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Aula 01 Intodução as carreiras juridicas

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1 
 
UNIVERSIDADE POTIGUAR-UNP 
CURSO: DIREITO – MOSSORÓ – 1° PERÍODO -2016.1 
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AS CARREIRAS JURÍDICAS 
 
1- O QUE É JUSTIÇA? 
O termo justiça, de maneira simples, diz respeito à igualdade de todos os cidadãos. 
Encontramos na Constituição Federal no seu art. 5° o principio da igualdade ou 
como alguns preferem o principio da isonomia, segundo o qual: todos são iguais perante a 
lei. 
Deve-se, contudo, buscar não somente essa aparente igualdade formal, mas, 
principalmente, a igualdade material, na medida em que a lei deverá TRATAR OS IGUAIS 
DE MANEIRA IGUAL E OS DESIGUAIS DE MANEIRA DESIGUAL NA MEDIDA DE 
SUAS DESIGUALDADES. 
 
2- O QUE É DIREITO? E o que um bacharel em direito faz? 
Nada mais justo que a curiosidade do iniciante, que pela primeira vez se debruça 
sobre um ramo do conhecimento, para conhecer seu conteúdo. Nada é tão simples e ao 
mesmo tempo tão complexo quanto definir Direito. 
A palavra direito intuitivamente nos outorga a noção do que é certo, correto, justo, 
equânime. Quando se menciona a palavra é importante saber se a empregamos como 
substantivo, adjetivo ou advérbio. 
Nessa linha de compreensão, o direito seria conceitualmente o que é mais 
adequado para o individuo, tendo presente que, vivendo em sociedade, tal direito deve 
compreender fundamentalmente o interesse da coletividade. 
O direito busca, portanto, a adequação da sociedade, sua melhor convivência, 
embora cada sistema possa usar métodos diversos. 
Direito é o ramo das ciências sociais aplicadas que tem como objeto de estudo o 
conjunto de todas as normas coercitivas que regulamentam as relações sociais, ou seja, 
são normas que disciplinam as relações entre os indivíduos, desses para com o Estado e 
do Estado para com seus cidadãos, por meio de normas que permitam solucionar os 
conflitos. 
Segundo Kant, o "Direito é o conjunto de condições pelas quais o arbítrio de um 
pode conciliar-se com o arbítrio do outro, segundo uma lei geral de liberdade." 
2 
 
Direitoé o ramo das ciências sociais aplicadas que tem como objeto de estudo o 
conjunto de todas as normas (regras e princípios) coercitivas que regulamentem as 
relações sociais, ou seja, são normas que disciplinam as relações entre os indivíduos, 
destes para com o Estado e do Estado para com seus cidadãos, através de normas que 
permitam solucionar os conflitos. 
Direito é um conjunto de regras que disciplina diversas dimensões de nossas vidas. 
Todos nós, na posição de pai, filho, herdeiro, empresário, proprietário, consumidor, 
empregado, contribuinte, cidadão, entre outras, temos direitos e deveres. O próprio 
Estado brasileiro, de acordo com nossa Constituição de 1988, deve obediência a regras 
jurídicas. Quando falamos em Direito, estamos falando do mundo das leis e da justiça, e o 
profissional do Direito deve ser qualificado não apenas para nos orientar dentro deste 
complexo emaranhado de normas, ou para nos ajudar a resolver conflitos, mas também 
para, junto com economistas, cientistas políticos, sociólogos etc., imaginar e propor 
intervenções legislativas que enfrentem os principais problemas brasileiros. 
O bacharel em Direito possui um dos mais amplos leques de atuação profissional. 
No setor público e no setor privado, há uma grande quantidade de profissões jurídicas 
típicas que só podem ser exercidas por quem possui diploma em Direito. No setor público, 
destacam-se as atividades de juiz, promotor de justiça e advogado de entes estatais. No 
setor privado, a advocacia ganhou nos últimos tempos áreas de atuação cada vez mais 
especializadas, tanto no âmbito nacional quanto internacional. Além destas atividades 
típicas, o profissional do Direito é cada vez mais solicitado para atuar em outros campos, 
como diplomacia, mediação e arbitragem, assessoria política, consultoria empresarial, 
jornalismo, etc. Recentemente, a demanda por profissionais de formação jurídica passou 
a ser expressiva também em organizações internacionais e não-governamentais, 
relacionadas ao meio-ambiente, aos direitos humanos, à educação, à proteção do 
consumidor, entre outros. 
 
3- PODERES DO ESTADO 
A Constituição Federal de 1988, como de tradição, adotou o sistema tripartido 
de separação dos poderes, que são as de administrar, legislar e julgar. No Brasil, essas 
três funções são exercidas pelo PODER EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO, 
respectivamente. Essa separação procura, principalmente, evitar abusos de poder, já que 
3 
 
um poder fiscaliza e limita a atuação do outro. Esse sistema denomina-se “pesos e 
contrapesos”. A divisão dos poderes, no entanto, não é absoluta, sendo que cada um dos 
poderes exerce, em menor ou maior grau, todas as funções. 
De acordo com o art. 2° da Constituição Federal de 1988: 
“Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. 
3.1- Poder Legislativo 
É o encarregado de exercer a função legislativa do estado, que consiste em regular as 
relações dos indivíduos entre si e com o próprio Estado, mediante a elaboração de leis. 
No Brasil, o Poder Legislativo é organizado em um sistema bicameral e exercido pelo 
Congresso Nacional que é composto pela Câmara dos Deputados, como representante 
do povo, e pelo Senado Federal, representante das Unidades da Federação. Esse modelo 
bicameral confere às duas Casas autonomia, poderes, prerrogativas e imunidades 
referentes à sua organização e funcionamento em relação ao exercício de suas funções. 
A Câmara dos Deputados é composta, atualmente, por 513 membros eleitos pelo 
sistema proporcional à população de cada Estado e do Distrito Federal, com mandato de 
quatro anos. O número de deputados eleitos pode variar de uma eleição para outra em 
razão de sua proporcionalidade à população de cada Estado e do Distrito Federal. No 
caso de criação de Territórios, cada um deles elegerá quatro representantes. A 
Constituição Federal de 1988 fixou que nenhuma unidade federativa poderá ter menos de 
oito ou mais de 70 representantes. 
Já no Senado Federal, os 81 membros eleitos pelo sistema majoritário (3 para cada 
Estado e para o Distrito Federal) têm mandato de oito anos, renovando-se a cada quatro 
anos, 1/3 e 2/3 alternadamente. Nas eleições de 1998 foram renovados 1/3 dos 
senadores (27) e nas eleições de 2002, 2/3 dos membros (54). 
Uma vez eleitos, os deputados e senadores passam a integrar a bancada do partido ao 
qual pertencem. Cabe às bancadas partidárias escolher, dentre seus membros, um líder 
para representá-los. Assim, para orientar essas bancadas durante os trabalhos 
legislativos, há a figura do líder partidário e suas respectivas estruturas administrativas. O 
4 
 
governo também possui líderes, na Câmara, no Senado e no Congresso, que o 
representa nas atividades legislativas. 
O Congresso Nacional e suas Casas funcionam de forma organizada, tendo os seus 
trabalhos coordenados pelas respectivas Mesas. Em geral, a Mesa da Câmara dos 
Deputados e a do Senado Federal são presididas por um representante do partido 
majoritário em cada Casa, com mandato de dois anos. Além do presidente, a Mesa é 
composta por dois vice-presidentes e quatro secretários. 
A Mesa do Congresso Nacional é presidida pelo presidente do Senado Federal e os 
demais cargos ocupados, alternadamente, pelos respectivos membros das Mesas das 
duas Casas. 
Compõem ainda a estrutura de cada Casa as comissões, que têm por finalidade apreciar 
assuntos submetidos ao seu exame e sobre eles deliberar. Na constituição de cada 
comissão é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos 
e dos blocos parlamentares que integram a Casa. 
Na Câmara dos Deputados há dezoito comissões permanentes em funcionamento e no 
Senado Federal, sete. As comissões podem ser, ainda, temporárias, quando criadas paraapreciar determinado assunto e por prazo limitado. As comissões parlamentares de 
inquérito (CPIs), as comissões externas e as especiais são exemplos de comissões 
temporárias. 
No Congresso Nacional as comissões são integradas por deputados e senadores. A única 
comissão mista permanente é a de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. 
Contudo, existe também a Representação Brasileira de Comissão Parlamentar Conjunta 
do Mercosul. Já as comissões temporárias obedecem aos mesmos critérios de criação e 
funcionamento adotados pela Câmara e pelo Senado. 
O processo legislativo compreende a elaboração de emendas à Constituição, leis 
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos 
legislativos e resoluções. Todos estes instrumentos legais tramitam no Congresso 
Nacional e em suas Casas segundo procedimentos próprios previamente definidos em 
regimentos internos. 
5 
 
Apesar do Congresso Nacional ser um órgão legislativo, sua competência não se resume 
à elaboração de leis. Além das atribuições legislativas, o Congresso dispõe de atribuições 
deliberativas; de fiscalização e controle; de julgamento de crimes de responsabilidade; 
além de outras privativas de cada Casa, conforme disposto na Constituição Federal de 
1988. 
O Congresso está localizado na área central de Brasília, próximo aos órgãos 
representativos dos Poderes Executivo e Judiciário, formando a praça dos Três Poderes. 
Internamente, o Congresso é uma verdadeira "cidade" contando com bibliotecas, livrarias, 
bancas de revistas e jornais, barbearias, bancos, restaurantes, dentre outros serviços. 
3.2- Poder executivo 
O Poder Executivo Federal é exercido, no sistema presidencialista, pelo Presidente da 
República auxiliado pelos Ministros de Estado. 
O Presidente da República, juntamente com o Vice-Presidente, são eleitos pelo voto 
direto e secreto para um período de quatro anos. 
Em 1997, através de Emenda Constitucional nº 16, foi permitida a reeleição, para um 
único mandato subseqüente, do Presidente da República, dos Governadores e dos 
Prefeitos. Dessa forma, o Presidente Fernando Henrique Cardoso iniciou, em 1º de 
janeiro de 1999, seu segundo mandato para o qual foi reeleito em 1º turno nas eleições 
de outubro de 1998, se tornando o primeiro Presidente da República a ser reeleito. 
Em caso de impedimento do Presidente da República, ou vacância do respectivo cargo, 
serão chamados sucessivamente para exercer o cargo, o Vice-Presidente, o Presidente 
da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal. 
Compete ao Presidente da República entre outros, chefiar o governo; administrar a 
coisa pública; aplicar as leis; iniciar o processo legislativo; vetar, total ou 
parcialmente projetos de lei; declarar guerra; prover e extinguir cargos públicos 
federais; e editar medidas provisórias com força de lei. 
Aos Ministros de Estado compete exercer a orientação, coordenação e supervisão dos 
órgãos e entidades na área de sua competência e referendar os atos assinados pelo 
6 
 
Presidente da República e expedir instruções para a execução das leis, decretos e 
regulamentos. 
A indicação de ministros é feita pelo Presidente da República com base em critérios 
políticos, de modo a fazer acomodações na base de sustentação do governo. Entretanto, 
isso não exclui a possibilidade de, em alguns momentos, ser utilizado um critério 
exclusivamente técnico para a escolha do ministro. 
O exercício das funções relativas ao Poder Executivo é feito através da Administração 
Direta e Indireta. 
3.3- Poder judiciário 
A função do Poder Judiciário, no âmbito do Estado democrático, consiste em aplicar a lei 
a casos concretos, para assegurar a soberania da justiça e a realização dos direitos 
individuais nas relações sociais. 
A estrutura do Poder Judiciário é baseada na hierarquia dos órgãos que o compõem, 
formando assim as instâncias. A primeira instância corresponde ao órgão que irá 
primeiramente analisar e julgar a ação apresentada ao Poder Judiciário. As demais 
instâncias apreciam as decisões proferidas pela instância inferior a ela, e sempre o fazem 
em órgãos colegiados, ou seja, por um grupo de juízes que participam do julgamento. 
Devido ao princípio do duplo grau de jurisdição, as decisões proferidas em primeira 
instância poderão ser submetidas à apreciação da instância superior, dando oportunidade 
às partes conflitantes de obterem o reexame da matéria. 
Às instâncias superiores, cabe, também, em decorrência de sua competência originária, 
apreciar determinadas ações que, em razão da matéria, lhes são apresentadas 
diretamente, sem que tenham sido submetidas, anteriormente, à apreciação do juízo 
inferior. A competência originária dos tribunais está disposta na Constituição Federal. 
A organização do Poder Judiciário está fundamentada na divisão da competência entre os 
vários órgãos que o integram nos âmbitos estadual e federal. 
À Justiça Estadual cabe o julgamento das ações não compreendidas na competência da 
Justiça Federal comum ou especializada. 
7 
 
A Justiça Federal comum é aquela composta pelos tribunais e juízes federais, e 
responsável pelo julgamento de ações em que a União, as autarquias ou as empresas 
públicas federais forem interessadas; e a especializada, aquela composta pelas Justiças 
do Trabalho, Eleitoral e Militar. 
No que se refere à competência da Justiça Federal especializada, tem-se que à Justiça 
do Trabalho compete conciliar e julgar os conflitos individuais e coletivos entre 
trabalhadores e empregadores. É formado por Juntas de Conciliação e Julgamento, pelos 
Tribunais Regionais do Trabalho, composto por juízes nomeados pelo Presidente da 
República, e pelo Tribunal Superior do Trabalho, composto por vinte e sete ministros, 
nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal. 
À Justiça Eleitoral compete, principalmente, a organização, a fiscalização e a apuração 
das eleições que ocorrem no país, bem como a diplomação dos eleitos. É formada 
pelas Juntas Eleitorais, pelos Tribunais Regionais Eleitorais, compostos por sete juízes e 
pelo Tribunal Superior Eleitoral, também composto por sete ministros. 
E, à Justiça Militar, compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. É 
composta pelos juízes-auditores e seus substitutos, pelos Conselhos de Justiça, especiais 
ou permanentes, integrados pelos juízes-auditores e pelo Superior Tribunal Militar, que 
possui quinze ministros nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do 
Senado Federal. 
São órgãos do Poder Judiciário: 
Supremo Tribunal Federal, que é o órgão máximo do Poder Judiciário, tendo como 
competência precípua a guarda da Constituição Federal. É composto por 11 ministros 
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pelo Senado 
Federal. Aprecia, além da matéria atinente a sua competência originária, recursos 
extraordinários cabíveis em razão de desobediência à Constituição Federal. 
Superior Tribunal de Justiça, ao qual cabe a guarda do direito nacional 
infraconstitucional mediante harmonização das decisões proferidas pelos tribunais 
regionais federais e pelos tribunais estaduais de segunda instância. Compõe-se de, no 
mínimo, 33 ministros nomeados pelo Presidente da República. Aprecia, além da matéria 
referente a sua competência originária, recursos especiais cabíveis quando contrariadas 
leis federais. 
8 
 
Tribunais Regionais, que julgam ações provenientes de vários estados do país, divididos 
por regiões. São eles: os Tribunais Regionais Federais (divididos em 5 regiões), os 
Tribunais Regionais do Trabalho (divididos em 24 regiões) e os Tribunais Regionais 
Eleitorais (divididos em 27 regiões). 
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal e de Alçada, organizados de 
acordo com os princípiose normas da constituição Estadual e do Estatuto da 
Magistratura. Apreciam, em grau de recurso ou em razão de sua competência originária, 
as matérias comuns que não se encaixam na competência das justiças federais 
especializadas. 
Juízos de primeira instância são onde se iniciam, na maioria das vezes, as ações 
judiciais estaduais e federais (comuns e especializadas). Compreende os juízes estaduais 
e os federais comuns e da justiça especializada (juízes do trabalho, eleitorais, militares). 
FONTES DE DIREITO 
 Na concepção gramatical, fonte é origem, gênese, de onde provém (água). 
 As chamadas “fontes de direito” nada mais são, portanto, do que os meios pelos 
quais se formam ou se estabelecem as normas jurídicas. Trata-se, em outras palavras, de 
instâncias de manifestação normativa. 
 O artigo 4 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei 
número 4.657, de 04-09-1942) dispõe expressamente que: 
“Art. 4. Quando a lei for omissa, juiz decidirá – o caso de acordo com a analogia, os 
costumes e os princípios gerais do direito”. 
 A classificação das fontes, por sua vez, forma, necessariamente, esses dois 
elementos (segurança e certeza) para o estabelecimento de uma “hierarquia de 
prevalência” no ordenamento jurídico. Ainda Jurisprudência, Doutrina e Equidade. 
 
4.1 – FONTES DO DIREITO EM ESPÉCIE: 
 
Nos próximos subtópicos, analisaremos as seguintes fontes de Direito: 
a) LEGISLAÇÃO; 
b) COSTUME; 
9 
 
c) JURISPRUDÊNCIA; 
d) DOUTRINA; 
e) ANALOGIA; 
f) PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO; 
g) EQUIDADE. 
 
4.1.1 – LEGISLAÇÃO : 
 
A lei é por excelência, a mais importante fonte do Direito em nosso ordenamento positivo. 
Nela se encontra toda a expectativa de segurança e estabilidade de direito, que se espera 
de um direito positivado. 
 Sílvio Venosa define-a como a “regra geral de direito, abstrata e permanente, dotada de 
sanção, expressa pela vontade de autoridade competente, de cunho obrigatório e forma 
escrita”. 
Esta conceituação mostra as características básicas dessa fonte normativa: 
- Generalidade; 
- Abstração; 
- Permanência; 
- Existência de sanção; 
- Edição pela autoridade competente; 
- Registro cartáceo da edição. 
A generalidade é uma característica marcante da lei, uma vez que, para ser assim 
considerada, por mais restrita que seja, dever ser dirigida a um número indeterminado de 
indivíduos. 
 
A Abstração mostra que as leis têm um caráter prospectivo de geração de efeitos para o 
futuro, em função de hipóteses concebidas idealmente, não devendo, em regra, produzir 
efeitos pretéritos. 
 
Permanência: É o período em que a lei apresenta seu caráter imperativo enquanto estiver 
vigente, ou seja, mesmo nas leis editadas para reger determinados períodos de tempo, os 
efeitos de sua aplicação serão permanentes para as situações jurídicas ocorridas em sua 
vigência. 
 
10 
 
Existência de Sanção: É um elemento de grande importância para a efetivação da lei, 
decorrendo, em verdade, não somente dela, mas do próprio ordenamento que, 
abstratamente, preverá as consequências deontológicas do eventual descumprimento de 
deveres jurídicos. 
 
Edição por meio de Autoridade Competente: É a própria separação dos poderes uma 
forma de controle do arbítrio, limitando as possibilidades de atuação dos agentes estatais 
na sua edição. Vale lembrar ainda que, formalmente, considera-se lei “o ato legislativo 
emanado dos órgãos de representação popular e elaboração de conformidade com o 
processo legislativo previsto na Constituição”. Artigos 59 – 69. 
 
Obrigatoriedade da Lei: É outro dado importante, haja vista que o reconhecimento da 
ausência de força na lei seria a sua própria desmoralização, seja perante o Estado, seja no 
meio social. 
 
Registro Cartáceo da Edição: O registro escrito da lei, além de ser uma diferença para os 
sistemas do commom law, garante maior estabilidade das relações jurídicas, com a sua 
consequente divulgação através das publicações oficiais. 
 
b) CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS 
QUANTO À ORIGEM OU EXTENSÃO TERRITORIAL: 
 
a) LEIS FEDERAIS; 
b) LEIS ESTADUAIS; 
c) LEIS MUNICIPAIS. 
 
LEIS FEDERAIS: Criadas no âmbito da União, ordinariamente pelo Congresso Nacional 
(embora com exceção, como as leis delegadas e as medidas provisórias, deva se admitir o 
pronunciamento legislativo por outras esferas de Poder). Aplicando-se a todo país ou a 
parte dele (legislações federais de desenvolvimento regional). 
Exemplo: Constituição Federal, Código Civil, CLT, etc. 
 
LEIS ESTADUAIS: Promulgadas pelas Assembleias Legislativas, destinando-se aos 
territórios estaduais ou a parte deles. 
11 
 
Exemplo: Constituição Estadual, Lei de ICMS, etc. 
 
LEIS MUNICIPAIS: Aprovadas pelas câmaras municipais, com aplicabilidade limitada ao 
território respectivo. 
Exemplo: Lei Orgânica Municipal, Lei do IPTU, 
 
 
QUANTO A DURAÇÃO: 
a) PERMANENTES; 
b) TEMPORÁRIAS. 
 
PERMANENTES: Leis estabelecidas sem prazo de vigência predeterminado. 
 
TEMPORÁRIAS: Leis estabelecidas com prazo limitado de vigência. 
 
QUANTO AO ALCANCE: 
a) GERAIS; 
b) ESPECIAIS; 
 
GERAIS: Disciplinam uma quantidade ilimitada de situações jurídicas genéricas. 
Exemplo: Constituição Federal, Código Civil, etc. 
 
ESPECIAIS: Regulam matérias com critério particulares, diversos das leis gerais. 
Exemplo: CLT 
Lei do Inquilinato – locação de imóveis. 
 
 
QUANTO A HIERARQUIA DENTRO DO SISTEMA NACIONAL: 
 
a) CONSTITUIÇÃO; 
b) LEIS INFRACONSTITUCIONAIS; 
 
CONSTITUIÇÃO: Fundamento do sistema positivo é a mais importante norma em um 
ordenamento jurídico nacional. O princípio da supremacia da Constituição sujeita todas as 
12 
 
normas da ordem jurídica a uma conformidade tanto formal quanto material com o texto 
constitucional. Temos as normas constitucionais originárias e as normas constitucionais 
resultantes de emendas. 
 
LEIS INFRACONSTITUCIONAIS: Tecnicamente, não há hierarquia entre as leis 
infraconstitucionais, mas sim apenas peculiaridades quanto à matéria regulável, o órgão 
competente para sua edição e o quórum necessário. Nela se incluam as leis 
complementares, leis ordinárias e algumas outras formas de manifestação normativa que 
apenas materialmente podem ser consideradas leis: leis delegadas, decretos-leis (já 
extintos em nosso ordenamento jurídico) e medidas provisórias. No campo das normas 
infraconstitucionais, vale registrar que o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, considera que 
os TRATADOS INTERNACIONAIS sobre DIREITO HUMANOS possuam um caráter 
supralegal, estando em um grau superior aos textos legais. 
 
DECRETOS REGULAMENTARES: Atos do Poder Executivo, com a finalidade de prover 
situações previstas na lei em sentido técnico, para explicitá-la e dar-lhe execução. 
 
NORMAS INTERNAS: Embora, como as últimas, também não sejam leis stricto senso, têm 
uma finalidade disciplinar situações específicas, notadamente na Administração Pública. 
Exemplo: ESTATUTOS, REGIMENTOS INTERNOS, INSTRUÇÕES NORMATIVAS, etc. 
 
4.1.2 – COSTUME 
 
O COSTUME é o uso geral, constante e notório, observado socialmente e correspondente 
a uma necessidade jurídica. Trata-se de uma fonte de direito, com objetividade 
evidentemente menor. Para caracterizá-lo, mister se faz a presença simultânea de dois 
tipos básicos de elementos: 
a) Objetivo ou substancial: o uso continuado da prática no tempo; 
b) Subjetivo ou relacional: a convicção da obrigatoriedade da prática como necessidade de 
social (opinio necessitatis sive obligationis). 
Sociologicamente, é possível afirmar que a “convicção da obrigatoriedade tem um 
fundamento numa expectativa de consenso, melhor dito, na suposição bem – sucedida de 
que todos concordam”. 
Baseia-se no argumento de que algo deve ser feito porque sempre assimfoi tendo sua 
13 
 
autoridade respaldada na força conferida ao tempo e no uso contínuo das normas. 
Orlando Gomes diz “... ou a autoridade do costume se consagra pela confirmação do 
legislador, ou pela aceitação do juiz (...)”. 
O costume, como fonte de direito, pode ser visualizado de três formas: 
a) Praeter Legem: Costume que disciplina matéria que a lei não conhece. Visa a suprir a 
lei, nas eventuais omissões existentes (art. 4 da LINDB). 
b) Secundum Legem: Neste caso, a própria lei reconhece a eficácia jurídica do costume. 
Há quem entenda que, entre os costumes secundum legem, inclui-se o chamado costume 
interpretativo, pois, consoante dispõe o Código de Direito Canônico, “o costume é o melhor 
intérprete da lei”. 
c) Contra Legem: Tema dos mais polêmicos trata-se do reconhecimento de uma prática 
que se oponha francamente ao direito legislado, numa “revolta dos fatos contra os 
códigos”, na expressão de Gaston Morin, o que não é admitido expressamente pelo 
sistema positivo. Na lição de Franco Montoro, “pode ocorrer em dois casos: no desuso 
(dessuetudo) quando o costume simplesmente suprime a lei, que fica letra morta ou no 
costume ab-rogatório (consuetudo ab-rogatória), que cria uma nova regra”. 
 
 
4.1.3 – JURISPRUDÊNCIA 
 
Quando o reconhecimento de uma conduta como obrigatória se dá em sede dos tribunais, 
teremos a jurisprudência (ou o costume judiciário) como fonte do direito. 
Diferencia-se, porém, do costume propriamente dito, porque esse é criação da prática 
popular, nascendo espontaneamente, como decorrência do exercício do que se considera 
socialmente obrigatório, ao passo que a JURISPRUDÊNCIA é obra exclusiva da reflexão 
dos operários do direito, nas decisões de juízes monocráticos e tribunais, em litígios 
submetidos à sua apreciação. 
A expressão “JURISPRUDÊNCIA” era empregada, no vernáculo brasileiro, como um 
sinônimo de Ciência do Direito, sendo ainda utilizado dessa forma em diversos sistemas, 
notadamente o italiano. 
Hodiernamente, porém, possui um significado mais limitado, consistindo no conjunto de 
reiteradas decisões dos tribunais sobre determinada matéria (recum perpetuo similiter 
judicatorum auctoritas). A JURISPRUDÊNCIA é a complexa reunião de julgados, e não 
cada um deles isoladamente. 
14 
 
Embora a LINDB não a reconheça expressamente como fonte normativa, a sua 
importância cresce a cada dia. 
A JURISPRUDÊNCIA é fonte, ao menos, da compreensão do direito. 
Sua finalidade real, sem dúvida, será readequar o sistema a uma nova conjunção de 
forças, sem negação das premissas do próprio centro de poder de que faz parte, sempre 
dentro da premissa do próprio art. 5 da LINDB. 
Especial destaque merece, porém, a chamada jurisprudência “contra legem”. Manifesta-se 
o Professor Machado Neto: “(...) qual será o direito de um povo, a lei que ninguém acata 
ou a jurisprudência, embora contra legem, mas que os tribunais vêm seguindo e 
acatando?”. 
A SÚMULA adotada por um tribunal nada mais é do que a enunciação sintética de uma 
ratio decidendi, ou seja, constitui a síntese enunciada das razões de decidir de 
determinado caso concreto. A função da súmula é preencher parcialmente a 
indeterminação e a vagueza que resultam de textos normativos, reduzindo a complexidade 
da interpretação, o que não significa que ela própria prescinda de interpretação. 
Ao contrário, os verbetes que compõem as súmulas demandam exegese, pois a sua 
justificação está em que seja aplicada a mesma ratio decidendi entre casos que sejam 
substancialmente idênticos. 
A dificuldade consiste em diagnosticar o grau de identidade que deve ter o caso que se 
pretende resolver com os casos (ou o caso) de que sobreveio determinado verbete. 
No Brasil, até o advento da Emenda Constitucional número 45/2004, não havia força 
vinculante e geral das decisões dos tribunais. 
A partir deste momento histórico, porém, ao lado das súmulas persuasivas, passaram a 
existir as súmulas vinculantes, que podem ser editadas exclusivamente pelo STF e que 
obrigam aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública, encontrados os 
âmbitos da Federação. Por ser vinculante, o seu descumprimento enseja a promoção, 
perante o STF de Reclamação Constitucional, via pela qual a Corte promove a garantia da 
autoridade de suas decisões. 
 
4.1.4 – DOUTRINA 
 
Doutrina é a opinião dos doutos, conhecidos como juristas (communis opinio doctorum). 
A doutrina não chega, no sistema de civil law a ser considerada formalmente uma fonte de 
direito. 
15 
 
Todavia, pode ser responsável pela definição de alguns conceitos jurídicos indeterminados 
(exemplo: mulher honesta, justa causa, absoluta impossibilidade, etc.). 
Acaba, no final das contas, sendo considerada uma fonte pelo fato de continuamente 
propor soluções, inovar, interpretar e colmatar lacunas. 
Sua autoridade, inclusive como base de orientação para a interpretação do direito é 
irrecusável. 
 
4.1.5 – ANALOGIA 
 
Embora mencionada no art. 4 da LINDB, não se trata bem de uma fonte do direito, mas 
sim de um meio supletivo em caso de lacuna da lei. 
Trata-se de uma “forma típica de raciocínio pelo qual se estende a facti species de uma 
norma a situações semelhantes para as quais, em princípio, não havia sido estabelecida”. 
Pode-se manifestar de duas formas: 
a) ANALOGIA LEGIS – quando, inexistente a lei, aplica-se outra norma legal ao caso sub-
judice; 
b) ANALOGIA JURIS – quando, inexistente a lei, aplica-se princípio do direito ao caso sob 
apreciação. 
 
4.1.6 – PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO 
 
Também mencionados no art. 4 da LINDB, os princípios gerais são postulados que 
procuram fundamentar todo o sistema jurídico, não tendo necessariamente uma 
correspondência positivada equivalente. 
Há quem os reduza, inclusive, aos famosos preceitos romanos: honeste vivere, alterum 
non laedere, suum cuique tribuere, mas em verdade, podem ser encontradas e 
sistematizados por cada disciplina jurídica. 
Segundo Orlando Gomes: “A generalibus júri principiis, da qual deve ser extraída a decisão 
judicial quando a lei for omissa, falhe a analogia e não existam costumes adequados tem 
como determinante o espírito da ordem jurídica, que se manifesta através de valorações 
da camada, dirigente, como ultimum refúgium do juiz”. 
 
 
4.1.7 – EQUIDADE 
16 
 
 
A equidade, na concepção aristotélica, é a “justiça do caso concreto”. 
O julgamento por equidade (e não com equidade) é tido, em casos excepcionais, como 
fonte de direito, quando a própria lei atribui ao juiz a possibilidade de julgar conforme seus 
ditames. 
A equidade é a busca da interpretação mais razoável da norma para o caso em 
apreciação. 
As decisões que se valem da equidade podem ser de três formas: 
a) decisão com equidade: é toda decisão que se pretende estar de acordo com o direito, 
enquanto ideal supremo de justiça; 
b) decisão por equidade: é toda decisão que tem por base a consciência e percepção de 
justiça do julgador, que não precisa estar preso a regras de direito positivo e métodos 
preestabelecidos de interpretação; 
c) decisão utilizando equidade como meio supletivo de integração e interpretação de 
normas: é toda decisão proferida no sentido de encontrar o equilíbrio entre norma, fato e 
valor (aplicação do direito ao caso concreto). 
Na hipótese de constatação de uma contradição entre a norma legal e a realidade, 
gerando uma lacuna. 
 
4- Direito público x Direito Privado 
Segundo este critério, o Direito Público distingue-se do Direito Privado pelo facto 
de, no Direito Público, serem reguladas relações entre dois sujeitos, em que um deles (a 
entidade pública) está numa posição de supremacia perante o outro, em virtude de se 
encontrar no exercício de poderes públicos (ius imperii). 
 
De forma diferente ocorre no caso do Direito Privado, enquanto categoria do Direito, e quedisciplina um conjunto de relações entre sujeitos em igualdade de posição, ou seja, 
enquanto simples particulares. 
 
Elucidativo desta diferença entre as duas categorias, podem referir-se os casos do Direito 
Fiscal, enquanto ramo do Direito Público, ( a relação de supremacia entre, por um lado, o 
ente público fiscalizador, no exercício de um poder de autoridade público, e o cidadão 
contribuinte) e ainda o caso do Direito da Família, como ramo do Direito Privado, (por 
exemplo, a relação igualitária existente entre dois cônjuges ligados pelo matrimónio). 
17 
 
Ainda de acordo com o critério acima apontado, são também de Direito Público 
aquelas regras ou normas que disciplinam a organização e atividade do Estado e de 
outras entidades públicas, como por exemplo as autarquias, e ainda as normas que 
regulam as relações desses entes públicos entre si, no exercício dos poderes que lhes 
competem. 
 
Para além destas normas, incluir-se-ão, na categoria do Direito Público, todas as normas 
que regem as relações entre os entes públicos e os cidadãos, sempre que os primeiros se 
encontrem revestidos de poderes de autoridade conferidos pela lei. 
 
O Direito Público é, portanto, um direito composto por regras jurídicas que vão disciplinar 
relações entre sujeitos em posições desiguais. 
 
Diferentemente se passa no Direito Privado, em que os ramos do Direito, e as normas 
que estes dispõem, vão incidir sobre relações entre sujeitos que se encontram numa 
posição de igualdade. 
 
Esta última categoria do Direito integra, assim, normas jurídicas que regem as relações 
entre simples particulares e ainda as relações entre particulares e entes públicos , quando 
estes últimos não atuem revestidos de poderes de autoridade. São, portanto, relações de 
paridade e não de supremacia as relações que são objeto deste categoria do Direito. 
As subdivisões conceituais e didáticas do Direito 
Quais sejam: Direito público e Direito privado 
As divisões e subdivisões dos vários campos do direito possuem primordialmente 
uma utilidade didática. Hoje, mais do que ontem, há uma completa interpenetração de 
campos jurídicos, de forma mais ou menos profunda, e até o especialista em uma área 
deve ser versado em várias outras. O direito deve ser sempre visto estudado como um 
todo. O especialista em direito publico deve valer-se com freqüência de princípios de 
direito privado e vice-versa. 
Do ponto de vista prático, por vezes, será importante saber se uma norma é de 
direito público ou de direito privado, sem que isto anule a afirmação feita a principio. 
Em geral, as normas de direito publico possuem o caráter de cogência ou 
obrigatoriedade. Não podem os interessados dispor diferentemente do que o determinado 
por elas. 
18 
 
No direito privado há normas desse nível, cogentes, e outras que estão a 
disposição das partes, as chamadas normas dispositivas. Estas apenas são chamadas a 
atuar quando os interessados nada dispõem sobre o tema. 
Karl Larenz (1978:1), afirma que o direito privado é aquela parte do ordenamento 
jurídico que regula as relações dos particulares entre si, com base na sua igualdade 
jurídica e sua autodeterminação. 
5.1- Os vários ramos do direito público e do direito privado 
Mantendo-se a divisão tradicional, o direito público pode ser dividido em interno e 
externo. 
O direito público interno compreende, sem que a enumeração seja exaustiva, o 
direito constitucional, direito administrativo, direito tributário, direito penal, direito 
processual civil e penal, enquanto o direito público externo compreende o direito 
internacional publico e privado. 
O direito privado abrange o tradicional direito civile o direito empresarial. 
A) Direito Constitucional: é o ramo que estuda os princípios e normas relativos à 
estrutura fundamental do Estado, e baseia-se na Constituição, embora não se 
prenda exclusivamente a ela. A Constituição Federal abrange os princípios 
jurídicos fundamentais que designam e estrutura os órgãos do Estado, sua 
instituição, suas relações entre si. Dada a importância das normas e dos 
princípios que estuda, o direito constitucional é o ramo mais importante do 
direito público. 
B) Direito Administrativo: compreende o estudo dos fenômenos e normas que 
ordenam o serviço público e regulamentam as relações entre a Administração, 
seus respectivos órgãos, os administradores e seus administrados. Refere-se, 
portanto, a Administração Pública. 
C) Direito Tributário: é o ramo do direito público que ordena a forma de 
arrecadação de tributos, bem como o relacionamento entre o Fisco e o 
contribuinte. 
D) Direito Processual Civil: é o ramo do direito publico que preordena a forma 
pela qual alguém pode obter do Estado, de seu Poder Judiciário, uma prestação 
jurisdicional, isto é, uma composição do conflito de interesse mercê de uma 
decisão judicial. 
E) Direito Penal: é o conjunto dos preceitos legais, fixados pelo Estado, para 
definir os crimes e determinar aos seus autores as correspondentes penas e 
19 
 
medidas de segurança. O direito penal diz respeito ao direito de punir do 
Estado, que lhe é exclusivo, daí porque é direito exclusivamente público. 
F) Direito Civil: é o direito privado por excelência. Trata do conjunto de normas 
reguladoras das relações jurídicas entre particulares. O interesse de suas 
regras é eminentemente privado, embora nele possam estar presentes normas 
de ordem pública, como ocorre notoriamente no direito de família. É no direito 
civil que se encontrarão os princípios da personalidade, o conjunto de atributos 
que situam o homem em sociedade. 
G) Direito Empresarial: hoje referido basicamente como direito da empresa o seu 
objeto passou a ser a atividade negocial enquanto destinada a fins de natureza 
econômica, sendo essa atividade habitual e dirigida a produção de resultados 
patrimoniais. 
H) Direito do consumidor: Relação jurídica entre consumidor e fornecedor. 
Produto e serviço. Publicidade e propaganda. Responsabilidade pelo fato do 
produto e do serviço. 
I) Direito ambiental: é um ramo do direito, constituindo um conjunto de princípios 
jurídicos e denormas jurídicas voltado à proteção jurídica da qualidade do meio 
ambiente. 
J) Direito previdenciário: é ramo do Direito público que objetiva o estudo e 
disciplina da seguridade social, em geral, regula e normatiza o que conhecemos 
como Previdência, seja a Social ou Privada 
5- O direito de ação 
Consiste na possibilidade de se exigir do Estado, dentro das hipóteses 
previstas, a chamada prestação jurisdicional, isto é, que o Estado, através de 
seus órgãos competentes, tome conhecimento de determinado problema 
jurídico concreto, promovendo a aplicação do Direito. 
6- Os elementos fundamentais do direito são: o sujeito, o objeto, a relação 
jurídica e a proteção jurisdicional. 
A) O Sujeito - Em sentido estrito, “sujeito” é o titular de um direito subjetivo. É a 
pessoa a quem pertence ( ou cabe ) o direito. É o proprietário no direito de 
propriedade, o credor nas obrigações, o Estado na cobrança de tributos, o 
requerente nas ações judiciais. O titular do direito não é o único “sujeito” na 
20 
 
relação jurídica. Toda a relação jurídica é intersubjetiva, supõe, pelo menos, 
dois sujeitos: um sujeito ativo, que é o titular do direito, a pessoa que pode 
exigir a prestação; um sujeito passivo, que é a pessoa obrigada a realizar a 
prestação ( positiva ou negativa ). 
Sujeito de direito e pessoa - O sujeito dos direitos e dos deveres jurídicos chama-
se pessoa, escreve Coviello. “Pessoas são todos os seres capazes de adquirir 
direitos e contrair obrigações”, define o Código Civil argentino. O direito admite 
duas espécies fundamentais de pessoas: físicas e jurídicas. “Pessoas fisicas” são 
os homens considerados individualmente. “Pessoas jurídicas” são as instituiçõesou entidades, capazes de ter direitos e obrigações como as associações, 
fundações, sociedades civis e comerciais, autarquias e o próprio Estado. 
Ao conceito de “sujeito passivo” ligam-se as noções de “dever jurídico” e de 
“prestação” que constituem importantes categorias jurídicas. O sujeito passivo tem 
o “dever jurídico” de observar determinada conduta, que pode consistir em um ato 
ou abstenção. O dever jurídico distingue-se do moral, porque este não é exigível e 
aquele é. O dever jurídico se caracteriza por sua exigibilidade. Ao dever jurídico do 
sujeito passivo corresponde sempre a exigibilidade ou poder de exigir do sujeito 
ativo. 
B) Objeto - O vínculo existente na relação jurídica está sempre em função de um 
objeto. As relações jurídicas são estabelecidas visando a um fim específico. A 
relação jurídica criada pelo contrato de compra e venda, por exemplo, tem por 
objeto a entrega da coisa, enquanto que no contrato de trabalho o objeto é a 
realização do trabalho. É sobre o objeto que recai a exigência do sujeito ativo e 
o dever do sujeito passivo. 
A Relação Jurídica – Seguindo a lição de Del Vecchio, podemos definir a 
relação jurídica como o vínculo entre pessoas, por força do qual uma pode 
pretender um bem a que outra é obrigada. Estão aí contidos os elementos 
fundamentais da estrutura de um direito subjetivo: ele é essencialmente uma 
relação jurídica ou um vínculo entre uma pessoa ( sujeito ativo ), que pode 
pretender ou exigir um bem, e outra pessoa ( sujeito passivo ), que é obrigada a 
uma prestação ( ato ou abstenção ). 
21 
 
Pode-se afirmar que a doutrina das relações jurídicas teve início a partir dos 
estudos formulados por Savigny no século passado. De uma forma clara e precisa, 
o jurista alemão definiu relação jurídica como “um vínculo entre pessoas, em 
virtude do qual uma delas pode pretender algo a que a outra está obrigada”. Em 
seu entendimento, toda relação jurídica apresenta um elemento material, 
constituído pela relação social, e outro formal, que é a determinação jurídica do 
fato, mediante regras do Direito. 
C) Proteção Jurisdicional – O direito subjetivo ou a relação jurídica são tutelados 
pelo Estado, através de uma proteção especial, representada, de uma forma 
geral, pelo ordenamento jurídico e, particularmente, pela “sanção”. Essa 
proteção jurídica pode ser conceituada numa perspectiva objetiva ou subjetiva. 
Objetivamente, proteção é a garantia assegurada ao direito pela possível ou 
efetiva intervenção da força de que dispõe a sociedade. Subjetivamente, a 
proteção jurídica se traduz pelo poder conferido ao titular de exigir de outrem o 
respeito ao seu direito. 
A proteção é representada fundamentalmente pela sanção, que pode ser 
definida como a “consequência jurídica que atinge o sujeito passivo pelo não 
cumprimento da sua prestação”, ou, na formulação de Eduardo García Máynes 
“Sanção é a consequência jurídica que o não cumprimento de um dever produz 
em relação ao obrigado”. A sanção é uma “consequência”. Pressupõe um 
“dever”, que não foi cumprido.

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