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HIDRÁULICA APLICADA Capítulo 4: SISTEMAS HIDRÁULICOS DE SISTEMAS HIDRÁULICOS DE SISTEMAS HIDRÁULICOS DE SISTEMAS HIDRÁULICOS DE TUBULAÇÕESTUBULAÇÕES Prof. Dr. John Kenedy de Araújo Relação entre a Perda de Carga Unitária e Declividade da Linha Piezométrica H tg AC α ∆ = mas: cosAC L β= Portanto: 2tgα = J 1 + tg β mas: cosAC L β= 2então: 1 cos H H tg tg L L α ββ ∆ ∆ = = + Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento • Linha de carga e linha piezométrica Considere o encanamento ABC da figura a seguir ligando os dois reservatórios R1 e R2. Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento A linha de carga é o lugar geométrico dos pontos representativos das três cargas: de posição, de pressão e de velocidade. A linha piezométrica corresponde às alturas que o líquido alcançaria se fossem instalados piezomêtros ao longo da canalização. A linha piezométrica é o conjunto de pontos referentes a energia de pressão. As duas linhas estão separadas da energia cinética, se o diâmetro da canalização for constante, as duas linhas serão paralelas 22 2 2 C CA A A C CA A C A C p Vp V z z H g g ppH z z H CP CP γ γ γ γ + + = + + + ∆ ∆ = + − + ∆ = − serão paralelas Aplicando-se o teorema de Bernoulli entre A e C e desprezando as perdas localizadas, vem: Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento Na prática, o valor da energia cinética é muito pequeno em relação a ∆∆∆∆H, e para efeito de simplificação considera-se que a linha piezométrica se confunde com a linha de carga. Assim, basta unir os dois níveis d’água dos dois reservatórios. Nem sempre os encanamentos são retilíneos e deve-se levar em consideração as irregularidades do terreno. É necessário estudar as diversas posições do encanamento em relação à linha de carga descrevendo suas influências e consequências. Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento 1° Caso: O encanamento fica totalmente abaixo da LPE Em um ponto P qualquer do encanamento, a altura de pressão absoluta será: abs rel atmp p p γ γ γ = + Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento Isto é, a pressão absoluta é maior que a pressão relativa e pressão atmosférica em qualquer ponto do encanamento. O escoamento acontece sem problemas e a vazão Q calculada será assegurada. Nos pontos altos do encanamento, como em B, o ar pode se acumular e torna-se necessário colocar ventosas para aspirá-lo. As ventosas tem uma pressão interna maior que a pressão atmosférica e neste caso funcionam bem. Nos pontos baixos, com em P, deve-se periodicamente fazer limpeza através de descarga com registros. Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento 2° Caso: O encanamento coincide com a LPE No ponto M a altura de pressão efetiva é zero, neste caso: Pabs = Patm como em um canal. Se ocorrer um furo na tubulação a água não jorrará. A vazão calculada será garantida. Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento 3° Caso: O encanamento fica acima da LPE mas abaixo da LPA e do plano estático de R1. Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento No ponto F, a altura de pressão absoluta será: abs atm rel abs atm rel p p p p p p γ γ γ = − → = − A pressão relativa prel será negativa. A pressão absoluta será menor que a pressão atmosférica. O ar e o vapor d’água tendem a acumular-se em EFG, sobretudo se em A tiver uma válvula e a velocidade da água for pequena. Ocorrerá uma obstrução nesta região impedindo a passagem d’água e consequentemente uma diminuição da vazão. Para evitar essa interrupção, seria necessário colocar uma bomba de aspiração de ar em F, mas isto complicaria toda a instalação. Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento Uma das soluções práticas é substituir um diâmetro único por doisUma das soluções práticas é substituir um diâmetro único por dois diâmetros distintos. Sabe-se que o diâmetro único é calculado por: 2 2 2 55 5 1 2 1 2 0,0827 0,0827 onde fLQ fLQ KQH D D H J H HHJ L L L ∆ = → = = ∆ ∆ ∆∆ = = = Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento 2KQ 2 ' 51 1 1 1 1 2 ' 52 2 2 2 2 pois tem-se pois KQJ J h h D D J KQJ J h h D D J < < → = > > > → = < Analisando conclui-se D1 > D2, isto é, no primeiro trecho usa-se uma tubulação com diâmetro D1 e no segundo um diâmetro menor D2. Então faz-se necessário o uso de um cone de redução. Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento 4° Caso: O encanamento fica acima da LPE e do plano estático de R1mas abaixo da LPA Aqui também haverá uma região onde a pressão absoluta é menor que a pressão atmosférica e a pressão relativa negativa. Torna-se necessário escorvar esse trecho por meio de uma bomba. As condições de funcionamento são piores que no 3° caso, tornando-se imprescindível o uso de sifões. A vazão calculada não será garantida plenamente. Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento 5° Caso: O encanamento fica acima da LPA mas abaixo do plano estático de R1 Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento Existe um trecho que está acima da LPA. O escoamento é irregular e intermitente. No ponto F a pressão absoluta não é nula nem negativa e sim a pressão de vapor pv. A LPA passará a ser M'F', tal que: ' ''v atm v e p p pFF FF γ γ γ = = − A vazão encontrada com o diâmetro D, não será a que se obtém com aA vazão encontrada com o diâmetro D, não será a que se obtém com a linha MN, mas sim com a linha MF'' . 1 1 2 2 1 2 1 2 e h h h hJ J L AEF L FGB = = = = Como h1 > h2, resulta J1 > J2. Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento Sabe-se que 2 5 50,0827 0,0827 fLQ D JH Q D f∆ = → = Resulta que Q2 > Q1, vazão real menor do que a calculada com a linha piezométrica normal MN. A pressão absoluta será a pressão de vapor d’água que se manterá no ponto K, este obtido ligando NL paralela a MF'',d’água que se manterá no ponto K, este obtido ligando NL paralela a MF'', sendo L abaixo de K. Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento 6° Caso: O encanamento fica acima da LPA e do plano estático de R1, mas abaixo do plano de carga absoluto O escoamento é deficiente e precário, mesmo sendo feito com escorva no trecho EFG. Perfil do encanamento em relação à linha de carga e sua influência no escoamento 7° Caso: O encanamento fica acima do plano de carga absoluto. O escoamento por gravidade é impossível. Só acontecerá com bombeamento. Distribuição de vazão em marcha Introdução: • Nos condutos como os da figura a seguir, a vazão é considerada constante, isto é, a vazão de jusante é igual a de montante. • No entanto, existem condutos que fazem o abastecimento ao longo do seu percurso, em numerosos pontos de tomada e derivação. Neste caso, a vazão de jusante é menor que a de montante e diz-se que a canalização faz a distribuição em marcha.a distribuição em marcha. Perda de carga para vazão variável Seja um conduto AB, de comprimento l, que recebe uma vazão Qo e, na extremidade, fornece Qe. A vazão distribuída ao longo do percurso é (Qo – Qe). Supondo que a distribuição seja uniforme e q a vazão distribuída por metro de conduto, tem-se o eQ Q q l= + ⋅ Perda de carga para vazão variávelAperda de carga no conduto AB é dada por: A vazão na seção M distante x da seção B será: x eQ Q q x= + ⋅ Aperda de carga no conduto AB é dada por: 2 5 0 , onde: 0,0827 l xQH K dx K f D ∆ = ⋅ =∫ Substituindo e integrando, vem: ( ) ( )2 2 2 25 5 0 0 2 l l e e e K KH Q q x dx Q Q q x q x dx D D ∆ = ⋅ + ⋅ = + ⋅ ⋅ + ⋅∫ ∫ Perda de carga para vazão variável então:então: expressão que mostra que a perda de carga é uma função do terceiro grau do comprimento do conduto. 2 3 2 2 5 3e e K q lH Q l Q q l D ⋅∆ = ⋅ + ⋅ ⋅ + Quando a vazão na extremidade é nula, isto é, Qe = 0 (toda a vazão é consumida no percurso), vem: 22 3 5 53 3 K q l K q lH l D D ⋅ ⋅ ∆ = ⋅ = ⋅ ⋅ Perda de carga para vazão variável Para facilitar os cálculos, recorre- se ao seguinte artifício, admite-se que o conduto seja percorrido, em toda extensão, por uma vazão fictícia Qf, que produz a mesma perda de carga. Pondo l em evidência, vem: 2 2 2 5 3e e K q lH l Q Q q l D ⋅∆ = ⋅ + ⋅ ⋅ + A expressão entre parênteses pode ser considerada como o quadrado da vazão fictícia: 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 4 1 2 33 3 e e e e e e q lQ q l Q Q q l q lQ q l Q Q q l ⋅ + ⋅ = + ⋅ ⋅ + ⋅ + ⋅ = + ⋅ ⋅ + Perda de carga para vazão variável então: ( ) ( ) ( ) ( ) 22 2 22 2 1 1 2 3 ou 0,5 0,58 e f e e f e Q q l Q Q q l Q q l Q Q q l + ⋅ < < + ⋅ + ⋅ ⋅ < < + ⋅ ⋅ 0,55f eQ Q q l= + ⋅ ⋅ Perda de carga para vazão variável na prática: ( )0,5 0,5f e e o eQ Q q l Q Q Q= + ⋅ ⋅ = + ⋅ − 2 o e f Q QQ +⇒ = resumindo: se 0 3 se 0 2 o e f o e e f QQ Q Q QQ Q = → = + ≠ → = Exemplo 4.1 Na tubulação mostrada na figura, com 6' de diâmetro e coeficiente de atrito f = 0,022, a pressão em A vale 166,6 kN/m2 e em D vale 140,2 kN/m2. Determine a vazão unitária de distribuição em marcha q, sabendo que a tubulação está no plano vertical e que a vazão no trecho AB é de 20 L/s. Despreze as perdas localizadas. Exemplo 4.1 Solução 3− ⋅ ⋅ 2 2 Bernoulli entre e : 2 2 A A D D A D A D p V p V z z H g gγ γ + + = + + + ∆ ( ) 3 22 4 4 20 10 0,15 1,13 AB A A QV D mV s pi pi − ⋅ ⋅ = = = ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 3 22 3 166,6 140,2 10 1,131,0 2,0 2 9,81 210 9,81 DVH g − ⋅ ∆ = + − + − ⋅⋅ Exemplo 4.1 ( )2 2 2 20,08271,75 DV fH L Q L Q L Q∆ = − = + +( ) ( )2 2 25 0,08271,75 2 D AB AB BC f CD CD V fH L Q L Q L Q g D ∆ = − = + + ( ) ( ) 2 2 2 2 4 5 2 2 2 2 4 5 0,08271,75 0,0827 0,0827 0,0221,75 0,0827 40 0,020 120 84 0,15 0,15 CD AB m BC f CD j j f j Q f L Q L Q L Q D D Q Q Q − = + + ⋅ − = ⋅ + ⋅ + ⋅ Exemplo 4.1 2 22176 2875,2 1,37 0j fQ Q+ − =2176 2875,2 1,37 0j fQ Q+ − = 0,020 Como 0 2 2 m j j f Q Q QQ Q + +≠ → = = 2 2 2 0,020 90,82 120 0,057 0 2 1,33 0,0132 0,000498 0 j j j j QQ Q Q + + − = + − = 3 0,015j mQ s= Exemplo 4.1 3 Então: 0,02 0,015 0,005BC AB CD mQ Q Q s= − = − =Então: 0,02 0,015 0,005BC AB CDQ Q Q s= − = − = ( ) 330,005mas 0,0417 10 120BC BC mQ q L q s m − = ⋅ → = = ⋅ ⋅ ( )0,0417 Lq s m= ⋅
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