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Esquizofrenia: História e Diagnóstico

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Esquizofrenia
Curso de Psicologia
Psicopatologia 
4º Semestre - 2016
Esquizofrenia
O psiquiatra francês Benedict A. Morel (1809-1873) usou o termo démense précoce para pacientes deteriorados cujas doenças iniciavam na adolescência.
Karl Ludwig Kahlbaum (1828-1899) descreveu os sintomas da catatonia.
Ewold Hecker (1843-1909) escreveu sobre o comportamento bizarro da hebefrenia.
Esquizofrenia
Emil Kraepelin (1856-1926) latinizou o termo de Morel para dementia precox, que salientava um processo cognitivo distintivo, característico do transtorno.
Kraepelin diferenciou ainda mais os pacientes com demência precoce daqueles que classificava como afligidos por psicose maníaco-depressiva ou paranóia.
Esquizofrenia
Os pacientes com demência precoce eram caracterizados como tendo um curso deteriorante a longo prazo e sintomas clínicos comuns de alucinações e delírios.
Eugen Bleuler (1857-1939) criou o termo esquizofrenia que substituiu o termo demência precoce. Bleuler conceitualizou o termo para indicar a presença de um cisma entre pensamento, emoção e comportamento nos pacientes afetados. 
Esquizofrenia
Uma distinção importante traçada por Bleuler entre seu conceito de esquizofrenia e o conceito de demência precoce de Kraepelin era a não necessidade de um curso deteriorante presente no quadro.
Um efeito da conceituação de Bleuler, foi o de aumentar o número de pacientes que satisfazem os critérios para um diagnóstico de esquizofrenia. 
Esquizofrenia
Outros Teóricos:
Adolf Meyer
Harry S. Sullivan
Gabriel Langfeldt
Kurt Schineider
Karl Jaspers
Adolf Meyer
Fundador da psicobiologia, acreditava que a esquizofrenia e outros distúrbios orgânicos seriam reações a uma variedade de estresses vitais, de modo que chamou a síndrome de “reação esquizofrência”.
Harry S. Sullivan
Fundador da escola psicanalítica interpessoal, salientava o isolamento social como causa e sintoma da esquizofrenia.
Gabriel Langfeldt
Dividiu os pacientes com sintomas psiquiátricos maiores em dois grupos, aqueles com verdadeira esquizofrenia e aqueles com psicose esquizofreniforme. 
Salientou a importância da despersonalização, autismo, embotamento emocional e sentimentos de desrealização em sua descrição da vera esquizofrenia.
Kurt Schneider
Descreveu vários dos chamados sintomas esquizofrênicos de primeira ordem de esquizofrenia, que considerava não sendo de modo algum específicos da doença, mas de grande valor para o diagnóstico. 
Kurt Schneider
Percepção delirante
Vozes que comentam a ação
Vozes que comandam a ação
Eco ou sonorização do pensamento
Difusão do pensamento
Roubo do pensamento
Vivências de influência no plano ideativo, afetivo, volitivo e corporal.
Karl Jaspers
Em suas teorias envolvendo a esquizofrenia, Jaspers tentou permanecer livre dos conceitos tradicionais, como sujeito e objeto, causa e efeito e realidade e fantasia.
Mostrou grande interesse pelos conteúdos dos delírios dos pacientes psiquiátricos.
Karl Jaspers - diagnóstico
Idéias delirantes primárias, não-deriváveis ou compreensíveis psicologicamente.
Humor delirante precedendo o delírio.
Alucinações verdadeiras primárias.
Vivências de influência.
Ocorrência ou intuição delirante.
Ocorre quebra na curva existencial, instauram-se surtos que transforma radicalmente a existência do doente.
Emil Kraepelin - diagnóstico
Alterações da vontade
Embotamento afetivo
Alterações da atenção e da compreensão
Transtorno do pensamento, associações frouxas
Alucinações, especialmente auditivas
Sonorização do pensamento
Vivências de influência sobre o pensamento
Evolução deteriorante 
Bleuler - diagnóstico
Alterações formais do pensamento
Ambivalência afetiva: afetos contraditórios vivenciados intensamente ao mesmo tempo.
Autismo com tendência a um isolamento psíquico global em relação ao mundo.
Dissociação ideoafetiva
Evolução muito heterogênea.
CID - 10
Alteração das funções mais básicas que dão à pessoa senso de individualidade, unicidade e direção de si mesmo.
Eco, inserção, irradiação ou roubo do pensamento.
Delírios de influência, controle ou passividade.
Vozes que comentam a ação.
Delírios persistentes culturalmente inapropriados.
Alucinações persistentes de qualquer modalidade.
CID - 10
Interceptações ou bloqueios do pensamento.
Comportamento catatônico, com flexibilidade cerácea, negativismo, mutismo, etc. 
Sintomas negativos: empobrecimento afetivo, auto-negligência, diminuição da fluência verbal, etc.)
Alteração significativa na qualidade global do comportamento pessoal, perda de interesse e retração social. 
DSM - IV
Dois ou mais dos seguintes sintomas (de 1 a 5) devem estar presentes com duração significativa, por período de pelo menos um mês.
1- delírios 
2- alucinações
3- discurso desorganizado
4- comportamento amplamente desorganizado ou catatônico
DSM - IV
5- sintomas negativos: embotamento afetivo, avolição.
6- disfunções sociais, no trabalho e/ou no estudo, denotando perdas nas habilidades interpessoais e produtivas.
Duração dos sintomas principais (1-5), de pelo menos um mês, e do quadro deficitário, por pelo menos seis meses.
Sintomas Negativos
Os sintomas negativos das psicoses esquizofrênicas caracterizam-se pela perda de funções psíquicas (na esfera da vontade, do pensamento, da linguagem, etc.), por um empobrecimento global da vida psíquica e social do indivíduo.
Distanciamento afetivo, retração social, empobrecimento da linguagem e do pensamento, diminuição da fluência verbal, avolição, auto-negligência e lentificação psicomotora.
Sintomas Positivos
São manifestações novas, floridas e produtivas do processo esquizofrênico.
Alucinações, idéias delirantes, comportamento bizarro, atos impulsivos, agitação psicomotora, idéias bizarras (não necessariamente delirantes), produções lingüísticas novas (neologismos) 
Tipos de Esquizofrenia
Catatônica
Desorganizada
Paranóide
Residual
Indiferenciada
Esquizofrenia do Tipo Catatônica
Alteração na psicomotricidade: estupor, rigidez, excitação, negativismo e posturas bizarras.
As características associadas são: esteriotipias, maneirismos, mutismo e flexibilidade cérea.
Às vezes, há uma rápida alternância entre os extremos de excitação e estupor.
Esquizofrenia do Tipo Desorganizada
Chamada antigamente de Hebefrênica.
Caracterizada por incoerência , desagregação do pensamento e da conduta, afeto incongruente ou embotado.
Caracteriza-se por uma regressão acentuada de um comportamento primitivo, desinibido e desorganizado na ausência de sintomas que satisfaçam os critérios para o tipo catatônico.
Esquizofrenia do Tipo Desorganizada
O início dá-se geralmente cedo, antes dos 25 anos.
Os pacientes geralmente são ativos, mas de um modo desprovido de propósito não, construtivo.
O contato com a realidade é pobre, havendo transtorno do pensamento.
Esquizofrenia do Tipo Desorganizada
A aparência pessoal e o contato social estão prejudicados.
As respostas emocionais são inadequadas e o indivíduo, freqüentemente, põe-se a gargalhar sem qualquer razão aparente. Risos incongruentes e trejeitos faciais são comuns neste tipo de paciente, cujo comportamento é melhor descrito como tolo ou insensato. 
Esquizofrenia do Tipo Paranóide
Marcada pelos delírios, freqüentemente de natureza persecutória, e pelas alucinações auditivas. 
As características associadas são ansiedade, violência e alterações das interações sociais.
Os pacientes, neste tipo, geralmente são mais velhos que os pacientes dos tipos catatônico e desorganizados, quando têm o primeiro episódio da doença.
Esquizofrenia do Tipo Paranóide
Os pacientes que estiveram bem até a casa dos 20 ou 30 anos, geralmente estabeleceram uma vida social que pode ajudá-los durante a doença.
Os pacientes mostram menos regressão de suas faculdades mentais, da resposta emocional e do comportamento que os outros tipos de pacientes esquizofrênicos.
Esquizofrenia do Tipo Paranóide
Os pacientes esquizofrênicos paranóides típicos são tensos, desconfiados e reservados
e freqüentemente hostis e agressivos.
Às vezes, comportam-se bastante bem socialmente. A inteligência em áreas não invadidas pelos delírios pode permanecer intacta. 
Esquizofrenia do Tipo Residual
Estão presentes sinais negativos da doença: afastamento social, comportamento excêntrico, inadequação afetiva, pensamento ilógico.
Os delírios os alucinações, se presentes, não são proeminentes nem acompanhados por forte afeto.
Esquizofrenia do Tipo Indiferenciada
Com sintomas que não podem ser classificados nas categorias anteriores ou quando preenchem simultaneamente os critérios para mais de um tipo. 
Esquizofrenia Infantil
Esquizofrenia infantil é uma das psicoses na infância em que se observa um aumento expressivo nos últimos anos.
É considerado psicose infantil, quadros em que, dentro da evolução relativamente normal de uma criança, há instalação de distúrbios graves de conduta, que evidenciam parada ou até retrocesso no seu desenvolvimento.
Esquizofrenia Infantil
Na psicose infantil, os sintomas predominam na motricidade, linguagem, cognição e na afetividade.
Exemplos:
Hiperatividade sem freio;
Atos de agressividade incontrolada;
A atividade geral é inadequada, difusa e desorganizada, podendo às vezes, haver passividade com isolamento. 
Sintomas Psicóticos
Afetividade perturbada e muitas vezes diminuída, chegando até a um embotamento e falta de reações afetivas. Outras vezes, exagerada, predominando a ansiedade com reações inadequadas de pânico.
A linguagem e os processos intelectuais quase sempre são prejudicados.
Psicoses Infantis
As psicoses infantis podem ser divididas em três grupos, de acordo com a idade do início:
As que começam antes dos três anos, na maioria evidenciam o quadro de autismo infantil;
As que iniciam entre 3 e 8 anos pertencem a um grupo heterogêneo, incluindo causas orgânicas que denominamos de esquizofrenia infantil.
As que começam após 9 ou 10 anos, são as psicoses que se assemelham às do adulto, como esquizofrenia, depressão e mania.
Esquizofrenia Infantil 
A esquizofrenia infantil é uma distúrbio grave da personalidade em que as funções do ego são perturbadas, destruídas ou não desenvolvidas.
As funções do ego podem ser totalmente extintas num quadro severo de psicose, ou pode haver funções residuais de ego em esquizofrenias menos graves. A perda das funções equivale à perda do ego.
Esquizofrenia Infantil
Com a perturbação ou perda do ego, a criança fica incapaz de se relacionar com o mundo externo e na tentativa de qualquer adaptação, o mundo interno se torna intensamente perturbado e conflitado.
Na esquizofrenia muito precoce, a personalidade estará mais ameaçada da perda total das funções do ego.
Esquizofrenia Infantil
Na criança, o início dos sintomas raramente é agudo como nos adolescentes ou adultos. O mais comum é o aparecimento gradativo de alguns sintomas que indicam um comprometimento das funções psíquicas.

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