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INSTALAÇÕES PARA A BOVINOCULTURA DE CORTE parte 1 IT 519 – Projeto de construções rurais e ambiência I Profª. Vânia Rosal Guimarães Nascimento 21/08/2015 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO UFRRJ - IT/DE Estudaremos nesta aula: Fases da exploração Fase de criação (cria) “Creep-feeding” Fase de recria Fase de terminação Sistemas de criação: Extensivo Semi-intensivo Intensivo Características e instalações de cada sistema de criação A fase de cria compreende a reprodução e o crescimento até a desmama Bezerro atinge aproximadamente de 25 a 35% do peso de abate Média de peso corporal à desmama é de 150 a 180 kg Durante a fase de cria, os bezerros desenvolvem o sistema nervoso e a ossatura, sendo necessário muito critério na condução dessa fase Representa para o produtor a fase de menor rentabilidade e a de maior risco O rebanho de cria compreende: os reprodutores as vacas as novilhas de reposição os bezerros em aleitamento Fase de criação Criação das bezerras e bezerros de 0 a 1 ano de idade Conduzida em sistema de pasto com aleitamento natural feito até a desmama Desmama: ocorre do 3º ao 8º mês de vida 8º ao 12º mês: pasto Instalação necessária: piquetes-maternidade abrigos para proteção dos animais contra condições ambientais desfavoráveis No sistema tradicional, nesta fase de aleitamento, as vacas permanecem com os bezerros durante 24 horas por dia. Mais recentemente, o manejo tem sido feito de forma que os bezerros fiquem com as vacas somente em um determinado período do dia, pela manhã, por exemplo. Fase de criação Também em sistema de semi-confinamento na época seca Instalações apropriadas dentro do curral abrigos contendo comedouros, bebedouros, cocho para sal mineral onde os animais recebem o pasto reservado e alimentação suplementar. Os primeiros 60 dias de vida dos bezerros são críticos e por isso, eles precisam de apropriados abrigos de proteção locados em bons piquetes. Creep-feeding: opção para tratar dos bezerros nos comedouros dos pastos, com volumosos e concentrados Consiste de uma área cercada (eucalipto ou ipê) contendo portões de entrada com dimensões apropriadas somente ao acesso dos bezerros a comedouro coberto Fase de criação Tem o objetivo de completar o desenvolvimento ósseo do animal e também de grande parte de sua musculatura Idade de 1 a 2 anos Vai da desmama ao início da reprodução das fêmeas ou ao início da fase de engorda dos machos Feita à base de pasto na estação chuvosa e à pasto mais suplementação alimentar na estação seca. Fase de recria Visa preparar o animal para o corte e pode ser conduzida à base de pasto o ano todo (extensivo), Pasto na estação chuvosa e pasto mais alimentação suplementar na estação seca (semi-intensivo) Sistema de confinamento, técnica alternativa de engorda intensiva. Normalmente, os animais são confinados por um período de 90 a 100 dias, de forma que ganhem aproximadamente 1 kg no peso corporal por dia, até a época do abate, quando estão com 400 a 500 kg de peso vivo, com idade menor ou igual a 3 anos. Fase de terminação (engorda) Sistema Extensivo Esse tipo de produção não adota muita tecnologia Características: A base de pasto (cercado com arame liso ovalado, contendo equipamentos de manobra) Exige maior área disponível com relação a bovinocultura de leite A produção é anual (a de leite é diária) Requer menos cuidados (assistência) quando comparada à exploração leiteira O rebanho abrange maior número de cabeças Exige capital inicial maior, apesar das instalações serem mais simples e rústicas Instalações: Curral de manobra, cercas para pastos ou piquetes, cochos e bebedouros Sistema Intensivo O confinamento de bovinos de corte tem sido cada vez mais adotados pelos pecuaristas porque: permite aumentar a produção de carne no período de entressafra, quando o preço do boi é maior. Investimento inicial mais elevado que na criação extensiva, mas as vantagens econômicas geradas possibilitam um retorno rápido do capital aplicado devido ao: aumento da produtividade por área maior ganho de peso em períodos menores melhor controle sanitário uso criterioso de mão de obra Pode ser usado em pequenas propriedades, racionalizando o uso da terra e evitando desmatamentos ou exploração inadequada do solo. Sistema Intensivo Animais de maior performance produtiva podem ser confinados durante todo o ano. Em geral, o gado comercial só vai para o confinamento no período da seca, para regularizar a produção quando diminui a disponibilidade de pastagens. Enquanto nas criações extensivas é necessário dispor de 1ha a 2ha de pastagens por animal por ano, no confinamento só há necessidade de 10 metros quadrados por cabeça. Semi-Confinamento É um sistema de suplementação nutricional a pasto, promovendo ganho de peso mais elevado que a criação somente a pasto. É fornecida ração energética-protéica em quantidade variando de 1,0 a 1,2% do peso vivo por dia do animal. Formação de piquetes, geralmente utilizando o pastejo rotacionado através do uso de cercas econômicas e também cercas móveis. Semi-Confinamento A divisão de piquetes deve considerar o número de animais para a uniformidade do pastejo, evitando que ocorra o subpastejo e o superpastejo . Devem ser quadrados, evitando a divisão tipo leque. Evitar piquetes muito grandes, até 15 ha são mais fáceis de manejar, garantindo a uniformidade do pastejo. Confinamento Os tipos de currais de confinamento diferem-se pela posição de piquetes, bebedouros, comedouros e espaço físico, entre outros. A céu aberto Semi-coberto Fechado Confinamento Cuidados: Manter essas áreas sempre limpas e livres de insetos e roedores. Currais ou piquetes de engorda Área de 15 a 20 m²/cabeça Piso: cascalhado e compactado com uma declividade mínima de 3%. Cercas divisórias devem ter, no mínimo, 1,80 m de altura feitas de arame liso, cordoalha, tábuas e outros. Cochos de alimentação devem ficar na parte frontal do piquete podem ser construídos de diferentes materiais, como tambores, concreto pré-moldado, madeira e outros, desde que possam conter o volume de alimentos que serão oferecidos aos animais. Promover o tratamento dos dejetos para utilização como adubação orgânica. O curral de confinamento deve permitir acesso para o curral de manobras e e e e b b a a c c d d a b b e e dd c c b e a a e d dd d c c cc a – comedouro b – bebedouro c- corredor d – declive e – cocho Tipos de currais de confinamento a Céu Aberto Semi-Coberto Cercado para Creep - Feeding Localização: Deve ser localizado junto às áreas de descanso das vacas, nas proximidades do cocho de sal. Área: Possuir área de 1,5 m²/cria, deixando espaço de 2 m entre o cocho e a cerca, para circulação. Cercado com postes de madeira espaçados de 2 m e com 6 a 8 fios de arame liso esticados com catracas. Entrada: Possuir acesso de entrada exclusiva aos bezerros: 0,40 x 1,20 m, com esteios fincados bem firmes. Número de entradas: 4 para 50 bezerros e 8 para 200 bezerros; Cocho com comprimento de 0,10 m/cria e largura possibilitando a alimentação de dois animais (um de cada lado), ao mesmo tempo.Creep - Feeding Cochos p/ Suplementação de Minerais Podem ser construídos de madeira serrada (30x30 cm), escavados em toras concreto fibra Devem ser cobertos para evitar que a mistura mineral seja desperdiçada pela chuva. Acessibilidade: Posicionados na pastagem de tal forma que permita pelo menos 1 visita diária dos animais. Tamanho que disponibilize 5 cm lineares de cocho por cabeça de animal adulto a ser suplementado. Cochos p/ Suplementação de Concentrados e Volumosos Dimensões: Devem ser mais largos (40 a 80 cm de largura) do que os de minerais. Disponibilizar 40 cm lineares para bezerros desmamados e 70 cm para animais adultos. Podem ser construídos de diferentes materiais, tais como: madeira serrada concreto pré-moldado ou até mesmo tambores de plásticos cortados longitudinalmente No caso de suplementação em pasto, é interessante que os cochos sejam leves para facilitar as mudanças de locais. O cocho para volumoso pode ser: Simples (com acesso por um lado); Duplo ( com acesso pelos dois lados). Devem ter superfície bem lisa, cantos arredondados e drenos com tampões no fundo, para facilitar a limpeza. Cocho Bebedouro de curral (ou estábulo) Bebedouro de pasto Consumo de água da ordem de 40 a 60 litros / dia em confinamento 15 a 20 litros diários por animal em pastagens Os bebedouros para pasto podem ter formato retangular ou circular Bebedouro Curral de Manobra Objetivo: Observar o gado de perto, manejo de rotina, otimizar eficiência do trabalho Local: área bem drenada, ventilada, próximo as estradas, eletricidade e água Prever possível expansão Curral Utilizar na construção, de preferência, madeira, com palanques de alta resistência e durabilidade (aroeira ou itaúba) e as réguas de madeira resistente ao impacto (ipê, itaúba, faveiro e outras). Na impossibilidade do uso desses materiais, utilizar palanques de eucalipto tratado ou mourões pré-moldados de concreto e cordoalha de aço nas cercas do curral. Cuidado para que, após a construção, lascas, pontas de parafusos e demais ferragens não fiquem salientes. O embarcadouro deve ser construído de forma a facilitar a entrada dos animais. Manter o curral sempre limpo. Curral Localizar o curral numa posição central da propriedade, em um terreno firme e seco, preferencialmente plano e bem posicionado em relação à sede. Revestir o terreno com uma camada de cascalho compactada. O curral deve ser dimensionado de acordo com o número de animais que será reunido e trabalhado. Dar preferência para a forma circular ou elíptica. Posicionar o curral com orientação Leste/Oeste, em seu maior eixo. Curraletes de aparte; Seringa; Tronco de contenção; Apartador; Balança; Rampa de embarque; Brete carrapaticida. Curral de Manobra Curraletes de aparte: áreas cercadas do curral de manobra destinadas a separar animais em diferentes categorias. Seringa: serve para conduzir os animais até o tronco de contenção. Formada por duas cercas que se afunilam em direção ao brete, cada uma em ângulo de 45º. Tronco de contenção: serve para imobilizar os animais para marcação, vacinação, vermifugação e cura. Em geral, é coberto, para evitar chuva ou sol. Pode ser coletivo ou individual. Curral de Manobra Apartador: usado para separar o gado, é um pequeno recinto, com espaço apenas para um animal de cada vez, no final do tronco de contenção individual, com acesso para os curraletes de aparte. Balança: permite controlar o desenvolvimento e o peso dos animais; Rampa de embarque: usada para o embarque e desembarque dos animais nos veículos de transporte. Curral de Manobra Rampa de embarque: usada para o embarque e desembarque dos animais nos veículos de transporte. Plataforma com altura ajustável para caminhões Laterais totalmente fechadas Portão totalmente sólido Curral de Manobra Curral de Manobra Seringa Seringa Tronco Coletivo Tronco Coletivo Tronco Coletivo Plataformas Salva-vidas Tronco de Contenção Apartadouro Embarcadouro Embarcadouro Bibliografia consultada Souza, C.F.; Tinoco, I.F.F.; Sartor,V. Informações básicas para projetos de construções rurais. Apostila: Bovinos de Corte. Unidade 2. Viçosa: UFV/CCA/DEA. 2003.
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