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SOJA Aula 1_Origem

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CULTURA DA SOJA
ORIGEM, EVOLUÇÃO E EXPANSÃO
É considerada um dos 5 grãos sagrados: arroz, soja, trigo, cevada e milheto.
- Primeiros relatos: Imperador chinês Sheng-Nung ano 2.838 A.C.
- Domesticação: cerca de 1.100 A.C.
- Forma cultivada: 200 a 300 anos A.C. foi introduzida na Coréia e Japão.
- Introdução na Europa: 1.740 em Paris
- EUA: 1804 na Pensilvânia
- Uso medicinal: Wu (1848) relata vários usos medicinais.
- EUA: 1915 primeiro relato de extração de óleo para consumo humano
- EUA: 1941 principal uso da soja para alimentação animal.
- Brasil: 1882 na Bahia, mas não tiveram boa adaptação em latitudes próximas a 12º Sul.
- Campinas: 1891 novas cultivares foram introduzidas para latitudes ao redor de 22ºSul.
- São Paulo: 1908 imigrantes japoneses trouxeram novas cultivares destinadas ao consumo humano.
- Minas Gerais: soja introduzida na década de 1920
- Santa Catarina: por volta de 1930
- Rio Grande do Sul: por volta de 1935
- Goiás: década de 1950
- Centro-Norte – Nordeste: década de 1970
- Primeira exportação: 1938
EVOLUÇÃO:
- 1941: 702 ha
- 1960/69: 400.000 ha – produtividade média 1089 kg/ha
- 2005/06: 22.200.000 ha – produtividade média 2700 kg/ha
PRINCIPAIS CAUSAS DA EXPANSÃO:
- Incentivos fiscais nas décadas de 1950/60 e 70;
- Mercado internacional em alta na década de 1970;
- Substituição das gorduras animais por óleos vegetais;
- Estabelecimento de rico parque industrial de processamento de soja;
- Facilidade de mecanização;
- Organização de rede de pesquisa dos setores públicos;
- Melhoria do sistema viário;
- Baixo valor da terra no Cerrado;
- Topografia altamente favorável da região dos Cerrados;
- Desenvolvimento de tecnologia de produção em baixas latitudes e baixa fertilidade do solo;
- Regime pluviométrico favorável dos Cerrados.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
É uma das plantas mais importantes do mundo. Seu grão é rico em proteína (40%) e óleo (20%).
Principais países produtores (safra 2010/11):
- Mundo: 263,7 milhões de toneladas (Área: 103,5 milhões ha)
- EUA: 90,6 milhões de toneladas (Área: 31 milhões ha – 2922 kg/ha)
- Brasil: 70 milhões de toneladas (Área: 24,2 milhões ha – 3106 kg/ha)
- Argentina: 49 milhões toneladas 
- China: 16,2 milhões toneladas 
Produtos obtidos: 
- Óleo: alimentação humana, produção de biodiesel, desinfetantes, lubrificantes, sabão.
- Farelo: alimentação humana e animal.
- Extrato: leite de soja isento de lactose
- Proteína texturizada de soja (PTS): fabricação de “carne de soja” e barra de cereais.
- In natura: broto, salada de soja cozida, queijo (tofu) e outras iguarias orientais.
ASPECTOS MORFOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Fabales
Família: Fabaceae (Leguminoseae)
Subfamília: Faboideae (Papilionoideae)
Gênero: Glycine
Espécie: Glycine max
Forma cultivada: Glycine max (L.) Merrill
- Descrição da planta: planta anual, herbácea, ereta, autógama. Altura varia de 30 a 200 cm, com ramificações e o desenvolvimento completo leva 75 dias (precoces) a 200 dias (tardias).
- Raiz: sistema radicular constituído de raiz axial principal e de raízes secundárias difuso, onde o crescimento é dividido em três fases:
a) Primeira fase: Crescimento vegetativo: radícula do embrião cresce verticalmente orientada para baixo; desta origina-se a raiz principal (cresce 2,5 a 5,0 cm/dia), de onde derivam as primeiras ramificações. Cresce cerca de 45 a 60 cm e há desenvolvimento horizontal de inúmeras raízes laterais nos primeiros 15 cm.
b) Segunda fase: coincide com o elevado vigor no desenvolvimento da parte aérea, início de florescimento e formação de vagens. Raiz principal continua se desenvolvendo (até 75 cm) e as laterais continuam ramificando (até 25 cm). Ao final, 4 a 6 raízes secundárias destacam-se em desenvolvimento, crescem horizontalmente até 75 cm de distância e, em seguida, mudam o comportamento penetrando verticalmente no solo.
c) Terceira fase: coincide com o período de formação das vagens, enchimento de grãos e maturação fisiológica. Há diminuição no crescimento da raiz principal, por outro lado, aumento no desenvolvimento e penetração das raízes secundárias principais.
( Nas raízes são encontrados nódulos de bactérias do gênero Bradyrhizobium – fixadoras de N do ar atmosférico.
- Caule: tipo herbáceo, ereto, pubescente e ramificado, o qual se desenvolve a partir do eixo embrionário. Em cada nó há uma folha e nas axilas destas uma gema lateral, que pode se transformar em ramificações ou inflorescências. O número de ramificações depende da constituição genética e do espaço disponível para o desenvolvimento.
( O desenvolvimento terminal do caule é dependente do tipo de crescimento da planta:
a) cultivares de crescimento determinado e semideterminado: gema terminal transforma-se em uma inflorescência;
b) cultivares de crescimento indeterminado: não há transformação da gema terminal.
- Folhas: apresenta três tipos de folhas ao longo do ciclo:
a) cotiledonares ou embrionárias;
b) simples ou unifoliadas;
c) compostas ou trifoliadas.
( unifoliadas e trifoliadas possuem pulvino na base do pecíolo, responsável pelos seus movimentos.
- Flor: são completas (cálice, corola, androceu e gineceu) e ocorrem em racemos terminais ou axilares. Número varia de 2 a 35 por racemo. A abertura ocorre pela manhã e é influenciada pelas condições de temperatura e umidade. Podem ser de coloração branca ou roxa.
( É uma planta típica de dias curtos: necessita de um mínimo de horas de noite para indução floral.
- Fruto: é do tipo vagem, achatado, reto e pouco curvado, pubescente e deiscente. Pode chegar até 400 vagens/planta e possuir de 1 a 5 sementes por vagem (normal 2 a 3 sem/vagem).
- Semente: possui variações quanto à forma, tamanho, cor do tegumento (amarelo-palha, amarelo-oliváceo, verde-oliva, marrom, preta e bicolor), cor do hilo (preta, marrom, cinza, amarelo-claro) e cor dos cotilédones (amarela ou verde).
- Estádios de Desenvolvimento: 
ECOFISIOLOGIA DO CRESCIMENTO
Originária e domesticação soja na China (latitude 30 e 45º Norte) e até 1960 era cultivada em latitude superior a 22º.
Brasil: pioneiro no cultivo de soja em regiões com latitude inferior a 20º.
LUZ
Radiação incidente chega ao interior da cobertura vegetal por:
- incidência direta: espaços vazios entre plantas e fileiras;
- radiação difusa: transmitida pela folha e da superfície do solo.
IAF = soma de toda a superfície foliar / área de solo
A produção de grãos de soja é função da taxa fotossintética do dossel e esta, por sua vez, depende da máxima quantidade de radiação solar interceptada (ao redor de 95%) ( IAF = 3,5 a 4,0 no estádio R1.
( a obtenção deste IAF o mais rápido possível constitui indicativo de adequação das plantas no tempo e no espaço, permitindo máximo aproveitamento dos recursos do ambiente e maior produtividade de grãos.
O IAF depende da temperatura e fotoperíodo, os quais são fatores influenciados pela latitude, época de semeadura e características dos genótipos.
FOTOPERÍODO
O fotoperíodo (número de horas de luz por dia) é o fator mais importante para se determinar a proporção relativa entre estádios vegetativos e reprodutivos em plantas de soja.
Afeta: crescimento, maturação, altura da planta, peso de sementes, número de ramificações, vagens por planta, etc.
A duração do período luminoso, bem como a duração do período escuro, influencia diretamente no grau de indução floral, onde o florescimento máximo pode ocorrer com ciclo de 12 h de luz e 12 h de escuro.
( Cultivares de soja são adaptadas a estreitas faixas de latitudes.
Ex.: Cultivar adaptada a 20º L, quando a 30º L, irá florescer tardiamente resultando em maior ciclo da planta.
- PERÍODO JUVENIL CURTOEntre VE e V1 não há percepção da soja ao estímulo fotoperiódico. A partir daí, dependendo da fotossensibidade do genótipo, a planta adquire a capacidade de perceber os estímulos, que induzem as transformações de seus meristemas vegetativos em reprodutivos.
Em cultivares com característica de período juvenil curto, a percepção fotoperíodica ocorre a partir da folha unifoliada. O florescimento poderá ocorrer 15 a 20 dias após a indução ( cultivo inviável em latitude inferior a 20º (Cerrado).
- PERÍODO JUVENIL LONGO.
( A fase juvenil é insensível ao fotoperíodo em genótipos de soja que apresentam a característica de período juvenil longo. A indução ao florescimento ocorre a partir da 5ª à 7ª folha trifoliada. A característica de juvenilidade retarda a floração.
UMIDADE
- Solo: instalação da lavoura deve ser realizada sob condições de 50% a 85% da capacidade de campo.
- Germinação da semente: requer absorção de água de pelo menos 50% do peso seco da semente, o qual pode ser obtido em 5 dias após a semeadura, se a tensão de umidade do solo for menor que 6,6 bars (umidade insuficiente – viável até 1 mês).
- Crescimento vegetativo: o déficit hídrico inibe severamente a expansão foliar, provocando a diminuição da área foliar. Além disso, inibe a fotossíntese, reduz fixação de N, pode provocar queda de folhas velhas, menor translocação de fotoassimilados ( redução diâmetro e altura da planta. Entretanto, o número de nós na haste principal e número de ramificações laterais não são afetados.
- Estádio reprodutivo: promove aborto de flores, óvulos e vagens devido ao efeito do déficit hídrico sobre a fotossíntese. Também promove redução no tamanho de grãos quando o déficit ocorre durante o período de enchimento de grãos. Já o número de grãos por vagem é pouco influenciado pelo déficit hídrico em cultivares de hábito de crescimento determinado.
- Maturação e qualidade da semente: umidade excessiva antes da maturação das sementes, associada às altas temperaturas, retarda o ciclo da planta, favorecendo a ocorrência de doenças.
TEMPERATURA
- Temperatura do solo e do ar: a temperatura ótima para germinação situa-se próximo a 30º. Porém, germinação das sementes ocorre entre 5 e 40º, sendo que nestas condições há decréscimo na taxa de sobrevivência, acúmulo de matéria seca e altura de plântulas.
- Crescimento e desenvolvimento: a soja adapta-se melhor a temperaturas entre 20 e 30º. O crescimento da soja é pequeno ou nulo a temperaturas menores ou iguais a 10º. Temperaturas acima de 40º tem efeito adverso na taxa de crescimento, provocam distúrbios na floração e diminuem a capacidade de retenção de vagens.
- Floração: somente é induzida quando ocorrem temperaturas acima de 13º; abaixo de 24º geralmente retardam o florescimento em 2-3 dias para cada decréscimo de 0,5º 
- Colheita: temperaturas baixas na fase de colheita associadas ao período chuvoso ou de alta umidade podem provocar atraso na colheita, bem como haste verde e retenção foliar.
- Fixação simbiótica: formação do nódulo, desenvolvimento do nódulo e a fixação de N são maiores a 27º C. Algumas estirpes de Bradyrhizobium são ineficientes a 33º C.
- Qualidade da semente: temperaturas elevadas e alta umidade relativa entre a maturação (R8) e a colheita (R9) são desfavoráveis à qualidade da semente de soja, devido aos efeitos detrimentais da alternância do umedecimento e secagem das sementes.
- Conteúdo de óleo e proteína: geralmente, a soja apresenta teor de óleo mais elevado quando cultivada em ambientes mais quentes. Já o conteúdo de proteína está inversamente relacionado com o teor de óleo. Entretanto, a temperatura não está associada com o conteúdo de proteína e tem pouco efeito na porcentagem encontrada na semente.
NUTRIÇÃO MINERAL E ADUBAÇÃO
MACRONUTRIENTES
NITROGÊNIO
É o nutriente requerido em maior quantidade pela cultura da soja. Estima-se que para produzir 1000 kg de grãos é necessária a aplicação de 80 kg de N. Absorvido na forma de nitrato (NO3).
Na planta, 90% do N está na forma orgânica, como aminoácidos livres, proteínas, nucleotídeos, aminas, purinas, coenzimas, dentre outras.
Fontes: Matéria orgânica, fertilizantes nitrogenados e fixação biológica (principal).
( Deficiência: clorose total, uniforme, das folhas mais velhas, seguido de necrose. Causa baixos teores de proteínas nos grãos
Adubação Nitrogenada: reduz a nodulação, e a eficiência da fixação biológica do N2 e não incrementa a produtividade de grãos. Isso ocorre devido ao N adicionado desviar produtos da fotossíntese que normalmente iriam para os nódulos ( deve ser eliminada.
( Áreas de renovação de pastagem: é recomendado utilizar nitrogênio no plantio e é obrigatório o uso de inoculante.
( Formulações de adubos que contenha N: não aplicar mais que 20 kg de N / ha.
FÓSFORO 
	Absorvido na forma de iônica como P2O4. É essencial nos processos de armazenamento e fornecimento de energia (ATP). Este composto de alto conteúdo energético promove os mecanismos de síntese dos componentes celulares, como carboidratos, ácidos graxos, glicerídeos, proteínas e outros. É importante na formação de lipídeos.
Fontes: fertilizantes minerais
( Deficiência: crescimento reduzido, baixa inserção de vagens e folhas com coloração verde escuro-azulada.
( Excesso: pode causar toxidez, em geral associada com teores foliares (florescimento) ao redor de 0,8%.
POTÁSSIO
	É absorvido na forma iônica K+. É importante em todos os aspectos do crescimento e da produção da soja e tem grande influência no balanço nutricional da cultura, pois:
- Atua na ativação enzimática
- Regula abertura e fechamento dos estômatos
- Regulação osmótica dos tecidos
- Aumenta a resistência das plantas
- Aumenta resistência ao acamamento (lignificação das células do esclerênquima)
	O fornecimento de K:
Aumenta:
- nodulação
- número de vagens
- % de vagens com grãos
- tamanho da semente
- conteúdo de óleo
Diminui:
- número de grãos enrugados
- danos causados por nematóides
Fonte: adubos minerais
( Deficiência: clorose internerval, seguida de necrose nos bordos das folhas velhas (putrescina), semelhante a aspecto queimado por fogo ou herbicida.
ENXOFRE
	Absorvido como SO42-. É componente de enzimas e coenzimas, participando do metabolismo dos carboidratos e dos lipídeos e auxiliar as fixações livre e biológica do N. 90% do S está na planta na forma orgânica como cistina, metionina, cisteína, proteínas, glicosídeos e vitaminas. Participa na síntese de proteínas.
	A adição de S pode resultar em aumento de 30 a 40% na produção da soja.
Fontes: gesso agrícola, superfosfato simples, enxofre elementar ou flor de enxofre e algumas formulações de N-P-K.
( Deficiência: aparecimento de altas relações N-solúvel/N-protéico, clorose uniforme nas folhas novas.
ADUBAÇÃO P, K, S
	Baseado na interpretação dos resultados da análise química do solo.
CÁLCIO
	É absorvido como íons Ca2+. Beneficia a germinação do grão de pólen e no crescimento do tubo polínico, ativa enzimas relacionadas ao metabolismo do P e atua na manutenção da integridade funcional da 	membrana e da parede celular e, também, como ativador de enzimas relacionadas ao metabolismo do P.
( Tem efeito significativo na fixação simbiótica do N, principalmente em pH abaixo de 5,0.
( Deficiência: pontos de crescimento são afetados, atrofiando o sistema radicular e matando a gema apical; há o retardamento da emergência das folhas primárias e ao emergirem, apresentam-se encarquilhadas. Também ocorre colapso do pecíolo devido má formação da parede celular.
Fonte: calcário e adubo foliar.
MAGNÉSIO
	Absorvem como íon Mg2+. É um ativador de várias enzimas relacionadas à síntese de carboidratos e de ácidos nucléicos. O Mg é o átomo central da molécula de clorofila, correspondendo a 2,7% do peso da clorofila e, portanto, fundamental nos processos da fotossíntese.
	O fornecimento de Mg também aumenta a fixaçãodireta e indireta de N e o crescimento.
( Deficiência: folhas mais velhas apresentam clorose internerval (amarelo claro) e nervuras cor verde-pálida.
Fonte: calcário e adubo foliar.
MICRONUTRIENTES
BORO
	O B está normalmente na solução do solo (pH=7,0) como uma molécula não dissociada de ácido bórico (H3BO3). Está intimamente ligado à estrutura primária da parede celular e ao funcionamento das membranas celulares. Também é necessário à elongação e à divisão celular, desempenha papel importante no transporte e no metabolismo de carboidratos.
	
( Deficiência: manifesta primeiramente nos tecidos jovens e recém-formados, causando superbrotamento devido morte da gema apical.
- pH>7,0; aplicação de altas doses de Ca, e aplicação de doses altas de K em solos ácidos e pobres em Ca. 
( Toxidez: aparecimento de manchas pardas nos bordos das folhas, progredindo para necrose das margens e pontuações internervais, encarquilhamento das folhas mais velhas, encurtamento de internódios.
Fonte: adubos químicos e foliares.
MANGANÊS	
Atua como ativador de enzimas, participa da fotólise da água no fotossistema II e da formação da clorofila. Sua disponibilidade no solo é altamente dependente do pH, onde ( calagem ( disponibilidade de Mn.
( Deficiência: clorose em tons amarelo-esverdeados nas folhas mais novas entre as nervuras e as nervuras são de cor verde-escura.
( Toxidez: aparece inicialmente também em folhas jovens, caracterizada por encarquilhamento dos folíolos e pontos necróticos de coloração marrom-escura no limbo foliar.
Fonte: óxido ou sulfato manganoso, sulfato ou cloreto de manganês.
MOLIBDÊNIO	
	É absorvido como MoO42- e caracteriza-se por ser mais necessário para a fixação biológica do N2, do que propriamente para o metabolismo da planta.
	O complexo da nitrogenase também contém Mo e a enzima necessária para a fixação simbiótica do N2. Faz parte da estrutura da redutase do nitrato.
( Deficiência: provoca o acúmulo de nitrato na planta, plantas amareladas, com sintomas de deficiência de N, clorose em folhas mais velhas seguida de necrose.
Fonte: calagem (aumento do pH) e fertilizantes.
ZINCO	
	É absorvido como Zn2+, onde o processo é altamente dependente do pH do solo. Atua na ativação de enzimas como a sintetase do triptofano, precursor do ácido indol acético (AIA), desidrogenases e anidrase carbônica. A soja é altamente sensível à deficiência de Zn. Doses elevadas de calcário e de P podem induzir à deficiência.
( Deficiência: pode causar encurtamento dos internódios, com produção de folhas menores, cloróticas e lanceoladas. As folhas mais novas apresentam clorose internerval de coloração amarelo-ouro e as nervuras com cor verde-escura.
Fonte: adubos químicos e foliares
CLORO
	Atua na fotólise da água e no transporte de elétrons e participa das reações da fotossíntese. Entre os micronutrientes, é o que costumeiramente aparece em maior proporção na soja devido o uso de cloreto de potássio.
( Deficiência: não se conhece ocorrência de sintomas em campo.
( Toxidez: pode prejudicar a germinação, “queima foliar da soja”
Fonte: solos brasileiros são ricos em Cl; cloreto de potássio
CALAGEM
Influência a eficácia dos fertilizantes, pois melhora o ambiente radicular e facilitando a absorção de nutrientes. Deve ser o primeiro aspecto a ser avaliado quando se interpreta a análise química de solo.
( Função: neutralização do Al3+ e suprimento de Ca2+ e Mg2+
( Recomendação: a adequação da saturação de bases (V%) é variável para cada estado:
- Paraná: 70%; São Paulo, MS: 60%; Cerrados: 50%.
SISTEMAS DE CULTIVO
Sistemas de cultivo são os fatores que podem ser manuseados pelo homem e cuja maior ou menor eficiência depende diretamente da ação, cuidado e do interesse do agricultor. A escolha de um determinado sistema de cultivo é essencial para que se obtenha um bom desenvolvimento aéreo e radicular da cultura.
CULTURA EXCLUSIVA
É o cultivo somente de soja em período que pode variar de acordo com a região e deixando o solo exposto aos agentes de depauperamento ao longo dos outros meses que não há cultivo.
ROTAÇÃO DE CULTURAS
É o processo de se alternar, em uma determinada área e em um determinado período do ano, diferentes culturas segundo uma seqüência regular.
Vantagens:
- melhor organização da distribuição das culturas na propriedade rural;
- economia do trabalho;
- melhora de características físicas, químicas e biológicas do solo;
- auxílio no controle das plantas daninhas, doenças e pragas;
- auxílio na manutenção da matéria orgânica e N do solo; e 
- reduzir perdas por erosão.
( Inserir culturas taxonomicamente afastadas.
SUCESSÃO DE CULTURAS
É o cultivo de duas ou mais culturas no mesmo local, uma após a outra, no mesmo ano agrícola. 
Vantagens: melhor uso do solo, diminuição dos riscos de produção dentro do mesmo ano e a ocupação da área por espécies de interesse econômico.
Exemplo: soja-milho.
CONSORCIAÇÃO DE CULTURAS
CULTURA INTERCALAR
 PRODUÇÃO DE GRÃO E FENO
ADUBAÇÃO VERDE
MANEJO DA CULTURA
A produtividade de uma cultura é definida pela interação entre a planta, o ambiente de produção e o manejo. Altas produtividades só são obtidas quando as condições ambientais são favoráveis em todos os estádios de crescimento da soja. Para uma produção econômica, é necessário conhecer alguns fatores importantes que irão influenciar significativamente nas características agronômicas da lavoura, tais como:
a. ÉPOCA DE SEMEADURA
	Provavelmente nenhum outro fator cultural isoladamente é mais importante para a produção da soja do que a época de semeadura. A soja é uma planta sensível à luz e outras condições ecológicas como temperatura, altitude e umidade.
	A época de semeadura determina a exposição da soja à variação dos fatores climáticos limitantes, onde a melhor época para realizar a semeadura está em função da cultivar e do local de cultivo.
( existem indicações que a soja não apresenta maturação satisfatória nas semeaduras antes de 1º de outubro e depois de 20 de dezembro.
Cerrado: recomenda-se plantio entre 10/10 e 15/12
b. ESPAÇAMENTO ENTRE FILEIRAS E POPULAÇÃO DE PLANTAS
	A cultura soja apresenta grande faixa de adaptação a variações de população de plantas por área. Com a simples variação (dentro de certos limites) no arranjo populacional é possível variar a produtividade, altura de plantas e da inserção da primeira vagem, grau de acamamento, número de ramificações, diâmetro de caule, número de vagens/planta e o peso médio de sementes. 
( o aumento do espaçamento proporciona diminuição na altura da planta, na inserção da primeira vagem, no grau de acamamento e aumenta-se o número de ramificações e o número de vagens por planta.
Tabela 1. Produtividade média e peso médio de 1000 grãos obtidos em função dos diferentes arranjos populacionais utilizados na cultura da soja. Sinop/MT, 2008.
	Distância entre
	Produtividade (kg/ha)
	Peso 1000 grãos (g)
	linhas (cm)
	11 plantas\a
	15 plantas
	11 plantas
	15 plantas
	45
	2955,27
	2884,05
	134,60
	135,86
	50
	2852,95
	2798,80
	130,07
	131,60
	55
	2793,54
	2803,00
	127,33
	128,87
	60
	2843,67
	2932,66
	128,94
	132,25
	F bloco
	0,74NS
	2,70NS
	F distância (d)
	0,17NS
	2,54NS
	F no plantas (p)
	0,01NS
	1,35NS
	F (d x p)
	0,41NS
	0,10NS
	DMS (d)
	662,32
	14,16
	DMS (p)
	446,22
	7,42
	C.V. (d) (%)
	13,18
	3,87
	C.V. (p) (%)
	5,63
	3,83
\a – número de plantas por metro linear de planto. NS – Não significativo. 
�
Tabela 2. Média do número de vagens contendo três, dois e um grão e número total de vagens produzidas por planta em função dos diferentes arranjos populacionais. Sinop, MT, 2008.
	
	Número de vagens
	Distância entre
	3 grãos
	2 grãos
	1 grão
	Total
	linhas (cm)
	11 plantas\a
	15 plantas
	11 plantas
	15 plantas
	11 plantas
	15 plantas
	11 plantas
	15plantas
	45
	36,75 Ca
	28,58 Aa
	27,42 Ca
	30,00 Aa
	9,08 Aa
	6,50 Aa
	 73,25 Ca
	65,08 Aa
	50
	39,17 BCa
	34,41 Aa
	41,66 BCa
	36,01 Aa
	11,50 Aa
	9,17 Aa
	 92,33 BCa
	79,58 Aa
	55
	53,00 BCa
	30,83 Ab 
	45,33 BCa
	32,58 Ab
	9,58 Aa
	6,24 Ab
	107,92 BCa
	69,66 Aab
	60
	61,08 Aa
	37,58 Ab
	53,50 Aa
	37,41 Ab
	11,83 Aa
	11,84 Aa
	126,42Aa
	86,83 Ab
	F bloco
	0,52NS
	1,30NS
	0,51NS
	0,85NS
	F distância (d)
	3,39NS
	9,13**
	10,66**
	7,76*
	F no plantas (p)
	28,21**
	5,70*
	6,48*
	24,99**
	F (d x p)
	3,01*
	1,53*
	0,79*
	2,81*
	DMS (d)
	24,31
	25,19
	6,18
	40,28
	DMS (p)
	14,25
	11,95
	2,97
	21,82
	C.V. (d) (%)
	27,46
	17,04
	17,96
	17,77
	C.V. (p) (%)
	19,41
	24,88
	24,21
	15,94
\a – Número de plantas por metro linear de plantio. NS – Não significativo. ** Significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade. Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna ou de mesma letra minúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo teste t (p>0,05)
�
Tabela 3. Período de fechamento do dossel da cultura e altura média de plantas observadas nos diferentes arranjos populacionais estudados. Sinop, MT, 2008.
	Distância entre
	Fechamento (DAE)\a
	Altura de plantas (cm)
	linhas (cm)
	11 plantas/m
	15 plantas/m
	11 plantas/m
	15 plantas/m
	45
	31
	31
	44,25 Ba
	44,25 Ba
	50
	36
	36
	45,50 Ba
	45,25 Ba
	55
	42
	42
	44,75 Ba
	45,00 Ba
	60
	48
	48
	62,50 Aa
	68,25 Ab
	F bloco
	
	1,13NS
	F distância (d)
	
	57,10**
	F num. plantas (p)
	
	9,86*
	F (d x p)
	
	9,91*
	DMS (d)
	
	6,42
	DMS (p)
	
	4,46
	C.V. (d) (%)
	
	7,70
	C.V. (p) (%)
	
	2,59
\a – DAE = Dias após emergência das plântulas. NS – Não significativo. ** Significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade. Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna ou de mesma letra minúscula na linha não diferem estatisticamente entre si pelo teste t (p>0,05).
( atualmente recomenda-se espaçamento entre fileira de 40 a 50 cm
c. PROFUNDIDADE DE SEMEADURA
	A profundidade na semeadura correta em uma lavoura é fundamental, uma vez que influencia o estande final, altura da planta, ciclo, acamamento e, principalmente a produtividade.
	Na definição da profundidade de semeadura devem ser considerados:
- tamanho e qualidade da semente;
- tipo e a umidade do solo;
- temperatura do solo.
( profundidades de 2-3 cm em solo argilosos e 3-5 cm em solos arenosos são favoráveis.
d. QUALIDADE DE SEMENTE
	Sempre verificar poder germinativo e lote de sementes – testar antes.
TRATOS CULTURAIS
A. DOENÇAS
	As plantas de soja são colonizadas por vários tipos de microrganismos. Aproximadamente 125 microrganismos patogênicos à soja são conhecidos no mundo; entretanto, cerca de 40 destes são capazes de provocar doenças de importância econômica. 
No Brasil, encontram-se aproximadamente 25 patógenos de soja com relativa importância econômica.
- Ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi): pústulas caracterizadas por pequenas elevações que contém os uredosporos e a sua formação é mais evidente na face inferior das folhas. Pode ser confundida com Septoriose ou Crestamento Bacteriano. A diferença está na presença do halo amarelado ao redor das pontuações características nestas doenças e ausentes na ferrugem.
Medidas de controle: adoção do vazio sanitário, eliminar soja tigüera, realizar semeadura da soja na época recomendada, evitar prolongamento do período de semeadura, utilizar boa tecnologia de aplicação, e utilizar fungicidas recomendados e eficientes.
- Mancha alvo (Corynespora cassiicola): lesões na folhas, hastes e vagens. Nas folhas, a doença inicia por pequenas pontuações de coloração castanho-avermelhadas, com halo amarelo, que evoluem para grandes manchas arredondadas, de coloração castanho-clara, atingindo até 2 cm de diâmetro.
Medidas de controle: cultivares resistentes ou tolerantes, rotação/sucessão de culturas com gramíneas, utilizar fungicidas quando o nível de severidade atingir 10-15% (benzimidazois).
- Septoriose (Septoria glycines): lesões angulares na folhas delimitadas pelas nervuras, de coloração castanho-avermelhadas e halo amarelado, podendo ocorrer severa desfolha até os primeiros 35 a 40 dias após a emergência. Ocorre também no final de ciclo, onde surgem pontuações pardas nas folhas verdes. Provoca desfolha e maturação prematura.
Medidas de controle: tratamento de sementes, rotação/sucessão de culturas, adubação equilibrada aplicação fungicidas.
- Mela ou Requeima da soja (Rhizoctonia solani): infecta toda parte aérea provocando severo abortamento de flores e vagens. As lesões iniciam como pontos de encharcamento, evoluindo rapidamente para grandes manchas e reboleiras de plantas mortas. AS folhas e pecíolos infectados ficam pendentes ao longo da haste ou caem sobre plantas vizinhas.
Medidas de controle: reduzir população de plantas, controlar plantas daninhas, rotação/sucessão de culturas, adubação equilibrada, utilizar fungicidas.
- Antracnose (Colletotrichum truncatum): morte de plântulas, necrose dos pecíolos e manchas nas folhas, hastes e vagens. As vagens infectadas no estádio inicial de formação (R3) adquirem coloração castanho-escura a negra e ficam retorcidas e sem granar. Quando atingem a vagem durante a granação (a partir de R5.1), as lesões iniciam como estrias negras que evoluem e atingem toda a vagem, os quais se abrem.
Medidas de controle: tratamento de sementes, rotação de cultura, adubação equilibrada (principalmente com K), aumento espaçamento, controle químico quando o nível de infestação atingir 10% de vagens até o estágio R4.
- Crestamento foliar (Cercospora kikuchii): ocorre em toda a parte aérea da planta causando reduções no rendimento e na qualidade das sementes. Nas folhas, as lesões iniciam como pontuações castanho-avermelhadas, que evoluem para manchas indefinidas, sem halo amarelado. As lavouras severamente afetadas passam rapidamente da coloração verde para castanho-escura e aceleram a desfolha e maturação. O fungo atinge a semente através da vagem, causando a mancha púrpura no tegumento.
Medidas de controle: sementes sadias, tratamento de sementes, rotação/sucessão de culturas, adubação equilibrada (principalmente K) aplicação de fungicidas.
				 
 Estrobirulina Estrobirulina + Triazol
 + ou
					 Triazol Triazol
TS Benzimidazois
( ( ( �
- Oídio, Míldio, crestamento bacteriano, mancha olho de rã, nematóides.
B. PRAGAS
Os insetos-praga constituem um dos principais problemas enfrentados pelos produtores de soja com vistas a alcançarem altas produtividades de grãos. Geralmente, as medidas de controle são adotadas (químico) quando é constatada a presença de insetos fitófagos na cultura ou com base no “bom senso” ( resistência de pragas a inseticidas.
Didaticamente, as principais pragas que ocorrem na lavoura de soja podem ser divididas em: 
- Pragas de solo: percevejo castanho da raiz (Scaptocoris castanea, S. carvalhoi), coros da soja (Phyllophaga cuyabana, Liogenys sp), lagarta Elasmo (Elasmopalpus lignosellus), tamanduá da soja (Sternechus subsignatus) torrãozinho (Myochorus armatus).
- Pragas iniciais: vaquinha (Cerotoma arcuata, Maecolaspis calcarifera), patriota (Diabrotica speciosa).
- Desfolhadoras: lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis), lagarta falsa-dedideira (Pseudoplusia includens), Spodoptera eridania, S. cosmioides, Lagarta enroladeira (Omiodes indicata), lagarta-das-maças (Heliothis virescens).
- Sugadoras: percevejo marrom (Euschistus heros), percevejo verde-pequeno (Piezodorus guildinii), percevejo verde (Nezara viridula), percevejo barriga-verde (Dichelops melacanthus, D. furcatus), percevejoedessa (Edessa meditabunda), mosca-branca (Bemisia tabaci).
- Grãos armazenados.
C. PLANTAS DANINHAS
	Para evitar os prejuízos causados pelas plantas daninhas, gasta-se, em média, cerca de 20-30% do custo de produção de uma lavoura no controle dessas plantas.
	Um bom programa de controle de plantas daninhas deve permitir a máxima produção no menor espaço de tempo, a máxima sustentabilidade de produção e o mínimo risco ambiental.
É recomendável que a cultura permaneça livre da presença de plantas daninhas até 30 dias após a emergência.
Por ser em grandes áreas, o cultivo da soja é tradicionalmente dependente do uso de herbicidas como medida de controle de plantas daninhas. No entanto, deve-se considerar o herbicida apenas como uma ferramenta a mais para se obter manejo eficiente.
	A aplicação de herbicidas na cultura da soja pode ser realizada em diferentes fases:
- Pré-semeadura: herbicidas usados como dessecantes ou incorporados.
- Pré-emergência: tanto da cultura quanto das plantas daninhas e apresentam como característica longo período residual.
- Pós-emergência: podem ser de contato ou sistêmico.
- Pós-colheita ou manejo outonal: dessecantes aplicados no período de entre safra com objetivo de eliminar soja tigüera e manejo de plantas daninhas (banco de sementes).
Além do método químico, é necessário também dispor de outros métodos de controle, como, preventivo, cultural, físico ou mecânico.
Tecnologia Soja Resistente ao Glifosate 
	A soja transgênica foi oficialmente liberada para o cultivo no Brasil em 2005. Acreditava-se que ocorreriam profundas mudanças nos sistemas de controle, tendo em vista que vários produtos ou combinações de produtos utilizados seriam rapidamente substituídos por um único ingrediente ativo, o glifosate.
	Todavia, no Brasil as plantas daninhas apresentam composição e dinâmica de um país tropical, fatores estes que levam a antever uma provável mudança na composição das plantas daninhas se a tecnologia não for adequadamente utilizada.
COLHEITA, SECAGEM ARMAZENAMENTO
A colheita na cultura da soja representa o momento de avaliação da safra nos aspectos quantitativos e qualitativos, sendo reflexo da tecnologia empregada desde a implantação e das adversidades climáticas a que foi submetida.
A. COLHEITA
	O bom planejamento da colheita deve levar em consideração o teor de umidade dos grãos de soja sendo o ideal entre 13% e 15%. No entanto, quando a soja atinge a maturidade fisiológica (ponto de colheita) o teor de umidade varia de 30% a 65% ( o que inviabiliza a colheita mecânica.
Principais problemas para a colheita fora da umidade ideal:
- Umidades inferiores a 12,5%: grãos duros e quebradiços (dano mecânico imediato).
- Umidades superiores a 15%: dificuldade na debulha de vagens (aumentar rotação do cilindro – causa dano mecânico latente).
Principais causas de perda na colheita:
a. Antes da colheita
	Devido à deiscência natural da vagem, retardamento do início da colheita, má condição da lavoura, hastes soltas e chuvas de granizos e ventos fortes. Representa cerca de 3% no total das perdas.
b. Durante a colheita
	Causadas por mecanismos internos (representam de 15% a 20% do total das perdas), causadas por danificação em grãos, peneiras e ventiladores com regulagem inadequada.
c. Plataforma de corte
	Causadas devido a desajustes no molinete de corte em relação à velocidade ou à posição. As perdas podem chegar a 85% do total.
d. Após a colheita
	Instalações inadequadas e falta de conhecimentos técnicos para a pratica da armazenagem.
( Máquinas colhedoras: fluxo axial proporciona menos perdas que fluxo radial devido maior permanecia da palha no interior da máquina, menor índice de danos mecânicos, 
NOTA 1: Presença de plantas daninhas: devido aumento na quantidade de material estranho colhido, embuchamento da colhedora, diminuição da velocidade da colhedora, elevação da altura de corte, acamamento de plantas.
NOTA 2: chuva no momento da colheita é o grande vilão do agricultor, pois aumenta consideravelmente a incidência de doenças nos grãos – grão ardido.
B. DESSECAÇÃO
	A dessecação permite a antecipação da colheita, uniformizando e podendo vir a reduzir as perdas, diminuir as impurezas e obter melhor qualidade dos grãos. O momento ideal da aplicação é a partir do estádio reprodutivo R6.5, mas nunca antes dos grãos estejam fisiologicamente maduros.
Proporciona: efetiva redução na umidade da semente, eliminação de plantas daninhas, diminuição de impurezas, redução de incidência de doenças.
C. BENIFICIAMENTO
	É necessário fazer avaliação para verificar a necessidade de secagem (em secadores) e limpeza (em peneiras de separação) antes do armazenamento.
D. SECAGEM
	Atualmente no Cerrado, existe a tendência de se antecipar ao máximo o momento da colheita visando obter melhor qualidade do grão e plantio da segunda safra. Como conseqüência, os grãos são colhidos com maior umidade e torna-se indispensável os conhecimentos sobre secagem artificial para o armazenamento.
	A secagem dos grãos e sementes, mediante convecção forçada do ar aquecido, compreende essencialmente dois processos simultâneos: a evaporação da água superficial dos grãos e o movimento de água do interior para a superfície do grão.
( No caso de secagem de sementes as temperaturas não devem ser maiores que 45º C durante a secagem;
( No caso de secagem de grãos as temperaturas são maiores que 45º C e podem atingir até 120º C (uma só passagem), as quais podem alterar características do produto como sabor, aparência e valores nutricionais.
( Cuidado: a temperatura é inversamente proporcional ao teor de umidade da semente
E. ARMAZENAMENTO
	A qualidade inicial é fator primordial para um bom armazenamento e pode ser definida na colheita e secagem da soja.
Depende:
- Herança genética;
- Estresse ocasionado por seca e alta temperatura
- Deficiência de K
- Danos de percevejos
- Condições durante a pré-colheita e colheita
- Secagem.
	O grão e semente são altamente higroscópicos e sua longevidade e teor de umidade variam muito em função da umidade atmosférica. Além disso, a temperatura e a umidade são interdependentes, de maneira que se a umidade aumenta a temperatura deve diminuir para manutenção da umidade de equilíbrio.
	No Brasil, geralmente a soja armazenada a granel em silos dotados de sistema de controle de umidade, temperatura e tratamento fitossanitário dos grãos contra pragas da soja armazenada.
	Uma alternativa de armazenamento a granel é o silo-bolsa, onde o grão é armazenado no campo em túneis de lona plástica trados exteriormente com pigmentos altamente refletivos (luz solar). O terreno deve ser cuidadosamente separado para evitar danos físicos na lona, além de se exigir cuidados especiais contra pequenos roedores e outros animais silvestres. Neste tipo de silo, a umidade dos grãos é fator preponderante no sucesso do armazenamento, uma vez que quanto maior for a umidade menor o período na qual o grão poderá ficar armazenado.

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