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São Paulo, 31 de julho de 2012 Epidemiologia - Estudo da distribuição e dos fatores determinantes de estados relacionados a saúde ou a eventos em populações específicas e a aplicação dsse estudo para controlar problemas de saúde (LAST, 1995). Microbiologia - Estudo dos organismos microscópicos e de suas atividades. Preocupa-se com a forma, a estrutura, a reprodução, a fisiologia e o metabolismo e a identificação dos seres microscópicos. Inclui o estudo da sua distribuição natural, suas relações recíprocas e com outros seres vivos, seus efeitos benéficos e prejudiciais sobre os homens e as alterações físicas e químicas que provocam em seu meio ambiente. Saúde - Resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra e acesso a serviços de saúde (VIII Conferência Nacional de Saúde, 1986). Uma vez que todas as variáveis estejam adequadas, a saúde estará adequada também. Na prática da gestão pública, no entanto, essas variáveis estão em diferentes setores. Isso dificulta a promoção da saúde integral e o que o gestor ambiental pode fazer é facilitar o diálogo entre os diferentes setores. Doença Ambiental - Condição polissintomática resultante de processos de desregulação do sistema imunológico desencadeados por alimentos, alérgenos e substâncias químicas que levam a desordens físicas e mentais. A poluição atmosférica, por exemplo, aumenta a quantidade de gordura em ratos. Se isso for verdade também para a espécie humana, então fundamenta-se melhor a razão para doenças cardiovasculares serem as maiores responsáveis por mortes no mundo. Saúde Pública - É a ciência e a arte de promover, proteger e recuperar a saúde por meio de medidas de alcance coletivo e motivação pública (OMS). Dentro da saúde pública, a saúde ambiental refere-se a todos os aspectos da saúde humana, incluindo a qualidade de vida, determinados por fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos no meio ambiente. Também se refere à prática de valorar, corrigir, controlar e evitar aqueles fatores do meio ambiente que potencialmente possam prejudicar a saúde de gerações atuais e futuras (OMS, 1993). A aplicação da microbiologia vai muito além da influência direta de microrganismos na saúde, Isso, porque diversos elementos que constituem as variáveis que resultam na saúde sofrem interferência de microrganismos. Por exemplo, a utilização de microrganismos como facilitadores de decomposição de embalagens, ou pela sua fermentação para produção de biocombustíveis. A aplicação desses conhecimentos que envolvem a gestão ambiental, a epidemiologia e a microbiologia possibilita a criação de condições mais propícias para o desempenho humano. São Paulo, 7 de agosto de 2012 A microbiologia básica se preocupa com características morfológicas (tamanho, forma), um conhecimento já construído e que continua sendo usado. A composição química, por outro lado, é um campo que continua avançando. Tem-se estudado estruturas moleculares, por exemplo. O grande problema da biologia molecular é o custo das técnicas de pesquisa, que não podem ser incorporadas em rotinas de monitoramento, principalmente ambiental. Quando se considera o Brasil como um país em desenvolvimento, é preciso definir prioridades. As características fisiológicas (necessidades nutricionais específicas e condições necessárias ao crescimento e reprodução) são as condicionantes de como o organismo se desendolve e se perpetua. Elas e também, naturalmente, as atividades bioquímicas (modo de obtenção de energia pelos microrganismos). É preciso procurar quais as condições necessárias no ambiente para que tais organismos não desapareçam. Uma vez chegado ao fator limitante para existência do organismo, pode-se controlar sua presença. Se for um microrganismo prejudicial à saúde humana, o conhecimento de suas características fisiológicas e atividades bioquímicas são essenciais para o seu extermínio. Características genéticas são importantes para o estudo de hereditariedade e variabilidade de genótipos e sua evolução. Estudar tais fenômenos em microrganismos é um estudo laboratorial mais simples e facilitado, de forma que auxilia a compreensão dos mesmos processos em macrorganismos. Além disso, outras características têm sua importância na microbiologia básica, como as características ecológicas (ocorrência natural dos microrganismos no ambiente e sua relação com outros organismos), o potencial de patogenicidade dos microrganismos e a classificação que é feita sobre eles (relação taxonômica entre os grupos do mundo microbiano. A classificação biológica tende a ser mais perene, mas a amplitude da gestão ambiental envolve classificações menos permanentes, de teor social. OS POSTULADOS DE KOCH (1880) 1. Um microrganismo específico pode sempre estar associado a uma doença. (Pode, mas não necessariamente, ou seja, há doenças que não são causadas por microrganismos.); 2. O microrganismo pode ser isolado e cultivado em meio de cultura pura, em condições laboratoriais; 3. A cultura pura do microrganismo produzirá a doença quando inoculada em animal suscetível. (Na verdade, a cultura produz infecção, pois a doença é a manifestação dos sintomas.); 4. É possível recuperar o microrganismo inoculado do animal infectado experimentalmente. Logo após tais postulados surge uma primeira classificação, feita em função da coloração GRAM (1884). Em 1892 foi isolado o primeiro vírus, em um vegetal, por IVANOVSKI. O termo “microbiologia” foi formalizado como área de conhecimento apenas em 1899. Em 1900, foi possível isolar o primeiro vírus causador de doenças humanas, o da febre amarela. Os sistemas vivos têm uma série de características, como metabolismo, reprodução/ crescimento, diferenciação, comunicação, movimentação e evolução. Não somente para microrganismos, como também para seres humanos. É importante destacar, para os microrganismos, que a movimentação não é necessariamente expressa apenas por estruturas flageladas. O deslocamento vetorial também é uma maneira de movimentação, por exemplo. A classificação é a maneira de se estabelecer um arranjo no qual notadamente se usa a especiação. Em microrganismos, usa-se outros critérios, porque a espécie apenas não é o bastante. A classificação biológica visa estabelecer a diversidade entre organismos, tentando demonstrar a riqueza de espécies em número, e a representatividade dessas espécies no meio. A biodiversidade garante que todas as funções ecossistêmicas sejam desempenhadas constantemente. Estabelecida uma classificação, é preciso conseguir reconhecer um indivíduo e classificá-lo. Identificar é uma descrição e caracterização mais detalhada dentro de grandes grupos. Orientações básicas para a classificação são: nunca alocar um organismo em duas classes diferentes, e ao final da classificação não deve haver nenhum organismo sem classe. Quando aos tipos de classificação, elas podem ser: - morfológicas: tamanho, forma e arranjo das células, incluindo também estruturas celulares internas; - nutricionais e do meio em que crescem: nutrientes, temperatura, luminosidade, etc. É um método muito utilizado, e junto com as classificações metabólicas é o método mais usado para a definição de espécies; - metabólicas: reações bioquímicas realizadas pelos microrganismos como importantes indicadores paras os fins taxonômicos; - antigênicas: são importantes para a identificação dos microrganismos. Antígeno é o nome mais genérico possível para a identificação de um corpo estranho dentro de outro corpo. Um antígeno tem sempre alguma estrutura em si que ativa o sistema de defesa do organismo onde ele está. O mecanismo de funcionamento de vacinas é se apropriar dos antígenos e introduzi-los nos corpos, forçando o sistema