, com o decorrer do tempo, em função do choque de ideias, contraste entre muitas opiniões divergentes os sofistas ganharam o sentido de impostores. Hoje, todos compartilham das mesmas conclusões. Segundo W.Jaeger (2005) “...os sofistas são um fenômeno tão necessário quanto Sócrates e Platão; aliás, sem eles, estes são absolutamente impensáveis”.
Sofistas foram professores viajantes (mestres ambulantes da retórica) que, com suas viagens haviam adquirido grande experiência do mundo ensinando a manejar os recursos persuasivos da palavra pública. Por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Tiveram êxito extraordinário perante a juventude ateniense, ambiciosa por seus discursos brilhantes. Suscitaram reações opostas pelos partidários do antigo regime conservador e aristocrático..
Davam aulas de eloqüência e de habilidade mental, ensinando conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e privados.
O objetivo das aulas era o desenvolvimento do poder de argumentação, de habilidade oratória, do conhecimento da doutrina vigente e não a verdade única. Eram artistas na “arte de convencer”.
	Na verdade conhecemos a sofística (doutrina dos sofistas) através de seus inimigos.
	Sofisma= argumento aparentemente válido, mas não conclusivo, que supõe má fé por parte de quem apresenta. Argumento que parte de premissas verdadeiras, ou tidas como verdades, e que chega a uma conclusão inadmissível. Argumento falso formulado de propósito para induzir outrem a erro (DICIONÁRIO DE FILOSOFIA, BRUGGER, 1987)
	Os sofistas não constituíram uma escola filosófica, pois seguem direções variadas.
	Representantes: Protágoras de Abdera, sutil gramático e brilhante orador. Frase famosa: O homem é a medida de todas as coisas, daquelas que são enquanto são e daquelas que não são enquanto não são. Seu pensamento está baseado na filosofia de Heráclito, tudo está dominado pela ideia de mudança. Somente conhecemos os fenômenos que surgem através dos nossos sentidos. Não há nada estável, cada um percebe a realidade a sua maneira, não há uma verdade universal (relativismo). Cada um é a norma de juízo (medida) de sua verdade. Todas as aparências são verdadeiras. O que é verdade para um não é para outro. As coisas nem são nem não são, pois estão em mudanças. Somente são verdades enquanto nos mostram, e sua verdade consiste em como nos aparecem. Protágoras pretendia negar a existência de um critério absoluto que discrimine ser e não-ser, verdadeiro e falso. O único critério é o homem, o homem individual.
	Outros: Górgias,Hippias, Prodicos, Trasimaco,Antifon, Critias, Calicles
	
B.SÓCRATES
Sócrates nasceu em Atenas em 470/469 a.C e faleceu em 399 a.C., em virtude de uma condenação por “impiedade”, foi acusado de não crer nos deuses da cidade e de corromper os jovens; mas, por detrás de tais acusações, escondiam-se ressentimentos de vários tipos e manobras políticas. Filho de um escultor e de uma obstetriz. Realizava o seu ensinamento em locais públicos (nos ginásios e praças públicas), como uma espécie de pregador leigo, exercendo um imenso fascínio não só sobre os jovens, mas também sobre os homens de todas as idades, o que lhe custou inúmeras aversões e inimizades.
	Sócrates concentrou definitivamente o seu interesse na problemática do homem, assim como os sofistas, mas, ao contrário deles, soube chegar ao fundo da questão.
	Os naturalistas procuraram responder sobre o que é a natureza ou realidade última das coisas. Sócrates procura responder sobre a natureza ou realidade última do homem, ou seja, o que é a essência do homem?
	Sua resposta foi precisa: o homem é a sua alma. Por alma ele compreende a nossa razão e a sede de nossa atividade pensante e eticamente operante. A alma é o eu consciente, ou seja, a consciência e a personalidade intelectual e moral. Com isso, W. Jaeger (1995) acredita que Sócrates criou a tradição moral e intelectual da qual a Europa sempre viveu desde então, pois a alma assumiu elevado significado pela primeira vez na pregação persuasiva de Sócrates.
	Se a essência do homem é a alma, cuidar de si mesmo significa cuidar da própria alma mais do que do corpo. E ensinar os homens a cuidarem da própria alma é tarefa suprema do educador, tarefa que ele acreditava ter recebido de Deus, como se lê na Apologia.
	O homem usa o seu próprio corpo como um instrumento. O homem é, portanto, aquilo que se serve do corpo. E o que se serve do corpo é a psyché, a alma=inteligência. A alma nos ordena conhecer aquele que nos adverte: Conhece-te a ti mesmo. 
	Virtude = aretê (excelência no agir)
	A virtude do homem é aquilo que faz com que a alma seja tal como a sua natureza determina que seja, ou seja, boa e perfeita.
	Os verdadeiros valores não são aqueles ligados às coisas exteriores, como a riqueza, oi poder, a fama, e tampouco os ligados ao corpo, como a vida, o vigor, a saúde física e a beleza, mas somente os valores da alma, que se resumem, todos, no “conhecimento”. Portanto, todos os valores tradicionais só se tornam valores se forem usado como o conhecimento exige, em função da alma e de sua areté. 
	A riqueza, poder, fama, saúde, beleza, por sua natureza, não podem ser chamados de bens em si mesmos. Se forem dirigidos pela ignorância, revelam-se males maiores do que os seus contrários, porque mais capazes de servir a uma má direção; se, no entanto, são governados pelo juízo e pela ciência ou conhecimento, são bens maiores; em si mesmos, nem uns nem outros têm valor.
	MÉTODO SOCRÁTICO
	O método e a dialética de Sócrates estão ligados à sua descoberta da essência do homem como psyché , porque tendem de modo consciente a despojar a alma da ilusão do saber, curando-a dessa maneira a fim de torna-la idônea a receber a verdade.
	A finalidade do método é fundamentalmente de natureza ética e educativa. Dialogar com Sócrates levava a um “exame de alma” e a uma prestação de contas da própria vida, ou seja, a um “exame moral”, como bem destacavam seus contemporâneos. 
Em suma, quem estiver ao seu lado é convidado a raciocinar, qualquer que seja o assunto tratado, é arrastado pelas espirais do discurso e inevitavelmente forçado a seguir adiante, até ver-se prestando contas de si mesmo, dizendo inclusive de que modo vive e de que modo viveu. E, uma vez que se viu assim, Sócrates não mais o deixa, escreve Platão em República.
	A dialética de Sócrates coincide com o seu próprio dialogar (dia-logos), que consta de dois momentos essenciais: a refutação e a maiêutica. Ao fazê-lo, Sócrates valia-se da máscara do “não saber” e da temida arma da ironia.
	A ironia é a característica peculiar da dialética socrática. Em geral, significa “simulação”. Para Sócrates, indica o jogo brincalhão, múltiploe variado das ficções e dos estratagemas realizados pelo filósofo. Nessa brincadeira, transforma em palavras ou fatos um disfarce, mostrando ser um grande amigo do interlocutor, admirar sua capacidade e seus méritos, pedir-lhe conselho ou ensinamentos e assim por diante. 
	Mas, por debaixo das várias máscaras que Sócrates assumia eram sempre visíveis os traços da máscara essência, a do não-saber e da ignorância.
	Refutação e maiêutica
	A refutação constituía o momento em que Sócrates levava o interlocutor a reconhecer a sua própria ignorância. Primeiro, ele forçava uma definição do assunto sobre o qual se centrava a investigação; depois, escavava de vários modos a definição fornecida, explicitava e destacava as carências e contradições que implicava; então, exortava o interlocutor a tentar uma nova definição, criticando-a e refutando-a com o mesmo procedimento; e assim continuava procedendo, até o momento em que o interlocutor se declarava ignorante.
	A discussão provocava irritação nos sabichões e nos medíocres. Mas, nos melhores, a refutação provocava um efeito de purificação da ignorância.
	No segundo momento do método, a alma só poderá alcançar a verdade “ se dela estiver grávida”. Da mesma forma que a mulher que está grávida no corpo tem necessidade da parteira para dar à luz, também o discípulo que tem a alma grávida de verdade tem necessidade de uma espécie de arte obstétrica espiritual que ajude essa verdade a vir à luz – e nisso consiste exatamente a “maiêutica” socrática. 
	Justiça em Sócrates
	Segundo Leite (2006, p. 22) a justiça consiste:
no conhecimento, na observância das verdadeiras leis que regem as relações entre os homens, tanto das leis da cidade como das leis não escritas. Na obediência incondicional às leis da cidade, o justo não se esgota no legal, posto que acima da justiça humana existe uma justiça natural e divina. Ademais, refuta o conceito de justiça proclamado à época (beneficiar os amigos e prejudicar os inimigos), afirmando que fazer o mal não se revela justo de modo algum e que não foi sábio aquele que disse que o homem justo deve prejudicar os inimigos e beneficiar aos amigos. De acordo com seu objetivo ético, Sócrates admitia a existência de leis “não escritas”, fundada na vontade reta da divindade e que se refletem na consciência. Nestas leis não escritas baseiam-se as leis positivas. Para ele, os crimes mais graves costumam ser cometidos por aqueles que estão no topo do poder e, por isso, aquele que luta pela justiça deve ser uma pessoa privada e não em cargos públicos. 
	Mais que uma doutrina, Sócrates deixou um método, a maiêutica, abriu o caminho para a descoberta do conceito e da definição, que mais tarde seria aprimorado por Platão e Aristóteles como princípios fundamentais da lógica, como conceito, indução e a técnica do raciocínio. 
C. PLATÂO (427-347 a.C) 
	Platão nasceu no seio de uma das mais antigas e aristocráticas famílias, na qual era tradicional a dedicação à política. Foi um idealista e reformador; filósofo do direito e do estado, soube investigar, descobrir e aprofundar. Por vezes, “a reflexão de Platão se aproxima de uma noção de direito natural, para dela se afastar em seguida, subindo às ideias ou caindo na realidade das cidades degeneradas” (LEITE, 2006).
 Conheceu Sócrates aos vinte anos, mudando o rumo de sua vida. Fundou em 387 a.C. a Academia, o primeiro centro de ensino superior do Ocidente, assumindo forma corporativa, organizada, sedentária, com distribuição de cursos e matérias. 
	Dos diálogos da filosofia platônica têm importância, para a Filosofia do Direito, A República, O Político e As Leis. 	
	Justiça
	Platão apresenta a justiça “como a virtude do cidadão ou do filósofo”, como quer Leite (2006). Em República (427 e), a virtude tem preeminência sobre as demais – a sabedoria, a coragem, a temperança -, referindo-se ao Estado em sua integralidade e diz: 
		“ – Creio que a nossa cidade, se de fato foi bem fundada, é totalmente boa.
		- É forçoso que sim.
		- É, portanto, evidente que é sábia, corajosa, temperante e justa”.
	A justiça assume o papel ordenador das três primeiras virtudes, tendo na alma o primeiro lugar. A alma humana consta de três partes ou potências:
	A racional - que torna possível o conhecimento das idéias.
	A irascível – corresponde aos impulsos e afetos.
	A concupiscente – vinculada as necessidades mais elementares.
	A razão é regida pela sabedoria( sophia) ou prudência (phrónesis), a irascível, pela coragem (andréia).
	A parte irascível e a concupiscente devem submeter-se à razão; a temperança ou moderação (sophosyne) é a terceira virtude que consiste nessa submissão, produzindo na alma uma relação de amizade e acordo. Participando do conjunto da vida da alma está a justiça, mantendo o devido equilíbrio na atividade de cada uma das suas faculdades, para que se limite ao âmbito próprio, à sua função peculiar. 
	Platão estabelece um paralelo entre a teoria da alma e a teoria da cidade. A sociedade política consta de três classes, diferenciadas por sua função.
	Primeira – dos governantes (filósofos), que regem guiados pela sabedoria;
	Segunda – a dos guardiães , que cultivam a coragem;
	Terceira – a dos artesãos e agricultores, que constituem a base econômica da sociedade e satisfazem suas necessidades.
	A justiça consiste em cada uma das classes sociais faça o que lhe corresponde: os magistrados (filósofos) devem governar; os guardiães, defender a cidade das desordens internas e dos ataques externos; os artesãos e agricultores, produzir. Justiça é cada um fazer o que lhe é cometido, sem intrometer-se na seara dos demais. Portanto, nenhuma das três virturdes pode existir sem a justiça. E injustiça seria a ruptura desta ordem, a sedição das potências inferiores contra a razão, como quer na República (433 a-444 a).
	Platão diz que a saúde corporal é o equilíbrio entre os diversos humores, a saúde da alma é devida ao equilíbrio entre a função governante da razão e a função auxiliar dos apetites inferiores, de tal modo que a virtude maior ( a justiça) é a saúde, a beleza e o bem-estar da alma. Inversamente, a injustiça é a enfermidade, a fealdade, a debilidade. Em suma, a justiça é a lei da alma conforme é apontado no Livro IV de A República.
	Teoria das Formas de Governo
	São cinco as formas de governo descritas em A República. Mas, somente uma forma é justa e legítima: o governo dos sábios, que pode assumir a forma de uma monarquia. As outras formas são degenerações da forma pura, nas quais não se efetiva a justiça. 
	Temos a timocracia, a oligarquia, a democracia e a tirania e cada forma corresponde um tipo de indivíduo.
	Quando os guardiães usurpam o poder, surge a timocracia (governo que preza as honrarias. O próximo passo é a oligarquia, governo dos ricos. Esta assinala a distinção entre duas classes de cidadãos: ricos e pobres. O excessivo enriquecimento produz desequilíbrio – a cidade dividida em duas – e degeneração, fazendo surgir a democracia, governo da multidão. A democracia culmina na desordem, que é aproveitada por um indivíduo escravo dos mais sórdidos prazeres e apetites: o tirano. A tirania é a forma de governo que mais se opõe à justiça. 
	Em sua obra O Político, Platão apresenta três forma legítimas e três ilegítimas de governo.
	Legítimas: monarquia, aristocracia e democracia moderada. 
	Ilegítimas: democracia turbulenta, a oligarquia e a tirania.
	Na hierarquia, a monarquia é a melhor das formas legítimas e a democracia, a pior. Das formas ilegítimas, a menos corrupta é a democracia turbulenta e a pior, a tirania.
	Em As Leis, Platão acrescenta uma forma à classificação exposta: a forma mista de governo, que é uma mescla de monarquia e democracia. 
D. ARISTÓTELES E A ÉTICA DAS VIRTUDES
Aristóteles ( 384 – 322 aC ) nascido em Stágiros, cidade macedônia de população grega, estudou com Platão em Atenas desde os dezoito anos.
	Para Aristóteles, a felicidade humana constituiria em umacerta maneira de viver, e a vida de um homem é o resultado do meio em que ele existe, das leis, dos costumes e das instituições adotadas pela comunidade à qual ele pertence.
	Na Política, livro I, cap. I, o homem é classificado como um ANIMAL SOCIAL POR NATUREZA.
	O homem desenvolve suas potencialidades na vida em sociedade, organizada adequadamente para seu bem-estar. Entende-se aqui também a natureza política do homem.
META DA POLÍTICA
- descobrir a maneira de viver que leva à felicidade humana; e descobrir a forma de governo e as instituições sociais capazes de assegurar a maneira de viver.
	A “Política” pertence ao grupo das ciências práticas, que buscam o conhecimento como um meio para a ação.
	Para Aristóteles, tudo o que existe, existe em vista de um fim. Quanto às ações humanas, na medida em que um costume, uma lei, permite ao homem alcançar a finalidade a que se propõe será considerado bom. E os fins serão bons na medida em que permitam a realização mais completa da natureza humana, a sua FELICIDADE.
	ESTADO IDEAL E ESTADO REAL
	O Estado perfeito é definido por Aristóteles como a própria realização da racionalidade: a sociedade racionalmente organizada é aquela que permitirá aos seus cidadãos o maior grau de realização e felicidade. (FARIA,1994,p.68).
	O Estado ideal, “sede da razão sem paixão” = pela sociedade o homem pode controlar suas paixões, isoladamente tende a entregar-se com facilidade.
	Para Platão: a cidade justa é governada pelos filósofos, administradas pelos cientistas, protegidas pelos guerreiros e mantida pelos produtores. Cada classe cumpre sua função para o bem da polis, racionalmente dirigida pelos filósofos.
	Aristóteles terá uma teoria política diversa de os sofistas e de Platão.
	
Para determinar o que é justiça no pensamento aristotélico é necessário distinguir dois tipos de bens:
- BENS PARTICIPÁVEIS = quantidade que pode ser dividida e distribuída. Ex: a riqueza é partilhável.
- BENS PARTICIPÁVEIS = quantidade indivisível, que não pode ser repartida nem distribuída, podendo apenas ser participada. Ex: o poder político é um bem participável.
	Na cidade há dois tipos de JUSTIÇA:
	- DISTRIBUTIVA (bens econômicos)
	- PARTICIPATIVA (referente ao poder político)
a) DISTRIBUTIVA
	Consiste em dar a cada um o que lhe é devido e sua função é dar desigualdade aos desiguais para torná-los iguais.
	Ex: a polis está atravessando um período de fome em decorrência das secas ou enchentes. É preciso alimentos para distribuí-los a todos. Para ser justo, a cidade não poderá reparti-lo de modo igual para todos. Aos que são pobres, deve doá-los, mas aos que são ricos, deve vendê-los, de modo a conseguir fundos para aquisição de novos alimentos. Se doar a todos ou vender a todos, será injusta. Será injusto se atribuir a todos as mesmas quantidades de alimentos, pois dará quantidades iguais para famílias desiguais.
	Função da justiça distributiva
	- igualar os desiguais, dando-lhes desigualmente os bens.
	Para Aristóteles na cidade justa deve dar a todos o que lhes é devido como seres humanos.
	Na cidade injusta, impede que uma parte dos cidadãos tenha assegurado o direito à vida boa.
b) PARTICIPATIVA
	É a forma escolhida para participar do poder político.
	E justiça política consiste em respeitar o modo pelo qual a comunidade definiu a participação no poder político. Mas isto depende daquilo que a cidade mais valoriza, os regimes políticos, variando em função do valor mais respeitado pelos cidadãos.
	- quando na cidade valorizam a honra, hierarquia social baseada no sangue, na terra nas tradições. Ex: monarquia, só um participa do poder;
	- outras cidades valorizam a virtude como excelência, de caráter (coragem , fidelidade ao grupo, lealdade), e o poder cabe aos melhores. Ex: aristocracia – alguns participam do poder.
	- há cidades que valorizam a igualdade (são iguais os que são livres), consideram a diferença entre ricos e pobres econômica e não política, julgando que todos possuem o direito de participar do poder. Ex: Democracia, é justo que todos governem.
	REGIMES POLÍTICOS
	Dois vocábulos gregos são empregados para compor as palavras que designam os regimes políticos:
	Arché – o que está à frente, o que tem comando.
	Kratos – o poder ou autoridade suprema.
	Palavras compostas com arque (arquia) designam a quantidade dos que estão no comando.
	No ponto de vista da arché, os regimes políticos são:
	MONARQUIA – governo de um só (monas);
	OLIGARQUIA – governo de alguns (oligos);
	POLIARQUIA – governo de muitos (pólos);
	ANARQUIA – governo de ninguém (ana).
	Palavras compostas com kratos (cracia) designam quem está no poder.
	Do ponto de vista da kratos, os regimes políticos são:
	AUTARQUIA – poder de uma pessoa reconhecida como rei;
	ARISTOCRACIA – poder dos melhores;
	DEMOCRACIA – poder do povo;
	FORMAS DE GOVERNO PARA ARISTÓTELES
	Em nenhum texto da Política, Aristóteles declara a superioridade de um sistema político. As diversas formas de governo são variações que permitem, por meios diferentes, alcançarem os mesmos objetivos, ou seja, os que visam o bem comum. (FARIA,1994, p.70)
	Formas boas ou válidas: monarquia, aristocracia e politéia. Essas modalidades de governo podem manifestar-se em suas formas perversas: a tirania, a oligarquia e a democracia ( conceito que adquiriu nuances diversas, desde o sentido positivo de república temperada até o pejorativo de governo demagógico, por isso prefere usar a palavra politéia, a mesma que designa “constituição”, para classificar a forma boa de democracia). Tal perversão acontece quando o governo perde de vista os interesses da cidade e da comunidade e volta-se para a satisfação imediata de seus interesses particulares, provocando assim a injustiça, a escravidão e a infelicidade dos habitantes, acredita Aristóteles.
	A Monarquia predominou na Grécia e na Roma arcaica. Embora os antigos reis afirmassem ter origem divina e vontade absoluta, a sociedade estava organizada de tal forma que o governante submetia as decisões ao Conselho dos Anciãos e à Assembléia dos guerreiros ou chefes militares.
	Aos poucos o regime tornou-se oligárquico, nas mãos de famílias ricas e militarmente poderosas, seus membros, “os melhores” de formação aristocrática.
	O único regime verdadeiramente democrático foi o de Atenas. Nas demais cidades gregas e em Roma, o regime político era oligárquico-aristocrático, as famílias ricas sendo hereditárias no poder.
	Devemos a Platão e a Aristóteles duas idéias políticas:
	- distinção entre regimes políticos e não-políticos;
	- a da transformação de um regime político em outro.
	REGIME é político quando instituído por um corpo de leis publicamente reconhecidas e sob as quais todos vivem, governantes e súditos, governantes e cidadãos.
	
É político o regime no qual os governantes estão submetidos às leis. Quando a lei coincide com a vontade pessoal e arbitrária do governante, não há política, mas despotismo e tirania. Quando não há lei de espécie alguma, não há política, mas anarquia. Presença ou ausência da lei conduz à idéia de regimes políticos legítimos ou ilegítimos.
 Um regime é legítimo quando, além de legal, é justo (leis são feitas segundo a justiça). 
	Um regime é ilegítimo quando a lei é injusta ou quando é contrário à lei, isto é, ilegal, ou, quando não possui lei alguma.
	Os regimes políticos se transformam em decorrência de mudanças econômicas (aumento de número de ricos e diminuição do número de pobres, e vice-versa) e de resultados de guerras (conquistas de novos territórios e populações, submissão a vencedores que conquistam a cidade).
	Segundo Platão e Aristóteles, presença ou ausência da lei, variação econômica e militar determinam a corrupção ou decadência dos regimes políticos:
	Monarquia degenera em tirania, quando um só governa para servir aos seus interesses.
	Aristocracia degenera em oligarquia dos muitos ricos (plutocracia)ou dos guerreiros (timocracia) que também governam em benefício próprio.
	Democracia degenera em demagogia e acaba virando anarquia.
	A tipologia platônica-aristotélica segundo o valor dos que participam do poder e a teoria da decadência ou corrupção dos regimes políticos serão mantidas até o século XVIII . Foram os filósofos gregos que levaram ao Ocidente a ideia de regimes políticos.
2.FILOSOFIA JURÍDICA MEDIEVAL – Filosofia Cristã
Contexto Intelectual da Idade Média
Denomina-se FILOSOFIA CRISTÃ, em sentido histórico, a filosofia influenciada pelo cristianismo, predominante do Ocidente, principalmente na Europa, no período que vai a partir do século I ao século XIV de nossa era.
Esse período compreende duas épocas:
- do séc. I até o séc. VIII denominada de filosofia patrística e,
- que vai do IX ao séc. XIV, denominada filosofia escolástica.
Problema central da filosofia cristã:
- conciliação das exigências da razão com a revelação divina
	PATRÍSTICA
	
Quando o cristianismo se expande (influência da epístola de São Paulo e o Ev. de São João), surge a filosofia dos Padres da Igreja - os apologetas, que fazem apologia do cristianismo, conhecida também como patrística. Momento de esforço de conciliar a nova religião – o cristianismo – com o pensamento filosófico dos gregos e romanos (Fé x Razão) e, assim convencer os pagãos, combater as heresias e justificar a fé. Desenvolvem textos de defesa do cristianismo (apologética), começando aí uma longa aliança entre teologia e filosofia que se estende por toda a Idade Média e em que a razão é considerada auxiliar da fé e a ela subordinada. 
	Os padres recorreram inicialmente à filosofia platônica e realizam uma grande síntese com a doutrina cristã, mediante adaptações consideradas necessárias.
	Principal representante da patrística: Santo Agostinho, bispo de Hipona. Agostinho retoma a dicotomia platônica referente ao mundo sensível e ao mundo das ideias e substitui esse último pelas ideias divinas. Segundo a teoria da iluminação, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas: tal como o sol, Deus ilumina a razão e torna possível o pensar correto.
	A Patrística de Santo Agostinho (354-430)
	Segundo Rocha (2007) elaborou um pensamento teológico conhecido por Patrística, que é o instrumento pelo qual a Igreja Católica constrói uma liturgia voltada para a sagração de Deus nos homens, ou o encontro destes com Ele. Sua obra está baseada no pensamento de Platão: alma (espírito), juízo no além(juízo final), o medo desse julgamento final, punição (inferno).
	Patrística significa batizar o pagão, porque todo aquele que não está batizado “está no inferno”. A concepção preconiza batizar rapidamente para receber Deus, vem de Patre – Pai – receber o Pai.
	Agostinho se converteu com 32 anos de idade, quando Deus lhe aparece (revelação divina), marco de fé e devoção.
	Toda a teologia agostiniana, por mais severa ou rigorosa que possa parecer, é na verdade consequência de um profundo temor e arrependimento de alguém que vê como sua missão definitiva levar os homens de volta à presença de Deus e possibilitar sua salvação no juízo final. A função da igreja é essa: salvar as almas humanas e resgatá-las dos pecados que as condenam. 
Assim, a Cidade de Deus domina completamente a Cidade dos homens, e a única salvação será seguir com fé os mandamentos dos textos sagrados tal como preconizados pela Igreja. Portanto, Fé e Temor são os dois alicerces da teologia agostiniana.
	ESCOLÁTICA
	A escolástica é a filosofia cristã que se desenvolve desde o século IX,tem o seu apogeu no século XIII e começo do século XIV, quando entra em decadência.
	Continua a aliança entre razão e fé, aquela sempre considerada a “serva da teologia”. Com frequência as disputas terminam com o apelo ao princípio da autoridade, que consiste na recomendação de humildade para se consultar os intérpretes autorizados pela Igreja.
	No entanto, a partir do século XI, com o renascimento urbano, começam a surgir ameaças de ruptura da unidade da Igreja, e as heresias anunciam o novo tempo de contestação e debates em que a razão busca sua autonomia. Inúmeras universidades aparecem por toda a Europa e são indicativas do gosto pelo racional, tornando-se foco por excelência de fermentação intelectual.
	Na Idade Média, o que predominou foi a filosofia platônica, considerada mais adaptável aos ideais cristãos. O pensamento de Aristóteles era visto com desconfiança, pois os árabes fizeram interpretações tidas como perigosas para a fé.
	A escolástica de Santo Tomás de Aquino (1225-1274)
	Segundo Rocha (2007) a marca aristotélica de Tomás de Aquino é o livre-arbítrio. Por outro lado, onde existe a liberdade existe menos proteção divina, ou seja, uma maior responsabilidade dos homens. Fundador da escolástica.
	Escolástica: de escola – estudar os textos divinos e entender sua obra, aceitando que ela é superior e mesmo para além de nossa compreensão.
	A base de sua teologia é Aristóteles: em ambos, apesar de se reconhecer a existência da alma, a preocupação é com a felicidade construída a partido do bem como opção do próprio homem, ao invés do medo da punição do juízo final. A Cidade de Deus se “nivela” ao plano da Cidade dos homens, na medida em que estes passam a ser responsáveis por suas ações, com o livre-arbítrio resgatado da crucificação – Cristo perdoou a todos e resgatou seus pecados. A missão da Igreja é preparar os homens para, pelas boas ações, serem absolvidos no dia do juízo final. É dada uma importância considerável, pois à escolha dos homens em suas formas políticas de existirem no plano terreno – herança aristotélica.
	A escolástica, ainda que não se sobreponha à patrística agostiniana, serve para que os homens pelo estudo possam reconhecer sua condição de fragilidade, finitude e mortalidade, a partir da qual devem procurar, de um lado, ser responsáveis por seus atos e, de outro, seguir os mandamentos cristãos. Não mais tanto o terro do inferno, mas a certeza de um julgamento justo a partir das escolhas humanas que cada um fez em sua vida terrena. Onde existe mais liberdade terá de haver mais responsabilidade. 
A Filosofia aristotélico-tomista foi utilizada mais tarde pelos padres dominicanos e jesuítas.
Representantes: Santo Anselmo, Pedro Abelardo e Santo Tomás de Aquino.
Filmes para reflexão: O Nome da Rosa; Santo Agostinho.
Texto complementar: Cap. III – Filosofia do Direito na Idade Média, de Flamarion Tavares Leite (2006, 58-67)
Texto complementar de Alysson Leandro Mascaro (2010), Filosofia do Direito, p. 103-117
A doutrina platônico-agostiniana da justiça
A doutrina aristotélico-tomista da justiça
3.FILOSOFIA JURÍDICA MODERNA – Segundo bimestre
Período: Renascimento
Espera-se reencontrar o pensamento, as artes, a ética, as técnicas e a política existentes antes que o saber tivesse sido considerado privilégio da Igreja e os teólogos houvessem adquirido autoridade para decidir o que poderia e o que não poderia ser pensado, dito e feito. Filósofos, historiadores, dramaturgos, retóricos, tratado de medicina, biologia, arquitetura, matemática, tudo o que fora criado pela cultura antiga é lido, traduzido, comentado e aplicado.
Esparta, Atenas e Roma são tomados como exemplos da liberdade republicana. Imita-las é valorizar a prática política, a vita activa, contra o ideal da vida espiritual contemplativa imposto pela Igreja. As teorias medievais são teocráticas, enquanto as renascentistas procuram evitar a ideia de que o poder seria uma graça ou um favor divino (embora recusem a teocracia, não podem recusar uma outra idéia cristã, a de que o poder político só é legítimo se for justo e só será justo se estiver de acordo com a vontade de Deus) Fala-se, agora, na liberdade republicana e na vida política como as formas mais altas da dignidade humana, embora elementos teológicos continuam nas formulações teóricas da política.
Nesse ambiente, entre 1513 e 1514, em Florença,é escrita a obra que inaugura o pensamento político moderno: O Príncipe , de Maquiavel. Obra demolidora e revolucionária.
7.1 Nicolau Maquiavel (1469-1527 em Florença),
Diplomata e conselheiro dos governantes de Florença. Diferente dos contemporâneos renascentistas, Maquiavel parte da experiência real de seu tempo. Sua obra funda o pensamento político moderno porque busca oferecer respostas novas a uma situação histórica nova, que seus contemporâneos tentavam compreender lendo os autores antigos, mas, deixando escapar a observação dos acontecimentos. 
 RUPTURA MAQUIAVELIANA
1- Maquiavel não admite um fundamento anterior e exterior “a política (Deus, Natureza ou Razão). Toda a cidade está dividida em dois grandes desejos: o desejo dos grandes de oprimir e comandar e o desejo do povo de não ser oprimido nem comandado. Na realidade, a Cidade é tecida por lutas internas que a obrigam a instituir um pólo superior que possa unificá-la e dar-lhe identidade. Esse pólo é o poder político. A política resulta da ação social a partir das divisões sociais ( entre os grandes e o povo).
2- Maquiavel não aceita a idéia da boa comunidade política constituída para o bem comum e a justiça. A sociedade é dividida e jamais pode ser vista como uma comunidade uma, homogênea, voltada para o bem comum. A finalidade política é a tomada e manutenção do poder, e não justiça e bem comum, como pensaram seus antecessores.
3- Recusa a figura do bom governo encarnada no príncipe virtuoso, portador das virtudes cristãs. O príncipe precisa ter virtu , mas esta é política, referindo-se às qualidades do dirigente para tomar e manter o poder, mesmo que para isso deva usar a violência, a mentira, a astúcia e a força. O príncipe não pode ser odiado, mas, respeitado e temido. Significa que, não precisa ser amado, pois isto o faria um pai para a sociedade, e um pai conhece apenas um tipo de poder, o despótico (tirano).
4- Maquiavel na aceita a divisão clássica dos três regimes políticos (monarquia, aristocracia, democracia) e suas formas corruptas ou ilegítimas (tirania, oligarquia, demagogia/anarquia), como não aceita que o regime legítimo seja o hereditário e o ilegítimo, o usurpado por conquista. Qualquer regime político poderá ser legítimo ou ilegítimo. O critério de avaliação, ou o valor, está na liberdade. Legitimidade e ilegitimidade dependem do modo como as lutas sociais encontram respostas políticas capazes de garantir o único princípio que rege a política: o poder do príncipe deve ser superior ao dos grandes e estar a serviço do povo. O príncipe pode ser monarca hereditário ou por conquista; pode ser todo um povo que conquista, pela força, o poder. Qualquer desses regimes políticos será legítimo se for uma república (vários indivíduos eleitos pelo povo exercem o poder) e não despotismo ou tirania, isto é, só é legítimo o regime no qual o poder não está a serviço dos desejos e interesses de um particular ou de um grupo de particulares.
PRINCIPE VIRTUOSO
Virtu , qualidade do homem que o capacita a realizar grandes obras e feitos, pré requisito para liderança, motivação interior, força para enfrentar a fortuna, o acaso, o curso da história, o destino cego. Virtú e fortuna serão dois pólos entre os quais se desenvolverá a ação política de Maquiavel. 
A virtu do príncipe não consiste num conjunto fixo de qualidades morais que ele oporá à fortuna, lutando contra ela. A virtu é a capacidade do príncipe para ser flexível às circunstâncias, mudando com elas para agarrar e dominar a fortuna. O príncipe que agir sempre da mesma maneira e de acordo com os mesmos princípios em todas as circunstâncias fracassará e não terá virtu alguma. Para ser senhor da sorte ou das circunstâncias, deve mudar com elas e, como elas, ser volúvel e inconstante, pois somente assim saberá agarrá-las e vencê-las. Em certas circunstâncias, deverá ser cruel, em outras, generoso; em certas ocasiões deverá mentir, em outras, ser honrado; em cetos momentos, deverá ceder à vontade dos outros, em algumas, ser inflexível. O ethos ou caráter do príncipe deve variar com as circunstâncias, para que sempre seja senhor delas. 
A fortuna, diz, Maquiavel, é sempre favorável a quem desejar agarrá-la. Oferece-se como um presente a todo aquele que tiver ousadia para dobrá-la e vencê-la. Recomenda-se não deixar fugir a ocasião, a oportunidade, a ponte entre virtu e fortuna. Em lugar da tradicional oposição entre a constância do caráter virtuoso e a inconstância da fortuna, Maquiavel introduz a virtude política como astúcia e capacidade para adaptar-se às circunstâncias e aos tempos, como ousadia para agarrar a boa ocasião e força para não ser arrastado pelas más. 
A lógica política nada tem a ver com as virtudes éticas dos indivíduos em sua vida privada. O que poderia ser imoral do ponto de vista da ética privada pode ser virtu política. Maquiavel inaugura a idéia de valores políticos medidos pela eficácia prática e pela utilidade social, afastados dos padrões que regulam a moralidade privada dos indivíduos. O ethos político e o ethos moral são diferentes e não há fraqueza política maior do que o moralismo que mascara a lógica real do poder. 
Maquiavel inaugurou a teoria moderna da lógica do poder como independente da religião, da ética e da ordem natural, isso lhe rendeu ser chamado de “maquiavélico”, palavra criada no século XVI e conservada até hoje, exprimindo o medo que se tem da política quando esta é simplesmente política, isto é, sem a máscara da religião, da moral, da razão e da Natureza. Para esse povo do Ocidente, o príncipe maquiaveliano, não sendo o bom governo sob Deus e a razão, só poderia ser diabólico. 
Em função disso empregamos expressões “maquiavélico”, “ maquiavelismo”, quando julgamos uma ação ou alguém desleal, hipócrita, fingidor, poderosamente malévolo, que brinca com os sentimentos e desejos dos outros, que afirmam que os fins justificam os meios e usa meios imorais, violentos e perversos.
Que teria escrito Maquiavel para que gente que nunca leu sua obra fale em maquiavélico ou maquiavelismo ?
A teologia política, ao sacralizar o poder, só poderia opor-se a demonização. É essa imagem satânica da política como ação social puramente humana que os termos designam.
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria L.A. ; MARTINS, H.P. Filosofando. São Paulo: Moderna, 2003.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2003.
JAEGER, Weber. Paidéia – a formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
LEITE, Flamarion T. Manual de Filosofia Geral e Jurídica: das origens a Kant.Rio de Janeiro: Forense, 2006.
MIGUEL, Mara Sueli de M. Considerações acerca do amor platônico no Banquete. Dissertação de Mestrado, 2002, PUC-SP.
ROCHA, José Manuel S. Fundamentos de Filosofia do Direito: da antiguidade a nossos dias. São Paulo: Atlas, 2007.
VELOSO, Waldir de Pinho. Filosofia do Direito. São Paulo: Thomson, 2005.

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