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CURSO DE DIREITO
PROCESSO DE EXECUÇÃO
Professor: Luiz Cola
TEORIA GERAL DAS EXECUÇÕES
(Câmara, Vol. II, p. 141; M.V.R.G. p. 545)
INTRODUÇÃO e EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
O CPC 2015 está dividido em 02 partes (Parte Geral e Especial). A Parte Geral esta dividida em IV Livros (art. 1º a 317) já a Parte Especial está dividida em III Livros mais um Livro Complementar (Art. 318 a 1072). A parte geral do CPC destina-se a regulamentar assuntos gerais da lei processual como normas procedimentais, função jurisdicional, sujeitos do processo, atos processuais, tutela provisória e formação, suspensão e extinção do processo. A parte especial trata de assuntos específicos como o processo de conhecimento e cumprimento de sentença, processo de execução, recursos e disposições finais e transitórias. 
A parte objeto de estudo do Processo Civil IV será o processo de Execução (art. 771 a 925) e Cumprimento de Sentença (art. 513 a 538). Estaremos também estudando os arts. 509 a 511 que tratam da Liquidação de Sentença.
 
O processo de execução visa o cumprimento de determinado obrigação que esteja contida em documento com força executiva extrajudicial (art. 784) ou judicial (art. 515), neste último caso se dará o nome de cumprimento de sentença.
Art. 784.  São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembléia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Art. 515.  São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
O processo de conhecimento pode gerar sentença declaratória, constitutiva e condenatória, mas somente este último ensejará a fase de cumprimento de sentença.
O processo de execução será aviado quando o devedor não cumprir no prazo estipulado a obrigação contida no titulo, ensejando a intervenção estatal para compeli-lo ao cumprimento sob pena de serem tomadas medidas expropriantes de seus bens para tal fim. 
Cabe registrar que as teorias da ação, condições da ação e pressupostos processuais são aplicáveis ao processo de execução.
CONCEITO: 
Conjunto de atos estatais através de que, com ou sem o concurso de vontade do devedor (e até contra ela), invade-se seu patrimônio para, à custa dele, realizar-se o resultado prático desejado concretamente pelo direito objetivo.(Câmara, vol. II, p. 142)
O processo de execução, também pode ser conceituado como sendo:
O conjunto de medidas com as quais o juiz produz a satisfação do direito de uma pessoa às custas do patrimônio de outra, quer com concurso da vontade desta (através de medidas coercitivas), quer independentemente ou mesmo contra ela (através de medidas subrrogativas). (Dinamarco, Vol. IV, p. 34.)
Através deste processo, o estado substitui a atividade das partes, pois no lugar do executado, expropria seus bens para pagar o credor. Assim, são meios coercitivos, também, as astreintes e prisão civil do devedor de alimentos.
REQUISITOS DO TÍTULO EXECUTIVO:
A obrigação que consta do título deve ser LIQUIDA, CERTA E EXIGÍVEL o que significa dizer que, não é o titulo quem deve possuir estas qualidades, mas sim a obrigação (por esta razão fora corrigida a redação do art. 783 CPC).
Por sua vez o art. 803, diz ser nula a execução se o titulo não corresponder a obrigação liquida, certa e exigível. Deve-se registrar que não se trata propriamente de nulidade, mas sim de carência de execução pois faltara ao credor interesse de agir.
Art. 803.  É nula a execução se:
I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível;
II - o executado não for regularmente citado;
III - for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo.
Parágrafo único.  A nulidade de que cuida este artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte, independentemente de embargos à execução.
Por esta razão pode o devedor se opor a execução, visto mesmo ser o título formalmente perfeito, pode haver algum vício sobre a obrigação que lhe nulifique, ou a extinga. 
Por ser matéria de ordem pública, pode o juiz reconhecer tais questões de oficio. 
ESPÉCIES DE EXECUÇÃO:
Livro II Do Processo de Execução (art. 771 a 925)
Titulo I - Execução em Geral – art. 771 a 796;
	
Titulo II, Cap. I:	Das Diversas Espécies de Execução – art. 797 a 805;
	Cap. II: Execução para entrega de coisa certa– art. 806 a 810;
			Execução para entrega de coisa incerta– art. 811 a 813;
 Cap. III: Execução de Obrigação de Fazer e Não Fazer – art. 814 a 823;	
 Cap. IV: Execução Por Quantia Certa – art. 824 a 909;
 Cap. V: Execução contra a Fazenda – art. 910;
 Cap. VI: Execução de Alimentos – art. 911 a 913;
Titulo III – Dos Embargos à Execução – art. 914 a 920;
Titulo IV – Da Suspensão e Extinção do Processo de Execução – art. 921 a 925
	Cap. I: Da Suspensão do Processo de Execução – art. 921 a 923;
	Cap. II: Da Extinção do Processo de Execução – art. 924 a 925;
Execução contra Devedor Insolvente – não foi tratada pelo CPC 2015. Continuará valendo das regras do CPC 1973 em seus arts. 748/786-A;
Art. 1.052.  Até a edição de lei específica, as execuções contra devedor insolvente, em curso ou que venham a ser propostas, permanecem reguladas pelo Livro II, Título IV, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
Os processos que tramitam pelo rito sumário e procedimentos especiais (extintos) continuarão sendo regidos pelo CPC 1973.
Art. 1.046.  Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 1o As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiaisque forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste Código.
Livro I – Título II, Cumprimento de Sentença – art. 513 a 538;
		
	 Cap. I – Disposições Gerais – art. 513 a 519;
	 Cap. II – Do Cumprimento Provisório da Sentença que Reconhece a Exigibilidade de Obrigação de Pagar Quantia Certa – art. 520 a 522;
	 Cap. III – Do Cumprimento Definitivo da Sentença que Reconhece a Exigibilidade de Obrigação de Pagar Quantia Certa – art. 523 a 527;
	 Cap. IV – Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação de Prestar Alimentos – art. 528 a 533;
	 Cap. V – Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação de Pagar Quantia Certa pela Fazenda Pública – art. 534 e 535;
	 Cap. VI – Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação de Fazer, de Não Fazer ou de Entregar Coisa - art. 536 a 538.
EXECUÇÃO AUTONOMA ou MEDIATA:
Também chamada de exintervallo, será utilizada para executar títulos extrajudiciais, previstos no art. 784 do CPC. Esta espécie de execução será processada em processo autônomo, haverá citação própria, com número próprio, pagamento de custas e honorários. Ex: Cheque, duplicata, promissória, etc.
EXCEÇÕES 
Embora previstos no art. 515 do CPC, a: 1) a sentença penal condenatória transitada em julgado, 2) a sentença arbitral e a 3) sentença estrangeira homologada pelo STJ; 4) a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça, deverão ser executadas de forma autônoma, assim como ocorre com os títulos extrajudiciais. 
EXECUÇÃO IMEDIATA = CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Chamada de sineintervallo, tendo em vista não haver intervalo (chamado de processo sincrético) entre a ação de conhecimento e o seu inicio. Tal execução, agora chamada de cumprimento de sentença, decorre da existência de sentença condenatória e se processa nos próprios autos da demanda que a gerou. Será utilizada para perquirir os direitos reconhecidos nos títulos que constam do art. 515 do CPC, observando-se as exceções acima.
A este respeito, dispõe ao art. 515, § 1º:
§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA PROVISÓRIO e DEFINITIVO.
O cumprimento provisório de sentença ocorrerá da seguinte forma (art. 520):
Art. 520.  O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução;
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
O cumprimento provisório deverá vir acompanhado das seguintes peças:
Art. 522.  O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente.
Parágrafo único.  Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal:
I - decisão exequenda;
II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;
III - procurações outorgadas pelas partes;
IV - decisão de habilitação, se for o caso;
V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito.
Não se tratando de processo eletrônico, o cumprimento de sentença provisório será processado em autos próprios e correrá na instância originária do processo.
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA:
Apresentado pedido de cumprimento de sentença o exeqüente poderá impugná-lo no prazo de 15 dias (§1º art. 520). Deve-se atentar que o prazo para impugnação apenas começa a correr 15 dias após ser o devedor intimado para pagar conforme aduz o art. 523. 
Art. 523.  No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
Art. 525.  Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.
 Pode ser dispensada a caução: (Art. 521)
Art. 521.  A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que:
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
II - o credor demonstrar situação de necessidade;
III - pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1.042;
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
Parágrafo único.  A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
O agravo referido no inciso III acima trata de agravo contra decisão do Presidente ou Vice Presidente do Tribunal que indeferir o processamento de RE e REsp sobrestados na origem por estar a decisão recorrida em conformidade com o entendimento de Tribunal Superior (art. 1.040, I). 
Art. 1.042.  Cabe agravo contra decisão de presidente ou de vice-presidente do tribunal que:
II - inadmitir, com base no art. 1.040, inciso I, recurso especial ou extraordinário sob o fundamento de que o acórdão recorrido coincide com a orientação do tribunal superior;
III - inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, § 8o, ou no art. 1.039, parágrafo único, sob o fundamento de que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida.
Art. 1.035.  O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.
§ 8o Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica.
Art. 1.039.  Decididos os recursos afetados, os órgãos colegiados declararão prejudicados os demais recursos versando sobre idêntica controvérsia ou os decidirão aplicando a tese firmada.
Parágrafo único.  Negada a existência de repercussão geral no recurso extraordinário afetado, serão considerados automaticamenteinadmitidos os recursos extraordinários cujo processamento tenha sido sobrestado.
Caso revertida a sentença dos embargos, a questão se resolverá em perdas e danos, aplicando-se nestes casos a responsabilidade objetiva. 
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE EXECUÇÃO PROVISÓRIA E DEFINITIVA
a) O cumprimento provisório corre por conta e risco do credor que assume o risco da reversão do julgado. Responde por perdas e danos independentemente de culpa;
b) Havendo reversão do julgado retornara ao status quo ante sendo os danos liquidados no próprio processo por arbitramento.
c) O cumprimento definitivo se processa nos próprios autos que constitui o título, já o cumprimento provisório se processo em autos em apartado tendo em vista que a ação estará no juízo ad quem, sendo necessário extração de cópias da ação para formar os autos independentes (antigamente chamada de carta de sentença).
d) No cumprimento provisório, se o exeqüente desejar alienar bens ou levantar dinheiro, será necessário prestar caução idônea, já no cumprimento definitivo, não é exigida caução.
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA:
Entre o Procedimento Comum e o Processo de Execução:
Art. 318.  Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei.
Parágrafo único.  O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução.
As normas do procedimento comum são aplicáveis ao processo de execução se não houver norma especifica que regulamente o assunto no âmbito do processo de execução. Havendo norma especifica que trate do assunto, está prevalecerá em detrimento da norma geral.
Entre o Processo de Execução e o Cumprimento de Sentença:
O CPC tratou com mais riqueza de detalhe o processo de execução do que o cumprimento de sentença, assim, sendo omisso o código sobre alguém assunto pertinente ao cumprimento de sentença deve o operador aplicar subsidiariamente as regras do processo de execução.
Art. 771.  Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título extrajudicial, e suas disposições aplicam-se, também, no que couber, aos procedimentos especiais de execução, aos atos executivos realizados no procedimento de cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei atribuir força executiva.
Parágrafo único.  Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições do Livro I da Parte Especial.
	
O livro I da Parte Especial refere-se ao Processo de Conhecimento e ao Cumprimento de Sentença. (art. 318 e seguintes)
Nos moldes do art. 771 do CPC, poderá ser aplicado subsidiariamente as disposições do processo de execução, ao cumprimento de sentença, sempre que houver omissão da parte especifica do código que estabelece o cumprimento de sentença. 
O disposto sobre cumprimento provisório no CPC é aplicável no cumprimento das tutelas provisórias, conforme prevê o art. 519:
Art. 519.  Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que concederem tutela provisória.
COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO CIVIL (MVRG, p. 557) Art. 781 e 782
A competência pode ser: a) relativa e b) Absoluta (pode ser reconhecida de oficio).
Competência para Cumprimento de Sentença: Dispõe o art. 516:
Art. 516.  O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único.  Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
As duas primeiras hipóteses são de competência funcional (absoluta), pois a fase executória deve ser processada perante o mesmo juízo que formou o título executivo, não podendo ser modificada pelas partes, nem objeto de eleição. Outrossim, existe exceção, conforme estabelece o § ú do mesmo artigo, quando diz ser possível a opção para o local onde estão os bens sujeitos a expropriação ou pelo atual domicilio do devedor. 
Entende a doutrina que a regra do inciso II, continua sendo de competência absoluta, pois se relativa fosse, haveria possibilidade de escolha de qualquer outro foro, o que não é possível.
Procedimento: O juízo escolhido deverá receber a petição para o cumprimento de sentença e após verificar se de fato possui competência, deverá solicitar os autos ao juiz de origem para envio dos autos, devendo os autos serem arquivados no local onde correu a execução. Caso o juízo de origem não queira enviar os autos, deve ser instaurado conflito positivo de competência. 
OBS: Tratando de competência em caso de execução de alimentos, além da possibilidade de escolha pode o exequente optar em processar a execução em seu próprio domicílio conforme prevê o art. 53, II: 
Art. 53.  É competente o foro:
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
OBS: Execução de alimentos baseada em titulo extrajudicial. (art. 911/913)
No que tange ao inciso III, a competência é relativa, pois porque inexiste processo de conhecimento anterior que vincule o titulo. Assim, tratando-se de:
a) sentença penal condenatória: aplica-se as regras de competência do art. 46 do CPC (domicilio do réu). 
b) Sentença Arbitral: será a execução proposta no foro onde ocorreu a arbitragem;
c) Sentença Estrangeira: será cumprida na Justiça Federal de primeira instância; 
Competência para Execução de Título ExtraJudicial:
Neste caso a competência será relativa, devendo ser observadas as regras de eleição, se houverem. As regras de competência aplicáveis são as mesmas do processo de conhecimento.
Assim, deve-se observar:
a) Se existe foro de eleição – se houver, deve ser respeitado;
b) Não havendo, prevalece o da praça de pagamento em razão do art. 53, III, “d” que dispõe que a ação deve ser proposta no local onde a obrigação deve ser satisfeita.
Art. 53.  É competente o foro:
III - do lugar:
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
c) Não havendo nenhuma das anteriores, deve ser proposta no domicilio do réu, por ser esta a regra geral da ação de conhecimento (art. 46). 
LEGITIMIDADE PARA O PROCESSO DE EXECUÇÃO (Art. 778/779)
Legitimados Ativamente:
Art. 778.  Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2o A sucessão prevista no § 1o independe de consentimento do executado.
OBS1: São ainda legitimados os ofendidos, mesmo que não figurem no título, quando se tratar de ação penal condenatória (salvo nos casos de ação privada).
Mesmo não constando do título o CPC autoriza que os ofendidos promovam a liquidação e posterior execução dos danos causados. 
OBS2: Pode ainda o ofendido nas ações coletivas, nos moldes da Lei da Ação Civil Pública, mesmo não constando do título, promover a liquidação e posterior execução. 
OBS3: Pode também o advogado, promover a execução dos honorários de sucumbência nos moldes do art. 23 da Lei 8.906/94, juntamente com a execução geral, ou ajuizarexecução autônoma. Registre-se que, os honorários contratuais devem ser executados sempre em autos próprios. 
Legitimados Passivamente:
Art. 779.  A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
OBS1: O empregador pode ser executado com fundamento em sentença condenatória do empregado? Os atos praticados pelo empregado no exercício de suas funções, obriga o empregador, razão pela qual podem ser processados em litisconsórcio. Outrossim, não havendo inclusão da empresa no pólo passivo, não pode ela ser executada. 
ESPÉCIES DE TÍTULOS EXECUTIVOS
A existência de título executivo é requisito indispensável para o ajuizamento do processo de qualquer execução. Nosso ordenamento jurídico atribui aos referidos documentos status de prova legal, podendo dele se extrair presunção legal de existência de crédito. 
Extrajudiciais – São aqueles previstos no art. 784 do CPC:
Art. 784.  São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembléia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Judiciais – Os títulos executivos judiciais são provenientes de decisões dos órgãos do poder judiciário ou de outros órgãos que possuam força semelhante (Ex. sentença arbitral)
O rol dos títulos executivos judiciais está previsto no art. 515 do CPC, senão vejamos:
Art. 515.  São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
COGNIÇÃO NO PROCESSO DE EXECUÇÃO
No processo de execução, também é exercida cognição, pois o magistrado deve enfrentar questões como analisar pedido de substituição de penhora, penhorabilidade dos bens, análise das condições da ação e pressupostos processuais.
Podem ainda serem discutidas no processo de execução, através de Exceção de Pré-Executividade, nulidades do titulo ou do processo, prescrição, decadência e demais questões de ordem pública. 
Instrumentos da Sanção Executiva:
1) Técnica Sub-Rogação – Este instrumento será utilizado quando o Estado substituir o devedor no cumprimento da obrigação. Ex1: Se o devedor não paga, ele apreende os bens e com o produto da excussão para o credor, ou entrega o próprio bem ao credor (adjudicação). Ex2: Se o devedor não cumpre a obrigação de pintar o muro, o estado autoriza a contratação de um profissional que o faça as expensas do devedor.
2) Técnica da Coerção - Neste caso não ocorre a substituição pelo estado, mas sim, a imposição de seu cumprimento pelo próprio devedor, sob pena de multa. Será utilizado nos casos de obrigação personalíssima. Ex: contratação de pintura de um quadro por um pintor famoso.
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS 
Ao processo de execução são aplicáveis todos os princípios referentes ao processo de conhecimento, outrossim, temos alguns princípios específicos:
1) Efetividade da Execução:
A execução deve compor aquilo e exatamente aquilo que o credor tem direito. Visa restituir as coisas a seu estado anterior.
Ex: Na execução deve ser recomposto ao patrimônio do credor as custas processuais, honorários e todos emolumentos dispendidos pelo credor.
2) Menor Onerosidade, Menor Sacrifício ou da Execução Menos Gravosa:
Tal princípio orienta que, o juiz e as partes devem sempre atuar de forma que a execução seja menos onerosa ao poder judiciário e partes. (art. 805 CPC)
Art. 805.  Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Assim, mesmo sendo a execução exercida contra a vontade do devedor, poderá este pedir a substituição de bens penhorados (art. 847) tendo em vista evitar danos ou para agilizar a execução.
Art. 847.  O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias contado da intimação da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
A observância a ordem de preferência do art. 835 é medida que visa a celeridade e economia processual, pois a ordem de preferência está organizada de forma que os bens de maior liquidez sejam alienados antes que os de menor liquidez. 
3) Contraditório:
Decorre do preceito constitucional insculpido no art. 5º, LV da CF. Tal princípio em razão da natureza do processo de execução, sofre mitigações, contudo, deve-se dar ao executado o direito de alegar e discutir as questões não discutidas que possam obstaculizar o direito do exequente. 
Podem ser discutidas questões anteriores a formação do título ou posteriores a estes, de ordem material ou processual. Quando o título for judicial, as questões anteriores a formação do título já estarão cobertas pela coisa julgada, não mais sujeita a discussão.
As questões de ordem pública, por não estarem sujeitas a preclusão, podem ser alegadas a qualquer tempo. (prescrição, citação nula e demais nulidades, incompetência absoluta, penhora de bens absolutamente impenhoráveis) – art. 803 do CPC. (OBJEÇÃO DE PRE-EXECUTIVIDADE)
No cumprimento de sentença a defesa do executado se dará mediante IMPUGNAÇÃO (art. 525 - prazo será de 15 dias a contar do término do prazo para pagar que será de 15 dias conforme art. 523) podendo ser discutidas as questões que constam do § 1º do mesmo artigo. 
Quando a execução for de título extrajudicial a defesa será em forma de EMBARGOS (art. 915, § 1º - prazo será de 15 dias a contarda juntada do mandado cumprido) podendo ser discutidas as matérias constantes do art. 914/920 do CPC. 
Prazo: O prazo para a impugnação ou embargos será o mesmo = 15 dias, mas o evento deflagrador será diferente em cada caso conforme consta acima.
4) Princípio do Desfecho Único: (Dinamarco, p. 153)
Tal princípio aponta para a postura de que a execução deva voltar seus atos para a satisfação do direito do exequente, não se admitindo a prática de atos ou providências que não sejam voltadas ao cumprimento do direito. 
5) Princípio da Autonomia: 
Nas execuções de titulo extrajudicial, a execução se dará em processo próprio. No cumprimento de sentença se dará nos próprios autos da ação principal como fase executiva do processo, exceto nos casos de sentença arbitral, estrangeira, penal e contra a fazenda pública. 
6)Princípio da Patrimonialidade: 
A execução recai sobre o patrimônio do devedor e não sobre sua pessoa (art. 591), sobre os bens presentes e futuros. Merece ressalva a execução de alimentos que pode gerar a prisão do devedor (art. 733). Registre-se que em razão da Súmula Vinculante 25 não existe prisão civil de depositário infiel.
Outros meios de coerção podem ser utilizados pelo juiz, como a multa e busca e apreensão. 
7) Princípio da Disponibilidade do Processo pelo Credor:
Nos moldes do art. 775, o credor/exequente pode desistir do processo de execução a qualquer momento, sem necessidade de consentimento do devedor/executado. No processo de conhecimento a desistência do processo após a contestação depende da vontade do réu (art. 485, § 4º).
Art. 775.  O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva.
Parágrafo único.  Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios;
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante.
Art. 485 (omissis) 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
Art. 200.  (omissis)
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial.
Exceção: Em regra o exeqüente pode desistir da execução a qualquer momento sem necessidade de anuência do executado, contudo, se os embargos versarem sobre direito material (art. 775, II) a desistência estará condicionada a vontade do devedor.
Em síntese: A desistência é livre quando: a) não houver embargos e; b) havendo embargos, estes tratarem de assuntos meramente processuais.
OBS: Se o juiz extinguir a execução a pedido do exequente, este será condenado às custas processuais e honorários.
Litisconsórcio na Execução: (MVRG, p. 565)
Haverá possibilidade de litisconsórcio na execução tanto no cumprimento de sentença, seja ela ativo, passivo ou misto. Se no processo de conhecimento houve mais de um autor ou réu, podem eles serem exequentes ou executados na fase de cumprimento, procedendo da mesma forma na execução, se mais de uma pessoa figurar no título como credor ou devedor.
Poderá ainda ocorrer o litisconsórcio facultativo e o necessário. Tratando-se de obrigação de pagar, será sempre facultativo o litisconsórcio, pois dinheiro é um bem divisível. Por sua vez, tratando de execução para entrega de coisa, fazer ou não fazer, e sendo o bem indivisível, será o litisconsórcio necessário. 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA EXECUÇÃO
Nenhuma das modalidades de intervenção de terceiros previstas no Titulo II do CPC (art. 119 e ss) é cabível no processo de execução.
1) Não é cabível a ASSISTÊNCIA – Porque esta é destina a permitir terceiro que tenha interesse em ver a sentença beneficiando uma partes, entre no processo e pratique atos em seu favor. Não é possível porque, na execução, não tem sentença favorável, mais sim, meros atos satisfativos.
2) Não cabe DENUNCIAÇÃO A LIDE, CHAMAMENTO AO PROCESSO E OPOSIÇÃO – Porque todas estas hipóteses pressupõem a existência de interesse na condenação da parte ex-adversa, sendo que na execução inexiste condenação.
3) Não cabe NOMEAÇÃO A AUTORIA – Pois esta modalidade de intervenção de terceiros serve para corrigir o pólo passivo nas ações de conhecimento, quando alguém em nome alheio houver praticado atos em cumprimento de ordem ou determinação de outrem. 
INTERVENÇÕES DE TERCEIROS CABÍVEIS NO PROCESSO DE EXECUÇÃO:
No art. 790 do CPC podemos encontrar alguns casos: Sucessor, sócio, entidade financeira detentora de alienação fiduciária. A doutrina ainda elenca alguns casos:
1) Credor com Garantia Real, Credores Concorrentes, Cônjuge, Ascendentes ou Descendentes, quando requerem a adjudicação do bem; 
2) Terceiro que arremata bem em hasta pública;
3) Credores Preferenciais, quando intervêm na execução para assegurar a prioridade de pagamento.
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A EXECUÇÃO:
Requisitos processuais:
Art. 798.  Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
I - instruir a petição inicial com:
a) o título executivo extrajudicial;
b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa;
c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso;
d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente;
II - indicar:
a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada;
b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica;
c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível.
Parágrafo único.  O demonstrativo do débito deverá conter:
I - o índice de correção monetária adotado;
II - a taxa de juros aplicada;
III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da taxa de juros utilizados;
IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
V - a especificação de desconto obrigatório realizado.
Para inicio da Ação Executiva, ainda deve-se observar:
1) Inadimplemento do Devedor e 2) Existência de Titulo Executivo hábil;
1) Inadimplemento do Devedor = O credor não pode iniciar a execução se o devedor cumprir a obrigação. Não se impõe o inadimplemento absoluto, bastando a mora do devedor. Por mora entende-se que a obrigação não fora cumprida da forma convencionada, persistindo o interesse do credor em receber as coisas ou valor acrescidos dos emolumentos legais. Por outro lado, o inadimplemento absoluto ocorrerá quando o credor, em razão do não cumprimento da obrigação, perder o interesse em que ela seja cumprida conforme o contratado, como por exemplo, quando um vestido de noiva não for entregue na data combinada, cabendo reparação por perdas e danos.
Nas duas hipóteses cabe execução.
Para exigir o cumprimento da prestação dá-se por necessário observar o tempo para o cumprimento da obrigação, que são definidos pelo direito material. Assim, tratando-se de obrigação com prazo certo, quando o título indicar a data do pagamento, no dia seguinte ao inadimplemento estará o devedor em mora (mora ex re). Se a obrigação não tem prazo certo para ser cumprida, será necessário notificar o devedor para que, caso não cumpra, incida em mora (mora ex persona).
OBS: O contrato de Compromisso de Compra e Venda de Imóveis, mesmo tendo prazo certo, exige a notificação para incidência da mora. Neste caso, deve haver notificação previa, não suprível pela citação.
Citação – Não tendo o devedor sido constituído em mora pelo decurso do prazo que consta do título ou pela notificação, poderá ser feito através da citação, conforme dispõe o art. 219 CPC.
Atos Ilícitos – Em razão daSúmula 54 do STJ, nas obrigações por ato ilícito, o devedor estará em mora desde a prática do ato.
DO LUGAR DO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES:
As obrigações são cumpridas no local que conste do titulo. Se ele não prever, será aplicável a regra do art. 327 do CC, ou seja, domicílio do devedor.
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Assim, perceba-se que, a regra geral será o pagamento feito no domicilio do devedor, cabendo ao credor procurá-lo para receber (obrigações quesíveis ou querables), podendo haver convenção em contrário e ser definido o domicilio do credor (obrigações portáveis ou portables).
Prova do Pagamento: Será feito através da apresentação de recibo (art. 319 e 320 CC) ou do próprio título conforme preconiza o art. 324 do CC:
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.
Obrigações Líquidas:
Somente se pode falar em inadimplemento de obrigação liquidas, sendo ilíquida, não se pode falar em atraso no pagamento, visto que se dá por necessária a prévia liquidação. Nos títulos executivos extrajudiciais, as obrigações devem ser sempre líquidas, pois se assim não for, resta inviável a execução. Nos títulos judiciais, poderá haver a liquidação da sentença antes de seu cumprimento. 
Obrigações Condicionais e a Termo: (art. 572 CPC)
Entende-se por condição o evento futuro e incerto, ao passo que o termo consiste no evento futuro e certo, do qual depende a eficácia da obrigação. 
Art. 572. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o credor não poderá executar a sentença sem provar que se realizou a condição ou que ocorreu o termo.
2) Existência de Titulo Executivo hábil = Para que haja execução o título executivo deve preencher os requisitos legais, sob pena de nulidade da execução. 
Teorias sobre a Natureza Jurídica do Título:
1ª – TEORIA DE CARNELUTTI – Sustenta que o titulo é um documento que prova o crédito. Não vê autonomia entre o título e o crédito, assim, se há o primeiro, haverá também o segundo.
2ª – TEORIA DE LIEBMAN – Defende que o título é a concretização da vontade do estado e não tem função de documentar a existência de um crédito, pois podem existir títulos sem que exista crédito. O título possui autonomia absoluta em relação ao crédito, não havendo relação de dependência entre eles. Considera que para o início da execução, basta a prova da existência do titulo, não necessitando a prova do crédito. 
2ª – TEORIA DE SATTA – O título é considerado como documento e como ato, pois o título está vinculado ao crédito, devendo os dois serem considerados uma só coisa com dois enfoques diversos, sendo o título o continente e o crédito o conteúdo. Defende que o titulo é autônomo, pois por si só basta para o ajuizamento da execução, mas em razão de sua relação com o crédito, há possibilidade de discutir este nas vias judiciais pelo devedor. (Teoria adotada pela doutrina Brasileira, Costa e Silva; Humberto Theodoro; Araken de Assis).
PLURALIDADE DE TÍTULOS:
É possível cumular várias execuções em um só processo, sendo para tanto que sejam respeitados os requisitos do art. 327 e 780, quais sejam:
a) Que os pedidos sejam compatíveis;
b) O juiz seja competente;
c) Que os pedidos possam tramitar sob o mesmo rito.
Art. 327.  É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
Art. 780.  O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
Neste sentido, dispõe a Súmula 27 do STJ:
STJ Súmula nº 27 - 12/06/1991 - DJ 20.06.1991
Execução - Mais de Um Título - Mesmo Negócio
Pode a execução fundar-se em mais de um título extrajudicial relativos ao mesmo negócio.
Caso algum dos títulos seja inválido, a execução poderá prosseguir quanto aos demais.
AJUIZAMENTO DE EXECUÇÃO COM CÓPIA DE TÍTULO:
Em regra a execução não pode ser instruída com cópia do título, mas apenas com o documento original. Nem mesmo é admissível a cópia autenticada. Esta regra não é absoluta, pois provando a impossibilidade de juntada do título, deve ser aceita a execução com a juntada da copia. Ex1: quando o titulo estiver como documento em inquérito policial ou ação penal. Ex2:Também é admissível a juntada de cópia, quando se tratar de execução provisória e os autos principais estivem no órgão ad quem aguardando recurso. 
DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL: (art. 789/796)
Entende-se por responsabilidade patrimonial a sujeição dos bens do devedor ao cumprimento da obrigação.
Não se pode confundir a obrigação com a responsabilidade, pois perfazem coisas diversas e são formadas em momentos distintos.
A obrigação surge quando o débito é contraído (Ex: quando o devedor assina o contrato). Se o devedor cumpre a obrigação não há de falar em responsabilidade. Outrossim, havendo inadimplemento, a responsabilidade surgirá e seu patrimônio estará sujeito a execução. Percebe-se, assim que, é o inadimplemento que faz surgir a responsabilidade.
Mas é possível haver débito sem responsabilidade e responsabilidade sem débito. Perceba que se o crédito estiver prescrito, não existe responsabilidade (pois os bens do devedor não respondem), mas existe débito, pois se houver o pagamento não é lícito buscar o eventual reembolso (art. 882 CC). O mesmo ocorrendo com as dívidas de jogo (art. 814, 883 CC – aduz sobre fins proibidos por lei).
É possível ainda se vislumbrar responsabilidade sem débito é o caso do fiador, pois embora não deva, assume a responsabilidade de pagar. Da mesma forma ocorre nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, onde o sócio se responsabiliza pelas obrigações da empresa. 
BENS SUJEITOS A EXECUÇÃO: (MVRG, p. 582)
Estão sujeitos a execução os bens penhoráveis, presentes e futuros do devedor (art. 789). A lei não diz quais são eles, mas diz os IMPENHORÁVEIS, conforme extrai-se do art. 833 do CPC:
Art. 833.  São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
XII- os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.
§ 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária. 
OBS1: Lei 8.009/90 – Inclui entre os bens impenhoráveis o bem de família, que garante a impenhorabilidade do imóvel residencial contra dívidas, salvo as exceções do art. 3º da referida lei:
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Art. 2ºExcluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos.
Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste artigo.
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias;
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III - pelo credor de pensão alimentícia;
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. 
Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente, adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga.
§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir a impenhorabilidade para a moradia familiar anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execução ou concurso, conforme a hipótese.
§ 2ºQuando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia, com os respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da Constituição, à área limitada como pequena propriedade rural.
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil.
OBS2: Constituição de bem de família pode se dar: 
a) Na forma do art. 1.711 do CC, através de escritura pública: 
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
Art. 1.721.A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.
Parágrafo único. Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de família, se for o único bem do casal.
Art. 1.722.Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos a curatela.
OBS3: Nos moldes da Súmula 364 do STJ, o conceito de família deve ser estendido ao solteiro, separados e viúvos:
“O CONCEITO DE IMPENHORABILIDADE DE BEM DE FAMÍLIA ABRANGE TAMBÉM O IMÓVEL PERTENCENTE A PESSOAS SOLTEIRAS, SEPARADAS E VIÚVAS.”
OBS4: Se o devedor não for o proprietário do bem, mas tiver direitos sobre ele, poderá a penhora incidir sobre tais direitos, como nos casos de promessa de compra e venda e alienação fiduciária.
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. DIREITOS DO DEVEDOR FIDUCIANTE. CABIMENTO. PRECEDENTES STJ E TJRS. Perfeitamente cabível a penhora dos direitos do devedor fiduciante sobre o veículo alienado fiduciariamente, na forma dos artigos 11, VIII, LEF e 655, XI, CPC, entendimento em consonância com a orientação do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte sobre a matéria.
OBS5: Se o devedor oferecer o bem a penhora, qualquer dos bens impenhoráveis poderão ser penhorados, pois gerará presunção de renúncia a impenhorabilidade.
ALEGAÇÃO DE IMPENHORABILIDADE:
É ponto pacífico que a impenhorabilidade consiste em matéria de ordem pública e por esta razão pode ser reconhecida de ofício ou ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição por simples petição, embargos ou impugnação.
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL DE TERCEIROS:
Em regra quem responde pelo debito é o devedor, contudo, em algumas situações esta pode recair sobre terceiros conforme dispõe o art. 790 do CPC:
Art. 790.  São sujeitos à execução os bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
II - do sócio, nos termos da lei;
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros;
IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida;
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
O inciso I refere-se a alienação de coisa litigiosa, sendo que aquele que adquire coisa litigiosa responde pelos efeitos da sentença nos moldes do art. 109 do CPC:
Art. 109.  A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes.
A alienação de bem penhorado é considerada ineficaz e constitui fraude à execução (art. 774, I). Deve se observar que ninguém herda dívida no direito brasileiro, pois esta somente pode incidir sobre os bens do falecido (art. 1192 CC), que responderão ao limite de suas forças.
II - do sócio, nos termos da lei;
Sendo a empresa solvente, os sócios não serão responsabilizados pelas dívidas da pessoa jurídica, por outro lado, sendo insolvente, poderá haver desconsideração da responsabilidade jurídica que poderá no âmbito do direito do consumidor (art. 28 da Lei 8.078/90), no Direito Civil (art. 50), Infração a Ordem Econômica (art. 18 Lei 8884/94), Direito Ambiental (art. 4º, Lei 9.605/98), sendo que, em cada um destes ramos, terá requisitos específicos, sendo, contudo em regra admissível quando houver: (para memorização ACDF):a) Confusão patrimonial; 
b) Desvio de finalidade; 
c) Fraude;
d) Abuso;
Do abuso: No Código Civil, o abuso se apresenta no art. 187 como um ato ilícito consistente no exercício de um direito, por seu titular, que "...excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes". Justen Filho (1987: 129-130) assinala que a abusividade não é uma questão estrutural, mas funcional, de modo que sua caracterização não estaria na constituição da pessoa jurídica, mas na sua utilização. 
Assevera Freitas (2002: 220) que "o abuso de direito deve ser analisado à luz da teoria segundo a qual o Direito possui uma função social ativa que objetiva atingir os fins do Estado, que, antes de tudo, referem-se ao bem-estar da coletividade". E acresce, a seguir:De qualquer forma, o posicionamento pátrio dominante é no intuito de que o abuso de direito reflete prática que foge à normalidade, à regularidade com a intenção de causar prejuízo a outrem.
 
Anota Venosa (2003: 602) que o problema maior na aferição do abuso é que sua noção seria supra legal.Entende-se, todavia que apesar da aferição do abuso ser supra legal mesmo assim, a flexibilidade adotada por influência dos princípios sociais do Código, determinando a conduta ética e protegendo a sociedade contra comportamentos egoísticos contrários ao bem-estar social, talvez seja a mesma inadequada, sendo mais prudente e correto o rigorismo de um sistema de tipicidade fechada que já pré-determinasse o que seria abuso de direito no contexto da desconsideração.
 
Da fraude: A fraude, segundo Venosa (2003: 489) "é todo artifício malicioso que uma pessoa emprega com intenção de transgredir o Direito ou prejudicar interesses de terceiros". Uma única ressalva quanto a esse entendimento é a intenção de prejudicar terceiros ou violar o Direito.O que normalmente ocorre é a busca da satisfação dos próprios interesses. Mesmo quando se tenha em mira um prejuízo a terceiro, isso é feito para um deleite próprio.
Da mesma forma, a violação do Direito é apenas meio, e não o fim em si.Tendo em vista que o Direito coíbe de certa forma a má conduta, a má-fé, o fraudador busca uma forma de seu objetivo ser alcançado com aparência de não violação da lei. Aliás, fraude, em sua origem latina, fraudatio, é a "ação de enganar, má-fé". O fraudador é o "embusteiro, trapaceiro, velhaco" (Torrinha, 1982: 347).
A fraude é um instrumento que o indivíduo utiliza para a satisfação de um interesse. Esse instrumento consiste na tentativa de enganar, de fazer passar por lícita ou legítima uma atividade ilícita ou ilegítima, com o objetivo de não ser impedido de alcançar seu interesse, ou ser mantido numa situação de satisfação. 
Do desvio de finalidade: O desvio de finalidade pode ser analisado sob dois prismas.No primeiro deles, confronta-se com os fundamentos do instituto da personalização, para que se constate se é ou não útil, no caso concreto, a separação patrimonial. O desvio de finalidade sob esse ponto de vista se confunde com o abuso acima tratado.No segundo, toma-se o objeto social da pessoa jurídica para que se analise se ele está ou não sendo atendido, consoante análise de Comparato (1976: 292), para quem "essa importância fundamental do objeto social, enquanto causa do negócio, que constitui a chave de interpretação da problemática societária, de modo geral".Logo, o desvio de finalidade, pelo seu grande potencial lesivo, deveria estar contido no rol do art. 50 do Código civil, para assim coibir tal ação através da desconsideração da personalidade jurídica do infrator.
 
Da confusão patrimonial: Se há confusão patrimonial, a situação é tratada como se houvesse um único patrimônio.Note-se, contudo, que, não se sabendo onde começa e onde termina determinado patrimônio, mesmo aplicando a desconsideração da personalidade jurídica, pode ocorrer que o patrimônio de um dos envolvidos nem venha a ser comprometido.
Ora, se não se sabe de quem é o patrimônio, não se pode dizer que é o patrimônio do sócio que foi atingido ou se é o patrimônio da pessoa jurídica.Assim, a desconsideração vai ficar no nível do tratamento, e não no da aplicabilidade prática.Dessa forma, segundo Comparato (1976: 362), “se o próprio sócio, que é beneficiário da separação patrimonial e correspondente limitação de responsabilidade, não trata o patrimônio social como se fosse alheio, não se justifica manter a autonomia nas relações com terceiros”.
Assim sendo, deve ser aplicado no caso de confusão patrimonial a teoria maior, devendo-se ignorar a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas como forma de coibir o abuso praticado, pois como aduziu o ilustre doutrinador, acima citado, se o próprio proprietário do patrimônio o trata como se fosse um, não há razão de ser a legislação a distingui-lo.
DESCONSIDERAÇÃO NA FASE EXECUTIVA:
A desconsideração da personalidade jurídica só pode ser decretada na fase executiva pelas seguintes razões:
a) Pois somente nesta fase existe a certeza da existência do débito;
b) Pois somente nesta fase se sabe sobre a insolvência da pessoa jurídica que é requisito para a desconsideração;
Uma vez sendo requerida a desconsideração, deve o juiz citar os sócios para que se defendam e, após ouvi-los, decidirá sobre a desconsideração.
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros;
Os bens do devedor em poder de terceiros respondem pela execução. Isso não quer dizer os bens que estão em nome de terceiros. Estes, se foram transferidos antes da aquisição da dívida, não podem ser atingidos, mas se forem transferidos após a aquisição da dívida, consistirá em fraude contra credores e é passível de anulação. (Este assunto será abordado em capitulo próprio).
IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida;
Nosso direito material traz a possibilidade de ser um ou ambos os cônjuges prejudicados, de acordo com a origem da dívida, assim, sendo a dívida contraída por, ou em proveito de ambos (ou da família), serão eles solidariamente responsáveis (art. 1643 e 1644 CC). Outrossim, sendo a dívida contraída unicamente um deles em proveito próprio, o cônjuge não pode ser atingido. Existe presunção legal relativa que aduz que a divida ordinária contraída por um cônjuge se estende ao outro, exceto se decorrente de ato ilícito. 
Ocorrendo tal hipótese, cabe ao cônjuge prejudicado opor embargos de terceiros e provar que não foi beneficiado pelo fato gerador da dívida.
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
As alienações de bens em fraude a execução são ineficazes perante o credor, assim tais bens continuam sujeitos a execução ainda que em mãos de terceiros adquirentes. Neste caso o adquirente não responde pela divida, como nos casos anteriores, mas o bem sim.
FRAUDE À EXECUÇÃO – Não se pode confundir a fraude a execução com a fraude contra credores.
VIDE ABAIXO
Fraude à Execução é instituto de direito processual. Considerado ato atentatório à dignidade da justiça (art. 5932 e 600, I CPC). Pouco importa, para sua existência, que o autor tenha expectativa de sentença favorável em processo de cognição, ou, se é portador de título executivo extrajudicial que enseja processo de execução. Os atos praticados em fraude à execução são ineficazes, podendo os bens serem alcançados por atos de apreensão judicial, independentemente de qualquer ação de natureza declaratória ou constitutiva. É declarada incidentalmente. Sendo mais grave do que contra credores, a fraude à execução é repelida com mais energia pelo ordenamento jurídico. Assim, não há necessidade de que se proponha ação alguma para anular o ato que frauda a execução. Cumpre observar que, antes da citação, impossível a configuração da fraude à execução. O que há é a fraude contra credores. Neste sentido, segue ementa de Acórdão que resume a posição jurisprudencial do STJ no tocante a esta questão (vide abaixo1). Não é necessário que a ação seja de execução, pode ser ação de conhecimento,execução ou cautelar. Para que se considere ação em trâmite deve se considera após a citação. Alguns autores entendem que desde o ajuizamento da ação já é possível haver fraude a execução. (art. 263).
 
Fraude contra credores é matéria de direito material (art. 158 do CC). Consiste em atos praticados pelo devedor, proprietário de bens ou direitos, a título gratuito ou oneroso, visando a prejudicar o credor em tempo futuro. O credor ainda não ingressou em juízo, pois a obrigação pode ainda não ser exigível. A exteriorização da intenção de prejudicar somente se manifestará quando o devedor já se achar na situação de insolvência.O credor deve provar a intenção do devedor de prejudicar (eventumdamni) e o acordo entre o devedor alienante e o adquirente (consilium fraudis). Os atos praticados em fraude contra credores são passiveis de anulação por meio de ação apropriada, denominada ação pauliana a que se refere o artigo 161 do Código Civil. Os bens somente retornam ao patrimônio do devedor (e ficarão sujeitos à penhora) depois de julgada procedente a ação pauliana (Ação Revocatória). Aqui, percebe-se o "propósito de prejudicar terceiros, particularizando-se em relação aos credores. Mas não se exige o animus nocendi (intenção de prejudicar), bastando que a pessoa tenha a consciência de que, praticando o ato, está prejudicando seus credores. É, em suma, a diminuição maliciosa do patrimônio (Caio Mário). O ato fraudulento é suscetível de revogação pela ação pauliana." (GOMES, 2000: 430-431). Os requisitos da fraude contra credores são os seguintes: a) má-fé (malícia do devedor); e b) a intenção de impor prejuízo ao credor.Cumpre salientar que se caracteriza a fraude contra credores em duas hipóteses: a) se o devedor, estando em estado de insolvência, aliena bens ou remite dívidas; ou b) se ele reduz-se a insolvente com o ato.
	
	FRAUDE CONTRA CREDORES
	FRAUDE À EXECUÇÃO
	Titulo Executivo Judicial
	Antes da citação no processo de conhecimento.
	Após da citação no processo de conhecimento.
	Titulo Executivo ExtraJudicial
	Antes da citação no processo de execução.
	Após a citação no processo de execução.
DIFERENÇAS ENTRE AS FRAUDES
	FRAUDE CONTRA CREDORES
	FRAUDE À EXECUÇÃO
	Instituto de direito material.
	Instituto de direito processual.
	Defeito do Negócio jurídico.
	Ato atentatório a dignidade da Justiça.
	Divida já existe, contudo, não há ação de conhecimento ou execução em curso. 
	Já existe ação em curso e o devedor já foi citado – conhecimento ou execução.
	Ineficácia contra o credor deve ser reconhecida em ação própria = Pauliana.
	A ineficácia contra o credor é reconhecida nos próprios autos.
	
	
SEMELHANÇAS ENTRE AS FRAUDES
	FRAUDE CONTRA CREDORES
	FRAUDE À EXECUÇÃO
	Gera ineficácia do negócio jurídico, mas exige ação pauliana.
	Gera ineficácia do negocio jurídico, que pode ser reconhecida nos próprios autos da execução.
	Depende de comprovação de má-fé do adquirente.
	Também exige prova de má-fé do adquirente (STF 375), mas pode ocorrer presunção dela se houver, antes da alienação, o registro (art. 828) distribuição ou da citação nas ações reais ou reipersecutórias. 
1."PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE DE EXECUÇÃO. IMOVEL ALIENADO PELO EXECUTADO ANTES DE SUA CITAÇÃO. ART. 593, II, CPC. NOVA ALIENAÇÃO. POSTERIOR A PENHORA, AOS EMBARGANTES. CONSTRIÇÃO NÃO LEVADA A REGISTRO. PRECEDENTES. RECURSO ACOLHIDO.I - Na linha dos precedentes da corte, não se considera realizada em fraude de execução a alienação ocorrida antes da citação do executado-alienante.II - Para que não se desconstitua penhora sobre imóvel alienado posteriormente a efetivação da medida constritiva, ao exeqüente que a não tenha levado a registro cumpre demonstrar que dela os adquirentes-embargantes tinham ciência, máxime quando a alienação destes tenha sido realizada por terceiros, que não o executado." (REsp nº 37.011-6/SP, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, DJ 11.10.93, 4ª T.)
STJ Súmula nº 375 - 18/03/2009 - DJe 30/03/2009
Reconhecimento da Fraude à Execução - Registro da Penhora - Prova de Má-Fé do Terceiro Adquirente.
O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.
2.Art. 593. Considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens:
I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real;
II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência;
III - nos demais casos expressos em lei.
STJ Súmula nº 195 - 01/10/1997 - DJ 09.10.1997
Embargos de Terceiro - Anulação de Ato Jurídico - Fraude Contra Credores.
Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores.
Mecanismo para Evitar a Fraude: (Art. 828) 
Visando criar mecanismo para evitar a fraude à execução o art. 828 autoriza ao Judiciário, a pedido do exequente, a expedição de certidão de distribuição de execuções para averbação junto ao registro de imóveis, veículos e outros, visando dar publicidade a execução visando gerar presunção de fraude em caso de eventual alienação de bens.
Art. 828.  O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
§ 1o No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exequente deverá comunicar ao juízo as averbações efetivadas.
§ 2o Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, o exequente providenciará, no prazo de 10 (dez) dias, o cancelamento das averbações relativas àqueles não penhorados.
§ 3o O juiz determinará o cancelamento das averbações, de ofício ou a requerimento, caso o exequente não o faça no prazo.
§ 4o Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averbação.
§ 5o O exequente que promover averbação manifestamente indevida ou não cancelar as averbações nos termos do § 2o indenizará a parte contrária, processando-se o incidente em autos apartados.
A averbação deve ser comunicada ao juízo da execução em 10 dias após sua efetivação, para que executado saiba delas e após garantido o juízo seja dada baixa no excesso.
O referido procedimento, embora localizado no Livro II do CPC, é extensível ao cumprimento de sentença.
A doutrina e jurisprudência vêm admitindo via cautelar a expedição de certidão mesmo antes da sentença, quando houver risco de lapidação de patrimônio. (MVRG, p. 587)
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA.
(Art. 509/512)
Introdução: Para se iniciar a execução dá-se por necessário ter título executivo liquido, certo e exigível. A liquidez nem sempre se encontra no titulo razão pela qual se enseja sua liquidação que consiste em transformar um direito reconhecido no titulo em coisa certa e determinada em sua qualidade e quantidade. 
Título Líquido: É aquele que indica a quantidade de bens ou valores que constituem a obrigação.
Somente se admite liquidação de títulos judiciais, pois se os documentos extrajudiciais não constarem o objeto da obrigação ou seu valor, não se poderá utilizar da ação executiva (MVGR, p. 591).
Fase Pré-Processual: A liquidação ocorre ainda na fase de conhecimento do processo, consiste em uma fase pré-executiva, nos casos de ser a sentença condenatória ilíquida. A sentença penal condenatória, também esta sujeita a liquidação.
ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO:
Atualmente o CPC prevê 02 modalidades de liquidação:
1) Por Arbitramento e;
2) Pelo procedimento comum (Por artigos).
Art. 509.  Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar eprovar fato novo.
OBS: O CPC prevê outra espécie de liquidação utilizada para se apurar o valor a ser recebido pelas vítimas no âmbito do direito do consumidor, quando reconhecido direito individual homogêneo em Ação Civil Pública. 
FASE DE LIQUIDAÇÃO
A liquidação em regra será feita nos próprios autos do processo (processo sincrético), contudo, se a liquidação for feita enquanto pendente recurso, deverá ser formado autos próprios com a juntadas das peças necessárias para a liquidação. (art. 512) 
Sendo requerida a liquidação o devedor será intimado na pessoa de seu advogado (art. 511) para apresentar contestação em 15 dias.
OBS: Se a liquidação for de sentença penal condenatória, estrangeira ou arbitral, como não há ação anterior, deve ocorrer a citação pessoal do devedor, pois o devedor tem direito de defesa no juízo cível. 
LEGITIMIDADE:
A liquidação pode ser requerida pelo credor ou pelo devedor. Este último possui interesse pois tem direito de pagar, adimplir sua dívida e ver extinta a obrigação. 
OBS: Tratando-se de condenação genérica em ACP, somente o credor poderá requerer, tendo em vista não ter o devedor como determinar os prejudicados. 
NATUREZA DA LIQUIDAÇÃO:
O processo civil cognitivo pode ter natureza: Condenatória, Declaratória e Constitutiva ou ainda, Executiva e Cautelar. Em qual deles e encaixa a liquidação? Prevalece o entendimento que é MERAMENTE DECLARATÓRIA, por que no caso existe dúvida do quanto se deve, o que enseja atividade cognitiva do juiz.
Decisão que Julga a Liquidação: Embora haja discussão, a decisão que julga a liquidação tem natureza interlocutória por expressa disposição legal. (art. 1.015, § único) Assim para impugná-la cabe agravo de instrumento:
1.015 (omissis)
Parágrafo único.  Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
OBS: Tratando-se de sentença condenatória genérica em ACP, existe entendimento que será constitutiva, pois a formação do título esta incompleta e necessita da habilitação das partes para este fim. (falta definir as partes e o valor devido) 
Liquidação Provisória: (MVRG, p. 593) Sendo cabível e execução provisória, será cabível a liquidação provisória, o que ocorrerá enquanto a sentença ilíquida estiver sob recurso desprovido de efeito suspensivo. 
VEDAÇÃO DE SENTENÇA ILIQUIDA: Mesmo os títulos judiciais estão sujeitos a óbices de serem ilíquidos, conforme preconiza o art. 491, I e II do CPC, sendo possível, contudo, pedido genérico (art. 322).
Art. 491.  Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
Art. 322.  O pedido deve ser certo.
Prevalece na jurisprudência entendimento que nos casos de indenização por ato ilícito, mesmo sendo o pedido certo, pode haver condenação ilíquida (STJ 318). 
STJ Súmula nº 318
Pedido Certo e Determinado - Interesse Recursal - Argüição de Vício da Sentença Ilíquida
Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse recursal em argüir o vício da sentença ilíquida.
SENTENÇA PARTE LÍQUIDA, PARTE ILÍQUIDA: (art. 509, § 1º)
Pode ocorrer que na sentença o juiz condene o réu a pagar valor certo de danos emergentes e deixe os lucros cessantes para serem apurados em liquidação. Nestes casos é possível executar nos próprios autos a parte liquida e promover em autos apartados a liquidação da outra parte, tudo simultaneamente.
Art. 509.  (omissis)
§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
CÁLCULO DO CONTADOR:
O juiz poderá determinar que a contadoria do juízo confira os cálculos apresentados: (art. 524, §1º)
Art. 524. (omissis). 
§ 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado.
Os cálculos do exequente e do contador podem ser atacados via embargos (art. 917, III) ou impugnação (art. 524, 1º, V) ou exceção de pré-executividade. 
Art. 525 (Impugnação), § 1º, (omissis)
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
Art. 917.  Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
Se os documentos necessários para a liquidação estiverem em mãos do devedor ou terceiro, poderá o juiz requisitá-los, concedendo prazo de até 30 dias (§4º). Em caso de descumprimento pode ainda configurar crime de desobediência (§ 3º).
Art. 524, (omissis) 
§ 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência.
§ 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência.
§ 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe.
Ainda é possível a determinação de apreensão de documentos e coisas que sejam úteis a elucidação dos cálculos, por analogia ao procedimento de exibição de documentos.
Art. 403.  Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz ordenar-lhe-á que proceda ao respectivo depósito em cartório ou em outro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao requerente que o ressarça pelas despesas que tiver.
Parágrafo único.  Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência, pagamento de multa e outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar a efetivação da decisão.
DA LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO (Art. 510)
É aquela utilizada para apuração do valor de um bem ou serviço. Neste caso a liquidação consistirá em se levantar quanto vale a coisa ou quanto custa a prestação do serviço. Em regra dependerá de prova pericial. 
Ex: Nos casos de condenação do réu em pagar aluguel de um imóvel por ele indevidamente ocupado. Neste caso deve o perito levantar o valor da locação.
OBS: Na liquidação por arbitramento não há necessidade de prova de fatos novos, ao contrário da liquidação por artigos onde dependerá de apuração de fatos não constantes da sentença. (art. 475-C)
Art. 510.  Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial. 
PROCEDIMENTO:
Mesmo tendo o juiz determinado na sentença a espécie de liquidação, poderá ela se dar de forma diversa.
Requerida da liquidação (credor ou devedor), o juiz imprimira o rito inerente a prova pericial conforme previsto no art. 510. O rito está previsto no art. 465 e seguintes, devendo nomear perito e fixará prazo para a entrega do laudo, intimando-se as partes para em 15 dias argüir impedimento e suspeição do perito, indicar assistente técnico e quesitos (art. 465, §1º). Após a entrega do laudo, e intimadas as partes, cada uma delas terá prazo de 15 dias para

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