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10/04/2016 Obrigações solidárias | Artigos JusBrasil http://pedroaraujoprog.jusbrasil.com.br/artigos/316055993/obrigacoessolidarias 1/3 Obrigações solidárias Publicado por Pedro Araujo 2 semanas atrás O direito das obrigações é o ramo do direito privado que regula as relações jurídicas pessoais vinculativas de um credor a um devedor. Baseado no princípio da autonomia de vontade, sob o qual se estabelecem os mais variados negócios jurídicos, especialmente os contratos, e, tendo neles as fontes principais de onde surgem os vínculos obrigacionais, temos por fim natural de uma obrigação que as partes cumpram o que livremente pactuaram, que o devedor cumpra com aquilo que se comprometeu. Assim, o objeto da relação obrigacional é a prestação, que é entendida como a atividade do devedor direcionada à satisfação do interesse do credor. A classificação básica das obrigações se dá em função da natureza do objeto da relação obrigacional: a prestação, que se divide entre a obrigação de dar coisa certa ou incerta, de fazer ou de não fazer algo. A classificação especial das obrigações ramifica ainda mais este elemento objetivo (a prestação), mas também leva em consideração o elemento subjetivo da relação obrigacional: os sujeitos (credor, devedor, ou até um terceiro). Quanto ao elemento subjetivo, de acordo com a classificação especial mais consensual, as obrigações classificam-se em fracionárias, conjuntas, disjuntivas e solidárias. Nas obrigações solidárias, que, por sua vez, aqui nos interessa, a solidariedade pode ser dividida entre ativa e passiva. A obrigação solidária é uma das mais importantes e mais recorrentes no dia a dia do direito obrigacional. Numa mesma obrigação, a solidariedade ocorre quando há pluralidade de credores (cada um com direito ao crédito todo) ou pluralidade de devedores (cada um obrigado ao adimplemento da dívida toda). O objeto da obrigação é, em regra, único, mas, de acordo com o art. 264 do Código Civil, os credores e devedores podem ser mais de um: cada um dos credores tem a faculdade de receber tudo, resolvendo a obrigação; ou cada um dos devedores deve pagar tudo, como se JusBrasil Artigos 10 de abril de 2016 10/04/2016 Obrigações solidárias | Artigos JusBrasil http://pedroaraujoprog.jusbrasil.com.br/artigos/316055993/obrigacoessolidarias 2/3 fosse um único devedor. Vale ressaltar que, conforme o artigo 265 do CC, a solidariedade nunca é presumida, resultando sempre da força da lei ou da vontade das partes. Como vimos, na solidariedade ativa temos a pluralidade de credores, e, com efeito, o devedor cobrado por qualquer um dos credores (art. 267 do CC), pagando-lhe a dívida fica exonerado do pagamento aos outros credores solidários, cabendo ao que recebeu repassar a quota-parte cabível aos demais. A relação jurídica interna entre os credores é irrelevante para o devedor. Caso qualquer um dos credores solidários perdoe a dívida (art. 267 do CC), o devedor também fica exonerado do pagamento perante todos os credores, cabendo ao que perdoou a dívida responder perante os outros. Se um dos credores morrer antes do pagamento da dívida, de acordo com o art. 270 do CC, tendo mais de um herdeiro, cada um terá direito à quota de crédito correspondente ao que era direito do falecido, e se um deles receber tudo responderá perante o outro herdeiro e os demais credores solidários originais. A solidariedade passiva é mais comum na prática. Nela, cada um dos devedores fica obrigado ao pagamento da dívida toda, e o que quitar sozinho a dívida resolve a obrigação para todos parente o credor, mas o que pagou terá direito de ação regressiva em face dos demais devedores solidários a fim de haver a quota-parte de cada um (art. 275 do CC). Vale reforçar que a solidariedade deve estar prevista em lei ou por vontade das partes, caso contrário, aqui, e se o objeto permitir, a obrigação será considerada fracionária, e o devedor que pagar a sua parte fica livre, restando aos demais a quitação da parte que lhes cabe. A solidariedade passiva vincula os devedores internamente, e de forma alguma o credor poderá cobrar novamente qualquer devedor solidário se um deles já tiver quitado a dívida. Se o credor aceitar receber parcialmente a dívida de um dos devedores (referente à sua parte), os restantes só ficam obrigados ao saldo remanescente. O mesmo acontece se o credor perdoar na dívida a quota de um dos devedores (art. 277 do CC), pois isso significa a exclusão e remissão de parte do pagamento da dívida. 10/04/2016 Obrigações solidárias | Artigos JusBrasil http://pedroaraujoprog.jusbrasil.com.br/artigos/316055993/obrigacoessolidarias 3/3 Se qualquer um dos devedores solidários falecer, de acordo com o art. 276 do CC, seus herdeiros ficam obrigados a pagar somente a quota-parte que lhe correspondia, e ainda que os herdeiros dele optem por pagar totalmente a dívida (ficando com direito de regresso ante aos demais devedores solidários), o pagamento não poderá ultrapassar as “forças” da herança deixada. Referências STOLZE, Pablo e PAMPLONA, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil, Volume 2: Obrigações. 16ª ed. - São Paulo: Saraiva, 2015. Fonte: Pedro Araújo Disponível em: http://pedroaraujoprog.jusbrasil.com.br/artigos/316055993/obrigacoessolidarias Seguir16 publicações 11 seguidores Pedro Araujo programador e estudante de direito. Programador Java e diversas outras tecnologias para PCs e dispositivos móveis e estudante de direito da Universidade de Cuiabá (Campus de Sinop Industrial).
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