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TOXICO Aula4 DrogasdeAbuso 20160330142723

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28/03/2016
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Drogas de AbusoDrogas de Abuso
Disciplina: ToxicologiaDisciplina: Toxicologia
Prof. Dra. Prof. Dra. FlavianaFlaviana R. FernandesR. Fernandes
Relembrando...
Existem fibras nervosas em que se verifica
predomínio de determinado neurotransmissor:
Sistema Neurotransmissor
Noradrenérgico norepinefrina
Colinérgico acetilcolina
Dopaminérgico dopamina
Serotoninérgico serotonina
Pept. opióides endógenos encefalinas, endorfinas e 
dinorfinas
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Drogas de ação central ou Drogas de ação central ou psicotrópicaspsicotrópicas podem podem 
influenciar de modo seletivo ou generalizado influenciar de modo seletivo ou generalizado 
determinadas funções cerebrais.determinadas funções cerebrais.
Estimulam funções: Estimulantes ou excitadores
cerebrais.
Inibem funções: depressores cerebrais.
•Excitatório: aumento de atividade de sistemas 
excitatórios ou inibição de sistemas inibitórios.
•Depressores: estimulam sistemas inibitórios.
NEUROFÁRMACOS 
Interferem:
1.Síntese, armazenamento, 
recaptação intraneuronal e 
intravesicular,
2.Biotransformação e liberação 
de neurotransmissores.
Local de Atuação:
Sítios receptores
Modo de ação: 
Liga-se e mimetiza a ação 
do NT (agonistas) ou 
bloqueia o sítio 
(antagonistas).
GOLEN, 2ª Ed. Princ. Farmacol. p.79
Relembrando... A neurotransmissão
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Sinônimos: hipnóticos, sedativos, tranquilizantes menores.
Definição: drogas que causam sono e reduzem a ansiedade.
Ex: barbitúricos, benzodiazepínicos e etanol.
Fármacos: Ansiolíticos: alprozolam, diazepam, flurazepam, 
lorezepam.
Sedativos: Eszopiclona, zaleplona, zolpidem.
Ansiolíticos e sedativos
GOLEN, 2ª Ed. Princ. Farmacol. p. 148
Ácido gama-aminobutírico (GABA): 
principal neurotransmissor 
inibitório do SNC
Alguns conceitos....Antiepilépticos
Convulsão: Transtorno transitório causado por uma ativação 
desordenada e rítmica de alguns neurônios.
Epilepsia: Transtorno da função cerebral com surgimento 
periódico e imprevisível de convulsões.
Estado epiléptico: Crises convulsivas prolongadas (>30 min.)
Tipos de epilepsia
a) Idiopática (primária): causa desconhecida- trauma, 
neoplasia ou anomalia hereditária.
b) Sintomática (secundária): consequência de tumores, 
traumas, hipoglicemia, meningites, abstinência alcoolica.
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Mecanismos de ação dos anticonvulsivantes ou antiepilépticos
1. Potencialização de ação do GABA (↑ a � vidade inibitória)
2. Inibição da função dos canais para sódio e cálcio (controla a 
excitabilidade neuronal)
3. Ações antagonistas em receptores excitatórios.
Ocorrência, em um período 
de 24h, de dois ou mais 
episódios de uma atividade 
excessiva e descontrolada 
do SNC (Moreira, 2004).
Antiepilépticos
A depressão é após a hipertensão, a condição médica crônica mais 
comum na população.
1 em cada 10 pacientes apresentam depressão maior.
Transtorno depressivo maior - TDM
“Humor deprimido e/ou perda de interesse em praticamente
todas as atividades por pelo menos 2 semanas, acompanhado de
pelo menos 3 ou 4 sintomas:
üInsônia ou hipersonia
üSentimentos de desvalorização ou excesso de culpa;
üFadiga ou falta de energia;
üRedução da capacidade de pensar ou concentrar-se;
üAlteração significativa no apetite ou peso;
üRetardo ou agitação psicomotora;
üPensamentos recorrentes de morte ou suicídio.”
Alguns conceitos....Antidepressivos
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GOLEN, 2ª Ed. Princ. Farmacol. p. 192
Ação geral dos 
Antidepressivos
Sinônimo: timolépticos.
Definição: que aliviam os sintomas depressivos.
•Inibidores de armazenamento de 5HT (anfetaminas)
• Inibidores de degradação de 5HT – IMAO ( iproniazida, fenilzina) 
•Inibidores da recaptação de 5HT 
1) ATC- imipramina, clomipramina)
2) ISRS (fluoxetina, citalopram, paroxetina, sertralina)
3) IRSN (venlafaxina, duloxetina)
• Atípicos (bupropiona, mirtazapina-idosos ↑ape� te e sono)
• Agonistas 5HT
• Antagonistas 5HT
•Estabilizadores de humor
• Lítio (GOLAN, 2ª Ed.)
Antidepressivos
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Sinônimos: neurolépticos, tranquilizantes maiores, 
antiesquizofrênicos.
Definição: drogas eficazes no alívio dos sintomas da 
esquizofrenia.
Exemplos:clozapina, clorpromazina, haloperidol.
Antipsicóticos
SNA simpático e parassimpático-
DROGAS...
DROGAS ADRENÉRGICAS: 
estimulam as funções do SN 
Simpático, por ativarem 
receptores (nor)adrenérgicos.
DROGAS COLINÉRGICAS: 
estimulam a ação do SN 
Parassimp., por ativar os 
receptores colinérgicos.
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Neurotransmissão colinérgica...
Receptores colinérgicos são divididos em: 
Muscarínicos (mAChR): ligados à proteína G, presentes
em fibras pós-ganglionares parassimpáticas e algumas
simpáticas, nos gânglios autônomos e no SNC.
Nicotínicos (nAChR): canais iônicos de sinapses
excitatórias.
(GOLAN, 2ª Ed.)
DROGAS COLINÉRGICAS
Agonistas: ligam-se ao
sítio de ligação da ACh nos
receptores colinérgicos.
Antagonistas: ligam-se ao sítio agonista, bloqueando
competitivamente a estimulação do receptor pela ACh endógena ou por
agonistas do receptor de administração exógena.
Ex. relaxantes musculares durante cirurgias
Ação direta: imitam a Ach ( ésteres de 
colina e os sintéticos – carbacol, 
betanecol)
Ação indireta: ação em todos os 
receptores (muscar. e nicot.).
Reversíveis: acumula Ach na fenda
Irreversíveis: aumenta a Ach
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DROGAS ADRENÉRGICAS
(base da terapia para a hipertensão, a asma e o infarto do 
miocárdio)
Agonistas
Antagonistas
α: ↑ resistência vascular periférica- mantem ou elevam a 
PA. Ex. clonidina-hipertensão, fenilefrina-choque.
β1- ↑ FC e força de contração, ↑ DC, 
β2-relaxamento do músculo liso vascular, brônquico e 
gastrintestinal. Ex. broncoconstritor-asma, 
Metaproterenol (ALUPENTR), Terbutalina (BRYCANILR), 
Salbutamol (AEROLINR), Fenoterol (BEROTECR). 
α: vasodilatação, ↓ PA, ↓ resistência periférica.
Ex. prazosin, fentanolamina-hipertensão.
β: ↓ FC e a contratilidade do miocárdio, ↓ PA em pacientes hipertensos 
Ex. propanolol, nadolol, timolol.
REFERÊNCIAS 
1. NATIONAL INSTITUTE OF NEUROLOGICAL DISORDERS AND STROKE - PA Stroke
Study Group. The New England Journal of Medicine 1995; 333:1581-7.
2. GOLAN, D.E. Princípios de farmacologia- A base fisiopatológica da
famarcologia. 2a Ed. Ed, Guanabara Koogan.
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n Introdução: conceitos, aspectos históricos e 
epidemiológicos
n Classificação das substâncias de abuso
n Principais agentes: 
– padrões de uso, toxicidade, disposição, mecanismos 
de ação e espectro de efeitos;
– diagnóstico e tratamento das intoxicações;
– prevenção de seqüelas e novas ocorrências.
n Caso clínico
ConteúdoConteúdo
DROGAS DE ABUSODROGAS DE ABUSO
1. Identificar as principais intoxicações por drogas de 
abuso, as circunstâncias de exposição e os grupos 
etários;
2. Conhecer a disposição, os mecanismos de ação e os 
espectros de efeitos das drogas;
3. Conhecer os principais métodos de diagnóstico e 
tratamento das intoxicações;
4. Aplicar e difundir as informações adquiridas, visando 
melhorar a assistência à saúde da população e a 
prevenção das intoxicações.
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ConceitosConceitos
• Droga, fármaco e droga de abuso
• Intoxicação aguda e crônica
• Abuso de drogas e fármacos
• Potencial de abuso 
• Neuradaptação
• Tolerância
• Dependência
• Síndrome de abstinência
DROGADROGA
Origem incerta:
§ holandês antigo “droog vate” = folha seca
§ ou persa “droa” = aroma (Dicionário Larousse)
Quase todos os antigos medicamentos eram feitos à base 
de vegetais
Definição toxicológicaDefinição toxicológica
“Qualquer substância capaz de modificar a “Qualquer substância capaz de modificar a 
função dos organismos função dos organismos vivosvivos, resultando em, resultando em 
mudanças fisiológicas ou de comportamentomudanças fisiológicas ou de comportamento”.”.
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MEDICAMENTOMEDICAMENTO
Origem grega : droga, medicamentoOrigem grega : droga, medicamento
FÁRMACOFÁRMACO
“Qualquer substância ou associação de “Qualquer substância ou associação de 
substâncias contida em um produto farmacêutico, substâncias contida em um produto farmacêutico, 
empregada para modificar ou explorar sistemas empregada para modificar ou explorar sistemas 
fisiológicos ou estados patológicos em benefício fisiológicos ou estados patológicos em benefício 
do ser a que se administra” (OMS)do ser a que se administra” (OMS)
DROGAS DE ABUSODROGAS DE ABUSO
substâncias capazes substâncias capazes 
de causar dependênciade causar dependência
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FarmacodependênciaFarmacodependência
“Estado psíquico e, às vezes, físico, causado pela ação recíproca entre um 
organismo vivo e um fármaco, que se caracteriza por modificações do 
comportamento e por outras reações que compreendem sempre um impulso 
irreprimível de tomar o fármaco de forma contínua ou periódica, a fim de 
experimentar seus efeitos psíquicos e, em certos casos, evitar o mal-estar 
produzido pela sua privação” (OMS). Esta definição deve ser entendida com 
uma visão holística sobre o indivíduo, o fármaco e o contexto sócio-cultural 
onde se dá o encontro entre os dois.
Para ser diagnosticada, pelo menos três dos seguintes fatores devem estar 
presentes:
• sintomas de tolerância;
• sintomas de abstinência;
• desejo persistente ou tentativas infrutíferas de abandonar o uso;
• gasto de tempo considerável no intuito de obter a substância;
• uso da substância em grandes quantidades ou por períodos de tempo 
maiores que o desejado;
• redução na atividade social, recreativa ou profissional, devido ao uso da 
substância;
• uso continuado do fármaco, a despeito do conhecimento de suas implicações 
nocivas sociais, econômicas e à saúde.
DROGASDROGAS
CONTEXTOCONTEXTO
SÓCIOSÓCIO--CULTURALCULTURAL
INDIVÍDUOINDIVÍDUO
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Comportamento 
busca da drogaEfeitos de 
aversão à droga
Efeitos 
discriminatórios
Efeitos de 
reforço positivo
Estímulo 
condicionado ao 
efeito da droga
Mecanismos 
comportamentais
Variáveis 
moduladoras
Mecanismos 
neurais
Monoaminas Neuropeptídeos
Contexto social
Fatores genéticos
História 
comportamental
História farmacológica
Sensação de bem estar
Alívio da ansiedade
Alívio da abstinência
Melhora no desempenho
Stolerman, I. Drugs of abuse: behavioural principles, methods and terms.
Trends Pharm, v. 13, p. 170-176, 1992.
Modelo psicofarmacológico de dependência
42%
38%
7%
5%
2%
1%
5%
Depressores
Estimulantes
Canabinóides
Inalantes
Alucinógenos
Outros
Ignorado
Intoxicações por drogas de abuso Intoxicações por drogas de abuso 
segundo as classes segundo as classes -- CCI/SP, 2002CCI/SP, 2002
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14
3
24
59
108
54
20
6
0
20
40
60
80
100
120
5-9 10-14 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59
Intoxicações por drogas de abuso Intoxicações por drogas de abuso 
segundo as classes segundo as classes -- CCI/SP, 2002CCI/SP, 2002
As drogas podem ser classificadas de 
várias maneiras:
1) Quanto ao aspecto legal
são classificadas como lícitas (ex.: fumo, bebidas alcoólicas etc.) e ilícitas (ex.:
maconha, cocaína etc.). É interessante notar que esta classificação é mais cultural que
científica, pois os valores sustentados pela sociedade influem nas idéias formadas
sobre as drogas. Como exemplo, podemos citar que o uso do café no Império Russo
(séc. XVIII) era punido com a mutilação das orelhas.
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As drogas podem ser classificadas de 
várias maneiras:
2) Classificação das drogas quanto ao seu uso pela sociedade
Designer drugs ou club drugs (drogas da noite): essas drogas têm como característica 
essencial o fato de terem sido modificadas em laboratório, com o intuito de potencializar 
ou criar efeitos psicoativos ou evitar efeitos indesejáveis. Começaram a ganhar 
notoriedade nos anos oitenta, a partir de seu consumo dentro dos dance clubs e 
das raves.
Inicialmente associada exclusivamente ao ecstasy, a família das club drugs foi 
aumentando. Isso se deveu à recuperação de antigas substâncias, esquecidas ou em 
desuso, e ao surgimento de novas. As mais conhecidas em nosso meio são: LSD, GHB, 
quetamina, anfetaminas e metanfetaminas (ecstasy, DOB, etc.) e os nitritos (poppers).
Rape drugs (drogas facilitadoras de estupro): são produtos utilizados para facilitar 
qualquer tipo de atividade sexual não consentida, incluindo estupro. Sob a ação destas 
drogas, a pessoa torna-se fisicamente indefesa e não consegue lembrar o que 
aconteceu. São substâncias insípidas, inodoras e incolores, facilmente adicionadas a 
uma bebida, sem o conhecimento da vítima. Há pelo menos três tipos de rape drugs : 
GHB, flunitrazepan e quetamina. Têm sido utilizadas, também, para facilitar a prática de 
outros crimes, como o roubo. A denominação “boa noite, Cinderela” tem origem no uso 
dessas drogas para dopar vítimas em potencial de assalto ou abuso.
As drogas podem ser classificadas de 
várias maneiras:
3) Quanto ao potencial de uso nocivo
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As drogas podem ser classificadas de 
várias maneiras:
4) Quanto à sua ação sobre o sistema nervoso central
• Depressores da atividade do sistema nervoso central:
•álcool
•hipnóticos: barbitúricos, alguns benzodiazepínicos
•ansiolíticos, principalmente os benzodiazepínicos
•opiáceos e opióides, tais como morfina, heroína, codeína 
(xaropes), meperidina, fentanil, etc.
•substâncias voláteis de abuso, como solventes de colas e tintas, 
removedores, lança-perfume etc.)
As drogas podem ser classificadas de 
várias maneiras:
4) Quanto à sua ação sobre o sistema nervoso central
• Estimulantes da atividade do sistema nervoso central:
•sintéticos:
•anfetaminas e análogos- anorexígenos, metanfetamina etc.
•de origem vegetal:
•cocaína
•efedrina
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As drogas podem ser classificadas de 
várias maneiras:
4) Quanto à sua ação sobre o sistema nervoso central
• Perturbadores da atividade do sistema nervoso central:
•de origem vegetal:
•mescalina (cacto mexicano)
•THC (maconha).
•psilocibina (certos cogumelos)
•lírio (trombeteira, zabumba ou saia branca)
•de origem sintética:
•LSD-25
•ecstasy
•quetamina
•anticolinérgicos (Artane®, Bentyl®), fenilciclidina (PCP)
Estimativa mundial 2001Estimativa mundial 2001--20032003
UNODC, Annual Reports Questionnaire data, National Reports, UNODC estimates.
TODAS AS TODAS AS 
DROGASDROGAS MaconhaMaconha
Estimulantes do tipo Estimulantes do tipo 
anfetaminaanfetamina CocaínaCocaína
OpiáceosOpiáceos
USUÁRIOSUSUÁRIOS
ILÍCITASILÍCITAS
anfetaminasanfetaminas ecstasyecstasy todostodos heroínaheroína
em em 
milhõesmilhões 185185 146,2146,2 29,629,6 8,38,3 13,313,3 15,215,2 9,29,2
em % da em % da 
populaçãopopulação 3,03,0 2,32,3 0,50,5 0,10,1 0,20,2 0,20,2 0,20,2
em % da em % da 
população população 
de de 
1515--64 anos64 anos
4,74,7 3,73,7 0,70,7 0,20,2 0,30,3 0,40,4 0,20,2
Prevalência anual Prevalência anual == número de pessoas que consumiu uma droga ilícita pelo número de pessoas que consumiu uma droga ilícita pelo 
menos uma vez nos 12 meses que precederam o inquéritomenos uma vez nos 12 meses que precederam o inquérito
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SUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS DE ABUSOSUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS DE ABUSO
(INALANTES E SOLVENTES)(INALANTES E SOLVENTES)
Classificação
• Hidrocarbonetos: tolueno, xilol, benzeno, 
n-hexano, presentes em colas, tintas, 
thiners, removedores
• Cheirinho da Loló: clorofórmio e éter
• Lança-perfume: cloreto de etila Cada vez 
mais utilizado
Termo também usado para designaro 
“cheirinho da Loló” (lança, cheiro)
INALANTES E SOLVENTESINALANTES E SOLVENTES
Toxicocinética:
è Absorção: 60- 80% de clorofórmio inalado é absorvido
èDistribuição: rápida para o sangue, tecido adiposo, fígado, rins, pulmão 
e SNC; cruza a barreira placentária
è Início dos efeitos: bastante rápido (seg. a poucos min.)
èDuração dos efeitos: 15-40 min. 
O usuário repete as inalações várias vezes para prolongar os efeitos
è Excreção: Clorofórmio: principalmente como CO2 no ar exalado, o 
restante é retido no tecido adiposo. Éter: 90% pulmonar na sua forma 
inalterada; o restante é eliminado pelos rins, pele e glândulas 
sudoríparas
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Quadro clínico: 
• Irritação de pele e mucosas
• Efeitos sistêmicos agudos: semelhantes ao álcool
• Atuam preferencialmente no SNC
• Sensibilizam o músculo cardíaco às catecolaminas, podendo 
causar morte súbita por arritmia cardíaca.
INALANTES E SOLVENTESINALANTES E SOLVENTES
Quadro Agudo Dividido em 4 fases:
• Primeira Fase (excitação – fase desejada): 
euforia, perturbações auditivas e visuais, náuseas, espirros, tosse, salivação excessiva, 
rubor facial.
• Segunda Fase (depressão): 
depressão central, confusão mental, desorientação, linguagem incompreensível, visão 
turva, agitação psicomotora, cefaléia, palidez, alucinações auditivas ou visuais
• Terceira fase (depressão se aprofunda): 
redução do estado de alerta, dificuldade para falar, incoordenação motora, marcha 
vacilante, reflexos diminuídos
• Quarta Fase (depressão tardia): 
pode chegar à inconsciência, hipotensão, sonhos estranhos, convulsões
INALANTES E SOLVENTESINALANTES E SOLVENTES
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Quadro crônico
• Lesões medulares, renais, hepáticas e dos nervos periféricos
• Aplasia de medula: diminuição de glóbulos brancos e vermelhos 
(sobretudo com o uso do benzeno)
• Neuropatia periférica: n-hexano produz degeneração progressiva, 
causando transtornos de marcha ("andar de pato") e paralisia
INALANTES E SOLVENTESINALANTES E SOLVENTES
Tratamento:
è Inalação: afastar da fonte, oxigenação e ventilação mecânica, se necessárias
è Contato com pele e mucosas: lavar c/ água e sabão
è Ingestão: não induzir vômitos è risco de depressão súbita e bronco-aspiração; 
lavagem gástrica, só quando há ingestão de grandes quantidades; carvão 
ativado não é indicado
è Tratamento do coma e alterações cardiovasculares: aminas vasoativas podem 
facilitar arritmias
è Taquicardias: propranolol ou esmolol
è Monitoramento: ECG por 4-6h após a exposição
è Remoção extra-corpórea: diálise, hemoperfusão e diurese forçada não são 
eficazes
INALANTES E SOLVENTESINALANTES E SOLVENTES
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OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES
www.dea.orgwww.dea.org www.erowid.com www.erowid.com www.thesahara.netwww.thesahara.net www.mebn.orgwww.mebn.org
Classificação
1. Opiáceos naturais: derivados do ópio que não 
sofreram nenhuma modificação (ópio, pó de ópio, 
morfina, codeína)
2. Opiáceos semi-sintéticos: resultantes de 
modificações parciais das substâncias naturais (heroína)
3. Opiáceos sintéticos ou opióides: totalmente 
sintéticos, são fabricados em laboratório e tem ação 
semelhante à dos opiáceos (zipeprol, metadona, fentanil)
OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES
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ToxicocinéticaToxicocinética
• Iníco de ação: 10 minutos via venosa, 10-15 minutos após uso 
nasal (butorphanol, heroína), 30-45 minutos por via IM
• Metabolismo: essencialmente pelo fígado, criando derivados 
inativos
• Armazenamento: alguns opióides (propoxifeno, fentanyl, e 
buprenorfina) são mais liposolúveis e podem ficar armazenados 
no tecido gorduroso
• Excreção: renal
OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES
Quadro clínicoQuadro clínico
►►Tríade clássica:
miose, depressão respiratória e coma
• Hipotensão
• Hipo ou hipertermia.
• Bradicardia, edema pulmonar
• Crises epilépticas (propoxifeno)
• Morphina, meperidina, pentazocina, diphenoxilato e 
propoxifeno (pupilas médias ou midriáticas)
OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES
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Diagnóstico LaboratorialDiagnóstico Laboratorial
Cromatografia em camada delgada (CCD) positiva
TratamentoTratamento
• Descontaminação gastrintestinal, quando cabível
• Assistência respiratória e suporte hemodinâmico
• Caso depressão do sistema nervoso central e/ou 
insuficiência respiratória, utilizar naloxona
OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES
TratamentoTratamento NaloxonaNaloxona
ü Dose de ataque em adultos: 0,4 -2,0 mg IV, repetir 2 mg a 
cada 5 a 10 minutos até 10 mg, s/n.
ü Dose de ataque em crianças: 0,1 mg/Kg até 2 mg.
ü Dose de manutenção: 2/3 da dose de ataque de 1-1 h/h ou 
em infusão IV contínua (0,4-0,8 mg/h).
ü Usuários habituais de opiáceos: administrar 0,1 – 0,4 mg IV a 
cada 1-2 minutos (evitar a síndrome de abstinência )
OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES
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QUADRO CLÍNICOQUADRO CLÍNICO semelhante à uma gripe severa:semelhante à uma gripe severa:
ü Dilatação pupilar, lacrimejamento, rinorréia, espirros
ü Piloereção, bocejos, anorexia, vômitos, diarréia
ü Não causa convulsões, nem delirium
ü Início depende da ½ vida da droga:
§ Heroína - pico em 36-72h, até 7-10 dias
§ Metadona - pico em 72-96h, até 14 dias
TRATAMENTOTRATAMENTO
ü Opióide de longa duração (buprenorfina ou metadona)
com diminuição gradativa da dose
üClonidina
Síndrome de AbstinênciaSíndrome de Abstinência
OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES
ETANOLETANOL
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ETANOLETANOL
Porcentagem aproximada de etanol
•CERVEJA.......................................4-6%
•VINHO...........................................10-20%
•RUM, VODKA...............................40-50%
•UÍSQUE e CACHAÇA..................40-50%
•TEQUILA......................................40-47%
•PERFUMES..................................25-95%
•COLÔNIAS...................................40-60%
•COLUTÓRIOS..............................15-78%
•LOÇÕES PÓS-BARBA................15-80%
•PRODUTOS MEDICINAIS............0,3-70%
ETANOLETANOL
• Metanol
• H3C-OH
• Etanol
• H3C-CH2-OH
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Metanol
o Altamente tóxico,líquido incolor, chama 
incolor, muito inflamável. 
o Combustível(gera metanal),alto rendimento, 
corrosivo.(usado em carro de corrida)
o Solvente ( tintas..) 
o Se inalados,ingeridos ou absorvidos 
pela pele causa:
o Dor cabeça, náuseas, fadigas,cegueira, 
convulsão, morte.
o Etanol (limpeza, combustíveis e 
presente nas bebidas).
o Bebidas alcoólicas( água, etanol, 
açúcar, sabor, corante,etc.)
o Teor de álcool ( ºGL “graus Gay-
Lussac”)g/100mL
Etanol
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Toxicidade 
Doses tóxicas muito variáveis, dependendo:
üü Da tolerância individualDa tolerância individual
üü Do uso concomitante de outros fármacosDo uso concomitante de outros fármacos
Toxicocinética
•Absorção: 20% no estômago
80% no intestino delgado80% no intestino delgado
•Pico plasmático: em 30-90 minutos
•Atravessa a barreira hemato-encefálica e placentária
•Metabolizado pelo fígado è formação de acetaldeído
üüDesidrogenaseDesidrogenase alcoólicaalcoólica
üüCatalaseCatalase e o sistema e o sistema oxidativooxidativo mitocondrialmitocondrial
•Taxa de metabolização: 13-25 mg/dl/h, podendo chegar , em 
etilistas crônicos, a 50 mg/dl/h
ETANOLETANOL
Quadro clínico:
Depende do nível sérico e da tolerância do paciente
Alcoolemia:
è 50 a 150 mg/dl: verborragia, reflexos diminuídos, visão borrada, 
excitação ou depressão mental.
è 150 a 300 mg/dl: ataxia, confusão mental, hipoglicemia 
(principalmente em crianças), logorréia.
è 300 a 500 mg/dl: incoordenação acentuada, torpor, hipotermia, 
hipoglicemia (convulsões), distúrbios hidreletrolíticos (hiponatremia, 
hipercalcemia, hipomagnesemia, hipofosfatemia),distúrbios ácido-
básicos (acidose metabólica).
è > 500 mg/dl: coma, falência respiratória, falência circulatória, 
óbito.
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Diagnóstico Laboratorial inespecífico 
• Hemograma, ionograma, Ca, Mg
• Glicemia (hipoglicemia), uréia, creatinina
• Gasometria + pH (acidose)
• RX de tórax (verificar broncoaspiração)
• ECG (arritmias)
• Transaminases, TP, TTPA, INR
• TC de crânio em caso de associação com trauma
Diagnóstico Laboratorial específico
•Dosagem sérica de etanol e metanol: 5 ml de sangue em tubo 
com heparina, tendo o cuidado de fazer a assepsia com água e 
sabão
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ETANOL – METANOL
Cromatografia a gás
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ETANOL: diagnóstico diferencialETANOL: diagnóstico diferencial
• Outras intoxicações (metanol, polietilenoglicol, outros depressores do 
SNC, etc.), sepse, hipoglicemia, encefalopatia hepática, AVC, estado 
pós-convulsivo, TCE (quedas, espancamento), síndrome de 
abstinência
• Intoxicação por metanol è sintomas iniciais muito semelhantes 
ü náuseas, vômitos, cefaléia, tontura, sonolência.
ü melhora temporária por um período de 12 a 24 horas
ü retorno dos vômitos, com mal estar, epigastralgia, diplopia, î campos 
visuais, midríase hiporreativa, edema da papila óptica
ü evolução para agitação, acidose metabólica grave, hiperpnéia, choque, 
insuficiência renal, convulsões e coma
Etanol: tratamentoEtanol: tratamento
ü Assistência respiratória e O2, se necessário
ü Lavagem gástrica em caso de ingestão recente (30-45 min) e de 
grande quantidade
ü Carvão ativado: não é eficiente; pode ser útil no caso de associação 
com outros agentes tóxicos
ü Não induzir vômitos (risco de broncoaspiração)
ü Em crianças: prevenir hipoglicemia com SG 25% - 2 ml/kg
ü Tiamina - 100 mg/l de SF/SG ou 100 mg VO 3x/dia – previne a 
encefalopatia de Wernicke
ü Niacina - 50 mg VO 4x/dia ou 25 mg IV 2-3x/dia
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Etanol: TratamentoEtanol: Tratamento
• Hipoglicemia: glicose a 50% em IV (nunca antes da tiamina ► pode 
precipitar S. Wernicke)
•Adulto, 40 ml IV, seguidos de SG a 5% IV
•Crianças, glicose a 10% 2 mL/kg IV em 5 a 10 minutos e 6 a 8 
mL/kg/min IV para a manutenção da glicemia
• Convulsão: diazepam ou lorazepan
•Diazepan:
•Adultos: 5-10 mg IV em bolus; repetir até 30 mg se necessário
•Crianças: 0,25 a 0,4 mg/Kg/dose até 10mg/dose
•Lorazepam: 
•Adulto: 4-8 mg, no máximo
•Criança: 0,05 a 0,10 mg/kg
• Choque, desidratação e acidose: soluções isotônicas de cloreto ou 
bicarbonato de sódio
Encefalopatia de Wernicke (aguda) = deficiência de tiamina. Início 
abrupto com a tríade:
üDistúrbios oculares - nistagmo, paralisia abducente bilateral, paralisias 
oculares até a oftalmoplegia total
üAtaxia cerebelar - tronco e membros inferiores - com marcha de base ampla e 
oscilante
üConfusão mental - desorientação, sonolência, desatenção e baixa capacidade 
de resposta
üPode haver sintomas de abstinência associados
É considerada uma emergência médica com mortalidade em torno de 17%
Psicose de Korsakoff (crônica):
ü Pode aparecer gradualmente isolada ou associada ao Wernicke. Sintomas de 
falhas de memória de evocação, desorientação, falta de concentração, apatia e 
por vezes fabulação.
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• Similar à dos outros sedativos-hipnóticos.
• 12 a 72 horas após modificação do consumo (redução da 
quantidade ou freqüência)
• Com níveis mínimos de dependência:
ü náuseas
ü debilidade
ü ansiedade
ü transtornos do sono
ü tremores discretos (menos de um dia)
Etanol: síndrome de abstinênciaEtanol: síndrome de abstinência
Em grandes dependentes: 
üVômitos, astenia, sudorese, câimbras, hiperrreflexia
üTremores (máximo em 24-48 horas), ansiedade
üAlucinações visuais ("alucinação alcóolica"), crises convulsivas
Em fase mais avançada:
üAgitação psico-motora, perda da consciência
üDelírio tremens por volta do terceiro dia, com hipertermia e falência 
cardiovascular
üAuto-limitada, ocorrendo recuperação em aproximadamente 5-7 
dias, caso não ocorra óbito
üEm recém-natos: déficits neurológicos permanentes e outras 
anomalias de desenvolvimento
Etanol: síndrome de abstinênciaEtanol: síndrome de abstinência
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