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de receitas não compreendidas na atividade. Young (2009, p. 106) transcreve a decisão 224/97 da SRRF/7ª RF, que foi publicada no DOU, em 02/10/1997, conforme segue: AUTENTICAÇÃO DO LIVRO DIÁRIO. [...] Estão dispensadas do pagamento do imposto de renda devido em cada mês as pessoas jurídicas que, através de balanço ou balancetes mensais, demonstrem a existência de prejuízos fiscais apurados a partir de janeiro do ano-calendário. Dispositivos Legais: Lei 8.981/95, arts. 35 e 37; Instrução Normativa 11/96, arts. 10 a 13; Instrução Normativa 16/84. O mesma autora, destaca alguns casos de suspensão ou redução do IRPJ estimado mensal, conforme segue: É facultado a pessoa jurídica: I – suspender o pagamento do imposto, desde que demonstre que o valor do imposto devido, calculado com base no lucro real do período em curso, é igual ou inferior à soma do imposto de renda pago, correspondente aos meses do mesmo ano-calendário, anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancete levantado; ou II – reduzir o valor do imposto ao montante correspondente à diferença positiva entre o imposto devido no período em curso, e a soma do imposto de renda pago, correspondente aos meses do mesmo ano-calendário, anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancete levantado. (YOUNG, 2009, P. 126) Sendo que, para efeitos de suspensão ou redução do pagamento mensal do IRPJ e da CSLL deve-se considerar: � período em curso, como sendo o mês apurado; � imposto devido no período em curso, sendo o resultado da aplicação da alíquota do imposto sobre o lucro real, acrescido do adicional, e deduzido, quando for o caso, dos incentivos fiscais de dedução e de isenção ou redução; e � o Imposto de Renda pago a soma dos valores pagos mensalmente, retido na fonte sobre receitas ou rendimentos, pagos sobre os ganhos líquidos, e/ou pagos indevidamente em anos-calendário anteriores. Portanto, deve-se ajustar o resultado contábil com todas as adições, exclusões e compensações admitidas pela Legislação do Imposto de Renda. Observando que, o balanço ou balancete utilizado na determinação do resultado do período, deve ser elaborado em conformidade com as leis comerciais e fiscais e transcrito no livro Diário até a data fixada para pagamento do imposto no mês. 54 2.6.1.1.2 Lucro Real Trimestral Com a apuração do Imposto de Renda trimestralmente utilizam-se balancetes trimestrais para a apuração do montante a recolher no mês seguinte ao trimestre apurado, como forma de adiantamento do montante real. Higuchi (2009) esclarece que o Art. 1º da Lei n° 9.430/96 substituiu a apuração do lucro real mensal pelo trimestral, sendo divulgado como uma simplificação à apuração do imposto, porém o próprio autor afirma “o lucro real mensal ou trimestral não traz uma só vantagem, mas traz muitas desvantagens, como a da limitação na compensação dos prejuízos fiscais e a possibilidade de cometer mais infrações fiscais.” 2.6.2 Lucro Presumido O lucro presumido, por sua vez, é uma forma simplificada em relação ao lucro real, de apuração da base de cálculo para apuração e recolhimento do IRPJ e da CSSL, onde aplica-se um percentual sobre as receitas, definido de acordo com o ramo de atividade da empresa. Denari (2008, p. 306) esclarece que o lucro presumido é “aplicado, mediante opção, às empresas de menor porte” sendo opcional para aquelas com receita bruta total inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais). Para Oliveira et al. (2003) o lucro presumido difere do conceito de lucro real, visto tratar-se de uma presunção por parte do fisco do que seria o lucro das organizações caso não houvesse a contabilidade. Ou seja, o conceito de lucro presumido visou facilitar a apuração da base de cálculo, para algumas empresas, quanto a apuração e recolhimento do Imposto de Renda e da Contribuição Social. A utilização desta forma de tributação exige controles menos rígidos por parte da empresa, uma vez que apenas o valor total do faturamento já é o suficiente para a correta apuração dos valores devidos em nível tributário. 55 Os percentuais aplicáveis sobre o faturamento para obtenção da base de cálculo do IRPJ estão apresentados no quadro a seguir: Atividades Percentuais (%) Venda de mercadorias e produtos 8 Revenda de combustíveis 1,6 Serviços de transporte (exceto o de carga) 16 Serviços de transporte de cargas 8 Serviços em geral, com receita bruta até R$ 120.000,00 (exceto serviços hospitalares, transportes e regulamentadas) 16 Serviços hospitalares 8 Venda de imóveis das empresas com esse objeto social 8 Construção civil por empreitada com emprego de materiais 8 Indústrias gráficas 8 Demais serviços não inclusos nas alíquotas anteriores 32 Alíquotas para determinação Lucro Presumido Tabela 2: Alíquotas para determinação do lucro presumido. Fonte: Site da Secretaria da Receita Federal (2009) – Adaptada pela Autora do trabalho. Já para a obtenção da base de Cálculo da CSSL, observando o art. 22 da Lei nº 10.684/03, conforme informações da SRF, utiliza-se os seguintes percentuais: � 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte; � 32% para: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e transporte; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. 2.6.3 Lucro Arbitrado Com o advento da Lei nº 8.541, de 1992, a pessoa jurídica pode em determinados casos auto-arbitrar seu lucro, como forma de tributação do Imposto de Renda e da Contribuição Social. 56 Young (2009, p. 221) afirma que “o lucro arbitrado é mais uma forma de tributação do Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro.” Porém, tal entendimento é recente, Barreto et. al (2004, p. 125) destacava que: A primeira vista, pode parecer que o legislador infraconstitucional poderá tributar a renda realmente auferida, arbitrar o seu montante ou presumi-lo. Esta interpretação, contudo, é absolutamente equivocada. A renda só poderá ser arbitrada se impossível for a aferição do seu montante real. Contudo, atualmente, a possibilidade de auto-arbitramento é mais conhecida entre os contribuintes e a afirmação de Young é compartilhada por Higuchi (2009, p. 107) que defende “nos casos fortuitos ou de força maior, como definido na lei civil e devidamente comprovados, a pessoa jurídica poderá calcular o imposto sobre a renda com base no lucro arbitrado.” Porém, cabe destacar que: O lucro arbitrado, ainda que conhecida a receita bruta, não é uma opção pura e simples do contribuinte como ocorre com a opção pelo lucro presumido. Além de ter receita bruta conhecida, é indispensável a ocorrência de força maior como não manter escrituração contábil na forma da lei ou esta ser imprestável. (HIGUCHI, 2009, p. 107) Ao optar pela tributação na forma do Lucro Arbitrado o contribuinte deve acrescer em 20% (vinte porcento) a alíquota utilizada para determinação do Lucro Presumido. Young (2009, p. 226) apresenta um quadro com as alíquotas por atividade, de acordo com o art. 532 do RIR/99 (Decreto 3.000/99), conforme segue: ATIVIDADE PERCENTUAL Revenda de combustíveis 1,92% Revenda de mercadorias 9,60% Industrialização por encomenda 9,60% Transporte de cargas 9,60% Serviços hospitalares 9,60% Serviço de transportes exeto carga 19,20% Serviços profissionais habilitados 38,40% Representante comercial 38,40% Administração e locação de imóveis 38,40% Corretagens em geral 38,40% Serviços da construção civil 38,40% Factoring 38,40% Bancos, instituições financeiras e equiparados 45,00% Tabela 3: Tabela de arbitramento. Fonte: Young (2009, p. 227). 57