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Depressão Bases Psicossocioculturais da Saúde

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA 
CAMPUS PAULO FREIRE 
 
André Monteiro 
José Antônio Souza Vital 
Leonardo Fernandes 
Pábula Oliveira dos Santos 
Tatiana Fraga Fonseca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bases psicossocioculturais da saúde: Transtorno depressivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teixeira de Freitas – BA 
2015 
2 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 3 
JUSTIFICATIVA .................................................................................................................................... 3 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 3 
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA ............................................................................................................ 4 
BASES BIOLÓGICAS ........................................................................................................................... 6 
BASES PSÍQUICAS ............................................................................................................................... 8 
BASES SOCIOCULTURAIS ............................................................................................................... 10 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 13 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 14 
ANEXOS............................................................................................................................................... 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Este trabalho irá discutir sobre os determinantes psicossocioculturais do 
transtorno depressivo, desenvolvido através de revisão bibliográfica, utilizando artigos, 
dissertações, teses, sites governamentais, bancos de artigos em saúde, entre outras fontes que 
nos deram suporte para que a atividade fosse realizada. 
 
JUSTIFICATIVA 
 
Este trabalho foi realizado para cumprir pré-requisito parcial no componente de 
Bases Psicossocioculturais da Saúde, com o tema escolhido pelos componentes do grupo e 
supervisionado pelo professor Dr. Marcelo Andrade. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Definir saúde implica-se numa tarefa multifacetada que engloba vários fatores e 
setores da atividade humana. A OMS/WHO (Organização Mundial da Saúde/ World Health 
Organization) a define como “um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não 
apenas ausência de doenças”. 
A Constituição Federal de 1988, vigente até hoje, diz no artigo 196 que “a saúde é 
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que 
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às 
ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”. 
A depressão ou transtorno depressivo está envolvido tanto na esfera biológica 
quanto na esfera da psique humana, intervindo negativamente no contexto da saúde. Diferente 
da chamada tristeza passageira, sentimento normal em algumas épocas da vida, a depressão 
não é como uma dor que dá e passa, ela afeta a relação da pessoa com si própria e com a 
sociedade em geral. Esse transtorno pode durar meses e até anos sem um tratamento adequado 
(ABP, 2012). 
4 
 
Depressão é uma síndrome clínica comum de causa multifatorial. Pode ser 
desencadeada por problemas psicológicos ou emocionais de origem variada, 
alterações do funcionamento cerebral ou de algumas partes do cérebro e, ainda, ser 
secundária a enfermidades clínicas (Duailibi et al., 2013 apud. Neira, 2013). 
Dentre as combinações possíveis de transtornos depressivos, associados ou não a 
outros tipos de transtornos, podemos indicar três principais que acometem a população 
mundial, que são: a depressão maior, a distimia ou depressão leve e o transtorno bipolar, 
também chamado de maníaco-depressiva (ABP, 2012). 
A depressão grave ou maior pode ser considerada na atualidade, a principal causa 
de incapacitação no mundo todo, ocupando a quarta posição no ranking das dez principais 
causas de patologia. Segundo projeções, a depressão será nos próximos 20 anos, a segunda 
principal causa de doenças no mundo (WHO, 2002). 
“A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que hoje, no mundo, 350 
milhões de pessoas vivam com depressão. As mulheres são mais afetadas, e 1 a 2 em cada 10 
mulheres têm depressão pós-parto” (WHO, 2015). 
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA 
 
O entendimento de realidade hoje tem como base as primeiras relações objetais, 
sendo que essas funcionam como exemplo, ou modelo para todas as relações futuras. Vista 
como a doença da sociedade moderna, a depressão se caracteriza por traduzir uma patologia 
grave ou apenas mais um sintoma do indivíduo frente a uma situação real de vida, ou seja, 
suas características podem determinar uma melancolia em si ou ser um sintoma de outra 
patologia (Esteves & Galvan, 2006). 
Atualmente a classificação do DSM-IV e o CID-10 apoiam o estabelecimento de 
um diagnóstico a partir de critérios que levam em consideração as manifestações sintomáticas 
dos quadros. Contudo, a ideia dos Manuais Diagnósticos coloca ao profissional duas 
dificuldades. A primeira seria que a psicologia e a psicanálise não restringem o diagnóstico 
apenas às manifestações biológicas. A segunda, que não se pode avaliar o sujeito sem levar 
em consideração a subjetividade. Cada ser humano possui seu próprio campo subjetivo que é 
dado graças as suas vivências, experiências e dos determinantes sociais e biológicos. Sendo 
assim, os sintomas dependem da subjetividade de cada um, que é constituída a partir da 
realidade existencial, das conveniências psíquicas, relações objetais, formando a percepção da 
5 
 
realidade fazendo ou não pessoas tristes, felizes, melancólicos ou maníacos (Esteves & 
Galvan, 2006). 
É visível que o ser humano quanto mais tem, mais ele quer. Por isso, com o 
passar dos anos o sofrimento dos indivíduos vem aumentando mais. A tecnologia, o 
capitalismo, a forma como as coisas são divulgadas na mídia, ajuda a manipular a ideia do ter. 
Pessoas quando não alcançam seus objetivos, acabam se frustrando. Percebe-se que o ser 
humano não tem resistência a frustrações quando um indivíduo, independente de sua 
personalidade ser normal ou patológica, fazendo com que essas perturbações sejam curadas 
com medicamentos, na maior parte dos casos. As formas de experiências vividas, juntamente 
com o desespero é uma condição humana para não deixar essas perturbações afetarem seu 
comportamento (Lopes, 2005). 
Os estados afetivos angustiados e deprimidos, por exemplo, podem desencadear 
uma cascata de mudanças adversas no funcionamento endócrino e do sistema imune e cria 
uma maior susceptibilidade a uma série de doenças físicas. O comportamento de uma pessoa 
em matéria de saúde depende muito da sua saúde mental. Por exemplo, indícios recentes 
vieram mostrar que os jovens com problemas psiquiátricos, como a depressão e o abuso de 
substâncias, têm mais probabilidades de se tornarem fumadores e ter um comportamento 
sexual de alto risco (WHO, 2002). 
A depressão apresenta-se de múltiplas formas, com queixas psíquicas, como: 
humor depressivo, anedonia, ideias de autodesvalorização e culpa, ideias de morte e suicídio, 
fadiga, sensação de perda de energia, diminuiçãoda concentração, memória e capacidade de 
decidir, além de queixas somáticas, como: aumento ou diminuição de sono, apetite e peso, 
diminuição da libido, dores sem substrato orgânico. Podem ocorrer também alterações no 
comportamento tais como retraimento social, crises de choro, abandono de atividades 
habituais e do cuidado próprio, comportamento suicida, retardo ou agitação psicomotora 
(DEL PORTO, 2000). 
“Em adolescentes pode ocorrer mau humor, irritabilidade, falta de motivação, 
sentimentos de tédio e prejuízo no rendimento escolar. Em idosos, múltiplas queixas 
somáticas podem “mascarar” o afeto depressivo” (Figueiredo, 2000). 
A doença de caráter físico comumente apresenta maior sociabilidade do que uma 
doença de caráter emocional ou psicológico, como se caracteriza a depressão. A doença física 
6 
 
é mais aceita, pois sua causa apresenta-se de maneira concreta e visualmente diagnosticada. Já 
a depressão é um mal silencioso e incompreendido pela maioria da população (Peron et al, 
2004 apud. Mckenzie, 2003). 
O afastamento social é um dos principais comportamentos depressivos, 
juntamente com a diminuição dos movimentos e da prática de exercícios, em que o indivíduo 
passa a maior parte do seu tempo diário deitado e isolado. Entretanto, o oposto deste 
comportamento também ocorrer, como demasiada agitação e inquietação. Em relação ao 
aspecto físico, o indivíduo pode adquirir distúrbios na regulação básica do corpo, como 
problemas com o sono e a alimentação (Peron et al, 2004 apud. Ballone, 2000). 
 
BASES BIOLÓGICAS 
 
 
O avanço nas pesquisas tem possibilitado um melhor entendimento de como os 
mecanismos biológicos afetam a apresentação clínica da depressão. Tem sido abordados com 
profundidade os temas relacionados a genética, neuroquímica, neuroimagem e teorias 
psicológicas. Apesar de a depressão ter causas desconhecidas, atores genéticos, psicológicos, 
ambientais, anatomopatológicos e bioquímicos estão envolvidos na sua gênese e evolução, 
estando presentes em graus variáveis em cada indivíduo com depressão (Nardi, 2000). 
Nardi (2000) continua em sua discussão, dizendo que o fator genético hereditário 
certamente está presente em muitos casos de forma clara, já em outros não é tão evidente. O 
que parece ser herdado é uma tendência para um funcionamento bioquímico anormal em 
algumas regiões cerebrais. Esse funcionamento anormal facilitaria que essas pessoas tivessem 
depressão. A grande maioria dos casos de depressão parece ser geneticamente transmitida e 
quimicamente produzida. Estamos certos de que existem fatores biológicos e psicológicos em 
todas as doenças humanas. Em algumas, o fator biológico é determinante e os psicológicos, 
consequência. 
Muitas pesquisas vêm confirmando isso, através da utilização de modelos 
genéticos, neuroanatômicos, neuroquímicos e de neuroimagem no transtorno do espectro do 
humor bipolar (THB), que é um transtorno depressivo. A utilização de modelos animais 
também tem trazido novos conhecimentos sobre a neurobiologia do THB (Machado-Vieira et 
al., 2004). 
7 
 
Estudos têm descrito alterações neuroquímicas no transtorno do e THB, por meio 
da avaliação de diversos hormônios, neurotransmissores e seus metabólitos, segundos-
mensageiros, fatores neurotróficos e gênicos, tanto em plasma, líquor, plaquetas e fatias de 
cérebro. Com exceção da tireóide e do eixo adrenal, existem dados muito limitados 
relacionados à neuroendocrinologia do THB, especialmente no que se refere à mania aguda 
(Machado-Vieira et al., 2005). 
Estes estudos têm demonstrado alterações na regulação dos sistemas 
noradrenérgico, serotonérgico, dopaminérgico e colinérgico. Essas aminas biogênicas são 
amplamente distribuídas no sistema límbico, as quais estão envolvidas na modulação do 
sono–vigília, do apetite, de funções endócrinas e de estados comportamentais, como 
irritabilidade e medo. Também tem sido sugerido que as alterações relacionadas a esses 
neurotransmissores monoaminérgicos possam ocorrer em virtude de alterações na 
sensibilidade de seus receptores (Machado-Vieira et al., 2005). 
Por mais de três décadas, as bases biológicas dos transtornos depressivos têm sido 
explicadas por meio da hipótese monoaminérgica da depressão. Essa teoria propõe que a 
depressão seja consequência de uma menor disponibilidade de aminas biogênicas cerebrais, 
em particular de serotonina, noradrenalina e/ou dopamina. Tal proposição é reforçada pelo 
conhecimento do mecanismo de ação dos antidepressivos, que se baseia, principalmente, no 
aumento da disponibilidade desses neurotransmissores na fenda sináptica, seja pela inibição 
de suas recaptações, seja pela inibição da enzima responsável por suas degradações 
(Stahl,1997; Nishida et al, 2002). 
Na neurotransmissão serotoninérgica, os doentes com depressão têm 
concentrações elevadas de cortisol no plasma, urina e líquido céfalorraquidiano (CSF), e 
hipófises e supra-renais com um tamanho superior ao normal. Isto traduz um 
hiperfuncionamento do eixo HPA. Por outro lado, sabe- -se que a depressão está associada a 
baixos níveis cerebrais de serotonina: a grande maioria dos antidepressivos utilizados inibe a 
recaptação neuronal de serotonina, aumentando assim a sua concentração a nível sináptico 
(Pariante etal, 2001; Stokes, 1995; Sapolsky, 2001). 
Segundo Vismari et al (2008), citocinas são proteínas hidrofílicas de baixo peso 
molecular ou glicoproteínas que participam da comunicação não apenas entre células do 
sistema imunológico, como se pensava inicialmente, mas também de outras localizadas nos 
8 
 
sistemas nervoso e endócrino. Muitas evidências amparam o papel das citocinas na depressão, 
elas têm demonstrado afetar muitos comportamentos, são exemplos efeitos no sono, apetite, 
comportamento sexual, memória e atividade motora. De fato, as citocinas são responsáveis 
por comportamentos exibidos durante doenças infecciosas, referidos coletivamente como 
comportamento doentio. Sintomas desse comportamento são: letargia, sonolência, fadiga, 
falta de interesse, falta de apetite e menor concentração que é similar a muitos sintomas 
descritos na síndrome depressiva (Dantzer et al, 2007). 
BASES PSÍQUICAS 
 
Segundo Cruz & Fernandes (2013), considerando-se o homem como ser 
biopsicossocial, há que se considerar outros fatores que estão envolvidos nas causas, 
manifestações, curso e evolução da saúde e das doenças. É necessário que se atente tanto para 
o desempenho clínico quanto para as habilidades de comunicação. Os autores citam De Marco 
(2003), que diz que o modelo biomédico trouxe grandes contribuições, mas trouxe também 
outro grande problema: o que fazer com a psique e a alma. 
Dito isso dentro do transtorno depressivo temos condições psíquicas que 
influencia o indivíduo a terem mais probabilidades e vulnerabilidades para se atribuir do 
transtorno. 
De acordo com Cazajeiras (2009), existem fortes indícios de que a estrutura de 
personalidade seja de grande relevância na maioria dos casos de depressão, determinando 
padrões de comportamento que compõem a maneira como cada pessoa irá reagir diante de 
fatores externos como situações estressantes, perdas e outros. Trata-se de um conjunto de 
características individuais que envolvem a forma de compreender o mundo, de estabelecer 
relações interpessoais, de lidar com as emoções e de se comportar, resultante de uma 
complexa interação entre as vivências emocionais, o conjunto de crenças desenvolvidas e 
fatores biológicos. A ciência não tem, atualmente, uma categoria de personalidade vinculada à 
depressão. Apesar disso, observa-se que muitos deprimidos apresentam traços de 
características descritas em alguns transtornos de personalidade. Ostranstornos que 
apresentam relação mais estreita com a depressão são os de: personalidade dependente, 
personalidade borderline, personalidade ansiosa e personalidade anancástica. 
Características de pessoas com transtorno de personalidade dependente: 
9 
 
• Necessidade de ser cuidada por alguém. 
• Dificuldade de discordar de outras pessoas. 
• Dificuldade para dizer “não” aos pedidos dos outros. 
• Necessidade constante de estímulo e aprovação. 
• Sentimento frequente de desamparo. 
• Sente-se incapaz de se cuidar sozinha. 
• Construção de relacionamentos de dependência. 
• Indecisão para fazer escolhas. 
• Dificuldade para tomar atitudes. 
• Autodesvalorização. 
• Esforço incondicional para agradar outras pessoas. 
• Sentimento de derrota ou fracasso. 
• Ansiedade pelo receio de não ser aceita como é. 
• Autocrítica destrutiva. 
Características de pessoas com transtorno de personalidade borderline: 
• Relacionamentos interpessoais intensos e instáveis. 
• Humor instável (raiva e depressão). 
• Pensamento mágico (mais brandos que na esquizofrenia). 
• Autoagressão (cortes, queimaduras, etc.). 
• Pensamentos paranoides (frequentemente sobre traição e abandono). 
• Problemas de identidade. 
 Características de pessoas com transtorno de personalidade ansiosa: 
• Sentimentos persistentes e invasivos de tensão e apreensão. 
10 
 
• Crença de que é inferior aos outros. 
• Preocupação excessiva em ser criticado. 
• Medo da rejeição e da desaprovação. 
• Excessiva necessidade de sentir-se seguro. 
• Dificuldade de relacionamento interpessoal. 
Características de pessoas com transtorno de personalidade anancástica: 
• Cautela excessiva. 
• Preocupação com detalhes, regras e organização. 
• Perfeccionismo. 
• Preocupação com convenções sociais. 
• Rigidez e teimosia. 
• Intransigência. 
• Desejo de que os outros façam tudo do seu jeito. 
• Comportamento obssessivo-compulsivo. 
BASES SOCIOCULTURAIS 
 
Podemos perceber que hoje se tem dado muito mais atenção à depressão e a seus 
principais determinantes do que no passado. Infelizmente, por muito tempo a depressão foi 
tratada como fator isolado, ou seja, como algo que tivesse origem apenas dentro de cada 
indivíduo. Pensando assim, podemos perceber atualmente que esses fatores isoladamente não 
possuem a capacidade de desenvolver um quadro de transtorno depressivo em alguém, 
precisando estar correlacionados para poder determinar um quadro depressivo. Passou-se 
então a analisar mais de perto o transtorno e notou-se que fatores externos afetam diretamente 
a relação dos sujeitos consigo mesmo e com o seu ciclo de convivência humana. 
11 
 
O fator de desequilíbrio social é um dos principais determinantes para o 
desenvolvimento do transtorno, ora que o mesmo influi diretamente nas ações e no modo de 
vida de cada sujeito. O campo das ciências sociais e a sociologia nos dias atuais se empenham 
em estudar os fatores inerentes à causa direta da depressão, coisa que em tempos de outrora 
esses estudos ficavam restritos apenas à psicologia, deixando de certa maneira em aberto 
questões de extrema relevância que deveriam ser levadas em consideração ao se estudar a 
determinação da depressão. 
Há alguns anos, a depressão era muito menos frequente do que é hoje e era estudada 
somente por um enfoque da psicologia, uma vez que estudava o indivíduo 
acometido individualmente, sem levar em conta os fatores sociais. Ninguém adquire 
depressão só e somente por fatores internos, isto é, somente de si. Os fatores sociais, 
como mudanças econômicas bruscas, falências, desemprego, crime, divórcio, 
traição, etc, são os que mais influenciam as pessoas a terem depressão. A depressão 
se constitui atualmente como uma doença de alta ocorrência, do ponto de vista da 
psicologia e uma questão social normal do ponto de vista da sociologia. Trata-se de 
um conjunto de fatores que, se sozinhos, por vezes, não são capazes de acarretar 
depressão, mas ao se juntar com outros, facilmente derruba o indivíduo. Os 
principais sintomas são: desânimo, fobia social, tristeza, incapacidade laborativa, 
medo, baixa estima, isolamento e alienação, etc (Fraga, 2011). 
O amparo social e a construção do sujeito tanto objetivo quanto subjetivo em suas 
demandas são fatores que agem de maneira incisiva na modelagem humana como um todo 
podendo determinar como se dará as relações interpessoais ao longo de sua trajetória. O 
território onde está inserido cada sujeito exerce a função de ampará-lo ou pode até mesmo não 
exercer de forma significativa influência em sua vida, são basicamente nesses dois pontos que 
podemos analisar como os referenciais sociais determinam a forma de se entender e de 
interpretar o meio a sua volta que cada sujeito desenvolve. Esses dois pontos podem exercer 
função negativa ou positiva a depender do indivíduo e de como ele percebe o meio social 
onde está inserido. 
O suporte social pode ser considerado um construto multifacetado e complexo, 
podendo ser mensurado por intermédio de conceitualizações objetivas e subjetivas, 
carecendo mesmo de uma precisão em sua definição, pois os instrumentos que 
mensuram tal construto podem variar em consequência de definições adotadas para 
sua construção, bem como a nomeação das dimensões. De forma geral o suporte 
social pode ser avaliado pela integração social de um indivíduo em seu meio, além 
12 
 
da rede de serviços e pessoas que estão acessíveis e sendo utilizados, observando 
medidas mais diretas como, por exemplo, os serviços de saúde presentes na 
localidade ou as medidas mais subjetivas, como a percepção que o indivíduo tem das 
pessoas e serviços na comunidade. Geralmente o suporte social é relatado em termos 
de aspectos estruturais (tamanho do grupo, freqüência de contato, participações em 
atividades e instituições sociais) e funcionais (percepção do apoio afetivo e 
satisfação das necessidades), no entanto há diversas outras formas de divisão do 
suporte social que diferem das aqui apresentadas (Baptista et al., 2006 apud Keeling, 
Price, Jones & Harding, 1996; McNally & Newman, 1999; Nath, Borkowski, 
Whitman & Schellenbach, 1991). 
As bases sociais para cada sujeito se dá de maneira relevante, pois é nela que o 
sujeito desenvolverá sua estabilidade e competências de percepção de si mesmo como fator 
integrante e sujeito ativo de determinado meio. Um sujeito ativo em um meio se dá de 
maneira que possa se estabelecer comportamentalmente, psicologicamente e que possa se 
sentir amparado de modo a encontrar estabilidade. 
O suporte social também vem sendo associado à diversas outras medidas, tais como 
competência pessoal, comportamentos de adesão a tratamentos de saúde, estratégias 
de enfrentamento, percepção de controle, senso de estabilidade e bem estar 
psicológico, dentre outros. Além dos construtos citados anteriormente, há evidências 
de que o suporte social seja considerado como um fator de redução de impacto de 
eventos estressantes e diversos transtornos psiquiátricos/psicológicos, tais como a 
depressão, transtornos ansiosos e esquizofrenia e, podem também estarem 
associados ao desenvolvimento e tratamento e prognóstico desses problemas 
(Baptista et al., 2006 apud Langford, Bowsher, Maloney & Lillis, 1997; Lovisi, 
Milanil, Caetano, Abelha & Morgado, 1996). 
Podemos comprovar a relação direta no que tange os fatores sociais e as relações 
de estabilidade humana no que versa, quando vemos que mesmo na infância podemos notar os 
efeitos da falta de relações sociais concretas no seio familiar e demais relações interpessoais 
que cada criança tem, a mesma apresenta reações atípicas para o comportamento infantil 
quandopercebe instabilidade nas relações sociais que a cercam. Da mesma maneira não 
apenas na infância, mas também na fase adulta podemos notar a relação desses mesmos 
fatores com sujeitos altamente desenvolvidos, porém, com reações diferentes (Baptista et al., 
2006 apud Kashani, Canfield, Borduin, Soltys & Reid, 1994). 
13 
 
As crianças que normalmente possuem baixo suporte familiar e social, pouca 
atenção vinda dos pais e parentes, tendem a ser mais agressivas e pouco cooperativas, além do 
fato de serem desesperançosas (Baptista et al., 2006 apud Kashani, Canfield, Borduin, Soltys 
& Reid, 1994). Homens que percebem baixo suporte social também possuem a tendência de 
serem menos sociáveis, praticarem menos atividades físicas e apresentarem maiores 
sintomatologias de depressão (Baptista et al., 2006 apud Undén & Orth-Gomér, 1989). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Este presente trabalho apresentou-se o transtorno depressivo e sua relação com as 
bases psicossocioculturais da saúde. Tendo este contexto em vista, apresentamos vários 
olhares em torno desse transtorno, que é instigante e causador de grande polêmica acerca de 
suas causas e tratamentos. A clareza das informações que compõem este trabalho facilitou a 
compreensão e interpretação dos três aspectos propostos para o desenvolvimento, analisando 
a depressão sob o olhar bio, psíquico, social e cultural. Enfatizando as várias nuances do 
transtorno, ora discorre sobre a importância das questões orgânicas no estabelecimento desse 
transtorno e por último, chamamos a atenção para os aspectos espirituais que colaboram para 
o desencadeamento do quadro depressivo e não apenas os aspectos biológicos que ocorre com 
os que sofrem com esse transtorno. Vai muito mais além. 
Como foi dito, existem muitos fatores que influenciam ao desencadeamento do 
transtorno depressivo, tais como: fatores psíquicos, que se trata de um conjunto de 
características individuais que envolvem a forma de compreender o mundo, de estabelecer 
relações interpessoais, de lidar com as emoções e de se comportar, resultante de uma 
complexa interação entre as vivências emocionais, o conjunto de crenças desenvolvidas e 
fatores biológicos. Os fatores socioculturais que representam um dos principais determinantes 
para o desenvolvimento do transtorno, ora que o mesmo influi diretamente nas ações e no 
modo de vida de cada sujeito. Ninguém adquire depressão somente por fatores endógenos, 
isto é, somente de si. Os fatores sociais, como mudanças econômicas bruscas, falências, 
desemprego, crime, divórcio, traição, etc, são os que mais influenciam as pessoas a 
desenvolverem o transtorno. 
14 
 
Finalizando então, afirmamos novamente que o transtorno depressivo exige 
cautela, no que se diz respeito ao seu quadro de determinantes, pois existem muito mais coisas 
que englobam este processo de saúde-doença do que se imagina e posicionar as investigações 
das causas integradas no modelo biopsicossocial, nos ajuda a saber lidar com os indivíduos 
que são suscetíveis ao transtorno. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABP Comunidade. Associação Brasileira de Psiquiatria. Depressão. 2012. Disponível em: 
http://www.abpcomunidade.org.br/site/?p=257 
Baptista, MN; Baptista, ASD; Torres, ECR. Associação entre suporte social, depressão e 
ansiedade em gestantes. PSIC - Revista de Psicologia da Vetor Editora, v. 7, nº 1, p. 39-48, 
Jan./Jun. 2006. 
Cajazeiras, F. Depressão: doença da alma - as causas espirituais da depressão. Capivari: 
Ed. EME, 2008. 
Cruz, CSS; Fernandes, DRF; Pimenta, MLP; Oliveira, LC. Do pensamento clínico, segundo 
Foucault, ao resgate do modelo biopsicossocial: uma análise reflexiva. Revista da 
Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 11, n. 1, p. 30-39, jan./jul. 2013. 
Dantzer R, Kelley KW. Twenty years of research on cytokine-induced sickness behavior. 
Brain Behav Immun. 2007;21(2):153-60. 
Del Porto, José Alberto. Depressão: Conceito e diagnóstico. Revista Brasileira de 
Psiquiatria. vol. 21, 1999. 
De Marco, M.A.A. Face Humana da Medicina: do modelo biomédico ao modelo 
biopsicossocial. (pp. 71-76). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. 
Diniz, D.S.A. Ciência das doenças e a arte de curar: trajetórias da medicina hipocrática. 
Rio de Janeiro; 2006. Mestrado [dissertação]. Universidade Federal do Rio de Janeiro. 
www.tesesims.uerj.br/lildbi/docsonline/get.php?id=294 
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ANEXOS 
 
Dentro da CID10 (2015), os transtornos depressivos se encontram classificados 
dentro do grande grupo dos Transtornos do Humor, sendo eles classificados de acordo a 
tabela a seguir: 
CID 10 – Transtornos depressivosF41. 2 Transtorno misto de ansiedade e depressão 
F43.20 Reação depressiva breve 
F43.21 Reação depressiva prolongada 
F43.22 Reação mista de ansiedade e depressão 
F32 Episódios depressivos 
F32.0 Episódio depressivo leve 
F32.1 Episódio depressivo moderado 
F32.1 Episódio depressivo moderado 
F32.2 
Episódio depressivo grave sem sintomas 
psicóticos 
F32.3 
Episódio depressivo grave com sintomas 
psicóticos 
F32.8 Outros episódios depressivos 
F32.9 Episódio depressivo não especificado 
F33 Transtorno depressivo recorrente 
F33.0 
Transtorno depressivo recorrente, episódio 
atual leve 
F33.1 
Transtorno depressivo recorrente, episódio 
atual moderado 
F33.2 
Transtorno depressivo recorrente, episódio 
atual grave sem sintomas psicóticos 
F33.3 
Transtorno depressivo recorrente, episódio 
atual grave com sintomas psicóticos 
F33.4 
Transtorno depressivo recorrente, atualmente 
em remissão 
F33.8 Outros transtornos depressivos recorrentes 
F33.9 
Transtorno depressivo recorrente sem 
especificação 
F34 Transtornos de humor [afetivos] persistentes 
F34.1 Distimia 
F38.1 
Outros transtornos do humor [afetivos] 
recorrentes 
17 
 
Figura 1 – Diagrama sobre os determinantes que comumente compõem o transtorno 
depressivo.

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