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Ponto dos Concursos 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
Atenção. 
 
O conteúdo deste curso é de uso exclusivo do aluno matriculado, cujo 
nome e CPF constam do texto apresentado, sendo vedada, por 
quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, 
divulgação e distribuição. 
 
É vedado, também, o fornecimento de informações cadastrais 
inexatas ou incompletas – nome, endereço, CPF, e-mail - no ato da 
matrícula. 
 
O descumprimento dessas vedações implicará o imediato 
cancelamento da matrícula, sem prévio aviso e sem devolução de 
valores pagos - sem prejuízo da responsabilização civil e criminal do 
infrator. 
 
Em razão da presença da marca d’ água, identificadora do nome e 
CPF do aluno matriculado, em todas as páginas deste material, 
recomenda-se a sua impressão no modo econômico da impressora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO GOVERNAMENTAL P/ MPOG 
ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL 
PROFESSOR EDUARDO FÁVERO 
 
 
 
Olá pessoal! 
 
 
É um enorme prazer poder estar com vocês nesta caminhada rumo ao cargo de 
Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, conhecido na Esplanada dos 
Ministérios como gestor. Esse cargo tem a grande vantagem da mobilidade: vocês serão lotados 
na Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, mas poderão 
trabalhar em qualquer ministério e até mesmo nas entidades da administração indireta, atuando 
nas áreas de formulação, implementação e avaliação de políticas públicas. Também poderão 
ocupar cargos em comissão, os chamados DAS. 
 
Como fator motivador há o salário inicial de mais de oito mil reais e a perspectiva 
maravilhosa de ir para bem mais do que isso, caso as negociações salariais das carreiras do Ciclo 
de Gestão, da qual faz parte a carreira de EPPGG, tenham sucesso. 
 
Algumas dicas para uma boa prova: 
 
- Muita gente boa se perde estudando materiais ―avançados‖ e esquece-se do 
principal, daquilo que as bancas realmente cobram. Além do esforço e do foco, é importantíssimo 
que vocês resolvam um grande número de questões de provas anteriores, a fim de se 
acostumarem com o estilo da banca (ESAF). 
 
- Uma estratégia adequada para a prova é fundamental, evitando-se perder tempo 
demasiadamente em questões difíceis. Nesse caso, pule para outra. Isto parece óbvio, mas na 
hora ―H‖ vocês podem cometer tal deslize se isto não ficar claro em suas mentes. Um lema 
fundamental: manter a tranqüilidade a qualquer custo. Na última prova do TCU, caiu uma questão 
de contabilidade geral que aterrorizou grande parte dos candidatos e tirou muitos deles do páreo. 
Quem manteve a calma, percebeu que era só organizar as contas no Balanço Patrimonial e 
elaborar a DRE. A dificuldade estava somente em somar os valores. Quem conseguiu manter a 
calma se deu bem. 
 
Neste curso iremos cobrir toda a matéria que está listada no edital do MPOG. Serão 6 
(seis) aulas no total, além desta aula introdutória. Cada aula, além da parte teórica, trará uma boa 
carga de questões da ESAF, e também do CESPE, visto que este também apresenta questões de 
alto nível sobre a disciplina aqui tratada. Como recebemos diversas sugestões de alunos para não 
colocarmos a resolução das questões imediatamente após o enunciado da mesma, faremos 
sempre uma seção somente com o enunciado das questões e outra seção contendo novamente o 
enunciado e a resolução da mesma, para facilitar os estudos de vocês. 
 
As aulas serão disponibilizadas nas seguintes datas: aula 1 - 23 de abril, aula 2 – 28 de 
abril, aula 3 – 5 de maio, aula 4 – 15 de maio, aula 5 – 23 de maio e aula 6 – 30 de maio. 
 
 
Os assuntos a serem tratados no curso serão os seguintes: 
 
1. Evolução dos modelos/paradigmas de gestão – a nova gestão pública. 
2. Teorias das organizações aplicadas à Administração Pública. 
3. Desenvolvimento institucional. 
4. Perspectivas da mudança organizacional. 
5. Instrumentos gerenciais contemporâneos: avaliação de desempenho e resultados; sistemas de 
incentivo e responsabilização; flexibilidade organizacional; trabalho em equipe; mecanismos de 
rede. 
 
 
 
 
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GESTÃO GOVERNAMENTAL P/ MPOG 
ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL 
PROFESSOR EDUARDO FÁVERO 
 
6. Coordenação Executiva – problemas da articulação versus a fragmentação de ações 
governamentais. Dimensões da coordenação: intra-governamental, inter-governamental e 
governo-sociedade. 
7. Novas formas de gestão de serviços públicos: formas de supervisão e contratualização de 
resultados – parcerias estado e sociedade; horizontalização; pluralismo institucional; redes 
interorganizacionais. 
8. Aplicação de Tecnologias de Informação e Comunicação à Gestão Pública. 
9. Processos participativos de gestão pública: orçamento participativo, parceria entre governo e 
sociedade; ouvidorias, governança interna e externa. 
10. Modelos contemporâneos de gestão de pessoas: gestão de pessoas por competências; 
liderança e desempenho institucional. 
11. Sistema de Planejamento e Orçamento do Governo Federal: fundamentos legais; conceitos 
básicos do sistema de planejamento, orçamento e financeiro; gestão por programas; integração 
planejamento e orçamento; eficiência do gasto público; custos. 
12. Gestão de suprimentos e logística na administração pública. A modernização do processo de 
compras. 
13. Gestão de contratos e convênios no setor público. 
14. Os controles interno e externo. Responsabilização e Prestação de Contas. 
 
Este curso também se complementa com a disciplina ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
PARA EPPGG, que vocês podem estudar também comigo no Ponto dos Concursos. 
 
Farei tudo para proporcionar a vocês um curso de qualidade, a fim de que possam ter 
em mãos a base necessária para se darem bem na parte de Gestão Governamental. Além disso, o 
sítio do Ponto dos Concursos tem o grande diferencial de permitir que vocês tirem suas dúvidas, 
desde as simples até as mais complexas, por meio do fórum. Isto adiciona um ingrediente 
fenomenal ao ensino, visto que permite aos mais tímidos, os quais têm receio de levantarem a 
mão e fazerem perguntas numa sala de aula presencial, exporem seus raciocínios à vontade. 
Portanto, usem e abusem deste fantástico recurso e cheguem no dia da prova prontos para 
arrebentar! 
 
Bem, ainda não me apresentei. Meu nome é Eduardo Fávero, engenheiro formado pela 
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e oficial da reserva não remunerada da Marinha 
do Brasil. Nesta permaneci durante 18 (dezoito) anos, desde minha entrada no Colégio Naval, 
onde fui Comandante-Aluno (1º da turma) e ganhei o prêmio ―Honra ao Mérito Excepcional‖, 
passando pela Escola Naval e outras organizações militares, até minha saída, em 2006. No ano 
anterior (2005) havia sido aprovado em 1º lugar no concurso para Especialista em Políticas 
Públicas e Gestão Governamental – Área Gestão e Políticas Públicas e tomei posse no cargo em 
junho de 2006, após o Curso de Formação na Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). 
Neste, pude ter aulas com os célebres mestres Francisco Gaetani (atual Secretário de Gestão do 
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão) e Fernando Abruccio (cientista político famoso) 
sobre Administração Pública. Como gestor governamental, atuei na área de formulação e 
implementação de políticas na área de tecnologia da informação e sistemas para a Administração 
Pública Federal, tendo trabalhado no processo de modernização do SIAPE (sistema de pessoal 
civil do Poder Executivo Federal) e do SIAPA (sistema de patrimônio da União).Finalmente, no 
ano de 2007 fui aprovado em 4º lugar no concurso de Analista de Controle Externo do Tribunal de 
Contas da União – TCU – Auditoria Governamental - DF, tendo tomado posse no cargo em janeiro 
de 2008. Atualmente, sou o professor da disciplina de Administração Pública do Curso Cathedra 
em Brasília/DF, especializado na preparação para os concursos do TCU, da CGU e MPOG (APO e 
EPPGG). Também já dei aulas em Belo Horizonte/MG, na Turma de Estudos, preparando o 
 
 
 
 
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GESTÃO GOVERNAMENTAL P/ MPOG 
ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL 
PROFESSOR EDUARDO FÁVERO 
 
 
pessoal para o concurso da CGU 2008. 
 
Bem pessoal, vamos começar a trabalhar porque temos muita coisa pela frente! 
 
 
1. EVOLUÇÃO DOS MODELOS/PARADIGMAS DE GESTÃO – A NOVA 
GESTÃO PÚBLICA 
 
 
1.1 - EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE GESTÃO NA ADMINISTRAÇÃO PRIVADA. 
 
Os grandes acontecimentos que marcaram a história da civilização são os pontos de 
partida para o início de cada era retratada na evolução dos modelos de gestão empresarial. 
Marcada pela contribuição de Frederick Taylor, a Era da Produção em Massa, caracterizada pela 
superespecialização do trabalhador no desempenho das tarefas, ressaltando o estudo dos tempos e 
movimentos. 
 
Nesse momento, os operários eram vistos com uma extensão da máquina e deveriam 
especializar-se em tarefas mecânicas e repetitivas a fim de produzir cada vez mais. Vale salientar, 
os princípios adotados por Henry Ford em sua fábrica de automóveis e a sua importante 
contribuição através da conquista da elevação da produtividade com a criação da linha de 
montagem. A era da produção em massa foi marcada também pelo inchaço das organizações, 
uma vez que concentravam todo o processo produtivo – temos como maior exemplo deste 
fenômeno a indústria automobilística Ford que produzia desde o aço (matéria prima) até o carro 
pronto (produto final). 
 
Este inchaço originou a criação da Escola Burocrática, que por sua vez foi o marco da 
passagem da Era da Produção em Massa, para a Era da Eficiência. A teoria da Burocracia, 
proposta por Weber, tinha como característica a criação de diversas regras e padrões acerca do 
trabalho e hierarquia. Tal abordagem exauriu-se com o tempo, dando espaço às novas filosofias, 
centradas no sistema e nos recursos humanos, resultando em abordagens mais inovadoras. A 
principal causa dessa exaustão desse modelo burocrático foi a passagem da sociedade industrial 
para a sociedade do conhecimento. A referida passagem aponta para uma mudança da 
hierarquia, conformidade e padronização - com direção, igualdade, criatividade e diversidade. 
Nesse sentido, atendia-se a uma nova filosofia de mercado onde o produto passara a apresentar 
uma nova característica, ou seja, atribuía-se a ele as demandas do cliente. 
 
A transformação discutida nesse contexto incentivou as eras da Qualidade e 
posteriormente, a da Competitividade. Ambas se caracterizaram por uma relação cada vez mais 
estreita entre empresa e cliente, buscando satisfazê-los em suas necessidades, através da 
diversidade. 
 
Foi durante a Era da Qualidade que começaram a surgir os novos Modelos de Gestão. 
O primeiro deles foi a Administração Japonesa, tida como um grande marco na história da 
administração. A economia japonesa do pós-guerra superou, em curto espaço de tempo, as mais 
otimistas das expectativas, tornando-se um grande símbolo de evolução. Um dos conceitos 
criados por este modelo de gestão foi a implantação da qualidade total que ganhou olhares do 
mundo inteiro, sendo desenvolvida em países tanto de primeiro quanto de terceiro mundo, com 
ressalvas para os resultados que muitas vezes não eram tão positivos quanto o esperado. A 
Administração Japonesa caracterizava-se por ter uma relação de fidelidade com o funcionário, 
 
 
 
 
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ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL 
PROFESSOR EDUARDO FÁVERO 
 
oferecendo-lhe participação nos lucros e garantia de emprego vitalício em troca de uma maior 
dedicação do mesmo – mais dias e horas de trabalho. 
 
A Administração Empreendedora, por sua vez, era extremamente receptiva à inovação e 
mudança, vendo nesta, uma oportunidade ao invés de uma ameaça. Esta linha de gestão, foi 
também marcada pela busca de parceria com outras empresas através de alianças estratégicas, 
terceirizações e joint ventures. Além disso, referido modelo administrativo contrapõe-se ao estilo 
japonês, implantando horários flexíveis e desenvolvimento de um clima organizacional favorável, 
através de políticas transformadoras de RH e do endomarketing. 
 
Na Administração Holística, foram criadas as chamadas células de produção, onde os 
funcionários produzem e se auto-gerenciam. Por isso, esse modelo tem como características 
principais, a dispensa de autoridade e alto nível de comunicação lateral, rodízio de funções com 
visão holística, buscando a multifuncionalidade, além do comprometimento individual. 
 
O Modelo de Administração Virtual se aplica às empresas virtuais que oferecem um 
tipo de serviço diferenciado, prezando pela informação e perda dos contornos. Esses mesmos 
contornos eram antes bem mais definidos, levando em consideração suas estruturas 
organizacionais. O principal exemplo desse tipo de Administração são os bancos virtuais. As 
características desta administração são: a automação de serviços administrativos, inovação em 
produtos e serviços e estilo participativo de gestão. 
 
 
 
1.2 - A NOVA GESTÃO PÚBLICA E A EVOLUÇÃO DOS PARADIGMAS 
 
O modelo burocrático weberiano não responde mais às demandas da sociedade 
contemporânea . Voltado cada vez mais para si mesmo, o modelo burocrático tradicional vem 
caminhando para o lado contrário dos anseios dos cidadãos. Na Inglaterra de 1968, já eram 
diagnosticados a falta de preparação gerencial do civil service britânico, a excessiva 
hierarquização e a falta de contato entre os burocratas e a comunidade que eles serviam. Os 
relatórios das comissões e organismos internacionais, nas décadas de 60 e 70, propunham 
reformas administrativas para os países em desenvolvimento, defendendo a implantação de um 
modelo menos burocratizado e com instrumentos gerenciais. 
 
Como resposta, surge o movimento denominado ―Nova Gestão Pública‖ ou ―New 
Public Management - NPM‖, que pode ser definido como ―um âmbito de debate, um diálogo 
profissional sobre a estrutura, a gestão e o controle da administração pública envolvendo a 
comunidade acadêmica e os funcionários‖. Esse movimento, que apresentou os primeiros sinais 
de vida no Reino Unido, em 1979, foi adotado nos EUA nos anos 80, e logo se expandiu pelo 
mundo anglo-saxão (Austrália, Nova Zelândia), atingindo, em seguida, todos os países da 
Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Chegou, nos anos 90, à 
América Latina, primeiro ao Chile e, a partir de 1995, no Brasil. 
 
Aos poucos, o modelo gerencial começa a preencher um vácuo teórico e prático, 
captando as principais tendências presentes na opinião pública, entre as quais se destacam o 
controle dos gastos públicos e a demanda pela melhor qualidade dos serviços públicos. Ramió, ao 
examinar a utilização dos princípios da NPM no contexto latino-americano, faz uma interessante 
classificação, identificando duas correntes principais: 
- CORRENTE NEO-EMPRESARIAL: muito influenciada pelo livro Reinventando o 
 
 
 
 
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GESTÃO GOVERNAMENTAL P/ MPOG 
ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTALPROFESSOR EDUARDO FÁVERO 
 
Governo, de Osborne e Gaebler, onde o Estado passaria de provedor para intermediador de 
serviços públicos. Além disso, nessa corrente a NPM teria como princípios: adoção de linguagem e 
conceitos do setor privado; visão do cidadão reduzido a cliente; fragmentação da administração em 
unidades menores e autônomas; distanciamento da administração pública do direito público 
(nas compras de bens e serviços e nas relações trabalhistas, por exemplo). 
- CORRENTE NEO-PÚBLICA: nessa visão, a NPM implica em: reforçar o conceito de 
cidadania; reforçar valores da coisa pública nos servidores (eficácia, eficiência, ética); reconhecer 
novos direitos como garantia dos cidadãos; ter como horizonte a satisfação do cidadão, pela 
simplificação dos procedimentos, redução de tempos, melhoria da qualidade no atendimento; 
focar na universalidade e igualdade; incrementar a qualidade e a quantidade de serviços; fazer 
uma clara delimitação da externalização dos serviços (na questão das privatizações, discutir o que é 
e o que não é papel do Estado e não adotar de pronto a filosofia do Estado mínimo). 
 
Em linhas gerais, a NPM possui 5 principais diretrizes: 
- FOCALIZAÇÃO DA AÇÃO DO ESTADO NO CIDADÃO: o Estado deve ser entendido 
como o fórum onde o cidadão exerce a cidadania. Desta forma, todo esforço de reforma deve ter 
como objetivos melhorar a qualidade da prestação do serviço público na perspectiva de quem o 
usa e possibilitar o aprendizado social de cidadania. 
- REORIENTAÇÃO DOS MECANISMOS DE CONTROLE POR RESULTADOS: a 
lógica do controle pela legalidade e do mero cumprimento do rito burocrático deve evoluir para 
uma nova abordagem centrada no alcance de objetivos. 
- FLEXIBILIDADE ADMINISTRATIVA: deve permitir que as instituições e pessoas 
alcancem os objetivos. 
- CONTROLE SOCIAL: deve construir mecanismos de prestação social de contas e 
avaliação de desempenho próximos da ação. 
- VALORIZAÇÃO DO SERVIDOR: a construção coletiva do novo paradigma, orientado 
para o cidadão, deve ser realizado pelo conjunto dos servidores de forma participativa, tendo em 
vista que implantar uma nova gestão pública significa criar as condições objetivas de 
desenvolvimento das pessoas que conduzirão e realizarão as reformas. 
 
1.3 - TIPOLOGIA DA EVOLUÇÃO DA NPM 
 
Outra forma de se entender o movimento da NPM é examinar sua evolução a partir dos 
modelos tipificados por Fernando Abrucio, que afirma que o gerencialismo não se constitui em 
uma doutrina rígida e fechada, pois tem apresentado um grande poder de transformação, 
incorporando as críticas à sua prática, e assim modificando algumas peças de seu arcabouço. O 
modelo gerencial, inicialmente em sua forma pura, foi o propulsor das primeiras mudanças no 
modelo burocrático weberiano. 
 
Isto se deve à força e a centralidade das propostas do managerialism, hegemônico em 
termos teóricos e práticos no atual estágio do debate acerca das reformas administrativas. O que 
não quer dizer que o modelo gerencial não tenha limites e fraquezas. De fato ele tem muitas e é 
das insuficiências do modelo que nascem novas práticas, as quais também se distanciam do 
antigo padrão burocrático. Significa reconstruir o setor público sob bases pós-burocráticas, bases 
estas que encontram no managerialism um de seus principais fundamentos. 
 
 
 
1.4 - O MODELO GERENCIAL PURO – MANAGERIALISM 
 
 
 
 
 
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GESTÃO GOVERNAMENTAL P/ MPOG 
ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL 
PROFESSOR EDUARDO FÁVERO 
 
Os conceitos do managerialism invadiram o setor público dos Estados Unidos e da 
Grã-Bretanha a partir da eleição dos governos conservadores, com Margareth Thatcher, na 
Inglaterra (1979) e Ronald Reagan, nos EUA (1980). Naquela época, procurou-se implementar o 
chamado gerencialismo puro, mais direcionado à redução de custos e ao aumento da eficiência e 
produtividade da organização. As modificações no setor público estavam vinculadas a um projeto 
de reforma do Estado, caracterizado como um movimento de retração da máquina governamental a 
um menor número de atividades. O neoliberalismo, doutrina econômica que pregava o ―Estado- 
mínimo‖, surgia com grande influência nos governos citados e espalha-se como receita para 
resolver os problemas da crise econômica que se abate sobre o mundo. A palavra de ordem da 
primeira-ministra inglesa era ―rolling back the state‖, o que na prática significou a privatização de 
empresas nacionalizadas no pós-guerra, desregulamentação, devolução de atividades 
governamentais à iniciativa privada ou à comunidade e as constantes tentativas de reduzir os 
gastos públicos. 
 
O managerialism seria utilizado no setor público para diminuir os gastos em uma era 
de escassez e para aumentar a eficiência governamental. O gerencialismo puro tinha como eixo 
central o conceito de produtividade. Não por acaso um dos livros fundamentais àquela época 
chamava-se ―Fazendo mais com menos‖. O modelo gerencial puro tem como base a separação 
entre a política e a administração. Assim, caberia aos reformadores implantar o managerialism na 
administração pública independentemente do que ocorre 
 
 
 
O ponto central do modelo gerencial puro é a busca da eficiência. Para tanto, parte do 
pressuposto de que é preciso modificar as engrenagens do modelo weberiano. A burocracia 
tradicional é definida como uma organização com estrutura rígida e centralizada, voltada ao 
cumprimento dos regulamentos e procedimentos administrativos e em que o desempenho é 
avaliado apenas com referência à observância das normas legais e éticas. Contra essa visão de 
administração pública, o governo Thatcher propunha: 
a) definição clara das responsabilidades de cada funcionário dentro das agências 
governamentais; 
b) clara definição dos objetivos organizacionais, analisados em sua substância e não 
enquanto processo administrativo; 
c) aumento da consciência a respeito do valor dos recursos públicos, procurando 
maximizar a relação financeira entre os recursos iniciais e os gastos realizados para a produção 
de políticas, ou seja, incorporando o valor da eficiência na lógica de funcionamento da burocracia. 
 
Para cumprir cada um destes objetivos foram implementados técnicas de avaliação de 
desempenho e controle orçamentário. Tendo em vista que o objetivo era alcançar uma maior 
eficiência, havia a necessidade de se ter mecanismos objetivos de mensuração da performance 
governamental. 
 
O governo inglês adotou três mecanismos para definir claramente as 
responsabilidades, tanto das agências governamentais como dos funcionários públicos. Foram 
tomadas as seguintes providências: 
- adoção da Administração por Objetivos (Management by Objectives), pela qual se 
procurou traçar linhas claras de ação às agências, o que tornaria possível uma avaliação de 
desempenho baseada na comparação entre os resultados obtidos e o que fora previamente 
determinado; 
- descentralização administrativa, cujo objetivo precípuo foi aumentar a autonomia das 
 
 
 
 
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agências e dos departamentos; 
- delegação de autoridade (empowerment) aos funcionários. Os gerentes, agora, 
deveriam demonstrar habilidade e criatividade para encontrar novas soluções, sobretudo para 
aumentar a eficiência governamental. 
 
Todavia, o enfoque apenas da eficiência governamental possui um grave problema: a 
avaliação da efetividade dos serviços públicos não recebe a devida importância. Osborne & 
Gaebler, no livro ―Reinventando o Governo‖ definemefetividade como o grau em que se atingiu o 
resultado esperado. Portanto, a efetividade não é um conceito econômico — como a eficiência 
pura — mas de avaliação qualitativa dos serviços públicos. 
 
Com o conceito de efetividade, ressurge a noção de que o governo deve, acima de 
tudo, prestar bom serviços. É a ótica da qualidade que começa a ser incorporada pelo modelo 
gerencial, como adotado pelo consumerism. A valorização do conceito de efetividade também traz 
novamente à tona o caráter político da prestação dos serviços públicos, uma vez que são os 
usuários dos equipamentos sociais que de fato podem avaliar a qualidade dos programas 
governamentais. Desta forma, podemos citar outra fraqueza do modelo gerencial puro: a 
subestimação do conteúdo político da administração pública. 
 
Além disso, a ―despolitização‖ da administração pública, fez com que Christopher 
Pollitt, um dos maiores críticos do modelo gerencial inglês, classificasse o managerialism como 
um ―neotaylorismo‖, isto é, uma proposta calcada na busca da produtividade e na implantação do 
modelo de gestão da empresa privada no setor público. 
 
Pollitt reconhece, no entanto, que o modelo gerencial puro obteve alguns êxitos. O 
principal deles é que a ênfase na questão financeira de fato elevou a consciência da burocracia 
inglesa sobre os custos das políticas públicas. A busca da eficiência governamental, embora em si 
não resolva todos os problemas da burocracia, é um legado positivo do modelo gerencial puro. 
 
As críticas mais pertinentes feitas ao modelo gerencial puro na Grã- Bretanha 
buscavam não a volta ao modelo burocrático weberiano, mas sim a correção do managerialism no 
sentido de incorporar novos significados. O modelo gerencial não tem sido somente utilizado 
como mecanismo para reduzir o papel do Estado. O managerialism se acoplou, dentro de um 
processo de defesa da modernização do setor público, a conceitos como busca contínua da 
qualidade, descentralização e avaliação dos serviços públicos pelos consumidores/cidadãos, 
tendo surgido o consumerism e o public service orientation. 
 
 
 
1.5 - O CONSUMERISM 
 
A ênfase na flexibilidade da gestão foi uma das mudanças introduzidas, tendo em vista 
que a estratégia da eficiência, se levada às últimas conseqüências, pode petrificar a ação do 
gerente público, como por exemplo, na questão do orçamento público. 
 
No caminho da flexibilização da gestão pública, há a passagem da lógica do 
planejamento para a lógica da estratégia. Naquela, prevalece o conceito de plano, o qual 
estabelece, a partir de uma racionalidade técnica, o melhor programa a ser cumprido. Já na lógica 
de estratégia, são levadas em conta as relações entre os atores envolvidos em cada política, de 
modo a montar cenários que permitam a flexibilidade necessária para eventuais alterações nos 
 
 
 
 
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ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL 
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programas governamentais. 
 
A busca da qualidade dos serviços públicos é outro conceito que o modelo gerencial 
vem incorporando. Desde a metade da década de 80, o governo britânico vem se utilizando do 
referencial da qualidade na avaliação de resultados das agências e dos programas. Isto ocorreu, 
em primeiro lugar, por causa das críticas contra a ênfase dada inicialmente à mensuração da 
eficiência e não da efetividade dos serviços públicos. 
 
Foi na iniciativa privada que nasceu a abordagem da administração da qualidade total 
(Total Quality Management — TQM), que posteriormente foi introduzida no setor público. Nas 
empresas privadas, a razão da mudança foi o aumento da concorrência e do nível de exigência 
dos consumidores. Desta maneira, os empresários tiveram que elevar a qualidade de seus 
produtos para sobreviver no mercado. Portanto, a busca permanente da qualidade tem uma 
relação direta com o direcionamento da produção para os anseios dos consumidores. No setor 
público aconteceu um fenômeno semelhante. A introdução da perspectiva da qualidade surgiu 
quase no mesmo momento em que a administração pública voltava suas atenções aos 
clientes/consumidores. 
 
A administração pública inglesa vem implementando uma estratégia direcionada cada 
vez mais às demandas dos consumidores. Um importante organismo do governo britânico, o Local 
Government Training Board, definiu qualidade como aquilo que dá a satisfação ao consumidor. 
 
Para colocar em prática a filosofia da qualidade e do foco no cidadão- 
consumidor/cliente, o consumerism adotada a descentralização como pilar. Esta, no entanto, não 
basta para aumentar o poder do consumidor. É preciso que haja opções caso determinado 
equipamento social não esteja funcionando a contento. Neste sentido, o governo britânico tem 
procurado incrementar a competição entre as organizações do setor público. Quando não há 
competição entre os serviços, existe uma situação de monopólio e, portanto, os consumidores não 
têm alternativa de escolha. 
 
Além disso, houve a adoção de um novo modelo contratual para os serviços públicos, 
baseado em três dimensões: 
- Extensão das relações contratuais no fornecimento de serviços públicos entre o setor 
público, o setor privado e o voluntário/não lucrativo, criando uma nova estrutura de pluralismo 
institucional, contraposta ao antigo modelo de monopólio estatal; 
- Extensão das relações contratuais para dentro do setor público, envolvendo 
descentralização, delegação e mecanismos de quasi market; 
- Desenvolvimento de contratos de qualidade entre os provedores de serviço e os 
consumidores/clientes. 
 
Embora tenha avançado muito com relação ao modelo gerencial puro, o consumerism 
recebeu várias críticas, particularmente na relação entre o governo como prestador de serviços 
públicos e a população. 
 
A crítica mais geral é direcionada ao conceito de consumidor de serviços públicos. Em 
primeiro lugar, com relação à diferença que existe entre o consumidor de bens no mercado e o 
―consumidor‖ dos serviços públicos. Como aponta Pollitt, é mais complexa a relação do prestador 
de serviço público com o consumidor, já que ela não obedece ao puro modelo de decisão de 
compra vigente no mercado. Aliás, há determinados serviços públicos cujo caráter é compulsório, 
 
 
 
 
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isto é, não existe a possibilidade de escolha, como provam a utilização em determinados 
momentos dos hospitais e dos serviços policiais. 
 
Desta forma, o conceito de consumidor deve ser substituído pelo de cidadão. Isto 
porque o conceito de cidadão é mais amplo do que o de cliente/ consumidor, uma vez que a 
cidadania implica direitos e deveres e não só liberdade de escolher os serviços públicos. 
 
O conceito de consumidor também não responde adequadamente ao problema da 
eqüidade, valor fundamental na administração pública. A primeira pergunta não respondida pelo 
consumerism é quem são os consumidores/clientes? Em grande medida, são aqueles que se 
organizam para atuar onde os serviços são prestados — o que, no limite, pode se constituir num 
grupo de interesse. Os que se organizarem mais podem se tornar ―mais consumidores do que os 
outros‖. Assim, os consumidores mais fortes podem se constituir em ―clientes preferenciais do 
serviço público‖. 
 
O problema da eqüidade na prestação dos serviços públicos pode se tornar ainda 
maior quando há competição entre os equipamentos sociais. Isto porque a unidade de serviço 
públicoque obtiver a melhor classificação na competição receberá provavelmente mais recursos, 
seus funcionários melhorarão seus rendimentos (através de incentivos por produtividade), e 
portanto os mesmos consumidores que o aprovaram tenderão a utilizar este serviço 
continuadamente. A premiação reflete, sem dúvida, um círculo virtuoso, saudável como técnica 
para tornar o Estado mais capaz de responder às demandas da população. Mas, por outro lado, 
os equipamentos sociais que não conseguirem as melhores avaliações dos consumidores 
caminharão para um círculo vicioso, ou seja, receberão menos recursos, os seus funcionários não 
terão incentivos financeiros e ficarão desmotivados, e seus consumidores continuarão 
insatisfeitos. 
 
1.6 - O PUBLIC SERVICE ORIENTATION (PSO) 
 
A fim de tentar introduzir os conceitos de accountability e eqüidade na prestação de 
serviços públicos, alguns autores criaram o Public Service Orientation (PSO). Tal modelo não 
propõe a volta a um modelo pré-gerencial, burocrático weberiano. A PSO procura encontrar novos 
caminhos abertos pela discussão gerencial, explorando suas potencialidades e preenchendo boa 
parte de suas lacunas. 
 
Os temas do republicanismo e da democracia, utilizando-se de conceitos como 
accountability, transparência, participação política eqüidade e justiça, questões praticamente 
ausentes do debate sobre o modelo gerencial, são adotados pelo PSO. O ponto que distingue o 
PSO das outras correntes é o conceito de cidadão. Pois, enquanto o cidadão é um conceito com 
conotação coletiva — pensar na cidadania como um conjunto de cidadãos com direitos e deveres 
—, o termo consumidor (ou cliente) tem um referencial individual, vinculado à tradição liberal, a 
mesma que dá, na maioria das vezes, maior importância à proteção dos direitos do indivíduo do 
que à participação política, ou então maior valor ao mercado do que à esfera pública. 
 
No que tange às idéias da competição administrada, o que é mais ressaltado pela PSO é 
a possibilidade de cooperação entre as agências de modo a obter um melhor resultado global na 
oferta de serviços públicos. Desta forma, o princípio da eqüidade, fundamental dentro do PSO, 
pode ser garantido. 
 
 
 
 
 
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Finalizando, o Public Service Orientation tem como uma de suas idéias principais a 
conjugação entre a accountability e o binômio justiça/eqüidade. Para tanto, é preciso que no 
processo de aprendizado social na esfera pública se consiga criar uma nova cultura cívica, que 
congregue políticos, funcionários e cidadãos. 
 
 
 
 
1.7 CONCLUSÃO 
 
Há atualmente mais de um modelo gerencial; pois surgiram diversas respostas à crise 
do modelo burocrático weberiano, todas defendendo a necessidade de se criar um novo 
paradigma organizacional. 
 
Há uma modificação substancial ao longo do tempo, do gerencialismo puro ao public 
service orientation. A constatação mais importante é que embora haja diferenças entre as teorias, 
elas não são mutuamente excludentes. Há uma incorporação dos aspectos positivos de cada 
teoria. A passagem de uma teoria a outra é realizada através de uma crescente inclusão de 
temas. 
 
O modelo gerencial, no entanto, não conseguiu se tornar hegemônico nos EUA, 
principalmente porque a burocracia americana foi sendo edificada, ao longo do século XX, para 
evitar a interferência das políticas de patronagem que eram comuns no final do século XIX. Por 
isso, a opção preferencial foi por um modelo que preservasse a neutralidade e a impessoalidade 
do Estado, características estas que eram centrais no tipo burocrático weberiano. 
 
1.8 QUESTÕES 
 
1.(ESAF/EPPGG2005) - A descentralização foi tema presente nas reformas britânica e norte- 
americana, que buscaram estruturar um modelo pós-burocrático de administração pública. Julgue 
as sentenças relativas aos objetivos da descentralização nos diferentes modelos. 
I. O objetivo da descentralização no public service orientation estava em estabelecer uma 
interface entre os cidadãos e a administração pública de modo a fazer valer os direitos 
democráticos de participação, eqüidade e justiça. 
II. O consumerism fazia uso da descentralização não só administrativa, mas também política, que 
tinha entre seus objetivos a delegação de autoridade, para aproximar os usuários dos serviços 
públicos de modo a facilitar sua fiscalização. 
III. A descentralização não fazia parte do escopo de reforma do gerencialismo puro, visto que sua 
principal preocupação estava na diminuição de custos do setor público e, sendo a 
descentralização um processo dispendioso, não foi utilizada nesse modelo. 
IV. A tradição de descentralização em estados federativos, nos EUA, favoreceu a implementação 
do managerialism, resultando em um sucesso maior que no governo centralizado de Margareth 
Thatcher, na Grã- Bretanha. 
Estão corretas: 
a) As afirmativas I, III e IV. 
b) As afirmativas I e II. 
c) As afirmativas I e IV. 
d) As afirmativas II e IV. 
e) As afirmativas III e IV. 
 
 
 
 
 
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2.(ESAF/EPPGG2005) Entre os dilemas do modelo pós-burocrático, marque com (V) a assertiva 
verdadeira e com (F) a assertiva falsa e ao final assinale a opção correta. 
( ) A relação entre a lógica fiscal e a lógica gerencial pode ser conflitante, visto que existe um 
trade off entre autonomia gerencial, exercida por mecanismos contratuais, e o controle fiscal rígido 
que inibe a administração por objetivos. 
( ) A descentralização, apesar de possibilitar a melhora da democratização e da eficiência do 
sistema, pode agravar as diferenças regionais produzindo uma segregação entre regiões pobres e 
ricas, prejudicando a eqüidade dos serviços públicos. 
( ) A separação entre formulação de políticas públicas e sua implementação pode prejudicar o 
accountability, pois fica mais difícil identificar o responsável pela prestação global dos serviços 
públicos. Indique a alternativa correta. 
a) V, F, V 
b) F, V, V 
c) V, V, F 
d) F, F, V 
e) V, V, V 
 
 
 
3.(ESAF/EPPGG2005) - Com relação às mudanças no papel do Estado, apresentadas no Plano 
Diretor para a reforma do aparelho do Estado, de 1995, classifique as opções a seguir em 
Verdadeiras (V) ou Falsas (F). 
( ) Na reforma, a redefinição do papel do Estado adquiriu importância decisiva diante de sua forte 
presença na economia internacional e de sua impossibilidade de atender com eficiência à 
sobrecarga de demandas a ele dirigidas, sobretudo na área econômica. 
( ) A reforma devia ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel do Estado, que deixa 
de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela via da produção de 
bens e serviços, transferindo para o setor privado as atividades que podem ser controladas pelo 
mercado. 
( ) Na reforma, o Estado delegou ao setor privado seu papel de executor ou regulador direto de 
serviços, mantendo-se entretanto como provedor ou promotor desses, principalmente dos serviços 
sociais – essenciais para o desenvolvimento, para a democracia e para uma distribuição de renda 
mais justa. 
( ) A reforma buscou o fortalecimento das funções de coordenação e prestação de serviços pelo 
Estado, particularmente no nível federal, e a progressiva desconcentração vertical das funções 
executivas no campo da prestação de serviços sociais e de infra-estrutura. 
 
Assinale a opção correta. 
a) F, F,F, V 
b) V, F, V, F 
c) V, V, V, F 
d) V, F, V, V 
e) F, V, F, F 
 
 
 
4.(ESAF/EPPGG2003) - A nova gestão pública tem-se configurado em função dos processos de 
globalização da economia e de democratização nos países em desenvolvimento. Assinale a 
opção que apresenta corretamente as tendências desse modelo. 
a) Constituição de fundações de caráter privado e autarquias. 
 
 
 
 
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b) Centralização das decisões de políticas públicas no Poder Judiciário. 
c) Funcionários voltados para o atendimento de demandas clientelistas. 
d) Orçamento público e plano plurianual estabelecidos pelos três poderes do Estado. 
e) Constituição de agências executivas e de regulação. 
 
 
 
 
5.(ESAF/EPPGG2003) - Diante dos crescentes desafios decorrentes da crise fiscal, aumento das 
demandas sociais e a necessidade da retomada do crescimento, a administração pública vê-se 
obrigada a aperfeiçoar a sua organização para estar à altura de seus objetivos de políticas 
públicas. Assinale a opção que identifica corretamente os contornos da nova administração 
pública. 
a) Centralização do ponto de vista político, descentralização administrativa e administração 
voltada para o atendimento ao cidadão. 
b) Descentralização do ponto de vista político, centralização administrativa e administração 
voltada para o atendimento ao cidadão. 
c) Descentralização do ponto de vista político, descentralização administrativa e administração 
auto-referida. 
d) Descentralização do ponto de vista político, descentralização administrativa e administração 
voltada para o atendimento ao cidadão. 
e) Centralização do ponto de vista político, descentralização administrativa e controle rígido passo a 
passo. 
 
6.(ESAF/EPPGG2002) - Indique, nas opções abaixo, a relação entre o enfoque gerencial da 
administração pública e as chamadas idéias neoliberais. 
a) O enfoque gerencial foi criado pela equipe do governo Thatcher em 1979, como forma de 
diminuir o tamanho do Estado na economia e reverter o processo de decadência econômica do 
país. 
b) Ambas as abordagens defendem a idéia do Estado mínimo, com o governo atuando apenas no 
chamado ―núcleo estratégico‖. Como instrumento para realização deste objetivo é preciso definir 
processos e recompensar o mérito dos funcionários. 
c) Não existe relação direta entre estes dois enfoques, apenas uma coincidência em sua aplicação 
ao longo do tempo. 
d) Ambas as abordagens defendem a necessidade de servidores competentes, bem treinados e 
bem pagos, com o dever de servir o cidadão. 
e) A administração pública gerencial é freqüentemente identificada com as idéias neoliberais 
porque as técnicas de gerenciamento são quase sempre introduzidas ao mesmo tempo em que se 
realiza um ajuste estrutural para combater o déficit fiscal. 
 
 
 
7. (ESAF/EPPGG2002) - O governo da Grã-Bretanha, eleito em 1979, estava determinado a 
mudar o modo de funcionamento do serviço público, diminuindo a intervenção do Estado na 
economia, aumentando a eficiência do mesmo. A seguir são listadas algumas características e 
princípios das reformas administrativas na Grã-Bretanha: 
I. Criação de novos sistemas de informação, dando ênfase ao lado financeiro do controle 
administrativo. 
II. Retorno ao Estado dos serviços mal gerenciados pelo setor privado, com o propósito de 
aumentar a eficiência geral da economia. 
III. Implementação de um sistema de orçamentos por delegação em todos os ministérios. 
 
 
 
 
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IV. Fim das colônias imperiais. 
V. Terceirização dos serviços de saúde. 
VI. Redução do número de funcionários da administração central de 700 mil para 600 mil. 
VII. Fim do serviço militar obrigatório. 
Indique a opção na qual todas as sentenças indicadas estão corretas. 
a) III e VII 
b) II, VI e VII 
c) I, VI e VII 
d) II e III 
e) I, III, V e VI 
 
8.(ESAF/APO2005) - 14- Segundo Abrúcio (1998), entre os fatores que ajudaram a desencadear a 
crise do Estado, indique a opção incorreta. 
a) As duas crises do petróleo, em 1973 e 1979, contribuíram para a diminuição do ritmo do 
crescimento econômico, colocando em xeque o modelo de intervenção estatal até então vigente. b) 
A crise fiscal dos tax payers, que não enxergavam uma relação direta entre o acréscimo de 
recursos governamentais e a melhoria dos serviços públicos, fez diminuir ainda mais a 
arrecadação. 
c) Denúncias de corrupção envolvendo funcionários públicos de países centrais geraram um 
movimento, por parte dos movimentos sociais organizados, contrário à continuidade do modelo de 
Bem-estar. 
d) A globalização enfraqueceu os Estados nacionais no que tange ao controle dos fluxos 
financeiros e comerciais, mitigando em grande parte sua capacidade de ditar suas políticas 
macroeconômicas. 
e) A incapacidade do governo de responder às demandas sociais crescentes durante esse 
período gerou, segundo alguns cientistas políticos, uma ―ingovernabilidade de sobrecarga‖. 
 
 
 
9.(ESAF/APO2005) - Julgue as sentenças a respeito de certos modelos da administração pública 
gerencial: 
I. O managerialism, apesar de ter sido criado nos EUA – ―berço das grandes inovações da 
administração privada‖, obteve maior sucesso na Grã-Bretanha, onde encontrou um sistema 
político mais favorável a sua aplicação. 
II. O public service orientation procurou incorporar temas do republicanismo e da democracia, 
expressos principalmente em um ideal de participação política, transparência, justiça e 
accountabillity – elementos quase inexistentes no managerialism e consumerism. 
III. Um dos objetivos do consumerism era o de introduzir a perspectiva de qualidade na 
administração pública, utilizando-se de uma delegação e descentralização política com o objetivo 
de possibilitar a fiscalização dos serviços públicos pela sociedade. 
IV.O programa Citizen’s Chart, desenvolvido na Inglaterra, tinha como estratégia seu 
direcionamento às necessidades do público demandante, podendo ser considerado um modelo 
puro de gerencialismo britânico. 
Estão corretas: 
a) apenas as afirmativas I e II. 
b) apenas as afirmativas I, II e III. c) 
apenas as afirmativas II, III e IV. d) 
apenas as afirmativas II e IV. 
e) apenas as afirmativas III e IV. 
 
 
 
 
 
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10.(ESAF/APO2002) - A administração pública gerencial surgiu como uma resposta à crise do 
Estado, como modo de enfrentar a crise fiscal e como estratégia para reduzir o custo e tornar mais 
eficiente o Estado. A seguir são listadas algumas das características desse paradigma de gestão. I. 
Orientação voltada para a obtenção de resultados. 
II. Orientação voltada para a satisfação das demandas dos cidadãos. 
III. Submissão ao voto popular das principais decisões tomadas pelo núcleo central, a fim de 
garantir a efetiva participação da sociedade. 
IV. Autonomia gerencial, sendo o contrato de gestão o instrumento de controle dos 
administradores públicos. 
V. Critérios de mérito e impessoalidade na gestão. 
VI. Delegação, para que o gestor público possa ter liberdade de escolher os meios mais 
apropriados ao cumprimento das metas prefixadas. 
Indique a opção que contém somente afirmações verdadeiras. 
a) I, II, III, IV, V e VI 
b) II, V e VIc) I, IV e V 
d) I, II, IV e VI 
e) I, II, III e V 
 
 
 
11.(ESAF/APO2002) - Assinale a opção que indica a diferença entre o paradigma gerencial da 
administração pública e o paradigma burocrático. 
a) O enfoque gerencial foi criado como forma de diminuir o tamanho do Estado na economia 
enquanto o paradigma burocrático visa a fortalecer a presença do Estado por meio de uma maior 
profissionalização em sua gestão. 
b) Na abordagem burocrática a administração deve ter um caráter impessoal, enquanto no 
paradigma gerencial a ênfase é no atendimento às demandas populares. 
c) No paradigma burocrático a ênfase é na integridade e racionalidade dos processos e controles, 
enquanto no paradigma gerencial é dada maior importância ao controle e planejamento dos 
resultados. 
d) A administração pública gerencial é freqüentemente identificada com as idéias neoliberais, 
enquanto a administração pública burocrática é ligada às idéias intervencionistas. 
e) Na administração burocrática, os gestores são administradores profissionais, na administração 
gerencial, os gestores são políticos. 
 
 
 
12. (CESPE/TRE-TO/2005) A ênfase do governo no cliente consiste em aproximar os órgãos 
governamentais dos usuários de serviços públicos, de modo a identificar os seus anseios e 
incorporar as críticas, com o objetivo de moldar a prestação de serviços conforme as suas reais 
necessidades. 
 
13. (CESPE/MDS/2006) O paradigma do cliente é uma vertente das reformas gerenciais que 
privilegia o atendimento às demandas dos consumidores/clientes dos serviços do Estado, em 
contraponto ao modelo gerencial puro, que tinha como principais objetivos das reformas a redução 
de custos do setor público e o aumento de sua produtividade 
A afirmação é correta. O gerencialismo puro buscou enfrentar a crise financeira do Estado 
reduzindo custos e aumentando a eficiência. Já o foco no cidadão busca satisfazer suas 
necessidades. 
 
 
 
 
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14. (CESPE/SAAE/2003) Os critérios de avaliação da qualidade da gestão pública do governo 
federal têm o foco no cliente, compreendendo, entre outras coisas, se a organização acompanha a 
opinião dos clientes quanto a novos serviços, se ela disponibiliza a seus clientes informações 
institucionais básicas e se ela gerencia eficazmente as sugestões e reclamações recebidas de 
seus clientes. 
 
15. (CESPE/SAAE/2003) A preocupação da administração pública com os clientes surgiu 
basicamente e primeiramente com o movimento do Public Service Oriented. 
 
16. (CESPE/TSE/2006) Empregados de um centro de processamento de dados considerado de 
padrão excelente estavam extremamente felizes por terem conseguido disponibilizar, em 4 dias 
úteis, empréstimos a funcionários de determinado órgão do governo . Todavia, em pesquisa de 
controle de qualidade, descobriu-se que a clientela não estava satisfeita. O período entre o pedido 
do empréstimo e a resposta não estava condizente com sua expectativa. Esperava-se 
atendimento em período igual ou inferior ao até então estipulado pelo centro. Percebeu-se, então, 
que é necessário saber se o que se considera bons serviços está alinhado com o que realmente 
esperam os usuários. A situação apresentada no texto acima é um exemplo de paradigma. 
A) pós-burocrático 
B) do cliente na gestão pública 
C) do cliente na gerência de qualidade 
D) da gestão estratégica 
 
17.(CESPE/STJ/2004) - A administração pública gerencial, em sua orientação para o cidadão, 
serve-se da descentralização e da delegação de autoridade ao gestor público, concentrando-se 
em procedimentos rígidos, em favor da eficiência e da ética no setor público. 
 
18 .(CESPE/STJ/2004) - Imperam na corrente da public service orientation reflexões que se 
utilizam de conceitos como accountability, transparência e participação política 
 
19.(CESPE/TERRACAP/2004) - Não se pode dizer que accountability esteja relacionada com o 
processo de reforma do Estado e com a responsabilização do servidor público. 
 
20.(CESPE/TERRACAP/2004) - É incorreto afirmar que a administração pública pós-burocrática, 
especialmente em termos do Public Service Oriented, seja orientada para o cidadão 
 
(CESPE/ADM/PREF.RIO BRANCO 2007) Julgue os itens seguintes, com relação à nova gestão 
pública. 
21. O planejamento estratégico, por ser instrumento exclusivo do setor privado, não se insere 
entre as práticas defendidas na nova gestão pública. 
22. Na nova gestão pública, a valorização das estruturas burocráticas sobrepõe-se à flexibilidade e 
ao foco em resultados. 
23. A satisfação do cidadão, obtida por meio da melhoria do atendimento, da simplificação de 
processos e da redução das filas e dos tempos de espera em órgãos públicos, é um dos princípios 
norteadores da nova gestão pública. 
 
Gabarito: 1B 2E 3E 4E 5D 6E 7E 8C 9B 10D 11C 12C 13C 14C 15E 16B 17E 18C 19E 20E 21E 
22E 23C 
 
 
 
 
 
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1.9 QUESTÕES COMENTADAS 
 
1.(ESAF/EPPGG2005) - A descentralização foi tema presente nas reformas britânica e norte- 
americana, que buscaram estruturar um modelo pós-burocrático de administração pública. Julgue 
as sentenças relativas aos objetivos da descentralização nos diferentes modelos. 
I. O objetivo da descentralização no public service orientation estava em estabelecer uma 
interface entre os cidadãos e a administração pública de modo a fazer valer os direitos 
democráticos de participação, eqüidade e justiça. 
II. O consumerism fazia uso da descentralização não só administrativa, mas também política, que 
tinha entre seus objetivos a delegação de autoridade, para aproximar os usuários dos serviços 
públicos de modo a facilitar sua fiscalização. 
III. A descentralização não fazia parte do escopo de reforma do gerencialismo puro, visto que sua 
principal preocupação estava na diminuição de custos do setor público e, sendo a 
descentralização um processo dispendioso, não foi utilizada nesse modelo. 
IV. A tradição de descentralização em estados federativos, nos EUA, favoreceu a implementação 
do managerialism, resultando em um sucesso maior que no governo centralizado de Margareth 
Thatcher, na Grã- Bretanha. 
Estão corretas: 
a) As afirmativas I, III e IV. 
b) As afirmativas I e II. 
c) As afirmativas I e IV. 
d) As afirmativas II e IV. 
e) As afirmativas III e IV. 
 
Resolução: Abrucio afirma que o objeto que gerou a corrente do PSO foi ―criado‖ a problemática 
da descentralização. O argumento de Hambleton resume a posição do PSO com relação à 
descentralização. ―A justificativa central para defender o governo local não é que ele é um bom 
meio para prover os serviços (públicos) necessários, o que de fato ele é, mas que ele (o governo 
local) torna os cidadãos capazes de participar das decisões que afetam suas vidas e de suas 
comunidades‖. Portanto, o PSO defende as virtudes políticas da descentralização. No modelo 
gerencial puro, a descentralização era valorizada como meio de tornar mais eficazes as políticas 
públicas. Já no consumerism, o processo de descentralização era saudável na medida em 
que ele aproximava o centro de decisões dos serviços públicos dos consumidores, 
pensados como indivíduos que têm o direito de escolher os equipamentos sociais que lhes 
oferecer melhor qualidade. O ponto que aqui distingue o PSO das outras correntes é o conceito de 
cidadão. O Public Service Orientation tem como uma de suas idéias chave a conjugação entre a 
accountabilitye o binômio justiça/eqüidade. Para tanto, é preciso que no processo de 
aprendizado social na esfera pública se consiga criar uma nova cultura cívica, que congregue 
políticos, funcionários e cidadãos. Desta forma, a sentença I está correta. 
No Consumerism, a estratégia voltada à satisfação dos consumidores é reforçada pelo 
governo britânico através da adoção de três medidas que fazem parte de uma estratégia para 
tornar o poder público mais leve, ágil e competitivo, desmontando assim o antigo modelo 
burocrático.Tem ocorrido uma significativa delegação de autoridade, partindo do princípio de 
quanto mais próximo estiver o serviço público do consumidor, mais fiscalizado pela 
população ele o será. A sentença II está correta. 
Desde o início do gerencialismo inglês, com o managerialism, a descentralização era 
uma diretriz importante. Seu objetivo precípuo foi aumentar a autonomia das agências e dos 
departamentos. É importante notar que a descentralização era concebida a partir de uma 
 
 
 
 
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definição clara dos objetivos de cada agência, os quais deveriam ser cumpridos sob a vigilância e 
controle do Poder Central. Logo, a descentralização fazia parte do escopo de reforma do 
gerencialismo puro, mesmo sendo sua principal preocupação a diminuição de custos do setor 
público. A sentença III está errada. 
O gerencialismo puro fracassou nos Estados Unidos, onde os obstáculos existentes 
no âmbito do Congresso, por um lado, e os erros da estratégia de negociação, por outro, teriam 
sido as causas responsáveis pelo malogro da implementação do modelo gerencial puro naquele 
país. A sentença IV está errada. 
Gabarito: B 
 
 
 
2.(ESAF/EPPGG2005) - Entre os dilemas do modelo pós-burocrático, marque com (V) a assertiva 
verdadeira e com (F) a assertiva falsa e ao final assinale a opção correta. 
( ) A relação entre a lógica fiscal e a lógica gerencial pode ser conflitante, visto que existe um 
trade off entre autonomia gerencial, exercida por mecanismos contratuais, e o controle fiscal rígido 
que inibe a administração por objetivos. 
( ) A descentralização, apesar de possibilitar a melhora da democratização e da eficiência do 
sistema, pode agravar as diferenças regionais produzindo uma segregação entre regiões pobres e 
ricas, prejudicando a eqüidade dos serviços públicos. 
( ) A separação entre formulação de políticas públicas e sua implementação pode prejudicar o 
accountability, pois fica mais difícil identificar o responsável pela prestação global dos serviços 
públicos. Indique a alternativa correta. 
a) V, F, V 
b) F, V, V 
c) V, V, F 
d) F, F, V 
e) V, V, V 
 
Resolução: Trade off é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. 
Ele se caracteriza em uma ação econômica que visa à resolução de problema mas acarreta outro, 
obrigando uma escolha. Ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se 
obter outro bem ou serviço distinto. Ou seja, é uma relação entre duas variáveis em que 
necessariamente para uma aumentar, a outra deverá diminuir. É o caso da primeira afirmativa 
que, no modelo pós-burocrático ou gerencial, opõe a questão fiscal (com rígido controle sobre 
procedimentos, no caso o orçamento) e a questão gerencial (com a questão da autonomia de 
recursos). Desta forma, a primeira sentença está correta. 
A descentralização pode agravar as diferenças regionais devido ao fato de que 
somente os Estados e Municípios com economia forte é que arrecadam o suficiente para 
exercerem, de fato, as competências repassadas pela Constituição de 1988. Vimos, na aula 2, o 
problema na área de educação no Nordeste, onde fica somente para os pobres municípios do 
interior a gestão das escolas, a qual eles não possuem a mínima condição para tal. Desta forma, a 
educação nesses lugares fica comprometida. Tal fato não ocorre no Sul e em grande parte do 
Sudeste do Brasil, onde os Estados participam e contribuem no processo, além dos próprios 
Municípios terem mais condições de investir. Isso, levando também em consideração as demais 
áreas, como saúde, habitação, saneamento básico, etc, contribui para um agravamento das 
desigualdades regionais. Logo, a segunda afirmação também está correta. 
A terceira afirmação está correta também, à medida que se separa a formulação da 
implementação, fica mais difícil identificar o responsável por uma determinada política e 
responsabilizá-lo por eventual descumprimento de metas. O que implementa pode jogar a culpa 
 
 
 
 
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no que formulou, e vice-versa. Há a diluição da responsabilidade, o que dificulta a accountability. 
Gabarito: E 
 
3.(ESAF/EPPGG2005) - Com relação às mudanças no papel do Estado, apresentadas no Plano 
Diretor para a reforma do aparelho do Estado, de 1995, classifique as opções a seguir em 
Verdadeiras (V) ou Falsas (F). 
( ) Na reforma, a redefinição do papel do Estado adquiriu importância decisiva diante de sua forte 
presença na economia internacional e de sua impossibilidade de atender com eficiência à 
sobrecarga de demandas a ele dirigidas, sobretudo na área econômica. 
( ) A reforma devia ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel do Estado, que deixa 
de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela via da produção de 
bens e serviços, transferindo para o setor privado as atividades que podem ser controladas pelo 
mercado. 
( ) Na reforma, o Estado delegou ao setor privado seu papel de executor ou regulador direto de 
serviços, mantendo-se entretanto como provedor ou promotor desses, principalmente dos serviços 
sociais – essenciais para o desenvolvimento, para a democracia e para uma distribuição de renda 
mais justa. 
( ) A reforma buscou o fortalecimento das funções de coordenação e prestação de serviços pelo 
Estado, particularmente no nível federal, e a progressiva desconcentração vertical das funções 
executivas no campo da prestação de serviços sociais e de infra-estrutura. 
 
Assinale a opção correta. 
a) F, F, F, V 
b) V, F, V, F 
c) V, V, V, F 
d) V, F, V, V 
e) F, V, F, F 
 
Resolução. Na época da reforma do Estado, diante da realidade do Estado contemporâneo, 
pressionado pela globalização e pelas mudanças tecnológicas, com menos poder e recursos, não 
se pode afirmar que este esteja com forte papel na economia internacional e sim as grandes 
empresas transnacionais. A impossibilidade do Estado de atender às demandas está, 
principalmente, na área social. A primeira sentença está errada. 
Um dos fatores que ocasionou a chamada crise do Estado foi o seu crescimento brutal 
no setor de bens e serviços para o mercado e sua incapacidade de ser eficiente nesse setor. 
Logo, havia a necessidade de transferir tais atividades para o mercado e também fazer parcerias 
com as organizações públicas não-estatais na área social, tendo em vista que estas também 
teriam melhores condições do que o Estado para prestarem serviços públicos. A sentença está 
correta. 
A forma correta seria ―Na reforma, o Estado delegou ao setor privado seu papel de 
executor ou provedor direto de serviços, mantendo-se entretanto como regulador ou promotor 
desses‖. O Estado transfere aos concessionários ou a organizações públicas não-estatais a 
execução dos serviços e atua como regulador e fomentador dos diversos setores. No PDRAE está 
assim escrito: ―A reforma do Estado deve ser entendidadentro do contexto da redefinição do 
papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social 
pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador 
desse desenvolvimento‖. A sentença está errada. 
A reforma buscou, inclusive a descentralização para o setor público não-estatal da 
execução de serviços que não envolvem o exercício do poder de Estado, mas devem ser 
 
 
 
 
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subsidiados pelo Estado, como é o caso dos serviços de educação, saúde, cultura e pesquisa 
científica, chamando a esse processo de ―publicização‖. Parágrafo retirado direto do PDRAE: 
―Nesta nova perspectiva, busca-se o fortalecimento das funções de regulação e de coordenação 
do Estado (e não de prestação de serviços!), particularmente no nível federal, e a progressiva 
descentralização (e não desconcentração!) vertical, para os níveis estadual e municipal, das 
funções executivas no campo da prestação de serviços sociais e de infra-estrutura‖. A sentença 
está errada. 
Gabarito: E 
 
4.(ESAF/EPPGG2003) - A nova gestão pública tem-se configurado em função dos processos de 
globalização da economia e de democratização nos países em desenvolvimento. Assinale a 
opção que apresenta corretamente as tendências desse modelo. 
a) Constituição de fundações de caráter privado e autarquias. 
b) Centralização das decisões de políticas públicas no Poder Judiciário. 
c) Funcionários voltados para o atendimento de demandas clientelistas. 
d) Orçamento público e plano plurianual estabelecidos pelos três poderes do Estado. 
e) Constituição de agências executivas e de regulação. 
 
Resolução: A instituição de agências reguladoras é vista no quadro de uma importante mudança 
estrutural, a Nova Gestão Pública, na qual a desestatização e a flexibilização da gestão pública 
são apontadas como componentes principais. Regulação é intervenção, é restrição pelo poder 
público da escolha baseada em interesses particulares. Tem a ver com o estabelecimento das 
regras do jogo e, portanto, é uma função do Estado. Está no PDRAE: ‖A propriedade estatal só se 
justifica quando não existem capitais privados disponíveis - o que não é mais o caso no Brasil - ou 
então quando existe um monopólio natural. Mesmo neste caso, entretanto, a gestão privada 
tenderá a ser a mais adequada, desde que acompanhada por um seguro sistema de regulação‖. A 
privatização, uma das formas do Estado economizar em pessoal, transferindo a propriedade de 
empresas estatais exploradoras de atividade econômica para o mercado, exige a instituição de 
entes reguladores, com o objetivo de evitar a constituição de monopólios e garantir a qualidade 
dos serviços prestados, tarifas módicas e o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos. 
Continuando a análise do PDRAE: ―Reformar o aparelho do Estado significa tornar 
muito mais eficientes as atividades exclusivas de Estado, através da transformação das 
autarquias em ―agências autônomas‖, as quais vieram a se chamar agências executivas‖. 
São erros das demais alternativas: a constituição de fundações de caráter privado e 
autarquias é característica do Decreto-Lei 200/67 que, apesar de possuir a descentralização como 
princípio básico gerencial, não pertence ao movimento Nova Gestão Pública, que seria 
inaugurado, na Inglaterra, em 1979. A alternativa B é uma asneira tão grande que não cabe nem 
comentários. Possuir funcionários voltados para atender a demandas clientelistas têm a ver com a 
administração pública patrimonialista e não com a nova gestão pública. Planejamento já é uma 
função administrativa importante desde a época de Fayol, PPA é característico do Brasil pós- 
Constituição de 1988 e orçamento público vem desde o primeiro governo Vargas. Não têm relação 
direta com a Nova Gestão Pública. 
Gabarito: E 
 
5.(ESAF/EPPGG2003) - Diante dos crescentes desafios decorrentes da crise fiscal, aumento das 
demandas sociais e a necessidade da retomada do crescimento, a administração pública vê-se 
obrigada a aperfeiçoar a sua organização para estar à altura de seus objetivos de políticas 
públicas. Assinale a opção que identifica corretamente os contornos da nova administração 
pública. 
 
 
 
 
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a) Centralização do ponto de vista político, descentralização administrativa e administração 
voltada para o atendimento ao cidadão. 
b) Descentralização do ponto de vista político, centralização administrativa e administração 
voltada para o atendimento ao cidadão. 
c) Descentralização do ponto de vista político, descentralização administrativa e administração 
auto-referida. 
d) Descentralização do ponto de vista político, descentralização administrativa e administração 
voltada para o atendimento ao cidadão. 
e) Centralização do ponto de vista político, descentralização administrativa e controle rígido passo a 
passo. 
 
Resolução: O controle procedimental rígido e a administração auto-referida são características de 
uma administração pública burocrática. A reforma gerencial está sempre atenta quanto às 
possibilidades de descentralização, visando dotar o Estado de uma estrutura organizacional 
moderna e ágil e permeável à participação popular, tanto no campo político (transferindo 
atividades para Estados e Municípios) como no administrativo (passando a execução para a 
iniciativa privada, organizações públicas não-estatais e dando maior autonomia para as autarquias 
– qualificando-as como agências executivas). 
Gabarito: D 
 
 
 
6.(ESAF/EPPGG2002) - Indique, nas opções abaixo, a relação entre o enfoque gerencial da 
administração pública e as chamadas idéias neoliberais. 
a) O enfoque gerencial foi criado pela equipe do governo Thatcher em 1979, como forma de 
diminuir o tamanho do Estado na economia e reverter o processo de decadência econômica do 
país. 
b) Ambas as abordagens defendem a idéia do Estado mínimo, com o governo atuando apenas no 
chamado ―núcleo estratégico‖. Como instrumento para realização deste objetivo é preciso definir 
processos e recompensar o mérito dos funcionários. 
c) Não existe relação direta entre estes dois enfoques, apenas uma coincidência em sua aplicação 
ao longo do tempo. 
d) Ambas as abordagens defendem a necessidade de servidores competentes, bem treinados e 
bem pagos, com o dever de servir o cidadão. 
e) A administração pública gerencial é freqüentemente identificada com as idéias neoliberais 
porque as técnicas de gerenciamento são quase sempre introduzidas ao mesmo tempo em que se 
realiza um ajuste estrutural para combater o déficit fiscal. 
 
Resolução: 
A resposta à situação de crise econômica e de ―governabilidade‖, que veio a tornar-se hegemônica 
nos anos 80, foi o neoliberalismo. Em sua versão pura, o neoliberalismo propunha o 
―Estado mínimo‖, ou seja, a limitação da ação estatal à garantia das condições para que os agentes 
privados pudessem estabelecer contratos. Toda outra intervenção do Estado, na provisão de bens e 
serviços ou na regulação do mercado, era vista como perniciosa à prosperidade. A 
―mão invisível‖ do mercado era tida como muito mais eficiente que as ações planejadas e 
executadas pelo Estado. 
O ideário neoliberal, ainda que jamais na sua forma pura, conquistou, nas décadas de 80 e 90, os 
governos de grande número de países. Puseram-se, então, em prática políticas visando a 
―redução‖ do Estado. A privatização de empresas e serviços públicos e a desregulamentaçãodos 
mercados deram a tônica dessas políticas. O Estado de Bem-Estar Social, como promotor da 
 
 
 
 
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redistribuição de renda, sofreu fortes reveses. Ocorreram também diversos processos de reforma 
da administração pública, buscando modificar o antigo modelo burocrático. 
 
Nisso é que os dois modelos interagem: as novas técnicas de gerenciamento características do 
setor privado, tais como foco no cliente e no resultado, descentralização, maior autonomia para o 
gestor público e controle a posteriori são quase sempre introduzidas ao mesmo tempo em que o 
governo toma providências no sentido do corte de gastos. A alternativa E está correta. 
 
O enfoque gerencial já existia antes do governo de Margareth Thatcher, tendo em vista o 
movimento ―liberation management‖, que propugnava, já na década de 60 do século passado, as 
idéias de delegação de competências, empowerment e descentralização administrativa, que foram 
incorporados no DL 200/67. Todavia, a primeira-ministra inglesa adotou o ideário neoliberal para 
conduzir sua reforma administrativa, principalmente na primeira fase, o do managerialism, cuja 
preocupação era aumentar a eficiência dos órgãos governamentais e reduzir os gastos do 
governo. A alternativa A está errada. 
 
O enfoque gerencial não defende o Estado Mínimo da mesma forma que o neoliberalismo, tendo 
em vista que sabe que sua presença nos setores de prestação de serviços públicos livres e nos 
setores de atividade econômica naturalmente monopolistas, como regulador e fomentador, é 
imprescindível. Já para o Neoliberalismo, qualquer intervenção do Estado, além de suas funções 
típicas, é tida como perniciosa. A alternativa B está errada. 
Todavia, há uma relação clara entre o enfoque gerencial e o neoliberalismo, conforme 
demonstrado na alternativa E e nos parágrafos acima. A alternativa C está errada. 
 
Somente o enfoque gerencial defende a necessidade de servidores competentes, bem treinados e 
bem pagos, com o dever de servir o cidadão. A alternativa D está errada. 
Gabarito: E 
 
7. (ESAF/EPPGG2002) - O governo da Grã-Bretanha, eleito em 1979, estava determinado a 
mudar o modo de funcionamento do serviço público, diminuindo a intervenção do Estado na 
economia, aumentando a eficiência do mesmo. A seguir são listadas algumas características e 
princípios das reformas administrativas na Grã-Bretanha: 
I. Criação de novos sistemas de informação, dando ênfase ao lado financeiro do controle 
administrativo. 
II. Retorno ao Estado dos serviços mal gerenciados pelo setor privado, com o propósito de 
aumentar a eficiência geral da economia. 
III. Implementação de um sistema de orçamentos por delegação em todos os ministérios. 
IV. Fim das colônias imperiais. 
V. Terceirização dos serviços de saúde. 
VI. Redução do número de funcionários da administração central de 700 mil para 600 mil. 
VII. Fim do serviço militar obrigatório. 
Indique a opção na qual todas as sentenças indicadas estão corretas. 
a) III e VII 
b) II, VI e VII 
c) I, VI e VII 
d) II e III 
e) I, III, V e VI 
 
Resolução: O candidato não precisaria ter lido especificamente sobre as providências adotadas 
 
 
 
 
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pela reforma gerencial na Inglaterra para acertar esta questão. Analisando as opções II e IV, 
vemos que elas são absurdas, pois o propósito da reforma não é aumentar o tamanho do Estado e 
sim diminuí-lo, o que elimina a opção II, e as colônias imperiais inglesas nada tem a ver com o 
assunto, tendo a maioria delas ficado independente muito antes de 1979. Inclusive tal opção não 
estava nem relacionada nas alternativas. A II eliminou as alternativas B e D. 
O desenvolvimento de sistemas de informação foi um acontecimento mundial, tanto no 
setor público como no privado, a partir dos anos 1980. E como o managerialism tem como 
principal característica a redução dos gastos do governo, é lógico que os sistemas desenvolvidos 
dariam ênfase ao lado financeiro do controle administrativo. A opção I está correta. Isto eliminou a 
alternativa A. 
O candidato ficaria, então, entre as alternativas C e E. Bastaria comparar entre a 
redução de funcionários da administração central aliado à terceirização dos serviços de saúde e o 
fim do serviço militar obrigatório. A descentralização administrativa e o corte de gastos adotado no 
managerialism efetivamente reduziu o número de funcionários. 
O programa ―Next Step‖ ou ―Próximo Passo‖ foi o responsável pela instituição das 
Agências Executivas, separadas do núcleo formulador de políticas e administradas por contratos 
de gestão. Nesse período, foi intensificada a desconcentração e a instituição de mecanismos de 
mercado no setor público, principalmente na área da saúde, a partir da separação entre ―compra‖ e 
prestação de serviços. Estes últimos permaneceram gratuitos e regulados por contratos, com 
substituição da relação hierárquica pela relação contratual. 
Gabarito: E 
 
8.(ESAF/APO2005) - Segundo Abrúcio (1998), entre os fatores que ajudaram a desencadear a 
crise do Estado, indique a opção incorreta. 
a) As duas crises do petróleo, em 1973 e 1979, contribuíram para a diminuição do ritmo do 
crescimento econômico, colocando em xeque o modelo de intervenção estatal até então vigente. b) 
A crise fiscal dos tax payers, que não enxergavam uma relação direta entre o acréscimo de 
recursos governamentais e a melhoria dos serviços públicos, fez diminuir ainda mais a 
arrecadação. 
c) Denúncias de corrupção envolvendo funcionários públicos de países centrais geraram um 
movimento, por parte dos movimentos sociais organizados, contrário à continuidade do modelo de 
Bem-estar. 
d) A globalização enfraqueceu os Estados nacionais no que tange ao controle dos fluxos 
financeiros e comerciais, mitigando em grande parte sua capacidade de ditar suas políticas 
macroeconômicas. 
e) A incapacidade do governo de responder às demandas sociais crescentes durante esse 
período gerou, segundo alguns cientistas políticos, uma ―ingovernabilidade de sobrecarga‖. 
 
Resolução: Abrucio relata, no seu artigo ―Os avanços e os dilemas do modelo pós-burocrático: a 
reforma da administração pública à luz da experiência internacional recente‖, que: ―... Foi em 
meados da década de 70, sobretudo a partir da crise do petróleo, em 1973, que entrou em xeque o 
antigo modelo de intervenção estatal, quando uma grande crise econômica mundial pôs fim à era 
de prosperidade que se iniciara após a II Guerra Mundial‖. A alternativa A está correta. 
―... os problemas fiscais tendiam a se agravar, na medida em que se iniciava, 
sobretudo nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, uma revolta dos tax payers (contribuintes) 
contra a cobrança de mais tributos, principalmente porque não enxergavam uma relação direta 
entre o acréscimo de recursos governamentais e a melhoria dos serviços públicos‖. A alternativa B 
está correta. 
―... a globalização e todas as inovações tecnológicas que transformaram a lógica do 
 
 
 
 
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setor produtivo também afetaram o Estado. Na verdade, o enfraquecimento dos governos no que 
diz respeito ao controle dos fluxos financeiros e comerciais, somado ao aumento do poder das 
grandes multinacionais, resultou na perda de parcela significativa do poder dos Estados nacionais 
de ditar

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