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Alimentos e Nutrientes (classificação, funções e fontes alimentares) Alguns autores especialistas na área de alimentação e nutrição apresentam os respectivos conceitos apontando que existe uma diferença entre os termos alimentação e nutrição. A alimentação é definida como um ato voluntário e consciente pelo qual o indivíduo obtém seus produtos para o consumo. Nutrição é a ciência que estuda as diversas etapas que o alimento sofre ao ser introduzido no organismo onde ocorrem os processos de digestão, absorção, metabolismo e eliminação de nutrientes. Teichmann (1987), também faz a diferenciação entre estes termos relacionando-os de forma bem simples. Para o autor enquanto a alimentação se dá de forma voluntária e consciente, a nutrição ocorre de forma involuntária e inconsciente. Desta forma a alimentação pode ser educada, mas a nutrição não, visto que as pessoas podem estar “bem” alimentadas, porém mal nutridas. É através da nutrição que o indivíduo garante o material necessário às suas atividades físicas, biológicas e mentais, para que com saúde possa normalmente nascer, viver e reproduzir-se. A alimentação normal favorece a perpetuação dos caracteres biológicos do indivíduo e da espécie através das gerações. (KRAUSE, 2005) Engana-se quem pensa que alimentação é uma questão de sobrevivência e manutenção da saúde, não se restringe só a isso representa também um fator importante de prazer e convivência social de modo que certos hábitos e padrões alimentares passaram a representar “status” sócio-econômico que só podem ser mantidos por camadas das populações que possuem um elevado nível de renda. Alimentos funcionais São alimentos ou ingredientes que produzem efeitos benéficos à saúde, além de suas funções nutricionais básicas. Os alimentos funcionais caracterizam-se por oferecer vários benefícios à saúde, além do valor nutritivo inerente à sua composição química, podendo desempenhar um papel potencialmente benéfico na redução do risco de doenças crônicas degenerativas, como câncer e diabetes, dentre outras. Ex: soja (ingrediente funcional – isoflavona com ação estrogênica). Alimentos: são todas as substâncias utilizadas pelos animais como fontes de matéria e energia para poderem realizar as suas funções vitais, incluindo o crescimento, movimento, reprodução, etc. Para o homem, a alimentação inclui ainda várias substâncias que não são necessárias para as funções biológicas, mas que fazem parte da cultura, como as bebidas com álcool e refrigerantes. Nutrientes: são os produtos obtidos após a transformação dos alimentos no organismo. Os nutrientes agrupam-se em proteínas, hidratos de carbono (glícidos), gorduras (lípidos), vitaminas, minerais e oligoelementos, fibras e água desempenhando basicamente três grandes funções: Função Energética As proteínas, os hidratos de carbono e as gorduras fornecem a energia necessária a todos os processos (por exemplo, andar) e do organismo (por exemplo, respirar). Função Construtora ou Plástica Alguns nutrientes servem para “construir” as estruturas do nosso corpo, como, por exemplo, as proteínas (por exemplo, para os músculos) e alguns minerais (por exemplo, o cálcio para ossos e dentes). Funções Reguladora, Ativadora ou Protetora As fibras, a água, as vitaminas e os minerais e oligoelementos (por exemplo, o ferro presente na carne) regulam e ativam as reações que ocorrem no organismo (por exemplo, a atividade intestinal) e permitem que outros nutrientes sejam aproveitados e o protejam de diversas agressões e doenças. Macro e micronutrientes: As proteínas, os hidratos de carbono e as gorduras formam o grupo dos macronutrientes, que são aqueles de que precisamos em maior quantidade e também os que existem nos alimentos em maior proporção. As vitaminas, os minerais e oligoelementos e as fibras pertencem ao grupo dos micronutrientes. São necessários em menor quantidade, mas, apesar disso, não desempenham um papel menos importante. Proteínas As proteínas constituem a base estrutural do corpo e são indispensáveis para a formação e crescimento dos músculos, órgãos, pele e ossos. Além de fornecer energia. Numa dieta equilibrada, as proteínas devem contribuir com 10 a 15% do valor energético diário. As proteínas existem em maior quantidade na carne, aves, peixe, ovos, produtos lácteos e soja. Hidratos de Carbono: Os hidratos de carbono fornecem o combustível que o nosso cérebro e o nosso corpo precisam para as suas atividades diárias. Recomenda-se um consumo entre 55 a 60% do valor energético diário. Os hidratos de carbono são um grupo diverso que inclui açúcares (presentes, por exemplo, na fruta e no açúcar de adição) e amidos (presentes, por exemplo, no pão, arroz, massas e batatas). Quanto aos açúcares, a sacarose é benéfica, já que é um constituinte natural de muitos alimentos como a fruta. Pelo contrário, o açúcar adicionado aos alimentos ou às bebidas pode tornar-se problemático, se for consumido em exagero. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que, para uma ingestão de 2000 Kcal/dia, o valor de açúcar adicionado não deve exceder 50 g/dia. Gorduras As gorduras fornecem energia, entram na constituição de todas as estruturas celulares do corpo, fornecem os ácidos gordos essenciais, ajudam a absorver as vitaminas A, D, E e K e ainda melhoram o sabor dos alimentos No entanto, deve-se evitar ingeri-las em doses elevadas, no máximo devem representar 30 a 35% da ingestão calórica diária. Algumas fontes de gorduras são o azeite, manteiga, óleos vegetais, frutos secos oleaginosos, ovos, peixes gordos e carnes gordas. Vitaminas São nutrientes indispensáveis para o crescimento e para a manutenção do equilíbrio do organismo. Não fornecem energia, mas são essenciais em pequena quantidade para regular processos metabólicos. Possuem funções diversas e específicas e encontram-se numa grande variedade de alimentos de origem animal e vegetal. Minerais e Oligoelementos São substâncias que não fornecem energia, mas que são imprescindíveis ao organismo humano em pequena quantidade. Estes nutrientes são fundamentais para a conservação e renovação dos tecidos, para o bom funcionamento das células nervosas (cérebro) e intervêm em muitas reações que ocorrem no organismo. Existem em muitos alimentos de origem animal e vegetal. Entre os minerais, é de realçar o sódio, pelos seus efeitos nocivos na pressão arterial. As principais fontes de sódio são os alimentos processados e o sal de cozinha. A quantidade de sal ingerida por dia deve ser inferior a 5 g. A melhor forma de satisfazer esta recomendação é moderar não só o consumo de produtos salgados (por exemplo, charcutaria, enlatados, batatas fritas e aperitivos) mas também a utilização de sal ao natural. A substituição do sal por ervas aromáticas (por exemplo, aipo, alecrim, alho, cebolinho, coentros, estragão, hortelã, louro, orégãos e salsa), especiarias (por exemplo, açafrão, canela, caril, colorau e noz-moscada) Fibras São nutrientes que, dependendo da sua origem e processamento, apenas são parcialmente digeridos e absorvidos pelo nosso organismo. Existem dois tipos fundamentais de fibras: as solúveis e as insolúveis As fibras solúveis (presentes, por exemplo, nos hortícolas, frutas e aveia) têm um papel importante na redução dos níveis de colesterol e do risco de doenças cardiovasculares e ainda contribuem para a regulação dos níveis de glicemia e aumentam a sensação de saciedade. As fibras insolúveis (presentes, por exemplo, nos cereais e leguminosas) têm um papel fundamental no funcionamento intestinal,ajudando a prevenir a obstipação. Água A água é a substância que existe em maior quantidade no corpo humano, representando cerca de dois terços do peso corporal. Por esse motivo, é o nutriente necessário em maior quantidade. Embora não forneça energia, a água tem muitas funções, como o transporte de nutrientes e outras substâncias no corpo humano, servi como meio onde ocorrem muitas reações do organismo e ajuda a manter a temperatura corporal. REFERÊNCIAS KRAUSE, M. V.; MAHAN, L. K. Alimentos, nutrição e dietoterapia. Ciência da nutrição. 11. ed. São Paulo: Roca, 2005.1242 p. TEICHMANN, I. M. Noções básicas de nutrição. In: ______. Cardápios: técnicas e criatividade. 4. ed. Caxias do Sul, RS: EDUCS, 1987. p. 18-33.
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