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Meios de prova

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MEIOS DE PROVA
DEPOIMENTO PESSOAL – 342/CPC
Conceito
Espécie de prova oral >> oitiva da parte. 
Conceito de parte: a) parte na demanda: sujeito que pede, e sujeito contra quem se pede tutela é parte na demanda – autor e réu, 3º interveniente: opoente, nomeação à autoria, denunciado à lide, e chamado ao processo. 
 b)Parte no processo: Sujeito que participa em contraditório sendo titular de situações jurídicas: ônus, dever, direito, faculdade, estado de sujeição. – todos os que são parte na demanda, além de o assistente e o MP como fiscal da lei
NÃO SE CONFUNDE COM O INTERROGATÓRIO:
Requisitos – características - distinções:
	Depoimento pessoal – 342, CPC/73
	Interrogatório 343, CPC/73
	Requerimento da parte contrária. Nunca a própria parte vai pedir o depoimento pessoal
	
No máximo, a pedida pelo MP
	Ato personalíssimo, não admite procuração
	
	O juiz não determina ex officio
	Se o juiz pedir em audiência, ex oficcio
	Objetivo: confissão. Indiretamente/ reflexamente serve para o esclarecimento dos fatos
	
Objetivo: esclarecimento dos fatos
	Realizado apenas uma vez, na audiência de instrução e julgamento
	Acontece a qualquer momento, quantas vezes o juiz determinar
	O adv. que pediu a prova pode fazer perguntas a parte contrária
	
Apenas o juiz faz perguntas
O depoente
Partes na demanda
OBS: P Humana – ato personalíssimo – pessoalidade + indelegabilidade >> 3ª turma REsp623575 Rondônia: não cabe depoimento pessoal por procuração
OBS: No caso do incapaz – o objetivo do depoimento pessoal é a confissão, o incapaz não pode confessar, logo não pode depor pessoalmente – o responsável não pode depor por ele, pela indelegabilidade (lembrando que o incapaz tem capacidade de ser parte, não tem capacidade de estar em juízo, mas havendo um representante essa dificuldade é sanada)
Pessoa Jurídica
Representante legal ou a figura do preposto – art. 9, §4º da lei 9.099/95 – apesar de estar na lei dos juizados, aplica-se aos procedimentos comuns e sumaríssimos bem como à justiça comum, trabalhista... – o preposto não precisa de vínculo empregatício com a pessoa jurídica.
Do procedimento, 
-Depende do pedido: da parte contrária, ou do MP Custus Legis
- Na intimação pessoal deve haver a explicação do conteúdo, bem como avisando a pena do não comparecimento: a presunção de confissão
- Confissão expressa: se dá pela resposta às perguntas
- Confissão tácita: 
1) não comparecimento a audiência
2) Respostas evasivas: que não responde a pergunta
3) Silêncio 347 CPC + 229, CC – Recusa a resposta das perguntas
CONFISSÃO
Conceito: meio de prova que depende de três elementos:
Reconhecimento (expresso ou tácito) de um fato alegado pela parte contrária – ninguém confessa fato alegado pelo próprio confidente
Voluntariedade do próprio confidente
Necessariamente precisa trazer um prejuízo ao confidente – esconde a ideia de que os fatos têm que ser contrários aos interesses do confidente
Condições para a eficácia da confissão:
O confidente deve ter capacidade plena (o incapaz não pode depor pessoalmente pq não pode confessar)
Inexigibilidade de instrumento público específico para a prova do ato – atos jurídicos que só se provam por documentos públicos
Fatos relacionados a direitos disponíveis – Art. 351/ CPC: expressa vedação à confissão sobre fatos relacionados a direitos indisponíveis
OBS: a confissão não se confunde com o Reconhecimento jurídico Do Pedido 
	
	Confissão 
	RDP
	
Recai sobre
	
Fato
	Pretensão, que se funda em Fato e Direito
	
Efeitos
	
Convencimento do juiz
	Prolação de sentença homologatória de Reconhecimento – Art. 269, II CPC/73. Por ser espécie de autocomposição (solução do conflito pela vontade das partes – nesse caso, pelo Réu)
	
	Confidente pode ganhar a demanda, porque o direito aplicável pode não favorecer àquele que ingressou com a demanda
	
O Réu necessariamente perde a demanda
	
	Fenômeno processual, meio de prova
	Ato de disposição do Direito Material
Espécies:
Extrajudicial –fora do processo
Oral: vem para o processo por meio de prova testemunhal
Escrita: chega ao juízo por meio de prova documental
Judicial:
Espontânea: Qualquer forma que não derive do Depoimento Pessoal, apenas expressa: oral ou escrita
Provocada: derivada do depoimento pessoal – porque o objetivo do depoimento pessoal é a confissão, e, como já visto, pode ser tácita ou expressa.
A não impugnação específica de um fato o torna incontroverso, mas não é confissão. O efeito pode ser o mesmo, o convencimento do juiz, mas os institutos são diferentes – Art. 334, CPC - trata dos fatos que não são objeto de prova em incisos diferentes. O RÉU REVEL NÃO CONFESSA NADA!! Qualquer confissão que não decorra do depoimento pessoal deve ser EXPRESSA
Vício, Art. 352/CPC c/c 314/CC
Onde conflita com o 314, aplica o 314
	
	352 CPC
	314 CC
	Termo
	Revogação
	Invalidação
	Vícios passíveis de invalidação
	- erro
- coação
- dolo
	- erro
- coação
Forma procedimental para invalidar a confissão
Informativo 436 do STJ, 1ª seção, AR 3506-MG
Ação Anulatória: ANTES do trânsito em julgado
Ação Rescisória: DEPOIS trânsito em julgado
EXIBIÇÃO DE COISA OU DOCUMENTO, 355 a 363/CPC
Conceito:
A parte que quer produzir a prova não está em poder da coisa ou documento. Pode estar com a parte contrária, ou com terceiro (se estivesse com a parte o meio de prova seria outro, como o ordenamento jurídico brasileiro não admite autotutela, exceto em casos excepcionalíssimos, não dá para pegar à força). O meio então é requerer ao juízo para que quem tenha posse da coisa a exiba.
Exibir: colocar em contato visual. Porque o mandado do juiz já flexibiliza o direito de propriedade, temporariamente. Porque se eu quisesse a coisa/doc., eu ingressaria com busca e apreensão. Quem detém a coisa/doc., é legítimo, não há conflito quanto à propriedade, por isso não fica nos autos, tira cópia ou faz foto e devolve. É uma contribuição para justiça.
Procedimento
Pode ser manejada contra a parte contrária e contra terceiros
	Aspectos procedimentais comuns:
	Requisitos formais do pedido - 356, CPC: Individuação da coisa ou documento. Objetivos:
Que a coisa ou documento seja conhecido pelo Réu do pedido de exibição
Se for necessária busca e apreensão, o oficial de justiça precisa saber
REsp 3ªturma, 842448AL: Individuação suficiente para identificação da coisa ou documento
	Finalidade da prova: apontar os fatos que se pretende provar com a exibição, objetivos:
Análise da pertinência do pedido
Presunção de veracidade pela não exibição – precisa dizer quais os fatos para que a presunção recaia
	Indicar as razões que fundamentam a crença de estar a coisa ou documento em poder do Réu – ligado à utilidade do pedido. Se você faz um pedido e o juiz não tem porque creditar com o sujeito está com Réu, o pedido não vai adiante
	RECUSA À EXIBIÇÃO
	Legítima – 363, CPC
	Não admissão da recusa – Art. 358, CPC
Quando mesmo que a lei admita a recusa, o Réu terá que apresentar:
Ex.: Quando o Réu não quer apresentar documento porque diz respeito a negócio de família. Mas foi o próprio Réu quem fez menção ao documento antes.
	
	Contra a parte contrária
Autor pedindo exibição ao Réu ou Réu pedindo exibição ao autor
	Contra terceiro
Autor ou réu exigindo a exibição de terceiro
	Procedimento
	Incidente processual
	Ação Incidental de exibição
	
	Pedido ou de ofício 
	Petição inicial - autuada em apenso
	
	Intimação na pessoa do Advogado por Diário Oficial
	
Citação do terceiro
	
	Prazo de 5 dias para resposta
	Prazo de 10 dias para resposta
Art. 361,CPC – essa ação incidental será decidida por SENTENÇA.
Parte da doutrina entende que deve ser sentença, e o recurso é apelação
Outra parte entende que deve ser agravo de instrumento excepcionalmente, por ser ação incidental
EXEMPLO DE FUNGIBILIDADE RECURSAL
	
	
	Prazo de 5 dias paraexibir
	
	Ausência de resposta – novo prazo de 5d
Resposta Rejeitada - – novo prazo de 5d
*A+B – se exibir, tudo certo
*Se não exibir, aplica-se o art.359, caput CPC: presunção de veracidade dos fatos
Resposta acolhida: não haverá exibição
	Não exibição:
Busca e apreensão
Multa art. 14, V §úni.
Crime de desobedi-ência 
OBS: Súmula 372/STJ
- não cabe aplicação de estreites em ação de exibição – foi feita para o processo cautelar, mas acaba se aplicando
PROVA DOCUMENTAL – 365 A 369/CPC
Conceito
Qualquer coisa capaz de representar um fato
Ex.: Papel escrito, fotografia, mapa, vidro, barro, ferro...
Documento X instrumento
Documento - nasce para outros fins, podendo ser utilizado como prova. Ex.: carta, e-mail
Instrumento – objetivo ao ser criado é servir de prova. Ex.: Contrato
Procedimento:
Art. 396 CPC indica que o momento da produção é da prática do primeiro ato postulatório, é só juntar aos autos:
Autor: Petição Inicial
Réu: Contestação
Juntada extemporânea – 397, CPC
- Fato superveniente
- Para contrapor prova documental da parte contrária
Informativo 455 STJ, 3ª turma – Resp. 1.121.031/MG: para juntar um documento após a PI e a contestação, precisa de três requisitos:
Ausência de má-fé (o processo não tolera a guarda de trunfos - ter um documento que é sabido ser importante, mas não junta no momento que a lei prevê para apresentá-lo no momento mais conveniente e surpreender a parte contrária, como se fosse uma carta na manga), porque havendo e o juiz percebendo, poderá desentranhar – tem que haver lisura, boa-fé
Estágio procedimental admitir produção de prova: é possível até o início dos recursos excepcionais – os tribunais superiores só analisam matéria de direito, e a produção de prova nada mais é do que a comprovação de um fato
Contraditório – Art. 398/CPC: intima a parte contrária e dá o prazo de 5 dias para se manifestar
OBS: STJ 3ª turma Ag Rg no REsp 729.281/SP – foi juntado documento e a parte contrária não foi intimada para manifestar-se. O STJ recomenda a instrumentalidade das formas: se o documento não for essencial à fundamentação da decisão não haverá anulação
Incidente de falsidade documental – Só admite falsidade material
- Ação Declaratória Incidental – atr. 4º, II, CPC: a declaração sobre a falsidade ou autenticidade vai produzir coisa julgada material. Essa ação depende da provocação do autor ou Réu, prazo de 10 dias para juntada do documento. – A decisão é exoprocessual
OBS: A doutrina majoritária entende que se ninguém ingressar com Ação Declaratória Incidental, o juiz pode reconhecer a falsidade mesmo sem o incidente. Mas esse reconhecimento tem efeito apenas endoprocessual.
Espécies de falsidade:
Falsidade material: vício no documento que altere seu conteúdo
Falsidade ideológica: falsidade do que foi declarado no documento
PROVA TESTEMUNHAL – Art. 400 ao 419, CPC
Conceito
Prova oral baseada na oitiva de um terceiro, em regra um que tenha presenciado os fatos - qualquer sentido humano: audição, visão, olfato, tato, paladar
	Testemunha presencial
	Presenciou os fatos
	
Testemunha de referência
	Ouviu falar dos fatos – prova de 2ª linha (não é prova, mas indício)
	
Testemunha referida
	Testemunha mencionada por outra testemunha
OBS: é desprestigiada pela:
Falta de memória
Dificuldade de narrar o fato
Diferentes percepções
Má-fé
Produção da prova testemunhal
1º momento – preparação da prova
Arrolamento das testemunhas – deve dar ciência à parte contrária em razão do princípio do contraditório. Necessário caso haja ou não intimação da testemunha.
OBS: não confundir intimação com arrolamento. O arrolamento deve acontecer de qualquer jeito. A intimação pode ser dispensada, porque a própria parte pode levar ou o juiz pode determinar a condução coercitiva da testemunha
AUSÊNCIA da testemunha: 
se foi devidamente intimada e não compareceu audiência, é conduzida coercitivamente sob mandado judicial
Se a intimação foi dispensada, a ausência gera a preclusão da prova
Prazo – 407, CPC: fixado pelo juiz, agora, se o juiz for omisso, 10 dias antes da audiência de instrução e julgamento
Quantidade de testemunha:
Máx 10/parte
Máx 3/fato que se queira provar
Cada fato 3, no total 10.
STJ - 5ª turma, REsp 700400/PR: preclusão consumativa no arrolamento ds testemunhas: nã cabe complementação nem modificação das testemunhas arroladas. 
Exceções:
Falecimento da testemunha
Doença grave
Não localização da testemunha
Realização
Em regra, é na audiência de instrução e julgamento. Exceções: 
Produção antecipada de provas – cautelar
Se precisar de carta precatória ou rogatória
Doença grave ou outro motivo relevante
Há algumas autoridades que têm a prerrogativa de escolher o lugar e o local para que aconteça a oitiva – art. 411, CPC 
Procedimento
Primeiro as testemunhas do autor
Depois as testemunhas do Réu
Primeiro o juiz faz as testemunhas
Depois a parte que as arrolou
Depois a parte contrária
OBS: Acareação 418, II C/C 229, §único CPP
OBS: Contradita: busca impedir a oitiva de testemunha suspeita, impedida ou incapaz – 405, CPC – Acontece logo após o início do depoimento:
Juiz pode:
Indeferir a contradita e ouvir o sujeito normalmente como testemunha
Deferir a contradita e não o ouvir
Deferir a contradita e ouvi-lo, mas não como testemunha, e sim como informante do juízo
PROVA PERICIAL – 420 A 439, CPC
Conceito
Prova técnica: exige conhecimento técnico específico.
Espécies:
Exame – perícia que tem como objeto bem móvel ou semovente, pessoa, coisa 
Vistoria – perícia que recai sobre bens imóveis
Avaliação – perícia voltada à aferição de um valor de: bem, direito ou de obrigação
Figura central: Perito
Pessoa de confiança do juízo, a vontade das partes para indicar o perito é irrelevante
Art. 145, CPC – requisitos formais mínimos para atuar como perito:
Nível universitário
Certidão do órgão profissional
** Só pode haver mais de um perito no caso de perícia complexa – 431B, CPC – quando envolve mais de um ramo específico do conhecimento 
OBS: STJ, 2ª turma, REsp866240/RS - se um perito indica outro, é nula! Só quem indica perito é o juiz.
O perito indicado tem 5 dias para pedir dispensa da indicação – art. 423, CPC. Tem que alegar motivo legítimo, 
 
Procedimento:
Nomeação do perito
Fixação do prazo, que pode ser prorrogado por uma vez
Juiz indica o valor dos honorários e o prazo para depósito do valor dos honorários
OBS: informativo 412 STJ, 3ª turma 1.109.357/RJ –prazo impróprio – o juiz admite o depósito após o fim do prazo, desde que antes da decisão de preclusão da prova
Intima as partes para que no prazo de 5 dias indiquem os quesitos e os Assistentes técnicos. 
OBS: STJ, 1ª turma, REsp 639.257/MT – o STF entende que é prazo impróprio, ou seja, as partes têm até o início da perícia para indicar os quesitos e os assistentes técnicos
Art. 433, CPP – O laudo pericial deve ser apresentado pelo mens 20 dias antes da audiência de instrução e julgamento. Porque após a apresentação do laudo, abre-se o prazo de 10dias para que as partes apresentem seus pareceres técnicos (pelos assistentes técnicos)
O perito pode ser chamado à AIJ para prestar esclarecimentos, o arrolamento do perito tem que ser em no máximo 5 dias antes da AIJ
INSPEÇÃO JUDICIAL – 440 A 443, CPC
É uma prova produzida diretamente pelo juiz, o juiz vai diretamente fazer análise sobre um bem móvel imóvel, semovente, pessoa, lugar.
É uma prova subsidiária, só é utilizada depois do esgotamento dos outros meios de prova
O juiz deve informar às partes, pelo contraditório e pelo direito de participar. 
Se o juiz quiser, pode chamar um perito
Em regra, na sede do juízo. Exceto: 
em caso de reconstituição dos fatos
Difícil transporte da coisa ou pessoas
Quando o juiz entender melhor para a qualidade da produção da prova

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