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LEI 9.455 DE 1997 TORTURA

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LEI 9.455/97 – CRIMES DE TORTURAPágina7
ernanybfilho@gmail.com 
LEI 9.455/97
CRIMES DE TORTURA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Declaração Universal dos Direitos Humanos – ONU – 1948. Artigo V: "Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante"
Artigo 5º, inciso III da C.F.
Artigo 5º, inciso XLIII da C.F.
Pacto Internacional dos Direito Civis e Políticos ONU – Decreto 592 de 1992. Artigo 7º. “Ninguém poderá ser submetido à tortura, nem a penas ou tratamento cruéis, desumanos ou degradantes. Será proibido sobretudo, submeter uma pessoa, sem seu livre consentimento, a experiências médicas ou cientificas.”
Artigo 5º, item 2 do Pacto de San José da Costa Rica
Artigo 233 do ECA lei 8.069/90
Lei 9.455/97.
CONCEITO:
Beccaria: a tortura não é condenável apenas porque é desumana, mas porque é ineficiente e estúpida.
CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS TRATAMENTOS OU PENAS CRUÉIS, DESUMANOS OU DEGRADANTES – ONU - (1984) 
“Artigo 1º - Para fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.
ANÁLISE DA LEI
Artigo 1º caput da Lei 9.455/97: 
tortura-prova – artigo 1º, inciso I, letra ‘a’.[1: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. TORTURA QUALIFICADA PELO RESTULTADO MORTE. POLICIAIS MILITARES. PEDIDO DE DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA. INDEFERIMENTO. MATERIALIDADE. INDICIOS DE AUTORIA. PRESENÇA DO FUMUS COMISSI DELICTI E PERICULUM LIBERTATIS. RECURSO PROVIDO.
I – Como consequência do princípio constitucional da não-culpabilidade, toda e qualquer prisão antes do trânsito em julgado da decisão condenatória deve pautar-se na necessidade e na indispensabilidade da segregação cautelar e somente pode ser decretada se presentes o fumus comissi delicti e o periculum libertatis.
II – Existindo nos autos provas a indicar que os denunciados, policiais militares, supostamente responsáveis pela morte de pessoa por eles detida em abordagem policial de rotina, estão atuando, por meio de interpostas pessoas, com o fim de tumultuar as investigações, forjar provas documentais e ameaçar testemunhas, impõe-se a decretação de suas prisões preventivas.
III – Recurso conhecido e provido. (Acórdão n.922880, 20150510083958RSE, Relator: NILSONI DE FREITAS, 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 25/02/2016, Publicado no DJE: 02/03/2016. Pág.: 66)][2: PENAL. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA. SUFICIÊNCIA DE PROVAS. TIPICIDADE DA CONDUTA. RECURSO DESPROVIDO.I – Provada a inexistência do crime de tortura falsamente atribuído a agente de polícia, que em razão deste fato foi efetivamente prejudicado, tendo de responder indevidamente a processo administrativo contra ele instaurado, não há como acolher o pleito absolutório formulado com base na insuficiência de provas.II – A autodefesa não tem o condão de afastar a tipicidade do delito de denunciação caluniosa (art. 339 do CP), porquanto o seu exercício não pode ser empregado como justificativa idônea para a prática de crimes, ou seja, não existe direito a ser reconhecido em favor do agente que imputa conduta inexistente e tipificada como infração penal a outra pessoa. Precedente desta Turma.III – Recurso desprovido.(Acórdão n.924568, 20150410028930APR, Relator: NILSONI DE FREITAS, Revisor: JOÃO BATISTA TEIXEIRA, 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 03/03/2016, Publicado no DJE: 08/03/2016. Pág.: 142)]
tortura para prática de crime - artigo 1º, inciso I, letra ‘b’.
tortura-discriminação – artigo 1º, inciso I, letra ‘c’.
tortura-castigo – artigo 1º, inciso II. Animus corrigendi[3: TORTURA PRATICADA PELO PAI CONTRA FILHOS MENORES. AUTORIA. PROVAS. CONDENAÇÃO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA MAUS TRATOS. INVIABILIDADE. DOSIMETRIA DA PENA. ERRO MATERIAL. CORREÇÃO. REGIME PRISIONAL. CRITÉRIOS. PROVIMENTO PARCIALI – Restando comprovado, de forma satisfatória e contundente, que o acusado, por inúmeras vezes, submeteu a intenso sofrimento físico e psicológico seus cinco filhos menores como forma de aplicar-lhes castigo pessoal, resta inviabilizada a desclassificação para o crime de maus tratos, pois, a toda evidência, a conduta perpetrada subsume-se ao crime de tortura, descrito no art. 1º, inciso II, da Lei 9.455/97.II – Correta a aplicação de 1/6 (um sexto) na terceira fase da dosimetria da pena pela aplicação da causa de aumento prevista no artigo 1º, § 4º, inciso II, da Lei 9.455/97. No entanto, constatado equívoco na conta aritmética realizada com o acréscimo da fração à pena provisoriamente fixada na segunda fase, impõe-se a sua correção.III – Diante de nova diretiva proferida pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC nº 111.840, que declarou, em controle difuso, a inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei dos Crimes Hediondos, o regime inicial para cumprimento da pena no caso de delito de tortura deve ser fixado com base nas diretivas insculpidas nos artigos 33, §§ 2º, 3º e 59, ambos do Código Penal, desconsiderando-se o disposto no artigo 1º, § 7º, da Lei nº 9.455/97.IV – Recurso conhecido e parcialmente provido.(Acórdão n.820959, 20120910078364APR, Relator: NILSONI DE FREITAS, Revisor: JOÃO BATISTA TEIXEIRA, 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 18/09/2014, Publicado no DJE: 24/09/2014. Pág.: 243)]
Bem juridicamente tutelado
Meios de execução
Sujeito ativo
Sujeito passivo
Consumação
Sujeito Passivo (a esposa/convivente, pode figurar no polo passivo?)
Equiparado a maus-tratos – artigo 136 do C.P.?
O § 2º - da omissão. Artigo 13, parágrafo 2º do CP.
O § 3º - causa de aumento de pena (lesão de natureza grave, gravíssima ou morte);
§ 4º - causa de aumento de pena;
Artigo 121, § 2º, inciso III do C.P. X artigo 1º, § 3º da Lei 9.455/97
Parágrafo 5º, do artigo 1º (efeito automático?) X artigo 92, inciso I do C.P.[4: HABEAS CORPUS. DELITO DA LEI DE TORTURA (OMISSÃO CRIMINOSA).ALEGAÇÃO DE QUE A CONDUTA NÃO FOI PRATICADA PELO PACIENTE.REAVALIAÇÃO DOS ELEMENTOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE. VIA ELEITA INADEQUADA. INFRAÇÃO PREVISTA NO § 2.º, DO ART. 1.º, DA LEI 9.455/97. CRIME PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE DE AUMENTO DA SANÇÃO DEVIDO À INCIDÊNCIA DA CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE PREVISTA NO ART. 61, INCISO II, ALÍNEA G, DO CÓDIGO PENAL, E DA MAJORANTE DE PENA ESTABELECIDA NO ART. 1.º, § 4.º, INCISO I, DA LEI DE TORTURA. PERDA DO CARGO PÚBLICO. EFEITO AUTOMÁTICO DA CONDENAÇÃO NOS CRIMES DA LEI N.º 9.455/97. PRECEDENTES DO STF E DO STJ. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR SANÇÕES RESTRITIVAS DE DIREITOS.IMPOSSIBILIDADE. ART. 44, INCISO I, DO CÓDIGO PENAL. ORDEM DE HABEAS CORPUS PARCIALMENTE CONHECIDA E, NESSA EXTENSÃO, PARCIALMENTE CONCEDIDA.1. Não compete a este Superior Tribunal de Justiça, na via estreita do habeas corpus, reavaliar juízo sobre a conjuntura fático-probatória - análise em que são soberanas as instâncias ordinárias -, por se tratar a referida via processual de remédio constitucional de rito célere e cognição sumária.2. A figura típica prevista no § 2.º, do art. 1.º, da Lei de Tortura, constitui-se em crime próprio, porquanto exige condição especial do sujeito. Ou seja, é um delito que somente pode ser praticado por pessoa que, ao presenciar tortura, omite-se, a despeito do "dever de evitá-las ou apurá-las" (como é o caso do carcereiro policial).Em tais casos, a incidência da circunstância agravante prevista no art. 61, inciso II, alínea g, do Código Penal,e da majorante de pena estabelecida no art. 1.º, § 4.º, inciso I, da Lei n.º 9.455/1997 ("se o crime é cometido por agente público"), constitui evidente bis in idem na valoração da condição pessoal do sujeito ativo.3. "A perda do cargo, função ou emprego público é efeito automático da condenação pela prática do crime de tortura, não sendo necessária fundamentação concreta para a sua aplicação" (AgRg no Ag 1388953/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 20/06/2013, DJe 28/06/2013).Ainda que assim não fosse, aplicar-se-ia, na espécie, entendimento do STF, sedimentado na súmula n.º 694, segundo o qual "[n]ão cabe habeas corpus contra imposição da pena de exclusão de militar ou perda de patente ou função pública".4. Nos crimes definidos na Lei de Tortura há óbice à substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, com base no art. 44, inciso I, do Código Penal.5. Ordem de habeas corpus parcialmente conhecida e, nessa extensão, parcialmente concedida, tão somente para afastar os aumentos da pena ocorridos com suporte na circunstância agravante prevista no art.61, inciso II, alínea g, do Código Penal (três meses), e na majorante prevista no art. 1.º, § 4.º, inciso I, da Lei n.º 9.455/1997 (um sexto), restando a sanção final fixada em 1 ano e 9 meses de detenção.(HC 131.828/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 19/11/2013, DJe 02/12/2013)]
Vedação de benefícios. Artigo 5º, inciso XLIII da C.F. e artigo 1º, § 6º da Lei 9.455/97
§ 7º do artigo 1º da Lei 9.455/97
RECURSO DE AGRAVO. CONDENAÇÃO POR TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE INFERIOR A 4 ANOS. QUANTIDADE DA DROGA APREENDIDA. CIRCUNSTÂNCIA ESPECIAL DESFAVORÁVEL. FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL FECHADO. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA PARA A FIXAÇÃO DE REGIME PRISIONAL MAIS GRAVOSO. DECISÃO REFORMADA.
1. Ao apreciar o HC 111.840/ES, em 27.06.2012, o Supremo Tribunal Federal declarou, por maioria, a inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei 8.072/90, que estabelecia a obrigatoriedade de fixação do regime fechado para o início de cumprimento de penas relativas aos crimes hediondos, à prática da tortura, ao tráfico de entorpecentes e drogas afins e ao terrorismo, determinando que a fixação do regime prisional deve observar o disposto nos arts. 33 e 59 do Código Penal.
2. Fixa-se o regime inicial aberto para o cumprimento de pena privativa de liberdade não superior a 4 anos, revelando-se inidônea, para a imposição de regime mais gravoso, a motivação baseada unicamente no exame desfavorável da circunstância especial do art. 42 da Lei nº 11.343/2006.
3. Recurso conhecido e provido, a fim de que seja fixado o regime aberto para o início do cumprimento da pena. (Acórdão n.867747, 20150020112034RAG, Relator: JOÃO BATISTA TEIXEIRA, 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 14/05/2015, Publicado no DJE: 20/05/2015. Pág.: 124)
Sursis Processual. 
PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO - ART. 2º, § 1º, DA LEI DE CRIMES HEDIONDOS - INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTER TANTUM DECLARADA PELO STF - REGIME INCIALMENTE FECHADO - ANÁLISE DO CASO CONCRETO - SURSIS. ART. 77 DO CP. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. CRIME DE TRÁFICO. MAIOR VIGILÂNCIA ESTATAL. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
O Supremo Tribunal Federal inaugurou vetor interpretativo ao declarar, incidentalmente, a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 2º da Lei 8.072/90, que fixava a obrigatoriedade do regime inicialmente fechado para os crimes hediondos e equiparados. 
Caberá ao julgador, na análise do caso concreto, aferir as circunstâncias e as condições do acusado para a fixação do regime adequado, pautando-se em elementos concretos e individualizados.
Deve ser deferido o benefício da suspensão condicional da pena previsto no artigo 77 do Código Penal, quando preenchidos os requisitos necessários, máxime em se tratando do crime de tráfico, em que se requer maior vigilância estatal sobre a conduta da acusada.
(Acórdão n.614393, 20110111058290APR, Relator: ROMÃO C. OLIVEIRA, Revisor: MARIO MACHADO, 1ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 23/08/2012, Publicado no DJE: 05/09/2012. Pág.: 181)

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