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Saneamento e Educacao Ambiental

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Saneamento e 
Educação Ambiental 
 
 
 Guia do profissional em treinamento Nível 2 
 
 
T
ra
n
s
v
e
rs
a
l 
 
Promoção Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental – ReCESA 
Realização Núcleo Regional Nordeste – NURENE 
Instituições integrantes do NURENE Universidade Federal da Bahia (líder) | Universidade Federal do Ceará | 
Universidade Federal da Paraíba | Universidade Federal de Pernambuco 
Financiamento Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia I Fundação Nacional de Saúde do 
Ministério da Saúde I Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades 
Apoio organizacional Programa de Modernização do Setor de Saneamento – PMSS 
Comitê gestor da ReCESA Comitê consultivo da ReCESA 
- Ministério das Cidades; 
- Ministério da Ciência e Tecnologia; 
- Ministério do Meio Ambiente; 
- Ministério da Educação; 
- Ministério da Integração Nacional; 
- Ministério da Saúde; 
- Banco Nacional de Desenvolvimento 
 Econômico Social (BNDES); 
- Caixa Econômica Federal (CAIXA). 
 
 
 
 
 
 
Parceiros do NURENE 
- ARCE – Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará 
- Cagece – Companhia de Água e Esgoto do Ceará 
- Cagepa – Companhia de Água e Esgotos da Paraíba 
- CEFET Cariri – Centro Federal de Educação Tecnológica do Cariri/CE 
- CENTEC Cariri – Faculdade de Tecnologia CENTEC do Cariri/CE 
- Cerb – Companhia de Engenharia Rural da Bahia 
- Compesa – Companhia Pernambucana de Saneamento 
- Conder – Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia 
- EMASA – Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Itabuna/BA 
- Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento 
- Emlur – Empresa Municipal de Limpeza Urbana de João Pessoa 
- Emlurb / Fortaleza – Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização de Fortaleza 
- Emlurb / Recife – Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife 
- Limpurb – Empresa de Limpeza Urbana de Salvador 
- SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto do Município de Alagoinhas/BA 
- SECTMA – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco 
- SEDUR – Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia 
- SEINF – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Infra-Estrutura de Fortaleza 
- SEMAM / Fortaleza – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano 
- SEMAM / João Pessoa – Secretaria Executiva de Meio Ambiente 
- SENAC / PE – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de Pernambuco 
- SENAI / CE – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Ceará 
- SENAI / PE – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco 
- SEPLAN – Secretaria de Planejamento de João Pessoa 
- SESAN – Secretaria de Saneamento do Recife 
- SUDEMA – Superintendência de Administração do Meio Ambiente do Estado da Paraíba 
- UECE – Universidade Estadual do Ceará 
- UFMA – Universidade Federal do Maranhão 
- UNICAP – Universidade Católica de Pernambuco 
- UPE – Universidade de Pernambuco 
- Associação Brasileira de Captação e Manejo de Água de Chuva – ABCMAC 
- Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES 
- Associação Brasileira de Recursos Hídricos – ABRH 
- Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública – ABLP 
- Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – AESBE 
- Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento – ASSEMAE 
- Conselho de Dirigentes dos Centros Federais de Educação Tecnológica – CONCEFET 
- Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA 
- Federação de Órgão para a Assistência Social e Educacional – FASE 
- Federação Nacional dos Urbanitários – FNU 
- Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas – FNCBHS 
- Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras 
– FORPROEX 
- Fórum Nacional Lixo e Cidadania – L&P 
- Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental – FNSA 
- Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM 
- Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS 
- Programa Nacional de Conservação de Energia – PROCEL 
- Rede Brasileira de Capacitação em Recursos Hídricos – Cap-Net Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saneamento e 
Educação Ambiental 
 
 
 Guia do profissional em treinamento Nível 2 
 
 
T
ra
n
s
v
e
rs
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l 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação da Fonte: 
 
 
Coordenação Geral do NURENE 
Profª. Drª. Viviana Maria Zanta 
 
 
Profissionais que participaram da elaboração deste guia 
 
Professora Rosa Maria Cortez de Lima 
Consultoras Maria Carmem Arruda Pinho 
Hermelinda Maria Rocha Ferreira 
Raineldes Agda Alves de Melo 
 
 
Créditos 
Luiz Roberto Santos Moraes 
Márcia Mara Marinho 
Silvio Romero de Melo Ferreira 
NEPHSA (Núcleo de Estudos e Pesquisa em Habitação e Saneamento – Universidade Federal de 
Pernambuco) 
 
 
Central de Produção de Material Didático 
Patrícia Campos Borja | Alessandra Gomes Lopes Sampaio Silva 
 
 
Projeto Gráfico 
Marco Severo | Rachel Barreto | Romero Ronconi 
 
 
 
É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte. 
 
EXX Tema Transversais: saneamento e educação ambiental: guia do 
profissional em treinamento: nível 2 / Secretaria Nacional de 
Saneamento Ambiental (org). – Salvador: ReCESA, 2008. 69 p. 
 
Nota: Realização do NURENE – Núcleo Regional Nordeste; 
coordenação de Viviana Maria Zanta, José Fernando Thomé Jucá, 
Heber Pimentel Gomes e Marco Aurélio Holanda de Castro. 
 
1. Saneamento – interfaces. 2. Educação ambiental e 
saneamento – conceitos, histórico e importância. 3. Programa 
de educação ambiental e mobilização social para o 
saneamento - PEAMSS. 4. Educação ambiental – método, 
estratégias e instrumentos. 5. Plano de trabalho. I. Brasil. 
Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. II. Núcleo 
Regional Nordeste. 
 
CDD – XXX.X 
 
 
Apresentação da ReCESAApresentação da ReCESAApresentação da ReCESAApresentação da ReCESA 
 
 
A criação do Ministério das Cidades Ministério das Cidades Ministério das Cidades Ministério das Cidades no 
Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da 
Silva, em 2003, permitiu que os imensos 
desafios urbanos passassem a ser 
encarados como política de Estado. Nesse 
contexto, a Secretaria Nacional de Secretaria Nacional de Secretaria Nacional de Secretaria Nacional de 
Saneamento Ambiental Saneamento Ambiental Saneamento Ambiental Saneamento Ambiental (SNSA) inaugurou 
um paradigma que inscreve o saneamento 
como política pública, com dimensão 
urbana e ambiental, promotora de 
desenvolvimento e redução das 
desigualdades sociais. Uma concepção de 
saneamento em que a técnica e a 
tecnologia são colocadas a favor da 
prestação de um serviço público e 
essencial. 
A missão da SNSA ganhou maior 
relevância e efetividade com a agenda do 
saneamento para o quadriênio 2007-
2010, haja vista a decisão do Governo 
Federal de destinar, dos recursos 
reservados ao Programa de Aceleração do 
Crescimento (PAC), 40 bilhões de reais 
para investimentos em saneamento. 
Nesse novo cenário, a SNSA conduz ações 
de capacitação como um dos 
instrumentos estratégicos para a 
modificação de paradigmas, o alcance de 
melhorias de desempenho e da qualidade 
na prestação dos serviços e a integração 
de políticas setoriais. O projeto de 
estruturação da Rede de Capacitação e Rede deCapacitação e Rede de Capacitação e Rede de Capacitação e 
Extensão Tecnológica em Saneamento Extensão Tecnológica em Saneamento Extensão Tecnológica em Saneamento Extensão Tecnológica em Saneamento 
Ambiental Ambiental Ambiental Ambiental –––– ReCESA ReCESA ReCESA ReCESA constitui importante 
iniciativa nessa direção. 
A ReCESA tem o propósito de reunir um 
conjunto de instituições e entidades com 
o objetivo de coordenar o 
desenvolvimento de propostas 
pedagógicas e de material didático, bem 
como promover ações de intercâmbio e de 
extensão tecnológica que levem em 
consideração as peculiaridades regionais e 
as diferentes políticas, técnicas e 
tecnologias visando capacitar 
profissionais para a operação, 
manutenção e gestão dos sistemas e 
serviços de saneamento. Para a 
estruturação da ReCESA foram formados 
Núcleos Regionais e um Comitê Gestor, 
em nível nacional. 
Por fim, cabe destacar que este projeto 
tem sido bastante desafiador para todos 
nós: um grupo predominantemente 
formado por profissionais da área de 
engenharia que compreendeu a 
necessidade de agregar outros olhares e 
saberes, ainda que para isso tenha sido 
necessário "contornar todos os meandros 
do rio, antes de chegar ao seu curso 
principal". 
Comitê Gestor da ReCESA Comitê Gestor da ReCESA Comitê Gestor da ReCESA Comitê Gestor da ReCESA 
 
NURENENURENENURENENURENE 
 
 
O Núcleo Regional Nordeste (NURENE) tem 
por objetivo o desenvolvimento de 
atividades de capacitação de profissionais 
da área de saneamento, em quatro 
estados da região Nordeste do Brasil: 
Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco. 
 
O NURENE é coordenado pela 
Universidade Federal da Bahia (UFBA), 
tendo como instituições co-executoras a 
Universidade Federal do Ceará (UFC), a 
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a 
Universidade Federal de Pernambuco 
(UFPE). 
 
O NURENE espera que suas atividades 
possam contribuir para a alteração do 
quadro sanitário do Nordeste e, 
consequentemente, para a melhoria da 
qualidade de vida da população dessa 
região marcada pela desigualdade social. 
Coordenadores Institucionais do NURENECoordenadores Institucionais do NURENECoordenadores Institucionais do NURENECoordenadores Institucionais do NURENE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os Guias Os Guias Os Guias Os Guias 
 
 
A coletânea de materiais didáticos 
produzidos pelo NURENE é composta de 
19 guias que serão utilizados nas Oficinas 
de Capacitação para profissionais que 
atuam na área de saneamento. Quatro 
guias tratam de temas transversais, 
quatro abordam o manejo das águas 
pluviais, três estão relacionados aos 
sistemas de abastecimento de água, três 
são sobre esgotamento sanitário e cinco 
versam sobre o manejo dos resíduos 
sólidos e limpeza pública. 
 
O público alvo do NURENE envolve 
profissionais que atuam na área dos 
serviços de saneamento e que possuem 
um grau de escolaridade que varia do 
semi-alfabetizado ao terceiro grau. 
 
Os guias representam um esforço do 
NURENE no sentido de abordar as 
temáticas de saneamento segundo uma 
proposta pedagógica pautada no 
reconhecimento das práticas atuais e em 
uma reflexão crítica sobre essas ações 
para a produção de uma nova prática 
capaz de contribuir para a promoção de 
um saneamento de qualidade para todos. 
Equipe da Central de Produção de Material Didático Equipe da Central de Produção de Material Didático Equipe da Central de Produção de Material Didático Equipe da Central de Produção de Material Didático –––– CPMD CPMD CPMD CPMD 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação da área temáticaApresentação da área temáticaApresentação da área temáticaApresentação da área temática 
 
Tema transversalTema transversalTema transversalTema transversal 
 
 
 
A natureza das ações de saneamento 
ambiental exige um pensar que ultrapasse a 
visão disciplinar e fragmentada, herdada do 
pensamento ocidental. Com esse intuito, o 
NURENE incorporou a transversalidade às 
temáticas das oficinas de capacitação. Desse 
modo, busca-se um espaço para a 
reintegração de aspectos que ficam isolados 
uns dos outros em decorrência do tratamento 
disciplinar. Assim, questões como a saúde do 
trabalhador, as políticas e os planos de 
saneamento, o saneamento integrado, as 
tecnologias apropriadas e os projetos de 
captação de recursos passam a constituir 
temas que possibilitam uma abordagem mais 
integral e ampla do saneamento. 
 
Equipe da Central de Produção de Material Didático Equipe da Central de Produção de Material Didático Equipe da Central de Produção de Material Didático Equipe da Central de Produção de Material Didático –––– CPMD CPMD CPMD CPMD 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
Apresentação ...................................................................................................................... 09 
Dinâmica de interação .............................................................................................. 10 
ReCESA, objetivos e estrutura da oficina .................................................................... 11 
Introdução .......................................................................................................................... 12 
Saneamento e suas interfaces .............................................................................................. 15 
Conceito e importância da Educação Ambiental nas ações de saneamento............................. 21 
Breve histórico da evolução do conceito de Educação Ambiental................................. 21 
Programa de educação ambiental e mobilização social para o saneamento - PEAMSS.. 26 
Educação Ambiental e saneamento: conceito, princípios e desafios ............................ 34 
Método, estratégias e instrumentos de educação ambiental para o saneamento .................... 42 
Método .................................................................................................................... 42 
Atores envolvidos nas ações de educação ambiental para o saneamento ................... 44 
Estratégias para educação ambiental ......................................................................... 48 
Instrumentos educativos ........................................................................................... 52 
Encerramento ...................................................................................................................... 67 
Referências ......................................................................................................................... 68 
 
 
 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 9 
Apresentação 
 
A educação ambiental, por sua natureza 
complexa e interdisciplinar, constitui-se em 
uma importante ferramenta para se refletir 
sobre aspectos da vida cotidiana, valores 
que norteiam práticas coletivas e formas de 
pensar e agir sobre o meio ambiente. 
 
De acordo com a Lei Federal de Educação 
Ambiental n°. 9.795/99 é o “[...] processo 
por meio do qual o indivíduo e a 
coletividade constroem valores sociais, 
conhecimentos, habilidades, atitudes e 
competências voltadas para a conservação 
do meio ambiente, bem de uso comum do 
povo, essencial à sadia qualidade de vida e 
sua sustentabilidade” (BRASIL, 1999, p.1). 
Para este fim, constitui-se em um 
instrumento indispensável para o 
planejamento, a execução e a prestação dos 
serviços de saneamento. 
 
Portanto, a temática desta oficina de 
educaçãoambiental voltada para o 
saneamento está inserida nos temas 
transversais definidos pela ReCESA, uma 
vez que seus conteúdos devem estar 
presentes como uma ferramenta a ser 
utilizada em todas as atividades técnicas, 
principalmente, naquelas que se encontram 
em relação direta com os usuários dos 
serviços. 
 
Esse desafio é posto nesse material didático 
e traduzido no seu conteúdo, na sua forma 
e linguagem, de modo a possibilitar: a 
reflexão dos problemas ambientais, 
especialmente aqueles vinculados à 
problemática dos serviços de saneamento; a 
complexidade presente na atuação dos 
diversos atores sociais inseridos nesta 
problemática, assim como possibilitar a 
produção de conhecimentos sustentáveis e 
integrados no sentido de contribuir para a 
universalização dos serviços de saneamento 
com qualidade. 
 
Este guia é dirigido para profissionais que 
atuam no planejamento e na execução de 
ações de educação ambiental voltadas para 
o desenvolvimento de projetos / programas 
de saneamento. É composto de textos, 
atividades e informações relevantes que 
pretendem contribuir para a qualificação e a 
atualização profissional. 
 
Espera-se que a sua participação propicie a 
troca de experiências e a compreensão do 
papel de educador que cada um de nós, 
como profissionais de diversas áreas 
técnicas, possuímos, tendo como objetivo 
contribuir para a construção de ambientes 
saudáveis. 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 10 
DINÂMICA DE INTERAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Apresentação dos 
participantes. 
- Compartilhar as 
expectativas quanto 
à oficina. 
- Apresentar a 
ReCESA. 
- Apresentar e 
pactuar a dinâmica 
da oficina e das 
atividades. 
1) Neste primeiro momento vamos conhecer a 
ReCESA (Rede Nacional de Capacitação e Extensão 
Tecnológica em Saneamento Ambiental), seus 
objetivos e as atividades em desenvolvimento, 
como, por exemplo, esta atividade de capacitação. 
 
 
2) Também é o momento para conhecermos nosso 
grupo e os profissionais envolvidos nesta 
atividade, assim como a expectativa de cada um 
de nós quando decidimos participar desta oficina. 
 
 
3) Solicitamos o preenchimento das informações 
contidas no crachá e a apresentação de cada 
participante. 
 
 
4) Em seguida, o instrutor realizará a exposição 
dos objetivos e da metodologia proposta para a 
oficina. 
 
Identificação do ParticipanteIdentificação do ParticipanteIdentificação do ParticipanteIdentificação do Participante 
 
Núcleo Regional Nordeste da Rede 
Nacional de Capacitação e Extensão 
Tecnológica em Saneamento Ambiental 
Oficina: Saneamento e Educação 
Ambiental 
Nome: _________________________________ 
Município: _____________________________ 
 Instituição em que trabalha: 
________________________________________ 
Função: ________________________________ 
 
Realizando minhas atividades 
profissionais desempenho papel de 
educador quando 
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
Complete a frase a partir da 
sua compreensão sobre 
educação ambiental na área 
do saneamento e vivência 
profissional. 
OBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOS 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 11 
ReCESA, objetivos e estrutura da oficina 
 
Assistindo à exposição a ser realizada vamos conhecer o que é a ReCESA, seus objetivos e as 
atividades de capacitação em desenvolvimento. 
 
O objetivo da nossa oficina de saneamento e educação ambiental é sensibilizar e qualificar os 
profissionais que atuam em serviços, programas e projetos de saneamento, em nível municipal 
e estadual. Para esse fim, a compreensão histórica dos problemas ambientais, da complexidade 
presente na atuação dos diversos atores sociais e da importância de ações educativas 
continuadas como ferramenta indispensável para a sustentabilidade dos serviços de 
saneamento, constitui-se um elemento fundamental para o exercício da prática profissional. 
 
Os temas são abordados partindo do conhecimento existente de cada participante, vivenciado a 
partir da sua prática profissional e de suas vivências cotidianas como cidadão. Posteriormente, 
os participantes, juntamente com o instrutor, revisitarão os conteúdos agregando aos mesmos 
os novos conhecimentos adquiridos a partir das exposições dos conteúdos e/ou das discussões 
nos grupos de trabalho. Ao final, os grupos formularão um plano de trabalho de Mobilização 
Social e Educação Ambiental voltados a uma ação de saneamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DA PROGRAMAÇÃO DA OFICINARESUMO DA PROGRAMAÇÃO DA OFICINARESUMO DA PROGRAMAÇÃO DA OFICINARESUMO DA PROGRAMAÇÃO DA OFICINA 
 
1º DIA1º DIA1º DIA1º DIA 
 
Apresentação do grupo 
Conceitos (saneamento, saúde, meio ambiente, educação ambiental), 
legislações e princípios a serem considerados na educação ambiental para o 
saneamento. 
 
2º DIA2º DIA2º DIA2º DIA 
 
Método, estratégias e instrumentos de educação ambiental para o 
saneamento. 
Elaboração de plano de trabalho. 
Encerramento. 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 12 
Introdução 
 
O conjunto de textos e atividades contidos nesse guia foi concebido no sentido de exercitar, 
com os profissionais em treinamento, uma reflexão pedagógica sobre a temática de educação 
ambiental para o saneamento. 
 
Para melhor compreensão didática, os textos e as atividades estão organizados em capítulos 
que serão trabalhados incorporando os conhecimentos e as experiências trazidos pelos 
participantes sobre suas práticas profissionais, intermediados pelo diálogo permanente, 
estabelecendo relações entre as teorias propostas e a prática cotidiana dos envolvidos. 
 
Segundo Paulo Freire (2004), “o processo de ensino aprendizagem exige respeito aos saberes 
dos educando” (FREIRE, 2004, p.30). Entendemos que esse respeito se materializa no exercício 
de uma aprendizagem em que ocorre uma troca de saberes entre o educador e o educando, 
através do diálogo permanente: “[...] é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem 
que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico necessário à reflexão crítica 
tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática.” (FREIRE, 2004, p. 39). 
 
Partindo dessa concepção, a metodologia proposta para essa atividade de capacitação parte do 
resgate das experiências de cada participante – como cidadão e profissional –, bem como dos 
saberes acumulados compreendidos como importantes referências para a reflexão crítica. 
 
O guia está estruturado em 3 capítulos: 
 
o Capítulo 1 – Saneamento e suas interfaces 
 
o Capítulo 2 - Conceito e importância da Educação Ambiental nas ações de 
saneamento 
 
o Capítulo 3 - Método, estratégias e instrumentos de educação ambiental. 
 
 
 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 13 
QUESTÕES PARA REFLEXÃO E DISCUSSÃO 
 
Atividade em grupo 
 
Você e seus colegas formarão grupo de 05 pessoas para refletirem e responderem as questões 
colocadas abaixo. 
 
Como você define saneamento básico? 
 
_____________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
A instituição que você trabalha atua com quais componentes do saneamento? 
 
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________ 
 
No seu trabalho você desenvolve atividades integradas com outras equipes da área do 
saneamento ou áreas afins? Se sim, quais? Se não, você considera necessário? Por quê? 
 
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________ 
 
Quais são os atores sociais que no seu entendimento podem contribuir para dotar toda a 
população com os serviços de saneamento de qualidade na nossa cidade? Por quê? 
 
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________ 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 14 
Cada grupo deverá montar um painel que chamaremos: Estado atual da arte do saneamento.Estado atual da arte do saneamento.Estado atual da arte do saneamento.Estado atual da arte do saneamento. 
 
Para montarmos este painel, os grupos utilizarão tarjetas contendo palavras chave que serão 
fixadas obedecendo às colunas propostas abaixo: 
 
Modelo para o painel 
 
Painel: Estado atual da arte do saneamentoPainel: Estado atual da arte do saneamentoPainel: Estado atual da arte do saneamentoPainel: Estado atual da arte do saneamento 
GruposGruposGruposGrupos 
Definição de Definição de Definição de Definição de 
SaneamentoSaneamentoSaneamentoSaneamento 
ComponentesComponentesComponentesComponentes InterfacesInterfacesInterfacesInterfaces ImportânciaImportânciaImportânciaImportância 
AtoresAtoresAtoresAtores 
 Sociais Sociais Sociais Sociais 
01010101 
02020202 
03030303 
04040404 
05050505 
06060606 
 
 
 
Agora o instrutor, a partir do painel construído pelos grupos, fará uma síntese das conclusões 
expostas. 
 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 15 
– Discutir os 
conhecimentos prévios 
dos profissionais sobre o 
conceito de saneamento 
e suas interfaces com as 
demais políticas setoriais. 
– Refletir sobre as 
questões relacionadas ao 
saneamento, 
contextualizando com o 
desenvolvimento das 
cidades; 
– Conhecer e discutir os 
conceitos e as visões 
acerca do saneamento e 
da educação ambiental a 
partir das leis vigentes. 
Saneamento e suas interfaces 
 
Neste momento o instrutor, utilizando como material didático aula 
expositiva com slides, abordará com vocês algumas questões 
importantes acerca dos conceitos e da visão integrada dos serviços 
de saneamento, considerando os aspectos preconizados nas Leis 
vigentes em nosso país. Para facilitar nosso debate, ao final da 
exposição, faça suas anotações na sua apostila ao lado de cada 
slide apresentado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITOCONCEITOCONCEITOCONCEITO 
 
SAÚDESAÚDESAÚDESAÚDE 
 
“É a sensação de completo bem-estar físico, mental 
e social e não apenas a ausência de doença ou 
enfermidade” (OMS). 
 
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________ 
CONCEITOCONCEITOCONCEITOCONCEITO 
 
SAÚDSAÚDSAÚDSAÚDE PÚBLICAE PÚBLICAE PÚBLICAE PÚBLICA 
 
“Saúde Pública são a ciência e a arte de prevenir a 
doença, prolongar a vida e promover saúde e 
eficiência física e mental, através esforços 
organizados da comunidade para o saneamento do 
meio, o controle das doenças infecto-contagiosas, 
a educação do indivíduo em princípios de higiene 
pessoal, a organização dos serviços médicos e de 
enfermagem para o diagnóstico precoce e 
tratamento preventivo das doenças e o 
desenvolvimento da maquinaria social de modo a 
assegurar a cada indivíduo da comunidade um 
padrão de vida adequado à manutenção da saúde.” 
(WINSLOW, 1920). 
 
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
OBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOS 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
__________________________________________
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CONCEITOCONCEITOCONCEITOCONCEITO 
 
SANEAMENTOSANEAMENTOSANEAMENTOSANEAMENTO 
 
Controle de todos os fatores do meio físico do Homem 
que exercem ou podem exercer efeito deletério, sobre 
o bem-estar físico, mental ou social. (OMS) 
CONCEITOCONCEITOCONCEITOCONCEITO 
 
SANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICOSANEAMENTO BÁSICO 
 
Conjunto de serviços e instalações operacionais de:Conjunto de serviços e instalações operacionais de:Conjunto de serviços e instalações operacionais de:Conjunto de serviços e instalações operacionais de: 
 
• Abastecimento de água potávelAbastecimento de água potávelAbastecimento de água potávelAbastecimento de água potável: constituídos 
pelas atividades, infra-estruturas e instalações 
necessárias ao abastecimento público de água 
potável, desde a captação até as ligações 
prediais e respectivos instrumentos de 
medição; 
• Esgotamento sanitárioEsgotamento sanitárioEsgotamento sanitárioEsgotamento sanitário: constituído pelas 
atividades, infra-estruturas operacionais de 
coleta, transporte, tratamento e disposição 
final dos esgotos sanitários, desde as ligações 
prediais até o seu lançamento final no meio 
ambiente; 
• Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidosLimpeza urbana e manejo de resíduos sólidosLimpeza urbana e manejo de resíduos sólidosLimpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: 
conjunto de atividades, infra-estruturas e 
instalações operacionais de coleta, transporte, 
transbordo, tratamento e destino final do lixo 
doméstico e do lixo originário da varrição e 
limpeza de logradouros e vias públicas; 
• Drenagem e manejo das águas pluviais Drenagem e manejo das águas pluviais Drenagem e manejo das águas pluviais Drenageme manejo das águas pluviais 
urbanasurbanasurbanasurbanas: conjunto de atividades, infra-
estruturas e instalações operacionais de 
drenagem urbana de águas pluviais, de 
transporte, detenção ou retenção para 
amortecimento de vazões de cheias, 
tratamento e disposição final das águas 
pluviais drenadas nas áreas urbanas. 
(Lei nº. 11.455/07, Art. 3º, § 1°) 
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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCEITOCONCEITOCONCEITOCONCEITO 
 
SANEAMENTO AMBIENTALSANEAMENTO AMBIENTALSANEAMENTO AMBIENTALSANEAMENTO AMBIENTAL 
 
Conjunto de ações técnicas e socioeconômicas 
entendidas fundamentalmente como de saúde 
pública, tendo por objetivo alcançar níveis 
crescentes de salubridade ambiental 
compreendendo: 
 
• O abastecimento de água em quantidade e 
dentro dos padrões de potabilidade vigentes; 
• O manejo de esgotos sanitários; 
• O manejo dos resíduos sólidos e emissões 
atmosféricas; 
• A drenagem de águas pluviais; 
• O controle ambiental de vetores e 
reservatórios de doenças; 
• A promoção sanitária e o controle ambiental 
do uso e ocupação do solo; 
• A preservação e controle do excesso de 
ruídos, tendo como finalidade promover e 
melhorar as condições de vida urbana rural. 
 
Fonte: Secretaria Nacional de Saneamento 
Ambiental, 2003. 
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SANEAMENTO E INTERSETORIALIDADESANEAMENTO E INTERSETORIALIDADESANEAMENTO E INTERSETORIALIDADESANEAMENTO E INTERSETORIALIDADE 
 
As ações de saneamento exigem a relação com 
vários outros “setores”: o saneamento se relaciona 
com a infra-estrutura, com o desenvolvimento 
urbano, mas também com a saúde pública e com o 
meio ambiente, contribuindo com a qualidade de 
vida da população e a proteção ambiental. 
 
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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUANDO FALAMOS EMQUANDO FALAMOS EMQUANDO FALAMOS EMQUANDO FALAMOS EM 
INTERSETORIALIDADE...INTERSETORIALIDADE...INTERSETORIALIDADE...INTERSETORIALIDADE... 
 
Estamos falando de justaposição de dois ou mais 
setores, característica da multisetorialidade. 
 
Falamos da conduta institucional que parte da 
capacidade dos técnicos, gestores, lideranças e 
sociedade de perceber que os problemas que 
estão formulados pelas demandas sociais são de 
ordem complexa e precisam ser vistas de forma 
integrada, para que haja compreensão de sua 
globalidade e efetividade nas ações 
especializadas (OPAS, 2003). 
 
Preconiza o diálogo. Portanto, a comunicação é 
um importante instrumento. 
 
 
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ASPECTOS POSITIVOS A PARTIR DA ASPECTOS POSITIVOS A PARTIR DA ASPECTOS POSITIVOS A PARTIR DA ASPECTOS POSITIVOS A PARTIR DA 
INTERSETORIALIDADEINTERSETORIALIDADEINTERSETORIALIDADEINTERSETORIALIDADE 
 
É fundamental para tratar a relação saúde, meio 
ambiente e saneamento ambiental, posto que a 
realidade em que operam as políticas públicas é 
complexa. 
 
As áreas de atividades (“setores”), instituições e 
os arcabouços legais foram historicamente 
constituídos de forma especializada e possuem 
códigos/linguagens próprios e herméticos uns 
aos outros. 
 
Planejar e atuar de forma intersetorial pressupõe 
a criação de uma nova dinâmica para a execução 
das ações públicas. 
 
 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSTÁCOBSTÁCOBSTÁCOBSTÁCULOS PARA A INTERSETORIALIDADEULOS PARA A INTERSETORIALIDADEULOS PARA A INTERSETORIALIDADEULOS PARA A INTERSETORIALIDADE 
 
• Fragmentação do conhecimento e das 
práticas é uma forte limitante da 
intersetorialidade. 
 
• Para Minayo (2002, p.175) uma das 
dificuldades para novas abordagens 
refere-se a necessidade de “[. . . ]” 
“juntar disciplinas e articular teoria e 
prática; e colocar à mesma mesa, 
cientistas, atores do mundo da vida, 
gestores do Estado”. 
 
• A complexidade e controvérsias do 
enfoque sistêmico, devido a sua 
imprecisão, sua forma difusa e sua 
tendência a ser mais uma retórica que 
uma ação consciente tanto na teoria 
como na prática. 
 
 
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A INTERSETORIALIDADE PRESENTE NA A INTERSETORIALIDADE PRESENTE NA A INTERSETORIALIDADE PRESENTE NA A INTERSETORIALIDADE PRESENTE NA 
LEGISLAÇLEGISLAÇLEGISLAÇLEGISLAÇÃOÃOÃOÃO 
 
A Lei A Lei A Lei A Lei nº. nº. nº. nº. 10.257/20010.257/20010.257/20010.257/2001111, , , , Art. 2º. Estatuto das Estatuto das Estatuto das Estatuto das 
Cidades.Cidades.Cidades.Cidades. I – garantia do direito a cidades 
sustentáveis, entendido como direito à terra 
urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à 
infra-estrutura urbana, ao transporte e aos 
serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as 
presentes e futuras gerações. 
 
Lei 8.080, de 19/09/90 (Lei Orgânica da Saúde) 
Art.3° – A saúde tem como fatores determinantes 
e condicionantes, entre outros, a alimentação, a 
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, 
o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o 
lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; 
os níveis de saúde da população expressam a 
organização social e econômica do País. 
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Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 20 
Agora com base nas anotações individuais vamos discutir no grande grupo. Ao final vamos 
observar o nosso Painel “Estado atual “Estado atual “Estado atual “Estado atual da arte do saneamento”da arte do saneamento”da arte do saneamento”da arte do saneamento” e complementá-lo a partir das 
nossas discussões acerca das novas informações trazidas. 
 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 21 
– Refletir sobre a 
importância do processo 
educativo nas ações de 
saneamento. 
– Abordar e Refletir 
sobre o processo de 
mobilização social como 
ferramenta indispensável 
para a mudança coletiva e 
individual de atitudes. 
– Analisar um problema 
simples do cotidiano 
profissional que tenha 
relação direta com a 
participação do cidadão-
usuário, refletindo sobre 
os impactos da ação 
educativa sobre o 
problema. 
Conceito e importância da educação ambiental nas ações 
de saneamento 
 
Breve histórico da evolução do conceito de educação 
ambiental 
 
Abordamos anteriormente o conceito de saneamento e suas 
interfaces com as demais políticas públicas. Agora vamos ver como a 
Educação Ambiental foi conceituada ao longo da história e de que 
forma ela se apresenta hoje como instrumento da política de 
saneamento no nosso país. 
 
Podemos compreender a evolução dos conceitos atribuídos a 
Educação Ambiental a partir da análise dos fatores econômicos, 
políticos, sociais, culturais, entre outros, e suas inter-relações, as 
quais em um determinado contexto histórico determinam o modelo 
de desenvolvimento sócio-econômico adotado na sociedade. 
Portanto, ao longo da história da civilização, a compreensão, a prática 
e a ênfase dada às ações de Educação Ambiental sofreram alterações, também observadas em 
outros conceitos vigentes como: meio ambiente, saúde, saneamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos ver quais forma os principais acontecimentos registrados e quais as premissas e ações 
desencadeados por eles, iniciando um pouco antes da década de 70. 
 
Você Sabia?Você Sabia?Você Sabia?Você Sabia? 
 
De acordo com Borja e Moraes, no que se refere aos conceitos atribuídos ao 
saneamento, ora ele se encontra vinculado à infra-estrutura das cidades, voltada 
para o mercado e focalizada na alocação de recursos financeiros; ora ele se aproxima 
do campo da saúde pública, enquanto política social, a qual preconiza o direito e o 
empoderamento dos agentes sociais (Borja e Moraes). Essas diferentes abordagens 
também vão refletir sobre a compreensão e o enfoque dado às ações de educação 
ambiental, conferindo a ela maior ou menor ênfase nas intervenções em saneamento. 
OBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOS 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 22 
 1965 1965 1965 1965 ---- Royal Society of LondonRoyal Society of LondonRoyal Society of LondonRoyal Society of London: o conceito de Educação Ambiental foi associado à 
preservação dos sistemas vivos e, posteriormente, na década de 70, a União 
Internacional de Conservação da Natureza (UICN) associou o mesmo à conservação da 
biodiversidade. A percepção de uma educação baseada no paradigma do 
Conservacionismo Conservacionismo Conservacionismo Conservacionismo dos meios naturais considerava o meio ambiente, sobretudo em seus 
aspectos biológicos e físicos, assumindo um caráter basicamente NaturalistaNaturalistaNaturalistaNaturalista. Este 
enfoque não propunha "[...] apreciar as interdependências, nem a contribuição das 
consciências sociais à compreensão e melhoria do meio ambiente humano". (DIAS, 
1992, pp. 64,65) 
 
 1972 1972 1972 1972 ---- Estocolmo (Suíça): Estocolmo (Suíça): Estocolmo (Suíça): Estocolmo (Suíça): Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente 
Humano. A educação ambiental passa a ser considerada um campo de ação pedagógica, 
adquirindo relevância e vigência internacional. O debate em torno dos problemas 
ambientais no mundo pautou a discussão dos impactos negativos sobre o meio 
ambiente ocasionado pelo crescimento econômico. Nesse momento, o tema da 
educação ambiental se amplia como uma ferramenta para o esclarecimento da 
população mundial acerca dos agravos cometidos contra o meio ambiente, suas causas 
e conseqüências. A educação ambiental é entendida como um meio para: “[...] formar 
uma população mundial consciente e preocupada com ambiente e problemas com ele 
relacionados, e que possua os conhecimentos, as capacidades, as atitudes, a motivação 
e o compromisso para colaborar individual e coletivamente na resolução de problemas 
atuais e na prevenção de problemas futuros” (UNESCO, 1976, p.2). Observa-se, no 
entanto, que o foco das discussões para os países em desenvolvimento encontrava-se 
no crescimento econômico – tendo como objetivo a redução da pobreza e distribuição 
mais justas dos bens socialmente construídos. (MALHEIROS e PHILLIPPI, 2005). É 
também nessa década que surge o EcodesenvolvimentoEcodesenvolvimentoEcodesenvolvimentoEcodesenvolvimento, propondo um modelo de 
desenvolvimento que considere as relações econômicas e o bem-estar das sociedades a 
partir da discussão racional do uso dos recursos naturais. Essa discussão se contrapõe 
ao discurso desenvolvimentista da época com limites não só econômicos como também 
sociais, ambientais e ético-culturais (LIMA, 2003; SORRENTINO, 2003). 
 
 1974 1974 1974 1974 ---- Jammi (Finlândia): Jammi (Finlândia): Jammi (Finlândia): Jammi (Finlândia):Seminário realizado pela Comissão Nacional Finlandesa para a 
UNESCO. As discussões em relação à natureza da educação ambiental passaram a ser 
desencadeadas e os acordos foram reunidos nos Princípios de Educação Ambiental, 
considerando que a Educação Ambiental permite alcançar os objetivos de proteção 
ambiental e que não se trata de um ramo da ciência ou uma matéria de estudos 
separada, mas de uma educação integral permanente. 
 
 1975 1975 1975 1975 ---- Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas (UNESCO) Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas (UNESCO) Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas (UNESCO) Organização para a Educação, a Ciência e a Cultura das Nações Unidas (UNESCO) 
e o Programa das Nações Unidas pra o Meio Ambiente (PNUMA): e o Programa das Nações Unidas pra o Meio Ambiente (PNUMA): e o Programa das Nações Unidas pra o Meio Ambiente (PNUMA): e o Programa das Nações Unidas pra o Meio Ambiente (PNUMA): Seminário Internacional 
de Educação Ambiental, resultando na Carta de Belgrado. Carta de Belgrado. Carta de Belgrado. Carta de Belgrado. Nessa carta, observa-se que o 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 23 
debate holísticoholísticoholísticoholístico em torno da educação ambiental continua presente: “Nós necessitamos 
de uma nova ética global - uma ética que promova atitudes e comportamentos para os 
indivíduos e sociedades, que sejam consoantes com o lugar da humanidade dentro da 
biosfera; que reconheça e responda com sensibilidade às complexas e dinâmicas 
relações entre a humanidade e a natureza, e entre os povos. Mudanças significativas 
devem ocorrer em todas as nações do mundo para assegurar o tipo de desenvolvimento 
racional que será orientado por esta nova idéia global - mudanças que serão 
direcionadas para uma distribuição eqüitativa dos recursos da Terra e para atender mais 
às necessidades dos povos". 
 
 1977197719771977 ---- Tiblisi (URSS): Tiblisi (URSS): Tiblisi (URSS): Tiblisi (URSS): Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação 
Ambiental (UNESCO/PNUMA) – Meio Ambiente composto pelo meio físicomeio físicomeio físicomeio físico----biótico + biótico + biótico + biótico + 
meio social e cultural. meio social e cultural. meio social e cultural. meio social e cultural. Relaciona os problemas ambientais com os modelos de 
desenvolvimento adotados pelo homem. Porém, é a partir da Conferência de Tiblisi, em 
1977 (UNESC0), que se registra um enfoque mais ampliado do conceito de educação 
ambiental. Ele passa a incorporar os aspectos econômicos e socioculturais e as 
correlações entre todos esses aspectos e os anteriormente enfatizados. Ao adotar um 
enfoque mais global e interdisciplinar, a educação ambiental passa a ser compreendida 
como um processo alicerçado nas inter-relações entre os seres humanos, suas culturas 
e seus meios físicos, buscando não só o desenvolvimento de habilidades como também 
a tomada de atitudes necessárias para contribuir positivamente na qualidade de vida, da 
saúde e do meio ambiente. O enfoque dado à educação ambiental baseado na 
interdisciplinaridade reconhece a existência da interdependência do meio natural com o 
meio construído, dos atos presentes com o futuro, bem como a interdependência entre 
os povos dos diferentes continentes. Essa compreensão da educação ambiental voltada 
aos interesses dos cidadãos, onde o meio ambiente (e sua degradação) é reflexo das 
relações históricas e não apenas do aspecto naturalizado lançam as bases para a 
reorientação da produção do conhecimento na área, agora preconizada pela 
interdisciplinaridade e continuidade. 
 
 1987198719871987 ---- Mosc Mosc Mosc Moscou (URSS): ou (URSS): ou (URSS): ou (URSS): Congresso Internacional sobre a Educação e Formação relativas 
ao Meio Ambiente - gerou o documento Estratégia Internacional em Matéria de Estratégia Internacional em Matéria de Estratégia Internacional em Matéria de Estratégia Internacional em Matéria de 
Educação e Formação Ambiental para a Década de 90: Educação e Formação Ambiental para a Década de 90: Educação e Formação Ambiental para a Década de 90: Educação e Formação Ambiental para a Década de 90: Relatório Bruntland (conhecido Relatório Bruntland (conhecido Relatório Bruntland (conhecido Relatório Bruntland (conhecido 
como “Nosso futuro comum”como “Nosso futuro comum”como “Nosso futuro comum”como “Nosso futuro comum”)))). Publicado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, esse relatório apresentava o conceito de Desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento 
SustentávelSustentávelSustentávelSustentável, reorientando as necessárias relações entre economia, tecnologia, sociedade 
e política, reforçando uma nova postura ética em relação à preservação do meio 
ambiente, apontando para o desafio do desenvolvimento humano, tanto entre as novas 
gerações, quanto entre os integrantes da sociedade da época (JACOBI, 2003; LIMA, 
2003; MALHEIROS e PHILIPPI, 2005; SORRENTINO, 2005). De acordo com LIMA (2003), as 
propostas representadas pelo ecodesenvolvimento foram suplantadas pela busca de 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 24 
ecologizar a economia, através de um discurso que preconizasse a busca pela harmonia 
entre o crescimento econômico e a preservação da natureza, representada pelo termo 
Desenvolvimento SustentávelDesenvolvimento SustentávelDesenvolvimento SustentávelDesenvolvimento Sustentável. 
 
 1992199219921992 ---- Rio (Brasil): Rio (Brasil): Rio (Brasil): Rio (Brasil): Conferência Mundial sobre Meio Ambiente (Rio 92) – criação da Carta 
Brasileira de Educação Ambiental. Esse encontro contou com a participação de vários 
países e pautou de forma intensa a discussão sobre o desenvolvimento sustentável e 
alguns compromissos internacionais, entre eles a Declaração do Rio de Janeiro e a 
Agenda 21 Global (MALHEIROS e PHILIPPI, 2005; JACOBI; 2003). Nesse encontro, foi 
formulada a Carta da Terra (documento aprovado pelo Fórum Internacional de 
Organizações Não-Governamentais), a qual “reconhece o papel central da educação na 
formação de valores e na ação social para criar sociedades sustentáveis e eqüitativas 
(socialmente justas e ecologicamente equilibradas)” e considera que a educação 
ambiental deve se dar através de um processo continuado e permanente, alicerçado na 
responsabilidade individual e coletiva de cada região e país. Considera “[...] que a 
preparação para as mudanças necessárias depende da compreensão coletiva da 
natureza sistêmica das crises que ameaçam o futuro do planeta. As causas primárias de 
problemas como o aumento da pobreza, da degradação humana e ambiental e da 
violência pode ser identificado no modelo de civilização dominante, que se baseia em 
superprodução e superconsumo para uns e em subconsumo por parte de grande 
maioria" (OVALLES e VIEZZER, 1995, p. 30). A educação ambiental é direcionada para a 
tomada de uma consciência mais abrangente sobre a forma de perceber o que é o meio 
ambiente e o que significa educação para preservá-lo. Considera a inter-relação da 
ética, da política, da economia, da ciência, da cultura, da tecnologia e da ecologia para 
uma prática da educação ambiental voltada para a mudança do comportamento do 
indivíduo e da coletividade enquanto agente transformador. 
 
 2002 2002 2002 2002 ---- Joanesburgo (Rio Joanesburgo (Rio Joanesburgo (Rio Joanesburgo (Rio+10):+10):+10):+10): Encontro Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento Sustentável. De acordo com Jacobi (2005), os objetivos preconizados 
pelo desenvolvimento sustentável não foram aprofundados e não houve avanços 
significativosnem no plano teórico, nem em acordos a nível global. 
 
Percebemos ao longo dos últimos períodos de desenvolvimento das nações que apesar dos 
inúmeros avanços registrados - na medicina, indústria, tecnologia, transporte, educação etc. – 
a maioria da população encontra-se excluída dos seus benefícios; assim como tais avanços vem 
ocasionando seqüelas graves para o meio ambiente. Estes fatos trazem para a ordem do dia o 
debate em torno do modelo de desenvolvimento atual e tem exigido a reflexão sobre as 
práticas econômicas e sociais que afetam a maioria da população e o meio ambiente. Este 
modelo de desenvolvimento é apontado por Guimarães (2001, apud JACOBI 2005) como “[...] 
ecologicamente predador, socialmente perverso, politicamente injusto, culturalmente alienado 
e eticamente repulsivo” (p. 235). 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 25 
 
O debate proposto para a construção de uma sociedade sustentável propõe referendar como de 
fundamental importância as práticas educacionais baseadas na ética e na consciência coletiva 
acerca do uso equilibrado dos recursos naturais disponíveis e da inclusão social como 
ferramentas indispensáveis para o crescimento comprometido com as gerações futuras. 
 
 
QUESTÕES PARA REFLEXÃO E DISCUSSÃO 
 
Atividade em grupo 
 
Vamos formar grupo de cinco pessoas e vamos refletir sobre a questão sugerida abaixo, 
podendo o grupo utilizar-se de exemplos para esclarecer suas reflexões. 
 
1. O que é uma visão holística de educação ambiental e de que forma ela orienta o 
planejamento e a implantação de ações educativas voltados para o saneamento? 
 
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________ 
 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 26 
Programa de Educação Ambiental e Mobilização Social para o 
Saneamento - PEAMSS 
 
A Educação Ambiental voltada para as ações de saneamento estiveram, ao longo da história, 
atreladas a um fazer pontual, orientado para Programas e Projetos de saneamento específicos, 
desarticulados, fragilizados diante da inexistência de um arcabouço legal e institucional que 
promovesse o planejamento, a integração, a continuidade e a orientação conceitual e 
programática. Poucas foram às experiências de planejamento e atuação continuada, a exemplo 
do Programa de Educação em Saúde (FUNASA) voltado para projetos de saneamento em sua 
área específica de atuação. 
 
Com a discussão e posterior aprovação da política de saneamento (2007) para o país, tornou-
se imprescindível a construção de um Programa Nacional de Educação Ambiental com o 
objetivo de definir conceitos gerais e propor orientações de uma prática voltada para o 
saneamento, tendo como objetivos fortalecer as articulações e a integração das políticas 
(principalmente aquelas afins ao saneamento) e fomentar a participação da sociedade na gestão 
local e controle social sobre as políticas públicas. Nesse momento histórico, a educação 
ambiental torna-se parte constituinte da concepção política federal de saneamento, a qual a 
percebe como um importante instrumento de gestão dos programas e investimentos na área, 
buscando o envolvimento dos diversos atores sociais para, a partir de uma reflexão crítica e da 
construção coletiva de valores e práticas, contribuir para a formação de sociedades mais justas. 
Esse esforço é materializado na constituição de um grupo de trabalho interinstitucional 
responsável pela condução do processo de construção do PEAMSS e na inclusão do tema na 
pauta das atividades de capacitação continuada, a exemplo da ReCESA. 
 
Nesse momento vamos conhecer os fundamentos legais e o que preconiza o PEAMSS. Para isso, 
propomos a leitura individual do texto apresentado a seguir e em seguida, a realização de 
atividade em grupo. 
 
Marco Legal 
 
“O marco legal do PEAMSS, dado o seu perfil interdisciplinar e caráter de articulação de 
diferentes políticas, é representado por seis eixos principais e um transversal. O primeiro eixo, 
a Política Ambiental holística, foi instituído pela Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981 (PNMA). 
O segundo decorre da Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999, que instituiu a Política Nacional de 
Educação Ambiental (PNEA); outro é representado pela Lei nº. 11.445, de 05 de janeiro de 
2007, que instituiu a Política Federal de Saneamento Básico (PFSB), e, além desses, temos a 
Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº. 9.433, de 08 de janeiro de 1997), o Estatuto das 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 27 
Cidades (Lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001) e as políticas públicas para a Saúde. Eles são 
ligados transversalmente pela participação da comunidade, devidamente informada e 
mobilizada para desempenhar seu papel de ator social consciente. 
 
Desde a instituição da PNMA, a educação ambiental está prevista em todos os níveis de ensino, 
bem como a “capacitação” da comunidade “para participação ativa na defesa do meio 
ambiente”. 
 
Pensar os direitos fundamentais garantidos pela Constituição de 1988 é primordial para situar 
o marco legal do que se denomina “educação ambiental e mobilização social em saneamento”. 
O primeiro e mais importante desses direitos é a VIDA, seguido de medidas que garantam a 
saúde integral. 
 
As Constituições anteriores disciplinaram a saúde como um direito do trabalhador, num 
conceito de assistência sanitária, hospitalar, médico-preventiva e de contraprestação devida 
pelo Poder Público para aqueles que contribuíssem para a previdência social. 
 
Esse paradigma mudou em 1988 com a adoção do princípio da dignidade e da promoção do 
bem de todos, num conceito muito mais amplo, agora ligado a quaisquer interesses que a 
coletividade possa ter em relação ao seu bem-estar. Assim, políticas públicas de saúde e 
educação ambiental devem servir de instrumento para que a cidade atinja sua função social e 
seja o palco do pleno desenvolvimento humano, fazendo a integração dos eixos do PEAMSS. 
 
A Educação Ambiental é imprescindível para o êxito de uma Política de Meio Ambiente. 
Conforme a Lei nº. 9.795/99, esta é “um componente essencial e permanente na educação 
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do 
processo educativo, em caráter formal e não formal”. 
 
A Lei nº. 9.795/99 foi regulamentada pelo Decreto nº. 4.281/2002, que definiu, entre outras 
coisas, a criação do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, composto pelo 
Ministério do Meio Ambiente e pelo Ministério da Educação. 
 
Com base nos princípios da Política Nacional de Educação Ambiental e sintonizado com o 
Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, em 
2003 o Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental elaborou o Programa Nacional 
de Educação Ambiental (ProNEA), estabelecendo diretrizes, princípios e linhas de ações para 
que os projetos de educação ambiental de todos os segmentos da sociedade possam ser 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 28 
desenvolvidos de forma coordenada. Esse programa foi submetido a uma consulta pública em 
2004 envolvendo mais de 800 educadoresambientais de 22 unidades federativas do país. 
 
Objetivando uma estruturação sistêmica da gestão da PNEA e do ProNEA, desde 2006 vem 
sendo construído o Sistema Nacional de Educação Ambiental (SISNEA). A Política Nacional de 
Educação Ambiental define um formato de gestão minimamente estruturado, apresentando 
uma lógica que pode servir de base para uma proposta mais orgânica e participativa das 
competências político-administrativas e das atribuições formadoras dos entes, instituições e 
organizações que atuam no caminho da educação ambiental no país. 
 
A Política Federal de Saneamento Básico (PFSB), como um dos eixos do PEAMSS, merece 
algumas reflexões. O saneamento deve ser trabalhado de forma holística e global, posto que se 
trata de um tema plural conforme a multiplicidade de aspectos que envolve. A PFSB determina 
que a União, ao estabelecer sua política de saneamento básico, tenha como diretriz a 
necessária articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, habitação, 
combate e erradicação da pobreza, proteção ambiental, promoção da saúde e outras, de 
relevante interesse social, voltadas para a melhoria da qualidade de vida. O acesso ao 
saneamento básico, sem dúvida, integra a estratégia para atingir a meta da plena cidadania. 
 
O eixo legal do saneamento é preenchido, portanto, pela Lei nº. 11.445/2007, que determina 
ainda que o saneamento básico englobe serviços, infra-estruturas e instalações operacionais 
de: a) abastecimento de água potável; b) esgotamento sanitário; c) limpeza urbana e manejo de 
resíduos sólidos; e d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. 
 
No que diz respeito a recursos hídricos, temos também uma legislação com um perfil altamente 
democrático e participativo. A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97) estabelece 
um marco legal para a gestão compartilhada das coleções hídricas, baseando-se na 
descentralização e na participação cidadã, superando a utilização corporativa e particularista da 
água, assegurando o seu uso múltiplo e afirmando o preceito constitucional que a define como 
bem público. 
 
Com a criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), o Brasil 
hoje reúne em um mesmo fórum, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, os mais diversos 
setores da sociedade, representativos de um tripé que incorpora o poder público, os usuários 
do setor econômico e a sociedade civil organizada, com a capacidade de dialogar, negociar e 
deliberar sobre os rumos da Política de Águas do país. Tal estrutura está reproduzida também 
nos conselhos estaduais de recursos hídricos e comitês de bacia, garantindo a descentralização 
e participação efetiva. 
 
 
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É necessário mencionar ainda o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), que se constitui 
em um dos principais instrumentos da Lei das Águas. Ele define como objetivos estratégicos a 
melhoria da disponibilidade hídrica em quantidade e qualidade, a redução dos conflitos pelo 
uso da água e a percepção da conservação da água como valor socioambiental relevante. O 
PNRH busca difundir uma nova cultura das águas, apregoa e coloca em prática os valores e os 
princípios ecológicos, culturais, sociais e econômicos referidos por nossa Lei das Águas e pela 
Política Ambiental. Ao tratar de políticas correlatas, o plano alerta como imprescindível que as 
políticas públicas específicas do setor saneamento não fiquem restritas aos limites da infra-
estrutura e da visão segmentada e pontual, e que adotem o mesmo modelo de gestão dos 
recursos hídricos, do planejamento e da intervenção integrada conforme as bacias 
hidrográficas. 
 
Em verdade saneamento e recursos hídricos, com políticas e titularidade distintas, exigem 
ações e planejamentos integrados, sendo a bacia hidrográfica a unidade de referência. Também 
com impacto importante na definição das políticas públicas para o saneamento, existe a Lei nº. 
10.257/2001, conhecida como o Estatuto da Cidade. Ela inova ao falar em “saneamento 
ambiental” ao invés do tradicional “saneamento básico”. Nela está instituída a cooperação entre 
os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de 
planejamento e gestão urbana, em atendimento ao interesse social. 
 
A criação do Ministério das Cidades, em 2002, com o objetivo de articular as políticas públicas 
urbanas específicas, que estavam fragmentadas, também é um marco a ser destacado na 
questão do saneamento. Visou à melhoria das condições de vida para os menos favorecidos. 
Sua função é planejadora, normativa e articuladora, com a formulação de Planos Nacionais e 
criação de um sistema permanente de dados sobre a questão urbana e habitacional. 
 
No campo das políticas públicas para saúde, a Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990, 
estabelece que a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a 
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a 
educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. Está incluída ainda, 
no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), a participação na formulação da política 
e na execução de ações de saneamento básico. 
 
A participação da comunidade constitui uma das diretrizes previstas no artigo 198 da 
Constituição Federal para as ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados 
contratados ou conveniados que integram o SUS. À direção estadual do SUS compete participar 
da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico. A Norma Operacional 
Básica do SUS 01/96 prescreve a implementação de mecanismos visando à integração das 
políticas e das ações de relevância para a saúde da população, de que são exemplos aquelas 
relativas a saneamento, recursos hídricos, habitação e meio ambiente. 
 
Guia do profissional em treinamento – ReCESAReCESAReCESAReCESA 30 
 
Diante disso, saneamento e saúde constituem um binômio de conceitos e ações indissociáveis. 
 
A participação e o controle social funcionam como um eixo transversal ligando a Educação 
Ambiental e o Saneamento. A Lei n° 11.445/2007 expressamente previu o controle social 
ligando-o às políticas e ações de saneamento. Ela o define como “conjunto de mecanismos e 
procedimentos que garantem à sociedade informações, representações técnicas e participações 
nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos 
serviços públicos de saneamento básico” (art. 3º, inciso IV). Determina ainda que serviços 
públicos de saneamento básico sejam prestados com base, entre outros, no controle social. 
 
O controle social é uma forma de participação que só ocorre mediante o acesso à informação, e 
a educação ambiental é um elemento facilitador desse processo. O acesso às informações 
relativas ao saneamento é previsto por meio da obrigatoriedade de ampla divulgação dos 
editais de licitação e das minutas dos contratos de concessão de serviços, assim como das 
propostas dos planos de saneamento básico e dos estudos que as fundamentam, inclusive com 
a realização de audiências ou consultas públicas, amplamente divulgadas. 
 
Além disso, a Lei nº. 11.445/2007 indica como canal para participação e controle social dos 
serviços públicos de saneamento básico o Conselho Consultivo, composto por representantes 
dos usuários, entidades técnicas, organizações da sociedade civil e de defesa do consumidor, 
titulares dos serviços, órgãos governamentais relacionados ao setor e prestadores de serviços 
públicos de saneamento básico. No entanto, é importante frisar que este não é obrigatório e, 
portanto, a mobilizaçãoda sociedade é fundamental para que tal instância participativa seja de 
fato implementada. 
 
No Estatuto da Cidade, o controle social é previsto de forma mais explícita no Art. 4º, § 3º. Os 
instrumentos previstos nesse artigo demandam dispêndio de recursos por parte do Poder 
Público municipal e devem ser objeto de controle social, garantida a participação da 
comunidade, movimentos e entidades da sociedade civil. O Estatuto da Cidade ainda estabelece 
que, para garantir a gestão democrática da cidade, devem ser utilizados, entre outros: a 
participação em colegiados, debates, audiências públicas e consultas públicas; conferências 
sobre assuntos de interesse urbano, além da iniciativa popular de projeto de lei e de planos, 
programas e projetos de desenvolvimento urbano. Esses instrumentos ainda não estão 
completamente implementados e coordenados, pois a lei previu o prazo de cinco anos para que 
os municípios elaborassem seus planos diretores. 
 
 
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Na construção deste processo, vale ressaltar a elaboração e realização de Campanha dos Planos 
Diretores Participativos, que intensificou a efetiva participação da comunidade na gestão da 
cidade, extrapolando a simples e formal realização das audiências públicas previstas na lei. 
Com estas ações governamentais, a participação na Política Urbana saiu do papel para a 
realidade. A Conferência da Cidade, realizada nos níveis municipal, estadual e federal, é um 
exemplo do empenho público de tornar reais as previsões legais. 
 
No processo de elaboração ou revisão dos Planos Diretores, os gestores municipais foram 
provocados a promover ampla discussão com a comunidade em audiências públicas, 
garantindo-lhes a participação. No Estatuto da Cidade é prevista também a gestão 
orçamentária participativa, ou seja, a participação da sociedade se inicia desde a discussão do 
orçamento. 
 
A consolidação do marco legal, após a promulgação da Lei nº. 11.445/2007, deverá considerar 
a contextualização exposta, incluindo obrigatoriamente as ações de Educação Ambiental e 
Mobilização Social. O artigo 52 observa que o Ministério das Cidades coordenará a elaboração 
do Plano Nacional de Saneamento Básico – PNSB. As Diretrizes, Princípios, Estratégias do 
PEAMSS devem contribuir e ser aperfeiçoados no processo de elaboração do Plano. 
 
Desse conjunto de reflexões legais abordadas, podemos concluir que o impulsionamento da 
educação ambiental nos programas de saneamento está dado, cabendo apenas a 
regulamentação, através de Resolução, Portarias ou Instruções Normativas, para assegurar a 
inserção e o aperfeiçoamento das ações de Educação Ambiental e Mobilização Social no âmbito 
das políticas públicas do Governo Federal para o saneamento, em consonância com as 
diretrizes gerais do PEAMSS.” (Brasília, 2007, pp.7-10. Documento. Versão em consulta). 
 
* Documento Oficial do PEAMSS, disponível * Documento Oficial do PEAMSS, disponível * Documento Oficial do PEAMSS, disponível * Documento Oficial do PEAMSS, disponível emememem: : : : <<<<www.cidades.gov.br/peamsswww.cidades.gov.br/peamsswww.cidades.gov.br/peamsswww.cidades.gov.br/peamss>>>>.... 
 
 
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QUESTÕES PARA REFLEXÃO E DISCUSSÃO 
 
Atividade em grupo 
 
Formando grupos de cinco participantes vamos identificar a partir da leitura do texto realizada 
anteriormente: 
 
1. Com quais políticas públicas e seus respectivos marcos legais o PEAMSS se articula? 
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________ 
 
 
2. Nas atividades de educação ambiental desenvolvidas em sua instituição esta articulação 
está presente? Em ações práticas? Nos conteúdos abordados? 
 
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________ 
 
3. Quais as leis existentes em seu município que trata da Educação Ambiental? Aborda 
especificamente as ações voltadas ao saneamento? 
 
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________ 
 
Nesse momento vamos apresentar nossas reflexões para o grande grupo. 
 
 
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Contribua com a sua experiência. 
 
Individualmente, vamos refletir sobre as questões colocadas abaixo. É importante fazer estas 
reflexões para que possamos confrontar, discutir e consolidar valores, uma vez que estes 
determinam à forma como vemos, sentimos e atuamos como cidadãos e profissionais. 
 
1. Como você define Educação Ambiental? 
 
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________ 
 
2. Para você a Educação Ambiental é um componente importante para a efetividade das ações 
de saneamento? Por quê? 
 
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________ 
 
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Educação ambiental e saneamento: conceito, princípios e desafios 
 
Conceito 
 
Os problemas ambientais decorrentes da crise da civilização moderna remetem para a urgente 
necessidade de que ao se refletir sobre ela, sejam construídos modelos de intervenção que 
possam orientar à prática profissional e social, no sentido de responder ao desafio da 
ampliação da cidadania. 
 
No campo do saneamento experimentamos ao longo das últimas décadas a desarticulação das 
ações entre os diversos atores institucionais atuando segundo concepções próprias e muitas 
vezes contraditórias entre si. Em grande parte esse fato se deu em virtude da inexistência de 
uma política de saneamento que orientasse a atuação das instituições através da coordenação 
de programas, projetos e investimentos. Essas ações desarticuladas levaram a realização de 
ações de saneamento pontuais que não alcançaram seus objetivos de elevar a qualidade de vida 
dos sujeitos beneficiados e do seu entorno. Outros fatores também devem ser considerados 
para a análise do déficit que o País apresenta: a falta de investimentos em programas e projetos 
de saneamento em larga escala; a falta de planejamento; o uso de tecnologias inadequadas; 
assim como a falta de uma cultura que considerasse a participação e a educação ambiental 
como elementos indispensáveis para a construção e consolidação de ações sustentáveis. 
 
A partir da aprovação da Lei do Estatuto das Cidades – fruto do Movimento Nacional pela 
Reforma Urbana que estabeleceu no cenário nacional o conceito de gestão democrática da 
cidade –, a integração das políticas urbanas e a instituição de espaços

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