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28/03/2016 1 Drogas de AbusoDrogas de Abuso Disciplina: ToxicologiaDisciplina: Toxicologia Prof. Dra. Prof. Dra. FlavianaFlaviana R. FernandesR. Fernandes Relembrando... Existem fibras nervosas em que se verifica predomínio de determinado neurotransmissor: Sistema Neurotransmissor Noradrenérgico norepinefrina Colinérgico acetilcolina Dopaminérgico dopamina Serotoninérgico serotonina Pept. opióides endógenos encefalinas, endorfinas e dinorfinas 28/03/2016 2 Drogas de ação central ou Drogas de ação central ou psicotrópicaspsicotrópicas podem podem influenciar de modo seletivo ou generalizado influenciar de modo seletivo ou generalizado determinadas funções cerebrais.determinadas funções cerebrais. Estimulam funções: Estimulantes ou excitadores cerebrais. Inibem funções: depressores cerebrais. •Excitatório: aumento de atividade de sistemas excitatórios ou inibição de sistemas inibitórios. •Depressores: estimulam sistemas inibitórios. NEUROFÁRMACOS Interferem: 1.Síntese, armazenamento, recaptação intraneuronal e intravesicular, 2.Biotransformação e liberação de neurotransmissores. Local de Atuação: Sítios receptores Modo de ação: Liga-se e mimetiza a ação do NT (agonistas) ou bloqueia o sítio (antagonistas). GOLEN, 2ª Ed. Princ. Farmacol. p.79 Relembrando... A neurotransmissão 28/03/2016 3 Sinônimos: hipnóticos, sedativos, tranquilizantes menores. Definição: drogas que causam sono e reduzem a ansiedade. Ex: barbitúricos, benzodiazepínicos e etanol. Fármacos: Ansiolíticos: alprozolam, diazepam, flurazepam, lorezepam. Sedativos: Eszopiclona, zaleplona, zolpidem. Ansiolíticos e sedativos GOLEN, 2ª Ed. Princ. Farmacol. p. 148 Ácido gama-aminobutírico (GABA): principal neurotransmissor inibitório do SNC Alguns conceitos....Antiepilépticos Convulsão: Transtorno transitório causado por uma ativação desordenada e rítmica de alguns neurônios. Epilepsia: Transtorno da função cerebral com surgimento periódico e imprevisível de convulsões. Estado epiléptico: Crises convulsivas prolongadas (>30 min.) Tipos de epilepsia a) Idiopática (primária): causa desconhecida- trauma, neoplasia ou anomalia hereditária. b) Sintomática (secundária): consequência de tumores, traumas, hipoglicemia, meningites, abstinência alcoolica. 28/03/2016 4 Mecanismos de ação dos anticonvulsivantes ou antiepilépticos 1. Potencialização de ação do GABA (↑ a � vidade inibitória) 2. Inibição da função dos canais para sódio e cálcio (controla a excitabilidade neuronal) 3. Ações antagonistas em receptores excitatórios. Ocorrência, em um período de 24h, de dois ou mais episódios de uma atividade excessiva e descontrolada do SNC (Moreira, 2004). Antiepilépticos A depressão é após a hipertensão, a condição médica crônica mais comum na população. 1 em cada 10 pacientes apresentam depressão maior. Transtorno depressivo maior - TDM “Humor deprimido e/ou perda de interesse em praticamente todas as atividades por pelo menos 2 semanas, acompanhado de pelo menos 3 ou 4 sintomas: üInsônia ou hipersonia üSentimentos de desvalorização ou excesso de culpa; üFadiga ou falta de energia; üRedução da capacidade de pensar ou concentrar-se; üAlteração significativa no apetite ou peso; üRetardo ou agitação psicomotora; üPensamentos recorrentes de morte ou suicídio.” Alguns conceitos....Antidepressivos 28/03/2016 5 GOLEN, 2ª Ed. Princ. Farmacol. p. 192 Ação geral dos Antidepressivos Sinônimo: timolépticos. Definição: que aliviam os sintomas depressivos. •Inibidores de armazenamento de 5HT (anfetaminas) • Inibidores de degradação de 5HT – IMAO ( iproniazida, fenilzina) •Inibidores da recaptação de 5HT 1) ATC- imipramina, clomipramina) 2) ISRS (fluoxetina, citalopram, paroxetina, sertralina) 3) IRSN (venlafaxina, duloxetina) • Atípicos (bupropiona, mirtazapina-idosos ↑ape� te e sono) • Agonistas 5HT • Antagonistas 5HT •Estabilizadores de humor • Lítio (GOLAN, 2ª Ed.) Antidepressivos 28/03/2016 6 Sinônimos: neurolépticos, tranquilizantes maiores, antiesquizofrênicos. Definição: drogas eficazes no alívio dos sintomas da esquizofrenia. Exemplos:clozapina, clorpromazina, haloperidol. Antipsicóticos SNA simpático e parassimpático- DROGAS... DROGAS ADRENÉRGICAS: estimulam as funções do SN Simpático, por ativarem receptores (nor)adrenérgicos. DROGAS COLINÉRGICAS: estimulam a ação do SN Parassimp., por ativar os receptores colinérgicos. 28/03/2016 7 Neurotransmissão colinérgica... Receptores colinérgicos são divididos em: Muscarínicos (mAChR): ligados à proteína G, presentes em fibras pós-ganglionares parassimpáticas e algumas simpáticas, nos gânglios autônomos e no SNC. Nicotínicos (nAChR): canais iônicos de sinapses excitatórias. (GOLAN, 2ª Ed.) DROGAS COLINÉRGICAS Agonistas: ligam-se ao sítio de ligação da ACh nos receptores colinérgicos. Antagonistas: ligam-se ao sítio agonista, bloqueando competitivamente a estimulação do receptor pela ACh endógena ou por agonistas do receptor de administração exógena. Ex. relaxantes musculares durante cirurgias Ação direta: imitam a Ach ( ésteres de colina e os sintéticos – carbacol, betanecol) Ação indireta: ação em todos os receptores (muscar. e nicot.). Reversíveis: acumula Ach na fenda Irreversíveis: aumenta a Ach 28/03/2016 8 DROGAS ADRENÉRGICAS (base da terapia para a hipertensão, a asma e o infarto do miocárdio) Agonistas Antagonistas α: ↑ resistência vascular periférica- mantem ou elevam a PA. Ex. clonidina-hipertensão, fenilefrina-choque. β1- ↑ FC e força de contração, ↑ DC, β2-relaxamento do músculo liso vascular, brônquico e gastrintestinal. Ex. broncoconstritor-asma, Metaproterenol (ALUPENTR), Terbutalina (BRYCANILR), Salbutamol (AEROLINR), Fenoterol (BEROTECR). α: vasodilatação, ↓ PA, ↓ resistência periférica. Ex. prazosin, fentanolamina-hipertensão. β: ↓ FC e a contratilidade do miocárdio, ↓ PA em pacientes hipertensos Ex. propanolol, nadolol, timolol. REFERÊNCIAS 1. NATIONAL INSTITUTE OF NEUROLOGICAL DISORDERS AND STROKE - PA Stroke Study Group. The New England Journal of Medicine 1995; 333:1581-7. 2. GOLAN, D.E. Princípios de farmacologia- A base fisiopatológica da famarcologia. 2a Ed. Ed, Guanabara Koogan. 28/03/2016 9 n Introdução: conceitos, aspectos históricos e epidemiológicos n Classificação das substâncias de abuso n Principais agentes: – padrões de uso, toxicidade, disposição, mecanismos de ação e espectro de efeitos; – diagnóstico e tratamento das intoxicações; – prevenção de seqüelas e novas ocorrências. n Caso clínico ConteúdoConteúdo DROGAS DE ABUSODROGAS DE ABUSO 1. Identificar as principais intoxicações por drogas de abuso, as circunstâncias de exposição e os grupos etários; 2. Conhecer a disposição, os mecanismos de ação e os espectros de efeitos das drogas; 3. Conhecer os principais métodos de diagnóstico e tratamento das intoxicações; 4. Aplicar e difundir as informações adquiridas, visando melhorar a assistência à saúde da população e a prevenção das intoxicações. 28/03/2016 10 ConceitosConceitos • Droga, fármaco e droga de abuso • Intoxicação aguda e crônica • Abuso de drogas e fármacos • Potencial de abuso • Neuradaptação • Tolerância • Dependência • Síndrome de abstinência DROGADROGA Origem incerta: § holandês antigo “droog vate” = folha seca § ou persa “droa” = aroma (Dicionário Larousse) Quase todos os antigos medicamentos eram feitos à base de vegetais Definição toxicológicaDefinição toxicológica “Qualquer substância capaz de modificar a “Qualquer substância capaz de modificar a função dos organismos função dos organismos vivosvivos, resultando em, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamentomudanças fisiológicas ou de comportamento”.”. 28/03/2016 11 MEDICAMENTOMEDICAMENTO Origem grega : droga, medicamentoOrigem grega : droga, medicamento FÁRMACOFÁRMACO “Qualquer substância ou associação de “Qualquer substância ou associação de substâncias contida em um produto farmacêutico, substâncias contida em um produto farmacêutico, empregada para modificar ou explorar sistemas empregada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos em benefício fisiológicos ou estados patológicos em benefício do ser a que se administra” (OMS)do ser a que se administra” (OMS) DROGAS DE ABUSODROGAS DE ABUSO substâncias capazes substâncias capazes de causar dependênciade causar dependência 28/03/2016 12 FarmacodependênciaFarmacodependência “Estado psíquico e, às vezes, físico, causado pela ação recíproca entre um organismo vivo e um fármaco, que se caracteriza por modificações do comportamento e por outras reações que compreendem sempre um impulso irreprimível de tomar o fármaco de forma contínua ou periódica, a fim de experimentar seus efeitos psíquicos e, em certos casos, evitar o mal-estar produzido pela sua privação” (OMS). Esta definição deve ser entendida com uma visão holística sobre o indivíduo, o fármaco e o contexto sócio-cultural onde se dá o encontro entre os dois. Para ser diagnosticada, pelo menos três dos seguintes fatores devem estar presentes: • sintomas de tolerância; • sintomas de abstinência; • desejo persistente ou tentativas infrutíferas de abandonar o uso; • gasto de tempo considerável no intuito de obter a substância; • uso da substância em grandes quantidades ou por períodos de tempo maiores que o desejado; • redução na atividade social, recreativa ou profissional, devido ao uso da substância; • uso continuado do fármaco, a despeito do conhecimento de suas implicações nocivas sociais, econômicas e à saúde. DROGASDROGAS CONTEXTOCONTEXTO SÓCIOSÓCIO--CULTURALCULTURAL INDIVÍDUOINDIVÍDUO 28/03/2016 13 Comportamento busca da drogaEfeitos de aversão à droga Efeitos discriminatórios Efeitos de reforço positivo Estímulo condicionado ao efeito da droga Mecanismos comportamentais Variáveis moduladoras Mecanismos neurais Monoaminas Neuropeptídeos Contexto social Fatores genéticos História comportamental História farmacológica Sensação de bem estar Alívio da ansiedade Alívio da abstinência Melhora no desempenho Stolerman, I. Drugs of abuse: behavioural principles, methods and terms. Trends Pharm, v. 13, p. 170-176, 1992. Modelo psicofarmacológico de dependência 42% 38% 7% 5% 2% 1% 5% Depressores Estimulantes Canabinóides Inalantes Alucinógenos Outros Ignorado Intoxicações por drogas de abuso Intoxicações por drogas de abuso segundo as classes segundo as classes -- CCI/SP, 2002CCI/SP, 2002 28/03/2016 14 3 24 59 108 54 20 6 0 20 40 60 80 100 120 5-9 10-14 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 Intoxicações por drogas de abuso Intoxicações por drogas de abuso segundo as classes segundo as classes -- CCI/SP, 2002CCI/SP, 2002 As drogas podem ser classificadas de várias maneiras: 1) Quanto ao aspecto legal são classificadas como lícitas (ex.: fumo, bebidas alcoólicas etc.) e ilícitas (ex.: maconha, cocaína etc.). É interessante notar que esta classificação é mais cultural que científica, pois os valores sustentados pela sociedade influem nas idéias formadas sobre as drogas. Como exemplo, podemos citar que o uso do café no Império Russo (séc. XVIII) era punido com a mutilação das orelhas. 28/03/2016 15 As drogas podem ser classificadas de várias maneiras: 2) Classificação das drogas quanto ao seu uso pela sociedade Designer drugs ou club drugs (drogas da noite): essas drogas têm como característica essencial o fato de terem sido modificadas em laboratório, com o intuito de potencializar ou criar efeitos psicoativos ou evitar efeitos indesejáveis. Começaram a ganhar notoriedade nos anos oitenta, a partir de seu consumo dentro dos dance clubs e das raves. Inicialmente associada exclusivamente ao ecstasy, a família das club drugs foi aumentando. Isso se deveu à recuperação de antigas substâncias, esquecidas ou em desuso, e ao surgimento de novas. As mais conhecidas em nosso meio são: LSD, GHB, quetamina, anfetaminas e metanfetaminas (ecstasy, DOB, etc.) e os nitritos (poppers). Rape drugs (drogas facilitadoras de estupro): são produtos utilizados para facilitar qualquer tipo de atividade sexual não consentida, incluindo estupro. Sob a ação destas drogas, a pessoa torna-se fisicamente indefesa e não consegue lembrar o que aconteceu. São substâncias insípidas, inodoras e incolores, facilmente adicionadas a uma bebida, sem o conhecimento da vítima. Há pelo menos três tipos de rape drugs : GHB, flunitrazepan e quetamina. Têm sido utilizadas, também, para facilitar a prática de outros crimes, como o roubo. A denominação “boa noite, Cinderela” tem origem no uso dessas drogas para dopar vítimas em potencial de assalto ou abuso. As drogas podem ser classificadas de várias maneiras: 3) Quanto ao potencial de uso nocivo 28/03/2016 16 As drogas podem ser classificadas de várias maneiras: 4) Quanto à sua ação sobre o sistema nervoso central • Depressores da atividade do sistema nervoso central: •álcool •hipnóticos: barbitúricos, alguns benzodiazepínicos •ansiolíticos, principalmente os benzodiazepínicos •opiáceos e opióides, tais como morfina, heroína, codeína (xaropes), meperidina, fentanil, etc. •substâncias voláteis de abuso, como solventes de colas e tintas, removedores, lança-perfume etc.) As drogas podem ser classificadas de várias maneiras: 4) Quanto à sua ação sobre o sistema nervoso central • Estimulantes da atividade do sistema nervoso central: •sintéticos: •anfetaminas e análogos- anorexígenos, metanfetamina etc. •de origem vegetal: •cocaína •efedrina 28/03/2016 17 As drogas podem ser classificadas de várias maneiras: 4) Quanto à sua ação sobre o sistema nervoso central • Perturbadores da atividade do sistema nervoso central: •de origem vegetal: •mescalina (cacto mexicano) •THC (maconha). •psilocibina (certos cogumelos) •lírio (trombeteira, zabumba ou saia branca) •de origem sintética: •LSD-25 •ecstasy •quetamina •anticolinérgicos (Artane®, Bentyl®), fenilciclidina (PCP) Estimativa mundial 2001Estimativa mundial 2001--20032003 UNODC, Annual Reports Questionnaire data, National Reports, UNODC estimates. TODAS AS TODAS AS DROGASDROGAS MaconhaMaconha Estimulantes do tipo Estimulantes do tipo anfetaminaanfetamina CocaínaCocaína OpiáceosOpiáceos USUÁRIOSUSUÁRIOS ILÍCITASILÍCITAS anfetaminasanfetaminas ecstasyecstasy todostodos heroínaheroína em em milhõesmilhões 185185 146,2146,2 29,629,6 8,38,3 13,313,3 15,215,2 9,29,2 em % da em % da populaçãopopulação 3,03,0 2,32,3 0,50,5 0,10,1 0,20,2 0,20,2 0,20,2 em % da em % da população população de de 1515--64 anos64 anos 4,74,7 3,73,7 0,70,7 0,20,2 0,30,3 0,40,4 0,20,2 Prevalência anual Prevalência anual == número de pessoas que consumiu uma droga ilícita pelo número de pessoas que consumiu uma droga ilícita pelo menos uma vez nos 12 meses que precederam o inquéritomenos uma vez nos 12 meses que precederam o inquérito 28/03/2016 18 SUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS DE ABUSOSUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS DE ABUSO (INALANTES E SOLVENTES)(INALANTES E SOLVENTES) Classificação • Hidrocarbonetos: tolueno, xilol, benzeno, n-hexano, presentes em colas, tintas, thiners, removedores • Cheirinho da Loló: clorofórmio e éter • Lança-perfume: cloreto de etila Cada vez mais utilizado Termo também usado para designaro “cheirinho da Loló” (lança, cheiro) INALANTES E SOLVENTESINALANTES E SOLVENTES Toxicocinética: è Absorção: 60- 80% de clorofórmio inalado é absorvido èDistribuição: rápida para o sangue, tecido adiposo, fígado, rins, pulmão e SNC; cruza a barreira placentária è Início dos efeitos: bastante rápido (seg. a poucos min.) èDuração dos efeitos: 15-40 min. O usuário repete as inalações várias vezes para prolongar os efeitos è Excreção: Clorofórmio: principalmente como CO2 no ar exalado, o restante é retido no tecido adiposo. Éter: 90% pulmonar na sua forma inalterada; o restante é eliminado pelos rins, pele e glândulas sudoríparas 28/03/2016 19 Quadro clínico: • Irritação de pele e mucosas • Efeitos sistêmicos agudos: semelhantes ao álcool • Atuam preferencialmente no SNC • Sensibilizam o músculo cardíaco às catecolaminas, podendo causar morte súbita por arritmia cardíaca. INALANTES E SOLVENTESINALANTES E SOLVENTES Quadro Agudo Dividido em 4 fases: • Primeira Fase (excitação – fase desejada): euforia, perturbações auditivas e visuais, náuseas, espirros, tosse, salivação excessiva, rubor facial. • Segunda Fase (depressão): depressão central, confusão mental, desorientação, linguagem incompreensível, visão turva, agitação psicomotora, cefaléia, palidez, alucinações auditivas ou visuais • Terceira fase (depressão se aprofunda): redução do estado de alerta, dificuldade para falar, incoordenação motora, marcha vacilante, reflexos diminuídos • Quarta Fase (depressão tardia): pode chegar à inconsciência, hipotensão, sonhos estranhos, convulsões INALANTES E SOLVENTESINALANTES E SOLVENTES 28/03/2016 20 Quadro crônico • Lesões medulares, renais, hepáticas e dos nervos periféricos • Aplasia de medula: diminuição de glóbulos brancos e vermelhos (sobretudo com o uso do benzeno) • Neuropatia periférica: n-hexano produz degeneração progressiva, causando transtornos de marcha ("andar de pato") e paralisia INALANTES E SOLVENTESINALANTES E SOLVENTES Tratamento: è Inalação: afastar da fonte, oxigenação e ventilação mecânica, se necessárias è Contato com pele e mucosas: lavar c/ água e sabão è Ingestão: não induzir vômitos è risco de depressão súbita e bronco-aspiração; lavagem gástrica, só quando há ingestão de grandes quantidades; carvão ativado não é indicado è Tratamento do coma e alterações cardiovasculares: aminas vasoativas podem facilitar arritmias è Taquicardias: propranolol ou esmolol è Monitoramento: ECG por 4-6h após a exposição è Remoção extra-corpórea: diálise, hemoperfusão e diurese forçada não são eficazes INALANTES E SOLVENTESINALANTES E SOLVENTES 28/03/2016 21 OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES www.dea.orgwww.dea.org www.erowid.com www.erowid.com www.thesahara.netwww.thesahara.net www.mebn.orgwww.mebn.org Classificação 1. Opiáceos naturais: derivados do ópio que não sofreram nenhuma modificação (ópio, pó de ópio, morfina, codeína) 2. Opiáceos semi-sintéticos: resultantes de modificações parciais das substâncias naturais (heroína) 3. Opiáceos sintéticos ou opióides: totalmente sintéticos, são fabricados em laboratório e tem ação semelhante à dos opiáceos (zipeprol, metadona, fentanil) OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES 28/03/2016 22 ToxicocinéticaToxicocinética • Iníco de ação: 10 minutos via venosa, 10-15 minutos após uso nasal (butorphanol, heroína), 30-45 minutos por via IM • Metabolismo: essencialmente pelo fígado, criando derivados inativos • Armazenamento: alguns opióides (propoxifeno, fentanyl, e buprenorfina) são mais liposolúveis e podem ficar armazenados no tecido gorduroso • Excreção: renal OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES Quadro clínicoQuadro clínico ►►Tríade clássica: miose, depressão respiratória e coma • Hipotensão • Hipo ou hipertermia. • Bradicardia, edema pulmonar • Crises epilépticas (propoxifeno) • Morphina, meperidina, pentazocina, diphenoxilato e propoxifeno (pupilas médias ou midriáticas) OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES 28/03/2016 23 Diagnóstico LaboratorialDiagnóstico Laboratorial Cromatografia em camada delgada (CCD) positiva TratamentoTratamento • Descontaminação gastrintestinal, quando cabível • Assistência respiratória e suporte hemodinâmico • Caso depressão do sistema nervoso central e/ou insuficiência respiratória, utilizar naloxona OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES TratamentoTratamento NaloxonaNaloxona ü Dose de ataque em adultos: 0,4 -2,0 mg IV, repetir 2 mg a cada 5 a 10 minutos até 10 mg, s/n. ü Dose de ataque em crianças: 0,1 mg/Kg até 2 mg. ü Dose de manutenção: 2/3 da dose de ataque de 1-1 h/h ou em infusão IV contínua (0,4-0,8 mg/h). ü Usuários habituais de opiáceos: administrar 0,1 – 0,4 mg IV a cada 1-2 minutos (evitar a síndrome de abstinência ) OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES 28/03/2016 24 QUADRO CLÍNICOQUADRO CLÍNICO semelhante à uma gripe severa:semelhante à uma gripe severa: ü Dilatação pupilar, lacrimejamento, rinorréia, espirros ü Piloereção, bocejos, anorexia, vômitos, diarréia ü Não causa convulsões, nem delirium ü Início depende da ½ vida da droga: § Heroína - pico em 36-72h, até 7-10 dias § Metadona - pico em 72-96h, até 14 dias TRATAMENTOTRATAMENTO ü Opióide de longa duração (buprenorfina ou metadona) com diminuição gradativa da dose üClonidina Síndrome de AbstinênciaSíndrome de Abstinência OPIÁCEOS e OPIÓIDESOPIÁCEOS e OPIÓIDES ETANOLETANOL 28/03/2016 25 ETANOLETANOL Porcentagem aproximada de etanol •CERVEJA.......................................4-6% •VINHO...........................................10-20% •RUM, VODKA...............................40-50% •UÍSQUE e CACHAÇA..................40-50% •TEQUILA......................................40-47% •PERFUMES..................................25-95% •COLÔNIAS...................................40-60% •COLUTÓRIOS..............................15-78% •LOÇÕES PÓS-BARBA................15-80% •PRODUTOS MEDICINAIS............0,3-70% ETANOLETANOL • Metanol • H3C-OH • Etanol • H3C-CH2-OH 28/03/2016 26 Metanol o Altamente tóxico,líquido incolor, chama incolor, muito inflamável. o Combustível(gera metanal),alto rendimento, corrosivo.(usado em carro de corrida) o Solvente ( tintas..) o Se inalados,ingeridos ou absorvidos pela pele causa: o Dor cabeça, náuseas, fadigas,cegueira, convulsão, morte. o Etanol (limpeza, combustíveis e presente nas bebidas). o Bebidas alcoólicas( água, etanol, açúcar, sabor, corante,etc.) o Teor de álcool ( ºGL “graus Gay- Lussac”)g/100mL Etanol 28/03/2016 27 Toxicidade Doses tóxicas muito variáveis, dependendo: üü Da tolerância individualDa tolerância individual üü Do uso concomitante de outros fármacosDo uso concomitante de outros fármacos Toxicocinética •Absorção: 20% no estômago 80% no intestino delgado80% no intestino delgado •Pico plasmático: em 30-90 minutos •Atravessa a barreira hemato-encefálica e placentária •Metabolizado pelo fígado è formação de acetaldeído üüDesidrogenaseDesidrogenase alcoólicaalcoólica üüCatalaseCatalase e o sistema e o sistema oxidativooxidativo mitocondrialmitocondrial •Taxa de metabolização: 13-25 mg/dl/h, podendo chegar , em etilistas crônicos, a 50 mg/dl/h ETANOLETANOL Quadro clínico: Depende do nível sérico e da tolerância do paciente Alcoolemia: è 50 a 150 mg/dl: verborragia, reflexos diminuídos, visão borrada, excitação ou depressão mental. è 150 a 300 mg/dl: ataxia, confusão mental, hipoglicemia (principalmente em crianças), logorréia. è 300 a 500 mg/dl: incoordenação acentuada, torpor, hipotermia, hipoglicemia (convulsões), distúrbios hidreletrolíticos (hiponatremia, hipercalcemia, hipomagnesemia, hipofosfatemia),distúrbios ácido- básicos (acidose metabólica). è > 500 mg/dl: coma, falência respiratória, falência circulatória, óbito. ETANOLETANOL 28/03/2016 28 Diagnóstico Laboratorial inespecífico • Hemograma, ionograma, Ca, Mg • Glicemia (hipoglicemia), uréia, creatinina • Gasometria + pH (acidose) • RX de tórax (verificar broncoaspiração) • ECG (arritmias) • Transaminases, TP, TTPA, INR • TC de crânio em caso de associação com trauma Diagnóstico Laboratorial específico •Dosagem sérica de etanol e metanol: 5 ml de sangue em tubo com heparina, tendo o cuidado de fazer a assepsia com água e sabão ETANOLETANOL ETANOL – METANOL Cromatografia a gás 28/03/2016 29 ETANOL: diagnóstico diferencialETANOL: diagnóstico diferencial • Outras intoxicações (metanol, polietilenoglicol, outros depressores do SNC, etc.), sepse, hipoglicemia, encefalopatia hepática, AVC, estado pós-convulsivo, TCE (quedas, espancamento), síndrome de abstinência • Intoxicação por metanol è sintomas iniciais muito semelhantes ü náuseas, vômitos, cefaléia, tontura, sonolência. ü melhora temporária por um período de 12 a 24 horas ü retorno dos vômitos, com mal estar, epigastralgia, diplopia, î campos visuais, midríase hiporreativa, edema da papila óptica ü evolução para agitação, acidose metabólica grave, hiperpnéia, choque, insuficiência renal, convulsões e coma Etanol: tratamentoEtanol: tratamento ü Assistência respiratória e O2, se necessário ü Lavagem gástrica em caso de ingestão recente (30-45 min) e de grande quantidade ü Carvão ativado: não é eficiente; pode ser útil no caso de associação com outros agentes tóxicos ü Não induzir vômitos (risco de broncoaspiração) ü Em crianças: prevenir hipoglicemia com SG 25% - 2 ml/kg ü Tiamina - 100 mg/l de SF/SG ou 100 mg VO 3x/dia – previne a encefalopatia de Wernicke ü Niacina - 50 mg VO 4x/dia ou 25 mg IV 2-3x/dia 28/03/2016 30 Etanol: TratamentoEtanol: Tratamento • Hipoglicemia: glicose a 50% em IV (nunca antes da tiamina ► pode precipitar S. Wernicke) •Adulto, 40 ml IV, seguidos de SG a 5% IV •Crianças, glicose a 10% 2 mL/kg IV em 5 a 10 minutos e 6 a 8 mL/kg/min IV para a manutenção da glicemia • Convulsão: diazepam ou lorazepan •Diazepan: •Adultos: 5-10 mg IV em bolus; repetir até 30 mg se necessário •Crianças: 0,25 a 0,4 mg/Kg/dose até 10mg/dose •Lorazepam: •Adulto: 4-8 mg, no máximo •Criança: 0,05 a 0,10 mg/kg • Choque, desidratação e acidose: soluções isotônicas de cloreto ou bicarbonato de sódio Encefalopatia de Wernicke (aguda) = deficiência de tiamina. Início abrupto com a tríade: üDistúrbios oculares - nistagmo, paralisia abducente bilateral, paralisias oculares até a oftalmoplegia total üAtaxia cerebelar - tronco e membros inferiores - com marcha de base ampla e oscilante üConfusão mental - desorientação, sonolência, desatenção e baixa capacidade de resposta üPode haver sintomas de abstinência associados É considerada uma emergência médica com mortalidade em torno de 17% Psicose de Korsakoff (crônica): ü Pode aparecer gradualmente isolada ou associada ao Wernicke. Sintomas de falhas de memória de evocação, desorientação, falta de concentração, apatia e por vezes fabulação. ETANOLETANOL 28/03/2016 31 • Similar à dos outros sedativos-hipnóticos. • 12 a 72 horas após modificação do consumo (redução da quantidade ou freqüência) • Com níveis mínimos de dependência: ü náuseas ü debilidade ü ansiedade ü transtornos do sono ü tremores discretos (menos de um dia) Etanol: síndrome de abstinênciaEtanol: síndrome de abstinência Em grandes dependentes: üVômitos, astenia, sudorese, câimbras, hiperrreflexia üTremores (máximo em 24-48 horas), ansiedade üAlucinações visuais ("alucinação alcóolica"), crises convulsivas Em fase mais avançada: üAgitação psico-motora, perda da consciência üDelírio tremens por volta do terceiro dia, com hipertermia e falência cardiovascular üAuto-limitada, ocorrendo recuperação em aproximadamente 5-7 dias, caso não ocorra óbito üEm recém-natos: déficits neurológicos permanentes e outras anomalias de desenvolvimento Etanol: síndrome de abstinênciaEtanol: síndrome de abstinência 28/03/2016 32
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