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Revisão o estado da arte

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OS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA A ADEQUADA
OPERACIONALIZAÇÃO DOS LEVANTAMENTOS
BIBLIOGRÁFICOS E DOCUMENTAIS: O ESTADO DA ARTE
RESUMO
O trabalho reflete sobre o tema levantamentos bibliográficos e documentais. Busca
alcançar o estado da arte sobre os procedimentos técnicos para a sua adequada
operacionalização, esclarecendo-os o suficiente para facilitar a sua compreensão e o seu
uso. Para tanto, realiza de forma bastante abrangente, porém não exaustiva, uma revisão
bibliográfica e documental da sua literatura crítica, buscando clarear a sua correta
compreensão e o seu adequado uso. Utiliza o método crítico-dialético como a base
lógica da sua investigação e o método hipotético-dedutivo, como a base da sua estrutura
de pensamento. Discute que um levantamento bibliográfico e documental bem realizado
é uma excelente porta de entrada em uma área de pesquisa, consistindo em uma mapa
completo do seu território, apontando e explanando o seu estado atual, as suas teorias,
os seus conceitos fundantes e as suas lacunas. Conclui que: o fluxograma da pesquisa
científica é sistemático e flexível, admitindo etapas que podem ser operacionalizadas
estanques ou concomitantes, de acordo com os hábitos do pesquisador; este tipo de
pesquisa é fundamental para o início de toda e qualquer investigação científica; e, a sua
qualidade é diretamente proporcional ao nível de especificidade do problema-objeto de
pesquisa, do nível de conhecimento do pesquisador sobre o objeto investigado e de sua
experiência em operacionalizar tais metodologias. 
Palavras-chave: Levantamento bibliográfico. Levantamento documental. Revisão da
literatura. Metodologia científica.
TECHNICAL PROCEDURES FOR THE PROPER OPERATION
SURVEYS BIBLIOGRAPHICAL AND DOCUMENTARY: THE
STATE OF THE ART
ABSTRACT
The work reflects on the theme bibliographic and documentary surveys. Seeks to
achieve the state of the art technical procedures for its proper implementation, clarifying
them enough to facilitate their understanding and use. The study presents quite
comprehensive, but not exhaustive literature review and document its critique literature,
seeking to lighten their correct understanding and proper use. Uses critical-dialectical
method as the rationale of its research and the hypothetical-deductive method as the
basis of the structure of thought. It argues that a bibliographic and documentary survey
done well is an excellent gateway into a research area, consisting of a complete map of
its territory, pointing and explaining its current state, its theories, its fundamental
concepts and their shortcomings . Concludes that: the flowchart of scientific research is
systematic and flexible, admitting steps that can be operationalized watertight or
concomitant, according to the researcher's habits; this type of research is critical to the
beginning of any scientific research; and its quality is directly proportional to the level
of specificity of the problem object of research, the researcher's level of knowledge
about the investigated object and its operational experience in such methodologies.
Keywords: Bibliographical survey. Documentary survey. Literature review. Scientific
methodology.
PROCEDIMIENTOS TÉCNICOS PARA EL ADECUADO
FUNCIONAMIENTO DE ENCUESTAS BIBLIOGRÁFICO Y
DOCUMENTAL: EL ESTADO DEL ARTE
RESUMEN
El trabajo reflexiona sobre el tema bibliográfico y documental encuestas. Busca
alcanzar el estado de los procedimientos técnicos de última generación para su correcta
aplicación, aclarando lo suficiente para facilitar su comprensión y uso. El estudio
presenta revisión bastante amplia, aunque no exhaustiva, la literatura y documentar su
literatura crítica, tratando de aligerar su comprensión y la correcta utilización. Utiliza
método crítico-dialéctica como la razón fundamental de su investigación y el método
hipotético-deductivo como la base de la estructura del pensamiento. Se argumenta que
una encuesta bibliográfica y documental hecho bien es una excelente puerta de entrada a
un área de investigación, que consiste en un mapa completo de su territorio, señalando y
explicando su estado actual, sus teorías, sus conceptos fundamentales y sus deficiencias.
Concluye que: el diagrama de flujo de la investigación científica es pasos sistemáticos y
flexibles, admitiendo que pueden ser en operación los estancos o concomitantes, de
acuerdo con los hábitos del investigador; este tipo de investigación es fundamental para
el inicio de cualquier investigación científica; y su calidad es directamente proporcional
al nivel de especificidad del objeto problema de la investigación, el nivel de
conocimiento sobre el objeto investigado y su experiencia operativa en tales
metodologías del investigador.
Palabras clave: Investigación bibliográfica. Encuesta documental. Revisión de la
literatura. Metodología científica.
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho reflete sobre o tema levantamentos bibliográficos e documentais.
Busca alcançar o estado da arte quanto os procedimentos técnicos para a sua adequada
operacionalização. Estas técnicas científicas, próprias do processo de revisões da
literatura, são uma excelente porta de entrada em uma área de pesquisa, consistindo em
uma mapa completo do seu território, apontando e explanando o seu estado atual, as
suas teorias, os seus conceitos fundantes e as suas lacunas (KÖCHE, 1997, 2011; GIL,
1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; SAMPIERI;
COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA,
2005; CASTRO, 1978; PIAGET, 1973; MENEZES, 1938; GILES, 1979; CHAUI,
2008).
Esse tema se justifica pela necessidade de esclarecimentos sobre os passos
adequados para a operacionalização dos levantamentos bibliográficos e documentais,
levando-se em consideração seus aspectos estruturais e éticos. Existem pesquisadores
que tratam a revisão da literatura como uma questão de mera reprografia daquilo que já
foi produzido sobre um tema, hesitando de se posicionar contra ou a favor de
determinada linha ideológica, filosófica ou científica, ação fundamental no processo de
se fazer ciência. Não se pode favorecer tudo o que foi estudado e produzido sobre um
tema, porque é antiético, uma vez que a ciência, ainda que razoavelmente segura e
confiável, é inacabada, é hipotética, é falível, é tão imperfeita quanto os seus produtores.
Por essa razão, o cientista precisa desenvolver o seu senso crítico para avaliar e julgar
sentenças de acordo com o seu nível de confiabilidade, justificando cada um dos seus
pareceres, visto que se torna responsável, tanto diante da comunidade científica quanto
perante a sociedade civil em geral, por cada partícula de cada letra de cada palavra que
eu seus trabalhos insere. Deduz-se, incontinenti, que o pesquisador precisa tomar
cuidado com cada detalhe de tudo o que fala, escreve ou expõe sobre algum autor ou
alguma obra (KÖCHE, 1997, 2011; ECO, 2012; GIL, 1999; 2010; MARCONI;
LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006;
ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978; PIAGET,
1973; MENEZES, 1938; GILES, 1979; CHAUI, 2008).
A questão que move essa pesquisa é esclarecer minuciosamente os passos
necessários para a adequada operacionalização dos levantamentos bibliográficos e
documentais, exposto o seu sistematismo, sem, contudo, fazer-lhe parecer inflexível.
Também trabalha a questão da ética em todo o processo de investigação científica que,
mesmo em uma pesquisa básica, traz grandes responsabilidades para o sujeito
pesquisador, tanto diante da comunidade científica quanto perante a sociedade civil em
geral (KÖCHE, 1997, 2011;GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007;
2008; LUNA, 2011; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA,
2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978; PIAGET, 1973; MENEZES,
1938; GILES, 1979; CHAUI, 2008). 
Para tanto, foram selecionados quarenta trabalhos acadêmicos específicos sobre a
metodologia da pesquisa científica, buscando nelas os conteúdos mais esclarecedores
sobre os procedimentos técnicos para a operacionalização dos levantamentos
bibliográficos e documentais (GIL, 1999, 2010; MARCONI; LAKATOS, 2007;
RODRIGUES, 2007; BÊRNI; FERNANDEZ, 2012; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO,
2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978;
PIAGET, 1973; MENEZES, 1938; GILES, 1979; CHAUI, 2008).
Para a escolha das fontes selecionadas foram considerados os seguintes critérios:
a) conteúdo específico sobre a metodologia da pesquisa científica; b) viabilidade de
acesso e análise dos materiais selecionados. Todas as fontes foram observadas; os dados
foram coletados, organizados, sistematizados, analisados, e apresentados de acordo com
os procedimentos técnicos de pesquisa para levantamento bibliográfico e documental
apresentados por Gil (1999; 2010), Marconi e Lakatos (2007), Rodrigues (2007), Luna
(2011) e Köche (2011). Buscou-se nelas alcançar o estado da arte do tema
levantamentos bibliográficos e documentais.
Meu interesse por pesquisar este tema nasceu da minha percepção da imensa
dificuldade que pesquisadores iniciantes possuem de operacionalizar levantamentos
bibliográficos e documentais, pesquisa básica imprescindível para a realização de toda e
qualquer investigação científica, e, portanto, indispensável entrada na carreira científica.
Tal percepção da minha parte se deu no decorrer dos meus estudos e vivências
universitárias. Além disso, o meu interesse em me tornar um excelente docente e
pesquisador, aliado às minhas percepções sobre os obstáculos existentes para o
progresso da Ciência e da Docência universitária, inquietaram-me o suficiente para eu
contribuir significativamente em seu prol. Ressalto ainda que eu cursei um componente
curricular específico sobre metodologia da pesquisa científica tanto numa graduação
que eu concluí na Universidade Bráz Cubas quanto em duas pós-graduações lato sensu
na modalidade EAD, que eu também já concluí. Hoje, a minha carreira acadêmica
completa mais de cinco anos de estudos e vivências em Ambientes Virtuais de
Aprendizagem, fazendo pesquisas em bibliotecas virtuais, participando de eventos
científicos virtuais realizados por meio de videoconferências ao vivo, dentre outras
atividades online. Minhas vivências permitiram que eu percebesse diferentes
metodologias de Educação à Distância, bem como falhas em cada uma delas, que com
pesquisas específicas, e com a articulação e ou o desenvolvimento de novas tecnologias
de comunicação à distância, podem ser eliminadas, culminando em maior qualidade
para essa modalidade de ensino. Além desses cursos, desde o início do primeiro
semestre de 2013, eu tenho vínculo institucional estudantil com a Universidade Federal
de São Carlos, entidade em que eu comecei nesta época o bacharelado em Estatística,
tendo-o trancado por três semestres consecutivo, e destrancado neste mês, retornando,
então, ao quarto semestre do curso, mesmo período em que eu também me encontro
cursando, neste momento, o bacharelado em Ciências Contábeis pela Universidade
Metropolitana de Santos (UNIMES Virtual).
A revisão da literatura de um tema é o início de toda investigação científica.
Somente se conhecendo o que já foi estudado e produzido sobre ele é que se pode
revisar os seus resultados. É deste modo que há vários temas que já são pesquisados há
séculos, outros, menos antigos, há décadas, e ainda outros, incipientes, há alguns anos.
Contudo, ao se investigar um objeto cuja literatura é vasta, o pesquisador se depara com
a necessidade de se fazer um recorte espacial e temporal da realidade a fim de que seu
trabalho seja viável e, então, faça algum sentido. É daí a conclusão de que são
necessários procedimentos técnicos bem planejados e sistemáticos, ainda que possam
admitir certa flexibilidade, para a adequada operacionalização da investigação científica
(KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008;
LUNA, 2011; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010;
MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978; PIAGET, 1973; MENEZES, 1938;
GILES, 1979; CHAUI, 2008). Sobre estes aspectos, Luna (2011, p. 19) corroboram:
[…] Não vejo como uma pesquisa possa dispensar
procedimentos, e a razão para isso é simples. Se o problema que gera a
pesquisa não pode ser respondido diretamente (caso contrário não teríamos
um problema!), isso significa que a realidade não pode ser apreendida
diretamente, mas depende de um recorte dela que faça sentido. Esse recorte é
garantido pelo procedimento que seleciona as informações necessárias para
uma leitura pelo pesquisador. Diferentes tendências farão recortes diferentes,
mas não poderão prescindir de procedimentos de coleta de informações.
Os levantamentos bibliográficos e documentais oferecem meios que auxiliam
na definição e resolução dos problemas já conhecidos, como também permite
explorar novas áreas onde os mesmos ainda não se cristalizaram suficientemente.
Permitem também que um tema seja analisado sob novo enfoque ou abordagem,
produzindo novas conclusões. Além disso, eles permitem a cobertura de uma
gama de fenômenos muito mais ampla, mormente em se tratando de pesquisa cujo
problema requeira a coleta de dados muito dispersos no espaço (KÖCHE, 1997, 2011;
GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011;
RODRIGUES, 2007; PIAGET, 1973; MENEZES, 1938; GILES, 1979; CHAUI, 2008). 
Embora a pesquisa bibliográfica e a documental possuam aspectos comuns, por
exemplo ambas se respaldam em materiais elaborados e já publicados, elas são
distintas. A pesquisa documental consiste na análise de fontes primárias, isto é,
elaboradas pelo próprio autor, enquanto a pesquisa bibliográfica consiste na análise
de fontes secundárias, isto é, transcritas de fontes primárias contemporâneas ou
retrospectivas. Na literatura crítica sobre a metodologia da pesquisa científica, existem
muitas definições para o que vem a ser o levantamento bibliográfico e o documental
(KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008;
LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007). Para não ser exaustivo, eu transcrevo algumas tal
como se segue:
(RODRIGUES, 2007, p. 43):
Bibliográfica é a pesquisa limitada à busca de informações em
livros e outros meios de publicação. É o oposto da pesquisa de campo,
distinguindo-se também e igualmente por oposição da pesquisa in victro.
Geralmente, a pesquisa bibliográfica integra o âmbito da pesquisa ex-post-
facto, pelo simples fato de que os livros e trabalhos de revista ou periódico
qualquer tratam, via de regra, de fatos consumados, não sendo habitual a
pesquisa bibliográfica baseada em leitura do tipo futurologia.
(SEVERINO, 2007, p. 122):
A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do
registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos
impressos, como livros, trabalhos, teses, etc. Utiliza- se de dados ou de
categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e devidamente
registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O
pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autoresdos estudos
analíticos constantes dos textos.
(GIL, 2010, p. 29):
A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já
publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material
impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos
científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de
informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como
discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela
internet.
(KÔCHE, 2011, p. 122):
A pesquisa bibliográfica é a que se desenvolve tentando
explicar um problema, utilizando o conhecimento disponível a partir das
teorias publicadas em livros ou obras congêneres. Na pesquisa bibliográfica o
investigador irá levantar o conhecimento disponível na área, identificando as
teorias produzidas, analisando-as e avaliando sua contribuição para auxiliar a
compreender ou explicar o problema objeto da investigação. O objetivo da
pesquisa bibliográfica, portanto, é o de conhecer e analisar as principais
contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema ou problema,
tornando-se um instrumento indispensável para qualquer tipo de pesquisa.
Pode-se utilizar a pesquisa bibliográfica com diferentes fins: a) para ampliar
o grau de conhecimento em uma determinada área, capacitando o
investigador a compreender ou delimitar melhor um problema de pesquisa; b)
para dominar o conhecimento disponível e utilizá-lo como base ou
fundamentação na construção de um modelo teórico explicativo de um
problema, isto é, como instrumento auxiliar para a construção e
fundamentação de hipóteses; c) para descrever ou sistematizar o estado da
arte, daquele momento, pertinente a um determinado tema ou problema.
(MARCONI; LAKATOS, 2007, p. 62):
A característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta
de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se
denomina de fontes primárias. Estas podem ser recolhidas no momento em
que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois.
(RODRIGUES, 2007, p. 45):
Pesquisa documental é a que se vale, se não unicamente, pelo
menos básica ou predominantemente de documentos como fontes de
informação. Por documentos entendem-se não apenas papeis oficiais,
autenticados ou assemelhados. Um texto como uma carta particular pode ser
um documento histórico. Uma fotografia é um documento de que se valem
antropólogos e pesquisadores forenses. Uma fita gravada é um documento.
Logo, documento é uma fonte material de informações. A materialidade do
documento não se restringe ao papel.
Ressaltando especificamente a relevância dos levantamentos bibliográficos e
documentais, Gil (2010) destaca que ela permite ao investigador a cobertura de uma
gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar
diretamente, em especial quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos
pelo espaço. Entretanto, não se esquece de salientar que, como são fontes de dados
secundários1, tanto as bibliografias quanto os documentos podem apresentar dados
coletados ou processados de forma equivocada, tornando possível a reprodução e/ou
ampliação desses erros em trabalhos neles fundamentados. Por essa razão, Gil (2010, p.
30) fornece sugestões úteis para reduzir tal possibilidade, dizendo:
Para reduzir essa possibilidade, convém aos pesquisadores
assegurarem-se das condições em que os dados foram obtidos, analisar em
profundidade cada informação para descobrir possíveis incoerências ou
contradições e utilizar fontes diversas, cotejando-as cuidadosamente.
A literatura crítica sobre a metodologia da pesquisa científica é unânime em
esclarecer que não existe um código normativo que estabeleça quantos, quais e em que
sequência devam ser executados os passos para a operacionalização dos levantamentos
bibliográficos e documentais, mas sim critérios, diretrizes, princípios que a orientam
sistematicamente. Deste modo, os passos para a sua operacionalização ocorre de
acordo com o nível de conhecimento e o grau de experiência metodológica do
pesquisador. Entretanto, a pesquisa científica científica exige um planejamento prévio e
sistemático e, por essa razão, existem várias sugestões de fluxograma da pesquisa
científica no intuito de auxiliar os pesquisadores iniciantes (KÖCHE, 1997, 2011; GIL,
1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES,
2007; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010;
MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978). 
1As bibliografias são fontes de dados secundários. Os documentos são fontes de dados que
podem ser primários ou secundários (LUNA, 2011; GIL, 1999; 2010).
Este trabalho foi organizado em quatro capítulos. O primeiro se refere à
introdução, na qual são apresentados o tema, a justificativa, o problema, os objetivos, a
contribuição, a metodologia, o percurso do aluno, o referencial teórico, e a organização
do trabalho. Do segundo ao sexto capítulo o tema é desenvolvido, apresentado-se no
segundo a formulação do problema-objeto da pesquisa, no terceiro a formulação das
hipóteses e dos objetivos da pesquisa, no quarto a explicitação das fontes de
informação, no quinto a coleta dos dados da pesquisa, e no sexta o tratamento dos dados
da pesquisa. O sétimo capítulo foi dedicado à explanação de todas as metodologias
utilizadas para a elaboração deste trabalho. E, no oitavo capítulo, são apresentadas as
conclusões e as considerações finais. Daí, por último, mas não menos importante, no
intuito de finalizar de forma completa, o trabalho apresenta as referências consultadas.
2 A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA-OBJETO DA
PESQUISA
A etapa da formulação do problema-objeto da pesquisa precisa preceder às
etapas da explicitação das fontes de informação, da coleta e do tratamento dos dados,
porque é ela quem recorta espacial e temporalmente que ou aquilo que se pretende
pesquisar, orientando, então, deste modo, todo o processo de investigação científica. É
justamente por essa razão que a literatura crítica sobre a metodologia da pesquisa
científica é unânime em defender que esta etapa deva ser sempre a primeira (KÖCHE,
1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA,
2011; RODRIGUES, 2007; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO;
NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978). Sobre estes aspectos,
alguns autores nos emprestam suas ideias tal como se segue:
(KÖCHE, 2011, p. 106 e 107):
Um problema de investigação delimitado expressa a possível
relação que possa haver entre, no mínimo, duas variáveis conhecidas. Dever
ser uma pergunta inteligente, isto é, que indique os possíveis caminhos que
devem ser seguidos pelo investigador. Para isso, no entanto, é necessário que
o investigador elimine a incógnita introduzindo no seu lugar alguma outra
variável que a substitua. Essa tarefa requer o uso de duas competências por
parte do pesquisador: da imaginação criativa e do conhecimento disponível.
O pesquisador deve, à luz do conhecimento disponível, conjecturar sobre os
possíveis fatores que podem se relacionar com a variável em estudo. A
pergunta que ele formula sempre questionará, em nível hipotético, a possível
relação proposta pelo investigador, como uma pergunta inteligente, em
substituição à ignorante, que endereçará à natureza, aos fatos, às coisas, para
que seja respondida no decorrer da pesquisa. […] A pergunta inicial (a) que
Rosenberg formulou para o fato que o intrigava foi: O desaparecimento
espontâneo do câncer do seu paciente foi provocado pelo seu sistema imune
inato? O conhecimento disponível na áreada imunologia o levou a acreditar
nessa suposição e a utilizá-lo para delimitar o problema principal de sua
pesquisa. Agregando a esses conhecimentos os já produzidos na área de
engenharia genética, pôde, então, Rosenberg, elaborar uma pergunta que até
então nenhum pesquisador ousara fazer, a respeito da possibilidade de
manipular o potencial imune inato, existente no organismo, para combater o
câncer. Assim, a pergunta completa (b), de caráter conjectural, que orientou
toda sua investigação posterior, foi: É possível desenvolver uma
imunoterapia para o câncer, isto é, um tratamento que permita incrementar
(no organismo humano) o potencial (latente) inato do sistema imune para
eliminar as células cancerígenas?
(LUNA, 2011, p. 29 a 31):
O ponto de partida de uma pesquisa pode constituir-se de uma
intenção ainda imprecisa. O pesquisador pode ter decidido trabalhar com
deficientes mentais ou estudar a escola de primeiro grau. É possível que
tenha se associado a um grupo que vem estudando a psicologia das
organizações ou, mais especificamente, as relações sociais dentro de
empresas. Nenhuma dessas especificações delimita um problema de pesquisa,
embora o pesquisador esteja um ou mais passos adiante de quem não tenha
ainda ideia do que pretende estudar.
De fato, “deficientes mentais” delimita um tipo de sujeito (embora a
deficiência mental seja melhor caracterizada como um tema). A escola de
primeiro grau (ou qualquer outra) circunscreve uma instituição dentro da qual
se pretende trabalhar. A psicologia social ou das organizações configura uma
área de pesquisa e a especificação de que se pretende tratar das relações
sociais dentro das empresas já implica a seleção de um tema de uma área,
mas não ainda um problema de pesquisa.
Da mesma forma, por mais informativo que seja o título de um trabalho (e ele
deveria) sê-lo), raramente ele se constitui em uma boa formulação de
problema de pesquisa (até porque títulos não deveriam ser longos). “Estado,
Sociedade e Marginalidade” pode ser um ótimo título para um trabalho, mas
certamente não constitui uma boa formulação para um problema. Em
qualquer das situações acima, o pesquisador estará apenas em uma fase
preliminar do processo de pesquisar, que pode ser uma etapa inevitável do
pesquisar, especialmente se o pesquisador estiver entrando em uma área nova
para ele (aliás, condição comum entre os pesquisadores iniciantes). O risco
dela está no fato de uma formulação tão inicial ser tomada como o problema
de pesquisa, gerando o desencadeamento das demais decisões (escolha de
procedimentos, das características dos participantes da pesquisa, etc.). Já foi
dito aqui que quanto mais claramente um problema estiver formulado, mais
fácil e adequado será o processo de tomada das decisões posteriores, mas
deve ficar claro que essa clareza não significa que o pesquisador não
decida/prefira/precise reformular o problema posteriormente. O processo de
pesquisa é essencialmente dinâmico.
Inobstante, vários cuidados precisam ser tomados ao se formular o problema-
objeto da pesquisa. No estágio atual da Ciência, visto que muito já foi pesquisado e
publicado sobre muitos temas, é bastante comum ao se investigar um determinado
objeto descobrirmos que sobre ele “quase tudo”, ou “praticamente tudo”, já foi
pesquisado (ECO, 2012; VERGARA, 2012; TEIXEIRA, 2012; GIFTED, 2015; BÊRNI;
FERNANDEZ, 2012). Nestes casos, conhecer o que já foi estudado sobre um assunto,
aconselhável é que a sua delimitação seja a mais focada quanto possível (SAMPIERI;
COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA,
2005; CASTRO, 1978; GIL, 1999; 2010; SEVERINO, 2007; MARCONI; LAKATOS,
2003; 2007; 2008; ECO, 2012). Sobre estes aspectos, Moura e Ferreira (2005, p. 24)
assinalam:
Para se preparar um pesquisador precisa acompanhar o
desenvolvimento do conhecimento. […] Para tanto, […], deve-se estar
habituado a ler periódicos científicos, da mesma forma que se lêem
diariamente os jornais. O autor aponta que a edição de 1952 do World List of
Scientific Periodicals listava mais de 50 mil periódicos. Por seus cálculos,
isso envolvia o equivalente a mais de 2 milhões de artigos por ano, ou 40 mil
por semana! Embora esses cálculos incluam todas as áreas do conhecimento,
pode-se imaginar que, quarenta anos depois, mesmo considerando apenas a
psicologia, só é possível acompanhar uma pequena fração do que se publica
nas línguas em que se sabe ler. Adair e Vohra (2003) confirmam essa
suposição apresentando números impressionantes. Segundo os autores, o
número de resumos publicados por algumas entidades de psicologia, como a
American Psychological Association (APA), aumentou de 555 mil em 1957
para 3,7 milhões em 1997. Os autores ainda citam Thorngate (1990), que
estimou há quase quinze anos que “os psicólogos estavam publicando artigos
num ritmo de cem por dia, mais ou menos um a cada quinze minutos” (p.
262).
Quanto mais focado, específico, afunilado, for o problema-objeto de pesquisa,
maior a facilidade de se descobrir as suas variáveis, as suas soluções hipotéticas, de se
estabelecer os seus objetivos e de, portanto, investigá-lo. Por exemplo, ao se realizar um
levantamento bibliográfico e documental sobre a gestão universitária, naturalmente o
pesquisador vai encontrar vários levantamentos já realizados sobre este tema, talvez
alguns explanando sobre a gestão universitária norte-americana na década de 1980, ou
sobre a gestão universitária brasileira pós Carga Magna, de 05 de outubro de 1988, que
dispõe sobre a Constituição da República Federativa Brasileira (BRASIL, 1988), ou pós
Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e as bases da
Educação Nacional (BRASIL, 1996). 
Daí, muito melhor do que pesquisar genericamente sobre a gestão universitária,
é recortar este tema especificando um espaço geográfico, por exemplo o Estado de São
Paulo, e um lapso temporal, por exemplo a última década. Para tornar o tema mais
específico ainda, pode-se selecionar somente a gestão universitária pública, ou somente
a particular, ou escolher exatamente a (s) Instituição (ões) de Ensino Superior em que se
pretende investigar a sua gestão. Enquanto mais complexo for ou parecer um problema-
objeto de pesquisa, mais partes ele deve ser subdividido para alcançar a profundidade
necessária para a sua solução. Relembrando que enquanto mais focado for o problema-
objeto, mais fácil é para investigá-lo e maior é a qualidade dos seus resultados. Portanto,
é o nível de especificidade de um problema-objeto o fator determinante do grau de
simplicidade ou complexidade de sua investigação bem com do nível de qualidade dos
seus resultados finais (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS,
2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012; VERGARA, 2012;
TEIXEIRA, 2012; VASCONCELLOS, 2010; BÊRNI; FERNANDEZ, 2012). 
3 A FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES E DOS OBJETIVOS
DA PESQUISA
A formulação das hipóteses e dos objetivos da pesquisa e realizadas, em geral,
na prática investigativa científica, previamente à formulação do seu problema-objeto de
pesquisa (LUNA, 2011), mas pode-se realizá-las concomitantemente, a critério do
pesquisador, de acordo com o seu conhecimento sobre o tema e a sua experiência em
fazer levantamentos bibliográficos e documentais. Estas duas etapas preliminares são
completamente teóricas, ou seja, abstratas, resultado de um trabalho mental que tem por
finalidade a estruturação das peças soltas do quebra-cabeças. Então, é nessas etapas que
se levantam todas – ou pelo menos as principais – variáveis do objeto de pesquisa, todas
– ou pelo menos as principais– soluções hipotéticas, correlacionam-se as variáveis e
hipóteses entre si e com o todo buscando montar um quadro teórico completo capaz de
nortear toda a investigação, e, com base nestes passos, definem-se os objetivos da
pesquisa (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007;
2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012). Sobre estes aspectos, Köche
(2011, p. 108) assinala:
A delimitação do problema define, então, os limites da dúvida,
explicitando quais variáveis estão envolvidas na investigação e como elas se
relacionam. O problema delimitado é uma pergunta inteligente que contém as
possíveis relações de uma possível resposta. O planejamento da sequência da
pesquisa é feito para testar se as relações propostas são ou não pertinentes,
tornando-se, pois, impossível planejar observações ou testes sem que o
problema e suas variáveis estejam delimitados. O problema é, portanto, um
enunciado interrogativo que questiona sobre a possível relação que possa
haver entre (no mínimo) duas variáveis, pertinentes ao objeto de estudo
investigado e passível de testagem ou observação empírica. [...]
Ao iniciar uma pesquisa, juntamente com a delimitação do problema, o
investigador propõe a possível explicação que norteará todo o processo de
investigação, sugerindo a possível relação existente entre os aspectos dos
fenômenos que está estudando. As hipóteses, enquanto enunciados
conjeturais, são os instrumentos de trabalho do pesquisador.
Toda investigação parte – ou pelo menos deve partir – de um conjunto de
hipóteses, isto é, de suposições de solução para o problema-objeto proposto. Somente a
partir deste passo é possível a determinação do seu nível de relevância científica e social
bem como dos caminhos adequados para coletar e tratar os dados necessários para a sua
solução. Dessemelhantemente do que acreditavam, na fase primitiva da Ciência, os
indutivistas e os empiricistas, “que as explicações científicas provinham da pura
observação dos fatos ou dos fenômenos”, toda e qualquer investigação precisa de ideias
preconcebidas – as quais decerto provêm de nossos parâmetros e referenciais teóricos,
os quais, por sua vez, são construídos histórica, cultural e subjetivamente – para ser
desencadeada (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003;
2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012; VERGARA, 2012;
TEIXEIRA, 2012; VASCONCELLOS, 2010). Corroborando estas ideias, Luna (2011,
p. 34 a 36) explicita alguns aspectos desta etapa com os seguintes dizeres:
No sentido mais leigo do termo, hipótese significa uma
suposição, uma conjectura e, quando aplicada à pesquisa, implica conjectura
quanto aos possíveis resultados a serem obtidos. Desse ponto de vista,
hipóteses são quase inevitáveis, sobretudo para quem é estudioso da área que
pesquisa e, com base em análises do conhecimento disponível, acaba
“apostando” naquilo que pode surgir como produto final do estudo.
Mas hipótese sempre teve um significado e uma função bem mais precisos,
especialmente no que se refere à pesquisa quantitativa conduzida segundo
delineamentos estatísticos. De fato, a estatística inferencial responde a
perguntas específicas sobre relações entre conjuntos de dados. Durante
muitos anos, a primazia quase absoluta da pesquisa quantitativa tornou
impensável que se dispensasse o uso de testes estatísticos para encaminhar os
resultados da pesquisa. Nesse contexto, hipóteses eram derivadas do
problema formulado e faziam parte indispensável do projeto e do relatório de
pesquisa.
Particularmente nas ciências humanas, quando começaram a ser introduzidos
novos modelos de pesquisa, a estatística inferencial teve seu uso
drasticamente reduzido e, em decorrência, evidenciou-se a existência de uma
confusão estabelecida entre problema e hipótese. Por um lado, falar em
problema de pesquisa parece evocar, para muitas pessoas, ecos estatísticos;
ou seja, problema de pesquisa confunde-se com hipótese estatística. Como
um outro lado dessa mesma moeda, parece persistir a ideia de que, se não se
pretender empregar estatística inferencial, é desnecessária a preocupação com
a precisão da formulação do problema de pesquisa.
Hipótese, nesse sentido, não pode e nem deve confundir-se com problema de
pesquisa. Em primeiro lugar, porque a formulação de hipóteses de pesquisa
deriva necessariamente do problema. Em segundo, porque, ao contrário do
que ocorre com as demais formulações de problema tomadas como exemplo,
a hipótese representa uma formalização do problema e, como tal, é muito
mais específica do que este. De fato, uma hipótese bem estruturada depende
de um problema claro e sem ambiguidades.
Ressalta-se que Luna (2011) afirma que a formulação das hipóteses e dos
objetivos da pesquisa depende da prévia formulação do problema-objeto da pesquisa
porque este é o seu hábito procedimental a realizar levantamentos bibliográficos e
documentais. Contudo, não há passos tão rígidos assim para metodologias, visto que a
ordem de tais passos não prejudica o processo de investigação científica. Por essa razão,
o pesquisador tem a liberdade de escolher fazer uma etapa primeiro e depois a outra, ou
simultaneamente as duas, de acordo com o nível do seu conhecimento sobre o tema e o
nível de sua experiência em fazer levantamentos bibliográficos e documentais
(KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008;
LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012; GIFTED, 2015; SAMPIERI;
COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA,
2005; CASTRO, 1978).
Neste diapasão, importante destacar que as hipóteses possuem características
fundamentais, sem as quais não é possível a confrontação empírica necessária para que
as informações produzidas pro meio da investigação científica satisfaçam não somente a
verdade sintática2, mas também a verdade semântica 3e a verdade pragmática4 e,
então, possam ser consideradas científicas. Inobstante, as variáveis são tipificadas para
esse mesmo fim (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS,
2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012; VERGARA, 2012;
TEIXEIRA, 2012; VASCONCELLOS, 2010). Köche (2011, p. 109, 113 e 114) as
apresenta integralmente do seguinte modo:
A primeira é a de ser um enunciado de redação clara, sem
ambiguidades e em forma de sentença declarativa.
A segunda é a de estabelecer relações entre duas ou mais variáveis. Na
hipótese a habilidade de distinguir as categorias gramaticais aumenta com a
idade cronológica e com o nível educacional; as duas primeiras variáveis,
idade cronológica e nível educacional, se relacionam com a terceira,
habilidade de distinguir as categorias gramaticais. Aumentando uma, ou as
duas primeiras, aumenta a outra e vice-versa.
Na redação da hipótese aparecem termos de relação que unem as variáveis.
Há várias formas de enunciar essa relação. Dependendo da hipótese e do tipo
de relações, podem ser usadas as expressões: é diretamente proporcional,
2A verdade sintática se refere a enunciados lógicos, coerentes.
3A verdade semântica se refere à consistência na literatura crítica e nos fatos. 
4A verdade pragmática se refere ao exame pareado, isto é, avaliação e aprovação por uma banca
examinadora composta por pesquisadores profissionais do e no tema). 
está inversamente relacionado, produz, se … então …, resulta, há relação
significativa entre e outras.
A terceira característica é que a hipótese deverá ser testável, isto é, passível
de ser traduzida em consequências empíricas que possam ser submetidas a
testes, contrastáveis com a realidade.Da hipótese anterior podemos extrair
como consequência lógica que um aluno de 17 anos de idade e que esteja
cursando a terceira série do segundo grau distinga com melhor propriedade o
substantivo do adjetivo, do pronome, do advérbio, do verbo, do que um aluno
de 12 anos de idade e que esteja cursando a segunda série do primeiro grau.
Essas consequências podem ser testadas na prática dando-se uma frase a
alunos de diferentes idades e níveis de instrução, solicitando-lhes que
distingam essas categorias gramaticais. O desempenho desses alunos pode ser
medido e colocado em diferentes faixas. A análise dessas diferenças permitirá
a avaliação da hipótese. […]
Variável independente: é aquela que é fator determinante para que ocorra um
determinado resultado. É a condição ou a causa para um determinado efeito
ou consequência. É o estímulo que condiciona uma resposta. A variável
independente, em uma pesquisa experimental, é aquela que é manipulada
pelo investigador, para ver que influência exerce sobre um possível resultado.
Variável dependente: é aquele fator ou propriedade que é efeito, resultado,
consequência ou resposta de algo que foi estimulado. A variável dependente
não é manipulada, mas é o efeito observado como resultado da manipulação
da variável independente. […]
Variável moderadora: é aquele fator ou propriedade que também é causa,
condição, estímulo ou determinante para que ocorra determinado efeito.
Porém, situa-se a um nível secundário, de menor importância que a variável
independente. Seria, praticamente, uma variável independente secundária. O
valor da variável moderadora se evidencia em pesquisas cujos problemas são
complexos, com interferência de vários fatores inter-relacionados. Nesses
casos, ela serve para analisar até que ponto esses fatores têm importância na
relação entre a variável independente e a dependente. […] 
Variável de controle: é aquele fator ou propriedade que poderia afetar a
variável dependente, mas que é neutralizado ou anulado, através de sua
manipulação deliberada, para não interferir na relação entre a variável
independente e a dependente.
Geralmente, na investigação de uma situação complexa, um efeito observado
não é resultado de somente uma causa. Não é possível, porém, em um só
experimento, analisá-las todas ao mesmo tempo. Alguns fatores, então, são
neutralizados para que não tenham efeito sobre o fenômeno estudado. Assim,
no exemplo anterior, idade e inteligência, são variáveis de controle. Se não
fossem neutralizadas, não se poderia analisar e avaliar a relação entre o
número de treinos práticos e o desempenho de habilidades. […]
Variável interveniente: é aquele fator ou propriedade que teoricamente afeta o
fenômeno observado. Esse fator, no entanto, ao contrário das outras variáveis,
não pode ser manipulado ou medido. É um fator hipotético, teórico, não
concreto. Ele é inferido a partir da variável independente ou da moderadora.
Geralmente essa variável não é muito considerada pelos pesquisadores.
Apesar de ser possível fugir da testabilidade das hipóteses de uma investigação,
numa tentativa de facilitar o seu andamento, na verdade o que ocorre é o contrário, ou
seja, o foco investigativo sai do campo científico e passa a rumar para o campo do senso
comum, quando o pesquisador se abstém de formular qualquer suposição, ou mesmo
para o campo metafísico, quando as suas hipóteses são muito vagas, fruto de suas
credulidades pessoais (BARROS; LEHFELD, 2000; 2007; KÖCHE, 1997, 2011; GIL,
1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES,
2007; ECO, 2012).
4 A EXPLICITAÇÃO DAS FONTES DE INFORMAÇÃO
Basicamente, as informações podem ser primárias ou secundárias. A principal
base procedimental para a coleta de informações é a observação. Na observação direta,
dita in loco, os dados coletados nos levantamentos bibliográficos e documentais são
sempre primários, ou seja, os fatos são observados diretamente pelo pesquisador, são
coletados os dados originais do autor; as informações são sempre factuais, ou seja, que
dependem de pouca ou de nenhuma interpretação (LUNA, 2011; KÖCHE, 1997; 2011;
ECO, 2012; GIL, 1999; 2010). Já na observação indireta, os dados coletados por estas
técnicas de pesquisa são secundários, ou seja, tratam-se de traduções ou de
interpretações sobre os originais, tais como as resenhas científicas ou as bibliografias da
literatura; as informações são sempre opinativas, ou seja, que se referem a opiniões,
interpretações, suposições, crenças, valores, etc. (LUNA, 2011; KÖCHE, 1997; 2011;
ECO, 2012; GIL, 1999; 2010).
As bibliografias, instrumentos de pesquisa próprios dos levantamentos
bibliográficos, são compostas por informações interpretativas das palavras de um autor
sobre um tema e, portanto, secundárias. Elas acompanham principalmente as pesquisas
observacionais não participantes, mas se fazem úteis e necessárias com lentes teóricas
de todas as espécies de pesquisa para o levantamento do seu referencial teórico.
Consistem basicamente nos livros e nos trabalhos acadêmicos em geral, tais como
TCC’s, monografias, dissertações, teses, trabalhos científicos, resenhas científicas,
projetos de pesquisa, etc.. Com base nestes pressupostos, deduz-se que as bibliografias
são instrumentos imprescindíveis para os levantamentos bibliográficos, necessárias para
todas as espécies de pesquisa (GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007;
2008; KÖCHE, 1997; 2011; LUNA, 2011; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006;
ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978). Sobre
estes e outros aspectos das bibliografias e dos levantamentos nelas baseados, Moura e
Ferreira (2005, p. 25 e 26) pontuam:
Na etapa de consulta à literatura, são úteis as dissertações e
teses, que muitas vezes fazem boas revisões, assim como os artigos que têm
como objetivo a revisão dos estudos sobre um tema ou problema. Um
periódico em que esses artigos são publicados é o Annual Review of
Psychology. A revista American Psychologist também apresenta artigos que
analisam criticamente temas relevantes e por vezes polêmicos na psicologia
contemporânea. Uma de suas seções se dedica especificamente à análise
dessa natureza: a “Science Watch”.
Além da busca por temas, é útil consultar nas bibliotecas as listas de
periódicos e localizar os que tratam do assunto ou os que foram indicados por
pesquisadores consultados. O próximo passo é a consulta a seus últimos
números, ou aos números de um certo período, conforme o tipo de trabalho
que se tem em mente realizar (por exemplo, os últimos cinco ou dez anos).
Finalmente, o exame do conteúdo desses periódicos pode levar à seleção de
trabalhos sobre o tema.
Depois de localizados livros e artigos, é interessante proceder a uma seleção
do que se vai retirar por empréstimo, ou do que se vai reproduzir em xerox,
lembrando sempre as leis de direitos autorais e os limites para esse tipo de
cópia. Muitas vezes já é adequado organizar o material tal como apresentado
na revista, enriquecendo de comentários pessoais. Uma sugestão é criar um
banco de dados no programa Acess ou similar. O trabalho e o tempo
despendidos na criação de um sistema próprio de organização de material
consultado serão compensados com menos dificuldade no momento de
redação do projeto.
Paralelamente à pesquisa manual nas bibliotecas por meio da consulta de
seus catálogos, pode ser realizada uma busca eletrônica em bases
computadorizadas de dados. Algumas bibliotecas dispõem de assinaturas
desses sistemas que armazenam enorme quantidade de informações e que
permitem ao usuário ter acesso a arquivos de dados, fazendo buscas por
assunto,uma ou mais palavras-chave, autores ou publicações. Tais buscas
podem ser limitadas por períodos, faixas etárias dos sujeitos, língua em que o
trabalho foi publicado etc. Antes, esses bancos estavam disponíveis em CD-
ROM, em bibliotecas que tinham sua assinatura; hoje a consulta pode ser
feita pela internet, em bibliotecas ou instituições. […] 
Os documentos, instrumentos de pesquisa próprios dos levantamentos
documentais, são comumente compostos por informações originais do autor – e é
exatamente o tipo delas que diferem os levantamentos documentais dos bibliográficos,
e, portanto, primárias, tais como as encontradas em um prontuário médico, na
legislação, nos demonstrativos financeiros e contábeis de uma empresa ou de uma
instituição, etc.. Entretanto, os documentos podem conter informações interpretativas
dos originais, tais como nas notas explicativas e comentários realizados, por terceiros
nos mesmos documentos citados, ou a eles anexados (LUNA, 2011; GIL, 1999; 2010;
MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; KÖCHE, 1997; 2011). Sobre estes aspectos
dos documentos, Luna (2011, p. 56) nos empresta as suas ideias tal como segue:
O documento, como fonte de informação, assume diferentes
formas: literatura pertinente a um assunto, anuários estatísticos e censos,
prontuários médicos, legislação, etc. São todos exemplos de fontes
documentais. Como ocorre em relação às demais fontes, as informações
obtidas em documentos podem ser diretas e indiretas. No caso particular de
documentos, essa distinção costuma assumir a denominação de fontes
primárias (diretas) e secundárias (indiretas). As obras originais de um autor
são consideradas como primárias, enquanto as traduções e comentários sobre
esse autor já são consideradas fontes secundárias.
De um modo geral, quanto mais “oficial” for um documento, mais primária
será a fonte.
O levantamento documental visa a coleta de dados primários, ou seja, aqueles
que ainda não foram submetidos a algum tipo de manipulação, enquanto o levantamento
bibliográfico visa a coleta de dados secundários sobre um tema, quando não existem
dados primários sobre ele ou quando a sua coleta é comprovadamente inviável.
Entretanto, vale destacar que nos documentos, ou em anexo aos mesmos, podem haver
dados secundários; por essa razão, correto afirmar que os documentos são fontes de
dados primários ou secundários. Sobre esse instrumento de pesquisa, Gil (1999, p. 160)
salienta:
As fontes de “papel” muitas vezes são capazes de proporcionar
ao pesquisador dados suficientemente ricos para evitar a perda de tempo com
levantamentos de campo, sem contar que em muitos casos só se torna
possível a investigação social a partir de documentos.
Os documentos são tipificados por Gil (1999, p. 160-165) em documentos
pessoais, registros institucionais, registros estatísticos e da comunicação de massa em
geral, isto é, tv, rádio, jornais, revistas, internet, etc., tal como se segue:
1) Registros estatísticos
[...] Entidades governamentais como a Fundação IBGE dispõem de dados
referentes a características socioeconômicas da população brasileira, tais
como: idade, sexo, tamanho da família, nível de escolaridade, ocupação, nível
de renda etc. Os órgãos de saúde fornecem dados a respeito de incidência de
doenças, causas de morte etc. Uma entidade como o Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos dispõe de dados sobre
desemprego, salários, greves, negociações trabalhistas etc. Organizações
voluntárias têm dados referentes a seus membros e também às populações
que atendem. Institutos de pesquisa vinculados aos mais diversos campos do
conhecimento. Além disso, número cada vez maior de entidades vem-se
preocupando em manter bancos de dados. Isto se verifica em hospitais,
escolas, agências de serviço social, entidades de classe, repartições públicas
etc. 
[...]
2) Registros institucionais escritos
Além dos registros estatísticos, também podem ser úteis para a pesquisa
social os registros escritos fornecidos por instituições governamentais. Dentre
esses dados estão: projetos de lei, relatórios de órgãos governamentais, atas
de reuniões de casas legislativas, sentenças judiciais, documentos registrados
em cartórios etc. [...]
3) Documentos pessoais
Há uma série de escritos ditados por iniciativa de seu autor que possibilitam
informações relevantes acerca de sua experiência pessoal. Cartas, diários,
memórias e autobiografias são alguns desses documentos que podem ser de
grande valia na pesquisa social. 
[...]
4) Comunicação de massa
Os documentos de comunicação de massa, tais como jornais, revistas, fitas de
cinema, programas de rádio e televisão, constituem importante fonte de dados
para a pesquisa social. Possibilitam ao pesquisador conhecer os mais variados
aspectos da sociedade atual e também lidar com o passado histórico. Neste
último caso, com eficiência provavelmente maior que a obtida com a
utilização de qualquer outra fonte de dados. [...]
(grifos meus)
Com base nos pressupostos apresentados, deduz-se que o levantamento
bibliográfico, enquanto um tipo de observação indireta, consiste na coleta e no
tratamento sistematizado de dados secundários, e que o levantamento documental,
enquanto um tipo de observação que tanto pode ser direta (dados primários) quanto
indireta (dados secundários), consiste na coleta e no tratamento sistematizado de dados
híbridos, isto é, tanto primários quanto secundários (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999;
2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; RODRIGUES, 2007;
ECO, 2012).
Que tipo de fontes de informação escolher? Esta é a questão fundamental desta
etapa de pesquisa e precisa ser respondida levando-se em consideração a natureza do
problema-objeto da pesquisa, da habilidade do pesquisador e dos recursos disponíveis
para a execução da investigação, o que inclui o tempo nela gasto. Factualmente, Luna
(2011, p. 57, 58 e 109) nos ajuda a compreender estes aspectos com os seguintes
dizeres:
Certos problemas de pesquisa – quer pela sua própria natureza,
quer pela habilidade do pesquisador na delimitação do problema de pesquisa
– não deixam muita margem de escolha quanto às fontes a serem consultadas.
Se minha pesquisa propõe-se a comparar o nível de aprovação no vestibular
dos alunos oriundos de escolas particulares e de escolas públicas, não há
muita escolha: preciso consultar documentos nas secretarias das
universidades e registrar as informações na forma cruzada. Se uma pesquisa
pretende avaliar as interações entre a professora e seus alunos, a fonte mais
direta possível é a observação em sala de aula. Finalmente, se a intenção for a
de avaliar as sugestões e críticas do usuário de um serviço qualquer
(digamos, um posto de saúde ou uma biblioteca), o melhor recurso é o relato
verbal (oral ou escrito). […]
É verdade que nosso acesso à bibliografia internacional está aquém do
desejável. Da mesma forma, determinados documentos podem ser acessíveis
apenas in loco, o que pode dificultar sua leitura. Em condições como estas,
um autor pode ser autorizado a recorre a fontes secundárias. Mas apenas em
condições como estas!
Portanto, a escolha de se operacionalizar um levantamento bibliográfico ou
documental depende do tipo de dados ou informações necessárias para responder
adequadamente à questão de pesquisa, descobrir as suas variáveis, testar as suas
hipóteses, cumprir os objetivos preestabelecidos. Se somente dados primários
atenderem a esses quesitos, então se precisa realizar um levantamento documental; se
não for possível a coleta de dados primários, ouse dados secundários forem capazes de
atender aos tais quesitos, então se precisa realizar um levantamento bibliográfico
(LUNA, 2011; BARROS; LEHFELD, 2000; 2007; KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999;
2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012;
SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA;
FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978 ).
5 A COLETA DOS DADOS DA PESQUISA
A coleta dos dados da pesquisa principia com a definição inicial de palavras-
chave, também denominadas descritores, que são os termos pelos quais se consegue
acesso às fontes de pesquisa explicitadas, bem como de suas respectivas localizações,
por exemplo em bancos de dados, em bibliotecas físicas ou virtuais (LUNA, 2011;
BARROS; LEHFELD, 2000; 2007; KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010;
MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012). Sobre
todos estes aspectos, Luna (2011, p. 100 e 101) salienta:
Um dos subprodutos da atividade constante de um pesquisador
em uma mesma área é a familiaridade que adquire com instituições,
pesquisadores e periódicos associados à área. Ou seja, ele passa a discriminar
material potencialmente relevante pelo nome do autor, da sua instituição e/ou
periódico no qual o trabalho foi publicado. Até que você chegue lá, o seu
melhor ponto de partida ainda é a consulta direta aos trabalhos, fichários de
bibliotecas, sumários de publicações e bancos de teses e dissertações.
Contudo, há duas coisas que você pode fazer para facilitar essa tarefa.
Levantamento inicial de palavras-chave.
Com esse levantamento, você poderá proceder à consulta às fontes com
algum critério de seleção. (É verdade que esse procedimento pressupõe que
os autores intitulem seus trabalhos da maneira mais descritiva possível, o que
nem sempre é verdade!)
Proceder à consulta na seguinte ordem: Título – Resumo – Leitura do Texto.
Se o título, de alguma forma, sugerir interesse para o seu trabalho, vale à
pena ler o resumo. Com essa leitura, será possível decidir se compensa ou
não a leitura do texto.
Por exemplo, na etapa da coleta de dados para este trabalho, em selecionei as
seguintes palavras-chave: levantamento bibliográfico, levantamento documental,
metodologia científica. As localizações nas quais eu utilizei as palavras-chave na busca
das minhas fontes de pesquisa foram o Banco de Dados da CAPES, bibliotecas físicas
da Universidade Mackenzie, da Universidade Federal de São Carlos, da Universidade
Bráz Cubas, da Universidade Federal de São Paulo, do Parque da Juventude, do Parque
Villa-Lobos, da Universidade Federal do ABC, da Mário de Andrade, da Universidade
de São Paulo, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, do Arsenal
da Esperança, da Rede Municipal de Bibliotecas do Município de São Paulo, do
Município de São Lourenço, e a Biblioteca Virtual 3.0 da Pearson, com a qual tem
convênio a Universidade Metropolitana de Santos (GIFTED, 2015).
Daí, eu encontrei, em cada localização em que eu pesquisei, uma lista com todas
as fontes de pesquisa indexadas pelos descritores que eu utilizei, fiz um recorte delas,
selecionando para o tratamento dos dados apenas publicações cujo resumo fosse claro e
objetivo o suficiente para facilitar a compreensão e o uso dos levantamentos
bibliográficos e documentais. Dentre estas fontes, algumas da década de 1970, outras da
de 1990, algumas da década de 2000, e outras mais recentes, publicadas nos últimos
cinco anos, por meio das quais eu busquei alcançar o estado da arte deste tema
(GIFTED, 2015). 
Em seguida, eu procedi à consulta de todas as fontes de pesquisa acessadas,
analisando o seu título, o seu resumo, os seus descritores, o seu sumário, as suas
referências, e, então, lendo do texto os trechos mais importantes que eu seleciono do seu
sumário, ou, algumas obras, lendo-as integralmente (GIFTED, 2015; LUNA, 2011;
SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA;
FERREIRA, 2005; CASTRO, 1978; VASCONCELLOS, 2010; ECO, 2012). Quando
me vem às mãos um livro científico, cujo tema me desperta o interesse, eu sigo um
itinerário procedimental de leitura científica: primeiro eu observo o sumário, com
atenção, avaliando como o autor estruturou a sua obra e em que aspectos do tema focou,
de tal modo que já de início eu consigo perceber o domínio dele com a metodologia da
pesquisa científica, em que aspectos o mesmo tem facilidade ou dificuldade; em
seguida, eu costumo passar diretamente à seção das referências, onde eu avalio o nível
da consistência do seu trabalho e, portanto, se ele merece ser aproveitado ou não; em
caso positivo, ou seja, se o livro científico, além de atualizado, é também consistente, eu
costumo percorrer os tópicos em que eu mais me interesso, avaliando as gravuras
(desenhos), as tabelas (quadros), os títulos e os subtítulos, e alguns trechos textuais
nucleares5, avaliando o nível de coerência e de coesão textual, e se, de fato, o livro for
coerente, então eu o considero digno das minhas investigações científicas (NICOLA;
TERRA, 2007; VASCONCELLOS, 2010; LUNA, 2011; GIFTED, 2015).
Vale destacar aqui o protocolo observacional, instrumento próprio das
pesquisas observacionais. Trata-se de um meio para se registrar as informações
produzidas durante a observação. Pode ser um caderno, um bloco de anotações, ou
mesmo uma página para rascunho. O objetivo é planificar tudo o que foi observado
sobre o objeto de pesquisa, suas características, suas variações, as possíveis causas e os
possíveis efeitos das variações, o que foi feito durante a observação, o que não foi feito
durante ela e o (s) seu (s) respectivo (s) porquê (s). Comumente, o registro das
informações no protocolo observacional é separado em notas descritivas (aquilo que se
observa de fato) e notas reflexivas (as interpretações ou reflexões daquilo que se
observa). Sobre esses aspectos, Creswell (2010, p. 2015) ratifica:
[...] Os pesquisadores com frequência se engajam em
observações múltiplas no decorrer de um estudo qualitativo e usam um
protocolo observacional para registrar as informações. Ele pode ser de uma
única página, com uma linha dividindo-a ao meio no sentido longitudinal
para separar as notas descritivas (retratos dos participantes, reconstrução de
diálogo, descrição do local físico, relatos de determinados eventos ou
atividades) das notas reflexivas (os pensamentos pessoais do observador, tais
como “especulação, sentimentos, problemas, ideias, palpites, impressões e
preconceitos” [...]). Também podem ser escritas dessa forma as informações
demográficas sobre o tempo, o local e a data do local de campo onde ocorreu
a observação. [...] 
Deduz-se desta experiência que o protocolo observacional é instrumento
fundamental nas pesquisas observacionais, em especial dos levantamentos
bibliográficos e documentais, e que, para não dificultar ou mesmo impedir a sua
adequada execução, ele só pode ser inutilizado quando substituído por outro
instrumento equivalente, tal como o diário de campo (GIFTED, 2015; LUNA, 2011;
KÖCHE, 1997; 2011; ECO, 2012; CRESWELL, 2010; ECO, 2012; SAMPIERI;
COLLADO; LUCRO, 2006; ACEVEDO; NOHARA, 2010; MOURA; FERREIRA,
2005; CASTRO, 1978).
5Por trechos textuais nucleares eu quero dizer o encadeamento das frases e parágrafos que sucedem o
nível mais profundo da estrutura do trabalho. Por exemplo, se esse nível mais profundo é o subsubtítulo,
eu leio os parágrafos que imediatamente o sucedem.
6 O TRATAMENTO DOS DADOS DA PESQUISA
Os dados da pesquisa, após coletados, precisam ser tratados. O tratamentodos
dados da pesquisa incluem: o seu registro, que pode ser operacionalizado por meio da
planificação manual ou eletrônica; a sua sistematização, que precisa explanar
exploratória e descritivamente a sequência lógica da investigação científica: o seu ponto
de partida, cada um dos passos intermediários, e o seu desfecho, considerando as suas
suposições, hipóteses, indagações, suspeitas, curiosidades, ou conjecturas; a sua
organização, que pode ser operacionalizada, por exemplos, por meio da categorização,
da codificação ou da tabulação; a sua análise ou interpretação, que pode ser realizada,
por exemplo, por meio da Análise Bibliométrica, Análise de Discurso, Análise de
Conteúdo ou Exegese/Hermenêutica; a sua formalização, que comumente é cimentada
como TCC, dissertação, tese, trabalho, resenha, periódico, revista, software, patente,
obra de arte; a sua apresentação, que pode ser realizada, por exemplo, por meio de
uma exposição oral, ou uma exposição visual, ou uma exposição mista (GIFTED, 2015;
SEVERINO, 2007; GIL, 1999; 2010; LUNA, 2011; BARROS; LEHFELD, 2000; 2007;
KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008;
RODRIGUES, 2007; ECO, 2012).
O registro dos dados da pesquisa podem ser realizado por meio de compilação
manual, em que o pesquisador anota à tinta ou à grafite, por exemplo, num papel, ou
eletrônica, em que o pesquisador digita todos as anotações em um arquivo de texto,
como o do Microsoft Word (aplicativo do pacote padrão Office do sistema operacional
Windows) ou o do Open Writter (aplicado do pacote padrão Open Office do sistema
operacional Linux). Para otimizar a gerência do tempo despendido nesta etapa,
recomenda-se levar para a frente do computador e da escrivaninha (ou outro ambiente
adequado para a digitalização) todo o conteúdo que se vai utilizar no trabalho
acadêmico, o que inclui as bibliografias, os documentos e as anotações. Trata-se, pois,
de uma etapa bastante trabalhosa para se fazer e demanda tempo numa dose
inversamente proporcional às habilidades do pesquisador em utilizar tais metodologias,
isto é, quanto mais habilidoso ele for menor o tempo que ele precisa despender para
realizar pesquisas científicas por meio destas metodologias, mas não é difícil porque
basta saber digitar bem, escanear, imprimir, ler bem e escrever bem (GIFTED, 2015). 
A sistematização dos dados da pesquisa trata-se da explanação descritiva da
sequência lógica da pesquisa, ou seja, o seu ponto de partida, cada um dos seus passos
intermediários e o seu desfecho. Por exemplo, este trabalho foi sistematizado do
seguinte modo: partiu-se do problema da dificuldade dos pesquisadores iniciantes em se
operacionalizar levantamentos bibliográficos e documentais bem como da hipótese de
que a eliminação da imensa imprecisão terminológica, conceitual, taxonômica e
conteudal sobre este tema encontrada na vasta literatura crítica sobre metodologia da
pesquisa científica é capaz de solucionar o problema, facilitando tanto a compreensão
quanto o uso de tais técnicas científicas fundamentais; daí, partiu-se para a definição de
seu objetivo principal que é o de esclarecer os procedimentos técnicos necessários para
a adequada operacionalização dos levantamentos bibliográficos e documentais,
facilitando o trabalho do pesquisador; depois, passou-se para a escolha do enfoque para
cada um dos três pilares fundamentais da metodologia da pesquisa científica, adotando-
se o crítico-dialético como o seu eixo epistemológico de investigação, o hipotético-
dedutivo como o seu eixo lógico de investigação, e a base procedimental observacional
não participante, dos tipos bibliográfico e documental, como o seu eixo técnico de
investigação; depois ainda, foi escolhida a abordagem qualitativa, o protocolo
observacional como o seu instrumento de pesquisa, e foi desenhado o fluxo logístico
cronológico investigativo, isto é, uma tabela na qual contavam as atividades diárias
necessárias para se concretizar este trabalho dentro do espaço de tempo de 15 dias, que
eu escolhi6; na tabela, por exemplo, na segunda feira, após eu tomar o café da manhã, eu
me desloco até a biblioteca do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) da
USP, em São Carlos, SP, acesso o livro de Popper, leio-o completamente, depois vou à
Biblioteca Comunitária (BCo) da UFSCar, acesso os livros de Marconi e Lakatos (2003;
2007; 2008), Gil (1999; 2010), Castro (1978), Moura e Ferreira (2005), Sampieri et al
(2010), leio deles os trechos mais pertinentes para a elaboração deste trabalho, faço
minhas anotações sobre eles em folhas de caderno avulsas, citando as referências já
dentro das normas da ABNT (ou outra, quando necessário, tais como as da Associação
Psiquiátrica Americana, ou as da Vancouver), para facilitar o registro dos dados quando
da sua planificação (GIFTED, 2015).
6Eu consegui elaborar este trabalho em apenas 15 dias consecutivos, porque eu me baseei em outro
trabalho que eu elaborei em 60 dias explanando originalmente sobre os três pilares da metodologia da
pesquisa científica, sendo que este eu me baseei em um livro sobre o tema Metodologia da Pesquisa
Científica que eu estou elaborando desde outubro de 2014 e que pretendo publicar dentro em breve com o
título A Bíblia da Ciência, buscando com ele realizar a mais abrangente revisão sistemática, bibliográfica
e documental sobre o tema, apresentando-a da maneira mais original, clara e objetiva que eu conseguir,
tal como eu faço neste em outros trabalhos acadêmico-científicos de minha autoria.
A organização dos dados da pesquisa objetiva facilitar a compreensão do seu
conteúdo principalmente por parte dos seus leitores. Deste modo, termos pouco
utilizados precisam ser explicados no corpo do texto ou em alguma nota de rodapé,
recomenda-se resumir as conclusões de cada capítulo ou tópico (caso não desatenda as
normas da instituição onde se pretende apresentá-las) em tabelas, quadros, figuras,
gravuras, ou notas de recapitulação. As subtécnicas científicas mais utilizadas para tal
fim são a tabulação (construção de tabelas, quadros, ou equivalentes), a codificação
(construção de listas explicativas de siglas e de símbolos, ou equivalentes) e a
categorização (divisão dos aspectos sobre o tema em tópicos e subtópicos, capítulos e
subcapítulos, às vezes subsubtópico ou subsubcapítulo) (GIFTED, 2015). Existem
várias maneiras de se organizar e sistematizar os dados, mas eu destaco as palavras de
Luna (2011, p. 101 a 103), quando ele diz:
A melhor maneira de se organizar um texto é,
indiscutivelmente, por meio de um planejamento prévio da sequência de
tópicos dentro do tema e das informações a serem oferecidas dentro de cada
tópico. Ou seja, trata-se de organizar uma sinopse ampliada do texto, antes de
ele ser escrito (sempre é possível reformulá-la posteriormente). Entretanto, o
que é melhor do ponto de vista lógico nem sempre corresponde aos estilos
pessoais. Para algumas pessoas, parece preferível sentar e ir escrevendo. O
processo é, sem dúvida, mais penoso e mais custoso, na medida em que o
texto final sai como resultado de tentativas e erros, com muitas páginas
jogadas fora e outras tantas “guardadas” para um eventual aproveitamento
futuro. […]
Qualquer que seja o procedimento adotado, o sucesso do texto final, em
termos de comunicação, dependerá de quanto o leitor for capaz de encontrar
o fio condutor do trabalho. Por essa razão, é extremamente conveniente que o
texto apresente subtítulos que indiquem o que será tratado em cada
subdivisão. Se se adotar o procedimento de organizar previamente o texto, a
sequência já estarápronta. Se se preferir escrever sem um plano prévio, este
poderá ser feito após a conclusão do texto.
Para que não se pense que a função de organizar o texto com subtítulos é
apenas de ser gentil com o leitor, é conveniente ressaltar um aspecto comum
em textos escritos sem planejamento. É provável que o indivíduo que prefere
escrever sem um plano prévio esteja à espera do feedback daquilo que já está
produzido para continuar produzindo, de tal forma que certas análises deem
“dicas” de como prosseguir. Como consequência, é frequente que o resultado
final seja uma longa sequência de análises que não se fecham e no qual o
final tem pouca ou nenhuma relação com o início. Retornar o texto e
organizá-lo em tópicos é uma forma de avaliar essa sequência. E, se elos
dessa sequência parecerem não caber nos tópicos levantados ou resistirem à
inclusão em novos tópicos, é bom repensar se as informações são realmente
pertinentes.
Outro procedimento importante para melhor controlar a adequação das
informações do texto e, consequentemente, para maior compreensão do leitor
é garantir a existência de “abertura” e “fechamento” para cada tópico. Em
outras palavras, anunciar diretamente o que se pretende fazer naquele tópico
e concluir dizendo o que espera que o leitor tenha extraído dele. O
julgamento último dessa adequação, porém, certamente caberá ao leitor.
A análise ou interpretação dos dados da pesquisa é a etapa responsável por
transformar os dados em informações, ou seja, é nesta etapa que o pesquisador pensa e
repensa sobre os dados coletados, encontra suas incoerências e elimina todas as que ele
consegue, buscando com esses procedimentos conclusões que melhor esclareçam o
tema, soluções para o problema investigado, lacunas teóricas e metodológicas que
possam ser preenchidas por ulteriores aprofundamentos advindos de revisões do seu
trabalho e ou de novas investigações (GIFTED). Comumente são utilizadas como
subtécnicas científicas nesta etapa a Análise Bibliométrica, que busca analisar/
interpretar quantitativamente a produção científica sobre um tema num dado momento e
num dado espaço geográfico, apresentando-as estatisticamente, a Análise de Discurso,
que busca analisar/interpretar qualitativamente os dados da pesquisa de acordo com o
que o autor deles quis dizer de fato, a Análise de Conteúdo, que busca analisar/
interpretar quantitativamente os dados da pesquisa, aplicando a inferência estatística
para se chegar às suas conclusões finais, e a Exegese7, trabalho em que se estuda, em
especial, a etimologia e a lexicologia dos termos utilizados nas fontes consultadas, bem
como os idiomas originais em que elas foram escritas e da forma como eles eram
utilizados na época de sua elaboração, produzindo como resultado interpretações
chamadas de Hermenêutica (GIFTED, 2015).
A formalização dos resultados finais da pesquisa precisa obedecer às
normativas da Instituição de Ensino Superior (IES), caso o Trabalho Final de Conclusão
de Curso (TFCC) consista em TCC, TGI, dissertação, tese, monografias em geral.
Algumas IES solicitam que estes trabalhos obedeçam às normas técnicas do país; no
caso brasileiro, costuma-se seguir as normas para trabalhos acadêmicos da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no caso canadense a Vancouver, bastante aceita
em todo o mundo, e ainda, especificamente em algumas áreas de conhecimento, como a
Psicologia, por exemplo, existem normativas próprias para a formalização de trabalhos
tais como as da American Pysichological Association (APA). Nas áreas e subáreas das
Engenharias, é bastante comum que o TFCC seja formalizado como uma patente, uma
marca, um software, um novo produto específico para determinado nicho de mercado.
Em cursos como Artes, por exemplo, o TFCC pode ser formalizado como uma obra de
arte, como, por exemplo, uma pintura, uma escultura, um filme, uma composição
musical, um novo instrumento musical, um artefato decorativo, uma obra artesanal, uma
peça teatral. O TFCC pode ser formalizado ainda como uma revista, um periódico, um
7A Exegese é bastante utilizada no campo das Ciências da Religião e das Ciências Jurídicas (GIFTED, 
2015).
hino, um poema. Percebe-se, então, que a forma do TFCC precisa se adequar ao seu
conteúdo; contudo, existe flexibilidade na sua escolha, sendo todas elas, em geral,
permitidas em toda e qualquer área do conhecimento (GIFTED, 2015).
A apresentação do resultados finais da pesquisa é a última etapa do tratamento
dos dados e da investigação científica no geral. Ela precisa ser pública, porque a Ciência
não é – e nem pode ser – patrimônio particular. Logo, ela é um patrimônio público que
precisa ser publicado, isto é, disponibilizado, ainda que sem solicitação de alguém, a
toda e qualquer pessoa da sociedade que a queira conhecer (GIFTED, 2015; ECO, 2012;
VERGARA, 2012; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008). No
Brasil, em cursos de graduação e de pós-graduação lato sensu, a primeira apresentação
do TFCC normalmente acontece no dia da sua defesa pública e solene diante de uma
banca examinadora composta por professores profissionais da sua respectiva área de
conhecimento, o que chamamos de avaliação pareada (ECO, 2012; SEVERINO, 2007;
ACEVEDO; NOHARA, 2010; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006). Já nos cursos
de pós-graduação stricto sensu, tais como no mestrado e no doutorado, o TFCC
normalmente acontece em uma fase preliminar denominada Exame de Qualificação,
após a qual, se o candidato for qualificado (aprovado), ele pode defender o seu trabalho
diante de uma banca examinadora composta por professores doutores da sua respectiva
área de conhecimento; no mestrado, defende-se uma dissertação e no doutorado, uma
tese, que pode ser de pesquisa, quando há alguma descoberta, ou de compilação, quando
objetiva realizar uma revisão sistemática abrangente da literatura (ECO, 2012;
SEVERINO, 2007; GIFTED, 2015; ACEVEDO; NOHARA, 2010; SAMPIERI;
COLLADO; LUCRO, 2006). Operacionalmente, a apresentação do TFCC pode ser
basicamente de três tipos, quais sejam: a exposição oral, na qual o acadêmico expõe
oralmente o seu trabalho, após o que é arguido pela banca examinadora quanto aos
aspectos teóricos, empíricos e metodológicos do mesmo; a exposição visual, na qual o
acadêmico expõe visualmente o seu trabalho, na forma de pôster, painel, banner, faixa,
quadro, escultura, etc., após o que é arguido pela banca examinadora quanto aos
mesmos aspectos citados no caso anterior; e a exposição mista, na qual o acadêmico
expõe o seu trabalho tanto oral quanto visualmente, após o que também é arguido
quanto aos mesmos aspectos já citados (GIFTED, 2015; ECO, 2012; VERGARA, 2012;
GIL, 1999; 2010; SEVERINO, 2007).
Muito importante considerar nesta etapa, tanto quanto na coleta, todos os
recursos disponíveis e a logística da investigação científica, buscando responder se a
mesma é ou não viável. Os recursos tratam-se dos requisitos necessários à viabilidade
da investigação científica. Podem ser: 1. Tecnológicos: hardware, software, materiais
escolares, laboratórios de informática, bibliotecas; 2. Financeiros: valores monetários,
bolsas de estudo, ajudas de custo, premiações; 3. Humanos: grupos de pesquisa,
orientadores, coorientadores, coautores, examinadores, colaboradores, normas justas; e
4. Tempo: cronogramas executáveis, metas alcançáveis. Os lócus tratam-se dos espaços
físicos, isto é, os lugares onde são realizadas as etapas da investigação científica; eles
podem ser de: 1. Coleta: uma biblioteca, uma sala de estudos, um laboratório, uma
instituição, um clube, uma empresa,