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Equação de Poisson e Laplace Sérgio Antenor de Carvalho c©2012 2 Conteúdo 7 Equação de Poisson e Laplace 5 7.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 7.2 Equações de Poisson e Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 7.3 Teorema da Unicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 7.4 Solução Produto da Equação de Laplace em coordenadas retangulares . . . . . . . . . 16 7.5 Solução Produto da Equação de Laplace em coordenadas cilíndricas . . . . . . . . . . 22 7.6 Solução Produto da Equação de Laplace em coordenadas esféricas . . . . . . . . . . . 28 7.7 Solução Imagem da Equação de Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 3 4 CONTEÚDO Capítulo 7 Equação de Poisson e Laplace 7.1 Introdução • até agora só temos uma expressão que fornece o potencial em termos da fonte V = ∫ v ρ dv 4pi ε0R • uma equação integral mais fácil que a do campo elétrico ~E = ∫ v ρ dv 4pi R2 ~aR • agora obteremos uma relação V ↔ ρ na forma diferencial • teremos mais uma maneira de resolver os problemas! 7.2 Equações de Poisson e Laplace • obter a equação de Poisson é muito fácil! • partimos da lei de Gauss na forma pontual ∇ · ~D = ρ • da relação entre ~D e ~E temos ~D = ε ~E • e da relação entre V e ~E temos ~E = −∇V , assim obtemos ∇ · ~D = ∇ · (ε ~E) = −∇ · (ε∇V ) = ρ • para uma região homogênea, isto é, ε = cte, temos ∇ · (∇V ) = −ρ ε • a equação ∇ · (∇V ) = −ρ ε 5 6 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • é denominada de equação de Poisson • ∇2V , ∇ · (∇V ) é o operador laplaciano , assim temos ∇2V = −ρ ε • a equação de Poisson se aplica quando queremos obter o potencial V na região da fonte ρ • quando a região não possui fontes temos ∇2V = 0 • que é a equação de Laplace • equação de Laplace nos sistemas de coordenadas • sistema de coordenadas retangulares - V = f(x, y, z) ∇2V = ∂ 2V ∂2x + ∂2V ∂2y + ∂2V ∂2z = 0 • sistema de coordenadas cilíndricas - V = f(ρ, φ, z) ∇2V = 1 ρ ∂ ∂ρ ( ρ ∂V ∂ρ ) + 1 ρ2 ∂2V ∂2φ + ∂2V ∂2z = 0 • sistema de coordenadas esféricas - V = f(r, φ, θ) ∇2V = 1 r2 ∂ ∂r ( r2 ∂V ∂r ) + 1 r2 sen θ ∂ ∂θ ( sen θ ∂V ∂θ ) + 1 r2 sen2θ ∂2V ∂2φ = 0 • para resolver a equação de Laplace quantas condições de contorno precisamos ? ∇2V = 0 • precisamos de duas condições • o que especificam estas condições? • valores de potenciais • que são as superfícies equipotenciais 7.2. EQUAÇÕES DE POISSON E LAPLACE 7 • considere uma junção pn com densidades constantes de cargas +ρ e −ρ, obtenha a distribuição de potenciais a partir da equação de Poisson, fixar o potencial nulo em x = 0 • desprezando os efeitos de borda, como deve variar o potencial na região −h < x < +h ? • a função potencial será função da coordenada x, assim ∇2V = d 2V dx2 = −ρ ε • resolveremos esta equação em cada região • é um EDO de 2a ordem, assim precisaremos de duas condições sobre V – valor de V em um ponto – valor da 1a derivada de V em um ponto • região 0 < x < +h d2V dx2 = −ρ ε • integrando obtemos dV dx = −ρ + x ε − k • que condição devemos aplicar para definir a constante? • com qual quantidade está relacionada o termo dV dx ? • campo elétrico, por quê? 8 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • região 0 < x < +h • campo elétrico, por quê? ~E = −∇V • em x = +h o campo E = 0 (por quê?), assim 0 = ρ+ x ε + k → k = −ρ + h ε • substituindo o valor de k e integrando obtemos V = − ∫ ρ+ ε (x− h) dx = −ρ + ε ( x2 2 − hx ) + k • com em x = 0 fixamos V = 0 temos V = −ρ + ε ( x2 2 − hx ) • seguindo o mesmo procedimento encontramos para a região −h < x < 0 V = −ρ − ε ( x2 2 + hx ) , resumindo • região 0 < x < +h V = −ρ ε ( x2 2 − hx ) • região −h < x < 0 V = ρ ε ( x2 2 + hx ) 7.2. EQUAÇÕES DE POISSON E LAPLACE 9 • consideremos que V é uma função de x, a equação de Laplace reduz-se a ∇2V = ∂ 2V ∂2x + ∂2V ∂2y + ∂2V ∂2z = 0 ∇2V = ∂ 2V ∂2x = 0→ d 2V d2x = 0 • integrando duas vezes obtemos d V d x = A→ V = Ax+B, A e B são constantes • precisamos de duas condições de fronteira • precisamos de duas condições de fronteira d V d x = A→ V = Ax+B, A e B são constantes • V = f(x) são superfícies equipotenciais definidas por x = cte • que superfícies são estas? planos perpendiculares ao eixo x • que estrutura possui (gera) esta distribuição de potencial? • capacitor de placas planas paralelas e infinitas • precisamos de duas condições de fronteira d V d x = A→ V = Ax+B, A e B são constantes • capacitor de placas planas paralelas e infinitas • aplicando as duas condições de fronteira – V = V1 em x1 e V = V2 em x2 • obtemos V1 = Ax1 +B V2 = Ax2 +B • resolvendo o sistema obtemos A = V1 − V2 x1 − x2 , B = V2 x1 − V1 x2 x1 − x2 10 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • substituindo as constantes A e B obtemos V = V1 (x− x2)− V2 (x− x1) x1 − x2 • consideremos: x = 0 temos V = 0 e x = d temos V = V0, assim A = V0 d , B = 0→ V = V0 x d • conhecendo V podemos encontrar a capacitância V → ~E = −∇V → ~D = ε ~E → ρs = ~D · ~an C = q V0 7.2. EQUAÇÕES DE POISSON E LAPLACE 11 • consideremos que V é uma função de ρ, a equação de Laplace reduz-se a ∇2V = 1 ρ ∂ ∂ρ ( ρ ∂V ∂ρ ) + 1 ρ2 ∂2V ∂φ2 + ∂2V ∂2z = 0 ∇2V = 1 ρ ∂ ∂ρ ( ρ ∂V ∂ρ ) = 0→ 1 ρ d dρ ( ρ dV dρ ) = 0 • excluindo o ponto ρ = 0 ( por quê?) e fazendo a 1a integração obtemos ρ d V d ρ = A→ V = A lnρ+B, A e B são constantes • precisamos de duas condições de fronteira • precisamos de duas condições de fronteira ρ d V d ρ = A→ V = A lnρ+B, A e B são constantes • V = f(ρ) são superfícies equipotenciais definidas por ρ = cte • que superfícies são estas? • são cilindros com eixo z • que estrutura possui (gera) esta distribuição de potencial? • linha de transmissão coaxial ou capacitor coaxial • precisamos de duas condições de fronteira ρ d V d ρ = A→ V = A lnρ+B, A e B são constantes • linha de transmissão coaxial ou capacitor coaxial 12 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • aplicando as duas condições de fronteira – V = V0 em ρ = a e V = 0 em ρ = b • obtemos V0 = A lna+B 0 = A lnb+B • resolvendo o sistema obtemos A = V0 ln(a/b) , B = −V0 lnb ln(a/b) • substituindo as constantes A e B obtemos V = V0 ln(b/ρ) ln(b/a) • o campo elétrico é dado por ~E = −∇V , assim ~E = V0 ρ 1 ln(b/a) ~aρ • o que podemos calcular a partir destes resultados • podemos calcular a capacitância da estrutura • a distribuição de carga na superfície ρ = a é ~D = V0 ρ ε ln(b/a) ~aρ ρs = Dn(ρ = a) = εV0 aln(b/a) q = ∫ ρsds = εV0 2pi l ln(b/a) C = q V = 2pi ε l ln(b/a) 7.2. EQUAÇÕES DE POISSON E LAPLACE 13 • uma superfície esférica de raio a está uniformemente carregada vom uma densidade ρs, deter- mine a distribuição de potenciais, resolvendo a equação de Laplace • de qual coordenada o potencial é função? coordenada r, assim ∇2V = 1 r2 ∂ ∂r ( r2 ∂V ∂r ) + 1 r2 sen θ ∂ ∂θ ( sen θ ∂V ∂θ ) + 1 r2 sen2θ ∂2V ∂2φ = 0 ∇2V = 1 r2 ∂ ∂r ( r2 ∂V ∂r ) = 0→ ∇2V = 1 r2 d dr ( r2 dV dr ) = 0 • quais são as regiões em que queremos resolver a equação Laplace? ∇2V = 1 r2 d dr ( r2 dV dr ) = 0 • região interna r < a • regiãoexterna r > a • região externa r > a ∇2V = 1 r2 d dr ( r2 dV dr ) = 0 • integrando obtemos r2 dV dr = k1 → dV dr = k1 r2 V = ∫ k1 r2 = −k1 r + k2 • quais são as duas condições de fronteira necessárias para definir as constantes k1 e k2? • região externa r > a V = −k1 r + k2 • condição no infinito • quando r →∞ o potencial deve tender a zero ( por quê?), assim, k2 = 0 V = −k1 r 14 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • região externa r > a V = −k1 r • condição num ponto distante • num ponto distante do centro da esfera como deve ser o comportamento do potencial ? • a esfera é vista como uma carga pontual, assim V = q 4pi ε0 r = ρs 4pi a 2 4pi ε0 r = ρs a 2 ε0 r −k1 r = ρs a 2 ε0 r → k1 = −ρs a 2 ε0 • região externa r > a V = ρs a 2 ε0 r • região interna r < a ∇2V = 1 r2 d dr ( r2 dV dr ) = 0 • integrando obtemos r2 dV dr = k3 → dV dr = k3 r2 = −E • que condição temos sobre ~E na região interna? • pela simetria ~E é nulo no centro da esfera, assim k3 = 0 dV dr = 0→ V = k4 • a continuidade do potencial na fronteira (r = a) fornece k4 = ρs a 2 ε0 a = ρs a ε0 V = ρs a ε0 • região externa r > a V = ρs a 2 ε0 r • região interna r < a V = ρs a ε0 • o que podemos calcular a partir deste resultado? 7.3. TEOREMA DA UNICIDADE 15 7.3 Teorema da Unicidade • provaremos agora que a solução obtida para a equação de Poisson ou Laplace é única • este teorema vai garantir que ao resolver um dado problema obtemos ... • consideremos que temos duas soluções V1 e V2 ∇2V1 = 0 e ∇2V2 = 0 • assim ∇2 (V1 − V2) = 0 • observe que se usassemos a equação de Poisson chegaríamos a mesma condição • usando ∇ · (f ~A) ≡ f (∇ · ~A+ ~A (∇V )) com – f = V1 − V2 e ~A = ∇ (V1 − V2) • obtemos ∇ · [(V1 − V2) ∇ (V1 − V2)] ≡ (V1 − V2) [∇ · ∇ (V1 − V2)] + ∇ (V1 − V2) · ∇ (V1 − V2) • integrando no volume limitado pelas superfícies de contorno obtemos∫ v ∇ · [(V1 − V2) ∇ (V1 − V2)] dv ≡∫ v (V1 − V2) [∇ · ∇ (V1 − V2)] dv + ∫ v [∇ (V1 − V2)]2 dv • aplicando o teorema da divergência na integral a esquerda da igualdade obtemos∫ v ∇ · [(V1 − V2) ∇ (V1 − V2)] dv ≡∮ s [(V1b − V2b)∇ (V1b − V2b)] · ~ds = 0 • assim a equação torna-se∫ v (V1 − V2) [∇ · ∇ (V1 − V2)] dv + ∫ v [∇ (V1 − V2)]2 dv = 0 • assim a equação torna-se∫ v (V1 − V2) [∇ · ∇ (V1 − V2)] dv + ∫ v [∇ (V1 − V2)]2 dv = 0 • como ∇ · ∇ (V1 − V2) = ∇2 (V1 − V2) = 0 temos∫ v [∇ (V1 − V2)]2 dv = 0 • [∇ (V1 − V2)]2 = 0→ ∇ (V1 − V2) = 0→ (V1 − V2) = cte • como (V1 − V2) = cte em toda a região, na fronteira temos V1 − V2 = V1b − V2b = 0→ cte = 0 assim • V1 = V2 solução única!!! 16 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE 7.4 Solução Produto da Equação de Laplace em coordenadas retangulares • não existe um método geral para se resolver a equação de Laplace • cada método abrange um certo tipo de problema • consideraremos agora um método que admite que a solução pode ser escrita como o produto de três funções – cada função variando com uma só coordenada do sistema • esta técnica de solução é muito usada em problemas de propagação de ondas eletromagnéticas • consideremos que a solução da equação de Laplace pode ser escrita como V (x, y, z) = f(x) g(y)h(z) • onde f(x) é uma função exclusiva da coordenada x e, respectivamente, g(y) e h(z) • com estas considerações a equação de Laplace torna-se ∇2V = ∂ 2f(x) ∂2x g(y)h(z)+f(x) ∂2g(y) ∂2y h(z)+f(x) g(y) ∂2h(z) ∂2z = f ′′(x) g(y)h(z) + f(x) g′′(y)h(z) + f(x) g(y)h′′(z) = 0 • dividindo pela solução produto proposta f(x) g(y)h(z), obtemos f ′′(x) f(x) + g′′(y) g(y) + h′′(z) h(z) = 0 • observe cada parcela, o que acontece? – cada parcela é uma função exclusiva de uma só variável – sugestões de possíveis soluções – cada parcela deve ser independente da outra, isto só é possível se cada parcela for igual a uma constante – x2 + y2 + (2z + 1) = 0 não funciona porque leva a dependência mutua • fazendo cada parcela igual a uma constante temos f ′′(x) f(x) = −k2x g′′(y) g(y) = −k2y h′′(z) h(z) = −k2z • o sinal − e o expoente 2 são feitos por conveniência futura! como veremos!! 7.4. SOLUÇÃO PRODUTODA EQUAÇÃODE LAPLACE EMCOORDENADAS RETANGULARES17 • as três equações são EDO lineares de 2a ordem • reescrevendo as equações d2f dx + k2x f(x) = 0 d2g dy + k2y g(y) = 0 d2h dz + k2z h(z) = 0 • as três constantes satisfazem a equação k2x + k 2 y + k 2 z = 0 • das três constantes somente duas são independentes • observe que as três equações possuem a mesma estrutura matemática • resolvendo uma equação temos a solução das outras • estudaremos a equação d2f dx + k2x f(x) = 0 • se a constante kx = 0 temos a solução linear d2f dx = 0→ f(x) = Ax+B 18 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • em geral a solução de EDO é uma função exponencial, pois a soma desta função com a sua derivada pode ser nula • vamos experimentar uma solução da forma f(x) = Aes x • substituindo na equação obtemos • substituindo f(x) = Aes x na equação obtemos As2 es x + k2xAe s x = 0→ s2 + k2x = 0 • neste momento vemos a conveniência do expoente 2 em kx, a solução é s = ±j kx • temos dois valores para o expoente, a solução geral será f(x) = A1 e j kx x + A2 e −j kx x = A1 (coskx x+ j senkx x) + A2 (coskx x− j senkx x) = Acoskx x+B senkx x • se kx for um número imaginário, por exemplo kx = jk o valor de s será s = ±j (j k) = ±k • e a solução será f(x) = A1 e k x + A2 e k x = A1 (coshk x+ j senhk x) + A2 (coshk x− j senhk x) = Acoshk x+B senhk x • que tipos de funções podem ser solução da equação de Laplace em coordenadas retangulares? • que tipos de funções podem ser solução da equação de Laplace em coordenadas retangulares? – linear, senoidal ou hiperbólica • exemplo V (x, y, z) = (Ax+B) (C eky y +D e−ky y) (E coskzz + F senkzz) 7.4. SOLUÇÃO PRODUTODA EQUAÇÃODE LAPLACE EMCOORDENADAS RETANGULARES19 • um plano em x = 0 tem potencial nulo, um segundo plano, paralelo, em x = 1, não condutor, tem o potencial variando segundo a função V (x = 1) = sen 2 y, calcular a função potencial na região entre os planos • a geometria e as condições de contorno indicam que tipo de solução produto • só podemos esperar variação com as coordenadas x e y, assim V = f(x) g(y)→ k2x + k2y = 0 • que tipo de variação com a coordenada y sugere a condição de fronteira no plano x = 1? g(y) = Acos2 y +B sen2 y • função proposta g(y) g(y) = Acos2 y +B sen2 y • assim sy = ±j 2 e ky = ±2→ kx = ±j 2 e sx = ± 2, logo f(x) = C cosh2x+D senh2x • a solução geral proposta é V = (Acos2 y +B sen2 y) (C cosh2x+D senh2x) • para determinar as constantes aplicamos as condições de fronteira V = (Acos2 y +B sen2 y) (C cosh2x+D senh2x) • condições de fronteira emx = 0→ V = 0→ C = 0 emx = 1→ V = sen 2 y = (Acos2 y +B sen2 y) (D senh2x) A = 0 e BD = 1 senh 2 20 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • a solução final é V = 1 senh 2 senh 2x sen 2 y • o que podemos calcular a partir da solução? V = 1 senh 2 senh 2x sen 2 y – campo elétrico – capacitância – distribuições de carga • sugestão: calcule !!! • calcular a função potencial na região limitada pelos quatro planos mostrados na figura, com os seguintes potenciais x = 0 V = 0 x = 1 V = y y = 0 V = 0 y = 1 V = x • a geometria e as condições de contorno indicam uma solução produto da forma V = f(x) g(y) • as constantes satisfazem a equação k2x + k2y = 0 • que tipo de funções as condições de fronteira sugerem 7.4. SOLUÇÃO PRODUTODA EQUAÇÃODE LAPLACE EMCOORDENADAS RETANGULARES21• sugerem uma variação linear, assim kx = ky = 0 assim V = (Ax+B) (C y +D) • aplicando as condições de contorno temos 0 = (0 +B)(C y +D) assim B = 0 0 = (Ax)(0 +D) assim D = 0 y = AC y assim AC = 1 x = AC x assim AC = 1 • a função potencial é V = x y • calcular a função potencial na região limitada pelos quatro planos mostrados na figura, com os seguintes potenciais x = 0 V = 0 x = 1 V = 0 y = 0 V = 0 y = 1 V = sen pi x 22 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE 7.5 Solução Produto da Equação de Laplace em coordenadas cilíndricas • não existe um método geral para se resolver a equação de Laplace • cada método abrange um certo tipo de problema • consideraremos agora um método que admite que a solução pode ser escrita como o produto de três funções – cada função variando com uma só coordenada do sistema • esta técnica de solução é muito usada em problemas de propagação de ondas eletromagnéticas • consideremos que a solução da equação de Laplace pode ser escrita como V (ρ, φ, z) = R(ρ)F (φ)Z(z) • onde R(ρ) é uma função exclusiva da coordenada ρ e, respectivamente, F (φ) e Z(z) • com estas considerações a equação de Laplace torna-se ∇2V = 1 ρ ∂ ∂ρ ( ρ ∂V ∂ρ ) + 1 ρ2 ∂2 ∂φ2 + ∂2V ∂z2 = 0 = F Z 1 ρ d d ρ ( ρ dR dρ ) +RZ 1 ρ2 d2F dφ2 +RF d2Z dz2 = 0 • dividindo pela solução produto proposta R(ρ)F (φ)Z(z), obtemos F Z 1 ρ d dρ ( ρ dR dρ ) +RZ 1 ρ2 d2F dφ2 +RF d2Z dz2 = 0 1 Rρ d dρ ( ρ dR dρ ) + 1 F ρ2 d2F dφ2 + 1 Z d2Z dz2 = 0 • que parcela pode ser separada diretamente e já analisamos as suas soluções? • a última parcela só possui termos variando com a coordenada z • esta parcela deve ser igual a uma constante, por quê? • separando a parcela em z e fazendo igual a uma constante temos 1 Z d2Z dz2 = +m2 • supondo m real, a equação admite as seguintes soluções – Z = Acoshmz +B senhmz para m 6= 0 – Z = Az +B para m = 0 7.5. SOLUÇÃO PRODUTODA EQUAÇÃODE LAPLACE EMCOORDENADAS CILÍNDRICAS23 • a equação de Laplace torna-se 1 Rρ d dρ ( ρ dR dρ ) + 1 F ρ2 d2F dφ2 +m2 = 0 • como poderemos isolar a parcela em φ? • multiplicamos por ρ2 para isolar a parcela em φ, obtemos ρ R d dρ ( ρ dR dρ ) + 1 F d2F dφ2 +m2ρ2 = 0 • agora podemos separar a parcela em φ, fazemos 1 F d2F dφ2 = −n2 • para n real as soluções são – F = Acosnφ+B sennφ para n 6= 0 – F = Aφ+B para n = 0 • a equação de Laplace torna-se ρ R d dρ ( ρ dR dρ ) − n2 +m2ρ2 = 0 • ou ρ d dρ ( ρ dR dρ ) + ( m2ρ2 − n2) R = 0 • derivando obtemos ρ2 d2R dρ2 + ρ dR dρ + ( m2ρ2 − n2) R = 0 • esta equação é conhecida como equação de Bessel 24 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • equação de Bessel ρ2 d2R dρ2 + ρ dR dρ + ( m2ρ2 − n2) R = 0 • suas soluções são – R = AJn(mρ) +B Yn(mρ) para m 6= 0 – R = Aρn +B ρ−n para m = 0 e n 6= 0 – R = A lnρ+B para m = n = 0 • as funções Jn e Yn são séries de potência do argumento mρ • são denominadas funções de Bessel de 1a espécie (Jn) e de 2a espécie (Yn) • o índice n indica a ordem • funções de Bessel de 1a espécie – ordem zero J0(ρ) = 1− (ρ/2)2(1!)2 + (ρ/2) 4 (2!)2 − (ρ/2)6 (3!)2 + (ρ/2) 8 (4!)2 − ... – primeira ordem J1(ρ) = ρ2 − (ρ/2) 3 2! + (ρ/2) 5 2!3! − (ρ/2)7 3!4! + ... • funções de Bessel de 2a espécie – Yn(ρ) = lim p→n ( Jp(ρ) cos ppi−J−p(ρ) sen ppi ) para n = 0, 1, 2, ... 7.5. SOLUÇÃO PRODUTODA EQUAÇÃODE LAPLACE EMCOORDENADAS CILÍNDRICAS25 • um cabo coaxial com raios a e b (b > a) está com potenciais Va = V1 e Vb = V2, obter a função potencial em seu interior • como o potencial varia? • pela simetria o potencial só depende de ρ, o que leva a m = n = 0 • como serão as soluções lineares em z e φ? – Z = Az +B e F = A′ φ+B′ com A = A′ = 0, por quê? • como é a forma da nossa solução? V = R(ρ) • como m = n = 0 temos R(ρ) = a ln ρ+B • como m = n = 0 temos R(ρ) = a ln ρ+B • aplicando as condições de contorno obtemos V1 = A lna+B V2 = A lnb+B • resolvendo o sistema obtemos A = V1 − V2 ln(a/b) , B = V1 − V1 − V2 ln(a/b) lna V = V1 − V2 ln(a/b) ln(ρ/a) + V1 26 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • um longo cilindro metálico de raio a está numa região onde antes o campo elétrico era uniforme e de valor ~E = E~ay, determine a função potencial na presença do cilindro • como varia o potencial? • o potencial varia com ρ e φ • o que indica a distribuição simétrica de cargas? • o plano horizontal xz tem potencial nulo • temos potencial nulo em φ = 0 e φ = pi • como deve ser a forma F (φ)? • como o potencial se repete • F (φ) = Acos nφ+B sennφ = 0|φ=0,pi → F (φ) = B sennφ • qual deve ser o valor de n? n = 1 por quê? • F (φ) = B senφ • como V não varia com z a equação de Bessel, com n = 1, reduz-se a ρ d dρ ( ρ dR dρ ) −R = 0 • equação de Bessel ρ d dρ ( ρ dR dρ ) −R = 0 • fazendo a substituição de variáveis ρ = ex → dρ = ex dx obtemos ex d exdx ( ex dR ex dx ) −R = 0 d2R dx2 −R = 0 • considerando a solução da forma R = Aes x encontramos s2 − 1 = 0→ s = ±1→ R = C ex +D e−x = C ρ+Dρ−1 • a solução produto será V = F (φ)R(ρ) = B senφ ( C ρ+ D ρ ) 7.5. SOLUÇÃO PRODUTODA EQUAÇÃODE LAPLACE EMCOORDENADAS CILÍNDRICAS27 • precisamos definir as condições de contorno, quais? – potencial nulo em ρ = a – potencial longe do cilindro, como definimos? • a ddp longe do cilindro vale ddp = − ∫ ρ ρ=a ~E · ~dl • longe do cilindro o campo ~E é o campo inicial ~E = E~ay, por quê? • a pertubação causada pelo cilindro não é percebida, assim, ddp = V = −E y = −E ρ senφ • porque adotamos a referência em ρ = a • aplicando as condições obtemos −Eρsenφ = B senφ ( C ρ+ D ρ ) para ρ→∞ 0 = B senφ ( C a+ D a ) para ρ = a • obtemos B = −E C e D = −C a2 V = −E C senφ ( C ρ− C a 2 ρ ) V = −E senφ ( ρ− a 2 ρ ) • distribuição de potencial com o cilindro presente V = −E senφ ( ρ− a 2 ρ ) • calcule o campo ~E associado ao potencial V , analise o seu comportamento e plote as linhas de campo 28 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE 7.6 Solução Produto da Equação de Laplace em coordenadas esféricas • não existe um método geral para se resolver a equação de Laplace • cada método abrange um certo tipo de problema • consideraremos agora um método que admite que a solução pode ser escrita como o produto de três funções – cada função variando com uma só coordenada do sistema • esta técnica de solução é muito usada em problemas de propagação de ondas eletromagnéticas • consideremos que a solução da equação de Laplace pode ser escrita como V (r, θ, φ) = R(r)F (θ)G(φ) • onde R(r) é uma função exclusiva da coordenada r e, respectivamente, F (θ) e G(φ) • com estas considerações a equação de Laplace torna-se ∇2V = 1 r2 ∂ ∂r ( r2 ∂V ∂r ) + 1 r2 sen θ ∂ ∂θ ( sen θ ∂V ∂θ ) + 1 r2 sen2θ ∂2V ∂φ2 = 0 = F G r2 d d r ( r2 dR dr ) + RG r2 sen θ d dθ ( sen θ dF dθ ) + RF r2sen2θ d2G d2φ = 0 • multiplicando por r2 sen θ e dividindo pela solução produto proposta R(ρ)F (θ)G(φ), obtemos FG r2 d dr ( r2 dR dr ) + RG r2 senθ d dθ ( senθ dF dθ ) + RF r2sen2θ d2G d2φ = 0 sen2θ R d dr ( r2 dR dr ) + sen θ F d dθ ( sen θ dF dθ ) + 1 G d2G d2φ = 0 • que parcela pode ser separadadiretamente e já analisamos as suas soluções? • a última parcela só possui termos variando com a coordenada φ • esta parcela deve ser igual a uma constante, por quê? • separando a parcela em φ e fazendo igual a uma constante temos 1 G d2G d2φ = −n2 d2G d2φ + n2G = 0 7.6. SOLUÇÃO PRODUTO DA EQUAÇÃO DE LAPLACE EM COORDENADAS ESFÉRICAS29 • supondo n real, a equação admite as seguintes soluções – G = Acosnφ+B sennφ para n 6= 0 – G = Aφ+B para n = 0 • substituindo a parcela em φ e dividindo o resultado por sen2θ obtemos 1 R d dr ( r2 dR dr ) + 1 Fsen θ d dθ ( sen θ dF dθ ) − n 2 sen2θ = 0 • que parcela pode ser separada diretamente? • separando a 1a parcela que é só função da variável r e fazendo igual a uma constante definida na forma m (m+ 1), por conveniência, obtemos 1 R d dr ( r2 dR dr ) = m (m+ 1) • ou r2 d2R d2r + 2 r dR dr −m (m+ 1)R = 0 • a solução desta equação é obtida fazendo a substituição de variáveis r = ex → dr = ex dx, obtemos e2x d ex dx ( dR ex dx ) + 2 ex dR ex dx −m (m+ 1)R = 0 • executando as derivadas da equação e2x d ex dx ( dR ex dx ) + 2 ex dR ex dx −m (m+ 1)R = 0 • obtemos d2R d2x + dR dx −m (m+ 1)R = 0 • uma EDO linear de 2a ordem, fazendo R = Aes x obtemos s2 + s−m (m+ 1) = 0 • cujas raízes são s1 = m e s2 = −(m+ 1), a solução geral será R = Aemx +B e−(m+1)x = Arm +B r−(m+1) • a solução geral da equação r2 d2R d2r + 2 r dR dr −m (m+ 1)R = 0 • é R = Arm +B r−(m+1) 30 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • quando o potencial depender apenas de r ( simetria esférica) teremos m = 0→ R = A+ B r • substituindo a parcela em termos de r por m(m+ 1) na equação 1 R d dr ( r2 dR dr ) + 1 Fsen θ d dθ ( sen θ dF dθ ) − n 2 sen2θ = 0 • obtemos m(m+ 1) + 1 Fsen θ d dθ ( sen θ dF dθ ) − n 2 sen2θ = 0 • ou 1 sen θ d dθ ( sen θ dF dθ ) + [ m(m+ 1)− n 2 sen2θ ] F = 0 • se o potencial depender apenas da variável θ teremos m = 0 e n = 0 • a equação 1 sen θ d dθ ( sen θ dF dθ ) + [ m(m+ 1)− n 2 sen2θ ] F = 0 • torna-se sen θ dF dθ = A→ F = ∫ A dθ sen θ = A ln (tag(θ/2)) +B • se o potencial não depender da variável φ teremos n = 0 • a equação 1 sen θ d dθ ( sen θ dF dθ ) + [ m(m+ 1)− n 2 sen2θ ] F = 0 • torna-se 1 sen θ d dθ ( sen θ dF dθ ) +m(m+ 1)F = 0 • que é a equação de Legendre cuja solução geral é F = APm(cos θ) +BQm(cos θ) • onde Pm são os polinômios de Legendre e Qm são as funções de Legendre de 2a espécie • polinômios de Legendre Pm são definidos por P0(cos θ) = 1 P1(cos θ) = cosθ P2(cos θ) = 1 2 ( 3 cos2θ − 1) P3(cos θ) = 1 2 ( 5 cos3θ − 3 cosθ) P4(cos θ) = 1 8 ( 35 cos4θ − 30 cos2θ + 3) 7.6. SOLUÇÃO PRODUTO DA EQUAÇÃO DE LAPLACE EM COORDENADAS ESFÉRICAS31 • o índice m indica o grau do polinômio • funções de Legendre de 2a espécie Qm são definidos por Q0(cos θ) = 1 2 ln ( 1 + cosθ 1− cosθ ) Q1(cos θ) = cosθ 2 ln ( 1 + cosθ 1− cosθ ) Q2(cos θ) = 3 cos2θ − 1 4 ln ( 1 + cosθ 1− cosθ ) − 3 cosθ 2 Q3(cos θ) = 5 cos3θ − 3 cosθ 4 ln ( 1 + cosθ 1− cosθ ) − 5 cos 2θ 2 + 2 3 • o índice m indica o grau da função • observe que as funções Qm são indefinidas no polo norte (θ = 0) e no polo sul (θ = pi) • se o potencial depender das três variáveis temos a equação associada de Legendre 1 sen θ d dθ ( sen θ dF dθ ) + [ m(m+ 1)− n 2 sen2θ ] F = 0 • cuja solução geral é F = AP nm(cos θ) +BQ n m(cos θ) • onde P nm(cos θ) e Qnm(cos θ) são as funções associadas de Legendre de 1a espécie 2a espécie • as funções associadas de Legendre de 1a espécie P nm(cos θ) e 2a espécie Qnm(cos θ), são obtidas usando-se P nm(x) = (1− x2)n/2 dn dnx Pm(x) Qnm(x) = (1− x2)n/2 dn dnx Qm(x) • onde x = cos θ 32 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • exemplo 1 • uma esfera metálica de raio a é mantida sob um potencial constante de valor Ve, obter o potencial fora da esfera • o potencial só varia com a coordenada r assim m = 0→ V = A+ B r • aplicando as condições de fronteira obtemos 0 = A+ B ∞ → A = 0 Ve = 0 + B a → B = Ve a V = Ve a r • exemplo 2 • uma esfera de raio a tem o potencial em sua superfície variando segundo a função V cos θ, obter o potencial dentro e fora da esfera • o que sugerem as geometria e a condição de fronteira? – sem variação com a coordenada φ → n = 0 – potencial na superfície V cos θ → m = 1 já que P1(cos θ) = cos θ • as soluções propostas são R(r) = Ar +B r−2 F (θ) = C P1(cos θ) +DQ1(cos θ) • a constante D tem que nula por quê? a função Q1(cos θ) em θ = pi leva o potencial para o infinito • a solução produto proposta é V = (C P1(cos θ) +DQ1(cos θ)) ( Ar +B r−2 ) • a constante D tem que nula por quê? a função Q1(cos θ) em θ = pi leva o potencial para o infinito, aasim para que o potencial seja finito em r = 0 temos V = C Ar cos θ • aplicando a condição em r = a temos V cos θ = C Aa cos θ → C A = V a • assim, no interior da esfera, temos V = V a r cos θ 7.6. SOLUÇÃO PRODUTO DA EQUAÇÃO DE LAPLACE EM COORDENADAS ESFÉRICAS33 • fora da esfera a constante A tem que ser nula para que o potencial não seja infinito em r =∞, assim V = C P1(cos θ) ( Ar +B r−2 ) • torna-se V = C cos θ B r2 • aplicando a condição em r = a temos V cos θ = C B a2 cos θ → C B = V a2 • assim, no exterior da esfera, temos V = V a2 r2 cos θ • exemplo 3 • uma esfera metálica de raio a está imersa numa região onde antes o campo elétrico era uniforme e de valor ~E = E0~az V/m, calcular a função potencial com a presença da esfera • o que podemos dizer? – a simetria em φ leva a n = 0 – distante da esfera o campo permanece inalterado, o potencial é dado por V = −E0 z = −E0 r cos θ • a simetria da distribuição de cargas implica em potencial nulo em θ = 90o, sugere? solução na forma cos θ → m = 1 • a parcela Q1(cos θ) é eliminada porque levaria o potencial ao infinito em θ = pi 34 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • a solução produto proposta é V = P1(cos θ) ( Ar + B r2 ) = cos θ ( Ar + B r2 ) • aplicando a condição para potencial distante temos −E0 r cos θ = Ar cos θ → A = −E0 • como o plano xy está no potencial nulo a esfera também está no potencial nulo, assim 0 = cosθ ( −E0a+ B a2 ) → B = E0 a2 • a função potencial será V = cosθ ( −E0 r + E0 a 3 r2 ) • calcule o campo ~E associado ao potencial V , analise o seu comportamento e plote as linhas de campo nos planos x = 0 e z = 0 7.7. SOLUÇÃO IMAGEM DA EQUAÇÃO DE LAPLACE 35 7.7 Solução Imagem da Equação de Laplace • vamos usar um método de experimentar funções potenciais e verificar se elas satisfazem a equação de Laplace • uma carga pontual +q está a uma distância h de uma grande placa metálica aterrada • o que podemos dizer sobre este sistema? • o que podemos dizer sobre este sistema? – linhas de campo nascem na carga +q e terminam ortogonalmente ao plano, em cargas negativas induzidas na placa 36 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • esta configuração de linhas de campo lembra que estrutura estudada? • sugerem que estas linhas são metade das linhas de campo de um dipolo elétrico • sugerem que estas linhas são metade das linhas de campo de um dipolo elétrico • vamos considerar a existência de uma carga imagem fictícia negativa• esta carga substituirá o efeito das cargas verdadeiras induzidas na placa • o sistema equivalente atende as condições de fronteira? • o potencial de uma carga pontual é V = q 4pi ε0 r • este potencial atende a equação de Laplace ∇2V = 0, por quê? 7.7. SOLUÇÃO IMAGEM DA EQUAÇÃO DE LAPLACE 37 • a solução considerando as duas cargas é dada por V = q 4pi ε0 r+ + −q 4pi ε0 r− • a solução proposta atende as condições de fronteira? V = q 4pi ε0 r+ + −q 4pi ε0 r− • na placa o potencial é nulo, como r+ = r− → V == • junto a carga +q que condição temos? • temos r+ >> r− o que leva a V = q 4pi ε0 r+ • exemplo 1 • calcular a densidade superficial de carga induzida no plano terra do sistema abaixo 38 CAPÍTULO 7. EQUAÇÃO DE POISSON E LAPLACE • usando a condição de contorno no plano terra temos En = ρs ε • como calculamos o campo normal ao plano terra? • da figura temos E+ = q 4pi ε0 r2+ , E− = q 4pi ε0 r2− • considerando uma placa fina, r+ ≈ r− = r, assim E = q cosθ 4pi ε0 r2 + q cosθ 4pi ε0 r2 = 2 q cosθ 4pi ε0 r2 • do campo normal a placa E = 2 q cosθ 4pi ε0 r2 • usando a condição de contorno obtemos ρs = ε0E = −2 q cosθ 4pi r2 7.7. SOLUÇÃO IMAGEM DA EQUAÇÃO DE LAPLACE 39 • exemplo 2 • um fio longo de comprimento `, carregado com uma densidade linear de carga ρ` está a uma distância h de uma grande placa metálica aterrada, calcular o potencial a meia distância entre o fio e a placa e a força de atração recebida pelo fio • qual é a imagem do fio longo? • um fio longo de comprimento ` com −ρ` a uma distância h • o potencial é dado por V = − ∫ h/2 h ~E1 · dρ1~aρ1 − ∫ 3h/2 h ~E2 · dρ2~aρ2 = ∫ h h/2 ρl 2pi ε0 ρ1 dρ1 + ∫ h 3h/2 −ρl 2pi ε0 ρ2 dρ2 = ρl 2pi ε0 [ ln ( h h/2 ) − ln ( h 3h/2 )] = ρl 2pi ε0 ln 3 • como calculamos a força de atração? ~F = q ~E → F = ρl ` ρ` 2pi ε0 2h = ρ2` l 4pi ε0 h N • potencial a meia distância entre o fio e a placa V = ρl 2pi ε0 ln 3
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