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Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 100 perguntas sobre aposentadoria por tempo de contribuição 1) O que é a aposentadoria por tempo de contribuição? É um benefício programado, de prestação continuada, de caráter vitalício, pago aos segurados do RGPS que comprovem um período mínimo de tempo de contribuição, definido em lei, bem como a carência exigida: Segurado Tempo de contribuição Homem 35 anos Mulher 30 anos Professor de ensino infantil, fundamental ou médio 30 anos Professora de ensino infantil, fundamental ou médio 25 anos Segurado do RGPS com deficiência 25, 29 ou 33 anos, a depender do grau de deficiência Segurada do RGPS com deficiência 20, 24 ou 28 anos, a depender do grau de deficiência 2) O que é tempo de contribuição? Considera-se tempo de contribuição o tempo, contado de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho (ex.: licença sem vencimentos, falta injustificada), de interrupção de exercício e de desligamento da atividade. 3) Período de interrupção de exercício de atividade é a mesma coisa que período de interrupção de contrato de trabalho? Não. Interrupção de atividade ocorre quando segurados não considerados empregados (portanto sem contrato de trabalho) param de exercer atividade remunerada. Interrupção do contrato de trabalho para o empregado ocorre nas situações em que, ainda que afastado do trabalho, seu contrato continua ativo e o trabalhador recebe Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 remuneração. Como exemplos, teríamos os seguintes períodos: férias, repouso semanal remunerado, licença gestante. 4) Períodos de interrupção do contrato de trabalho contam como tempo de contribuição? Sim, períodos de interrupção do contrato de trabalho são contados como tempo de contribuição. O trabalhador continua, inclusive, a contribuir durante esses períodos. 5) Períodos de suspensão do contrato de trabalho contam como tempo de contribuição? Não, pois o empregado está afastado do trabalho, sem remuneração nem contribuição. 6) Períodos de interrupção de atividade do contribuinte individual contam como tempo de contribuição? Não, pois o indivíduo não exerce atividade laboral remunerada, nem contribui. 7) Quando um contribuinte individual interrompe suas contribuições, considera-se que ele está em débito? Sim, a não ser que ele comprove a interrupção ou o encerramento de sua atividade remunerada. 8) Como o contribuinte individual comprova a interrupção ou o encerramento de sua atividade remunerada? A comprovação da interrupção ou encerramento da atividade do contribuinte individual, no caso dos segurados que exercem atividade urbana por conta própria ou que prestam serviços de caráter eventual a empresas, será feita mediante declaração, ainda que extemporânea. Para os demais contribuintes individuais, a comprovação da interrupção ou do encerramento da atividade será feita com base em distrato social, alteração contratual ou documento equivalente emitido por junta comercial, secretaria federal, estadual, distrital ou municipal ou por outros órgãos oficiais, ou outra forma admitida pelo INSS. Cabe ao contribuinte individual comprovar a interrupção ou o encerramento da atividade pela qual vinha contribuindo, sob pena de ser considerado em débito no período sem contribuição. 9) Todos os segurados da Previdência Social têm direito à aposentadoria por tempo de contribuição? Todos os segurados, exceto: segurados especiais e Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 contribuintes individuais por conta própria, microempreendedor individual – MEI e facultativos que optaram pela exclusão do direito a esse benefício (plano simplificado de previdência social ou inclusão previdenciária). Tem direito à aposentadoria por tempo de contribuição Não tem direito à aposentadoria por tempo de contribuição Empregado, avulso, empregado doméstico, contribuinte individual e facultativo. Contribuinte individual (por conta própria e MEI) e facultativo que optam pela exclusão do direito à aposentadoria por tempo de contribuição. Segurado especial que contribua facultativamente Segurado especial 10) Além das situações apontadas na questão anterior, existe alguma categoria de segurado que não tenha direito à aposentadoria por tempo de contribuição? Não, desde que comprovem o tempo de contribuição exigido (por exemplo: 35 anos, se homem, e, 30 anos, se mulher) e a carência, os segurados terão direito ao benefício, não importando se enquadrados na categoria de empregado, avulso, empregado doméstico, contribuinte individual ou facultativo. 11) O segurado especial pode se aposentar por tempo de contribuição uma vez que contribua sobre a receita da comercialização da produção rural e do artesanato rural, bem como sobre a receita originada da atividade de turismo rural? Tanto nos casos em que o segurado especial comprova somente o exercício de atividade rural (por 180 meses), como nas situações em que ele contribui sobre a receita da comercialização da produção rural (do artesanato rural, do turismo rural), ele somente se aposenta por idade com um salário mínimo, não tendo direito à aposentadoria por tempo de contribuição. 12) É previsto na legislação algum mecanismo que permita ao segurado especial se aposentar por tempo de contribuição? O segurado especial, para se aposentar por tempo de contribuição, pode contribuir facultativamente, durante 30 (mulher) ou 35 anos (homem), com 20% sobre o salário-de- contribuição (valor por ele declarado entre o salário-mínimo e o teto). Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 Sem essa contribuição, o segurado especial não se aposenta por tempo de contribuição, mas somente por idade (valor de um salário mínimo). Tem direito à aposentadoria por tempo de contribuição Não tem direito à aposentadoria por tempo de contribuição Segurado especial que contribua facultativamente Segurado especial 13) Contribuintes individuais e facultativos somente tem direito à aposentadoria por idade? Não. Os contribuintes individuais e os segurados facultativos têm direito também à aposentadoria por tempo de contribuição desde que contribuam com 20% sobre seu salário-de- contribuição. Para os contribuintes individuais que prestam serviços à empresa, sua contribuição é reduzida de 20% para 11%, mas ele continua tendo direito a se aposentar por tempo de contribuição. Nesse caso, contribuem a empresa contratante (com 20% ou outra contribuição que substitua esse percentual) e o contribuinte individual prestador dos serviços. 14) Que contribuintes individuais não tem direito à aposentadoria por tempo de contribuição, mas somente à aposentadoria por idade? O contribuinte individual de baixa renda, que exerce atividade por conta própria, o qual optou pela exclusão do direito à aposentadoria por tempo de contribuição, recolhendo uma contribuição reduzida, de 11% sobre o salário mínimo, não se aposenta por tempo de contribuição, mas somente por idade (valor de um salário mínimo). O Microempreendedor Individual – MEI, também enquadrado na categoria de contribuinte individual, recolhe 5% sobre um salário mínimo, a título de contribuição previdenciária. Assim fazendo, também está optando pela exclusão da aposentadoria por tempo de contribuição, tendo direito à aposentadoria por idade no valor de um salário mínimo. 15) Que facultativos não têm direito à aposentadoria por tempo de contribuição,mas somente à aposentadoria por idade? O facultativo, de baixa renda, que optou pela exclusão do direito à aposentadoria por tempo de contribuição, recolhendo uma contribuição reduzida, de 11% ou 5% sobre o salário Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 mínimo, não se aposenta por tempo de contribuição, mas somente por idade (valor de um salário mínimo). Para os facultativos em geral, que abram mão da aposentadoria por tempo de contribuição, está prevista a contribuição de 11% sobre o salário-mínimo. Para o segurado facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência (dona ou dono de casa), desde que pertencente à família de baixa renda (até dois salários mínimos de renda familiar mensal), inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico, é possível recolher a contribuição de 5% sobre o salário-mínimo. Assim fazendo, esse facultativo somente se aposentará por idade com um salário mínimo. 16) Contribuintes individuais e facultativos que optaram pela exclusão do direito à aposentadoria por tempo de contribuição, recolhendo contribuição reduzida de 11% ou 5%, tem direito somente à aposentadoria por idade? Não, esses segurados também têm direito aos seguintes benefícios, no valor de um salário mínimo: auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e salário-maternidade. Além disso, seus dependentes têm direito à pensão por morte e a auxílio-reclusão, no valor de um salário mínimo. 17) Quais as outras formas de referenciar a opção do segurado pela exclusão do direito à aposentadoria por tempo de contribuição? Esse mecanismo é denominado de plano simplificado de previdência social ou de inclusão previdenciária. 18) E se um segurado recolher a contribuição reduzida de 11% ou 5% e, posteriormente, se “arrepender” e quiser se aposentar por tempo de contribuição, o que deve fazer? Ele deverá complementar a contribuição relativa a cada mês em que houve recolhimento de contribuição de 11% ou de 5% sobre o salário mínimo, acrescida de juros de mora. Assim: Contribuição originalmente recolhida Complementação 11% x salário-mínimo (9% x salário-mínimo) + juros 5% x salário-mínimo (15% x salário-mínimo) + juros Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 19) Caso um estudante que vinha recolhendo 11% do salário mínimo durante dois anos, na condição de facultativo, seja aprovado num concurso público, passando a ocupar cargo efetivo, é possível contar como tempo de contribuição esse período de dois anos? Não, o período de pagamento de contribuição reduzida (seja 11% ou 5%), no sistema de inclusão previdenciária, não pode ser contado como tempo de contribuição. Se ele reivindicar junto ao INSS uma Certidão de Tempo de Contribuição referente a esses dois anos, seu pedido será indeferido. A única forma de esse estudante contar os dois anos de contribuição e de obter Certidão de Tempo de Contribuição com inclusão desse período, é complementando as contribuições, mês a mês, acrescidas de juros. Ou seja, aqui será feita a mesma complementação da questão anterior: Contribuição originalmente recolhida Complementação 11% x salário-mínimo (9% x salário-mínimo) + juros 20) Existe carência para a aposentadoria por tempo de contribuição? Sim, a aposentadoria por tempo de contribuição exige carência de 180 contribuições. Para segurados que completaram o tempo de contribuição legalmente exigido até dezembro de 2010, é exigida uma carência de transição. Por exemplo: Ano do implemento da condição Carência exigida 2010 174 contribuições 2009 168 contribuições 2008 162 contribuições 2007 156 contribuições ... ... Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 21) Por que, para obter um benefício que exige um quantitativo muito maior de contribuições (30 anos, 35 anos, etc.), é necessário comprovar uma carência de 180 contribuições (15 anos)? Quem tem 30 ou 35 anos de contribuição sempre vai ter 180 contribuições e portanto, a carência cumprida? Nem sempre quem tem tempo de contribuição suficiente para se aposentar, cumpriu a carência, pois, em alguns casos a contagem é feita de forma diferente. Por exemplo, uma senhora que exerce atividade por conta própria somente se inscreveu como contribuinte individual na previdência social após 20 anos de atividade, comprovou esse período de atividade e indenizou/recolheu as contribuições relativas a esse período de 20 anos. Seguramente, terá 20 anos de tempo de contribuição. Mas todas essas contribuições recolhidas em atraso não serão contadas como carência. Para um contribuinte individual que exerce atividade por conta própria, a carência somente é contada a partir da primeira contribuição recolhida sem atraso. Essa segurada deve recolher ainda 180 contribuições para cumprir a carência exigida para se aposentar por tempo de contribuição. Após essas 180 contribuições, terá 35 anos de tempo de contribuição (mais 5 anos de contribuição do que os 30 anos legalmente exigidos), contados os 20 anos de contribuições recolhidas para o período anterior à sua inscrição mais 15 anos para cumprimento da carência de 180 contribuições. 22) Somente para o contribuinte individual que exerce atividade por conta própria, a contagem da carência pode ser diferente da contagem de tempo de contribuição? Não, em outras situações, é possível que um segurado tenha tempo de contribuição mas não a carência. Digamos que um segurado comprove os seguintes períodos de atividade/benefício/ contribuição junto ao INSS: Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 Período Contagem de tempo de contribuição Contagem da carência 2 anos de serviço militar, em 1977 e 1978 2 anos 0 14 anos de exercício comprovado de atividade rural, de 1979 até outubro de 1991 14 anos 0 12 anos como empregado de agroindústria, de novembro de 1991 até 2003 12 anos 12 anos => 12 x 12 = 144 contribuições 3 anos de percepção de auxílio- doença, a partir de 2004 3 anos 0 2 anos de contribuição na condição de segurado facultativo, em 2007 e 2008 2 anos 2 anos => 2 x 12 =24 contribuições 6 meses como empregado, em 2009 6 meses 6 meses => 6 contribuições 2 anos de percepção de auxílio- doença acidentário, em 2010 e 2011 2 anos 0 Total 35 anos e 6 meses 174 contribuições Tempo de contribuição Carência 23) Qual é o benefício atualmente existente: aposentadoria por tempo de serviço ou aposentadoria por tempo de contribuição? Aposentadoria por tempo de contribuição, a partir da Emenda Constitucional nº 20/98. 24) Ainda é possível considerar tempo de serviço como tempo de contribuição? O tempo de serviço considerado para efeito de aposentadoria e cumprido até 15 de dezembro de 1998 será contado como tempo de contribuição. Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 O artigo 4º da Emenda Constitucional nº 20/1998 assim determinou: “Observado o disposto no art. 40, § 10, da Constituição Federal, o tempo de serviço considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei discipline a matéria, será contado como tempo de contribuição.” O artigo 40, § 10, da Constituição Federal determina que “a lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício”. 25) Quais os períodos de tempo de serviço considerados ainda como tempo de contribuição? Examinando o artigo 55 da Lei nº 8.213/1991 e o artigo 60 do Regulamento da Previdência Social, você vai verificar que ainda é possível contar como tempo de contribuição algunsperíodos que são claramente “tempo de serviço”: tempo de serviço militar obrigatório ou voluntário e alternativo; tempo de serviço público federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal; tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior à competência novembro de 1991; tempo de serviço prestado à Justiça dos Estados, às serventias extrajudiciais e às escrivanias judiciais; tempo exercido na condição de aluno-aprendiz referente ao período de aprendizado profissional realizado em escola técnica. 26) Que períodos de serviço militar podem ser computados como tempo de contribuição? Tempo de serviço militar obrigatório ou voluntário e alternativo, desde que não contado para aposentadoria em nenhum outro regime de previdência social. 27) Em que situações é prestado serviço militar alternativo? Quando alegado imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter militar. 28) Que períodos de serviço público serão contados pela Regime Geral de Previdência Social? Tempo de serviço público federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, inclusive o prestado a autarquia ou a sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público, regularmente certificado na forma da Lei nº 3.841, de 15 de dezembro de 1960, desde que a respectiva certidão tenha sido requerida na entidade para a qual Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 o serviço foi prestado até 30 de setembro de 1975, véspera do início da vigência da Lei nº 6.226, de 14 de junho de 1975; e, Tempo de serviço público prestado à administração federal direta e autarquias federais, bem como às estaduais, do Distrito Federal e municipais, quando aplicada a legislação que autorizou a contagem recíproca de tempo de contribuição. 29) O que é contagem recíproca? Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. 30) Como é comprovado junto ao INSS período de vínculo como servidor público efetivo para averbar esse tempo e conta-lo como tempo de contribuição? Para fins de benefícios a serem concedidos pelo RGPS, os períodos de vínculos que corresponderem a serviços prestados na condição de servidor estatutário somente serão considerados mediante apresentação de Certidão de Tempo de Contribuição fornecida pelo órgão público competente, salvo se o órgão de vinculação do servidor não tiver instituído regime próprio de previdência social. 31) Tempo de serviço do segurado trabalhador rural sempre é considerado tempo de contribuição? Não, apenas o tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior à competência novembro de 1991 será contado como tempo de contribuição. Entretanto, esse período não será contado como carência. 32) Que documentos servem para comprovar o exercício de atividade rural? Servem para comprovar o exercício de atividade rural, alternativamente: contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social; contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo INSS; comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA; Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 bloco de notas do produtor rural; notas fiscais de entrada de mercadorias, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor; documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante; comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da produção; cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural; licença de ocupação ou permissão outorgada pelo INCRA; ou certidão fornecida pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI, certificando a condição do índio como trabalhador rural, desde que homologada pelo INSS. 33) Tempo de serviço prestado à Justiça dos Estados, às serventias extrajudiciais e às escrivanias judiciais sempre será contado como tempo de contribuiçâo? Não, somente quando não tenha havido remuneração pelos cofres públicos e a atividade não estivesse à época vinculada a regime próprio de previdência social. 34) O período em que o segurado contribuiu como empregador rural é considerado tempo de contribuição? Se recolhidas as contribuições, esse período é computado sim como tempo de contribuição. Desde a criação do RGPS, não existe mais a previdência do empregador rural. Este é enquadrado como segurado obrigatório do Regime Geral, na categoria de contribuinte individual. 35) Tempo exercido na condição de aluno-aprendiz em escola técnica pode ser contado como tempo de contribuição? Sim, desde que se trate de aprendizado profissional realizado em escola técnica, com comprovação de remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento público e o vínculo empregatício. Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 Os períodos de aprendizado profissional realizados até 16 de dezembro de 1998, data da vigência da Emenda Constitucional nº 20, de 1998, serão considerados como tempo de serviço/contribuição independentemente do momento em que o segurado venha a implementar os demais requisitos para a concessão de aposentadoria no RGPS. 36) Período em que um trabalhador foi cassado por motivação política pode ser contado como tempo de contribuição? Sim, pode ser contado como tempo de contribuição o período de afastamento da atividade do segurado anistiado que, em virtude de motivação exclusivamente política, foi atingido por atos de exceção, institucional ou complementar, ou abrangido pelo Decreto Legislativo nº 18, de 15 de dezembro de 1961, pelo Decreto-Lei nº 864, de 12 de setembro de 1969, ou que, em virtude de pressões ostensivas ou expedientes oficiais sigilosos, tenha sido demitido ou compelido ao afastamento de atividade remunerada no período de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988. 37) Períodos de atividade como exercente de mandato eletivo, são contados como tempo de contribuição? Sim, o período de mandato eletivo será considerado como tempo de contribuição desde que efetuadas as contribuições relativas ao período do mandato eletivo. A partir de junho de 2004, o exercente de mandato eletivo, não amparado por regime próprio, é considerado segurado obrigatório do RGPS. 38) Períodos de licença remunerada e de disponibilidade remunerada são contados como tempo de contribuição? Sim, desde que efetuadas as contribuições relativas ao período. 39) Os períodos de contribuição em diferentes categorias de segurado serão somados para cômputo do tempo de contribuição exigido para a aposentadoria? Sim, não importa se as contribuições foram recolhidas em diferentes categorias. Todos os períodos contributivos serão considerados (exceto contribuições efetuadas na modalidade de inclusão previdenciária). 40) Os períodos de contribuição na categoria de segurado facultativo são contados como tempo de contribuição, sendo somados ao tempo de contribuição como segurado obrigatório e vice-versa? Sim. Prof. CeciliaMenezes, em 21/08/2014 41) Períodos em que o segurado recebeu benefício por incapacidade, ou seja, auxílio- doença e aposentadoria por invalidez, contam como tempo de contribuição? Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, quando acidentários, contam sempre como tempo de contribuição, intercalados ou não entre períodos de atividade ou entre períodos de contribuição. Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez previdenciários ou comuns (não acidentários) somente contam como tempo de contribuição se intercalados entre períodos de atividade ou entre períodos de contribuição. 42) Períodos em que o segurado recebeu auxílio-acidente de qualquer natureza contam como tempo de contribuição, quando o segurado não está exercendo atividade labora remunerada nem contribuindo como facultativo? Não. O período em que o segurado está recendo apenas o auxílio-acidente de qualquer natureza, sem exercer atividade laboral remunerada nem contribuir, não é contado como tempo de contribuição. 43) O período de recebimento de salário-maternidade é contado como tempo de contribuição? Sim, exceto no caso de contribuintes individuais e facultativas que optaram pela exclusão previdenciária. 44) O que é tempo fictício? Entende-se por tempo de contribuição fictício todo aquele considerado em lei como tempo de contribuição para fins de concessão de aposentadoria sem que haja, por parte do servidor, a prestação de serviço e a correspondente contribuição, cumulativamente. Por exemplo: licença prêmio não gozada, contada em dobro. 45) É possível contar tempo fictício como tempo de contribuição? Não. O artigo 40, § 10, da Constituição Federal determina que “a lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício”. Por exemplo, não é possível, a partir das alterações promovidas pela Emenda Constitucional nº 20/98, contar em dobro o período de licença prêmio não gozada. 46) É possível converter tempo de contribuição sob condições especiais em tempo de contribuição comum? Sim. Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum dar-se-á de acordo com a seguinte tabela: TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES MULHER (PARA 30) HOMEM (PARA 35) DE 15 ANOS 2,00 2,33 DE 20 ANOS 1,50 1,75 DE 25 ANOS 1,20 1,40 47) É possível converter tempo de contribuição comum em tempo de contribuição sob condições especiais? Não. 48) É possível converter tempo de contribuição em que o segurado possuía deficiência (leve, moderada ou grave) em tempo de contribuição comum? Sim. 49) É possível converter tempo de contribuição comum em tempo de contribuição com deficiência? Sim. 50) É permitida a conversão do tempo de contribuição da pessoa com deficiência para fins de concessão da aposentadoria especial? Não. 51) O professor universitário ainda tem direito à redução de 5 anos no tempo de contribuição exigido para a aposentadoria por tempo de contribuição? Não, a partir da Emenda Constitucional nº 20/1998. 52) O professor de ensino infantil, fundamental e médio pode utilizar tempo de contribuição em outras atividades para obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição do professor (30 anos o homem e 25 anos a mulher)? Não, para a aposentadoria por tempo de contribuição do professor, somente podem ser considerados períodos em que exerceu atividade de magistério no ensino infantil, fundamental e médio. A aposentadoria por tempo de contribuição será devida ao professor que comprovar, exclusivamente, tempo de atividade exercida em funções de magistério em Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 estabelecimento de educação básica, bem como em cursos de formação autorizados e reconhecidos pelos Órgãos competentes do Poder Executivo Federal, Estadual, do Distrito Federal ou Municipal. 53) Que atividades pode o professor considerar para obter a aposentadoria por tempo de contribuição do professor (30 anos o homem e 25 anos a mulher)? Atividade de magistério no ensino infantil, fundamental e médio. Considera-se função de magistério a exercida por professor em estabelecimento de educação básica (nível fundamental ou médio) em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as funções de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico. De acordo com o artigo 229 da IN INSS/Pres nº 45/2010, para fins de aposentadoria por tempo de contribuição de professor aos 30/25 anos, observado o direito adquirido, poderão ser computados os períodos de atividades exercidas pelo professor, da seguinte forma: como docentes, a qualquer título; ou em funções de diretor de unidade escolar, de coordenação e assessoramento pedagógico, inclusive de administração, de planejamento, de supervisão, de inspeção e de orientação educacional. 54) Caso o professor de ensino infantil, fundamental e médio deixe de exercer essa atividade, é possível converter “tempo de contribuição como professor” para tempo comum? Não, nesse caso, o tempo de contribuição como professor será contado normalmente, sem qualquer forma de conversão. É vedada a conversão de tempo de serviço de magistério, exercido em qualquer época, em tempo de serviço comum. Assim, um indivíduo que exerceu atividade de magistério, como professor de ensino médio, durante 5 anos, passando em seguida a exercer atividade como médico e a contribuir como contribuinte individual, durante 10 anos, terá um total de tempo de contribuição de 15 anos (5 como professor + 10 como médico). 55) Pode o segurado contar como tempo de contribuição período em que o exercício de atividade não exigia filiação obrigatória à Previdência Social? Sim, poderá ser objeto de contagem do tempo de contribuição para o RGPS, o período em que o exercício da atividade não exigia filiação obrigatória à Previdência Social, desde que efetivado pelo segurado o recolhimento das contribuições correspondentes. Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 56) Qual o valor mínimo da aposentadoria por tempo de contribuição? Um salário mínimo. 57) Qual o valor máximo da aposentadoria por tempo de contribuição? O teto do Regime Geral de Previdência Social, no valor atual de R$ 4.390,24. 58) Como se calcula a aposentadoria por tempo de contribuição? Primeiramente é necessário calcular o salário-de-benefício que consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, corrigidos mês a mês, multiplicado pelo fator previdenciário. Salário-de-benefício Média x fator previdenciário SB M x f Em seguida, obtém-se a renda mensal inicial da aposentadoria, aplicando-se no salário-de-benefício o percentual de 100%. Renda mensal da aposentadoria por tempo de contribuição SB x 100% 59) Existe aposentadoria por tempo de contribuição com renda mensal proporcional? O segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social até 16 de dezembro de 1998, cumprida a carência exigida, terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição com renda mensal proporcional, desde que cumpridos os seguintes requisitos, cumulativamente: idade: cinquenta e três anos para o homem e quarenta e oito anos para a mulher; tempo de contribuição: trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos de contribuição, se mulher; e um período adicional de contribuição equivalente a quarenta por cento do tempo que, em 16 de dezembro de 1998, vigência da Emenda Constitucional nº 20, de 1998, faltava para atingir o tempo de contribuição estabelecido na alínea anterior.60) Quais as variáveis utilizadas para cálculo do fator previdenciário? Tempo de contribuição, idade e expectativa de sobrevida, na data da aposentadoria do segurado. Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 61) Qual é a fórmula do fator previdenciário? f = Tc x a x [1 + (Tc x a + Id] Es 100 f = fator previdenciário Tc = tempo de contribuição Es = expectativa de sobrevida Id = Idade a = 0,31 => FIXO 62) O que é o “a” na fórmula do fator previdenciário? “a” será sempre correspondente ao valor de 0,31. Esse valor de 0,31 ou 31% corresponde à maior contribuição recolhida sobre a remuneração de um segurado. Quando contribuem empresa (20%) e o segurado (empregado/avulso com valores mais altos de salário-de-contribuição ou contribuinte individual que presta serviços à empresa – 11%), o total de contribuição recolhida será de 31%. Assim, qualquer segurado, mesmo que tenha sido recolhida contribuição menor sobre sua remuneração (20%, 28% ou 29%), terá o “a” igual a 0,31 ou 31%. 63) No caso da mulher, do professor e da professora, que se aposentam com menos tempo de contribuição, esses segurados serão prejudicados no cálculo do fator? Existe previsão legal de um acréscimo de 5 ou 10 anos no tempo de contribuição desses segurados para cálculo do fator previdenciário: Segurado Acréscimo ao TC Mulher 5 anos Professor * 5 anos Professora * 10 anos * Ensino infantil, fundamental ou médio 64) O fator previdenciário funciona sempre como um redutor no cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição? Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 Não. Quando o fator previdenciário resultar em valor inferior a 1(um), funcionará como um redutor. Mas é possível que o cálculo do fator resulte em valor igual ou superior a 1 (um), casos em que ele não funcionará como redutor. 65) É possível que a multiplicação da média pelo fator resulte em salário-de-benefício inferior a um salário mínimo? Não, pois o salário-de-benefício nunca pode ser inferior ao salário mínimo. 66) Para cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência segurada do RGPS, é utilizado o fator previdenciário? Nesse caso, o fator previdenciário somente será utilizado se melhorar o cálculo do benefício. 67) Como se obtém a expectativa de sobrevida (Es) utilizada para cálculo do fator previdenciário? Obtém-se a expectativa de sobrevida na Tábua Completa de Mortalidade do IBGE. 68) Existe uma tábua de mortalidade para homens e outra para mulheres? Não, a mesma tábua é utilizada para homens e mulheres. Dentre as tábuas de mortalidade consolidadas pelo IBGE, é utilizada a tábua para ambos os sexos. 69) Existe uma tábua de mortalidade para cada região do Brasil? Não, a tábua de mortalidade utilizada é uma só para todo o Brasil. 70) Qual é o máximo de redução do tempo de contribuição para a aposentadoria da pessoa com deficiência? 10 anos, quando a deficiência é avaliada como grave. Nesse caso, exige-se 20 anos de tempo de contribuição da mulher, e 25 anos de tempo de contribuição para o homem. 71) Com quanto tempo de contribuição se aposenta o segurado com deficiência? O tempo depende do grau da deficiência: Deficiência grave – 25 anos Deficiência moderada – 29 anos Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 Deficiência leve – 33 anos 72) Com quanto tempo de contribuição se aposenta a segurada com deficiência? O tempo depende do grau da deficiência: Deficiência grave – 20 anos Deficiência moderada – 24 anos Deficiência leve – 28 anos 73) A aposentadoria por tempo de contribuição para o segurado com deficiência exige carência? Sim, 180 contribuições. 74) O segurado precisa ser portador de deficiência no momento do requerimento da aposentadoria para que o tempo de contribuição seja reduzido? A concessão da aposentadoria por tempo de contribuição ou por idade ao segurado que tenha reconhecido, em avaliação médica e funcional realizada por perícia própria do INSS, grau de deficiência leve, moderada ou grave, está condicionada à comprovação da condição de pessoa com deficiência na data da entrada do requerimento ou na data da implementação dos requisitos para o benefício. 75) Se um segurado foi portador de deficiência em período anterior ao implemento dos requisitos para o benefício, deixando de ser portador dessa condição, é possível ajustar (converter) esse período antes de incluí-lo na contagem do tempo de contribuição para uma aposentadoria comum? Este segurado vai se aposentar com 30 anos (mulher) ou 35 anos (homem). Entretanto, o período em que exerceu atividade laboral na condição de pessoa com deficiência vai ser ajustado, conforme tabela do artigo 70-E do Regulamento da Previdência Social. Ou seja, o tempo de contribuição com deficiência vai ser convertido em tempo comum. 76) Se um segurado se tornar portador de deficiência após sua filiação ao RGPS, ou tiver o grau de sua deficiência alterado, é possível fazer ajustes na contagem do tempo de contribuição? Sim, para o segurado que, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com deficiência, ou tiver seu grau alterado, os parâmetros de tempo de contribuição serão proporcionalmente ajustados e os respectivos períodos serão somados após conversão, conforme as tabelas abaixo, considerando o grau de deficiência preponderante. Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 Digamos que um segurado exerceu atividades durante 10 anos, sem deficiência (aposentadoria aos 35 anos). Sofre um acidente o qual provoca deficiência física avaliada como grave (aposentadoria com 25 anos de contribuição), mas continua tendo condição de trabalhar. Qual o período de contribuição necessário para que ele se aposente? Veja a tabela de conversão: HOMEM TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES Para 25 Para 29 Para 33 Para 35 De 25 anos 1,00 1,16 1,32 1,40 De 29 anos 0,86 1,00 1,14 1,21 De 33 anos 0,76 0,88 1,00 1,06 De 35 anos 0,71 0,83 0,94 1,00 É necessário multiplicar os 10 anos (sem deficiência, aposentadoria aos 35 anos) por 0,71, de modo que ele passam a valer 7,1 anos. Dessa forma, ele deve trabalhar mais 17,9 anos para completar 25 anos (7,1 anos + 17,9 anos). 77) Quem pode ser considerado pessoa com deficiência? Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 78) Quem avalia a existência e o grau da deficiência para definir o tempo de contribuição exigível para a aposentadoria? Para efeito de concessão da aposentadoria da pessoa com deficiência, compete à perícia própria do INSS, nos termos de ato conjunto do Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, dos Ministros de Estado da Previdência Social, da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Advogado-Geral da União: Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 I - avaliar o segurado e fixar a data provável do início da deficiência e o seu grau; e II - identificar a ocorrência de variação no grau de deficiência e indicar os respectivos períodos em cada grau. 79) A avaliação realizada pela perícia médica do INSS para definir o grau de deficiência é exclusivamente médica? Não, o INSS realiza avaliação médica e funcional. A avaliação médica e funcional será realizada pela perícia própria do INSS, a qual engloba a pericia médica e o serviço social, integrantesdo seu quadro de servidores públicos. 80) Como é realizada avaliação funcional? A avaliação funcional é realizada com base no conceito de funcionalidade disposto na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - CIF, da Organização Mundial de Saúde, e mediante a aplicação do Índice de Funcionalidade Brasileiro Aplicado para Fins de Aposentadoria - IF-BrA, conforme o instrumento anexo à Portaria Interministerial nº 01/2014. 81) Os dados constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS valem como prova de tempo de contribuição? Sim, os dados constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS relativos a vínculos, remunerações e contribuições valem como prova de filiação à previdência social, tempo de contribuição e salários-de-contribuição. 82) O que é CNIS? O Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) é um sistema responsável pelo controle das informações de todos os segurados e contribuintes da Previdência Social. Desde sua criação, em 1989, armazena as informações necessárias para garantir direitos trabalhistas e previdenciários aos cidadãos brasileiros. 83) Caso o segurado verifique a inexatidão dos dados relativos ao seu tempo de contribuição no CNIS, ele pode solicitar a alteração dessas informações? O segurado poderá solicitar, a qualquer momento, a inclusão, exclusão ou retificação das informações constantes do CNIS, com a apresentação de documentos comprobatórios dos dados divergentes. 84) O segurado somente pode solicitar alteração de suas informações no CNIS se requerer um benefício? Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 Não, a solicitação da alteração independe de requerimento de benefício. 85) Informações prestadas extemporaneamente no CNIS somente serão aceitas se corroboradas por documentos? Sim, as informações inseridas extemporaneamente no CNIS, independentemente de serem inéditas ou retificadoras de dados anteriormente informados, somente serão aceitas se corroboradas por documentos que comprovem a sua regularidade. 86) No que concerne a tempo de contribuição, que tipo de informação é considerada extemporânea? Considera-se extemporânea a inserção de dados relativos à data de início de vínculo, sempre que decorrentes de documento apresentado após o transcurso de até cento e vinte dias do prazo estabelecido pela legislação, cabendo ao INSS dispor sobre a redução desse prazo. Também se considera extemporânea a informação sobre contribuições cujo recolhimento tiver sido feito em desacordo com a lei. Por exemplo, um facultativo perde a qualidade de segurado e recolhe contribuições relativas a período anterior à perda: essas contribuições não serão consideradas pois foram recolhidas em desobediência ao dispositivo legal que proíbe ao facultativo esse tipo de recolhimento. ATENÇÃO: existem critérios de extemporaneidade também para informações relativas a remuneração. Veja o artigo 19 do Regulamento da Previdência Social. 87) O que ocorre se não existirem informações sobre contribuições no CNIS ou se ocorrer dúvida quanto à regularidade de um vínculo? Não constando do CNIS informações sobre contribuições ou remunerações, ou havendo dúvida sobre a regularidade do vínculo, motivada por divergências ou insuficiências de dados relativos ao empregador, ao segurado, à natureza do vínculo, ou a procedência da informação, esse período respectivo somente será confirmado mediante a apresentação pelo segurado da documentação comprobatória solicitada pelo INSS. 88) As informações sobre atividade de segurados com deficiência constam do CNIS? Constarão no CNIS as informações do segurado relativas aos períodos com deficiência leve, moderada e grave, fixadas em decorrência da avaliação médica e funcional. 89) Se as informações do CNIS estiverem incompletas, sem datas de admissão e/ou de dispensa do trabalhador, podem ser utilizadas as anotações da Carteira de Trabalho para suprir essas falhas? Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 As anotações em Carteira Profissional e/ou Carteira de Trabalho e Previdência Social relativas a férias, alterações de salários e outras que demonstrem a sequência do exercício da atividade podem suprir possível falha de registro de admissão ou dispensa. 90) Quando houver omissão do empregador na prestação de informações sobre vínculos, quais documentos podem ser apresentados pelo segurado junto ao INSS? A comprovação de vínculos e remunerações, mediante apresentação de documentação apontada pelo Regulamento da Previdência Social (artigo 62), poderá ser utilizada para suprir omissão do empregador, para corroborar informação inserida ou retificada extemporaneamente ou para subsidiar a avaliação dos dados do CNIS 91) Como se comprova tempo de serviço considerado tempo de contribuição conforme legalmente previsto? A prova de tempo de serviço, considerado tempo de contribuição, na forma da lei, é feita mediante documentos que comprovem o exercício de atividade nos períodos a serem contados, devendo esses documentos serem contemporâneos dos fatos a comprovar e mencionarem as datas de início e término e, quando se tratar de trabalhador avulso, a duração do trabalho e a condição em que foi prestado 92) Que documentos servem para comprovar tempo de contribuição para os trabalhadores em geral? o contrato individual de trabalho, a Carteira Profissional, a Carteira de Trabalho e Previdência Social, a carteira de férias, a carteira sanitária, a caderneta de matrícula e a caderneta de contribuições dos extintos institutos de aposentadoria e pensões, a caderneta de inscrição pessoal visada pela Capitania dos Portos, pela Superintendência do Desenvolvimento da Pesca, pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas e declarações da Secretaria da Receita Federal do Brasil; certidão de inscrição em órgão de fiscalização profissional, acompanhada do documento que prove o exercício da atividade; contrato social e respectivo distrato, quando for o caso, ata de assembleia geral e registro de empresário; ou certificado de sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra que agrupa trabalhadores avulsos. Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 93) Pode ser computado como tempo de contribuição período já computado para outra aposentadoria, seja pelo Regime Geral ou por Regime Próprio de Previdência Social? Não será computado como tempo de contribuição o já considerado para concessão de qualquer aposentadoria pelo Regime Geral ou por outro regime de previdência social. 94) Se o segurado, para comprovar tempo de serviço ou de contribuição, apresentar documentação considerada insuficiente, qual a providência a adotar? Se o documento apresentado pelo segurado não atender às exigências legais (por exemplo não for contemporâneo ou não comprovar a prestação dos serviços durante todo o período reivindicado), a prova exigida pode ser complementada por outros documentos que levem à convicção do fato a comprovar, inclusive mediante justificação administrativa. 95) O que é a justificação administrativa? A Justificação Administrativa - JA é o procedimento destinado a suprir a falta de documento ou fazer prova de fato ou circunstância de interesse do beneficiário perante o INSS. A comprovação realizada mediante justificação administrativa ou judicial só produz efeito perante a previdência social quando baseada em início de prova material. A prova material somente terá validade para a pessoa referida no documento, não sendo permitida sua utilização por outras pessoas 96) Pode ser comprovado tempo de contribuição através de prova exclusivamente testemunhal? Não será admitida provaexclusivamente testemunhal para efeito de comprovação de tempo de serviço ou de contribuição, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito 97) Os servidores do INSS podem efetuar diligências junto a empresas para obter informações necessárias à instrução ou revisão de processos relacionados a benefícios previdenciários? A empresa colocará à disposição de servidor designado por dirigente do Instituto Nacional do Seguro Social as informações ou registros de que dispuser, relativamente a segurado a seu serviço e previamente identificado, para fins de instrução ou revisão de processo de reconhecimento de direitos e outorga de benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 98) Quando um trabalhador rural necessita de declaração de sua atividade rural, mas não existe sindicato na localidade, quem pode emitir essa declaração? Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014 Na hipótese de inexistência de sindicato que represente o trabalhador rural, a declaração poderá ser suprida pela apresentação de duas declarações firmadas por autoridades administrativas ou judiciárias locais, desde que exerçam cargos ou funções de juízes federais ou estaduais ou do Distrito Federal, promotores de justiça, delegados de polícia, comandantes de unidades militares do Exército, Marinha, Aeronáutica ou de forças auxiliares, titulares de representação local do Ministério do Trabalho e Emprego e de diretores titulares de estabelecimentos públicos de ensino fundamental e médio. Essas autoridades somente poderão fornecer declaração relativa a período anterior à data do início das suas funções na localidade se puderem fundamentá-la com documentos contemporâneos do fato declarado, que evidenciem plena convicção de sua veracidade. Essas declarações também necessitam de homologação do INSS para serem utilizadas como prova de atividade rural. 99) Quais situações não podem ser contadas para cômputo do tempo de contribuição? Não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais. É vedada a contagem de tempo de contribuição no serviço público com o de contribuição na atividade privada, quando concomitantes. Não será contado por um regime o tempo de contribuição utilizado para concessão de aposentadoria por outro regime. 100) A partir de quando é devida a aposentadoria por tempo de contribuição? A aposentadoria por tempo de contribuição será devida ao segurado empregado, inclusive o doméstico: a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até noventa dias depois dela; ou b) a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após noventa dias do desligamento. A aposentadoria por tempo de contribuição será devida aos segurados avulso, contribuinte individual e facultativo, a partir da data da entrada do requerimento. Prof. Cecilia Menezes, em 21/08/2014
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