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Novidades no novo cpc relevantes para a advocacia Cível

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Apontamentos sobre o Novo Código de Processo Civil, relevantes para 
advocacia cível. 
 
O novo código de processo civil, que entrou em vigor no dia 16 de março de 2016, 
traz ao universo do direito diversas mudanças de grande importância para os juristas. 
Sua inovação inicia-se a partir do sistema principiológico, ao trazer o foco 
constitucional na aplicação das normas. A constituição como norma fundamental deve ser 
interpretada através do Estado Democrático para a criação das normas ordinárias. Esse 
rito não foi diferente para a elaboração do novo código de processo civil, pois o legislador 
recorreu à Constituição para a fixação dos princípios e regras do novo código. 
Um dos conceitos de princípios é apresentado pelo ministro Luis Roberto Barroso 
como: 
 [...] os princípios constitucionais são, precisamente, a síntese 
dos valores mais relevantes da ordem jurídica. A Constituição 
[...] não é um simples agrupamento de regras que se justapõem 
ou que se superpõem. A ideia de sistema funda-se na de 
harmonia, de partes que convivem sem atritos. Em toda ordem 
jurídica existem valores superiores e diretrizes fundamentais 
que ‘costuram’ suas diferentes partes. Os princípios contitucionais 
consubstanciam as premissas básicas de uma dada ordem 
jurídica, irradiando-se por todo o sistema. Eles indicam o 
ponto de patida e os caminhos a serem percorridos." [1] 
 
Tal princípio irá fortalecer no Novo Código de Processo Civil o Estado Constitucional, 
a tutela de direitos e o processo justo. 
 No primeiro artigo do novo CPC, já fica evidente a inclusão desses valores e normas 
fundamentais presentes na Constituição. 
 "Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os 
valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República 
Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código." 
 Além da apreciação da Constituição, o novo CPC promove mudanças da atuação 
jurisdicional nas fases do processo, relação do magistrado com as partes e o incentivo à 
resolução consensual de conflitos. Tudo isso tem reflexo de extrema relevância para todos 
os ramos do direito, principalmente à advocacia cível. 
 Antes de entrar no mérito de cada mudança citada acima, é importante ressaltar 
que o principal objetivo do novo CPC é a celeridade processual, isto é, reduzir o número 
de demandas judiciais. 
 A ideia de celeridade processual é a de que o processo deve ter seu fim com mais 
rapidez, objetivando assim a estabilidade das relações jurídicas. 
 Para que isso ocorra, um dos pontos do novo CPC foi a unificação de prazos 
recursais para um prazo único de 15 dias úteis, e a supressão de algumas espécies 
recursais, como por exemplo, os embargos infringentes. 
 Outra mudança que visa a celeridade processual é o incidente de resolução de 
demandas repetitivas, cria-se um incidente a ser julgado pelos tribunais de 2º grau, para o 
estabelecimento de uma tese a ser, posteriormente, aplicada às causas idênticas (arts. 
988 a 1000), como por exemplo, assuntos relacionados a planos de saúde, telefonia, 
bancos, etc. Assim todas as causas serão julgadas em um único momento, dando 
tratamento semelhante e em igual tempo aos cidadãos que se encontram na mesma 
situação. Esse incidente ajudará a reduzir a carga de trabalho dos juízes, evitando o labor 
repetitivo. 
No que diz respeito ao relacionamento do magistrado com as partes, o novo CPC 
exige mais rigor na fundamentação das decisões, sentenças e acórdãos, sempre mantendo 
o princípio da impessoalidade. Um exemplo é a consagração de abertura ao diálogo, isso 
ajuda a fortalecer a garantia do contraditório (Art. 10). Ou seja, é dado as partes a 
oportunidade de se manifestarem antes de qualquer solução dada pelo juiz. Isso evita as 
chamadas "decisões-surpresas", as quais as partes eram surpreendidas por decisões 
fundamentadas em argumentos não submetidos ao diálogo processual. 
Foi também criado no novo CPC a audiência obrigatória de Conciliação entre as 
partes, previsto nos arts. 334 e 335. O objetivo é tornar mais habitual a solução amigável 
do litígio. Essa regra segue a atual tendência da Lei dos Juizados Especiais de pequenas 
causas e o exemplo da Semana Nacional da Conciliação, que reúne todos os tribunais do 
país para que seja realizado o maior número de conciliações possíveis dos processos que 
há possibilidade de acordo. 
Ainda sobre o assunto, esclarece o advogado e professor da USP, José Rogério Cruz e 
Tucci a função da mediação e da conciliação: 
"Tanto a mediação quanto a conciliação pressupõem a intervenção de uma terceira 
pessoa. Na mediação, esta tem a missão de esclarecer as partes, para que as mesmas 
alcancem a solução da pendência. Na conciliação, pelo contrário, o protagonista imparcial 
se incumbe, não apenas de orientar as partes, mas, ainda, de sugerir-lhes o melhor 
desfecho do conflito." [2] 
 
Além das mudanças já citadas, existem outras de bastante relevância para o ramo 
do Direito Cível; a primeira delas é a simplificação de recursos, em especial, os embargos 
de declaração, em que caberão contra qualquer decisão judicial, incluindo as decisões 
interlocutórias, (Art. 1.022). Assim, a função dos embargos declaratórios é complementar 
ou esclarecer a decisão do magistrado, sendo julgados pelos mesmo órgão que proferiu a 
decisão. 
É o único recurso que o prazo de resposta é de 5 dias úteis. "[...] está prevista a 
possibilidade do julgador, a pedido da parte interessada, por meio de embargos 
declaratórios, rever decisão, despacho ou sentença proferida, a fim de, tão somente, 
sanar obscuridade, omissão ou contradição que porventura esteja presente no julgado, 
dificultando a compreensão e, portanto, obstaculizando o cumprimento ou apresentação 
de insurreição por meio de recurso próprio." [3] 
Ainda, o Art. 1.026 deixa claro que os embargos de declaração não possuem efeito 
suspensivo e interrompem o prazo para interposição de outro recurso. 
Outra mudança promovida pelo novo CPC, vista como um ponto facilitador é a 
simplificação da defesa do réu. O réu por sua vez, tem o seu direito de ampla defesa e 
contraditório com suporte na Constituição Federal. No novo CPC, sua previsão está 
descrita no Art. 335, a diferença com a previsão no Código de Processo Civil anterior, é 
que, nesse último, se o réu desejasse apresentar defesas relativas à incompetência de um 
juiz para julgar a causa, ou se quisesse apresentar pedido contraposto, deveria fazê-lo por 
meio de petições próprias, apartadas da defesa, analisadas pelo Juiz como incidentes. O 
Novo Código de Processo Civil aboliu esses incidentes e concentrou todas as matérias de 
defesa na própria contestação, simplificando a defesa do Réu. 
Isso simplificará muito o processamento de uma ação, pois quando as partes forem 
intimadas a se manifestarem, o farão sobre todas as questões discutidas, de uma só vez. 
E por fim, a mudança na contagem dos prazos processuais, que passou de dias 
corridos para dias úteis. Fica, portanto, excluído da contagem do prazo os fins de semana 
e feriados municipais, estaduais e nacionais previstos em lei. 
O objetivo dessa mudança é facilitar a atividade profissional dos advogados, 
concedendo a estes o direito de descanso nos fins de semana. 
Fica claro que, além de tornar o Código de Processo Civil mais sintonizado com a 
Constituição Federal, tornando assim o processo mais seguro, as mudanças realizadas têm 
por finalidade tornar o desempenho órgãos judiciários menos burocrático e mais célere, 
acabando com a morosidade que existe hoje, o que torna o poder judiciário com pouca 
credibilidade aos olhos da sociedade. O código deve levar ao cidadão uma solução justa à 
suapretensão levantada perante o seu pedido, fazendo valer perante as partes litigiosas 
os princípios e normas apresentados. 
 
 
 
 
[1] BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Contituição. São Paulo: Saraiva, 
1996, p. 142-143. 
[2] TUSSI, José Rogério. PARADOXO DA CORTE. Novo Código de Processo Civil traz 
mudanças na audiência de conciliação 
http://www.conjur.com.br/2015-out-06/paradoxo-corte-cpc-traz-mudancas-audiencia-co
nciliacao. Acesso em: 26 de março de 2016. 
[3] LIMA, Carina. O efeito suspensivo dos Embargos de Declaração à luz do Novo CPC. 
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI227485,61044-O+efeito+suspensivo+dos+Em
bargos+de+Declaracao+a+luz+do+Novo+CPC. Acesso em 26 de março de 2016.

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