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Das Obrigações quanto à complexidade de seu objeto * obrigação simples (uma única prestação) * obrigação composta – (pluralidade de objetos ou de prestações) subdivide-se em a) obrigação cumulativa ou conjuntiva (o devedor deve cumprir todas as prestações impostas – normalmente o credor vale-se da conjunção e (Ex. Arts 22 E 23 Lei 8.245/91)) e b) obrigação alternativa ou disjuntiva – arts 252 a 256 CC (obrigação com mais de uma prestação, sendo que o devedor cumpre uma ou outra (ATENÇÃO – não se confundem com a obrigação facultativa) Na obrigação facultativa há uma só prestação, tendo o devedor, no cumprimento, uma faculdade de cumprir a obrigação (simples) de uma outra forma. Das Obrigações Alternativas * Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. * Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. * No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. * Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. * Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. * Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. * Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. * Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. * Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. Das Obrigações quanto à divisibilidade (ou indivisibilidade) do objeto obrigacional * Divisíveis e Indivisíveis * Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. * A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. * Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. * O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I - a todos conjuntamente; II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. VI JORNADA DE DIREITO CIVIL DO CNJ ENUNCIADO 540 – Havendo perecimento do objeto da prestação indivisível por culpa de apenas um dos devedores, todos respondem, de maneira divisível, pelo equivalente e só o culpado, pelas perdas e danos. Artigo: 263 do Código Civil Justificativa: O art. 263 do CC, em seu § 2o, ao tratar da perda do objeto da obrigação indivisível, prevê que, “se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos”. A grande maioria da doutrina (Álvaro Villaça Azevedo, Maria Helena Diniz, Sílvio de Salvo Venosa, Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias), interpretando o § 2o de acordo com o caput do art. 263 (“Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos”), afirma que, havendo perda da prestação por culpa de apenas um dos devedores, não há isenção ou redução da responsabilidade dos demais, que, de maneira divisível, respondem pelo equivalente e só o culpado, pelas perdas danos. Nesse sentido, Sílvio de Salvo Venosa afirma: “mas pelo valor da prestação, evidentemente, responderão TODOS” (Direito Civil, v. 2, 11a ed. São Paulo: Atlas, p. 108). Diante da clareza da doutrina e da lógica do sistema, o enunciado só tem razão de ser em virtude da discordância de Flávio Tartuce: “Entendemos que a exoneração mencionada no parágrafo em análise é total, eis que atinge tanto a obrigação em si quanto a indenização suplementar” (Direito Civil, 4a ed. São Paulo: Método, v. 2, p. 115).
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