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INSTALAÇÕES PARA A BOVINOCULTURA LEITEIRA IT 519 e IT 520 – Projeto de Construções Rurais e Ambiência I e II Professora: Vânia Rosal Guimarães Nascimento Aula adaptada da Profª. Daniella Jorge de Moura 25/09/2015 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA Destaques da aula de hoje Objetivo Introdução Localização Manejo Sistemas de criação Instalações Silos Tipo de ordenha Objetivo Apresentar e dimensionar os principais componentes de uma instalação para gado de leite. Estabelecer materiais e técnicas construtivas para estas instalações. Introdução Produção de leite Cenário mundial Ranking dos países produtores de acordo com dados do USDA 2014 (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos): 1ª lugar: União Europeia => 144,7 bilhões de litros 2ª lugar: Índia => 141,1 bilhões de litros 3º lugar: Estados Unidos => 93,1 bilhões de litros 4º lugar: China => 38,5 bilhões 5º lugar: Brasil => 33,3 bilhões de litros Fonte:http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/deral/Prog nosticos/bovinocultura_leite_14_15.pdf Introdução Produção de leite O agronegócio brasileiro é o melhor do mundo. O país é um dos principais produtores e exportadores de alimentos, como soja e milho, e de proteína animal, como carne bovina, suína e de aves, mas um de seus produtos, o LEITE, em razão da baixa produtividade e carência de maior organização é encarado como o “patinho feio” do segmento, como a “quinta divisão”. A dura análise foi feita pelo engenheiro e professor associado no Insper e na Universidade de Missouri (EUA), Fabio Ribas Chaddad, em palestra no 18º Encontro Técnico do Leite em Campo Grande/MS. Fonte: http://g1.globo.com/mato-grosso/agrodebate/noticia/2015/06/agro-e-1- do-mundo-mas-producao-de-leite-e-5-divisao-diz-especialista.html Introdução Produção brasileira de leite Situação atual x Melhorias Chaddad afirmou que: A produção de leite no Brasil precisa melhorar substancialmente em: Qualidade, quantidade e o produtor precisa ter uma maior apropriação dos valores que seu produto gera. Para fundamentar sua opinião ele apresentou dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) Entre 2003 e 2013 a produção de leite brasileira cresceu 49,3% passando de 22,943 bilhões de litros para 34,255 bilhões Aumento que ocorreu principalmente em razão da ampliação do rebanho bovino e em menor proporção de aumento de produtividade Fonte: http://g1.globo.com/mato-grosso/agrodebate/noticia/2015/06/agro-e-1-do- mundo-mas-producao-de-leite-e-5-divisao-diz-especialista.html Introdução Produção brasileira de leite Situação atual x Melhorias Chaddad: A produtividade, neste mesmo intervalo de tempo passou de 1.192 para 1.492 litros de leite por animal/ano O que representa um crescimento de 25,16%, mas que fez com que o Brasil subisse 13 posições no ranking mundial de produção de leite, avançando da 109ª posição para o 96º lugar na listagem, ainda muito distante dos líderes mundiais em rendimento: Israel, em primeiro, com 11.038 litros por vaca/ano, Coreia do Sul, com 10.160 litros por vaca/ano, Estados Unidos, com 9.902 litros por vaca/ano, Dinamarca, com 8.766 litros por vaca/ano e Canadá, com 8.739 litros por vaca/ano. Fonte: http://g1.globo.com/mato-grosso/agrodebate/noticia/2015/06/agro- e-1-do-mundo-mas-producao-de-leite-e-5-divisao-diz-especialista.html Introdução - Produção de leite Cenário Nacional Regiões Sudeste e o Sul se destacam na produção leiteira nacional. No ano de 2013 Região Sudeste contribuiu com 35% da produção nacional Região Sul com 34% Minas Gerais manteve o primeiro lugar no “ranking” da produção leiteira, representando 27% do total produzido Seguido pelo Rio Grande do Sul com 13% Paraná com 12,6% Goiás com 11%. 35% 34% 27% 13% 12,6% 11% Fonte:http://www.agricultura.pr.gov.br/arqu ivos/File/deral/Prognosticos/bovinocultura _leite_14_15.pdf Introdução Produção de leite Cenário nacional O Brasil possui um grande diferencial produtivo entre as regiões. Minas Gerais Possui tradição na produção leiteira Grande rebanho de animais de genética apurada Boas condições climáticas Uso de tecnologias de produção Boa nutrição dos rebanhos leiteiros, o que se reverte no sucesso da produtividade leiteira. Introdução Produção de leite Cenário Nacional Estados da Região Sul Pontos favoráveis para o sucesso da atividade leiteira, como: Clima ameno Pastagens de qualidade Produção agrícola em larga escala => utilização de “subprodutos” de qualidade das lavouras na alimentação das vacas leiteiras Produtores capacitados Rebanhos de genética de ponta Povos que trazem em sua cultura a experiência na criação do gado leiteiro Programas governamentais de apoio a atividade Introdução Produção de leite Cenário nacional Norte e Nordeste => estados onde esta atividade tem pouca representatividade Entraves da produção: Clima quente => o que dificulta a criação das raças leiteiras mais produtivas como: a holandesa, jersey e pardo-suíço Nestas regiões, são criadas raças mistas que geralmente apresentam uma menor produtividade Deficiência natural nas pastagens Solos mais pobres que não permitem o cultivo de pastagens de qualidade superior, ou para a implantação destas os custos são muito elevados Suplementação alimentar => muitas vezes se torna cara nestas localidades pela dificuldade de se produzir alimentos. Devido a estes fatores a atividade leiteira é tão distinta em nosso território nacional, com tantas particularidades e diferentes níveis tecnológicos entre as regiões. Localização O terreno deve ter boa drenagem Levemente inclinado Ensolarado Protegido contra ventos frios Deve ter abastecimento de energia elétrica Água potável Possuir vias de acesso Permitir futuras ampliações Distribuição racional das instalações Manejo de uma exploração leiteira ATENÇÃO: Jamais poderá haver uma receita que se adapte a todas as propriedades rurais. O manejo depende da: raça do animal; mão-de-obra disponível topografia; área da propriedade; nível sócio-econômico do proprietário; centro consumidor; vias de acesso; objetivo da exploração, entre outros. É o manejo que impõem ou define as instalações necessárias à atividade. Estudaremos o manejo mais comumente usado no Brasil, nas explorações de leite tipo B As raças leiteiras mais famosas e que constituem os rebanhos brasileiros são: Holandesas Jersey Parda Suíça Ayrshire Guernsey Shorthorn Manejo de uma exploração leiteira Manejo dos bezerros do nascimento até a produção Fases percorridas pelas bezerras => desde o seu nascimento até o momento em que são introduzidas no processo de produção gerando novas crias. 1ª fase - Na maternidade com a mãe 2ª fase - Nos bezerreiros 3ª fase - Nas cobertas situadas em piquetes 4ª fase - Nas cobertas situadas em piquetes junto com as vacas secas 5ª fase - Piquete maternidade 6ª fase - Introdução ou volta ao rebanho leiteiro 1ª fase Na maternidade com a mãe Período Para raças Europeias do 1º ao 3º dia Característica deixa-se o bezerro em companhia da mãe, mamando o colostro. 2ª fase Nos bezerreiros Baias individuais Dimensões: 1,0 x 1,5 m Período: até a idade de 1 a 2 meses Baias coletivas Densidade:até 8 animais por baia Período: entre 1-2 meses até 4-5 meses Estes bezerreiros devem dar acesso a piquetes, dimensionados para possuir uma área de 2,0 m²/cabeça 3ª fase Nas cobertas situadas em piquetes Da fase de bezerros até novilha Período => A partir do 4º ou 5º mês de idade até 3 meses antes da primeira parição. Local => Os animais são colocados em piquetes possuindo cobertas. A área das cobertas devem ser de 2,5 m²/cabeça e possuir cochos com 0,5 m lineares/cabeça. Momento para realização da cobertura das novilhas para sua primeira prenhez => quando elas atingem um determinado peso Holandês: 340 kg; Parda Suíça: 340 kg; Jersey: 230 kg; Ayrshire: 300 kg; Guersey: 250 kg. 4ª fase Nas cobertas situadas em piquetes junto com as vacas secas Três meses antes do parto, a novilha prenha será manejada no grupo das vacas secas, em piquetes contendo coberturas. 5ª fase Piquete maternidade Período Uma semana antes do parto até 1 a 3 dias após o mesmo o animal deverá ficar na maternidade. Maternidade Abrigo coberto, contendo cama limpa, ligado a um piquete maternidade e próximo ao estábulo. 6ª fase Introdução ou volta ao rebanho leiteiro Nesta fase as vacas são introduzidas ao rebanho leiteiro. Bezerras recém-nascidas são levadas para os bezerreiros. Bezerros machos recém-nascidos levados, também, para os bezerreiros ou são descartados. Tipos de sistemas de criação Os sistemas de criação mais utilizado para gado são três: Extensivo Semi-intensivo Intensivo(free stall ou tie stall) A seleção do melhor sistema de criação depende de minuciosa análise de mercado para avaliar: Demanda e a qualidade do leite a ser produzido Condições econômicas do criador Local Meios de produção disponíveis Sistema mais utilizado para alta produção é o free stall Sistema extensivo Características Não há muitos investimentos em instalações e equipamentos Na maioria das vezes o gado é mestiço, rústico e de dupla aptidão – leite e carne Interesse do produtor => vacas que produzam bezerros destinados à engorda e ao abate ou crias de reposição, o leite é um subproduto que aumenta a renda Não é feita suplementação alimentar de volumoso e concentrado, apenas de minerais Vacinações não são sistemáticas Não é feito o controle de cobertura Eficiência reprodutiva baixa Instalações principais Estábulo onde os animais são ordenhados e alimentados Bezerreiro => onde os bezerros possam se abrigar à noite Bebedouros, comedouros e saleiros Sala de leite simples que pode inclusive servir de escritório e depósito Silos para forragens Cercas para piquetes de pastagens Sistema extensivo Manejo Ordenha 1 ordenha durante o dia Ordenha manual Pela manhã Em curral rústico com condições precárias e pouco higiênicas Após ordenha a vaca é solta em pasto cercado junto com o bezerro À tarde o rebanho é levado ao curral para separação dos bezerros Sistema extensivo Sistema semi-intensivo Características Rebanho melhorado => animais com melhor genética, mas ainda mestiços Animais divididos em lotes por categoria e produtividade Bezerras e novilhas => criadas em piquetes separados das demais categorias Ordenha feita duas vezes ao dia No período das chuvas => alimentação é feita à pasto Na época da estiagem => complementação da alimentação com silagem ou capim picado Sistema de rotação de pastagens Sala de ordenha mais eficiente => sistema de resfriamento e conservação do leite Sistema semi-intensivo Instalações Curral de alimentação com bebedouros Curral de espera Sala de ordenha Sala de leite Escritório Farmácia Sala de máquinas Bezerreiro fora do estábulo Esterqueira Reservatórios Silos ou fenis para forragens Cercas para piquetes de pastagens com bebedouros e saleiros Manejo Ordenha Feita duas vezes ao dia Manual ou mecânica Condições mais higiênicas e eficientes Pequeno suplemento de concentrado durante a ordenha Após a ordenha => complementação com volumosos e concentrados Manejo profilático é realizado periodicamente com controle de endo e ectoparasitas Vacinações sistemáticas em todo o rebanho Controle de coberturas => início do período das secas ou bem distribuídas durante o ano Em muitos casos => adoção de inseminação artificial Sistema semi-intensivo Sistema intensivo Características Animais confinados em estábulos => onde recebem toda a alimentação necessária volumoso, feno e ração Levados para ordenha duas a três vezes ao dia Sala de ordenha => com ordenhadeiras mecânicas Animais separados em lotes => instalações próprias de acordo com a idade e fase de produção Bezerras, novilhas, vacas secas e vacas em produção ficam separadas Melhor controle da produção Recomendação => para rebanhos compostos por 100 ou mais vacas em produção Produção acima de 20 kg de leite por dia/vaca Sistema intensivo Vantagens Maior número de vacas na mesma propriedade => uso racional e intensivo da terra e pouco desgaste das vacas Produção constante durante o ano => sem interferência significativa da sazonalidade climática Desvantagens Maior investimento em instalações Maior incidência de problemas de casco e contaminação devido à concentração Instalações Mais complexas para abrigar os animais e para manejar os resíduos resultantes Sala de ordenha as outras unidades como sala de leite, sanitários, sala de máquinas, farmácia, depósito, escritório, curral de espera e outras instalações auxiliares que são mais complexas e exigem um controle sanitário mais eficiente. Sistema intensivo Dois modos de estabulação Convencional => Tie Stall Estabulação livre => Free Stall Os dois modelos podem ter o Loosing house para alojamento pré e pós parto Sistema intensivo Sistema intensivo “Lossing house” Área coberta contendo comedouro para oferta de volumosos e concentrados aos animais Comprimento => 0,7 m de comedouro/cabeça Solário => 8 a 10m² por cabeça Galpão aberto em anexo para descanso dos animais Com cama sobreposta => área de 4m² por cabeça Loosing House Loosing house Sistema intensivo “Tie Stall” Características As vacas permanecem em baias individuais. Normalmente presas pelo pescoço Animais de genética superior com produção elevada A alimentação pode ser dada em cochos situados ao longo do corredor central. As canaletas de limpeza (pisos de vigotas de concreto ou piso ripado) ficam nas laterais do galpão, permitindo a higiene e drenagem rápida da área. Manejo A ordenha é feita no próprio local em que as vacas ficam estabuladas Momento da ordenha é único momento de exercício Em geral, o pé direito do galpão deve ser de, no mínimo, 3m Sistema intensivo “Tie Stall” Vantagens Vacas limpas Maior atenção a todos os animais Fácil mecanização Maior produção de leite, principalmente dos leites com alto índice de gordura Sistema intensivo “Tie Stall” Desvantagens Dificuldade em prender e soltar os animais na hora da ordenha Pouco exercício dos animais Alto custo com instalações Manejo difícil se o sistema não for mecanizado Sistema intensivo “Tie Stall” Sistema intensivo “Free Stall” Características Modo mais moderno no sistema intensivo de produção Os animais podem circular pelos corredores parase alimentar, beber água ou descansar Necessita de menos mão-de-obra Ração Total = Volumoso + Concentrado Recomendado para rebanhos com mais de 50 vacas, porque facilita o manejo A limpeza é feita na saída dos animais para a ordenha Animais divididos em lotes => categoria e produção Controle sanitário periódico Eficiência reprodutiva => inseminação artificial Instalações Galpão coberto => para alimentação e para repouso Para repouso das vacas em produção Baias de contenção com dispositivo para controle da deposição de dejetos em corredor (fosso) Dotados de cama => madeira vazada, borracha, areia, brita, etc. Para alimentação => comedouros, localizados próximos à área de descanso Área de circulação => para os animais se exercitarem Deve conter bebedouro Comprimento da área coberta destinada à alimentação deve ser suficiente para permitir que todas as vacas se alimentem ao mesmo tempo Instalações separadas para criação das bezerras e das novilhas Sistema intensivo “Free Stall” Instalações Pé-direito => 4 a 4,5m Telhado => inclinação adequada; telha cerâmica ou telhas térmicas (metálicas com material isolante) Estrutura de sustentação => tesouras de madeira; treliças metálicas ou estrutura de concreto pré-fabricado Pilares de concreto armado ou metálicos Laterais => totalmente aberta ou com divisórias de alvenaria de tijolos, madeira, arame, cordoalha... Sistema intensivo “Free Stall” Instalações Sala de ordenha Geralmente automatizada Ligada ao galpão de confinamento Condições de higiene eficiente => adequadas a produção de leite A ou B Sistema intensivo “Free Stall” Espaço para o corpo Cabeça quadril Dimensões de baias e posicionamento da grade de pescoço de acordo com o peso das vacas. Vacas Baias Grade de Pescoço Peso (Kg) Largura (m) Comprimento (m) Altura (cm) Distância meio fio (cm) 350-540 1,0 2,20 0,94 1,6 540-680 1,10 2,40 1,0 1,7 > 680 1,20 2,60 1,06 1,8 Espaçamento recomendado de cocho (cm/vaca) conforme o tipo de arraçoamento e idade das vacas Consumo de água de vacas em vários estágios de produção. 16m3m 5m 4m 0,7m 4m 2,5m 3m 2,5m 14m 10,4m 63m 55m 11m Espaço recomendado por vaca em diferentes sistemas de confinamento Idade Peso Área da cama 0-2 45-90 2,6 3-5 90-160 2,6 6-8 160-225 2,3 9-12 225-300 2,6 13-15 300-360 3,0 16-24 360-544 3,7 Vacas secas >600 4,6 Tipos de ordenha Manual rendimento variável => normalmente de 18 a 25 vacas por homem, ou cerca de 200-250 litros por homem/dia. Mecânica permite a redução do tempo de ordenha e do número de retireiros obter leite teoricamente mais higiênico Atenção => o uso inadequada da máquina e a limpeza deficiente do equipamento podem causar maior incidência de mamite e perda de leite por acidificação, que na ordenha manual. Tipos de ordenha “Ordenha mecânica” Modelo balde ao pé: Consta de uma bomba de vácuo e reservatório, tubulação de vácuo de 1”, válvula e torneira de vácuo, vacuômetro e conjunto de ordenha com pulsador, teteiras e balde inox de 20 litros Ordenhadeiras mecânicas Tipos de ordenha “Ordenha mecânica” Modelo por Circuito Fechado Recomendação => indicado para ordenha em sala de fosso ou estábulo com mais de 60 vacas Característica => o leite vai das teteiras através da tubulação condutora, diretamente para a sala de leite Vantagem => Como não há necessidade de balde, evita-se perda de tempo de montá-lo e desmontá-lo, além de repetidas caminhadas do local de ordenha até a sala de leite Ordenha mecânica “Circuito fechado” Instalações necessárias na bovinocultura de leite • Estábulos; • Curral de espera; • Maternidade; • Sala de ordenha; • Sala de leite; • Escritório e depósito para ração concentrada (caso seja fornecida durante a ordenha); • Banheiro com rouparia; • Sala de máquinas; • Bezerreiro; • Silos. Estábulo Local onde as vacas são alimentadas e ordenhadas, compondo-se basicamente das seguintes divisões: sala de ordenha com comedouro e contenção; sala de leite; depósito de ração concentrada com mesa de anotações e armário. Ocasionalmente poderá ter ainda: cômodo para máquinas de ordenha mecânica; bomba de vácuo para ordenha; compressor e motor do resfriador; baia para bezerros no caso de vacas mestiças de zebu; vestiário e sanitário; plataforma de embarque e desembarque. Curral de Espera • Localização => anexo ao estábulo de ordenha • Função => usado para reunir as vacas antes da ordenha • Na produção de leite nos sistemas intensivos mais modernos, o curral de espera deve ser coberto, para oferecer sombra e maior conforto às vacas. • Área necessária por animal • 2 m2 para raças de pequeno porte • 2,5 m2 para raças de grande porte • Lava-pés => logo na entrada, para reduzir a sujeira das patas dos animais vindos dos pastos • Profundidade de 20cm e ter um ralo no fundo, para limpezas periódicas Maternidade Sala de Ordenha • As salas de ordenha, podem ser: Sem fosso: indicadas para ordenha manual e mecânica; Com fosso: indicadas apenas para ordenha mecânica. • Pode ser em ala simples ou dupla. Sala de Ordenha “sem fosso em ala simples” Recomendada para pequenos rebanhos => até 20 vacas Largura => 3,5 a 4m Pé-direito => 2,7 a 3m, no mínimo Número de vacas => é recomendável que a ordenha de todas as vacas seja realizada em menos de 2 horas => capacidade para 10% do rebanho em lactação Comprimento da sala Comprimento = nº vacas*1,2m (ou 1,35m com bezerros) + comp. porteira Sala de Ordenha “sem fosso em ala simples” Sala de Ordenha “sem fosso ala dupla” Recomendação => para rebanhos maiores com até 60 vacas (ordenha manual) mais de 100 vacas (ordenha mecânica) Vantagem => manuseio de 2 grupos na ordenha Enquanto o primeiro está sendo ordenhado, o segundo é preparado, agilizando o processo Pé-direito => 2,7 a 3,0 m, no mínimo Largura modelo cabeça com cabeça: 4 metros modelo traseiro com traseiro: holandesas 6 metros e jersey 5 metros Comprimento da sala Comprimento = nº vacas/ala*1,2m (ou 1,35) + porteira Sala de Ordenha “com fosso” Características => a ordenha é sempre mecânica e automática (circuito fechado) com tubulações de vácuo e leite em linha baixa ou alta, evitando caminhada do ordenhador até a sala de leite Vantagem => menor tempo gasto por ordenha, sendo possível ordenhar mais vacas num determinado período Pé-direito => mínimo de 3m (geralmente a altura do galpão é de 6,6m) Fosso => 1,8m de largura, com profundidade de 0,9m Tipos Modelo espinha de peixe Modelo de passagem Modelo de portão ou tandem Modelo carrossel Modelo espinha de peixe Mais usado pois permite o manejo dos animais em grupos Próprio para rebanhos com mais de 30 vacas Vantagem => Permite ordenha rápida => até 120 vacas/ordenha; Em cada lado as vacas entram todas de uma vez, são preparadas e ordenhadas ao mesmo tempo Características construtivas Fosso para ordenhador com largura de 1,50 a 1,80 m 1 ou 2 passarelas mais altas 0,75 metros para as vacas As vacas formam ângulo de 30º com o corredor Espaço de 1,0 a 1,2 x 1,5 metros para as vacas, incluindo o comedouro Sistema de contenção => canos de 1 1/2", com portão de entrada e saída => permite ao ordenhador controlar de dentrodo fosso o fluxo de vacas Comedouros nas laterais Sala de Ordenha “com fosso” Sala de Ordenha “Modelo espinha de peixe” Sala de Ordenha “Modelo espinha de peixe” Sala de Ordenha “Modelo espinha de peixe” Sala de Ordenha “Modelo espinha de peixe” Características Com fosso => de iguais características ao anterior Passarelas das vacas => mais estreitas, pois elas se acomodam em fila no espaço de 0,90 x 2,30 metros/vaca Proteções laterais com canos de 1 1/2“ Portões divisórios entre vacas => corrediços tipo guilhotina Com comedouro Tudo controlado pelo ordenhador de dentro do fosso => As vacas entram, são ordenhadas e saem simultaneamente de cada lado, devendo pois ser homogêneas quanto à produção A rapidez da ordenha, neste modelo, é menor que no de “espinha de peixe", pois a distância entre úbere é maior Vantagem => Sistema de contenção mais barato que no de espinha de peixe e no modelo de portão Sala de Ordenha “Modelo de passagem” Sala de Ordenha “Modelo de passagem” Sala de ordenha “Modelo de portão ou tandem” Características Possui o mesmo fosso para o ordenhador Passarelas para as vacas => largura 1,80 m e comprimento 2,20-2,30 m por animal Pode ser de ala simples ou dupla Entrada e saída independente para cada vaca => baias individuais A produção pode ser heterogênea sem que uma vaca atrase as demais Fluxo mais lento que no sistema espinha de peixe => devido ao controle individual e à maior distância entre úberes Vantagem => visão direta dos comedouros e controle da alimentação Desvantagem => contenção mais cara, pois cada box tem dois portões de controle Sala de ordenha “Modelo de portão ou tandem” Características Para rebanhos de alta produção => grande rapidez na ordenha Com 14 contenções e 1 operador => 70 vacas/hora Com 28 contenções e 2 ordenhadores => até 180 vacas/hora O modelo pode ter plataforma fixa ou móvel Modelo carrossel com plataforma móvel Sala circular com fosso Plataforma das vacas corrediça (rotativa) => com o círculo completado entre 7 e 12 min., permitindo ajustes de tempo As vacas são conduzidas pelo giro da plataforma até o ordenhador Há um portão de entrada e outro de saída controlando o tráfego dos animais Disposição => “Espinha de peixe” ou Tandem => cada divisão sua própria unidade de ordenha O modelo “espinha de peixe” oferece rendimento bem maior e menor área construída que o Tandem Sala de ordenha “Modelo Carrossel” Características construtivas Fosso: Largura de 1,75 a 1,8 metros Altura: 0,75 metros Contenção: canos de 1 1/2" Espaço ocupado pelo animal na sala tipo: “Espinha de peixe”: 1,0 a 1,2m x 1,5 a 1,9 m com o cocho Tandem: 2,20 a 2,3 metros por animal Sala de ordenha “Modelo Carrossel” Sala de ordenha “Modelo Carrossel” Sala de ordenha “Modelo Carrossel” Sala de ordenha “Modelo Carrossel” http://www.youtube.com/watch?v=vmadDf BJGt0 http://www.youtube.com/watch?v=bHuEM1 xIgwE Sala de Leite Características • Local onde o leite proveniente da ordenha é: • Filtrado; • Refrigerado; • Armazenado em temperatura adequada, antes de ser entregue ao laticínio, para beneficiamento. • Equipada com: • Pia para limpeza dos utensílios • Espaço para os equipamentos de processamento do leite e para circulação • Pé-direito mínimo de 3m, laje ou forro e janela para ventilação com tela fina para evitar a entrada de insetos. Sala de leite Medidas práticas recomendadas para as salas de leite: rebanho < 20 vacas em produção: 12 m2; rebanho entre 20 - 30 vacas em produção: 18 m2; rebanho entre 30 - 40 vacas em produção: 20 m2; rebanho > 40 vacas em produção: 20 a 30 m2. altura do pé-direito > 2,7 m Tanque para resfriamento do leite Escritório e depósito para ração concentrada Cômodo destinado a: Permitir anotações e registros diários => controle das informações sobre a produção dos animais e seu manejo Armazenar ração concentrada pronta para as vacas Guardar produtos veterinários => vacinas, remédios, seringas, botijão de sêmen entre outras coisas Mobiliários mesa com cadeira fichário simples armário para guardar produtos e instrumentos veterinários estrado de madeira para ração concentrada => sacos de 40 kg Banheiro com Rouparia • Importância • A higiene pessoal dos funcionários é fundamental para a produção de leite de boa qualidade • O estábulo precisa ter sanitário e local para troca de roupa a ser usada durante a ordenha • Abertura da porta => Caso o banheiro seja construído no estábulo, sua porta deve dar acesso para fora e não para qualquer dependência interna Sala de Máquina • Função • Construída para abrigar equipamentos como bombas, compressores e motores. • Características • Deve ser bem ventilada para dissipar rapidamente o calor gerado pelas máquinas Bezerreiro • Recomendação • Baias individuais => animais mais novos • Baias coletivas => animais maiores • Na criação de vacas de maior aptidão leiteira (Holandeses, Jerseis, etc.), são muito usados bezerreiros individuais, construídos nos piquetes • Importante: devem ser transportáveis, permitindo remoção periódica para outros locais => construídos com materiais duráveis Bezerreiro Individual • Vantagem • Facilidade de limpeza, desinfecção e mudança de local, visando quebrar o ciclo de vida dos organismos causadores de doenças • Problema: O uso contínuo de uma mesma instalação torna cada vez mais difícil a desinfecção da área • Alternativa: O uso do abrigo individual diminui o problema, tendo em vista a sua flexibilidade de uso Bezerreiro Individual Os bezerros podem ser levados para os abrigos individuais após 12 horas do nascimento, quando tiverem mamado o primeiro colostro e recebido os primeiros cuidados que todo recém-nascido deve receber, tais como corte e cura do umbigo, identificação etc. Deve-se usar no preparo da cama capim seco ou palhadas. O tempo de permanência no abrigo deve ser de dez semanas de idade. Bezerreiro Individual • Localização • Em terreno seco e de boa drenagem • Material • Podem ser de madeira ou outro material, inclusive bambu, com 1,00 x 1,20 x 2,00m, sem piso • Equipamentos • Devem dispor na parte interna, de um cocho para concentrado e volumoso, um balde com água deve ser colocado fora do abrigo • Parte externa => deve ser pintada de branco, para evitar excessivo aquecimento por raios solares • Atenção! Não pintar a parte interna, pois os bezerros podem ingerir resíduos de tinta e se intoxicarem Bezerreiro Individual • Disposição • Permitir a entrada do sol da manhã; proteger os bezerros contra ventos fortes e evitar que a chuva entre na parte coberta • Cama • Manter a cama limpa, com a remoção diária da parte molhada e sua substituição por material seco; ou mesmo mudar o abrigo de lugar; • Desinfecção • Cada abrigo deve ser desinfetado, por caiação, entre a saída de um bezerro e a entrada do próximo • Cobertura • Pode ser feita de madeira, folha de fibrocimento, folha de alumínio, ou outro material leve Bezerreiro Individual • Materiais: • três chapas e meia de Madeirit, de 2,20 x 1,10 m; • 63 cm2 de tábua de 2,5 cm de espessura (para armação); • 81 cm2 de tábua de 1,5 cm de espessura (para cocho); • 100 g de cola; • 200 g de prego 15 x 15; • corrente de 1,50 m de comprimento semelhante às utilizadas para conter cães, fixada no chão; • uma coleira de couro. SILOSSilos Problemática Período da seca => carência de volumoso Período chuvoso => produção em excesso => perde-se por falta de meios para seu armazenamento e conservação O prejuízo causado pela seca é alarmante, influindo, principalmente, nos seguintes pontos: aumento da mortalidade do rebanho; diminuição da fertilidade; predisposição às doenças; quebra na produção de leite; perda de peso; idade da primeira cria retardada nas novilhas. Alternativa => armazenar as forragens em excesso, através da ensilagem Tipos de Silo De maneira geral, podem-se apontar cinco tipos: Trincheira Encosta Superfície Cisterna Aéreo A escolha do tipo ideal para cada propriedade depende: das condições econômicas do criador; facilidade no carregamento; facilidade no descarregamento; facilidade de compactação para expulsão do ar; mão-de-obra necessária; condições de fechamento e vedação; valorização da propriedade. Tipos de Silos Vantagens x Desvantagens Silo trincheira Silo aéreo Silo de encosta Bibliografia consultada MEZZADRI, Fábio P. Análise da conjuntura agropecuária: Leite - ano 2014. SEAB/DERAL. Disponível em: http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/deral/Prognostico s/bovinocultura_leite_14_15.pdf. Acesso em: 24/09/2015. Fonte: http://g1.globo.com/mato- grosso/agrodebate/noticia/2015/06/agro-e-1-do-mundo-mas- producao-de-leite-e-5-divisao-diz-especialista.html SOUZA, Jorge Luiz Moretti de. Manual de Construções rurais. Curitiba : DETR/SCA/UFPR, 1997. 165 p. Disponível em: http://www.moretti.agrarias.ufpr.br/publicacoes/man_1997_con strucoes_rurais.pdf. Acesso em: 17/07/2015. SOUZA, Cecília de F. Instalações para gado de leite. Viçosa: CRA/DEA/UFV. Disponível em: http://www.ufv.br/dea/ambiagro/arquivos/GadoLeiteOutubro- 2004.pdf. Acesso em: 17/07/2015.
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