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REPENSAR O TEMPO E O ESPAÇO NO DIA-A-DIA DA ESCOLA Evelise Maria Labatut Portilho - PUCPR* Liliamar Hoça - PUCPR** Resumo O presente estudo apresenta algumas considerações sobre a questão da organização do tempo e do espaço escolar, nas escolas organizadas em ciclos de aprendizagem. Os referenciais são trazidos por alguns autores, considerados de relevância e de uma investigação considerada como estudo piloto, com uma equipe de profissionais da Rede Municipal de Ensino de Curitiba. Foram levantadas as seguintes questões: quantas escolas no ano de 2005 estão realizando uma proposta de organização diferente o tempo e o espaço? Qual o tipo de organização proposta pelas escolas? Como as escolas estão compreendendo a proposição de repensar o tempo e o espaço. Este estudo aponta algumas considerações trazidas pela literatura educacional sobre o tema, onde os autores consultados tratam da importância de se discutir o significado do tempo e do espaço no processo de aprendizagem. Também identifica algumas propostas de organização de tempo e espaço, utilizadas pó algumas escolas, para estabelecer as primeiras análises sobre o que se revela na prática escolar e no saber docente sobre a organização de tempo e espaço. Palavras-chaves: tempo; espaço; aprendizagem; diversidade. * Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR - evelisep@onda.com.br ** Pedagoga da Rede Municipal de Ensino de Curitiba e mestranda da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – liliamarh@brturbo.com.br 1471 A imagem da escola, concebida historicamente, onde meninos e meninas de uma certa idade freqüentariam esse espaço projetado para cumprir a função de ensinar os conteúdos considerados clássicos, durante um tempo estabelecido e de uma maneira silenciosa e quase que contemplativa, não é a imagem nem a realidade que se conhece hoje. Quem trabalhou em uma escola de Ensino Fundamental ou quem lá trabalha, conhece muito bem como cada dia se configura. Tanto alunos como professores, não são apenas sujeitos contemplativos nessa instituição. É nesse dia-a-dia que os professores se deparam com muitos desafios em sua prática docente, alguns advindos de sua formação, outros administrativos, políticos, pedagógicos quanto aqueles que constituem as representações sobre o aluno e sobre a infância. Entrelaçado nestes desafios está, o fato de buscar compreender o significado da diversidade em sala de aula e de poder desenvolver um trabalho pedagógico voltado a essa questão. Mas o que pressupõe para a escola, para o professor e para os alunos a questão da diversidade? Os alunos se fossem questionados sobre o que é diversidade, poderiam responder como Tatiana Belinky em sua obra, cujo título é Diversidade: “Diversidade - Um é feioso... outro é bonito... um é certinho.... outro, esquisito”. Ou até assim: “Um é ligeiro... outro é mais lento... um é branquelo... outro é sardento”. A resposta dos alunos poderia também deixar muitas pessoas a pensar, pois poderiam dizer: “Um carrancudo... outro, tristonho... um divertido... outro, enfadonho”. Porém, não é possível deixar de mencionar que os alunos se percebem marginalizados quando em determinadas atividades propostas em sala de aula, precisam seguir um padrão, que pouco podem expressar sua maneira de compreender ou não interagem como necessitam com seus professores. Para o professor a diversidade pressupõe mudanças na dinâmica de relações com os alunos, supõe alterações nas atividades diárias, conseguindo alcançar um nível de reflexão, em que todos expressam seu pensamento e trabalham juntos, mas cada um partindo de suas possibilidades. Para que isto ocorra, será necessária a revisão na metodologia, na organização dos grupos de trabalho em sala e fora da sala, nas 1472 questões voltadas ao tempo e ao espaço, assim como a revisão nos critérios de avaliação. Significa para o docente admitir que necessita conhecer mais como ocorre a aprendizagem, perceber que deve se conhecer enquanto pessoa que também aprende e que seu modo de aprender tem um elo de ligação com sua forma de ensinar. Como afirma Portilho (2005, p. 23): “... consideramos a versatilidade no ensino como um elemento essencial, principalmente porque não há um estilo único de ensinar apropriado para a totalidade dos alunos, nem dos programas de aprendizagem”. Para o docente tratar da diversidade implica rediscutir atitudes e / ou atividades de caráter homogeneizador dos processos de aprendizagem. O dito popular “o sol nasce para todos”, no processo de aprendizagem pode apresentar uma cruel realidade, pois todos os alunos são expostos ao mesmo tipo de atividade, ao mesmo modelo de ensino, aos mesmos parâmetros de avaliação. Cada um tem seu ritmo, seu tempo, sua experiência prévia, sua motivação diante da escolaridade e seu modo de conhecer, estabelecer referenciais para se situar nesse espaço escolar. Para a organização escolar tratar da diversidade será necessário repensar conjuntamente o projeto pedagógico, a organização do tempo e do espaço, buscando ter clareza de quanto e como o tempo é ocupado com atividades significativas para o desenvolvimento dos conteúdos e, quais espaços são utilizados e com qual intencionalidade. A diversidade pressupõe que os envolvidos no processo educativo concebam a aprendizagem como a interação entre a natureza e o meio, que segundo Coll (1996, p.334) o aluno sinta-se à vontade e confiante, nas relações com os adultos com os quais interage, mas também que assim esteja consigo. Diversas pesquisas vêm apontando para a singularidade do processo de aprendizagem e para a reflexão a cerca das experiências cognitivas, estéticas, sociais, biológicas e afetivas dos alunos. Este fato nos remete a pensar sobre como o tempo e o espaço são concebidos e organizados na hora da aprendizagem. Lima (1999, p.8) apresenta uma questão muito relevante sobre a aprendizagem e a relação com o tempo, quando afirma que o planejamento não deve ter apenas 1473 previsão de situações de aprendizagem, deve ter também o planejamento do tempo em que tais situações levarão para serem executadas e depois refletidas, para que o aluno possa fazer uma elaboração mental e consiga estabelecer relações, processar a informação, reformular a ação feita. Portanto refletir sobre a questão do tempo e do espaço no planejamento das atividades escolares, se traduz em um eixo muito importante para o desenvolvimento de ações que auxiliem tanto professores quanto alunos. A intencionalidade que este estudo apresenta está, primeiramente em trazer algumas considerações sobre a organização do tempo e do espaço partindo da experiência vivida com a implantação da organização em ciclos nas escolas municipais de Curitiba e de referenciais trazidos pela literatura educacional. Em segundo lugar se propõe a identificar as formas de organização de tempo e espaço utilizada em algumas escolas, a partir de dados coletados em uma entrevista, considerada como estudo piloto, para o desenvolvimento de ações subseqüentes. É necessário esclarecer que o presente estudo irá compor um referencial mais abrangente sobre as representações docentes e os conceitos de tempo e de espaço como elementos a serem considerados no processo de aprendizagem. A experiência vivenciada A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, no Capítulo II (da Educação Básica), no artigo 23 dispõe sobre a forma de organização da educação básica, citando no texto que esta poderá se organizar em séries, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos,grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios. Das formas citadas, a mais conhecida e até o ano de 1999, adotada pela maioria das escolas da Rede Municipal de Ensino de Curitiba, era a organização seriada. Ainda fazendo referência a LDB, no parágrafo acima citado, fica subentendido que o processo de aprendizagem será o propulsor das mudanças na organização do 1474 ensino, pois o interesse neste irá recomendar as ações diversas, mobilizadoras e seus resultados. Assim está disposto na Lei: “Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não- seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar”.(Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.)· . A partir do segundo semestre de 1999, a Rede Municipal de Ensino de Curitiba, propõe para as escolas a organização do ensino em ciclos de aprendizagem. A intencionalidade naquele momento estava no fortalecimento das ações educativas que contemplassem as diversidades culturais, sociais e individuais, com o propósito de construção de aprendizagens significativas e pressupondo o pleno desenvolvimento dos alunos.(Projeto de Implantação dos Ciclos de Aprendizagem na Rede Municipal de Ensino de Curitiba. Curitiba, 1999). Para que esta proposta se efetivasse, diversas ações foram planejadas, muitas em decorrência de programas e projetos1 que já existiam nas escolas. Alguns dos encaminhamentos realizados a partir da proposta de ciclos foram: a reorganização do quadro de professores; o estabelecimento do professor co-regente que auxiliaria as turmas em conjunto com o professor regente; promoção de diversas capacitações ofertadas através de seminários, ciclos de estudos, cursos, oficinas, fórum, buscando a reflexão e revisão sobre os processos que permeiam tanto a organização em ciclos como a prática pedagógica. No contexto de organização das turmas em ciclos, desde a implantação até o momento da participação na equipe de assessoria às escolas, aparece o desafio de uma das pesquisadoras, em como repensar o tempo e o espaço escolar. Que relação se estabelece entre esses dois elementos e o processo de aprendizagem? Como o tempo será aproveitado em sala de aula e em quais espaços as atividades serão realizadas? 1 Ressalta-se que antes da implantação da organização em ciclos, projetos de capacitação, de consultorias, de assessoramentos sobre questões como da avaliação, alfabetização, aceleração de estudos, já estavam sendo efetivadas nas escolas municipais. 1475 Da experiência a reflexão No ano de 2002, um grupo de pedagogos da Rede Municipal de Ensino de Curitiba, num trabalho de assessoria as escolas, elaborou uma síntese do que naquele momento se entendia por organização do tempo e do espaço, como sugere o esquema abaixo: TEMPOS E SEUS ESPAÇOS Esta sistemática de organização previa o reagrupamento de alunos, no turno que freqüentavam, de acordo com as necessidades acadêmicas e potencialidades manifestadas. Não eram grupos fixos, que se estabeleciam por homogeneidade de dificuldade ou capacidades. Mas, grupos de alunos que deveriam circular nos diferentes espaços organizados, como por exemplo: o grupo da matemática, o grupo da alfabetização, o grupo do teatro, o grupo da produção de textos, e outros que fossem considerados necessários. Diagnóstico dos níveis de aproveitamento escolar Planejamento das ações de intervenção Identificação do professor com o grupo de trabalho Organização dos grupos com periodicidade definida Execução do trabalho Registro sistemático do desenvolvimento do trabalho e do desempenho dos alunos Reorganização sucessiva dos grupos 1476 A proposta apresentada sugeria contextos significativos de aprendizagem, com ações que possibilitassem a troca de experiências entre professores e alunos, partindo da utilização do tempo (dia da semana, quantidade de horas) e dos espaços disponíveis na escola, já que uma das maiores queixas era a falta de tempo para o aluno assimilar informações ou realizar algo diferente em sala de aula. Porém é necessário fazer uma observação aqui. Desta experiência fica a dúvida: este modelo de organização foi suficientemente claro, para que os professores percebessem que ao aproximar determinadas crianças que estavam apresentando algum tipo de necessidade acadêmica ou uma potencialidade que poderia estar sendo mais desenvolvida, o planejamento das atividades para estes grupos, previam a questão do tempo e do espaço na execução da atividade e na reflexão sobre a mesma? Essa ação-reflexão, em um determinado tempo e espaço, que não era o já habitual de sala de aula, possibilitou aos alunos expressarem o que sabiam e realizar tais atividades, mediados pela ação intencional do professor e pelos colegas em suas exposições? A proposta envolvia também a utilização de espaços disponíveis na escola, como a biblioteca, a sala de informática, as salas de aula, objetivando a variação do espaço sala de aula. O pensamento desta forma de repensar o tempo e o espaço estaria contemplando o que lembra Ivany Souza Ávila, que é necessário assegurar oportunidades de aprendizagem, entender e analisar que as propostas não terão caráter compensatório de faltas ou carências no âmbito pedagógico, e que o trabalho que se organiza, não deverá ratificar as desigualdades, que colocam em situação de inferioridade uns em relação a outros. Pode-se observar que o dia-a-dia escolar privilegiou a questão do tempo e do espaço como tarefas administrativas, as quais se apresentam de forma concreta seguindo o calendário civil, seguindo a divisão dos horários, a dimensão e distribuição das salas, corredores, salas de múltiplo uso, laboratórios, parte administrativa, pátios. A própria palavra tempo apresenta uma singularidade, pois as pessoas compreendem esta palavra, sem observar o conceito implícito que ela contém, ficando 1477 apenas do seu significado aparente. A palavra tempo faz referência ao tempo cronológico, o tempo físico, socialmente estabelecido. Mas também é importante pensar-se no tempo subjetivo, ou o tempo vivido, o tempo da consciência, das emoções. Sponville (2000, p18): “Digamos que a palavra é clara, que todos a compreendem; mas nem a coisa nem o conceito o são, e trata-se então de pensa-los.” Esse tempo vivido é um tempo que se estabelece nas ações desenvolvidas pelas pessoas no cotidiano e que podem constituir-se em aprendizagens significativas, mas que não estão vinculadas ao tempo contado em minutos ou horas, pois a vivência de determinadas situações, é que possibilitam o desencadeamento de processos cognitivos e emocionais, particulares em cada pessoa, e estão relacionados ao processo de desenvolvimento de ordem biológica, psicológica e cultural. Repensar a organização de tempo e espaço na escola, em seu cotidiano é repensar diversas estruturas que compõe esta instituição. É possível ilustrar a questão com a declaração encontrada no livro de Miguel Arroyo, Imagens Quebradas (2004, p.206): “Sempre soube que tinha que planejar o tempo de minha aula, prever o que ensinar e o que aprender em cada bimestre e série, porém ignorei os tempos dos alunos”. Acrescenta-se a esta citação, a relação com o espaço, considerado disponível para a ação de ensinar e aprender. Ao se fazer opção por um determinado encaminhamento das atividades, que serão desenvolvidas com os alunos, percebe-se que esta escolha é determinada e determinante de um tempo e de um espaço? METODOLOGIA Nesta pesquisa objetivamos coletar alguns dados a partir de questões exploratórias, sobre as organizações de tempo e espaço realizadas pelas escolas seguindo seguinte metodologia: 1478 Participantes: Este estudo contou com a participação de uma equipe de pedagogos (a qual passara a ser identificada como equipe X), os quais assessoram 24 (vinte e quatro) escolas da Rede Municipal de Ensino de Curitiba. Instrumento: O instrumento utilizado para este estudo piloto foi a pesquisa qualitativa, utilizando um questionário semi estruturado. Procedimentos: Para o desenvolvimento do instrumento, foi realizada uma reunião e desenvolvida uma entrevista com a equipe no Núcleo Regional da Educação, e uma das pesquisadoras. As perguntas realizadas e as respostas dadas foram gravadas, com a autorização da respectiva equipe e transcrita posteriormente. As questões selecionadas para este trabalho foram os seguintes: quantas escolas neste ano estão realizando uma proposta de organização diferente o tempo e o espaço? Qual o tipo de organização proposta pelas escolas? Como as escolas estão compreendendo a proposição de repensar o tempo e o espaço. ANÁLISE DOS DADOS Foi possível trazer para o início deste estudo estabelecer dois eixos que julgamos serem importantes para a discussão sobre o repensar da organização: o número de escolas que atualmente estão realizando uma proposta de organização de tempo e espaço e o tipo de organização proposta e como a equipe de profissionais, das escolas estão se posicionam diante da questão da proposição feita. A equipe entrevistada inicialmente nos comunicou que cada escola a partir de suas necessidades buscou estabelecer o caminho para organizar o tempo e o espaço. Quanto ao número de escolas e o tipo de organização encontramos os seguintes dados: 3 - turmas organizadas por nível acadêmico e por um tempo determinado; 5 - organização de grupos em um dia da semana, de acordo com as necessidades acadêmicas apresentadas; 1 - utilizando oficinas de dança, artes, música; 1 - organizando oficinas com as disciplinas de Língua Portuguesa, 1479 Matemática; 1 - organização de grupos em projetos; 1 - reagrupamentos na sala de aula. As escolas estão entendendo a proposição de repensar o tempo e o espaço, como uma possibilidade a mais de estarem auxiliando as crianças, principalmente quando se evidencia a questão da diversidade, que não se aprende todos da mesma forma, que uma única metodologia não daria conta do processo de aprendizagem. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES A partir das contribuições que nos foram trazidas pelo estudo piloto e comparadas a outras relativas à experiência profissional de uma das pesquisadoras, percebemos a necessidade do aprofundamento teórico, precedendo de reflexões sobre as práticas desenvolvidas pelas escolas em relação ao trabalho com os elementos tempo e espaço. O trabalho docente necessita de uma fundamentação sobre como esse tempo e esse espaço irão favorecer o real aprendizado dos alunos. O pensamento sobre a diversidade, sobre os ritmos de trabalho individual, carecem de uma sustentação teórica para que não se recaia em práticas descontextualizadas e “recheadas” da concepção do “achismo” (acho que precisa disso...; acho que este espaço é....; acho que precisa de mais tempo....; acho que precisa dar tempo a ele....), que podem estar servindo de justificativa para o não aprendizado dos alunos. No Projeto de Implantação dos Ciclos de Aprendizagem (SME/Curitiba, 1999, p.36) diz que: “Reorganizar a ação pedagógica para que o tempo e o espaço escolar ganhem maior flexibilidade é um desafio a ser enfrentado pelas escolas na atualidade, pois o rimo dos processos sociais vem exigindo a constante reordenação da vida cotidiana dos sujeitos.”, isto nos aponta para o estudo e construção coletiva do significado da flexibilização do tempo e do espaço e também sobre o que representa a singularidade do processo de aprendizagem na dinâmica educacional presente hoje nas escolas. Buscar a compreensão sobre o tempo de aprendizagem do aluno é entender como esse aluno aprende, suas estratégias. É também fazer referência aos espaços 1480 que podem contribuir para a organização de trabalhos diversificados, possibilitando o que a escola reconheça a sua construção acerca dos conceitos de temporalidade e espacialidade. Segundo Tescarolo (2004, p.104): “A escola necessita, em seu contexto tantas vezes fraturado, da elaboração de um plano de ação de caráter sistemático e permanente, desde que igualmente flexível e dinâmico, para definir expectativas, metas, recursos, prever conseqüências e um esquema de acompanhamento e regulação em todos os níveis de organização.” Portanto propor um repensar da organização dos tempos e espaços escolares prevê o estabelecimento de objetivos, de um planejamento coletivo, da análise constante dos processos de aprender e ensinar. Precisa estabelecer a cooperação para que as intervenções pedagógicas sejam particularmente produtivas e que a organização em ciclos não se constituam apenas em uma mudança de nomenclatura, mas todo um redimensionamento do cenário escolar. REFERENCIAS ARROYO, M. Imagens Quebradas: trajetórias e tempos de alunos e mestres. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. ÁVILA, I.S. Escola e sala de aula. Porto Alegre: editora UFRGS, 2004. BELINKY, T. Diversidade. 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