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Analise Regimento Interno TJPA


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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
Regimento Interno
A regulação primária da organização do Poder Judiciário no Brasil encontra-se nos arts. 92 e seguintes da CF/88. Com efeito, o art. 96, I, a, da CF/88 determina a competência dos Tribunais para elaborar seus regimentos internos, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos.
Nesse cenário, apura-se que os regimentos internos são atos administrativos de caráter normativo elaborados pelos Tribunais e formalizados em resoluções para dispor sobre a competência e funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes.
O art. 3º do Regimento Interno do TJ/PA dispõe sobre a composição do Tribunal de Justiça, órgão de cúpula do Poder Judiciário do Estado, que possui sua sede na capital Belém e jurisdição em todo o território do Estado do Pará. O Tribunal é composto por 30 (trinta) Desembargadores, o que não é absoluto visto que pode ser aumentado o número de membros por proposta do Tribunal Pleno, de acordo com o art. 4º do regimento e quando ocorrerem pressupostos constitucionais. No entanto o funcionamento cotidiano se dá por meio de seus órgãos judicantes ou órgãos de julgamento de 2ª instância, a saber:
Tribunal Pleno
Conselho de Magistratura
Câmaras Civis Reunidas
Câmaras Criminais Reunidas
Câmaras Civis Isoladas
Câmaras Criminais Isoladas
Os integrantes do Tribunal de Justiça são denominados Desembargadores. O provimento desses cargos é mediante acesso de Juízes de Direito de última entrância, pelos critérios de merecimento e antiguidade, alternadamente. É garantida um quinto dos cargos (relacionado ao quinto constitucional) que são reservados a advogados e membro do Ministério Público, na forma prevista nas Constituições Federal e Estadual. 
Dos Recursos em Geral
A Jurisdição, na qual o Estado investido de poder por meio dos órgãos jurisdicionais, tem o objetivo de resolver as lides ou conflitos existentes nas relações interpessoais em nossa sociedade. Por vezes uma das partes do processo não se conforma com o resultado/sentença proferida pelo Estado-Juiz em 1ª instância, e de acordo com o princípio do duplo grau de jurisdição, a parte não satisfeita pode pedir a revisão do seu processo no todo ou em parte, da decisão proferida por juiz singular ou monocrático. Desta forma, podemos conceituar o recurso como o direito que a parte vencida tem, no todo ou em parte, de provocar o reexame de determinada decisão judicial, objetivando sua reforma ou mesmo modificação por órgão competente e hierarquicamente superior, não podendo ser confundido com outros meios autônomos de impugnação a uma decisão judicial, como a ação rescisória ou mandado de segurança.
Dos recursos cíveis do TJ/PA
Da apelação
A apelação está disposta no Regimento Interno do TJ/PA em seus artigos 188 e 189, e obedece ao disposto no CPC, art. 513: “Da sentença caberá apelação (arts. 267 e 269) ”. Dos recursos cabíveis no art. 496 do CPC, a apelação consta no inciso I, entendendo-se, portanto, sua importância e sua amplitude.
Trata-se do recurso padrão, no sentido de que sua disciplina se aplica, no que for cabível, também aos demais recursos. O princípio do duplo grau de jurisdição encontra a marca decisiva de atuação através do recurso de apelação, pois é por meio deste que se exercita uma atividade cognitiva ampla. Toda a matéria impugnada, quer seja de fato, quer de direito, ou mesmo de fato e de direito, recebe no apelamento a possibilidade de ser revista, sem qualquer restrição. Conceituando o recurso podemos dizer que é o remédio voluntário que a lei coloca à disposição das partes, do Ministério Público e de um terceiro, a viabilizar, dentro da mesma relação jurídica processual, a anulação ou a reforma da sentença que extingue o procedimento de primeiro grau, que tenha ou não resolvido o mérito da causa.
Em geral o cabimento do recurso de apelação é destinado a qualquer sentença de juiz de 1ª grau, conforme CPC, art. 162 – “Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1º SENTENÇA é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei”. No entanto há situações excepcionais, como das sentenças em execução fiscal de valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta) ORTN (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional), só se admitirão embargos infringentes previstos no Art. 34 da Lei n° 6.830/80. Também podemos destacar o no disposto na Lei 11.101/2005 - Art. 100: “Da decisão que decreta a falência cabe AGRAVO [...]”.
O prazo para interpor o recurso de apelação é de 15 dias contados da data de publicação da sentença, de acordo com o CPC, art. 508: “Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso ordinário, no recurso especial, no recurso extraordinário e nos embargos de divergência, o prazo para interpor e para responder é de 15 (QUINZE) DIAS”.
Quanto à regularidade formal, é observado o disposto no CPC, art. 514:
CPC, Art. 514.  A apelação, interposta por petição dirigida ao juiz, conterá:
        I - os nomes e a qualificação das partes;
        II - os fundamentos de fato e de direito;
        III - o pedido de nova decisão.
A apelação é interposta sempre por PETIÇÃO ESCRITA, sendo vedada a interposição de apelação por “cota nos autos”, nem por referência a qualquer outra peça anteriormente oferecida. O recurso de apelação é interposto perante o juiz prolator da sentença (CPC, Art. 514, caput). Ao analisar a apelação, incumbe ao juízo a quo verificar os requisitos de admissibilidade do recurso. Faltando algum pressuposto, a apelação não será recebida.
Dos Agravos
O agravo está disposto no Regimento Interno do TJ/PA nos artigos de 190 ao 192 e obedece ao disposto no CPC, arts. 522 a 529. 
Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento.
        Parágrafo único.  O agravo retido independe de preparo.
O agravo o recurso utilizado contra uma decisão interlocutória (não decisória) tomada por juiz durante um processo. É diferente da apelação contra a sentença ou decisão final do tribunal. 
O agravo pode ser interposto de duas formas: o comum (antigo agravo de instrumento) ou retido nos autos, sendo o recurso cabível para resguardar o direito ao reexame das decisões interlocutórias que deverá ocorrer ao final do processo, no momento em que for proferida sentença.
Há ainda uma terceira forma de agravo, conhecida como regimental, que é um recurso existente nos tribunais com o intuito de provocar a revisão de suas próprias decisões. Como o próprio nome diz, tal agravo irá atacar o disposto no regimento interno dos tribunais
O Agravo de instrumento contra decisão interlocutória tornou-se a exceção, em regra o agravo deve ser interposto na modalidade retida. Obs.: No novo CPC não haverá o agravo retido, todo o agravo deverá ser na forma de instrumento, dando a ele todos os efeitos de garantia que seriam dados ao agravo retido.
Em algumas hipóteses do art. 522 caberá o agravo de instrumento. O cabimento do agravo de instrumento ocorre sobre:
 
– Decisão suscetível de causar lesão grave e de difícil reparação = “Periculum in mora” Art. 522
– Decisão que não admite (recebe), a apelação ou a decisão relativa aos efeitos da apelação, veja, se ele receber não cabe recurso, por um motivo simples, quem julgará o recurso é o próprio tribunal.
O nome agravo de instrumento, é dado justamente porque para ser interposto você deve montar um instrumento e enviar ao tribunal, esse instrumento deverá conter os seguintes documentos:
– Petição
– Exposição fatos/direito
– Razões para a reforma da decisão agravada e o pedido dereforma (art. 524);
– Nome e endereço dos advogados (agravante e agravado).
– Peças obrigatórias(art. 525)
– Decisão agravada (cópia);
– Certidão da intimação da decisão agravada (cópia, é necessário para o tribunal atestar a tempestividade do recurso);
– Procurações outorgadas aos advogados, do agravante quanto do agravado;
– Documentos facultativos: Mesmo sendo facultativo, pode ser necessário a algum recurso;
– Comprovante do pagamento das custas.
Dos recursos criminais do TJ/PA
Do recurso contra lista de jurados
O recurso contra lista de jurados é classificado como RESE (Recurso em Sentido Estrito), está disposto no Regimento Interno do TJ/PA nos arts. 194 e 195 e disciplinado no CPP, art. 581, XIV. 
Anualmente será organizada uma lista geral de jurados pelo juiz-presidente, da qual serão sorteados vinte e cinco jurados para comparecerem à sessão periódica (CPP, art. 447, com a redação determinada pela Lei n. 11.689/2008). Essa lista será publicada pela imprensa, onde houver, e divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do Júri (CPP, art. 426, caput, com a redação determinada pela Lei n. 11.689/2008). A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do povo ao juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva (CPP, art. 426, § 1º, com a redação determinada pela Lei n. 11.689/2008). Não cabe mais, portanto, o recurso em sentido estrito, o qual era proposto dentro do prazo de vinte dias, com a finalidade de incluir ou excluir jurado da lista (CPP, antigo art. 586, parágrafo único).
Apelação Criminal
A apelação criminal está disposta no Regimento Interno do TJ/PA nos arts. 196 ao 198 e disciplinada no CPP, art. 593:
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§ 1o Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§ 2o Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se Ihe der provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§ 3o Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§ 4o Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
Podemos conceituar a apelação criminal como recurso interposto da sentença definitiva ou com força de definitiva, para a segunda instância, com o fim de que se proceda ao reexame da matéria, com a consequente modificação parcial ou total da decisão. É um recurso residual, que só pode ser interposto se não houver previsão expressa de cabimento de recurso em sentido estrito para a hipótese.
Existem dois tipos de apelação criminal, a saber:
Da apelação nas sentenças do juiz singular: Cabe apelação das sentenças definitivas de condenação ou absolvição. São as decisões que põem fim à relação jurídica processual, julgando o seu
mérito, quer absolvendo, quer condenando o acusado. As sentenças condenatórias são as que julgam procedente no todo, ou em parte, a pretensão punitiva, infligindo ao responsável uma pena. As sentenças absolutórias são as que não acolhem a pretensão de punir deduzida em juízo.
Da apelação das decisões do Júri: No tocante à natureza, a apelação das decisões do Júri tem caráter restrito, pois não devolve à superior instância o conhecimento pleno da questão, por força da garantia constitucional da soberania dos veredictos, prevista no art. 5º, XXXVIII, c. Interposta a apelação por um dos motivos legais (Nulidade posterior à pronúncia, Sentença do juiz-presidente contrária à letra expressa da lei ou à decisão dos jurados, Quando houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança, Quando a decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos) o tribunal fica circunscrito a eles, não podendo ampliar seu campo de análise (RTJ, 81/48). O STF editou a Súmula 713, no sentido de que “O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição”.
Quanto a formalidade para interposição do recurso de apelação criminal, podemos destacar:
a) A apelação é interposta por termo ou petição, admitindo-se, ainda, a interposição por telex ou fax.
b) Interposta a apelação, as razões devem ser oferecidas dentro do prazo de oito dias, se for crime, salvo nos crimes de competência do juizado especial criminal, quando as razões deverão ser apresentadas no ato da interposição.
c) É obrigatória a intimação do apelante para que passe a correr o prazo para o oferecimento das razões de apelação.
d) Se houver assistente, este arrazoará no prazo de três dias após o Ministério Público.
e) Se a ação penal for movida pelo ofendido, o Ministério Público oferecerá suas razões, em seguida, pelo prazo de três dias.
f) O advogado do apelante pode retirar os autos fora do cartório para arra zoar o apelo, porém, se houver mais de um réu, o prazo será comum e correrá em cartório. O Ministério Público tem sempre vista dos autos fora de cartório.
g) Se o apelante desejar, poderá oferecer as suas razões em segunda instância, perante o juízo ad quem (CPP, art. 600, § 4º).
h) Com as razões ou contrarrazões, podem ser juntados documentos novos.
i) O Ministério Público não pode desistir do recurso (CPP, art. 576), nem restringir seu âmbito nas razões.
j) A defesa também não pode mudar a fundamentação do apelo nas razões de recurso.
k) Inexiste juízo de retratação na apelação.
l) Se houver mais de um réu, e não houverem sido todos julgados, ou não tiverem todos apelado, caberá ao apelante promover extração do traslado dos autos, para remessa a superior instância (CPP, art. 601, § 1º).
m) Em que pese a disposição clara do art. 601, caput, os autos não podem subir sem as razões do Ministério Público; no caso de defensor constituído, o réu deve ser intimado da desídia de seu patrono, a fim de que seja constituído novo defensor ou nomeado dativo para a apresentação das razões. O defensor dativo também está obrigado a arrazoar o recurso. Note bem: a lei diz que a apelação sobe com ou sem as razões, mas a intervenção do Ministério Público é obrigatória em todos os termos da ação, sob pena de nulidade (CPP, art. 564, III, d), e a ampla defesa é garantia constitucional do acusado61. Aliás, em julgamento proferido pela 6ª Turma do STJ, ressaltou- se que “a jurisprudência da Turma é no sentido de que, quando não ofertadas as razões, em nome do amplo direito de defesa, enseja-se ao réu a constituição de novo defensor e no seu silêncio, nomeia-se defensor público.
Precedentes citados do STF: HC 74.508/PA, DJ; do STJ: HC 28.879/RO, DJ, 1º-12-2003. RMS 15.470/SP,rel. Min. Hamilton Carvalhido, j. 9-11-2004” (Informativo n. 228, de 8 a 12 de novembro de 2004).
n) A apresentação tardia das razões de apelação não impede o conhecimento do recurso (RT, 519/331).
o) O defensor está obrigado a oferecer contrarrazões, sob pena de nulidade (RTJ, 65/338).
p) No tribunal ad quem, os autos serão remetidos ao Ministério Público de segunda instância, que poderá opinar livremente, já que não é parte.
q) Da data do julgamento deve ser intimada a parte pela imprensa oficial, com um interregno de, no mínimo, 48 horas.
O prazo pra apelação criminal é ,em regra, de cinco dias, a contar da intimação. No caso de intimação por edital, o prazo começa a correr a partir do escoamento do prazo do edital, que será de sessenta dias, se imposta pena inferior a um ano, e de noventa dias se igual ou superior a um ano (CPP, art. 392, § 1º). No caso de intimação por carta precatória, o prazo flui a partir da juntada da carta aos autos (RT, 604/367 e 624/287); contudo, o STF editou a Súmula 710, na qual pacificou o entendimento no sentido de que “No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou carta precatória ou de ordem”.
Do protesto por novo júri
O protesto por novo júri está disposto no Regimento Interno do TJ/PA nos arts. 199 e 200 e era disciplinado nos arts. 607 e 608 do CPP. Consistia no pedido de realização de novo Júri, sempre que, em razão de um único crime, tivesse sido imposta pena de reclusão igual ou superior a vinte anos. O protesto por novo Júri foi abolido pela Lei n. 11.689/2008, no entanto, para fins didáticos, serão mantidos os comentários ao mencionado instituto. 
O principal fundamento apresentado para existência de tal recurso era o de possibilitar sem formalidades o reexame da causa quando aplicadas as penas de morte ou de prisão perpetua face a gravidade de tais sanções.
Não se impede também que o condenado, embora tenha direito ao protesto por novo júri, interponha, em vez desse recurso, a apelação, sob o fundamento da ocorrência de nulidade, reservando a possibilidade do simples pedido de reexame para o novo julgamento se a pena então aplicada comportá-la.
O protesto por novo júri deve ser feito na forma e nos prazos estabelecidos para a interposição da apelação, segundo determina o art. 607, § 2º, 2ª parte.
Da carta testemunhável 
A Carta testemunhável está disposta n Regimento Interno do TJ/PA nos artigos 201 e 202
Recurso que tem por fim provocar o reexame da decisão que denegar ou impedir o seguimento de recurso em sentido estrito e do agravo em execução. Na lição de Costa Manso é o “instrumento pelo qual a parte, a quem se denegue a interposição ou o seguimento de algum recurso, leva a questão ao conhecimento do juízo ad quem, para que este mande admitir ou subir o mesmo recurso, ou dele conheça imediatamente, julgando-o de meritis” (O processo na segunda instância e suas aplicações à primeira, 1932, p. 183). É, enfim, um recurso que tem por finalidade exclusiva promover a subida de outro recurso à segunda instância.
Para uns, a carta testemunhável não é um recurso, mas simples instrumento destinado a promover o conhecimento do recurso. Para outros, a carta testemunhável é um meio pelo qual se provoca o reexame de uma decisão, qual seja a denegatória de um outro recurso. Como tal, reveste-se inequivocamente de natureza recursal, para esta posição, trata-se de um recurso cuja finalidade é permitir a apreciação de outro recurso pelo tribunal.
Havia duas posições a respeito do cabimento da carta testemunhável, caso o protesto por novo Júri (extinto pela Lei n. 11.689/2008) fosse denegado.
Denegação da apelação: por expressa disposição legal, cabe recurso em sentido estrito (CPP, art. 581, XV) e não carta testemunhável.
Agravo em Execução Penal
O agravo em Execução Penal está disposto no Regimento Interno do TJ/PA nos artigos de 203 ao 209 e disciplinada pela Lei de Execuções Penais (LEP) nº 7.2010/84, que denota em seu artigo 197 que das decisões proferidas pelo Juiz da Vara de Execuções Penais caberá Agravo, sem efeito suspensivo, nesse passo a súmula 700 do STF fixa o prazo para interposição em 5 (cinco) dias.
O cabimento do agravo em execução penal está disposto da LEP, no art, 473:
Art. 473. Caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, da decisão que:
I – receber, no todo ou em parte, a denúncia, a queixa subsidiária ou os respectivos aditamentos;
II – indeferir o aditamento da denúncia ou da queixa subsidiária;
III – declarar a incompetência ou afirmar a competência do juízo;
IV – pronunciar o acusado;
V – deferir, negar, impor, revogar, prorrogar, manter ou substituir qualquer das medidas cautelares, reais ou pessoais;
VI – conceder, negar ou revogar a suspensão condicional do processo;
VII – decidir sobre produção e licitude da prova e seu desentranhamento;
VIII – recusar a homologação do acordo no procedimento sumário.
O agravo será interposto diretamente no tribunal competente. A interposição do agravo não retardará o andamento do processo, sem prejuízo do disposto no art. 475 da LEP: “ O agravo terá efeito suspensivo quando, a critério do relator e sendo relevante a fundamentação do pedido, da decisão puder resultar lesão irreparável ou de difícil reparação”. O Parágrafo único do art. 475 pugna que o agravo contra a decisão de pronúncia terá sempre efeito suspensivo.
Quanto à forma de interposição do agravo em execução penal, está disposto nos arts. do 476 ao 479 da LEP:
Art. 476. A petição de agravo será instruída com cópias:
I – da denúncia ou da queixa subsidiária, aditamentos e respectivas decisões de recebimento ou indeferimento;
II – da decisão agravada e certidão da respectiva intimação;
III – de outras peças que o agravante entender úteis.
Parágrafo único. A formação do instrumento ficará a cargo do agravante, que declarará, sob as penas da lei, a autenticidade dos documentos juntados.
Art. 477. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que o instruíram.
§ 1º O não cumprimento do disposto no caput deste artigo importará inadmissibilidade do agravo.
§ 2º O juiz, em face da comunicação de que trata o caput deste artigo, poderá reformar a decisão, informando o relator, que considerará prejudicado o agravo.
Art. 478. Recebido o agravo no tribunal e distribuído imediatamente, o relator:
I – negará seguimento, liminarmente, ao recurso, nos casos do art. 516, ou conhecerá do recurso e julgará o seu mérito, nos casos do art. 517; 
II – poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso nas hipóteses do art. 475;
III – poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias;
IV – mandará intimar o agravado para responder no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe juntar documentação que entender conveniente.
§ 1º A decisão prevista no inciso II do caput deste artigo somente é passível de reforma no julgamento do agravo, salvo se antes o relator a reconsiderar.
§ 2º No caso de agravo contra o indeferimento de pedido de produção de prova, o agravado não será intimado se a medida puder comprometer a eficácia do recurso.
Art. 479. A petição do agravo será protocolada no tribunal ou postada no correio com aviso de recebimento, ou transmitida por meio eletrônico, na forma da lei ou do regimento interno. ”
 
Bibliografia
ALVIM, Arruda. Manual de direito processual civil . 7ª ed. V2. São Paulo: RT, 2001
CARVALHO, Amilton Bueno de, et al. Garantismo aplicado à execução penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.
SOUZA, Bernardo Pimentel. Introdução aos recursos cíveis e à ação rescisória. Brasília: Brasília Jurídica, 2000.
http://www.tjpa.jus.br/CMSPortal/VisualizarArquivo?idArquivo=18004
http://www.lopesperret.com.br/2013/07/02/recurso-de-agravo-no-processo-civil/
http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12028&revista_caderno=22