Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA Circuito RLC em série ACADÊMICOS: RA: MILENA VERISSIMO DE OLIVEIRA 81889 MATEUS GABRIEL MATOS 89515 EUGÊNIO MARCONI ZAGO JUNIOR 82150 PROFESSOR: ARY Maringá 2015 1.Introdução O fenômeno da ressonância ocorre em inúmeros campos da Física e é particularmente importante em situações técnicas. J´a estudamos a ressonância em dois sistemas mecânicos ( a corda vibrante e o tubo sonoro ), sujeitos a oscilações forçadas de uma fonte externa. O que caracteriza as situações de ressonância é o seguinte: • Em termos de frequência - A fonte externa vibra com uma frequência que corresponde a uma das frequências naturais do sistema. • Em termos de energia - a energia transferida da fonte ao sistema receptor é máxima. Nesta unidade estudaremos as oscilações elétricas[5, 15, 19] e o fenômeno da ressonância associados a um circuito RLC, que consiste de um resistor, de resistência ( R ), um indutor, de indutância ( L ) e um capacitor de capacitância ( C ), ligados em série, a uma fonte de fonte de tensão alternada do tipo: ( ε )= εm cos (ω t). Figura 1.1- Circuito RLC sob tensão alternada. Uma situação semelhante às oscilações elétricas, ocorre na Mecânica para um oscilador mecânico constituído de uma massa ( m ) e uma mola de constante elástica ( K ) e que é posto a oscilar, sob ação de uma força externa periódica. 1.2 - Representação vetorial de variáveis em corrente alternada Uma variável ( A ) em corrente alternada ( AC ou CA ) pode ser expressa genericamente por A = Ao cos(ωt + α) (1) onde ( A0 ) é o seu valor de pico ( valor máximo ) e ( α ) a diferença de fase entre a variável A e outra variável ( CA ), escolhida arbitrariamente como origem. Usando o método denominado de vetores girantes ( fasores ), temos para a variável ( A ), dada pela Eq.(1), a representação vetorial da Fig.(1.2-a), onde o vetor Ã0, que representa o valor máximo de Ã, que gira com velocidade angular ( ω ). Figura 1.2- Vetores girantes - fasores. [1] Podemos fazer uma representação semelhante para o circuito RLC da Fig.(19). Na Fig.(1.2-b) temos o diagrama vetorial para os valores máximos das tensões, em cada um dos elementos do circuito, e da corrente. O vetor ( I ) representa o valor máximo da corrente no circuito, o vetor VR = RI está em fase com I, o vetor VL = XLI está adiantado de 90o, em relação à corrente, e o vetor VC = XCI está atrasado de 90o, em relação à mesma origem. De acordo com o diagrama vetorial da Fig.(20-b), os valores instantâneos da tens˜ao na fonte e da corrente no circuito são, respectivamente (2) (3) onde I e V = são respectivamente, os valores máximos da corrente e da tensão fornecida ao circuito. 1.3 - Impedância no circuito RLC - série. Fazendo uma analogia com vetores, e de acordo com o gráfico da Fig.(1.2-b ), temos: (4) Obtemos para o módulo de V e para a impedância (Z = V/I) do circuito, respectivamente (5) (6) onde XL = ω L - reatância indutiva; - reatância capacitiva; ω = 2πf - frequência angular da fonte. O gráfico da Fig.(1.3), nos mostra como a resistência ( R ) do resistor e as reatâncias do indutor ( XL ) e do capacitor ( XC ) variam com a frequência angular. Figura 1.3-Comportamento da resistência e das reatâncias em função da frequência angular.[1] Verifica-se que à medida que frequência aumenta a reatância indutiva também aumenta e a reatância capacitiva diminui, enquanto a resistência permanece constante. [1] 1.4 - Potência média consumida em um circuito RLC De um modo geral, em um circuito RLC, a corrente e a tensão estão defasadas de um ângulo φ, observe a Fig.(1.2-b), onde φ é dado por: (7) A potência instantânea, de acordo com as Eq.(3) e (4), é P = v i = V I cos (ω t ) cos(ωt + φ) (8) Integrando a Eq.(8), no intervalo de tempo de um período, e multiplicando pelo inverso do período, obtemos a potência média consumida no circuito, conforme a equação (9) onde e são respectivamente, os valores eficazes da tensão e da corrente. O cos φ é o fator de potência do circuito, podendo variar entre zero (φ = 90°) e a unidade para (φ = 0°). Um baixo valor para o fator de potência causa sérios problemas `as instalações elétricas, entre eles sobrecarga nos cabos e transformadores. [1] 1.5 - Ressonância no circuito RLC Quando um circuito RLC se encontra na situação de ressonância, a f.e.m. (ε) está em fase com a corrente (φ = 0°). Dessa forma, de acordo com a Eq.(46), |XL| = |XC| e a frequência da fonte externa ( ω ) passa a ser igual a frequência natural ( ) do circuito, ou seja , (10) e (11) Além disso, a corrente e a potência consumida, no circuito, são máximas e, conforme as equações (5), (6) e (9), iguais a: i = I = (12) (13) Figura 1.4- Fator de qualidade. [1] Em resumo, em um circuito RLC - série: A condição de ressonância, além de tornar a impedância puramente resistiva e fazer com que o circuito oscile com a sua frequência natural (ω0 = 1/√LC), leva a corrente para um valor de pico. Nessa situação a potência transferida pela fonte ao circuito é máxima. Teoricamente, ( R = 0 ), faria a corrente tender a infinito ( I→ ∞ ), de acordo com a Eq.(12). Na prática, porém, tal situação não ocorre, uma vez que o indutor e as partes do circuito sempre apresentam alguma resistência. [1] 1.6 - Seletividade e fator de qualidade Uma forma de se estudar as características de um circuito RLC é verificar a variação da corrente ( i ) no circuito com a frequência angular ( ω ). A Fig.(1.4), mostra um gráfico ( i ×ω ) para o referido circuito, com base em três valores diferentes para ( R ). Pela análise do gráfico, verifica-se que a frequência angular de ressonância ( ω0 ) ´e a mesma para as três curvas ( só depende de L e C ), porém, o pico de ressonância é mais acentuado para a menor resistência. As frequências ω1 e ω2, referentes a correntes I/√2 do valor máximo, são pontos de potência média e a separação entre eles ( ω) é chamada largura de banda do circuito. Quanto mais estreita a largura de banda, mais seletivo é o circuito, ou seja, é capaz de distinguir, com um pequeno intervalo de variação, uma dada frequência. Isto é importante nos circuitos receptores de rádio e televisão. Define-se fator de qualidade ( Q ) de um circuito como: (14) Um circuito com elevado fator de qualidade é altamente seletivo e, praticamente, só responde na frequência de ressonância. [1] 2.Objetivo Estudar o comportamento de um circuito RLC - série, em função da frequência, no que se refere a: • tensão em cada elemento do circuito; • frequência de ressonância; • impedância, reatância indutiva e capacitiva; • corrente no circuito; • largura de banda e fator de qualidade. 3.Materiais e métodos 3.1 Materiais Gerador de funções, frequencímetro, osciloscópio, indutor, capacitor, resistor, placa para montagem do circuito, cabos, jacarés. 3.2 Métodos Com o auxílio da Eq.(11), calculou-se o valor da frequência natural de ressonância Montou-se o circuito RLC - série, conforme esquematizado na Fig.(3) e conectou-se o osciloscópio aos terminais do resistor, após, variou-se a frequência do gerador, até obter tensão máxima no resistor. Nesta situação, o gerador e o circuito ficaram em ressonância. Verificou-se se VL = VC e se a frequência lida no osciloscópio é aproximadamente igual à frequência natural calculada. Na situação de ressonância, mediu-se e anotou-se na tabela (4.1) os valores de , VR, VL, VC. Figura 3- Montagem do circuito RLC. 4.Resultados Os resultados do experimento foram obtidos através da análise da variação da frequência a partir da frequência de ressonância do circuito. Como na tabela 4.1, anotou-se a variação de Vr, Vc e Vl. Logo, podendo assim, calcular os valores de W, i, Xl, Xc e X e construir gráficos de R x f, Xl x f, Xc x f, i x f e X x f como nas figuras 4.1, 4.2 e 4.3 respectivamente. Tabela 4.1: Dados obtidos a partir da frequência de ressonância f (Hz) Vr (V) Vl (V) Vc (V) i (mA) W (rad/s) Xl (Ω) Xc (Ω) X (Ω) 23370 7,45 25,6 39,2 74,23276 146838,0406 391,32338 695,93683 -304,613 24510 8,95 28,8 41,6 89,17896 154000,8719 410,41232 663,56767 -253,155 25430 10,49 33,6 45,6 104,52371 159781,4024 425,81744 639,56129 -213,744 f1 26450 12,37 39,2 50,4 123,25628 166190,2514 442,89702 614,89768 -172,001 27930 14,90 47,2 55,2 148,46552 175489,3656 467,67916 582,31449 -114,635 29070 16,85 52,8 57,6 167,89558 182652,1969 486,76810 559,47863 -72,7105 f0 30480 17,55 57,6 56,0 174,87047 191511,4882 510,37812 533,59723 -23,2191 32790 16,75 56,1 47,2 166,89916 206025,6462 549,05835 496,00621 53,05214 34890 14,27 50,4 36,8 142,18812 219220,3354 584,22219 466,15201 118,0702 f2 36920 12,42 44,8 29,6 123,75448 231975,2015 618,21391 440,52123 177,6927 37870 11,58 43,2 27,2 115,38462 237944,2276 634,12137 429,47039 204,6510 38780 10,90 40,8 24,8 108,60901 243661,9262 649,35903 419,39256 229,9665 39630 10,32 39,2 24,0 102,82981 249002,6337 663,59202 410,39727 253,1948 Temos que a largura de banda é: ∆f = │f1 - f2 │= │26450 - 36920 │= 10470 Hz Tendo que os valores nominais da capacitância, indutância e do resistor sendo: C = 10,219 nF R = 100, 36 Ω L = 2,665 mH Em destaque na tabela 4.1, temos o valor obtido da frequência de ressonância do circuito que foi de 30480 Hz. Portanto, calculando o fator de qualidade do circuito pela equação (14), temos que Q = 2.911. Logo, usando a equação (11), temos que a frequência de ressonância nominal do circuito é de 30498 Hz. Tendo assim, um desvio percentual de: ∆% = (│f - fn│/ fn) * 100 ∆% = 0,06% Figura 4.1- R x f, Xl x f e Xc x f. A partir dos gráficos mostrados a cima podemos ver que a reatância aumenta a medida que a frequência imposta no gerador afasta-se da frequência de corte. Ou seja, na frequência de corte a reatância é mínima e na frequência máxima e mínima ela é máxima. No caso do nosso experimento a frequência mínima imposta ao gerador proporcionou a maior reatância no valor de 253,1948Ω. Na frequência de ressonância XL = Xc; podemos ver que isso não ocorreu exatamente, mas teve pequena variação. Além disso, nessa frequência o i é máximo e isso pode ser observado na Tabela 4.1. Figura 4.2: i x f Figura 4.3: X x f A largura de banda é a medida do comprimento da resposta em frequência das duas frequências com metade da potência do sinal de entrada. Como resultado, esta medida de largura de banda é muitas vezes chamada de "comprimento total a metade da potência". Visto que a potência é proporcional ao quadrado da tensão do circuito (ou corrente), a resposta em frequência irá cair a nas frequências de metade da potência. De acordo com o gráfico podemos ver que a largura da banda é dada pela distância, na corrente efetiva, das linhas do gráfico acima ( Figura 4.2 ); temos então que variação de frequência na corrente de 17,55/(2)1/2 é aproximadamente igual a 12,41 kHz. A qualidade do circuito, ou factor Q, é calculada como a razão entre a frequência de ressonância e a largura de banda (em radianos por segundo): Ou, em hertz: 6) Para uma rádio com banda de larga de 0,05 MHz e f0 = 100,1 MHz, temos que Q = 2002. Discussão No circuito RLC observa-se três tipos de sistemas; no começo quando trabalhamos em baixas frequências, observamos que XC > XL, portanto, trabalhamos em um circuito capacitivo. Na freqüência de ressonância, de acordo com o embasamento teórico, era de se esperar que XC = XL provando que o sistema estaria em ressonância, porem pode se observar que houve uma pequena variação tal que XL> XC. A Cima destas frequências pode-se observar o sistema começa trabalhar de forma indutiva tal que XL > XC. Conclusão Os gráficos encontrados experimentalmente foram extremamente satisfatórios tanto nos que relacionava tipos de resistências, voltagens e nos fatores de qualidade, onde pudemos encontrar, no circuito RLC, banda de larga próxima de 12,4 kHz. Pudemos, na introdução teórica analisar a diferença de fasores para os diferentes tipos de voltagem e da corrente, e por fim, aprender a relação desses circuitos com o funcionamento das rádios e qual a verdadeira importância da frequência de corte para a natureza desses circuitos. Bibliografia [1] Weinand, Wilson Ricardo. Avila, Ester. Hibler, Mateus Irineu. Circuitos série sob tensão alternada e ótica. Apostila de Física Experimental. Disponível em: <http://www.dfi.uem.br/dfinova3/textos/ca_oticair.pdf> . Acesso em 31 de novembro de 2015 [2] D. Halliday e R. Resnick – Física 4 –1984. [3]T. J. Bonagamba – Apostila de Laboratório de Ensino –Vol. 3 – USP, São Carlos – 1994.
Compartilhar