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Argamassa estabilizada

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Avaliação das propriedades do estado fresco e endurecido da 
argamassa estabilizada para revestimento 
 
Juliana Machado Casali (1); Artur Mann Neto (2); 
Daniela Carnasciali de Andrade (3); Nicolle Talyta Arriagada (4) 
 
(1) Departamento Acadêmico de Construção Civil/ UTFPR. casali@utfpr.edu.br 
(2) Engenharia de Produção Civil, DACOC/ UTFPR. arturneto@hotmail.com 
(3) Engenharia de Produção Civil/ UTFPR. dani_carnasciali@hotmail.com 
(4) Engenharia de Produção Civil, DACOC/ UTFPR. hey_colle@hotmail.com. 
 
 
RESUMO 
Na busca por racionalização e produtividade, muitas construtoras procuram 
utilizar a argamassa estabilizada. Essa argamassa já vem pronta, é dosada em 
central e se mantém trabalhável por longos períodos (36 a 72 horas). Porém, por ser 
um produto novo no Brasil, existem muitas dúvidas sobre o seu desempenho. Neste 
contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar as propriedades da argamassa 
estabilizada. Foram analisados 5 lotes de 36 e 72 horas e com dois processos de 
armazenamento. Os resultados obtidos demonstraram uma diminuição da 
consistência inicial ao longo do tempo de utilização, no entanto com uma pequena 
perda de consistência (mesmo dia). O processo de armazenamento e o tempo de 
utilização influenciaram o teor de ar incorporado, a retenção de água, a resistência à 
compressão e tração. Os maiores valores de resistência foram obtidos para as 
argamassas de 36 horas e para os lotes sem a colocação da película de água. 
Palavras-chave: argamassa estabilizada, argamassa de revestimento, 
argamassa dosada em central. 
 
 
Study of fresh and hardened state properties of 
ready-mix rendering mortars 
 
ABSTRACT 
One way to increase productivity would be to use ready-mix mortar. This mortar 
is delivered to a building site and remains workable for a period of 36 to 72 hours. 
However, it is a new mortar in Brazil and there are some doubts about its 
performance. Thus, the aim of this study is to assess the properties of ready-mix 
mortar. Five batches of 36 and 72 hours and two storage processes were analysed. 
The results showed a decrease of the initial consistency over the time of use, 
however with a slight loss of consistency (same day). The storage processes and the 
time of use influenced the entrained-air content, water retention, compressive 
strength and tensile strength. The highest values of strength were obtained for 36-
hour mortar and mortar without a film of water. 
Key-words: ready mix mortar, bedding mortar and rendering mortar. 
 
1. INTRODUÇÃO 
A industrialização das argamassas ocorreu na década de 50, no entanto, 
somente após o desenvolvimento dos aditivos nos anos 70 que foi introduzida na 
Alemanha uma argamassa pronta capaz de manter suas características de uso 
(trabalhabilidade) por até três dias. 
Após muitos anos de uso na Europa, a argamassa estabilizada foi utilizada 
pela primeira vez no Canadá por volta de 1980 e nos Estados Unidos em 1982(1). No 
Brasil o primeiro registro foi em 1985 de uma argamassa de estabilizada(2). 
Algumas vantagens são indicadas na utilização dessa argamassa como: 
elimina estoque e o manuseio das matérias-primas; diminui o desperdício de 
material; evita o tempo de espera e a mão-de-obra para preparação da argamassa; 
aumenta a produtividade e a racionalização da mão-de-obra(3). 
No entanto, estudos sobre a viabilidade de utilização dessa argamassa em 
obra(4, 5, 6) apontam algumas desvantagens: redução ou uma perda de fluidez da 
argamassa ao longo do tempo; maior tempo de espera para realizar o desempeno 
da argamassa; menor o número de fiadas por dia (diminuição na espessura da 
junta); entre outros. 
 
Um fator recomendado pelo fabricante é o processo de armazenamento da 
argamassa até o dia seguinte: alisar a superfície e em seguida aplicar uma película 
de 10 mm de água sobre a argamassa. No dia seguinte remove-se a película, 
mistura e aplica a argamassa. No entanto, essa prática não é realizada em obra, 
pois segundo os usuários, no dia seguinte a camada de água fica como uma “nata” e 
após remove-la a argamassa apresenta uma fluidez elevada. 
Diante do exposto, observa-se claramente uma carência no assunto, 
principalmente em relação às propriedades das argamassas no estado fresco 
(consistência, perda de consistência e retenção de água). Além disso, os usuários 
não têm o conhecimento da real influência da colocação ou não da película de água. 
Cabe salientar que as propriedades das argamassas convencionais (cimento, 
cal e areia) são relativamente conhecidas, pois normalmente essas argamassas são 
utilizadas nas obras e existe normalização brasileira especificando seu desempenho. 
Já para as argamassas estabilizadas, atualmente não existe norma brasileira e 
existem poucos trabalhos sobre o assunto. 
Nelson et al.(7) compararam três argamassas estabilizadas para assentamento 
com a convencional e os resultados demonstraram um aumento na resistência de 
aderência e diminuição na retração. 
Martins Neto e Djanikian(2) compararam quatro argamassas estabilizadas 
(cimento, areia e aditivos) (retardamento da pega do cimento de 12 horas) e duas 
argamassas mistas. Os resultados obtidos demonstraram um aumento no teor de ar 
incorporado, aumento na resistência à compressão e aderência. A mesma tendência 
foi observada por Silva(5), mas na composição da argamassa foi utilizada cal. 
Diante do exposto, o objetivo desse estudo foi avaliar as propriedades no 
estado fresco e endurecido das argamassas estabilizadas obtidos de lotes distintos, 
com tempo de utilização diferente e dois processos de armazenamento. 
 
2. MATERIAIS E MÉTODOS 
Para atingir o objetivo proposto primeiramente foi identificado que, na época da 
pesquisa, existia apenas um fornecedor de argamassa estabilizada em Curitiba 
(Paraná). Desse modo foi realizada uma visita técnica para obter informações sobre 
os materiais empregados e procedimentos de utilização do produto. Além disso, foi 
coletada uma amostra do agregado miúdo e da argamassa estabilizada (item 2.2). 
 
 
2.1 Materiais utilizados 
Segundo informações do produtor, os materiais utilizados para a confecção da 
argamassa estabilizada são: Cimento Portland Composto com Filer (CP II F – 32), 
agregado miúdo (areia natural) e aditivos. A caracterização do cimento Portland, do 
agregado miúdo e dos aditivos estão apresentados na Tabela 1, 2 e 3. 
 
Tabela 1 – Características físicas, químicas e mecânicas do cimento CP II - F - 32. 
Fonte: Dados fornecidos pelo fabricante do cimento Portland. 
Item de controle Média Desvio Mínimo Máximo 
En
sa
io
s 
fís
ic
o
s 
Material Retido #200 (mesh) (%) 4,35 1,49 2,80 6,80 
Material Retido #325 (mesh) (%) 16,16 2,80 12,30 20,40 
Blaine (cm2/g) 3.212 172,36 2.990 3.460 
Água de Consistência (%) 26,1 0,5 25,4 27,10 
Início de Pega (horas) 03:16 00:19 02:55 03:50 
Fim de Pega (horas) 03:50 00:17 03:30 04:15 
Expansibilidade a Quente (mm) 0,70 0,35 0,00 1,00 
Resistência a 1 dia (MPa) 11,1 2,10 8,20 13,9 
Resistência aos 3 dias (MPa) 24,9 2,60 19,9 26,6 
Resistência aos 7 dias (MPa) 30,9 3,20 25,3 34,6 
Resistência aos 28 dias (MPa) 40,3 3,60 34,2 44,0 
Massa específica (g/cm3) 3,11 - - - 
En
sa
io
s 
qu
ím
ic
o
s 
Perda ao Fogo (%) 5,10 0,29 4,62 5,57 
SiO2 (%) 18,46 0,05 18,38 18,51 
AL2O3 (%) 4,05 0,01 4,03 4,07 
Fe2O3(%) 2,53 0,01 2,52 2,54 
CaO (%) 59,65 0,03 59,59 59,69 
MgO (%) 5,25 0,06 5,18 5,38 
Equivalente Alcalino (%) 0,63 0,01 0,62 0,64 
SO3 (%) 3,08 0,13 2,82 3,26 
Resíduo Insolúvel (%) 1,57 0,22 1,19 2,06 
 
 
Tabela 2 – Propriedades físicas do agregado miúdo utilizado nas argamassas. 
Fonte: Dados dessa pesquisa. 
Abertura da malha (mm) Porcentagem Retida Acumulada (%) 
4,8 0,00 Diâmetro máximo 
característico (mm) 1,2 2,4 0,8 
1,2 2,3 Diâmetro mínimocaracterístico (mm) < 0,15 0,6 9,4 
0,3 38,2 Módulo de Finura 1,28 
0,15 77,7 Massa específica 
(g/cm3) 2,58 Fundo 100,0 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 3 – Características dos aditivos empregados obtidas pelo fabricante. 
Fonte: Dados do fabricante de aditivos. 
Denominação do Aditivo 1 2 
Função Plastificante e incorporador de ar 
Plastificante e retardador 
de pega 
Base química Resinas sintéticas Poli sacarídeos 
Ação secundária - Redutor de água 
Solubilidade com água - Total 
Densidade (23oC) (g/cm3) 1,000-1,040 1,160-1,200 
pH (23oC) 10 - 12 8 - 11 
Estado Físico Líquido Líquido 
Cor Avermelhado Amarelado 
Teor de Sólidos (%) 4,0 - 6,0 38 - 42 
Dosagem recomendada pelo 
fabricante 
0,1 a 0,6% da massa do 
cimento 
0,2 a 2,0% da massa do 
cimento 
 
2.2 Argamassas estabilizadas avaliadas 
Para a determinação das propriedades das argamassas estabilizadas foram 
avaliados cinco lotes distintos, sendo quatro lotes obtidos em obras de Curitiba (lote 
1, 2, 3 e 4) e um lote com o produtor da argamassa estabilizada (lote 5). 
Em obra foi observado que havia diferenças no processo de armazenamento 
para manter a argamassa até o dia seguinte (ver item 1). Em função dessa condição 
foram avaliados dois processos de armazenamento da argamassa. 
A primeira maneira, denominada “com película”, era realizado conforme a 
recomendação do fabricante: 1) após o primeiro dia, alisava a superfície e foi 
colocada uma película de água (aproximadamente 15 mm), 2) no segundo dia 
retirava-se essa película, 3) realizava-se uma homogeneização da argamassa 
(mistura com espátula durante 30 s) e 4) depois eram determinadas as propriedades 
avaliadas (ver item 2.3). Os lotes analisados “com película” foram os lotes 2 e 5. 
A segunda maneira, denominada “sem película”, era realizado o procedimento 
observado em obra: 1) após o primeiro dia, a argamassa era alisada e nivelada, e o 
recipiente era tampado, 2) no segundo dia era realizado uma homogeneização da 
argamassa (mistura com espátula durante 30 s) e 3) depois eram determinadas as 
propriedades. Todos os lotes analisados foram avaliados “sem película”. 
Para as argamassas estabilizadas de 72 horas, o mesmo procedimento 
descrito do segundo dia era realizado também para o terceiro dia. 
Foram avaliadas duas dosagens de argamassa estabilizada distintas em 
função do tempo ou capacidade de manter suas características de uso: de 72 horas 
(lote 1, 2 e 3) e de 36 horas (lote 4 e 5). 
 
Além disso, foram avaliadas argamassas estabilizadas com finalidades 
distintas: revestimento interno (lote 1, 2, 3 e 4) e revestimento externo (lote 5). 
A Tabela 4 apresenta um resumo dos lotes analisados com suas respectivas 
denominações, tempo de trabalhabilidade, finalidade e processo de armazenamento. 
 
Tabela 4 – Denominação dos lotes, tempo de trabalhabilidade, finalidade e processo 
de armazenamento. 
Lote / 
designação 
Tempo de 
trabalhabilidade (horas) 
Finalidade 
(revestimento) 
Processo de 
armazenamento 
Lote 1 s 72 Interno Sem película de água 
Lote 2 s 72 Interno Sem película de água 
Lote 2 + c 72 Interno Com película de água 
Lote 3 s 72 Interno Sem película de água 
Lote 4 s 36 Interno Sem película de água 
Lote 5 s 36 Externo Sem película de água 
Lote 5 + c 36 Externo Com película de água 
 
Para cada variação apresentada na Tabela 4 foram avaliadas as propriedades 
tanto no estado fresco e quanto no estado endurecido (ver item 2.3). 
 
2.3 Propriedades do estado fresco e do estado endurecido 
A partir das amostras coletas foram avaliadas as seguintes propriedades do 
estado fresco: consistência, perda de consistência, massa específica, teor de ar 
incorporado e retenção de água. 
A consistência foi avaliada pelo índice de consistência (flow table) conforme as 
prescrições das normas NBR 7215 (1996) e NBR 13276 (2005). Foi avaliada a 
consistência inicial, isto é, logo após a coleta (1º dia) e ao longo do tempo de 
utilização (2º e 3º dia para argamassa de 72 horas e 2º dia para de 36 horas). 
Além disso, foi observada a perda de consistência durante a utilização da 
argamassa. Foi obtido o índice de consistência (flow table) com 0 (consistência 
inicial), 15, 30 e 60 minutos, além de ser analisada ao longo do tempo de utilização. 
O teor de ar incorporado e a massa específica (densidade de massa) foram 
obtidos de acordo com a NBR 13278 (2005) e avaliados ao longo do tempo de 
utilização. 
Já a retenção de água das argamassas foi determinada conforme preconizam 
a norma NBR 13277 (2005). A curva de retenção de água foi obtida determinando a 
retenção de água nos tempos de 5, 10 e 15 minutos de todos os lotes. 
 
As propriedades do estado endurecido avaliadas foram a resistência à 
compressão e a resistência à tração na flexão aos 14 e 28 dias conforme a 
NBR 13279 (2005). O número de corpos-de-prova por amostra foram três para 
resistência à tração na flexão e seis para resistência à compressão. A cura dos 
corpos-de-prova foi realizada em ambiente de laboratório (seco ao ar). 
 
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
3.1 Propriedades do estado fresco 
A Figura 1 apresenta os resultados obtidos de consistência inicial ao longo do 
tempo de utilização da argamassa e dos dois processos de armazenamento. 
Cabe ressaltar que o valor de índice de consistência inicial no lote 2 e lote 5 
“com película” e “sem película” de água no primeiro dia é igual, pois o processo de 
armazenamento somente ocorre após o primeiro dia. 
 
267 273
201
266
203
284
255
299
289
213
227
207
227
291
305
310
308 308
120
170
220
270
320
370
420
1 dia 2 dia 3 dia 1 dia 2 dia 3 dia 1 dia 2 dia 3 dia 1 dia 2 dia 3 dia 1 dia 2 dia 1 dia 2 dia 1 dia 2 dia
Lote 1 sem
pelicula
Lote 2 sem
película
Lote 2 com
película
Lote 3 sem
película
Lote 4 sem
película
Lote 5 sem
película
Lote 5 com
película
Lote / idade (dias)
Índ
ic
e 
de
 
Co
n
si
st
ên
ci
a 
In
ic
ia
l (m
m
)
 
Figura 1- Índice de consistência inicial para todas as argamassas analisadas. 
 
Observa-se na Figura 1 que o índice de consistência inicial das argamassas foi 
influenciado pelo tempo de utilização. O valor de índice de consistência inicial 
diminui ao longo do tempo de utilização, com exceção do 2o dia para o lote 5 “com 
película”. Também se verificou que o lote 2 “com película” houve uma redução 
menor da consistência inicial ao longo do tempo do que o obtido para o lote 2 “sem a 
película”. 
 
Pode-se notar pela Figura 1 que o menor valor do índice de consistência inicial 
obtido foi para o lote 5. Isso possivelmente devido à diferença na dosagem da 
argamassa cuja finalidade era para revestimento externo e de 36 horas. 
A perda de consistência do lote 2 é apresentada na Figura 2. 
 
100
150
200
250
300
350
0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (minutos)
Índ
ic
e
 
de
 
c
o
n
si
st
ên
c
ia
 
(m
m
)
1 dia s 2 dia s 3 dia s 2 dia + c 3 dia + c
 
Figura 2- Perda de consistência ao longo do tempo para o lote 2. 
 
Pode-se observar na Figura 2 que a perda de consistência no mesmo dia foi 
relativamente pequena, com exceção do 3o dia “sem película” que houve uma 
diminuição significativa. O comportamento dos outros lotes analisados foi muito 
semelhante ao obtido para o lote 2, onde a perda de consistência é muito pequena. 
A Tabela 5 apresenta os dados obtidos para os demais lotes. 
 
Tabela 5 – Perda de consistência para os lotes 1, 3, 4 e 5. 
Lote Dia Índice de Consistência (mm) 0 minuto 15 minutos 30 minutos 60 minutos 
Lote 1 
1 dia s 267,4 268,2 265,3 264,6 
2 dia s 272,7 268,8 270,4 259,9 
3 dia s 201,1 206,3 200,9 200,3 
Lote 3 
1 dia s 299,3 293,4 290,3 281,8 
2 dia s 288,9289,3 283,3 273,1 
3 dia s 213,0 210,2 198,3 205,8 
Lote 4 1 dia s 309,7 299,6 305,3 307,6 2 dia s 305,1 300,4 292,3 296,0 
Lote 5 
1 dia s 227,2 236,9 223,7 218,4 
2 dia s 206,9 199,2 198,2 198,65 
2 dia + c 290,7 285,8 292,6 287,6 
 
A densidade de massa e o teor de ar incorporado para os lotes analisados são 
apresentados na Tabela 6. 
 
Tabela 6 – Densidade de massa e teor de ar incorporado para os lotes 1, 2, 3, 4 e 5. 
Lote Dia Densidade de massa Teor de ar incorporado (%) Real (g/cm3) Teórica* (g/cm3) 
Lote 1 
1 dia s 1,32 2,17 39 
2 dia s 1,55 2,17 28 
3 dia s 1,64 2,17 24 
Lote 2 
1 dia s 1,45 2,17 33 
2 dia s 1,58 2,17 27 
3 dia s 1,59 2,17 27 
2 dia + c 1,58 2,17 27 
3 dia + c 1,60 2,17 26 
Lote 3 
1 dia s 1,49 2,17 31 
2 dia s 1,54 2,17 29 
3 dia s 1,56 2,17 28 
Lote 4 1 dia s 1,48 2,17 31 2 dia s 1,50 2,17 31 
Lote 5 
1 dia s 1,59 2,17 27 
2 dia s 1,57 2,17 25 
2 dia + c 1,63 2,17 27 
*Valores fornecidos pelo produtor da argamassa estabilizada. 
 
Pode-se observar na Tabela 6, que o teor de ar incorporado tem uma pequena 
redução ao longo do tempo ou se mantém igual ao do primeiro dia. Observa-se que 
o valor obtido é muito elevado (25% a 39%), principalmente para o lote 1 no primeiro 
dia, devido à utilização de aditivos. 
Os resultados obtidos de retenção de água são apresentados na Figura 3 (lotes 
1 e 2) e na Figura 4 (lotes 3, 4 e 5). 
 
0
20
40
60
80
100
120
0 5 10 15 20
Tempo (minutos)
R
et
en
çã
o
 
de
 
ág
u
a 
(%
)
Lote 1 - 1 dia s Lote 1 - 2 dia s Lote 1 - 3 dia s Lote 2 - 1 dia s
Lote 2 - 2 dia s Lote 2 - 3 dia s Lote 2 - 2 dia + c Lote 2 - 3 dia + c
 
Figura 3- Curva de retenção de água ao longo do tempo para os lotes 1 e 2. 
 
Observa-se na Figura 3 que os valores de retenção de água ao longo do tempo 
de utilização aumentaram. Uma das causas possíveis é a menor quantidade de 
água disponível na argamassa e maior retenção do aglomerante e/ou aditivos. Para 
o lote 2 “com película” e “sem película” apresentaram valores semelhantes. O maior 
valor de retenção de água obtido foi para o lote 2 no 3o dia “sem película”. 
 
 
0
20
40
60
80
100
120
0 5 10 15 20
Tempo (minutos)
R
e
te
n
çã
o
 
de
 
ág
u
a 
(%
)
3 lote - 1 dia s 3 lote - 2 dia s 3 lote - 3 dia s 4 lote - 1 dia s
4 lote - 2 dia s 5 lote - 1 dia s 5 lote - 2 dia s 5 lote - 2 dia + c
 
Figura 4- Curva de retenção de água ao longo do tempo para os lotes 3, 4 e 5. 
 
Pode-se observar na Figura 4, um comportamento diferente daquele obtido 
para os lotes 1 e 2. Para os lotes 3, 4 e 5, quanto maior o tempo de utilização da 
argamassa menor o valor de retenção de água obtido. Neste caso é possível que o 
aglomerante e/ou aditivo não estejam contribuindo para a retenção de água. 
 
3.2 Propriedades do estado endurecido 
Os valores médios obtidos de resistência à compressão e o coeficiente de 
variação aos 14 e 28 dias são apresentados na Figura 5. 
 
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
1 dia
s
2 dia
s
3 dia
s
1 dia
s
2 dia
s
3 dia
s
2 dia
+ c
3 dia
+ c
1 dia
s
2 dia
s
3 dia
s
1 dia
s
2 dia
s
1 dia
s
2 dia
s
2 dia
+ c
Lote 1 Lote 2 Lote 3 Lote 4 Lote 5
Lotes
Re
si
st
ên
ci
a 
à 
co
m
pr
es
sã
o
 
(M
Pa
)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Co
ef
ic
ie
n
te
 
de
 
v
ar
ia
çã
o
 
 
(%
)
14 dias - 72 horas 28 dias - 72 horas 14 dias - 36 horas 28 dias - 36 horas
CV - 14 dias CV - 28 dias
 
Figura 5- Resistência à compressão ao longo do tempo para os lotes avaliados. 
 
 
Observa-se na Figura 5 que os menores valores de resistência à compressão 
foram para as argamassas estabilizadas com 72 horas (lotes 1, 2 e 3) em relação as 
argamassas de 36 horas (lotes 4 e 5). Cabe ressaltar que a argamassa de 36 horas 
tem uma quantidade menor de aditivos e talvez este aditivo influencie na resistência 
à compressão. Esse fato também explica porque atualmente a produtora de 
argamassa prioriza a utilização da argamassa de 36 horas deixando a argamassa de 
72 horas apenas para casos especiais (finais de semana e feriados). 
Os maiores valores de resistência à compressão obtidos foram para a 
argamassa do lote 5, cuja finalidade era para revestimento externo. 
Para os lotes 1, 3 e 5 “sem película”, os valores de resistência à compressão 
aumentaram em relação ao tempo de utilização. No entanto o comportamento 
inverso foi verificado para os lotes 2 e 4. 
Com relação ao processo de armazenamento, observa-se na Figura 5 que, os 
valores de resistência à compressão dos lotes “sem película” foram superiores aos 
obtidos “com película” (lotes 2 e 5). Isso pode ser explicado pelo possível aumento 
da relação água/cimento em função da utilização da película de água. 
Os valores obtidos de resistência à compressão aos 14 dias foram 
semelhantes ou em alguns casos superiores aos obtidos aos 28 dias. É possível que 
o aditivo retardador de pega pode também ter um efeito de retardador de 
endurecimento. Observou-se um tempo maior para a desforma dos corpos-de-prova 
em relação ao das argamassas convencionais (cerca de sete dias). Também foi 
verificado um alto coeficiente de variação (principalmente para o 3o dia de utilização) 
possivelmente em função de falha na moldagem (argamassa muito seca) ou pelo 
número insuficiente de corpos-de-prova para esta argamassa. 
Os valores obtidos de resistência à tração na flexão apresentaram o mesmo 
comportamento verificado para a resistência à compressão (valores inferiores para a 
argamassa de 72 horas do que para a argamassa de 36 horas, os lotes “sem 
película” apresentaram valores superiores aqueles “sem película”). Os valores 
médios obtidos de resistência à tração na flexão e coeficiente de variação são 
apresentados na Figura 6. 
 
 
 
 
 
 
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
1 dia
s
2 dia
s
3 dia
s
1 dia
s
2 dia
s
3 dia
s
2 dia
+ c
3 dia
+ c
1 dia
s
2 dia
s
3 dia
s
1 dia
s
2 dia
s
1 dia
s
2 dia
s
2 dia
+ c
Lote 1 Lote 2 Lote 3 Lote 4 Lote 5
Lotes
Re
si
st
ên
ci
a 
à 
tr
aç
ão
 
(M
Pa
)
0
5
10
15
20
25
Co
ef
ic
ie
n
te
 
de
 
v
ar
ia
çã
o
 
 
(%
)
14 dias - 72 horas 28 dias - 72 horas 14 dias - 36 horas
28 dias - 36 horas CV - 14 dias CV - 28dias
 
Figura 6- Resistência à tração na flexão ao longo do tempo para os lotes avaliados. 
 
4. CONCLUSÕES 
 
A partir dos resultados obtidos verificou-se um comportamento distinto da 
argamassa estabilizada em função do tipo (36 e 72 horas), do tempo de utilização e 
do processo de armazenamento da argamassa (“com película” ou “sem película”). 
Nas propriedades do estado fresco, observou que o índice de consistência 
inicial diminui ao longo do tempo de utilização, com exceção do lote 5 “com película”. 
Além disso, verificou que com a colocação da película a queda do índice de 
consistência é menor do que “sem a película”. No entanto, a perda de consistência 
avaliada no mesmo dia apresentou variações muito pequenas. O teor de ar 
incorporado manteve ou teve uma pequena redução ao longo do tempo de utilização 
e foram obtidos valores altos (25 a 39%) em função do aditivo. Os valores de 
retenção de água para os lotes 1 e 2 aumentaram ao longo do tempo, porém para os 
lotes 3, 4 e 5 o comportamento foi o inverso. 
Nas propriedades do estado endurecido, o comportamento da resistência à 
compressão e tração na flexão foram semelhante: maiores valores obtidos para as 
argamassas de 36 horas em relação as argamassas de 72 horas e em alguns casos 
os valores de resistênciaaos 14 e 28 dias foram semelhantes. 
A partir dos resultados obtidos confirmou-se que é fundamental avaliar o real 
comportamento da argamassa estabilizada para sua utilização. 
 
 
5. REFERÊNCIAS 
1. PANARESE, W. C, KOSMATKA, S. H., RANDALL, F. A. Concrete Masonry 
Handbook for architects, Engineers, Builders. Portland Cement Association, 5ª ed. 
Estados Unidos da América, 1991. 219p. 
2. MARTINS NETO; N. A. A. A.; DJANIKIAN, J. G. Aspectos de desempenho 
da argamassa dosada em central. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP. 
São Paulo serie BT/PCC/235, p. 23, 1999. 
3. MARCONDES, C. G. Características e benefícios da argamassa 
estabilizada. Massa Cizenta. Publicado em 9 de junho de 2009. Disponível em: 
<http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/caracteristicas-e-beneficios-da-
argamassa-estabilizada/>. Acesso em 14 de fevereiro de 2010. 
4. TAVARES, A. B. Estudo da utilização de argamassas dosada em central em 
Santa Maria, RS. 2008. 51p. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia 
Civil) - Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria. 
5. SILVA, D. S. Estudo comparativo dos métodos de produção de argamassas 
de revestimento utilizados em obras do município de Tubarão. 2008. 98p. Trabalho 
de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Civil) - Universidade do Sul de Santa 
Catarina. Tubarão. 
6. MANN NETO, A.; ANDRADE, D. C.; SOTO, N. T. A. Estudo das 
propriedades e viabilidade técnico - econômica da argamassa estabilizada. 2010. 
127p. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Produção Civil) - Universidade 
Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba. 
7. NELSON, R. L.; SCHMIDT, S.; MUNRO, C.; LAUBER, R.; PISTILLI, M.; 
GATES, R.; SEYL, J. Ready mix mortar in the United States. In: 8th IBMAC 
(International Brick and Block Masonry Conference, 1988 Dublin. Anais… Dublin, 
1988. v. 1. p. 150-161.

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