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Gestão de Pessoas UNI V Caderno

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Gestão de Pessoas
Liderança
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. José Bernardo Enéias de Oliveira 
Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicarone
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•	Introdução - Liderança
•	Liderança
•	O que é poder? 
Procure organizar uma rotina de estudos e não deixe de acompanhar os prazos de entrega 
das atividades. 
Durante a leitura, aproveite para registrar os aspectos que achar mais importantes e as 
dúvidas que surgirem. 
 · Esta unidade tem como objetivo apresentar os aspectos 
que envolvem o papel da liderança na Gestão de Pessoas. 
Vamos identificar o verdadeiro líder e sua posição perante 
os colaboradores. As atividades desta unidade constituem-se 
na leitura do material teórico e complementar, na atividade 
de aprofundamento, a partir do fórum de discussão, e na 
atividade de sistematização do conhecimento, composta por 
seis questões de autocorreção.
Liderança
•	Tipos de Poder
•	Processos de Coaching e suas Características
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Unidade: Liderança
Contextualização
Para Pensar
Em sua opinião, qualquer um pode ser líder? 
Por quê? Exemplifique e explique.
Para fundamentar sua reflexão, utilize pesquisa 
no texto, em material de apoio e na internet. 
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Ao longo de nosso curso de Gestão de Pessoas, falamos da evolução histórica da gestão de 
pessoas, do alinhamento da gestão de pessoas aos objetivos de negócios (Core Business), do 
papel da motivação no contexto organizacional e da cultura e do clima organizacional como 
processo das ações de gestão de pessoas. 
Optamos, em cada unidade, por refletir sobre temas que interagissem com a postura do 
gestor de pessoas e, essencialmente, sobre a prática, analisando eventuais questões que 
nos levassem a confrontar o dia a dia com nossas opiniões mediante o suporte teórico 
defendido por alguns autores.
Para a discussão desta unidade, não será diferente. Nossa proposta é ser ater sobre as 
atitudes do gestor como líder, no que tange à direção da sua equipe, dinamizando as metas e 
objetivos organizacionais, motivando e comunicando. 
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Introdução - Liderança
Liderança
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Unidade: Liderança
Costuma-se dizer que Liderar é um processo social no qual se estabelecem relações de 
influência entre pessoas. Sendo assim, o líder:
•	 tem o poder de influenciar;
•	 deve ser dinâmico nas diferentes situações;
•	 deve ser facilitador para o trabalho de equipe;
•	 deve ser um agente motivador; 
•	 tem que saber marcar presença nas situações de fragilidade e de conflitos;
•	 está situado no nível tático, na estrutura organizacional. 
•	 através da comunicação, tem a oportunidade de ampliar as políticas e conduzir os 
colaboradores às metas e objetivos organizacionais.
•	 Ser líder é saber liderar...
Diante dessa introdução, provavelmente você deve estar pensando nas suas habilidades de 
influenciar as pessoas. Acertei?
Antes de refletir sobre a habilidade do líder em “influenciar” as pessoas, vamos tratar da 
posição que ele ocupa na estrutura organizacional, representando o nível tático e o delicado 
papel de ser ”algodão entre cristais”, digo, de buscar o ponto de equilíbrio entre as necessidades 
da empresa e as dos colaboradores. Além disso, no exercício de suas obrigações, o líder assume 
o importante papel de disseminar, entre as equipes de trabalho, as metas a serem atingidas, com 
qualidade e em determinados prazos.
A situação é difícil quando encontramos empresas não preparadas e que não sabem qual a 
direção a ser seguida. Normalmente, o líder é submetido aos constantes modelos de pressão, 
vindos de todos os lados, seja da cúpula ou da base de empregados. 
Essa é a realidade do cenário econômico. As organizações cresceram aleatoriamente sem 
aplicar os processos administrativos: planejar; organizar; dirigir e controlar. Como dissemos, 
muitos dos nossos líderes não estão preparados para assumir esse importante cargo.
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Em algumas situações, visito empresas para assessoria no processo de desenvolvimento 
organizacional e ouço dos empresários a seguinte queixa: “Meus chefes não sabem liderar”. Aí 
me questiono: “De quem é a culpa?”. Chego a algumas conclusões e entendo que o problema 
começa pelo próprio nível estratégico da empresa que não soube escolher adequadamente seu 
líder ou não o trata como tal. O problema começa pela falta de credibilidade junto à equipe, 
quando a cúpula efetivamente não delega poder suficiente ou não oferece diretrizes claras do 
seu papel de comando.
O fator emocional é um agravante, quando a cúpula exige resultados sem condições de 
trabalho, ou pior, sem informação dos objetivos a serem atingidos. Esse chefe, que acumula 
o despreparo por não ter o perfil certo para liderar e sob a pressão de perder o cargo, exige 
da sua equipe nos moldes da Industrialização Clássica, em que prevalece uma estrutura 
burocrática e centralizadora, com ênfase nas decisões hierárquicas. A autoridade é o estilo de 
comando que predomina.
Na minha concepção, não existe um tipo de líder que seja o melhor ou o mais adequado para 
determinada equipe, mas aquele que sabe sobreviver em qualquer situação. Parto do princípio 
de que devemos saber distinguir a diferença entre autoridade formal e liderança. Ambas devem 
ser atribuídas no momento certo. No quadro a seguir, aproveitamos a teoria de Maximiliano 
(2006) para, resumidamente, distinguir algumas características.
Distinção entre autoridade formal e liderança (Fonte: Maximiliano, 2006)
Note que, em ambos os casos, na 
autoridade formal e na liderança, o poder 
está presente... Mas...
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Unidade: Liderança
O que é poder? 
Segundo Chiavenato, poder é a capacidade potencial para exercer a influência sobre outros. 
Dependência: quanto maior a dependência de B em relação a A, maior o poder de A nesse 
relacionamento.
Poder: capacidade que A tem de influenciar o comportamento de B, de maneira que B aja 
de acordo com a vontade de A.
São elementos interligados no processo de influenciar pessoas.
Poder legítimo É assegurado na estrutura organizacional (definido no organograma da organização)
Poder de recompensa Reconhecimento de determinado comportamento ou meta atingida.
Poder coercitivo Aplicação de punição visando eliminar, reduzir ou controlar comportamentos e atitudes indesejados.
Poder de conexão Ligação com pessoas influentes dentro ou fora da organização.
Poder de especialização Talentos especiais, conhecimento e experiência em uma ou mais áreas.
Poder de referência Liderança decorrente do caráter de uma pessoa (carisma).
Poder de informação Posse de dados estratégicos ou informações.
Tipos de Poder
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 „ Estilos de Liderança (Fonte: Maximiniano):
O líder autocrático Envolve os subordinados na preparação da tomada de decisão, mas tem sempre a última palavra.
O líder participativo Comunica aos seus subordinados o que eles têm a fazer e espera ser obedecido sem problemas.
O líder democrático Tenta fazer o que a maioria dos subordinados deseja.
O líder laissez-faire Sugere e deixa que os subordinados tomem as suas próprias decisões (não está envolvido no trabalho do grupo).
 „ Alguns autores baseiam-se nos estilos de liderança representados abaixo:
 „ Os Quatro Estilos de “Liderança” de Likert
Autocrático-
coercitivo
Autocrático-
benevolente Consultivo Participativo
O líder decide o que 
deve ser feito.
O líder toma decisões, 
mas a equipe tem 
alguma flexibilidade no 
desempenho das tarefas.
O líder consulta os 
subordinados antes de 
estabelecer os objetivos 
e de tomar decisões.
Existe um 
envolvimento total 
dos empregados na 
definição dos objetivos.
Processo de decisão 
centralizado na 
hierarquia.
Decisão centralizada 
na cúpula, com alguma 
delegação.
É o estilo recomendado 
por Likert.
Presente em empresasque utilizam mão-de-
obra rudimentar.
Atividades rotineiras.
Ex: Empresas de 
construção civil
Ex: linhas de montagem Ex: Bancos, instituições financeiras.
Ex: empresas de 
serviços ou gestão...
Tirania
Abuso de 
autoridade 
e excesso de 
poder
Autocracia
ACentralização 
de poder de 
decisão
Democracia
Divisão dos 
poderes de 
decisão entre 
líder e equipe
Demagogia
Busca da 
popularidade 
entre os 
liderados
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Unidade: Liderança
Diferentes autores dão significados ao papel de liderar. São muitas as definições e abordagens, 
mas o objetivo é o mesmo. Sou a favor do líder situacional, aquele que conduz as necessidades 
de suas equipes conforme a realidade do momento e age como tal.
A seguir apresentamos uma escala de atitudes do líder. Observamos que existe uma 
amplitude de comportamento do gestor, o qual estabelece estratégias de comando, desde o uso 
de autoridade até a liberdade de ação da equipe.
Percebendo as diferenças:
A modernidade faz uma abordagem dos modos de liderar, dando ênfase às características 
individuais dos subordinados. Muitas empresas estão optando pelo coaching. Trata-se de uma 
expressão inglesa que vem da palavra “coach” e significa treinador. 
O coaching é um processo de desenvolver e motivar o subordinado a atingir um objetivo, ensinando 
novas técnicas que facilitem seu aprendizado e, de certa forma, buscando o equilíbrio emocional.
Um tipo de coaching bastante procurado é o “coaching de liderança”, aquele gestor que 
procura não só orientar seu colaborador quanto ao seu desempenho, usando metas claras, mas 
também reconhecer potenciais e desenvolver competências na sua equipe. 
Abaixo demonstramos a diferenças dos métodos abordados:
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Processos de Coaching e suas Características
Resumindo:
“Case para discussão”
Há rumores, na região em que você atua, de que há indícios de contaminação da água em uma 
escola. Ao pesquisar a veracidade dos boatos, percebe-se que os professores sonegam informações.
A alternativa é mobilizar sua equipe e ir até a escola para poder avaliar as condições e tomar 
as devidas providências: “Proibir o trânsito de pessoas e/ou suspender as aulas que estão com 
limite máximo de aulas para os exames finais. Se for o caso, empreender ações preventivas 
visando evitar novas contaminações”.
 Ocorre que, para os professores, a suspensão das aulas representa perda salarial, afetando 
os compromissos mensais. Existe um descrédito em relação às atitudes da diretoria relacionadas 
a fatos passados. 
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Unidade: Liderança
A sua equipe, ao chegar ao local, encontra os professores impedindo a entrada com 
barricadas, dispostos a qualquer coisa para impedir a presença da equipe de técnicos. Apesar 
das explicações e justificativas, o pessoal não cede. 
A população se divide: uns contra, outros a favor, e o tumulto se instala.
É solicitada ajuda da polícia. O clima fica muito tenso! A intenção é que tudo se resolva a 
contento, com calma, sem violência, de forma satisfatória para todas as partes.
Conflito...
Antes de compartilhar com você a solução do nosso “case”, temos de entender os conflitos. 
Trata-se de uma situação normal em qualquer tipo de relacionamento, principalmente quando 
estudamos Deveres e Direitos.
Sendo assim, conflito pode ser entendido como: “Processo que tem início quando uma 
das partes percebe que a outra afeta, ou pode afetar, negativamente alguma coisa...“ (Fonte: 
Robbins, 2002).
 „ Como os conflitos ocorrem nas organizações: 
•	 Incompatibilidade de objetivos
•	 Diferenças de interpretação dos fatos
•	 Desacordos baseados em expectativas
 „ Quais as causas: 
•	 Falhas de comunicação. 
•	 Falta de abertura e de confiança
•	 Fracasso dos gestores em atender às necessidades da sua equipe
Como você daria continuidade a essa 
situação para solucionar o problema?
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Unidade: Liderança
Negociação...
Negociar é um ato comum a todos nós, independente de ser uma situação entre líderes e 
equipes. Basta pensarmos um pouco no nosso dia a dia e verificarmos as diferentes situações 
em que utilizamos nossa habilidade de influenciar outras pessoas.
O esquema ao lado representa o processo da negociação ou de influencia. 
Os três fatores da negociação, a informação, o poder e o tempo, são condições importantes 
no processo de influenciar alguém. 
O conhecimento dos fatos ou as informações, para muitos, o diagnóstico é um fator 
primordial do líder. É através da informação que os argumentos se ajustam e viabilizam as 
hipóteses do convencimento. 
O poder é domínio da situação, não necessariamente o uso da força ou da autoridade, mas 
a apropriação de algo vulnerável e importante para o oponente. 
Todos nós temos algo que nos incomoda e é importante em determinado momento. A 
associação das informações ao poder faz com que o convencimento tenha sucesso e resulte 
numa arma poderosa para o líder no comando de sua equipe.
Finalmente, uma categoria importante de influência é o tempo utilizado no processo de 
negociação ou de influência de alguém. O tempo é uma variável própria a cada situação ou a 
cada pessoa. Por exemplo: se estou vendendo uma peça para uma máquina parada na produção, 
o tempo tem um valor. É diferente o tempo para quem vende. O líder tem que interpretar e 
avaliar o tempo de mediação nos processos de influência.
Fizemos, nesta unidade, algumas considerações sobre o processo de liderar, influenciar e 
manter o ponto de equilíbrio entre as necessidades da empresa e as do empregado. Diante do 
apresentado, você está preparado para liderar?
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1. CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando Pessoas, como transformar gerentes em 
gestores de pessoas. São Paulo: Ed. Prentice Hall, 2002.
2. FISHER, André Luiz. Um resgate conceitual e histórico dos modelos de gestão de pessoas. In: 
FLEURY, Maria Tereza Leme (Org.). As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002.
3. MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Ed Futura, 2000.
4. SOTO, Eduardo. Comportamento Organizacional. São Paulo: Ed. Thomson, 2002.
Bibliografia virtual:
5. ADMINISTRAÇÃO DE RH – SIAPE: http://www.siapenet.gov.br/Portal/Servico/Apresentacao.asp.
6. BIBLIOTECA VIRTUAL: http://www.usp.br/sibi/.
7. BIBLIOTECA PUBLICA NA INTERNET: http://www.ipl.org.
8. ENCICLOPEDIA LIVRE; http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipédia:Página_principal.
Material Complementar
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Unidade: Liderança
CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: E o Novo Papel dos Recursos Humanos nas Organizações. 
2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005.
MACEDO, I. I. Aspectos Comportamentais da Gestão de Pessoas. 7. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2007.
MASCARENHAS, A. O. Gestão Estratégica de Pessoas. São Paulo: Cengage, 2009.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Ed. Atlas, 2006.
ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
SEMLER, R. Virando a Própria Mesa: Uma História de Sucesso Empresarial Made In Brazil. 
30. ed. São Paulo: Best Seller, 1988.
WAGNER III, J. A. Comportamento Organizacional: Criando Vantagem Competitiva. 
São Paulo: Saraiva, 2006.
Referências
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Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000

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