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não é preciso ou não é possível fazer perícia, caso em que a testemunha a supre ou “icto primo oculi”. Art. 167, CPP. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. "Icto primo oculi": a primeira vista. Por vezes a prova é evidente, constatada a primeira vista, sem dificuldade, não é necessária uma perícia. Identificação criminal: tema constitucional (Art. 5º, LVIII, CF), quem tem identidade civil não precisa ser identificado criminalmente, salvo nas hipóteses previstas em lei. Lei 12037/09: o inciso VIII do art. 6º, CPP virou letra morta e vale esta lei (art. 3º) Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; (ex: estelionatário); IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; (nesse caso pode incluir a coleta de material biológico, conforme lei n° 12.654/2012) V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado. Averiguar a vida pregressa do indiciado – Art. 6º, IX, CPP – Resquício de direito penal do autor. Art. 7, CPP, reprodução simulada dos fatos. RELATÓRIO – Quando o delegado entende que o inquérito está encerrado no tocante à investigação, ele elabora um relatório apenas informativo, não opinativo. O inquérito é feito para o titular da ação. Se o promotor entender que falta alguma coisa, o delegado deve continuar investigando. Somente o titular da ação pode averiguar ou oferecer denuncia por inquérito. Quem faz isso é o MP ou a vítima, não o delegado. Prazo do inquérito – dependerá de diversos fatores: Indiciado solto - Regra geral: 30 days – “regra para inglês ver”, pois o prazo de fato acaba sendo o prazo prescricional do crime. (renováveis) O promotor decide quanto à renovação do prazo. - Tráfico de drogas: 90 days. Indiciado preso preventivamente - Competência estadual (CPP): Regra geral: 10 dias (prazo não cumprido caracteriza constrangimento ilegal, que ocasiona liberdade). Tráfico de drogas: 30 dias prorrogáveis, pelo juiz, por mais 30 dias. - Competência federal: Regra geral: 15 dias renováveis, pelo juiz, por mais 15 dias (apenas uma vez). Tráfico de drogas: 30 dias prorrogáveis, pelo juiz, por mais 30 dias. (mesmo do estadual) Prisão temporária: Duração de 5 dias prorrogáveis por mais 5 dias. Prisão temporária em crime hediondo ou equiparado: 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias. Contagem do prazo: O dia da prisão é o dia 1, independentemente do horário 26-04-2013 - RELATÓRIO: Após o relatório do Inquérito Policial, o MP o analisa: 1° - Preenchidas as condições da ação, o MP deve oferecer denúncia. 2° - Se ao analisar o inquérito o MP perceber que não estão preenchidas as condições da ação, o MP deve devolver o Inquérito Policial à polícia requisitando diligências complementares. 3° - O MP verifica que não tem as condições da ação e que não tem mais o que fazer para obter os elementos a fim de oferecer a denuncia ou que não há crime, então deve promover o arquivamento do IP. ARQUIVAMENTO: A polícia não pode, por si própria, arquivar o IP, pois o IP não é para ela. Mas quem deve promover o arquivamento? O MP ou o Juiz? Art. 28 - CPP. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. Pela interpretação gramatical, feita pela doutrina tradicional, o juiz tem o poder de arquivar. Pela interpretação lógica e sistemática, feita pela doutrina mais moderna, o MP tem o poder de arquivar. A última palavra quanto ao arquivamento é do Procurador Geral, o Procurador Geral, achando que o juiz tem razão, oferece denuncia ou designa outro promotor para fazê-lo, se o Procurador Geral achar que o promotor tem razão, ele mantém o arquivamento. O juiz é obrigado a atacar a decisão do Procurador Geral, de modo que o arquivamento é de poder do MP, vez que é quem fará a análise de sua procedência. Além disso, o arquivamento não é peremptório, definitivo. Mas sim o prazo prescricional do crime. Conforme CPP: Art. 18 - CPP. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Art. 129, I, CF - o titular da ação penal é o MP, o que reforça o fato de que é este que tem o poder de arquivar o IP. AÇÃO PENAL Actio - Teoria civilista ou imamentista da ação – Savigny. Savigny defendia a "actio" dos romanos era o direito material em movimento. Windscheidt critica Savigny. A ação equivale ao que os alemães no séx IX entendiam por pretenção. 29-04-2013 – CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS (quanto à legitimidade ativa). 1. Ação Penal Pública Incondicionada 2. Ação Penal Pública Condicionada A regra da representação ou vai estar no próprio artigo ou no final de uma seção. A representação é qualquer ato que expresse a vontade da vítima de prosseguir com a ação penal, não é necessário formalismo. Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. O prazo decadencial para representação é de 6 meses contados a partir da ciência por parte da vítima a respeito da autoria do delito, não se inicia necessariamente na data do fato. A vítima pode mudar de ideia e retratar-se da representação, sendo o prazo até o momento imediatamente anterior ao oferecimento da denúncia, este ocorre quando o promotor protocoliza a denúncia. Após este momento, não pode mais a vítima retratar-se. O entendimento dominante é de que a vítima pode se retratar e representar novamente quantas vezes quiser dentro do prazo de 6 meses. Depois de 6 meses só é possível se retratar e desde que seja feita antes do oferecimento da denúncia. Exceção: Nos casos de violência doméstica, Lei Maria da Penha, a retratação deve ser feita na frente do juiz, para que o juiz explique para a vítima a proteção do Estado. Nesse caso, a retratação pode se dar até o recebimento da denúncia. Ou seja, o MP já protocolou mas o juiz ainda não decidiu se recebe ou não a denúncia. 3. Ação Penal Exclusivamente Privada Os legitimados são: A vítima ou o representante legal: Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão Prossegue-se mediante queixa (queixa-crime). A lei decidirá quando é cabível, hoje há poucas leis exclusivamente privadas. Strptus fori: escandalo do processo. O exercício da ação deve ocorrer em 6 meses contados a partir da ciência da autoria, sob pena